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08/06/2019 Entradas e Bandeiras.

Interiorização do Brasil: Entradas e Bandeiras

Entradas e Bandeiras
As chamadas Entradas e Bandeiras foram expedições empreendidas no período colonial
brasileiro que possuíam diversos objetivos, entre eles: capturar índios e descobrir minas de
ouro.
Por: Cláudio Fernandes

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Pintura de Almeida Júnior retratando uma monção de bandeirantes

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No processo de colonização do Brasil, houve uma fase


que pode ser compreendida sob o
termo “interiorização”, isto é, o adentramento e
desbravamento das regiões centrais do país. Essa
fase começou efetivamente no século XVII. Os
empreendimentos que levaram a cabo a
“interiorização” do Brasil ficaram conhecidos
como Entradas e Bandeiras.

Sabemos que, a princípio, o Brasil, enquanto colônia,


forneceu a Portugal e aos aventureiros e colonos que
aqui se estabeleceram apenas a extração de
madeiras, como o pau-brasil, e a montagem dos engenhos de açúcar e dos latifúndios a
eles associados. A prospecção de pedras e metais preciosos era algo que demorou a se
fazer presente nos planejamentos dos colonizadores.

Entretanto, em meados do século XVII, sobretudo em razão de várias disputas políticas nas
quais Portugal envolveu-se e que provocaram o declínio do comércio do açúcar, os colonos
brasileiros foram estimulados pela coroa portuguesa a procurarem minas de ouro, prata e
de pedras preciosas no interior da colônia. Antes mesmo desse “estímulo”, houve
expedições, organizadas desde o século XVI, com o objetivo de reconhecer território e
apresar índios para o trabalho escravo. Essas expedições eram organizadas sob orientação
do Império Português e receberam o nome de Entradas.

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08/06/2019 Entradas e Bandeiras. Interiorização do Brasil: Entradas e Bandeiras

A partir do século XVII, os próprios colonos, sobretudo da Capitania de São Vicente,


passaram a organizar as suas formas de adentramento no interior da colônia, que possuíam
objetivos semelhantes aos das Entradas. Entretanto, as expedições dos colonos eram
feitas a partir da Vila de São Paulo (que depois se tornaria a cidade de São Paulo), de onde
saíam homens armados em busca de índios, de minas ou de cumprimento de servições
contratados, como destruição de Quilombos. Essas expedições, por sua vez, receberam o
nome de Bandeiras; e seus protagonistas, o nome de bandeirantes.

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Os historiadores costumam qualificar os bandeirantes que tinham seu serviço contratado


como sertanistas de contrato. Domingos Jorge Velho, bandeirante responsável pela
destruição do Quilombo de Palmares, foi um dos principais representantes desse tipo de
bandeira. As expedições para encontrar minas ficaram conhecidas
como Bandeiras Prospectoras, e as encarregadas de aprisionar índios,
de Bandeiras de Apresamento.

O bandeirantismo, com o passar dos séculos, também se tornou um mito no imaginário


paulista. O historiador Boris Fausto aponta bem isso no seu livro História do Brasil, como
pode ser visto no trecho a seguir:

“A figura do bandeirante e as qualidades da sociedade paulista do século XVII foram


exaltadas principalmente por historiadores de São Paulo como Alfredo Elis Jr. e Afonso de
Taunay, que escreveram suas obras entre 1920 e 1950. Ellis Jr escreveu um livro intitulado
Raça de Gigantes para exaltar a superioridade racial dos paulistas. Essa superioridade
derivaria da existência, em número ponderável, de uma população branca, do êxito do
cruzamento com o índio e da tardia entrada do negro na região. Tudo não passa de
fantasias, com pretensões científicas.” [1]

NOTAS:

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