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Apresentação de diferentes
conceções sobre a arte e a literatura
Economia Política
«Carlos não
O País produz pouco Irresponsabilidade entendia de finanças:
e não gera riqueza suficiente. e despreocupação mas parecia-lhe que,
desse modo, o país
O Estado só pode das classes
ia alegremente
aumentar impostos. dirigentes.
e lindamente para
O Estado está endividado, e o Falta de empenho a bancarrota.»
Os participantes O espaço
Os portugueses não conseguem
Num grande silêncio Tribuna real forrada como organizar devidamente um
e numa «pasmaceira uma mesa de repartição.
acontecimento importante
tristonha», com Tribunas que se
roupa inadequada assemelham a palanques
para a ocasião. de arraial. Requinte e elegância
Os jóqueis não têm Uma tribuna por pintar, artificiais
desportivismo. mostrando as fendas.
Intencionalidade crítica
• Mostrar a necessidade de imitar os estrangeiros
(franceses e ingleses) e os seus comportamentos;
• Criticar a mentalidade e os comportamentos da alta
sociedade lisboeta que evidencia uma contradição
entre o “ser” e o “parecer”.
Fotogramas do filme Os Maias, realizado
por João Botelho, em 2014, com produção da Ar de Filmes.
O jantar dos Gouvarinho (Capítulo XII).
• O jantar do Conde de Gouvarinho foi oferecido a Carlos,
propiciando a reunião de diferentes elementos da alta
burguesia e da aristocracia portuguesa.
• Neste jantar, os temas discutidos são, novamente,
denunciadores do estado intelectual decadente do país,
bem como da inequívoca falta de valores sociais: a
educação das mulheres, a falta de cultura e de
inteligência de personagens como Sousa Neto, ligado ao
poder político, e do próprio conde de Gouvarinho, que
aparece associado a comentários que denotam a sua
pouca cultura e incompetência política.
• Pretende-se reunir a sociedade pensante, a elite política
e intelectual.
A conversa, durante o jantar, toca múltiplos assuntos.
• a “estreiteza” de pontos de vista do Conde de Gouvarinho:
- p. 388 – “A condessa…tanta relaxação...”.
- p. 390 – “País de grande prosperidade…excessivamente instruído”.
- p. 391 – “- Está claro…Não lhe parece, Maia?”.
• a opinião desajustada sobre as mulheres e a ignorância e a falta de
inteligência de Sousa Neto - diálogo com Ega sobre as supostas teorias de
Proudhon sobre o amor e sobre a literatura em Inglaterra. Além disso, refere-
se a incompetência dos políticos (o conde de Gouvarinho já tinha passado
por vários ministérios; Sousa Neto era oficial superior da Instituição Pública,
mas nunca tinha ouvido falar de Proudhon e punha em causa a existência de
“literatura amena” em Inglaterra).
- p. 393 – “- Talento robusto…Teresa?”.
- p. 394 – “- Ah! – gritou de repente o conde…era isto”.
- pp. 397-402 – “E de repente…Da Instrução Pública!”.
Intencionalidade Crítica
• Caricaturar a lata burguesia e a aristocracia (Sousa
Neto representa a alta administração pública e
Gouvarinho os políticos – ambos se revelam
ignorantes e néscios).
• Evidenciar a falta de reflexão, o caráter
conservador, racista e machista das opiniões sobre
determinados assuntos, como a educação da
mulher e o desenvolvimento dos povos africanos.
III. A corneta do Diabo e A tarde
(Capítulo xv).
• Os episódios da “Corneta do Diabo” e da redação do
jornal “A Tarde” são situações que denunciam um
jornalismo corrupto, parcial, comprometido com
apadrinhamentos políticos. A mediocridade ressalta
quando se constata que os artigos publicados versam,
essencialmente, assuntos sensacionalistas e
degradantes da sociedade portuguesa.
• Pretende-se denunciar a falta de isenção da imprensa
ao permitir a publicação de insultos, acusações e
“justificações” entre Dâmaso e Carlos da Maia.
“A Corneta do Diabo”
• Destaca-se o jornalismo corrupto e desprovido de ética - os jornalistas deixavam-
se corromper, motivados por interesses económicos (é o caso de Palma Cavalão,
do Jornal A Corneta do Diabo);
• A apetência pelos assuntos “escabrosos” e o sensacionalismo jornalístico: Carlos
dirige-se, com Ega, a este jornal, que publicara uma carta, escrita por Dâmaso
Salcede, insultando e expondo, em termos degradantes, a sua relação amorosa
com Maria Eduarda. Palma Cavalão revela o nome do autor da carta e mostra aos
dois amigos o original, escrito pela letra de Dâmaso Salcede, a troco de “cem mil
réis”:
- pp. 530 - 534 – “Inquieto Carlos…tanta incerteza e tanto tormento”.
- pp. 538-539 – “- Mas então, Dâmaso…pálido e parando”.
- p. 540 – “- Vamos ao ponto essencial… «Corneta»?”
- pp. 541-542 – “Palma, com a cabeça baixa…está aí a arrefecer!”.
- p. 544 – “Carlos já esboçara…contava com Ega”.
- p. 556 – “- Assim nunca acabamos, Dâmaso…mão aos sapatos”.
III. A corneta do Diabo e A tarde (Capítulo XV)
A corneta do Diabo
Homem sem carácter,
hipócrita e bajulador
Dirigido por Palma «Cavalão»,
publica um artigo em que
Crítica ao jornalismo de má qualidade
Carlos e Maria Eduarda
e de pendor sensacionalista, que
são difamados
se dedica a assuntos mesquinhos,
como a divulgação de mexericos
Artigo encomendado
e a difamação de figuras da sociedade
por Dâmaso
“A Tarde”
• Os jornais evidenciavam uma parcialidade comprometedora,
originada por motivos políticos (é o caso de Neves, diretor do
Jornal A Tarde);
• Os compadrios políticos: Neves, o diretor do jornal A Tarde,
acede a publicar a carta em que Dâmaso Salcede se confessa
embriagado quando a redigiu, mencionando a relação de
Carlos e de Maria Eduarda; Neves publica a carta ao concluir
que, afinal, não se tratava do seu amigo político Dâmaso
Guedes, o que o teria levado a rejeitar essa divulgação.
- pp. 571-573 – “Ao ver o Ega…d’«A Tarde»”.
- pp. 575-580 – “- Nada!…publicação da carta”.
- p. 581 – “Mas dias depois…amáveis palavras”.
III. A corneta do Diabo e A tarde (Capítulo XV)
A tarde
Representa
o jornalismo tendencioso
e parcial
Intencionalidade crítica
«estátua triste
de Camões»
Símbolo
da glória perdida