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O Antigo Regime

 Abrange o período entre o século XV (viagens de expansão marítima) e finais do


século XVII;
 Marcado pelo absolutismo (poder centrado no monarca);
 Sociedade Estratificada em 3 estados/ordens: clero, nobreza e povo.

Absolutismo
 Sistema político onde toda a autoridade se concentra na pessoa soberana;
 O rei representa o ideal nacional e o interesse da nação;
 O rei exerce o poder e é responsável pelas leis, pela justiça, por cobrar impostos,
manter o exército e escolher os funcionários;
 O poder do rei correspondeu a uma necessidade social, para que as decisões
políticas e económicas entre as nações fossem tomadas rapidamente;
 O poder absoluto afirma que o rei é um representante de Deus na Terra, defende
a igreja e a pátria e representa o Estado (os interesses estavam acima dos
individuais).
 Luís XIV (Rei-Sol, 1638-1715) é o melhor representante do absolutismo
europeu, conseguiu jogar com a burguesia e a nobreza, atribuindo favores e
monopólios à burguesia e atraindo os nobres para a corte, para os controlar.
Organizava grande banquetes, festas e caçadas para atrair e controlar a nobreza;
utilizava vestuário e acessórios de luxo e tinha o palácio de Versalhes.

Sociedade
 Hierarquizada e com difícil mobilidade social: privilegiados – clero (1º estado) e
nobreza (2º estado) e não privilegiados – povo (3º estado)
 Clero: serviço religioso, assistência a doentes e pobres e cargos na
administração pública, tinham como privilégios a posse de terras, recebiam as
rendas e os serviços, isenção de impostos, tribunais próprios e dízimo. Dividido
em clero secular (diocese e vivia junto da população para as atividades religiosas
públicas) e clero regular (professores que viviam nos conventos e seguiam as
ordens religiosas.
 Nobreza: defendiam o reino e tinham cargos na administração pública, tinham
como privilégios a posse de terras, recebiam as rendas e os serviços, aplicavam a
justiça, isenção de impostos (exceto em tempo de guerra) e penas mais leves.
Dividido em nobreza de espada (membros que descendiam das famílias nobres e
viviam dos rendimentos das suas propriedades) e nobreza de toga (membros da
burguesia e ascendiam na troca de favores régios ou de casamento.
 Povo: pagavam impostos, promoviam o sustento da nação através do trabalho e
cumpriam o que era exigido pelas outras classes. Dividido em burguesia
(profissionais liberais, comerciantes…) e povo (artesões, camponeses e
mendigos).
Vésperas de Revolução Francesa
 Crise Política – Luís XVI sobe ao trono em 1774, tem interesse pelos negócios
públicos, pouco energético onde existiam diversas crises, falta de personalidade,
porque cedia facilmente a pressões da aristocracia francesa e incapaz de fazer
frente à revolução de 1789.
 Crise económica e financeira – elevados custos das guerras do século XVII,
grande aumento de impostos num sistema fiscal saturado, maus anos agrícolas
que fez com que o desemprego, a inflação e a fome aumentassem, o
desenvolvimento industrial inglês fez concorrência em áreas de comércio
francês e aumento da divida francesa para fazer face às despesas e luxos da
corte.
 Iluminismo – Renovação intelectual na Europa no século XVIII, a razão devia
iluminar o homem e libertá-lo do obscurantismo, fomentando a instrução e
aumentando o progresso social. Defendiam os ideias de igualdade, liberdade,
racionalismo, fraternidade, tolerância e felicidade.
 Aumento generalizado da contestação > Luís XVI cobra impostos às ordens
privilegiadas > Oposição das classes privilegiadas > Luís XVI convoca os
estados gerais > 3º estados opõem-se às decisões tomadas dos estados gerais e
proclama-se assembleia nacional.
 Luís XVI ordenou o encerramento dos estados gerais e de forma a evitar uma
crise política, reunião de todas as ordens para a assembleia nacional constituinte,
a crise fez com que existisse uma revolta popular em Paris, para restabelecer a
ordem o rei enviou as tropas para a cidade, a 14 de julho de 1789 o povo toma
de assalto a prisão de bastilha, símbolo do regime, para capturar armas e
munições.

Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão


 Foi publicado a 26 de agosto de 1789, documento com inspiração iluminista que
defendia o direito à liberdade, igualdade perante a lei, inviolabilidade da
propriedade e direito à resistência e opressão.

Constituição Civil do Clero


 Aprovada em 1790 e estabelecia a transformação dos membros do clero em
funcionários civis do estado. Vários bens da igreja foram confiscados a favor do
estado e muitos elementos do clero aceitaram as diretivas emanadas pela lei.
Mas, um grupo fiel às ordens do papa, opunha-se aos ideais da revolução
francesa e repudiou as decisões (refratários).

Constituição de 1791
 No regime francês, o rei ficou apenas com o poder executivo e o trono manteve-
se hereditário. O poder legislativo ficou a cargo da assembleia, com deputados
eleitos para dois anos, os eleitores eram os que comprovassem o mínimo de
riqueza). O feudalismo foi abolido, extinguindo-se as antigas ordens sociais,
devido à igualdade estabelecida na declaração dos direitos do homem e do
cidadão. A escravatura foi mantida nas colónias e a administração pública foi
organizada e descentralizada.

Composição Partidária
 Girondinos – alta e média burguesia (partido mais conservador que procurava
defender as conquistas obtidas no início da revolução, mas que evitava a
ascensão política das massas populares;
 Jacobinos – média e pequena burguesia (apoiada pelas classes populares, sans-
culottes, classe pobre e marginalizada, foi a classe que ganhou mais
protagonismo.
 Pântano – deputados caracterizados por indefinição política apoiando os
girondinos e jacobinos.

Período de Terror
 Governação jacobina marcada por perseguições políticas, execuções e guerras
civis. Robespierre de forma a manter o poder faz concessões às classes
populares, desta forma a nobreza e a burguesia são carregadas de impostos e os
seus bens foram confiscados e vendidos. Iniciando-se uma contra revolução e
obriga a toma de medidas drásticas.
 Aprovação da lei dos suspeitos (contra os ideais da revolução francesa);
 Criação do tribunal revolucionário (julgava todos os suspeitos);
 Suspensão temporária da constituição (direitos e liberdades individuais).

18 do Brumário
 Ascensão de Napoleão, que derrubou o diretório, desordem instalada no
diretório (girondinos voltam ao poder, onde o poder executivo era composto por
5 diretores e o legislativo por duas câmaras e a população foi proibida de votar)
tentativas de golpe levadas a cabo pelos jacobinos. Desejos de paz e
normalidade levam à ascensão de Napoleão. A 9 de novembro de 1799, houve a
consolidação do poder por parte da burguesia e eliminação de golpe dos
jacobinos.

Napoleão e o Império
 Política externa (1804-1815) onde a Inglaterra assume-se como principal rival
económico de França na disputa dos mercados mundiais, em 1806 Napoleão
decreta o bloqueio continental, onde o principal objetivo era arruinar a economia
inglesa, favorecendo a francesa. Com a expansão territorial as monarquias
absolutas europeias receiam a difusão dos ideais da revolução francesa,
formando-se coligações (Inglaterra, Áustria, Prússia e Rússia) com o objetivo de
derrotar Napoleão.
 1810 a Rússia de czar Alexandre I, abandona o bloqueio continental, em 1812
Napoleão invadiu a Rússia como punição do abandono, o inverno rigoroso, as
resistências do exército russo levam à derrota de Napoleão e inicia-se o declínio.
 1814 Napoleão renuncia ao trono e é exilado na ilha de Elba, o trono de França é
entregue a Luís XVII, foge ao exílio e retoma o poder, 1815 por 100 dias, a
coligação derrota definitivamente na batalha de Waterloo, sendo exilado em
Santa Helena, até morrer em 1821.

Congresso de Viena
 Reunião entre representantes dos vencedores das Guerras Napoleónicas e países
absolutistas para restabelecer as fronteiras da europa, que tinha 3 princípios:
restauração, legitimidade e equilíbrio.
 Princípio da Restauração – eliminar a influência do pensamento iluminista
difundido no império napoleónico, tentar recolocar a europa na situação política
que se encontrava antes da revolução francesa e restabelecer o absolutismo.
 Princípio da Legitimidade – legitimar os governos que se encontravam no
poder dos vários países antes da revolução francesa (Luís XVIII sobe ao trono
em frança) e legitimar as fronteiras pré revolução francesa.
 Princípio do Equilíbrio – restabelecimento do equilíbrio político-militar entre
as nações europeias, de forma a promover a paz.
 1814-1815 (Congresso de Viena) foi estabelecida a Santa Aliança que era uma
força militar composta por elementos do exército da Áustria (Imperador
Francisco I), Prússia (Rei Frederico Guilherme III) e Rússia (Czar Alexandre I) e
tinham como objetivo manter a ordem, apoiando os absolutistas que estivessem
ameaçados pelos liberais.

Revoluções Liberais
 Com o Congresso de Viena é restaurado o absolutismo em maior parte dos
países europeus, mas os ideias da revolução francesa ficaram enraizadas nos
povos europeus, nomeadamente os ideias de igualdade, fraternidade e liberdade
e assim conduziu ao surgimento de movimentos liberais que culminam no fim
das monarquias absolutas.
 1ª Onda Revolucionária (1820) – Movimentos revolucionários liberais em
diversos reinos como Espanha, Nápoles, Piemonte e Portugal, traduzindo-se na
adoção de constituições nesses países e foi mais tarde reprimida por movimentos
absolutistas.
 2ª Onda Revolucionária (1830) – Insurreição liberal em França que levou ao
trono Luís Filipe de Orleães, estendeu-se à Alemanha e Itália mas foi reprimida
pelo absolutismo austríaco e as revoltas nacionalistas de cariz liberal tiveram eco
na Bélgica e na Polónia.
 3ª Onda Revolucionária (1848) – Conjunto de revoltas no ano de 1948,
inspiradas nos ideais marxistas, nacionalistas e liberais, início em frança com a
abolição da monarquia de Luís Filipe I e a instauração da II república, havendo
um efeito de contágio por toda a europa.
 Primavera dos Povos foi um momento de revolução da população contra os
abusos da monarquia, os ideais socialistas incentivaram o povo a lutar por
melhores condições, acabaram por servir a burguesia, consolidando um novo
regime jurídico a cargos públicos e fim dos privilégios dos nobres, as ideias
comunistas foram consolidadas na luta de classes (burguesia e proletariado),
frança depôs um rei e instaurou uma república, unificação de Itália e Alemanha.

Imperialismo
 Os interesses políticos e económicos dominantes de uma nação expropriam do
seu próprio enriquecimento a terra, o trabalho, as matérias-primas e os mercados
de outro povo. É uma política de alargar o poder e autoridade de um estado,
estabelecendo uma relação formal ou informal na qual um estado controla a
soberania política efetiva de outra sociedade política, podendo ser alcançada
pela força, colaboração política ou dependência económica, social ou cultural. O
colonialismo é um dos resultados do imperialismo.

Colonialismo
 Criar e manter um sistema de sujeição para as populações atrasadas, a principal
diferença entre o imperialismo é o número significativo de colonos no estado
colonizado. É um controlo político de um povo subdesenvolvido, onde a vida
social e económica é dirigida pela potência dominadora.

Contextualização
 Na segunda metade do século XIX, Inglaterra, França, Alemanha, Itália e
Bélgica eram as grandes potenciais industriais e económicas mundiais. Havia
um grande interesse em formar grandes impérios económicos e levavam a sua
influência para além das suas fronteiras (continentes africano e asiático).
 Principais objetivos: acesso a suprimento de fontes de energia e recursos
naturais de forma a alimentar a produção industrial; acesso a mão de obra
abundante e barata; acesso a mercados para o escoamento dos produtos
industriais e aumentar o contingente militar e fortalecer a sua posição.
 O argumento para este movimento imperialista foi que era necessário levar o
progresso científico e tecnológico às regiões mais atrasadas e subdesenvolvidas.
 Assistiu-se na Europa uma corrida a África e Ásia, com o objetivo de ocupar,
explorar e controlar os territórios, intensificando o colonialismo.
 Realizaram expedições ao interior de África com o objetivo de reconhecimento
geográfico, procura de recursos e consolidar a presença nestes territórios.
 A ocupação do Congo, pelo exército do Rei Leopoldo II da Bélgica, causou
polémica por outras nações que tinham interesse nesta região, havendo
necessidade de resolver conflitos entre potências e definir regras e condições
para a colonização.

Conferência de Berlim (1884-1885)


 Convocado pelo chanceler alemão Otto von Bismarck, participaram na
conferencia todas as potências colonizadoras (14 delegações), onde o principal
objetivo foi de organizar os projetos de exploração e ocupação de África,
gerindo interesses e tensões.
 As principais decisões foram a de substituir o direito histórico de ocupação pelo
direito de ocupação efetiva; delimitação arbitrária da fronteira com desrespeito
pelo povo fixado; resolução pacifica com conferências paralelas das áreas de
ocupação e definir uma área de comércio livre e escoamento de produtos
coloniais.
 Regular os direitos internacionais coloniais, através do princípio da desigualdade
entre colonizador e colonizado; colónias sem personalidade jurídica nem
liberdade de iniciativa; submissão dos territórios coloniais aos interesses das
metrópoles, sendo as colónias administradas por autoridades.

Mapa Cor de Rosa e Ultimato Inglês


 A crise financeira e o reduzido militar português, tornaram o império alvo de
interesse e cobiça, especialmente por Inglaterra, com o objetivo de ocupar
territórios entre Angola e Moçambique, Portugal enviou um efetivo militar para
estes territórios e apresentou o Mapa Cor de Rosa (1887).
 Teve uma forte oposição por parte de Inglaterra, visto que colidia com o projeto
ferroviário de ligar Cairo ao Cabo, para fazer valer os seus interesses, existe um
ultimato a Portugal (1890), obrigando a abandonar estes territórios, sob ameaça
de guerra.

Antecedentes da I Guerra
 O imperialismo e as rivalidades europeias constituíram um conflito mundial nos
primeiros anos do século XX, França pretendia recuperar os territórios perdidos
para a Alemanha, Itália queria a integração que se encontrava sob o domínio
austro-húngaro, o império Austro-Húngaro mantinha uma rivalidade com a
Sérvia e a Alemanha apoiava os austro-húngaros contra a sérvia, para unificar
todos os povos germânicos.
 A Rússia tinha sido derrotada pelo Japão, na tentativa de expansão para o
oriente, a Sérvia procurava estabelecer um estado balcânico, tornando-se uma
grande disputa territorial.
 Criação de Alianças Políticas: 1882 – Tríplice Aliança – Alemanha, Império
Austro-húngaro e Itália. 1907 – Tríplice Entente – França, Rússia e Inglaterra.
 Europa estava sob pressão, o que levou a uma corrida ao armamento, as escolas
fomentavam o espírito nacionalista e patriótico, sentia-se que a qualquer
momento podia desencadear um conflito a larga escala e sentimento de paz
podre.
 Morte de Franz Ferdinand – O herdeiro ao trono austro-húngaro visitou a
bósnia para acompanhar exercícios militares e durante o desfile foi morto por
um estudante bósnio, membro da sociedade nacionalista.

Desenrolar do Conflito
 Estava previsto um conflito curto e com pouca violência, mas o mesmo
prolongou-se por quatro anos, com consequências desastrosas, dividindo-se em
três fases:
 1ª Fase (1914) – Guerra do Movimento – Batalhas e avanços rápidos com
linhas de frente em constante mudança. (Batalha do Marne).
 2ª Fase (1915-1917) – Guerra das Trincheiras – Estática e desgaste (Batalha
de Verdun e do Somme), as condições nas trincheiras eram terríveis, com
doenças, lama e sofrimento.
 3ª Fase (1918) – Guerra do Movimento – Forças alemãs lançaram novas
ofensivas, para uma vitoria decisiva, mas as forças aliadas repeliram os ataques,
lançando as ofensivas vitoriosas (ofensivas de Foch).

Pós Guerra
 11 de novembro de 1918 pôs fim à Primeira Guerra Mundial, surgindo um novo
mapa político mundial, assistindo-se à reorganização do equilíbrio do poder
mundial, à desagregação dos impérios e da velha ordem europeia e surgem
países novos.
 Woodrow Wilson (presidente americano) apresentou pontos para nortear as
negociações de paz na europa e no mundo: eliminar barreiras económicas e
comerciais; garantir que as forças militares sejam reduzidas ao mínimo para
garantir a paz e segurança; devolver territórios à França (posse da Alemanha);
retificar fronteiras de Itália; garantir independência da Polonia e formar a
sociedade das nações.
 Conferencia de Versalhes (1919) – definir a paz com a Alemanha, mas os
desejos de vingança dos franceses tornaram as medidas aos derrotados mais
duras e pesadas.
 Tratado de Versalhes (28 de junho) – responsabilizar a Alemanha pela guerra,
condenar a pagar indeminizações pesadas aos vencedores, reduzir a capacidade
militar, reconhecer a independência da Polonia, criar a sociedade das nações e
perder o poder em relação às colónias.
 Separação da Áustria e Hungria; independência da Checoslováquia e da
Jugoslávia; perda de território da Bulgária para a Roménia, Grécia e Jugoslávia.
 Assiste-se à ascensão dos EUA como potência mundial e afirmação do
comunismo na Rússia, o pós guerra é marcado por instabilidade económica e
política, com regimes autoritários.

Ilusão de Prosperidade
 Os EUA destacaram-se visto que eram os maiores fornecedores de armamento e
alimento, embora tivessem participado na guerra, a mesma não ocorreu no seu
território e não houve destruição, aumentando a produção industrial e passaram
de devedores a credores.
 A meados da década de 1920, o sistema económico e financeiro americano deu
os sinais de fragilidade.

3 grupos de questões:
1 grupo – verdadeiros e falsos (10 alíneas) – 0,5v cada uma ANTIGO REGIME À
QUEDA DE NAPOLEÃO – VER FICHA DE CORREÇÃO DOS EXERCÍCIOS
2 grupo – escolha múltipla (5 questões) – 1v cada uma REVOLUÇÕES LIBERAIS
(características) e CONIALISMO E IMPERIALISMO
3 grupo – desenvolvimento das vanguardas, causas a que levaram à guerra

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