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FRANCESA
A revolução francesa ocorreu entre
1789 e 1799 na França, provocando
grandes mudanças sociais e políticas
no país.
Depois de um longo processo o
Antigo Regime foi destituído e os
privilégios por nascimento
destruídos.
Marco do fim da Idade Moderna e
início da Idade Contemporânea
Luís XVI Maria Antonieta
Em 1789 a população francesa estava dividida em três
ordens: clero, nobreza e o restante da população
PRIMEIRO ESTADO:
Alto clero – bispos, abades ( vindos de famílias nobres)
Baixo clero - sacerdotes
SEGUNDO ESTADO
Nobreza
nobreza cortesã – pessoas que viviam em torno do rei
nobreza provincial – nobres que viviam nas províncias
nobreza de toga – burgueses ricos que compravam títulos de nobreza
TERCEIRO ESTADO
Camponeses – trabalhadores rurais
Sans-culottes – camada social urbana
Pequena burguesia – pequenos comerciantes e
artesãos
Média burguesia – médicos, advogados,
professores
Alta burguesia – banqueiros, grandes
empresários
3%
96%
O clero e a nobreza tinham vários privilégios: não pagavam impostos, recebiam
pensões do estado e podiam exercer cargos públicos
Os burgueses enriqueciam por meio de atividades como o comércio e a indústria.
Embora estivessem acumulando crescente poder econômico, não tinham o poder
político, por causa do absolutismo
Situação
Miséria e fome
Crise no setor têxtil
Crise nas finanças públicas – maior cobrança de impostos da burguesia
Terceiro Estado sustentava economicamente, por meio do pagamento
de impostos, os outros dois Estados. Ao mesmo tempo, era ignorado
nas decisões políticas.
*Com as inundações e secas frequentes da época, os preços dos
alimentos disparavam e, então, explodiram as famosas jacqueries
(revoltas camponesas).
Fuga do rei
Proclamação da República
Assembléia dissolvida – criação da Convenção
Nacional
Nova Constituição para a França (caráter republicano)
REPÚBLICA
Forças políticas:
Girondinos –
Representantes da alta burguesia industrial e comercial
Temiam que as camadas populares tomassem o controle da
revolução
Defendiam o voto censitário
Jacobinos –
Representantes da pequena e média burguesia e
proletariado
Defendiam posições radicais e de interesse popular
Golpe de Estado
Napoleão Bonaparte deflagrou um golpe de
estado, com apoio da burguesia e do exército
O golpe de 18 Brumário
Napoleão Bonaparte dissolveu o diretório e estabeleceu
um novo governo: O consulado
Consolidou as conquistas da alta burguesia
Fim do ciclo revolucionário
O CALENDÁRIO DA REVOLUÇÃO FRANCESA
A Revolução Francesa foi um processo histórico que pretendia
romper profundamente com o passado monárquico, feudal e
cristão que vigorava na França, indo além da criação da República
e da cassação de privilégios sociais e econômicos. Na fase mais
extremista desse processo, entre 1792 e 1794, os revolucionários
pretendiam também alterar raízes culturais da população. Nessa
proposta, inclusive a contagem do tempo deveria ser
transformada. Foi com esse intuito que se instituiu o calendário da
Revolução Francesa.
Como o antigo calendário gregoriano tinha por base eventos
cristãos, os revolucionários franceses pretenderam criar um novo
calendário que representasse a visão de mundo da burguesia. Para
isso seria necessário usar do racionalismo e eliminar as referências
religiosas da marcação do tempo.
Dessa forma, o ano I deixou de ser o ano do
nascimento de Cristo. O ano I do Calendário francês
passou a ser o ano da instauração da República, em
1793. O primeiro dia do calendário francês
correspondia, então, ao dia 22 de novembro de 1793
do calendário gregoriano.
Ainda com o objetivo de excluir as referências
religiosas, o matemático Gilbert Romme instituiu
semanas de 10 dias, com três semanas em cada um
dos 12 meses. Sendo assim, cada mês teria 30 dias. O
objetivo era eliminar os domingos, pelo fato de ser dia
de adoração a Deus. Os feriados cristãos também
foram retirados do calendário.
Com o auxílio do poeta Fabre d’Eglantine, os meses foram
nomeados da maneira exposta abaixo, que apresenta a correlação
com as datas do calendário gregoriano:
Outono
Vindimiário (vendémiaire, referência à colheita da uva): 22 de
setembro a 21 de outubro;
Brumário (brumaire, referência às brumas, aos nevoeiros): 22 de
outubro a 20 de novembro;
Frimário (frimaire, referência às geadas): 21 de novembro a 20 de
dezembro.
Inverno
Nivoso (nivôse, referência à neve): 21 de dezembro a 19 de janeiro;
Pluvioso (pluviôse, referência às chuvas): 20 de janeiro a 18 de
fevereiro;
Ventoso (ventôse, referência aos ventos): 19 de fevereiro a 20 de
março.
Primavera
Germinal (germinal, referência à germinação): 21 de março a 19 de abril;
Florial (floréal, referência às flores): 20 de abril a 19 de maio;
Prairial (prairial, referência aos prados): 20 de maio a 18 de junho.
Verão
Messidor (messidor, referência às colheitas): 19 de junho a 18 de julho;
Termidor (thermidor, referência ao calor): 19 de julho a 17 de agosto;
Frutidor (fructidor, referência ao fruto, à frutificação.): 18 de agosto a 20
de setembro.
Como o cálculo dos dias somaria 360 dias, foram instituídos os dias dos
sans-culottes, feriados realizados entre 17 de setembro e 21 de setembro
do calendário gregoriano. Uma manutenção seria a ocorrência do dia
bissexto a cada quatro anos, com o objetivo de adequar o tempo do
calendário ao tempo natural dos movimentos do planeta.
Os dias passaram a ser numerados de um a dez, com as seguintes
nomenclaturas: primidi, duodi, tridi, quartidi, quintidi, sextidi,
septidi, octidi, nonidi e décadi. Posteriormente, os dias receberam
nomes de plantas, minerais e animais. A marcação do tempo
dentro de um único dia também foi alterada. Cada dia teria 10
horas, cada hora, 100 minutos; e cada minuto, 100 segundos. O
sistema decimal era, dessa forma, a base da reelaboração do
calendário, evidenciando a influência do racionalismo e da
matemática como contraponto à influência religiosa na marcação
do tempo.
O calendário da Revolução Francesa foi abolido em 1805, quando
Napoleão estava no poder. A reação de boa parte da população
contribuiu para que ele fosse abolido, além do fato de Napoleão
ter também abandonado alguns princípios revolucionários, como a
própria República.
A criação do calendário mostrou o quão profundo pode ser um
processo revolucionário e o quanto é difícil transformar hábitos e
convenções há muito arraigados na vida coletiva da população.
Local onde era situada a Bastilha