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REVOLUÇÃO FRANCESA

A
N
T
E
A França nas vésperas da Revolução
C
O ILUMINISMO INSPIROU MUDANÇAS NO
E PENSAMENTO
D •- Rejeição do absolutismo, defesa de um modelo
E político assente na divisão de poderes;
N •- Defesa dos Direitos Naturais: a liberdade e a
igualdade;
T •- Valorização da dignidade do indivíduo e da soberania
E popular.
S
• Contexto social - Agitação e instabilidade social
A •Estrutura social de Antigo regime: sociedade de ordens;
•Clero e nobreza detêm o papel principal no poder político e administrativo,
N submetidos ao rei; eram detentores das antigas prerrogativas senhoriais,
T cobrando inúmeras taxas aos camponeses; a crise económica levou-os a
aumentar os direitos senhoriais nos campos, a ocupar terras comunais,
E desalojar rendeiros, exigiam ao rei subsídios e pensões que garantissem a sua
permanência na corte;
C •O terceiro Estado (burguesia e restante povo), ocupavam todos os cargos

E produtivos, eram contribuintes integrais respondendo a pesadas cargas fiscais e


não possuíam direitos políticos;
D •A burguesia lutava por um estatuto jurídico semelhante ao da nobreza;
•Entre os populares cresce o descontentamento devido às sujeições feudais que
E se mantinham (regime corporativo no artesanato, direitos senhoriais no campo);
N •Miséria do campesinato e êxodo rural;
•Desemprego urbano;
T •Agravamento dos impostos feudais provoca descontentamento do povo;
E •As más condições de vida fizeram subir as taxas de mortalidade, diminuir os
nascimentos, aumentar a vagabundagem, a marginalidade e fazem crescer a
S agitação social.
A Revolução Francesa – antecedentes

1- Desigualdades Sociais

A sociedade francesa do século XVIII e os impostos pagos pelo terceiro estado.

Sociedade francesa do Antigo Regime: 2% ordens privilegiadas e 98% Terceiro Estado.


O Terceiro Estado, impulsionado por uma burguesia rica e culta, contestava a desigualdade social (A
burguesia encabeça a Revolução…).
• Contexto económico e financeiro (Crise económica e financeira
A e bancarrota estatal)
N •Maus anos agrícolas provocaram carestia e inflação;
•Tratado de Éden de 1786 – abertura do mercado interno francês aos
T produtos industriais ingleses – decadência das indústrias francesas;
E •Atraso técnico e organizacional das indústrias francesas relativamente
C às indústrias inglesas (Falência industrial e desemprego urbano);
•O orçamento do estado francês era cronicamente deficitário desde
E Luís XIV devido aos gastos da corte e às despesas com a guerra;
D •Aumento das importações origina desequilíbrio da balança
comercial;
E •A crise económica provoca um aumento de despesas e diminuição de
N receitas e leva ao crescimento da dívida pública;
•A dívida pública aumenta sistematicamente na sequência da subida
T dos encargos resultantes dos altos juros em que foi contraída;
E •Em 1788, com Luís XVI, ocorre a insolvência financeira – bancarrota
do Estado.
S
Antecedentes da Revolução Francesa

 Défice das Finanças Públicas


 Défice da balança comercial
 Desigualdades contributiva e Aumento da tensão
social (a injusta sociedade de social
ordens)
A
N
T
•Inoperância do poder político
E •Estrutura política de Antigo Regime: monarquia absoluta
C de direito divino;
E •Cientes da gravidade da crise vários ministros de Luís
D XVI (Turgot, Calonne, Brienne e Necker) tentaram fazer
frente à crise sobretudo através do aumento da carga
E fiscal e do seu alargamento às ordens privilegiadas.
N
T
E
S
Antecedentes da Revolução Francesa

Anne-Robert-Jacques Turgot, Barão de Laune (1727-1781),


ministro das finanças francês, tentou promover a igualdade de pagamento
da corveia real por todos os proprietários e defendia o liberalismo
económico.

Jacques Necker (1732-1804),


ministro das finanças francês, de origem suíça. Propôs
em linha com propostas de outros ministros (Calonne
e Brienne) acabar com alguns privilégios de isenção
fiscal – reforma fiscal que foi sempre boicotada pela
nobreza.

A inoperância do poder político


As medidas eram sistematicamente boicotadas
Crise económica e financeira
Agravamento da tensão social
Antecedentes da Revolução Francesa

Estados Gerais convocados por Luís XVI a 5 maio 1789

Espetadores

Rei

270
Deputados da nobreza
Ministro Necker

291
Deputados do clero

578
Deputados do terceiro estado
ETAPAS DA REVOLUÇÃO
Assembleia Constituinte(1789-1791)

Revolução burguesa
(Fim do Antigo Regime)

A Tomada da Bastilha (14 de julho de 1789).

•Reunião dos Estados Gerais (05/maio/1789) - O Terceiro Estado reivindica o voto por cabeça e
não por ordem - a Nobreza e o Clero não aceitaram…
•Em 17/ junho /1789, devido a indecisão do rei Luís XVI, os deputados do Terceiro
Estado proclamam-se em Assembleia Nacional
•Juramento da Sala do Jogo da Pela (20/ junho /1789) – Os deputados do Terceiro Estado
juram não se separarem até redigirem uma Constituição – constituem uma nova Assembleia denominada
Assembleia Nacional Constituinte
•Tomada da Bastilha (14/ julho /1789) – A Bastilha, uma fortaleza-prisão, símbolo das
arbitrariedades do absolutismo
• Revolução camponesa – movimento conhecido por Grande Medo
O processo da Revolução Francesa

O acordar do Terceiro Estado A tomada da prisão absolutista da Bastilha

O Grande Medo: ataques a castelos e arquivos

Indique acontecimentos que podem


ser considerados como:
a) marcos de revolução;
b) evidência de revolta.
ETAPAS DA REVOLUÇÃO
Assembleia Constituinte(1789-1791

Revolução burguesa
(Fim do Antigo Regime)
A noite de 4 de agosto ou o delírio O clero, depois e antes de
patriótico (gravura de 1789).
1789 (caricatura de 1790).

•Documentos elaborados:
 Decretos de 4 e 5 de Agosto (abolição dos direitos feudais)
 Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (26/agosto/1789) – certidão de
óbito do Antigo regime
 Constituição Civil do Clero (julho de 1790) - Confiscação dos bens do clero e separação do
poder político e religioso
 Medidas administrativas: Definição de pesos e medidas; Liberdade económica: liberdade de
cultivo e de emparcelamento; fim das corporações – Lei Chapelier
 Constituição de 1791- consagra a Monarquia Constitucional
A Revolução Francesa

Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão – 26 de agosto de 1789

Os representantes do povo francês, constituídos em Assembleia Nacional, considerando que a ignorância, o


esquecimento ou o desprezo dos direitos do Homem são as únicas causas das desgraças públicas e da corrupção dos
governos, resolveram expor em declaração solene os direitos naturais, inalienáveis e sagrados do Homem (…) que
contribuam para a manutenção da Constituição e para a felicidade de todos (…) os seguintes direitos (…):

Artigo 1.º Os Homens nascem e são livres e iguais em direitos. (…)


Artigo 2.º A finalidade de toda a associação política é a conservação dos direitos naturais e imprescindíveis do
Homem. Esses direitos são a liberdade, a propriedade, a segurança e a resistência à opressão. Artigo 3.o O princípio de
toda a soberania reside essencialmente na Nação. Nenhuma corporação, nenhum indivíduo pode exercer autoridade que
daquela não emane (…).
Artigo 6.º A lei é a expressão da vontade geral. (…) Ela deve ser a mesma para todos, quer se destine a proteger
quer a punir.
Artigo 7.º Ninguém pode ser acusado, preso ou detido senão nos casos determinados pela lei e de acordo com as
formas por esta prescritas. Os que (...) executam ou mandam executar ordens arbitrárias devem ser castigados.
Artigo 10.º Ninguém pode ser inquietado pelas suas opiniões, incluindo opiniões religiosas, contando que a
manifestação delas não perturbe a ordem pública (…).
Artigo 13.º Para a manutenção da força pública e para as despesas de administração é indispensável uma
contribuição comum, que deve ser repartida entre os cidadãos de acordo com as suas possibilidades.

Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão,


26 de agosto de 1789 (adaptado).

Identifique os principais Direitos do Homem e do Cidadão.


Na sua opinião, a França tornou-se, ou não, num Estado Laico? Justifique.
Assembleia Constituinte
Aprova a legislação que abolia o regime
feudal e senhorial, e para dar continuidade
ao trabalho, decidiram elaborar uma
Constituição.
Constituição de 1791

• Separação dos poderes Legislativo, Executivo e Jurídico;


cabendo ao rei o poder executivo
•Visa criar uma sociedade burguesa e liberal em vez da anterior,
que era feudal e aristocrata (antiga sociedade de ordens)
A monarquia constitucional - Constituição de 1791

 Separação
dos
poderes

 Soberania
nacional
(voto
censitário
e
indireto).

Organigrama da Constituição de 1791.


A Monarquia Constitucional

Divisão Constituição Sufrágio


de poderes de 1791 censitário

Monarquia
Constitucional (o
Rei, apesar de
Soberania inviolável e sagrado, Sistema
nacional representa apenas o representativo
primeiro funcionário
do Estado)

Identifique as alterações políticas vividas em França


com a aprovação da Constituição de 1791.
Da monarquia constitucional à proclamação da República

Bandeira

Cocarde Barrete frígio

Plantação de uma árvore da Liberdade ou os Maios da Liberdade, guache de Lesueur, c.1790.


A cerimónia concilia o movimento revolucionário com as tradições populares evocativas de
antigos cultos agrários.

• Desde 1790, burgueses e populares, ainda em união fraterna, plantam árvores para
comemorar o fim dos privilégios.
• Sob as insígnias do barrete frígio (usado pelos escravos libertos em Roma) , da cocarde e da bandeira
tricolor, a França proclama ao Mundo os princípios da “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”
– divisa da Revolução.
Da Monarquia Constitucional à proclamação da República (22/set/1792)

A detenção da família real, em Varennes, guache de Lesueur, Federados de Marselha e o seu hino patriótico, a
1791. Marselhesa.

• A tentativa de fuga da família real, em junho de 1791,


contribuiu para o descrédito da monarquia.
• Milhares de nobres e clérigos emigram e procuram
ajuda contra o novo regime francês junto das
capitais estrangeiras.
• A Prússia, a Áustria e a Saxónia planeiam a invasão
da França, concretizada em abril de 1792.
• A Assembleia Legislativa francesa declara a Nação
em perigo. O povo de Paris, auxiliado pelos
federados da província, assalta o Palácio das
Tulherias (10 agosto). A Assembleia Legislativa
A Tomada da Palácio das Tulherias, de J.-S. Duplessis,
suspende o rei e acaba por se autossuspender. 1793.
Da Monarquia Constitucional à proclamação da República

Regresso do rei e da família real a Paris, após a tentativa de fuga de julho


de 1791 (gravura da época). Foram recebidos em silêncio total – a Assembleia
Constituinte avisou que «quem aplaudisse o rei seria espancado; quem o
insultasse, enforcado».

Fuga de vários nobres que pedem ajuda, entre outros, ao


imperador austríaco, cunhado de Luís XVI. Conspiram, segundo
a legenda, «para salvação do nosso infeliz soberano, desejando
restabelecer a religião e a Monarquia em toda a sua integridade»
(litografia das Memórias do Conde d’Espinchal, apoiante da
monarquia).

Na sua opinião, as mudanças provocadas


pela Revolução Francesa foram aceites por todos? Justifique.
A CONVENÇÃO (1792-1795)

Revolução Popular
(Fim da Monarquia)

• A Convenção, a nova Assembleia eleita por sufrágio universal,


proclama a República (22 de setembro de 1792), dando início ao Ano I
da República
A obra da Convenção - A República dos sans-culottes

Prisão de um suspeito por


um Comité de Vigilância,
devido a não usar a
Alegoria republicana com a figura de Figuras típicas de sans-culottes (gravuras
cocarde (c. 1793).
Robespierre. francesas de c. 1790).

• Os sans-culottes, trabalhadores urbanos de rendimentos modestos (artífices, lojistas,


operários), reivindicam a igualdade económica e política. Armados com sabres e piques,
frequentam sociedades e clubes onde se debatem os ideais revolucionários. O mais célebre
clube é o dos Jacobinos, conduzido por Robespierre e frequentado pela elite burguesa.
A obra da Convenção - A República dos sans-culottes

Execução de Luís XVI na guilhotina Corredor da Prisão de Saint- As Tricotadeiras jacobinas, guache
(21 de janeiro de 1793) de Lesueur, 1793. Nas primeiras Guilhotina da execução de
Lazare, em Paris, em 1793,
filas da assistência, presenciavam, Luís XVI e Maria Antonieta
óleo sobre tela de Hubert
com morbidez, as execuções.
Robert.

• Acusado de traição à Pátria, Luís XVI é condenado à morte na guilhotina, em janeiro de 1793,
ouvindo o veredito: «Luís Capeto, culpado por conspiração contra a liberdade da Nação e por
atentados contra a segurança geral do Estado». Maria Antonieta sofre o mesmo destino em
outubro.
• Com o afastamento dos Girondinos (moderados) e liderada pelos Montanheses (radicais), a
Convenção instala o Terror.
• As prisões enchem-se de suspeitos (Lei dos Suspeitos –p.50)e a repressão abate-se
permanentemente sobre os opositores. Cerca de 40 mil franceses são guilhotinados: “as cabeças
caem como telhas em dias de tempestade”.
A obra da Convenção - A República dos sans-culottes

Calendário revolucionário. Culto do Ser Supremo (gravura


alusiva à instituição deste culto em
junho de 1794).
• Decidida a romper com o passado, a República introduz grandes alterações: um novo
calendário (doc.p.48) conta os meses a partir de 22 de setembro de 1792, dá novos nomes aos
meses e são abolidos os feriados religiosos. São introduzidos novos pesos, medidas e
moedas; é empreendida uma política de descristianização da França, sendo muitas igrejas
fechadas. O culto do Ser supremo (deísmo) é instituído. – Estado Laico (p.48).
• Defesa dos direitos humanos – fevereiro de 1794 é abolida a escravatura nas colónias.
• Uma nova Constituição (Constituição do Ano I da República – junho de 1793), mais
democrática que a anterior, não entra em vigor em virtude da difícil conjuntura interna (guerra
civil) e externa (guerra contra a coligação de países europeus).
A República dos sans-culottes

Georges-Jacques Danton (retrato a


óleo de artista desconhecido).

Marat assassinado, de Jacques-Louis David, O carrasco guilhotina-se a si próprio


1793. (gravura anónima, alusiva à queda e
execução de Robespierre).

• Em breve, os chefes revolucionários acabam vítimas do seu Terror: Marat é assassinado por
uma girondina – Charlotte Corday; Danton é mandado executar por Robespierre, que também
sobe ao cadafalso, em julho de 1794, após ser considerado um “fora da lei”.
• A fase mais radical da Revolução Francesa, a da República dos sans-culottes, chega ao fim.
A queda de Robespierre

27 julho 1794 (9 Termidor, segundo o


Calendário Republicano), Robespierre e os
seus aliados foram presos pela Assembleia
Nacional.

(Bibliothèque Nationale de France, Paris.)


Execução na Guilhotina de Robespierre, Saint-Just,
Couthon e Dumas.

(Bibliothèque Nationale de France, Paris.)


O DIRETÓRIO
(1795-1799)
O triunfo da Revolução Burguesa - O Diretório e o regresso à paz civil

•A Convenção termina as suas funções dotando a França de uma


nova Constituição, a Constituição do Ano III (agosto de 1795), que
restabelece o voto censitário.
•A Constituição põe em vigor um novo sistema de governação – O
Diretório; o poder legislativo pertence a duas Assembleias, a dos
Anciãos e a dos Quinhentos, enquanto o executivo é entregue a
cinco diretores.
Foi uma fase marcada pelo retorno da Burguesia ao poder.
O triunfo da Revolução Burguesa - O Diretório e o regresso à paz civil

Os Incríveis e as Maravilhosas (gravura dos finais do séc. XVIII).


Os barrigas vazias nas ruas de Paris, guache de Lesueur, c.
1795.

• Os anos do Diretório (1795-1799) são problemáticos: guerra da França contra a Europa,


agravamento da crise financeira, aumento dos contrastes sociais.
• Ao “Terror Jacobino” sucede o “Terror Branco”, caracterizado por perseguições aos jacobinos
e sans-culottes.
O triunfo da Revolução Burguesa – O Consulado

Napoleão atravessando os Alpes, Bonaparte na sala do Conselho dos Napoleão, Primeiro-Cônsul, de A.-J.
de J.-L. David, 1800. Quinhentos, de François Bouchot, 1840. Gros, 1802.

• Frequentes golpes de Estado desacreditam o Diretório. Em 18 do Brumário do Ano III


(9 novembro de 1799), o general Napoleão Bonaparte, que se havia coberto de glória nas
campanhas militares da França, destitui o Diretório e entrega o poder a uma comissão de três
cônsules, de que ele faz parte. Entra em vigor o governo do Consulado.
CONSULADO
(1799-1804)
Golpe de 18 Brumário (9.11.1799)
Napoleão Bonaparte

Consolidação da revolução burguesa


•Feito primeiro-cônsul por 10 anos, Napoleão propõe-se a
estabilizar a Revolução e a consolidar as conquistas
burguesas.
•O governo napoleónico pauta-se pela centralização
administrativa e judicial, pela recuperação das finanças
públicas e pela reconciliação nacional.
O triunfo da Revolução Burguesa – Do Consulado ao Império

Primeira distribuição das decorações da Assinatura da Concordata entre a França e a


Legião de Honra (1812), de Jean-Baptiste Santa Sé (1801), de François Gérard.
Debret. B

• Destaca-se o fim das perseguições aos republicanos radicais (jacobinos) e aos


realistas (monárquicos); Criação, em 1800, do Banco de França – a emissão de uma
nova moeda- o franco germinal; o reatamento dos laços com a Santa Sé com a
Concordata de 1801; atribuição da Legião de Honra (1802) por serviços militares e
civis prestados à França; a criação de liceus para os filhos de burgueses (A); a
publicação do Código Civil (B), a consagrar a igualdade de todos perante a lei, o
estado civil laico, a liberdade de crenças, a inviolabilidade da propriedade, a
autoridade masculina no seio da família.
O triunfo da Revolução Burguesa - O Império napoleónico

A 2 de dezembro de 1804, realiza-se


na catedral de Notre-Dame a festa
de coroação de Napoleão, com a
presença expressa do papa Pio VII.
Durante a sagração, Napoleão I
retirou a coroa das mãos do Papa e
auto-coroou-se, para deixar claro
que não havia autoridade alguma
superior à dele. Depois coroou a sua
esposa, a imperatriz Josefina.

A sagração de Napoleão em Notre-Dame de Paris, pormenor do quadro de J.-L. David.

Mapa do Império Napoleónico (1804-1815)

• A afirmação do poder pessoal e autoritário de Napoleão culmina na sua coroação como


imperador dos Franceses, a 2 de dezembro de 1804.
O triunfo da Revolução Burguesa - O Império napoleónico

Mapa do Império Napoleónico (1804-1815)

• O império napoleónico vigora até 1815, tendo o domínio da França sido levado a praticamente
toda a Europa.
IMPÉRIO (1804-1815)
Napoleão Bonaparte - Imperador

Europa Napoleónica

•Conquistas militares
•Derrotas e abdicação de Napoleão

Napoleão no trono imperial, quadro de Dominique


Ingres, 1806
Conclusão

• A Revolução Francesa provocou transformações políticas, sociais e


económicas que alteram profundamente a vida dos homens e das
instituições.
• A Revolução Francesa foi também importante pelas influências que
exerceu:
 na França;
 nos países do Ocidente;
 em quase todo o Mundo (revoluções liberais e
movimentos autónomos).

a Revolução Francesa adquiriu um carácter universalista.


O carácter universalista das transformações operadas
pela Revolução Francesa reside essencialmente nos seguintes
aspetos:

√ o princípio da soberania popular, que deu origem aos regimes democrático


– representativos (assente nas eleições e no poder do voto);

√ o princípio da separação dos poderes;

√ do ponto de vista económico, defenderam uma economia de mercado que


defendia a livre concorrência sem privilégios nem monopólios;

√ o princípio da igualdade dos direitos (fim dos privilégios por condição de


nascimento);

√ o princípio de liberdade individual, de trabalho e de atividade económica;

√ o código civil de Napoleão (1804) influenciou o direito em quase toda a


Europa, até aos nossos dias.
Tópicos de resposta
1.Localize no tempo as etapas da Revolução Francesa
Monarquia Constitucional (1789-1792); República Popular e Jacobina (1792-1794); Diretório (1795-1799) e Consulado (1799-1804).

2. Enuncie quatro causas que estiveram na origem da Revolução Francesa.


Permanência de uma sociedade de ordens de Antigo Regime (miséria do campesinato, insatisfação da burguesia); difícil
conjuntura económico-financeira (crises de fome, crise na indústria, défice das finanças); inoperância do poder político para
solucionar a crise; agravamento das tensões sociais (falta de colaboração da nobreza e do clero para abdicarem de privilégios).

3. Refira quatro realizações revolucionárias, durante a primeira etapa, que ditaram o fim do Antigo Regime.
Abolição dos direitos e privilégios feudais; aprovação da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão; publicação da
Constituição Civil do Clero; estabelecimento de uma nova organização administrativa e económica; promulgação da Constituição
de 1791 .

4. Diga em que consistiu a radicalização da Revolução a partir de 1792.


A instabilidade política e o clima de desordem agravam-se a partir de 1792, com a ação dos sans-culottes e dos deputados
montanheses da Convenção, que defendem a pena capital para o rei “traidor”, que morre na guilhotina. Segue-se um governo
revolucionário profundamente centralizado e ditatorial, que instaura o terror, apoiado em organismos repressivos (comités e
tribunais revolucionários). Legaliza-se a violência, mediante detenções, julgamentos sumários e execuções diárias, para salvar a
República e a Revolução.

5. Explique o fim da república jacobina.


Os excessos cometidos durante a vigência da República Popular e Jacobina (1793-1794), nomeadamente o período de Terror, e as
rivalidades e desentendimentos entre os chefes republicanos levaram a alta burguesia, descontente com o rumo da revolução, a
instigar um golpe de Estado contra o governo revolucionário, guilhotinando inclusive Robespierre.

6. Indique as linhas de força que nortearam a ação do Diretório.


O Diretório (1795-1799) propunha-se fazer reinar a concórdia e restabelecer a paz civil, reprimindo as fações – fossem as dos
jacobinos ou as dos realistas, eliminando o espírito de vingança e reavivando o patriotismo.

7. Explicite o papel de Napoleão Bonaparte na consolidação da revolução burguesa.


Napoleão consolidou as conquistas burguesas enquanto cônsul (1799-1804) e imperador (1804-1815), através de legislação
favorável aos interesses da burguesia. Destacam-se as medidas de centralização administrativa e judicial, como a nomeação de
juízes e dos funcionários locais e a publicação do Código Civil, a criação de liceus, a instituição da Legião de Honra, a criação do
Banco de França, o fim das perseguições a radicais e realistas e o reatamento das relações com o Vaticano.

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