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Observação x Vivência.
Representação dos corpos negros no
romance de Maria Firmina dos Reis:
Declaração marcada pelo posicionamento de rejeição a uma
sociedade que depreciava escritoras mulheres e tanto mais
negras.
Sei que pouco vale este romance, porque escrito por uma mulher, e
mulher brasileira, de educação acanhada e sem o trato e a
conservação dos homens ilustrados, que aconselham, que discutem e
que corrigem, com uma instrução misérrima, apenas conhecendo a
língua de seus pais, e pouco lida, o seu cabedal intelectual é quase
nulo. (REIS, 2018, p.1)
Representação dos corpos negros no
romance de Maria Firmina dos Reis:
O enredo com grandes personalidades de cor negra e que
representam uma visão totalmente contrária a imagem veiculada
pelos romances já vistos.
“A voz de minha bisavó ecoou criança nos porões do navio.” (EVARISTO, Vozes-Mulheres, v. 1-3)
Meteram-me a mim e a mais trezentos companheiros de infortúnio e de cativeiro
no estreito e infecto porão de um navio. Trinta dias de cruéis tormentos e de falta
absoluta de tudo quanto é mais necessário à vida, passamos nessa sepultura até que
abordamos às praias brasileiras. (REIS, 2020, p. 84)
A realidade escravocrata em “Úrsula” e no Brasil
“Pós-abolição”: Será mesmo que tivemos uma segunda
independência?
“Os míseros escravos gemeram de ódio e de dor; mas nem
a mais leve exprobração, nem um sinal de justa indignação
se lhes pintou no rosto. Eram escravos, estavam sujeitos
aos caprichos de seu bárbaro senhor.” (REIS, 2020, p. 132)
A realidade escravocrata em “Úrsula” e no Brasil
“Pós-abolição”: Será mesmo que tivemos uma segunda
independência?
Ainda as casas dos escravos, que outrora tinham sido de um aspecto agradável,
tapadas de barro e cobertas de telha, hoje mal representavam esse singelo asseio
de outras eras. Já arruinadas, desmoronavam-se aqui e ali; porque os
desgraçados escravos do comendador, espectros ambulantes, não dispunham de
uma só hora no dia, que pudessem dedicar em benefício de suas moradas; à noite
trabalhavam ordinariamente até o primeiro cantar do galo. Esfaimados, seminus,
espancados cruelmente, suspiravam pelas duas ou três horas de sono fatigado,
que lhes concedia a dureza de seu senhor. (REIS, 2020, p. 122.)
Os teóricos da contemporaneidade: Luiz Silva, mais
conhecido como Cuti.
No livro “Literatura Negro-Brasileira", Cuti destaca a aparição de
elementos culturais de origem africana, relacionando-os a
características relativas coletivamente ao sujeito étnico do discurso.
No entanto, ele enfatiza que ainda há um destaque para o que é
produzido por um branco, minimizando tudo aquilo vindo do negro-
brasileiro. Diante disso, ele apresenta a seguinte percepção de como
ocorre esse combate dentro de uma produção com autoria negra:
Uma das formas que o autor negro-brasileiro emprega em seus textos
para romper com o preconceito existente na produção textual de
autores brancos é fazer do próprio preconceito e da discriminação
racial temas de suas obras, apontando-lhes as contradições e as
consequências. Ao realizar tal tarefa, demarca o ponto diferenciado de
emanação do discurso, o “lugar” de onde fala. (2010, p. 25)
No seu ponto de vista, com relação às
discussões das relações étnico-raciais,
qual é a relevância da obra literária
"Úrsula" (1857) no contexto político-
histórico atual?
Ouça a canção, a fim de refletir sobre a pergunta proposta:
https://youtu.be/9weFwVkBCWY
-histórico atual?
Obrigado por
escutar