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Apresentação oral de Português- Cap XVI

Bom dia a todos, hoje vamos apresentar-vos o capítulo XVI da obra “Os Maias”. Vamos fazer o
género de uma inversão do que os nossos colegas têm feito começando por vos mostrar a
capa de revista que elaboramos à cerca deste capítulo da obra e, assim, também ficam a ter
uma ideia do assunto que iremos elaborar e aprofundar de seguida.

(ler os principais temas deste capítulo na capa de revista)

Neste capítulo é nos apresentado o Sarau no Teatro da Trindade, isto é, um evento cultural ou
musical onde se expressam ou se manifestam artisticamente. Este sarau foi promovido pela
rainha, e destinava-se a ajudar as vítimas das cheias do Ribatejo, reunir as classes com mais
destaque na sociedade, criticar o ultra-romantismo que encharcava o público e contrastar a
festa coma tragédia.

Este capítulo inicia-se com o jantar de Carlos e Ega em casa de Maria. No fim do jantar, Ega
insiste para Carlos ir ao sarau e este acaba por aceitar devido a Cruges ser um dos atuantes.
Quem também atuara era Alencar. No sarau ouvem também o discurso de Rufino sobre a
caridade e a família real que estava ausente e Ega conhece o Sr. Guimarães, o tio de Dâmaso
que vivia em Paris e trabalhava num jornal. Passado algumas atuações, aborrecidos, foram
para o botequim. Neste sítio, por intermédio de Alencar, o Sr. Guimarães tinha mostrado
vontade de falar com Ega, porque tinha-se sentido ofendido com as acusações do sobrinho, na
carta onde referia que tinha uma tendência hereditária para se entregar à bebida. Durante a
conversa consideraram Dâmaso mentiroso e, portanto, foi tudo esclarecido e os dois ficaram
amigos. De seguida Cruges toca mas é um fiasco, devido a ninguém admirar o seu talento.
Carlos ainda assiste à récita de Alencar que declama o poema “Democracia” e encanta a sala.
Mais tarde, quando João se ia embora, Sr. Guimarães aparece dizendo-lhe que tem um cofre
da mãe de Carlos para entregar à família, que esta lhe tinha pedido antes de morrer. No meio
da conversa, Ega descobre que Carlos tem uma irmã e o Sr. Guimarães diz tê-los visto aos três
numa carruagem: Ega, Carlos e a irmã Maria Eduarda. Posteriormente, o Sr. Guimarães conta a
Ega o passado de Maria Monforte, inclusive a mentira que que ela dissera a Maria Eduarda
sobre o seu pai, e diz que Maria é filha de Pedro da Maia. Fala também da fuga da Maria
Monforte com Tancredo, da filha que eles tiveram e morrera em Londres e, depois, da
educação de Maria Eduarda no convento. Sr. Guimarães entrega o cofre a Ega, que, chocado
com a verdade, decide pedir ajuda a Vilaça para contar tudo a Carlos.

O ponto fulcral ou culminante deste capítulo é, quando surge, de maneira tragédia clássica,
uma situação que contribui para a mudança súbita dos acontecimentos, o encontro entre João
da Ega com Sr. Guimarães depois do sarau. Este encontro proporciona a entrega do cofre com
documentos da mãe de Carlos, que foi confiado ao Sr. Guimarães.

Existe um contraste evidente dos acontecimentos antes e depois do sarau. Antes do sarau
havia estabilidade, os conflitos anteriores estavam resolvidos, todos os segredos haviam sido
revelados e existia concordância e paz perante a relação de Carlos e Maria Eduarda. Depois do
sarau, assistimos a uma rutura dessa estabilidade devido ao parentesco revelado e quando
Guimarães conta a Ega que Maria é irmã de Carlos inicia-se o processo de reconhecimento /
Anagnórise, que vai culminar quando Carlos, Ega e Afonso analisam todos os documentos que
o cofre contém.

João da Ega é um amigo íntimo de Carlos, desde os tempos de Coimbra e é aquele que nos
momentos mais difíceis e mais dolorosos da vida de Carlos o ampara e ajuda, não só em
termos psicológicos mas também na resolução dos problemas práticos. Ega é o primeiro a
conhecer a verdadeira identidade de Maria Eduarda. Ega é, de igual modo, o símbolo da pura
irreverência, do sarcasmo, da ironia, da crítica pela crítica, do prazer de chocar e de
questionar, mostrando-se, muitas vezes, contraditório nas suas opiniões, tais como, literatura,
educação da mulher, política, escravatura, entre outros. Gosta, por isso, de ser notado e de
fazer por tal nos círculos que frequenta. Comprovamos esta caracterização no excerto “Mas, a
esta ideia de incesto… até ao fim do capítulo.

Eça de Queirós faz uma crítica à sociedade lisboeta, crítica comum em todo o romance e
também à ausência de espírito crítico, a falta de saber estar, a sua hipocrisia, a superficialidade
e ignorância da classe dirigente. O público é composto por pessoas de elevado estrato social,
apresentam um desinteresse geral pelo conceito de sarau, utilizam o evento como uma
oportunidade para aparecer, têm uma educação aparente e acabam por se revelar pouco
cultos, perante o discurso dos oradores.

Neste capítulo podemos identificar 2 momentos essenciais de uma tragédia: a peripécia,


mutação súbita dos acontecimentos, verificada com as revelações de Guimarães a Ega sobre a
identidade de Maria Eduarda e a Agnórise ou reconhecimento, relevação de um dado novo,
este reconhecimento é acarretado pelas revelações de Guimarães, muda as relações entre
Carlos e Maria Eduarda em relações incestuosas.

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