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Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro

Secretaria Municipal de Educação – SME


Escola Municipal Baltazar Lisboa

AS GRANDES NAVEGAÇÕES E A EXPANSÃO MARÍTIMA


GRANDES NAVEGAÇÕES = conjunto EXPANSÃO MARÍTIMA = processo de expansão das
de viagens marítimas de longa distân- fronteiras dos Estados europeus para além da Eu-
cia feita pelos europeus durante os sé- ropa a partir da conquista de novas terras e da cons-
culos XV e XVI em brusca de novas ro- trução de impérios coloniais, possibilitados pelas
tas comerciais para o Oriente. Grandes Navegações.

❖ OS RISCOS DAS NAVEGAÇÕES:


Para navegar em alto-mar, os europeus do século XV enfrentaram
perigos reais e imaginários. Entre eles podemos citar:
Perigos reais: os ventos desfavoráveis, a ameaça de encalhe, os
lugares estranhos, a fome, as doenças e a sede no interior dos navios.

Perigos imaginários: a crença de que a Terra era plana e o medo


de cair no abismo na borda do planeta, a crença em monstros marinhos
e criaturas mitológicas, o medo das embarcações incendiarem ao passar
pela linha do Equador, entre outros.

Apesar dos riscos e medos, os europeus se lançaram nessas navegações pois os objetivos eram mai-
ores que os medos.

❖ OS OBJETIVOS DAS NAVEGAÇÕES:


1. Encontrar novas rotas de navegação que possibilitassem chegar ao Oriente e seu rico comércio;

2. Dominar o rico comércio de especiarias do Oriente e enriquecer vendendo esses produtos na Europa;
3. Conquistar novas terras e explorar suas riquezas, como ouro e prata;

4. Expandir a religião católica através da evangelização de novos povos pelo mundo.

❖ O RICO COMÉRCIO DO ORIENTE:


Os europeus entraram em contato com os produtos orientais du-
rante a Baixa Idade Média, durante o crescimento do comércio de longa
distância e das Cruzadas contra os árabes. Do Oriente, os europeus se
interessaram pelos produtos exóticos e luxuosos como: tecidos de algodão
da Índia, tapetes da Pérsia, seda e porcelana da China e pérolas dos Japão.

Mas o que mais chamava a atenção dos europeus (e tinha grande


valor nos mercados da Europa) eram as especiarias, como cravo, canela,
pimenta, noz-moscada, gengibre, açafrão, entre outras. As especiarias
eram utilizadas para disfarçar e temperar os alimentos, para conservar a
carne e para o preparo de remédios e perfumes.

As especiarias e os outros produtos orientais chegavam à Europa


através de um longo e caro esquema de comércio. Os árabes compravam
os artigos nos vários cantos do Oriente, aumentavam seus valores e reven-
diam aos comerciantes italianos. Os italianos, por sua vez, elevavam mais
o preço dos produtos e revendiam nos mercados europeus. Em alguns

História – 7º ano do Ensino Fundamental


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cantos da Europa, os preços abusivos dos produtos e o controle exclusivo dos italianos sobre as mercadorias
começavam a incomodar comerciantes, compradores e, até mesmo, reis europeus.

Foi então, que alguns reinos europeus começaram a se organizar para fazer as navegações marítimas
buscando novos caminhos para o Oriente e eliminando os intermediários árabes e italianos que controlavam,
respectivamente, a navegação pelos mares Vermelho e Mediterrâneo. O primeiro reino europeu a fazer esse
processo foi Portugal.

❖ POR QUE PORTUGAL SAIU NA FRENTE?


Porque Portugal foi o primeiro reino europeu a reunir as seguintes condições, ainda no século XV:
1. Um Estado centralizado com reis disposto a expandir o comércio e aumentar a riqueza do reino;

2. Uma rica burguesia disposta a investir na expansão marítima para aumentar seus lucros com as novas
possibilidades de comércio;

3. O desenvolvimento de técnicas e de conhecimentos que possibilitavam a navegação pelos oceanos,


como o aperfeiçoamento de mapas (cartografia), a orientação por meios de equipamentos como a bússola
e o astrolábio e a invenção da caravela;

4. Uma Igreja interessada em conquistar novos fiéis;


5. A posição geográfica favorável à navegação, em frente ao oceano Atlântico.
Ainda no século XV, Portugal foi seguido pela Espanha nesse Processo.

❖ A EXPANSÃO PORTUGUESA:
A expansão portuguesa teve início em 1415, quando os portugueses conquistaram a
cidade de Ceuta (na África), importante centro comercial no norte da África. O caminho esco-
lhido pelos portugueses foi o de contornar a África (périplo africano) até o Oriente, concluindo
a viagem com a chegada às Índias em 1498, com Vasco da Gama.
Dois anos depois, em 1500, o governo português enviou uma nova esquadra às Índias, dessa vez
liderada por Pedro Álvares Cabral. As ordens do rei mandavam Cabral se afastar mais da África quando
navegasse pelo Atlântico. Fazendo isso, em abril de 1500, os portugueses acabaram chegando às terras que
hoje são o Brasil.

❖ A EXPANSÃO ESPANHOLA:
A expansão espanhola teve início em 1492, quando os espanhóis católicos comple-
taram a expulsão dos árabes muçulmanos da península Ibérica. O caminho escolhido pelos
espanhóis foi o de contornar o planeta, navegando para o Ocidente até chegar ao Oriente.
Essa viagem foi liderada pelo navegar italiano Cristóvão Colombo. Em 1492, os espanhóis
chegam à América (continente desconhecido pelos europeus).

❖ A DIVISÃO DO MUNDO:
A notícia da chegada espanhola à América quase provocou uma guerra entre Portugal e Espanha. A
guerra foi evitada pela assinatura do Tratado de Tordesilhas, um documento que dividiu o mundo entre
Portugal e Espanha. Uma linha imaginária foi criada de norte a sul do planeta à 370 léguas das Ilhas de Cabo
Verde. As terras a oeste dessa linha ficaram para a Espanha e as terras à leste, ficaram para Portugal.

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❖ AS NAVEGAÇÕES TARDIAS:
Inglaterra, França e Holanda iniciaram suas navegações
muito tempo depois, quando o mundo já estava dividido entre
portugueses e espanhóis. Ingleses e franceses tentaram nave-
gar rumo ao Oriente passando pelo norte da América. Não
conseguiram, mas tomaram as terras que hoje formam os Es-
tados Unidos e o Canadá. Além disso, praticaram a pirataria no
oceano Atlântico. Os Holandeses saíram por último.
Esses países acabaram por dominar terras não ocupa-
das por Portugal e Espanha e por tentarem roubar terras já
ocupadas.

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❖ AS CONSEQUÊNCIAS DAS NAVEGAÇÕES:


1. O crescimento gigante da quantidade e do valor do comercio mundial;
2. A decadência do mar Mediterrâneo e ascensão do oceano Atlântico como principal rota do comércio
mundial;

3. A criação de enormes impérios coloniais controlados e explorados pelos europeus;


4. O conhecimento, pelos europeus, do tamanho do planeta e dos continentes;

5. A grande integração entre os vários continentes do mundo pelos europeus;


6. A exploração e a morte de povos e culturas pelos países da Europa.

Bibliografias:

BOULOS JUNIOR, Alfredo. História, sociedade & cidadania. 6º ano. 4ª edição. São Paulo, FTD, 2018.

(Obra coletiva). Araribá plus: História. 6º ano. 4ª edição. São Paulo: Moderna, 2014.

Imagem 1 – disponível em: http://deniseludwig.blogspot.com.br/2013/04/arte-em-pinturas-na-historia-do.html

Imagem 2 – disponível em: http://www.meon.com.br/variedades/turismo-e-gastronomia/gastronomia/especiarias-que-fazem-diferenca-no-cardapio

Imagem 3 – disponível em: https://historiabatecabeca.wordpress.com/

Imagem 4 – disponível em: https://guiadoestudante.abril.com.br/curso-enem-play/expansao-maritima-e-colonizacao-da-america-as-grandes-navegacoes-e-as-mudancas-de-


correntes-da-chegada-de-colombo-ao-novo-continente/

Imagem 5 – disponível em: http://historiandonarede1.blogspot.com/2016/07/a-formacao-dos-estados-unidos-da_20.html

Imagem 6 – disponível em: http://tudodeconcursosevestibulares.blogspot.com/2013/10/grandes-navegacoes-e-expansoes.html

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