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Faculdade de História
Campus Itu

O épico e o trágico na História do Haiti


Relatório de apresentação de seminário
Relatório final de atividades

Relatório elaborado pelos alunos: José Luiz Coutinho, Robson Oliosi,


Eduardo Bataglia, Pedro Souza, Luis Reis.
Disciplina: Américas Independentes
Professor (a): Ester

Itu dia 28 de setembro de 2017


Resumo:
Essa grande ilha do Caribe, teve como seus primeiros habitantes, os índios
Arauques ou Tainós e os índios Caraibas. Com a visita de Cristóvão Colombo
em 1492, a ilha começou a ser chamada de Hispaniola. E no fim do século XVI,
quase toda população nativa havia desaparecido, escravizada ou morta pelos
colonizadores. Em 1606, o Rei da Espanha ordenou que todos os habitantes
da ilha fossem transferidos para Santo Domingos, leste da ilha, para evitar a
interação com os piratas. Já em 1697, a parte ocidental da ilha foi cedida à
França pela Espanha, com um tratado, e os franceses começaram a chamar de
São Domingos. Em 1789, era responsável por dois terços do comércio exterior
e o maior mercado individual do tráfico negreiro europeu, a região foi a mais
próspera colônia francesa na América. Em 1790, somavam em torno de 465 mil
escravos, e cerca de 30 mil homens brancos, e alguns milhares de mulatos
alforriados, chamados de forros, quando tinham oportunidades eles
conseguiam enriquecer pelos seus trabalhos, por causa das suas terras, e seus
moinhos.
Possuía uma grande exportação de café, cacau, e principalmente de
açúcar, que era a maior exportadora do mundo. A produção de açúcar de São
Domingos era muito maior que as outras colônias da América Central e do Sul.
Com o começo das revoltas em São Domingos, para a Inglaterra isso era um
ótimo negócio, porque ela queria enfraquecer a França, mais ao mesmo tempo,
ela tinha medo que os países vizinhos, que era suas colônias, também
poderiam começar uma revolta de independência.
François Mackandal era um hougan, uma espécie de sacerdote vodoo,
muito querido pelo povo Haitiano que acreditavam que Mackandal possuía
poderes licantrópicos. Tentou acabar com o domínio dos brancos na colônia
envenenando o sistema de abastecimento de agua, matando centenas de
pessoas e animais. Foi traído por um dos seus, revelando assim o seu
segredo, foi queimado, mas seu corpo nunca foi encontrado.
Toussaint Louverture
Após a revolução francesa de 1789 os ideais de libertação escrava,
liberdade, igualdade e fraternidade se espalham, chegando assim até a colônia
francesa do Haiti. Em 1791 acontece a primeira revolta no Haiti mas vale
lembrar que essa revolta não possuía um líder definido, somente em 1794, três
anos depois, Toussaint Louverture seria o chefe.
Filho de Gaou Guinou um chefe tribal africano transferido como escravo
para são domingos. Gaou foi comprado por um senhor que percebeu suas
qualidades intelectuais e transformou em capataz, lhe concedeu uma esposa e
assim teve 8 filhos, Toussaint foi seu Primogênito. O mesmo senhor percebeu
as qualidades de Toussaint e lhe concedeu alguns privilégios como escravo,
aprendeu a ler, estudou francês e princípios de geometria e desenho com
Pierre Baptiste um velho sábio que morava nessa casa. Dotado de instruções
acima dos escravos Toussaint lidera um exército que derrotou os franceses,
espanhóis e ingleses. Em 1801 Napoleão Bonaparte intervém na rebelião com
o objetivo de debelar o levante dos negros e restabelecer a escravidão.
Bonaparte envia seu cunhado general Leclerc para a colônia de são domingos
e 25 mil soldados fortemente armados, que lutam contra os escravos. Em 1802
Toussaint é capturado e enviado para a França, onde morre um tempo depois
aprisionado e esquecido.

Guillaume Raynal atacou a escravidão na edição 1780 de sua história de


colonização européia. Ele previu também uma revolta de escravos nas colônias
em geral, dizendo que não havia sinais de "tempestade iminente". Era um sinal
de como tinha sido a ação do governo revolucionário francês à concessão de
cidadania às pessoas livres de cor ricas em maio de 1791. Porque os
fazendeiros brancos recusaram-se a dar cumprimento à presente decisão no
prazo de dois meses, eclodiram combates isolados entre os escravos e os
brancos. Isso, somado ao clima tenso entre os escravos e os grands blancs.
A previsão de Raynal se tornou realidade em 22 de agosto de 1791,
quando os escravos de São Domingos se revoltaram e mergulharam a colônia
em uma guerra civil. O sinal para iniciar a revolta foi por Dutty Boukman, um
alto sacerdote do Vodu e líder dos escravos de quilombos, durante uma
cerimônia religiosa em Bois Caiman, na noite de 14 de agosto. Nos dez dias
seguintes, os escravos tinham assumido o controle de toda a Província do
Norte, em uma revolta de escravos sem precedentes. Os brancos mantiveram
o controle de apenas alguns campos fortificados isolados. Os escravos
buscavam vingança contra seus mestres através da "pilhagem, estupro, tortura,
mutilação e morte". Porque os donos das plantações temiam uma revolta como
esta, eles estavam bem armados e preparados para se defenderem. No
entanto, dentro de algumas semanas, o número de escravos que se juntou à
revolta atingiu cerca de 100 mil. Nos dois meses seguintes, a violência
aumentou. Os escravos executaram 4 000 brancos e queimaram ou destruíram
180 engenhos de açúcar e centenas de plantações de café e índigo.
Em 1792, os escravos controlavam um terço da ilha. O sucesso da
rebelião de escravos elegeu uma Assembleia Legislativa na França, que se viu
confrontada com uma situação ameaçadora. Para proteger os interesses
econômicos da França, a Assembleia Legislativa precisou conceder direitos
civis e políticos aos homens livres de cor nas colônias. Em março de 1792, a
Assembleia Legislativa fez exatamente isso. Países da Europa, bem como os
Estados Unidos ficaram chocados com a decisão da Assembleia Legislativa.
Os membros da assembleia estavam determinados a impedir a revolta. Além
da concessão de direitos para as pessoas de cor livres, eles expediram 6
000 soldados franceses à ilha.
Com a independência os escravos se tornam libertos, se viram livres do
trabalho forçado e muitos decidiram se dedicar a um trabalho de subsistência
nas terras em que foram beneficiados devido à reforma agraria, na qual onde
eles plantavam apenas o necessário.
O Haiti após sua independência sofreu um forte embargo econômico,
onde sua antiga metrópole o impedia de comercializar com qualquer outro país.
Isso ajudou a agravar ainda mais sua situação econômica. O Haiti acabou
saindo do mercado mundial do açúcar e sua economia entrou em um
retrocesso.
Com a independência, o nome da antiga colônia francesa foi alterado,
antes era chamada de São Domingos, agora ela passa a ser chamada de Haiti,
uma palavra indígena que significa “Terra de Montanhas”.
O primeiro chefe de estado foi Jean Jacques Dessalines, ele foi um líder
da revolução Haitiana e proclamou a independência do país em 1 de janeiro de
1804. Se alto proclamou Imperador em 1805. Seu governo durou pouco tempo,
foi assassinado em 1806 por seus colaboradores Alexandre Pétion e Henri
Christophe, um dos motivos foi por ele ter tentado restabelecer a economia das
plantações mediante um sistema de trabalho forçado.
O país também foi muito isolado internacionalmente, até mesmo pelos
países Latino Americanos, como por exemplo, quando Simon Bolivar foi exilado
e encontrou refúgio no Haiti, onde recebeu proteção, dinheiro, armas, entre
tanto, Simon Bolivar excluiu o Haiti dos países latino-americanos convidados à
conferência do Panamá em 1826. Esse isolamento acentuou o atraso e
agravou as dificuldades históricas enfrentadas por aquele país.
Além do mais, o Haiti teve uma série de mal governantes em sua história,
como o ditador Papa Doc, cujo seus esquadrões da morte instauraram no país
um regime de terror, assassinatos e corrupção, ele foi sucedido pelo seu filho,
apelidado de Baby Doc, que manteve o mesmo estilo de governo de seu pai,
foi obrigado a sair do país em 1986.
Introdução

Objetivo

O objetivo geral deste relatório é apresentar os temas desenvolvidos no


seminário cujo título é O épico ao trágico na História do Haiti. Essa atividade
envolveu os seguintes temas: Seus primeiros habitantes até o tratado entre
França e Espanha, a colônia mais rica das Américas e o açúcar, François
Mackandal, Toussaint Louvertune e a revolta, independência e seus
problemas. Os quais tiveram como objetivo mostrar o processo de
independência do Haiti e os seus problemas financeiros refletidos até os dias
de hoje.

Organização do trabalho

Este relatório foi organizado em grupo, com os seguintes participantes:


Tema 1- José Luiz Coutinho, que tratou da introdução do seminário. Tema 2-
Robson Oliosi, que tratou da exportação do açúcar. Tema 3- Luiz Reis, que
tratou dos personagens da revolta, François Maekandal e Toussaint
Louverture. Tema 4- Pedro Souza, que tratou das revoltas. Tema 5- Eduardo
Bataglia, que tratou da independência e seus problemas.

MÉTODOS
Para o desenvolvimento do trabalho seguimos os seguintes passos:
Identificar e mostrar características próprias do país em questão, a fim de
explanar as ideias e culturas por meio da própria história de seu povo,
acusando consequências, não tão somente de suas ações, como também as
de outros países envolvidos. A importância dos personagens históricos e a
influência de seus atos na construção da identidade nacional. Reflexão sobre
os rumos sociopolítico de sua independência até os dias de hoje

<Resultados e discussões>

CONSIDERAÇÕES SOBRE O SEMINÁRIO


De que forma o seminário contribuiu para a construção do conhecimento
do grupo sobre o tema?
Buscamos explicitar todo o contexto desse recorte histórico com seus
principais atores, pensamentos, economia vigente, atritos entre as hegemonias
europeias e enfraquecimento da influência metropolitana nas províncias
americanas, no que culminou no colapso de uma política exploratória e
ascensão de ideais libertadoras.

REFERÊNCIAS Bibliográficas
JACOB GORENDER. O épico e o trágico na história do Haiti. O autor
apresenta uma resenha crítica do livro de C.L.R. James. Os jacobinos negros.
MARIA LIGIA PRADO.GABRIELA PELLEGRINO. A crise dos domínios
coloniais na América, p.p 11 a 41.
http://Escola.britanica.com.br/levels/fundamental/article/toussaint-louverture/
482697
http://www.scielo.br/pdf/ea/v18n50.pdf
https://.wikipedia.org/
http://pt.scribd.com/document/340973374/carpentier-alejo-o-reino-deste-mundo
Tabela sobre a importância das colônias ocidentais.
https://haitidoi.com/2013/04/17/european-imports-from-the-colonies-1789/

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