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Escola Básica e Secundária Helena Cidade Moura

"Os Maias" - O subtítulo: "Episódios da


vida Romântica"

Trabalho realizado por: Gabriela Negroni, Kristina Domentean, Margarida


Santos e Melissa Pestana.
Nº: 3, 9, 10, 14.
Ano/urma: 11ºB
Disciplina: Português
Professor: Luís Pedro Paula
Ano Letivo: 2022/2023
Introdução

O subtítulo do romance "Os Maias" de Eça de Queirós é "Episódios da


Vida Romântica". Este subtítulo é importante para entender a temática geral da
obra e o contexto histórico-literário em que ela foi escrita.
O período em que Eça de Queirós escreveu "Os Maias" foi marcado pelo
Romantismo, um movimento literário que valorizava a emoção, a subjetividade,
o sentimento de liberdade e a exaltação da natureza. No entanto, "Os Maias"
não é uma obra estritamente romântica, mas sim uma crítica à sociedade
portuguesa do final do século XIX, que, apesar de estar num momento de
modernização e progresso, ainda mantinha um conservadorismo anacrônico.
Assim, o subtítulo "Episódios da Vida Romântica" tem uma dupla função: por
um lado, indica que a obra é um retrato da vida dos personagens principais,
Carlos da Maia e Maria Eduarda, que vivem uma paixão intensa e idealizada,
característica do romantismo; por outro lado, sugere que a obra é uma crítica
ao idealismo romântico e aos valores ultrapassados da sociedade portuguesa
da época.
Em conclusão, o subtítulo "Episódios da Vida Romântica" é uma maneira
de Eça de Queirós indicar que a obra é, ao mesmo tempo, uma história de
amor e uma crítica social, que revela os problemas e contradições de uma
época marcada pela transição do século XIX para o XX.

Análise do episódio Jornal A Tarde

O episódio "Jornal A tarde" é um dos momentos mais importantes do


romance e é uma crítica à imprensa portuguesa e à falta de ética jornalística da
época.
Neste episódio, a personagem João da Ega é contratada como redator-
chefe do jornal A Tarde”, um deputado que se preocupa mais com a venda de
exemplares do que com a veracidade e a qualidade das informações que
pública.
Eça de Queirós critica a falta de ética da imprensa portuguesa da época,
mostrando como os jornais se preocupavam mais com o sensacionalismo e
com a venda de exemplares do que com a verdade dos factos. Ele critica a
falta de rigor e de credibilidade dos jornalistas, que muitas vezes publicavam
informações falsas ou deturpadas apenas para atrair a atenção dos leitores.
O autor também faz uma crítica à cultura e à literatura portuguesa, para
mostrar como a imprensa e a literatura eram muitas vezes manipuladas para
servir aos interesses políticos e econômicos da elite. Ele mostra como os
jornais eram controlados pelos partidos políticos e pelos grupos de poder, e
como a literatura era muitas vezes utilizada como um instrumento de
propaganda.
Eça de Queirós também critica a superficialidade e a falta de
compromisso dos jornalistas com a verdade dos factos. Ele mostra como a
maioria dos jornalistas se preocupavam apenas com a notícia do momento,
sem se importarem com a profundidade ou com a relevância dos assuntos
tratados.
Em resumo, o episódio "Jornal A Tarde" é uma crítica clara à imprensa
portuguesa do final do século XIX, mostrando a falta de ética, de credibilidade e
de compromisso com a verdade dos factos. Eça de Queirós denuncia a
manipulação da cultura e da literatura pelos interesses políticos e econômicos
da elite, mostrando como a imprensa e a literatura eram utilizadas como
instrumentos de propaganda e de controle da sociedade.

Análise do episódio Sarau no Teatro da Trindade

O episódio "Sarau no teatro da Trindade" é muito relevante à obra,


visto que evidência uma mudança súbita de acontecimentos, e é uma crítica
ao povo português, à sua falta de cultura e ao seu desdém pelos valores
artísticos.
Ega convida Carlos para irem ao Sarau de beneficência aos
sobreviventes das inundações do Tejo, e Cruges iria atuar contribuindo para
o evento.
O sarau literário organizado pela personagem Maria Eduarda, uma
mulher que se preocupa apenas com a aparência e com o status social. No
sarau, os convidados são representantes da nobreza e da burguesia lisboeta.
Eça de Queirós critica a superficialidade desses personagens, que se
preocupam apenas com as aparências e não têm nenhum interesse genuíno
pela arte e pela cultura.
Quando já lá estão, chega ao conhecimento de Ega que também se
encontrava lá o senhor Guimarães (tio de Dâmaso).
Os personagens são retratados como presos a uma visão
ultrapassada da cultura, sem qualquer interesse pela inovação ou pela
experimentação.
Ao fim do evento, Carlos e Ega acabam por separar-se. Enquanto Ega
e Cruges caminhavam, ouviram o senhor Guimarães chamar por Ega.
O senhor Guimarães tinha sido um grande amigo de Maria Monforte,
em Paris, e, antes de sua morte, esta lhe havia confiado um cofre que
continha a informação sobre a verdadeira relação de Carlos da Maia e Maria
Eduarda. Senhor Guimarães sabia que Ega era próximo de Carlos, por isso
pediu que este entregasse o cofre para Carlos ou Maria Eduarda. Contudo,
Ega conseguiu fazer com que o senhor Guimarães lhe contasse oque o cofre
continha, a verdade de Carlos ser irmão e amante de Maria Eduarda. Após
estar ciente da situação decide não alinhar, e prefere contar tudo a Vilaça,
para que este conte a Carlos.
Com a revelação de que Carlos da Maia e Maria Eduarda são irmãos,
podemos perceber que a história se aproxima cada vez mais do desenlace
trágico.
No "Episódio do Sarau no Teatro da Trindade", as críticas incidem sobre
a superficialidade e a ignorância da classe dirigente, a verborreia da oratória
política e a poesia ultrarromântica, mascarada de conotações sociais.
Análise do episódio Passeio Final de Carlos e Ega

O episódio "Passeio final de Carlos e Ega" é uma crítica à sociedade


portuguesa do final do século XIX, retratando o vazio e a decadência da
nobreza.

O passeio final de Carlos e Ega ocorre no último dia do ano, na zona


ribeirinha de Lisboa, e serve como uma metáfora para a inevitabilidade do fim
de uma era. Enquanto caminham pela cidade, os dois amigos conversam sobre
suas vidas e sobre o futuro, refletindo sobre suas ilusões e desilusões.

Eça de Queirós critica a superficialidade e a falta de propósito da


nobreza portuguesa. As personagens, pertencentes à elite, são retratados
como desocupados e fúteis, sem qualquer preocupação com o trabalho ou com
a vida social. Eles são retratados como alheios à realidade da sociedade
portuguesa e ao mesmo tempo arrogantes e preconceituosos em relação às
classes mais baixas.

A crítica de Eça de Queirós também se estende à cultura e à literatura


portuguesa. O autor mostra como a literatura e a arte em Portugal são
consideradas meras formas de entretenimento, sem qualquer propósito ou
valor cultural.

Em resumo, "Passeio final de Carlos e Ega" é uma crítica profunda e


irónica à nobreza e à sociedade portuguesa do final do século XIX, mostrando
a superficialidade, a falta de propósito e a decadência dessa classe social e de
sua cultura.
Como é que os capítulos "Jornal A Tarde", "Sarau no teatro da trindade" e
"Passeio final de Ega e Carlos" se relacionam com a intriga principal dos
"Os Maias"?

Os capítulos "Jornal A Tarde", "Sarau no Teatro da Trindade" e "Passeio


final de Carlos e Ega" se relacionam com a intriga principal dos "Os Maias" de
diferentes maneiras.

A intriga principal dos gira em torno do romance proibido entre Carlos da


Maia e Maria Eduarda, que é impedido pelas convenções sociais da época e
pela pressão da família e amigos de Carlos. Essa história de amor é o fio
condutor do enredo e percorre toda a obra.

O episódio "Jornal A Tarde" relaciona-se com a intriga principal de "Os


Maias" na medida em que revela como a imprensa portuguesa da época era
controlada pelos interesses políticos e económicos da elite, e como ela poderia
ser usada para exercer pressão sobre as pessoas. Isso fica evidente quando
João da Ega, amigo de Carlos da Maia, publica um artigo no jornal a criticar o
comportamento de Carlos. Esta crítica da imprensa ilustra como a opinião
pública e as normas sociais podem ser manipuladas para controlar a vida das
pessoas.

O episódio "Sarau no Teatro da Trindade" também se relaciona com a


intriga principal dos "Os Maias" ao apresentar a elite portuguesa como
superficial e ignorante, incapaz de apreciar a verdadeira beleza da literatura e
da música. Isso é representado pelo comportamento das personagens, que se
preocupam mais com o estado social do que com a cultura em si. Este
comportamento é um obstáculo para a realização do romance entre Carlos e
Maria Eduarda, já que a sociedade não aprova o relacionamento entre eles.

Por fim, o episódio "Passeio final de Carlos e Ega" relaciona-se com a


intriga principal de "Os Maias" ao apresentar uma crítica profunda à sociedade
portuguesa como um todo, mostrando como ela é incapaz de enfrentar os
desafios do mundo moderno e como está presa a uma visão ultrapassada da
cultura e da sociedade. Essa crítica é um obstáculo para a realização do
romance entre Carlos e Maria Eduarda, já que a sociedade não aceita a união
entre pessoas de diferentes classes sociais.

Em suma, os capítulos "Jornal A Tarde", "Sarau no Teatro da Trindade" e


"Passeio final de Carlos e Ega" se relacionam com a intriga principal dos
"Maias" ao mostrar como as pressões sociais e culturais podem impedir a
realização do amor entre Carlos e Maria Eduarda.

Bibliografia
https://osmaias.blogs.sapo.pt/
http://auladaproflis.blogspot.com/2012/04/os-maias-os-jornais-corneta-do-diabo-
e.html
https://auladaproflis.blogspot.com/search?q=Sarau+no+Teatro+da+Trindade
https://auladaproflis.blogspot.com/search?q=Passeio+Final+de+Carlos+e+Ega
https://osmaias.blogs.sapo.pt/
A Turma Do Contra!: Resumo do capítulo XVIII d'Os Maias
(aturmadocontra11l3.blogspot.com)

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