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Brasileira
June 14, 2016Luisa Bertrami D'AngeloArtes, Conto, Crônica, Destaque, Listas, Matérias
Literárias, Poesia, Romance
Cada vez mais nós, mulheres, ocupamos os espaços: a rua, a política, a literatura… com
os avanços e a luta por direitos iguais entre homens e mulheres, vemos hoje um mundo
muito maior e com mais possibilidades para as mulheres – ainda que haja muito, muito a
ser feito para que realmente possamos falar em igualdade de direitos. Na literatura, as
mulheres vêm lutando pelo fim da hegemonia do masculino há muito tempo. Algumas, nós
conhecemos muito bem: Clarice Lispector, Lygia Fagundes Telles, Adélia Prado. Outras,
como Ana Cristina Cesar ou Hilda Hilst, por mais que tenham menos destaque na boca do
povo ainda se configuram como escritoras inseridas nos cânones da literatura –
certamente como escritoras marginais, mas ainda assim, reconhecidas.
A mineira Maura Lopes Cançado publicou, na década de 60, seus dois únicos livros: O
Hospício É Deus (1965) e O Sofredor do Ver (1968). Desde criança gostava de contar
histórias. Conhecida pela comunidade literária carioca, Maura era tida como uma
promessa de grande sucesso. Diagnosticada com esquizofrenia, ela passou por várias
instituições de internação, e após matar uma outra paciente em uma delas, foi acusada de
homicídio e internada em manicômio judiciário. Assim, foi deixada no esquecimento. Após
sua libertação, não voltou a escrever.
“Não dão ao louco nem o direito de ser louco. Por que ninguém castiga o
tuberculoso, quando é vítima de uma hemoptise e vomita sangue? Por que os
‘castigos’ aplicados ao doente mental quando ele se mostra sem razão?”
“Nós, mulheres despojadas, sem ontem nem amanhã, tão livres que nos despimos
quando queremos. Ou rasgamos os vestidos (o que dá ainda um certo prazer). Ou
mordemos. Ou cantamos, alto e reto, quando tudo parece tragado, perdido. (…)
Nós, mulheres soltas, que rimos doidas por trás das grades — em excesso de
liberdade. (…)”
Nascida no Rio de Janeiro, Albertina Bertha aprendeu língua, estética e filosofia. Foi
colaboradora de diversos jornais, entre eles a revista feminina Panóplia. Foi integrante da
Academia de Letras de Manaus. Ressalta-se o posicionamento feminista da autora e de
suas obras. Defensora do voto feminino e da criação de uma Academia Feminina de
Letras, foi uma dura crítica à hegemonia masculina na literatura. Seu primeiro
romance, Exaltação, aponta para a hipocrisia da sociedade da época e chama a atenção
pelo teor erótico. Ainda que aclamado pela crítica da época, a obra e a autora caíram em
esquecimento; há alguns anos, porém, pesquisadores especialmente do Sul do país têm
buscado trazer à tona novamente este grande nome de nossa literatura.
Senhor Deus! quando calará no peito do homem a tua sublime máxima – ama a
teu próximo como a ti mesmo – e deixará de oprimir com tão repreensível
injustiça ao seu semelhante!… a aquele que também era livre no seu país…
aquele que é seu irmão?! E o mísero sofria; porque era escravo, e a escravidão
não lhe embrutecera a alma; porque os sentimentos generosos, que Deus lhe
implantou no coração, permaneciam intactos, e puros como sua alma. Era infeliz;
mas era virtuoso; e por isso seu coração enterneceu-se em presença da dolorosa
cena, que se lhe ofereceu à vista. (Maria Firmina dos Reis)
Nísia Floresta foi uma escritora, educadora e poeta brasileira. É considera pioneira do
feminismo no Brasil e tematiza, em suas escritas, a ruptura entre público e privado. Seu
livro Direitos das mulheres e injustiça dos homens é o primeiro a falar sobre o direitos das
mulheres à educação e ao trabalho.
Se cada homem, em particular, fosse obrigado a declarar o que sente a respeito
de nosso sexo, encontraríamos todos de acordo em dizer que nós nascemos para
seu uso, que não somos próprias senão para procriar e nutrir nossos filhos na
infância, reger uma casa, servir, obedecer e aprazer aos nossos amos, isto é, a
eles homens. (…) Por que [os homens] se interessam em nos separar das ciências
a que temos tanto direito como eles, senão pelo temor de que partilhemos com
eles, ou mesmo os excedamos na administração dos cargos públicos, que quase
sempre tão vergonhosamente desempenham? (Nísia Floresta)
(Narcisa Amália)
(Gilka Machado)
Tudo
será difícil de dizer:
a palavra real
nunca é suave.
(…)
Tudo será
capaz de ferir. Será
agressivamente real.
Tão real que nos despedaça.
(Orides Fontela)
[Informações foram retiradas da internet e, principalmente, do site HomoLiteratus, na
matéria “7 autoras esquecidas da literatura brasileira”]