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TIPOLOGIAS CLÁSSICAS
ARISTÓTELES: Deve-se a si a primeira classificação de formas de governo, assente sobretudo
na estrutura organizativa e em considerações de ordem ética. Para ele existiam formas puras –
aquelas em que o poder seria exercido para o bem comum, podendo esse poder residir num
homem só (monarquia), em vários (aristocracia) ou em todos (politeia) – e formas
degeneradas/impuras – tirania, oligarquia e democracia (como sinónimo de anarquia).
SÃO TOMÁS DE AQUINO: A classificação das formas de governo arranca da tipologia tripartida
de Aristóteles, mas com as seguintes particularidades:
- As formas de governo variam consoante o ideal e os fins que as inspiram. Esses fins
reconduzem-se à virtude, riqueza e liberdade.
- As formas de governo são quarto: monarquia, aristocracia, oligarquia e democracia. A
tirania é, na sua perspectiva, uma forma de tal modo violenta e perversa que não merece ser
catalogada como forma de governo.
Adere também às formas mistas, defendendo como regime ou forma perfeita a
conciliação entre monarquia, aristocracia e democracia.
MAQUIEVEL: Distingue República – podem ser aristocráticas, democráticas ou mistas, e é na
sua opinião a única forma de governo onde prevalece o bem comum e a única que permite
garantir a liberdade e afastar a tirania – de Monarquia ou principados – podem ser herdados
ou conquistados.
MONTESQUIEU: Estuda a natureza das formas de governo à luz do padrão liberal de limitação
do poder político. Assinala três formas de Governo: república (o povo em conjunto ou só uma
parte dele tem o poder soberano; é a virtude), monarquia (governa um só, mas com leis fixas e
estabelecidas; está subordinada à honra) e despotismo (governa um só sem lei e sem regra
tudo arrastando por sua vontade; está subornado ao medo).
TIPOLOGIAS CONTEMPORÂNEAS
REINHOLD ZIPELLIUS: Divide as formas de governo em monarquia (poder está num), oligarquia
(poder está em alguns) e democracia (poder está em muitos). Distingue também as ditaduras
em dois tipos: ditaduras previstas pelas leis (limitados no tempo e destinados a resolver uma
situação de emergência) e a autarquia (baseia-se na omnipotência do ditador sem prévio
limite de tempo ou outras condicionantes).
MAURICE DUVERGER: Analisa os sistemas políticos dividindo-os em dois: regimes liberais e
regimes autoritários e regimes capitalistas e regime socialistas. Deste cruzamento resultam
quatro modelos: democracias capitalistas, ditaduras socialistas, regimes autoritários e
capitalistas e democracias socialistas (sendo que esta última, segundo o autor, hoje já não
funciona).
FRIEDRICH E BRZEZINSKI: Consideram o totalitarismo como uma nova forma de governo
incluída na classificação mais geral das ditaduras, um sistema em que instrumentos
tecnologicamente avançados de poder político são exercidos sem controlo por uma liderança
centralizada de uma elite e com o objectivo de efectuar uma revolução social total. O
totalitarismo tem como características a ideologia oficial do Estado, o partido único, a polícia
política, o monopólio estatal dos órgãos de comunicação social, controlo de todas as
organizações socias, politicas e culturais e subordinação total das forças armadas ao poder
político.
2. REGIMES POLÍTICOS
DEMOCRACIA – Sinónimo de governo da população e, por definição, significa uma ameaça aos
valores fundamentais de uma sociedade civilizada e ordeira. Hoje, a democracia não passa do
regime/governo representativo.
REPÚBLICA – Coisa pública, que significaria, na concepção clássica, tudo o que tivesse a ver
com os assuntos da comunidade.
DESPOTISMO – Significa, etimologicamente, o tipo de poder que o senhor exercia sobre os
escravos. Por outro lado, também significa qualquer forma de governo absoluto, muitas vezes
sinónimo de ditadura, tirania ou autocracia.
DITADURA – Em Roma, significava uma forma de governo excepcional e temporária, com um
conteúdo positivo. Na república romana, assumia essa natureza excepcional e temporária para
preservar a integridade e permanência da república. A ditadura actual designa a classe dos
governos anti democráticos ou não democráticos.
Para poder analisar este conceito tem de se ter em consideração três etapas:
TEORIA CONTEMPORÂNEA: É o resultado da evolução histórica do Estado moderno, com a
afirmação do Estado liberal, no século XIX.
- TEORIA ARISTOTÉLICA: Aristóteles vê a democracia como um governo de todos mas
também como a forma impura em que o detentor de poder governa no seu interesse e não no
da comunidade. Com o passar do tempo, passou a entender-se a democracia como o governo
da maioria.
- TEORIA MEDIEVAL DO PODER POPULAR: Marsílio de Pádua sustentava que há uma
contraposição entre o poder que vem do povo e se torna representativo e o poder que vem do
príncipe e se transmite por delegação do superior ao inferior.
- CONCEPÇÃO DE MAQUIEVEL: Com a dicotomia entre monarquia e república diz que
república não se identifica com democracias. A sua concepção republicana torna-se oposta à
monarquia e ao despotismo. Contudo, ao longo do tempo, república e democracia vão-se
sobrepondo onde confluem até se fundirem.
TOTALITÁRIOS:
- PLURALISMO: Inexistente.
- IDEOLOGIA: Rígida e forte – apresentam ideologias rígidas, principalmente no regime
comunista.
- MOBILIZAÇÃO: Capilar.
- LIDERANÇA: Carismática.
3. SISTEMAS DE GOVERNO
SISTEMA PRESIDENCIAL: Não se encontra perfeitamente delineada e tem sido definido por
referência ao sistema constitucional dos EUA. É um governo forte, um sistema de separação
estrita de poderes (Governo e Parlamento estão separados) e configura-se como uma
adaptação da monarquia limitada a um quadro institucional republicano.
Neste sistema, o poder legislativo e o poder presidencial encontram-se absolutamente
separados:
- Ao parlamento cabe o encargo de elaborar e votar as leis e ao Presidente o poder de as
executar e orientar a política do país no âmbito do quadro jurídico delineado pelo Congresso.
- O poder executivo é composto pelo próprio Presidente, que escolhe livremente os seus
Secretários, não respondendo perante o Parlamento.
- O Presidente é eleito por sufrágio universal indirecto em duas fases, podendo a sua escolha
resultar de uma maioria político partidária não coincidente com a do Congresso.
- O Presidente e os seus Secretários não carecem da confiança do Congresso e o Presidente
não tem poderes de dissolver o Congresso.
Apesar dos poderes do Presidente, este não pode assumir o sistema como um governo
pessoal. Isto não é permitido porque o presidente é obrigado com frequência a reunir a
maioria parlamentar, a negociar com ela e a ter em conta as suas razões e porque as eleições
presidenciais têm lugar de 4 em 4 anos.