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A corrida de cavalos
É uma sátira ao desejo de imitar o que se faz no estrangeiro, por um esforço de cosmopolitismo, e ao
provincianismo do acontecimento. As corridas de cavalos permitem apreciar de forma irónica e
caricatural uma sociedade que vive de aparências.
O comportamento da assistência feminina é naturalmente caricaturado. A conformidade do vestuário à
ocasião parece não ser a melhor e acaba por traduzir a falta de gosto e, sobretudo, o ridículo de uma
situação que se pretende requintada sem o ser.
As corridas servem, para Eça, criticar a mentalidade e o comportamento da alta burguesia:
- O aborrecimento, motivado pelo facto de as pessoas não revelarem qualquer interesse pelo evento.
- A desordem, originada pelo jóquei que montava o cavalo "Júpiter" e que insultava Mendonça, o juiz
das corridas, pois considerava ter perdido injustamente em detrimento do Pinheiro, que montara o
escocês e que obtivera a vitória por ser íntimo de Mendonça. Tomava-se partido, havia insultos, até que
Vargas resolveu com um encontrão para os lados desafiar o jóquei – foi, então, que se ouviu uma série
de expressões como "Morra" e "Ordem", se viram chapéus pelo ar, se ouviam baques surdos de murros.