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REDE SANTA PAULINA

ACBNL - Colégio “São José”

COLÉGIO SÃO JOSÉ


PROJETO PERCURSO PROTAGONIZAR 2023 – DESMASCARANDO A
FOME NO BRASIL
Agatha Alves, Gustavo Ramos, Lana Bohn Vieira

RELATÓRIO DE PESQUISA
HAITI

ITAJAÍ
2023
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INTRODUÇÃO
A fome é um tema muito abordado nos dias de hoje. Porém, raramente é tomada
uma ação sobre isso, dificultando cada vez mais a acesso das pessoas de baixa renda a
uma alimentação adequada e saudável.
Essa triste realidade toma conta de mais de 828 milhões de pessoas em todo o
mundo. Inclusive é muito comum refugiados que procuram uma nova vida em outro
lugar passarem por esse tipo de necessidade. Os refugiados fogem de suas moradias de
uma forma forçada sendo por conta de desastres naturais, guerras, questões políticas ou
religiosas.
Um exemplo de lugar que sofreu um grande terremoto gerando milhares de mortos
foi o Haiti. Além de ter várias moradias destruídas, seu povo obrigou-se a abandonar o
próprio país em busca de uma nova chance de vida.
O Brasil é um país muito aberto para refugiados de outro lugares, sendo o 2º país
mais acolhedor de todo mundo. Nesse contexto, a iniciativa de nossa escola foi muito
inspiradora para nós, pois o livro Haiti de Jean pode nos apresentar um pouco mais
sobre essa realidade e como é importante nós acolhermos pessoas que passam por esse
tipo de necessidade.

DESENVOLVIMENTO

1. Origem do Haiti – Processo de Colonização

O Haiti se localiza na América Central, é país caribenho e divide o território


com a República Dominicana. Tem um clima tropical e seus relevos são
predominantemente montanhosos, já as suas vegetações geralmente são florestas
tropicais e equatoriais.
Sua colonização ocorreu quando os europeus chegaram no Haiti em 1492,
sendo os espanhóis os primeiros a colonizar a região chamada Ilha de Hispaniola. Nessa
época, a sua principal atividade realizada era a mineração aurífera ,que usava mão de
obra indígena. Essa prática resultou em muitas mortes de nativos do país.
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Somente em 1697, que o lado ocidental da ilha passou a ser de domínio


francês sobre o nome de São Domingos. Os novos colonizadores começaram a produzir
cana de açúcar. O investimento foi um sucesso imenso e chegou a representar dois
terços de todas as trocas realizadas pelo estado francês. Assim, durante esse período, a
economia local se apoiou no sistema de “plantation”.
É nesse momento histórico, que os primeiros navios negreiros chegaram na
ilha, pois era necessário a mão de obra de trabalhadores nas lavouras da cana de açúcar.
Seu tráfico foi tão intenso que chegou a compor mais de 80% dos moradores da ilha.

2. Processo de Independência do Haiti

Ao final do século XVIII, os ideais da Revolução Francesa se espalhavam


descontroladamente por todo o mundo e em sua colônia não foi diferente. Livros de
autores iluministas e filósofos fizeram com que inspirasse os nativos a lutarem pelos
seus direitos de igualdade, liberdade, economia e de expressão em sua terra.
As ideias iluministas chegaram principalmente por meio de jovens membros da
elite que iam estudar na Europa. Lá eles entravam em contato com os ideais liberais por
meio do contrabando desses livros, já que eles eram proibidos na América. Há uma
clara influência da Revolução Francesa na própria bandeira do Haiti onde se escolhem
as cores: Azul, Branco e vermelho, cujas cores representam liberdade, igualdade e
fraternidade.

Em 1789, durante o período em que ocorria a Revolução Francesa denominado


“Convenção” a escravidão nas colônias foram abolidas. Essa notícia chegou em São
Domingos e, assim, a partir de 1791, diversas revoltas de escravos pela ilha surgiram.
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Contudo, esses movimentos não possuíam uma organização centralizada, por conta
disso logo o caos assumiu a região.
Foi apenas em 1794, que essa situação mudou, pois houve a chegada de
Toussaint L’Ouverture que assumiu a liderança desse processo revolucionário.
Touissant o líder da revolução era filho que um africano que foi traficado para São
Domingos como escravo. Na ilha, o pai do futuro líder da Revolução Haitiana foi
comprado por um dono de escravos, cujo lhe ofereceu alguns “privilégios” em sua
condição de escravo e um desses privilégios era o acesso a livros. Dessa maneira, foi
possível que Touissant fosse alfabetizado por um dos escravos da fazenda.
Logo, ao apresentar um grau de superioridade e de instrução maior que seus
companheiros ele assumiu a posição de liderança no processo sem muitos obstáculos
assim que se juntou ao movimento, em 1794. Inspirado pela Revolução Francesa e
também por suas leituras de pensadores, ele defendia que São Domingos deveria se
tornar uma federação ligada à França.
Assim em 1801, com o objetivo de suprimir e barrar a rebelião e reinstaurar a
escravidão, o líder militar chamado Napoleão Bonaparte enviou uma expedição com
cerca de 25 mil soldados até a ilha. Como resposta, Touissant reuniu suas tropas e
travou uma série de combates com o exército Napoleônico.
Foi em 1802, que Touissaint foi preso e levado para Europa. Lá, após um ano
ele morreu devido as péssimas condições de vida qual era submetido. Mesmo após a
perda de seu líder, os revolucionários não desistiram.
Foi apenas, em 31 de dezembro de 1803, após derrotarem o exército francês, a
Declaração de Independência definitiva de São Domingos foi declarada e o país passou
a se chamar Haiti. O seu nome foi em homenagem aos indígenas nativos da região, já
que essa era a maneira que eles se referiam a ilha, cuja a tradução era “país das
montanhas”.
Logo, Jean Jacques Dessalines, um dos principais líderes revolucionários,
tornou-se o primeiro chefe de Estado do Haiti. A escravidão foi definitivamente
terminada em todo o país além disso, saiu do comércio internacional da produção de
açúcar e passou a se sustentar com a base na agricultura de subsistência.
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O processo pós revolucionário trouxe diversas dificuldades ao país que tinha a


recém formada república. A recusa da França em aceitar a independência foi algo muito
difícil de lidar, além da indenização exigida pela antiga metrópole e o isolamento
econômico que o Haiti sofreu dificultaram seu desenvolvimento até hoje.

3. Haiti pós- independência


Comandados agora por Jacques Dessalines, em janeiro de 1804, São Domingos foi
declarado uma república independente e passou a usar o nome indígena Haiti. Foi a
primeira revolta de escravos bem sucedida no mundo moderno e uma das poucas que
conseguiu derrotar o exército napoleônico.
A liberdade de seu país por um lado custou caro. Além da agricultura em
colapso pelo longo período em que foi guerreado, em 1825, os governantes haitianos
foram obrigados a reparar os proprietários escravos. A dívida, de 150 milhões de
francos, foi acordada em troca do reconhecimento da independência pela frança, que
apenas aconteceu em 1834. As atividades econômicas e sociais no país empobreceram
muito, mas tendo como principal referência a agricultura de subsistência cujo era a
principal atividade e mais acessível no momento.
A economia do Haiti teve uma enorme queda por que países americanos
ficaram com medo de sofrerem ataques, por conta do impacto que o Haiti criou ao seu
redor, fechando assim, todos os pactos comerciais externos.
O Haiti é um país que após sua indepêndencia ainda nos dias atuais passa muita
necessidade tendo um IDH de 0,404 o que é extremamente preocupante.

4. Práticas culturais do Haiti

As principais línguas faladas no Haiti são Crioulo Haitiano, e o Francês. O


Crioulo Haitiano é uma língua crioula baseada no francês, cuja é falada por
aproximadamente 12 milhões de pessoas. No Haiti eles tem como a sua religião
principal o vodu, o qual mistura elementos cristãos e crenças africanas. Algumas
características da arte haitiana são cores brilhantes, perspectiva ingênua e bom humor.
Os seus temas favoritos são os alimentos deliciosos e as paisagens exuberantes.
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A época mais festiva do ano no Haiti é no Carnaval. As festas começam em


fevereiro. As cidades estão cheias de música, carros de desfile, e as pessoas dançando e
cantando nas ruas. A música haitiana é muito influenciada por elementos africanos,
tanto na música quanto na dança e nos instrumentos. Um dos gêneros musicais
presentes no Haiti é a Kompa.
Os haitianos costumam se alimentar de feijão e arroz, assim como nós,
brasileiros. Eles também comem um prato que se chama Fritay. Ele vem com salada
verde, com alface repolho e tomate, dois pedaços de frango frito e uma banana da terra,
também frita e bem amarela.

5. Terremoto em 2010

Os terremotos no Haiti normalmente acontecem por causa dos movimentos em


zonas de falha tectônicas. Um dos piores da sua história foi em 2010, deixando 300 mil
mortos e milhões de desabrigados.
A consequência imediata e de curto prazo foi a destruição de construções e da
infraestrutura urbana, como ruas, rodovias e redes de eletricidade, abastecimento de
água e de comunicação. Já no longo prazo isso aprofundou a desigualdade social e
econômica no país, além de desencadear crises. Para amparar e auxiliar o país e sua
população, vários países e instituições internacionais enviaram ajuda humanitária e
equipes de resgate. A Espanha doou 4,3 Milhões de dólares, 150 Toneladas de ajuda
humanitária, além de disponibilizar o uso de sua base no Panamá. A Alemanha ofereceu
2,18 Milhões de dólares, a Holanda 2,9 Milhões de dólares e a Itália 1,46 Milhões de
dólares.

CONCLUSÃO

Concluímos que, há uma necessidade extrema de ajuda em países como esses,


que sofrem com as desigualdades enfrentadas desde o período de colonização que
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perpetuou até a pós independência. Emerge a necessidade de países desenvolvidos


fornecerem auxílio, suprimentos e abrigo a esses países mais necessitados.
Podemos refletir sobre o quanto isso nos sensibiliza, como por exemplo:
Descobrir a realidade dos refugiados, desmascarar a fome, e a ajuda a qual demora para
atender a necessidades e também a sua economia, cuja entrou em crise nos últimos anos
e vem passando diversas dificuldades.
Nesse contexto, pesquisamos e estudamos para que exista a reflexão sobre
essas desigualdades e, quem sabe em um futuro próximo, possamos ajudar a mudar essa
realidade cruel.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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https://www.suapesquisa.com/paises/haiti/#:~:text=Vegeta%C3%A7%C3%A3o%3A
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%20do%20Haiti).

https://docs.ufpr.br/~coorhis/antonio/caracteristica.html#:~:text=O%20relevo%20da
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https://pollylingu.al/fr/pt/lessons/1500#:~:text=Crioulo%20Haitiano%20(Kreyòl
%20ayisyen)%20é,do%20Caribe%2C%20França%20e%20EUA

https://g1.globo.com/Sites/Especiais/Noticias/0,,MUL1458708-16107,00-
RELIGIAO+DOMINANTE+NO+HAITI+VODU+MISTURA+ELEMENTOS+CRIS
TAOS+E+CRENCAS+AFRIC.html#:~:text=01%2F10%20-%2012h46-,Religião
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%20dominante%20no%20Haiti%2C%20vodu%20mistura%20elementos%20cristãos
%20e%20crenças,umbanda%20e%20o%20candomblé%20brasileiros

https://pt.wikipedia.org/wiki/Cultura_do_Haiti

https://olivre.com.br/conheca-o-fritay-o-baguncinha-do-haiti#:~:text=Quando%20um
%20imigrante%20chega%20à,a%20compor%20um%20grande%20caleidoscópio.

https://brasilescola.uol.com.br/geografia/o-terremoto-no-haiti.htm

www.bbc.com/portuguese/noticias/2010/01/100113_terremotohaitiajudafn

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