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Hoje
vamos apresentar detalhadamente o jantar no Hotel Central (cap. VI).
Mariana:
João da Ega é o personagem que mais intervém neste episódio. Fortíssimo defensor
da ideologia Realista/Naturalista. Exagera nos argumentos que utiliza para defender
as suas ideias revolucionárias. As atitudes de Ega face aos temas criticados
traduzem uma vontade de inovar o país e de o tornar melhor para as gerações
futuras.
Beatriz:
Durante a estadia no hotel, Carlos recebe a visita do seu amigo, João da Ega, que
traz consigo notícias sobre a situação política do país e discute com ele sobre
literatura e arte. Ega também revela a Carlos a verdade sobre a relação entre Maria
Eduarda e Dâmaso Salcede, o que desencadeia uma crise no relacionamento do
casal. Outro tema discutido são as finanças e a economia do país. Este assunto
espelha a crise financeira que o país passava nesta época (séc.XII). Eça descreve-o
de forma irónica através de Cohen, o representante das Finanças ao afirmar que os
“empréstimos em Portugal constituíam uma das fontes de receita, tão regular, tão
indispensável, tão sabida como o imposto”, aliás era «cobrar o imposto» e «fazer o
empréstimo» a única ocupação dos ministérios. Desta forma concordavam que
assim o país ia “alegremente e lindamente para a bancarrota”. No entanto, Ega não
aceitará baixar os braços e logo dará a solução revolucionária para o problema de
finanças que o país atravessava – a invasão espanhola!
Beatriz:
Outros personagens, como o político João da Ega e o crítico literário Vilaça, também
têm opiniões diferentes sobre arte e política. Ega é um republicano que defende
ideias progressistas e acredita que a arte deve ser uma forma de expressão política
e socialmente engajada. Vilaça, por outro lado, é um crítico literário conservador que
valoriza a forma sobre o conteúdo e acredita que a arte deve ser avaliada apenas
por seus aspectos estilísticos.
O episódio "Jantar no Hotel Central" em "Os Maias" de Eça de Queiroz tem uma
intenção crítica explícita em relação à elite portuguesa do final do século XIX. Neste
episódio, Eça retrata uma reunião social da alta sociedade num hotel luxuoso em
Lisboa, onde os personagens discutem frivolidades e fofocas, enquanto ignoram
completamente os problemas reais do país e da população.
Em resumo, o episódio "Jantar no Hotel Central" tem uma intenção crítica clara de
expor as falhas da elite portuguesa do final do século XIX, destacando sua falta de
preocupação com os problemas reais do país e sua adoração cega por tudo o que é
estrangeiro.
Tiago:
Além disso, o episódio do jantar no Hotel Central também levanta questões sobre a
importância do indivíduo e da liberdade pessoal numa sociedade que valoriza muito
as convenções sociais e as expectativas da comunidade. Isso ainda é um problema
atual em muitos países, onde a pressão social pode limitar a capacidade das
pessoas de expressarem sua individualidade e seguirem seus próprios caminhos na
vida.
Portanto, a obra de Eça de Queiroz continua atual nos dias de hoje porque muitos
dos problemas que ele destacou ainda são relevantes e importantes para a
sociedade contemporânea.