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Capítulo XV
Nos acontecimentos anteriores ao episódio do Sarau no Teatro da Trindade, Carlos é
informado de um artigo difamador, onde são denunciados o passado de Mª Eduarda e a
relação deles os dois. Carlos exige saber quem o escreveu e descobre que os autores haviam
sido Dâmaso e Eusebiozinho. O Jovem envia Ega e Cruges numa cruzada pela sua honra ou a
vida de Dâmaso, que termina com este a escrever uma carta de desculpas onde afirmava ser
um bêbado. Após ser provocado por Dâmaso, Ega publica a carta no jornal com o intuito de o
humilhar.
Capítulo XVI
O Capítulo XVI da obra “Os Maias” é certamente o mais crucial de toda a história, pois é aquele
onde se dá a ação desencadeadora da tragédia.
Carlos e Ega decidem comparecer ao Sarau no Teatro da Trindade para ouvirem Cruges e
Alencar, que nessa noite iriam marcar presença. Aí, escutam o discurso de Rufino sobre a
família real, a Sonata patética de Cruges e Alencar com a declamação do seu poema, um
exemplo legítimo de realismo, que encanta a audiência com o seu arbítrio sobre o estado
político português.
Ega conhece Guimarães, um de tio de Dâmaso, que mais tarde lhe diz ter um cofre da mãe de
Carlos para entregar à família. No decurso da conversa, Ega descobre que Carlos tem uma irmã
e Guimarães diz tê-los visto numa carruagem com Ega, Carlos e a irmã, Mª Eduarda. Chocado
com o facto perturbante, Ega pede auxílio a Vilaça para divulgar a verdade a Carlos.
Durante o Sarau intervêm personagens de destaque como Rufino, um orador que pregava a
“caridade” e o “progresso”, retratando a encerebração mental daqueles que o ouviam. A sua
eloquência, dominada pela retórica e a impregnação de artificialismos barrocos e
ultrarromânticos traduz a inexistência da sensibilidade literária da época. Cruges, que
representa aqueles que se distinguiam pelo verdadeiro amor à arte e à cultura moderna,
expõe a futilidade das ações célebres e das conversas acríticas do público. A sua atuação não
foi bem recebida pela plateia, o que o transformou no fracasso da noite. Alencar declamou “A
Democracia”, onde o poeta alia a poesia à política numa encenação exuberante, que manifesta
a sua grande emoção por ter escutado “uma voz saída do fundo dos séculos” que o levava a
almejar a República, desejada até então por muitos.
Entre estes três intervenientes, são também mencionadas as personagens de Ega, Carlos, Sr.
Guimarães, Taveira, D. Maria da Cunha, Teles Darque, Prata, Condessa e Conde de Gouvarinho
e, por fim, o Marquês.
Capítulo XVII
Posteriormente ao episódio anterior, Vilaça e Ega contam a verdade a Carlos, que
desacreditado procura o avô na esperança de que lhe desminta tal história, no entanto não
será esse o caso. Afonso da Maia confia ainda a Ega estar a par do caso entre Carlos e Mª
Eduarda e ao ter conhecimento de que o neto continua a encontrar-se com a jovem, mesmo
depois de saber que eram irmãos, o velho morre desgostoso. Carlos lacrimoso e desolado,
culpa-se a si mesmo pela morte do avô e após o enterro, parte para Sta. Olávia. Num ato de
cobardia, pede a Ega que conte tudo a Mª Eduarda.