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A Revolução Francesa 1

Escola Camilo Castelo Branco

A Revoluçã o Francesa
1789/1799

Unidade Curricular: História A

Docente: Professor Nuno Miguel Gomes de Sousa;

Discentes: Duarte Caro 12 ; Leonor Gouveia 18;

Escola Secundária Camilo Castelo Branco

Curso de Línguas e Humanidades 11º H;

Ano letivo: 2021/22


A Revolução Francesa 2

Índice:

 Os Antecedentes da Revolução Francesa: causas da revolução em França. ----- 3

 A desagregação da ordem social do Antigo Regime ---------------------------- 4

 A tomada da Bastilha;------------------------------------------------------------- 4

 O “Grande Medo” e suas consequências; ---------------------------------------- 5

 Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão; ------------------------------ 5

 Constituição Civil do Clero; -------------------------------------------------------- 5

 O fim das corporações; ------------------------------------------------------------ 6

 A Constituição de 1971 (Monarquia Constitucional) e a influência iluminista;--- 6

 A Queda da Monarquia: o assassinato de Luís XVI; ------------------------------ 6

Os Antecedentes da Revolução Francesa:


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A revolução francesa significou uma profunda transformação, em termos


políticos, sociais e económicos, pôs fim à monarquia absoluta, instaurando primeiro
uma monarquia constitucional, seguida de uma República, aboliu o Antigo Regime, e
com ele os direitos senhoriais e os privilégios das sociedades de ordens.

Com esta surgiu um novo modelo de sociedade, onde todos passaram a ser
cidadãos livres, e iguais perante a lei, com base na soberania popular, com
representantes eleitos por estes em representação dos seus interesses.

Todo este processo de transformação foi complexo e dele resultou a nova


ordem sociopolítica: o Liberalismo.

Causas da revolução em França.

 Situação Social: O regime assentava sobre uma monarquia absoluta de direito


divino e uma sociedade de ordens.

Nesta 2% da população era constituía pelo “primeiro e segundo estado” –


Nobreza e Clero que não pagavam impostos e detinham 50% do solo francês. Eram
beneficiários de prerrogativas senhoriais, cargos políticos, militares, administrativos e
religiosos.

Os restantes 98%, eram os contribuintes, ou como eram designados de “terceiro


estado”, suportavam uma pesada carga fiscal e não possuíam quaisquer direitos
públicos. Camponeses, povo urbano e a burguesia estavam aqui inseridos.

 Influências Iluministas:

O descontentamento das elites burguesas e aristocráticas, que em desacordo


com a monarquia absoluta pretendiam obter uma maior participação administrativa e
para tal a necessidade de promover novas reformas baseadas nas ideias iluministas que
defendiam a rejeição do absolutismo, a defesa dos princípios como a liberdade e a
igualdade, valorização do individuo e a soberania popular e a implementação de um
regime politico assente na divisão tripartida dos poderes do estado.

 Situação económica e financeira:

Os maus anos agrícolas, na década de 70 e 80 trouxeram a miséria e a escassez


de mantimentos. A fome transforma-se, no motor do movimento de revolta popular, e
dando ajuda a uma revolução burguesa.

O fracasso da guerra dos sete anos, levou à perda de inúmeras colónias e por
consequência à quebra do comércio colonial e respectivos tratados internacionais,
levando ao aumento das importações, e aumento do défice da balança comercial.
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A França encontrava-se numa situação de insolvência financeira com um


orçamento deficitário, agravado pela participação em 1778 na guerra da independência
dos Estados Unidos.

Depois do défice financeiro ter sido tornado publico em 1781 pelo ministro
Necker, obrigando ao levantamento de impostos, surge a proposta de uma reforma
administrativa e fiscal, pelo seu sucessor Calonne, pretendendo uniformizar a
tributação comum novo imposto directo sobre todos os proprietários fundiários, não
estando excluídas deste as ordens privilegiadas, visava ainda promover a abolição das
barreiras alfandegárias internas de forma a estimular a economia.

Esta proposta não foi aprovada, mas Brienne, que veio substituir Calonne, veio
novamente apresentar a mesma ideia com algumas alterações, levando a que as classes
privilegiadas (opositoras da reforma), evocassem a necessidade de que o Rei não podia
levantar impostos sem a convocação e consentimento dos Estados Gerais.

Assim o Rei Luís XVI, viu-se obrigado a convocar os Estados Gerais em Maio de
1789 – que vai ser decisiva para o início da revolução.

A desagregação da ordem social do Antigo Regime: A tomada da Bastilha

A convocação dos Estados Gerais gerou várias expectativas por parte da


nobreza que esperava manter os privilégios, e do povo que esperava alterar a sua
situação. Os delegados do terceiro estado propuseram a alteração do tradicional
processo de votação, reivindicando o voto por cabeça e não por ordem, proposta que
foi recusada pelas restantes ordens, pois esta alteração ia contra aos seus interesses e
privilégios, criando assim um impasse.

A 17 de Junho deu-se uma decisão histórica, os deputados do “Terceiro Estado”


proclamam-se “Assembleia Nacional” Afirmam não reconhecer poder superior ao seu,
pelo que todas as decisões caberão a este órgão, decisões estas que caberá ao
monarca executar.

Era o fim da monarquia absoluta e do poder divino, e a nação soberana é a


fonte do poder legislativo e legítimo.

A 20 de Junho, a nova assembleia assume-se como uma Assembleia Nacional


Constituinte (ANC).

A tomada da Bastilha

A 14 de Julho, dá-se o acontecimento mais simbólico da revolução. A guarda


Nacional juntamente com o povo de Paris revoltados com a subida do preço do pão e
com a desconfiança do Rei face à ANC, desencadeia a invasão e tomada da prisão
fortaleza da Bastilha (símbolo da repressão do absolutismo).
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O “Grande Medo” e suas consequências

Em Agosto de 1789 surge por toda a França, movimentos antis senhoriais,


contra os direitos feudais, assumiram maior expressão nas zonas rurais, que a opressão
senhorial era mais sentida. As revoltas traduziram-se em ataques a castelos, fornos,
lagares e moinhos “símbolos do poder senhorial”. Foram de tal maneira impulsivos e
irracionais que ficaram conhecidos como o “grande-medo”.

Na noite de 4 de Agosto, a ANC decretou a abolição dos privilégios feudais,


pondo fim aos alicerces político-sociais do antigo regime.

Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão

A 26 de Agosto de 1789, foi assinada a Declaração dos Direitos do Homem e do


Cidadão que assumiu-se como o texto fundamental da Revolução Francesa, resultado
da necessidade de consagrar por escrito os valores da Liberdade, da Igualdade e da
Propriedade.

Estes princípios iluministas, valorizavam o individuo, e os seus direitos


inalienáveis, e servirá de introdução à Constituição de 1791.

A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, constitui-se como o


documento que, de forma irreversível, atribuiu um novo papel ao Homem.

Constituição Civil do Clero

A 2 de Novembro de 1789, a ANC, decretou o confisco dos bens do Clero,


tornando-os em bens nacionais, com o objetivo de obter mais receitas para equilíbrio
das finanças publicas.

Estas medidas levaram à reestrutura e reforma da Igreja de França, através da


Constituição Civil do Clero, que estabelecia que os membros desta se tornavam
funcionários do Estado, obrigando-os ao juramento de fidelidade à nação e ao Rei, tal
como a eleição dos Bispos foi alterada onde muitos cargos foram suprimidos.

O Papa condenou esta decisão polémica pois a mesma abria caminho à


afirmação do Estado laico, que procurava tornar a igreja independente do poder do
Papa e submete-la ao Estado.
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O fim das Corporações

Em 1791 da lei “le Champelier”, decretou o fim das corporações, cuja


organização e privilégios remontavam à Idade média sendo um entrave à inovação
técnica e à liberdade e iniciativa económica

A Constituição de 1971 (Monarquia Constitucional) e a influência iluminista

Em Setembro de 1791, a França passa a ter um novo regime politico: A


Monarquia Constitucional, em que o Rei jurava fidelidade e submetia-se à Constituição.

A Constituição consagra vários princípios:

 Direitos do Homem e do Cidadão


 Soberania Nacional
 Sufrágio Censitário
 Sistema representativo
 Separação de Poderes

Com a elaboração desta, dissolveu-se a ANC, e convocaram-se as primeiras eleições


para a Primeira Assembleia Legislativa. No entanto ao contrário do que se esperava a
nova Monarquia Constitucional, não trouxe a estabilidade esperada.

A Queda da Monarquia: o assassinato de Luís XVI

As disputas politico-ideológicas entre as várias fações revolucionárias e as


forças contrarrevolucionárias (apoiantes do Rei e do Antigo Regime), tornam emitente
uma guerra civil.

O descontentamento popular, devido à posição hesitante do monarca e a sua


tentativa de fuga frustrada e num contexto de degradação das condições de vida, das
más colheitas desse ano e da inflação crescente o povo de Paris os “sans-cullottes”
organizaram-se e pressionaram para a obtenção de uma maior participação na vida
politica e no sentido da adoção de medidas favoráveis à melhoria das suas condições
de vida.

As tentativas contrarrevolucionárias, provenientes do exterior, por parte dos


emigrados franceses e de outros monarcas que apoiavam o Rei Luis XVI intensificaram
as tensões e levaram à contestação da própria monarquia. Em Julho de 1792, foi
declarado que a “nação estava em perigo” e que se deveria lutar contra as ameaças
internas e externas.

Sobre este manifesto a 10 de Agosto de 1792, ocorre um movimento popular


de invasão da residência real das Tulherias. A família Real foi presa, e os “sans-
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cullottes”, obrigaram que as funções do rei fossem suspensas em definitivo. O poder


executivo deixava de existir e sem ele a monarquia constitucional.

O Rei Luís XVI foi destituído dos seus poderes, julgado por traição, e executado
a 21 de Janeiro de 1793, tal como a Rainha Maria Antonieta.

O período de terror que se viveu nos anos seguintes entre conflitos dentro da
Convenção (que substituía a antiga ANC) entre “montanheses” e “girondinos” durou
até 1795.
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Bibliografia

Fortes, Alexandra, Gomes. Fátima; Fortes, José – “Linhas da História 11” – 2020 – Areal Editores

Coutinho, Paulo Coutinho – “HISTÓRIA A 11ºano” – Coleção resumos- 2012 – Ideias de


ler (porto editora)

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