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Além disso, a agricultura não era exclusiva na economia dos indígenas tupi. A caça, a pesca e a coleta
também eram atividades importantes na economia desse grupo. Eram as mulheres que trabalhavam na agri-
cultura, enquanto os homens eram caçadores e pescadores. Só trabalhavam a terra para abrir as clareiras,
nada além disso.
Já outros grupos, como os falantes da língua jê, eram povos pescadores, caçadores e coletores que
não praticavam a agricultura, ficando pouco tempo em um mesmo local. Predominava, assim, a dispersão, a
vida na floresta. Os indígenas tupis tratavam com desprezo esses grupos nômades, que não falavam a sua
língua e tinham costumes muito diferentes dos seus.
Alguns pesquisadores afirmam que o clima temperado foi o motivo determinante para o desenvolvi-
mento excepcional da agricultura nessas duas regiões, explicação insuficiente, já que parte da Mesoamérica
é de clima tropical, e não temperado.
A explicação mais aceita hoje em dia afirma que a Mesoamérica e a Região Andina foram, durante
milhares de anos, importantes lugares de passagem, contribuindo para que povos diversos pudessem trocar
produtos e conhecimento. Esse intercâmbio de experiências entre diferentes povos teria favorecido a intro-
dução e a expansão da agricultura, que se tornou a base da sobrevivência coletiva.
A expansão da agricultura foi um processo lento, mas, quando se começaram a produzir excedentes,
boa parte da população viu-se liberada do trabalho agrícola. Essas
pessoas tornaram-se artesãos, funcionários governamentais, guer-
reiros e sacerdotes. O papel de cada um na sociedade ficou mais
especializado, e as relações entre os que mandavam e os que obe-
deciam ficaram mais evidentes. Foi nessas regiões, Mesoamérica e
Região Andina, que surgiram os grandes impérios indígenas.
• GRANDES IMPÉRIOS:
Na Mesoamérica, o Império Asteca, formado no século XV
d.C., foi o último dos grandes impérios que [existiram] na região. Foi também o mais poderoso, com sua
capital, Tenochtitlán, cobrando tributos das aldeias e cidades localizadas no centro do atual México. A agri-
cultura ali era muito produtiva, baseada no cultivo de vários tipos de milho, feijões e outros legumes, utili-
zando métodos de irrigação para aumentar as áreas cultivadas. Os astecas desenvolveram um artesanato
diversificado, com peças em ouro, prata e bronze, artigos de plumas de várias aves, tecidos, e construíram
templos espetaculares para honrar seus deuses, com destaque para
o Sol.
Nas florestas tropicais da América Central, sobretudo nos
atuais países da Guatemala e de Honduras, formou-se o Antigo Im-
pério Maia, cuja economia era também baseada na agricultura do
milho, por volta do século IV d.C. Entre os centros mais importan-
tes, destacam-se Tikal e Palenque.
A agricultura também alcançou ali um desempenho formidável sob controle de Cuzco. Destacaram-se
o cultivo da batata e de vários outros tubérculos na serra, e o cultivo do milho na costa. O artesanato em
ouro e prata foi bastante diversificado, em geral produzido para fins cerimoniais.
A entrada dos espanhóis nessa parte da América, no século XVI, foi uma tragédia para a população
desses impérios, seja na Mesoamérica, seja na América do
Sul. Perderam seus deuses, viram suas tradições massacra-
das, tiveram de se submeter ao trabalho forçado imposto
pelos conquistadores em uma escala muito maior do que a
praticada pelos dirigentes dos Estados asteca e inca. [...]
(Bibliografias: VAINFAS, Ronaldo; FERREIRA, Jorge; FARIA, Sheila de Castro; CALAINHO, Daniela Buono. História.doc. 6º ano. 2ª edi-
ção. São Paulo, Saraiva, 2018. p. 49 - 53 – Trechos selecionados e adaptados.)
Imagem 7 – disponível em: BOULOS JUNIOR, Alfredo. História, sociedade e cidadania. 7º ano. 3ª ed. São Paulo: FTD, 2015. p. 224.