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14/09/2021
O direito penal só pode ser aplicado através do processo penal. O direito processo penal é
instrumental em relação ao direito penal. O prof figueiredo dias quando fala na ciência do
direito penal, toca no direito penal substantivo, o direito processual penal e as medidas das
penas.
Apesar do direito processual penal ser instrumental não significa que não tenha autonomia,
pelo contrario, é através do direito processual penal, que refletimos o grau de evolução de
uma ordem jurídica e uma sociedade, pois concilia dois fins que parecem incompatíveis. Por
um lado, o fim principal do processo penal, é descobrir a verdade material, esse é o grande
objetivo do processo penal. É no fundo reconstruir um facto passado, o que é que aconteceu.
O que levanta grandes dificuldades. Mas leva a ser o mais fiel possível ao que aconteceu no
passado. Mas essa procura implica que se respeite os direitos fundamentais, e é essa grande
diferença que leva ao problema do processo penal: procurar a verdade material e respeitar as
liberdades fundamentais ligadas à pessoa humana.
O conceito de investigação criminal, passa pelo instrumento jurídico mais completo que é a
prova. → conceitos fundamentais que regulam todas as provas em processo penal.
Todas as provas têm que seguir o principio da legalidade e todos os tramites e requisitos
legais.
Por meios de obtenção de prova, temos situações de: revistas, buscas, exames, obtenções,
escutas, etc. → temos também os agentes infiltrados e os agentes provocadores
A Livre apreciação de prova, não significa que haja arbitrariedade, visto que o juiz tem que
fundamentar a sua decisão, o facto de o juiz ter liberdade de apreciação de prova esta tem que
ser devidamente fundamentada sob pena de nulidade da sentença.
Se o juiz ouve um determinado perito, e não concorda com a opinião deste, tem que
fundamentar sobre o tema em causa e em principio pedir uma segunda opinião, com base no
principio da procura da verdade material – prova pericial
16/09/2021
Investigação criminal: art 1º da lei de organização da investigação crimina, daqui resulta que
só se fala em instigação quando há uma investigação que decorre durante um determinado
processo penal. É a atividade processual da descoberta da verdade, e essa atividade processual
inicia-se pelo despacho de abertura de inquérito, proferido pelo MP. Só existindo despacho de
abertura havendo noticia do crime.
Há atos em que há uma investigação sobre a pratica ou sobre a existência ou não do facto
criminal, mas como nem sequer houve noticia do crime ou despacho de abertura de
inquérito, essa investigação não se considera investigação criminal.
Atos de investigação no âmbito das medidas cautelares e de policia – art 248º a 253º
CPP: as medidas cautelares e de policia são os atos necessário e urgentes que os OPC
tem que praticar para preservar os meios de prova e é por isso que os podem praticar
antes de receberem ordem da autoridade judiciaria, antes do despacho de abertura
de inquérito. Só podem ser feitas se for indispensável a atuação do OPC sob pena da
perda de provas fundamentais na futura investigação do crime. Estas medidas
cautelares e policia, não se confundem com medidas de policia, aplicadas pelas
autoridades de policia num quadro de segurança interna, nem se confundem com as
medidas cautelares e de policia aplicadas também pelas autoridades policiais num
quadro jurídico administrativo. – não podem ser classificados como atos de
investigação uma vez que são praticados antes do despacho de abertura de
inquérito. Os OPC tem que praticar esses atos porque são urgentes para preservar
prova que dão seguimento à investigação criminal.
Ex.: identificar pessoas suspeitas, interditar acessos etc. – no âmbito da segurança
interna
Ex.: indicação de fiscalização de velocidade por radar, se a policia procede ao
levantamento de um auto de pratica contraordenacional – quadro jurídico
administrativo
Esta atividade é discutida nas doutrinas, porque em certa medida essas entidades podem,
como supervisoras, pedir informações aos visados, e há quem entenda que há
interferência nos direitos fundamentais do futuro possível arguido, porque se já estivesse
na modalidade de arguido, podia invocar o principio da não Auto imputação.
21/09/2021
O fim imediato da investigação criminal: descoberta da verdade material – o que leva ao fim
mediato da investigação criminal: para que se possa determinar se houve ou não a pratica de
um crime e quem foi o agente(s) do(s) crime(s). E muitas vezes chega-se a conclusão da
absolvição → há um erro de se pensar que a investigação serve para procurar acusar, mas
não é só, serve para apurar se realmente houve crime e quem o praticou. Durante a
investigação pode haver prova que ocorreu causa de exclusão da ilicitude ou da culpa que
afastam a responsabilidade criminal. Portanto a investigação criminal não visa só procurar
provas incriminadoras.
Prevenção especial negativa: tentativa de intimidação do individuo a não praticar futuros atos
jurídico penalmente relevantes
O direito penal só pode intervir quando for totalmente indisensavel para tutelar bens jurídicos
fundamentais. Se o estado quer preservar certos valores, só pode utilizar o direito penal como
ultimo recurso.
23/09/2021
Na audiência de julgamento o Juiz tem que ter acesso a todas as provas produzidas no
processo penal, para fazer a fundamentação.
O principio da procura da verdade material ocorre durante todo o processo, mas por sua vez
este principio decorre do principio da presunção da inocência que também ocorre durante
todo o processo. O arguido presume-se inocente até ao transito em julgado, logo a
investigação perdura ate ao transito em julgado. Mas isso não significa que ela não tenha mais
importante numas fazes do que outras tendo mais relevo na fase do inquérito. Pois é no
inquérito que se decide a acusação ou o arquivamento e é ai que vemos se há elementos
suficientes para fundamentar a acusação ou o arquivamento.
Mas apesar da investigação criminal ter a sua maior importância no inquérito, tem bastante
importância na instrução, cujo objetivo principal, é a comprovação judicial da decisão do MP,
através do JIC.
O tipo de sistema de acusação português é o misto, pois há uma clara divisão entre a entidade
que investiga e acusa, e a entidade que acusa, mas existe a possibilidade de investigar durante
o julgamento. Ao contrario do sistema anglo-saxónico em que o juiz não pode pedir prova. No
nosso sistema o juiz se tiver duvidas pode pedir produção de prova, limitado ao objeto do
processo. O RAI deve ser feito quando se quer introduz factos novos que impliquem alteração
substancial do objeto do processo mas nunca que não tenham sido investigados e por isso, no
máximo o inquérito é o que limita o objeto do processo.
Surgem novas provas que de per si, ou combinados com o processo suscitem grandes duvidas
sobre a justiça da condenação. É um recurso extraordinário porque é feito apos o transito em
julgado.
Faz parte da reconstrução do facto passado, o tentar descobrir as motivações pessoais, sociais
e económicas do crime, isto é a IC não deve investigar apenas quem praticou o crime, mas
também determinar o porquê do crime, e por varias razoes, desde logo porque é aí que vamos
determinar o grau de responsabilidade do agente, e em certos casos a imputabilidade do
agente.
Quando o homicídio for praticado por crimes de odio, a motivação já vai dar origem a
homicídio qualificado. Portanto a procura das causas pessoais é fundamental para determinar
o grau de responsabilidade. E é por isso que se diz que a procura dessas causas, implica que o
investigador tenha conhecimentos de criminologia e psicologia, pois só dessa forma consegue
determinar as causas pessoais sociais e económicas.
Para alem disso, também é bom saber o tipo de personalidade do agente, até para a aplicação
de medidas de coação.
Por ultimo, a propósito da noção de IC, quando há processo de indeminização civil, esse segue
no processo penal. O que vai ser apurado na investigação criminal.
OT
No dolo eventual e na negligencia consciente o critério de distinção é a conformação do
agente, sendo que o ponto comum, a representação pelo agente do facto típico. E é relevante
saber se estamos perante uma situação de dolo ou negligencia. E a IC tem que chegar à
conclusão da motivação do agente para sabermos distinguir estas duas figuras. A formula de
distinção, é a perguntar se o agente se conformou ou não com o resultado. Mas isto tem que
ser auferido com alguns critérios sendo uma delas a motivação pessoal. Se a motivação for
forte é mais provável que haja dolo eventual, que o agente tenha pensado: “aconteça o que
acontecer” mas conformou-se mas também temos que ter em conta o grau de probabilidade
de lesão e ligado a este critério temos uma serie de fatores como a hora, o local, etc.
Frank criou a formula hipotética: que tem que ver com o facto do agente prever o facto como
certo, e sendo certo, o agente atuaria ou não – se o agente tivesse previsto o resultado como
certo e atuasse: é dolo eventual, se não, é negligencia consciente.
No caso do furto tem que haver IC para determinar a intenção de furtar – la está a causa
pessoal que é importantíssima para a classificação e imputação do facto típico.
Principio da investigação sobre garantia judicial: diz que a direção da investigação criminal
cabe a uma autoridade judiciaria, nomeadamente à autoridade judiciaria responsável por
aquela fase do processo. 2º LOIC
Este principio tem a sua razão de ser na proteção dos direitos do arguido, pois assim é
assegurada a proteção dos direitos fundamentais. E assim a supervisão de uma autoridade
judiciaria.
Principio da quadjuvação e da obrigatoriedade de assistência por parte dos OPC –quem dirige
é a autoridade quem atua na investigação é o OPC.
Quando se diz que o MP dirige a investigação, falamos em DIAP e DCIAP, a diferença é que o
DCIAP, tem como função prevenir e investigar a criminalidade altamente violenta e
organizada, já o DIAP é para a generalidade dos crimes.
Na pratica, quem realiza a investigação são os OPC, que são entidades e agentes policiais a
quem cabe levar a cabo quaisquer atos ordenados por AJ ou determinados pelo CPP ou por
legislação avulsa. Todos com vista à realização das finalidades do processo penal. Art 1º al c)
CPC art 55º cpc. Não descuidando as leis orgânicas de cada policia.
Não confundir OPC com APC: os APC fazem parte dos OPC mas são os diretores/inspetores da
policia a quem as leis reconhecem essa função, e a atuação do APC implica uma intervenção
mais restritiva de direitos fundamentais – art 257º cpc
28/09/2021
Há uma dependência funcional dos OPC face as autoridades judiciarias, mas os OPC continuam
a ter uma autonomia orgânica e hierárquica, face as AJ e também continuam a ter
independência técnica e tática, isto significa, que: art 2º nº4 LOIC – no fundo significa que as
orientações, o objetivos, os limites da investigação criminal cabem às autoridades judiciarias,
seja MP, JIC ou Juiz.
Quem decide e determina o âmbito, objeto, objetivo, e termos da investigação é a autoridade
judiciaria.
Esta dependência funcional está também expressa … o MP pode também exigir a comunicação
da noticia do crime em 10 dias: 243º 245º CPC
Tem que haver comunicação quanto as medidas cautelares e de policia praticados pelo OPC –
253º CPC
O MP pode apreciar o resultado das investigações e tomar as iniciativas que se justificar – art
2º nº7 LOIC
O MP pode fiscalizar a todo o momento o modo de ser da investigação realizada pelo OPC –
263º cpc e 2 nº7 LOIC
Mas apesar de haver esta dependência funcional, há autonomia orgânica e hierárquica dos
OPC, as AJ não podem interferir na vida interna das policias criminais. Ex.: não pode ser a AJ a
decidir qual é a secção de investigação que vai atuar, ou qual o agente, esses elementos são
designados pelo OPC a quem foi entregue a investigação, mas mesmo essa limitação não é
absoluta, porque por vezes a AJ pode determinar qual o agente nos seguintes casos:
→ Motivo de força maior – o agente a quem é entregue a investigação, faz parte da associação
criminosa que se esta a investigar
→ casos que devido à sua especificidade levam a que seja o MP a escolher o agente. ex.:
necessidade de segredo de justiça. Há uma discussão na doutrina se a AJ também pode
escolher quando considerar que a sua não escolha prejudicará a investigação criminal. O prof.
Manuel Valente, entende que se demonstrar que a não ingerência da AJ nestes casos pode
prejudicar a investigação criminal, faz sentido que o faça. Ex.: imaginemos que a AJ que o
funcionário a quem será entregue, não é capaz de praticar certas diligencias e por isso a AJ
pode considerar que prejudica a investigação.
Existe também uma autonomia técnica e tática: art 5º e 6º LOIC que significa que o OPC utiliza
os conhecimentos e os meios de agir, legalmente admissíveis, adequados a IC, mas a utilização
desses conhecimentos e meios não pode desrespeitar direitos fundamentais. Mais uma vez
tudo o que ultrapasse o principio da proporcionalidade, exigibilidade, aquacibilidade, não é
admitido. Ex.: busca domiciliaria, está no âmbito da autonomia técnica o estudo e método de
atuação dessa busca.
Já quanto à autonomia tática: é mais decidir o tempo o lugar e o modo adequados para a sua
atuação, no exemplo anterior da busca ao domicilio, faz parte da autonomia tática escolher
usar um martelo ou um explosivo para fazer a busca, mas no caso de chegar à conclusão do
explosivo, tem que pedir autorização à AJ.
Art 12º da lei orgânica da PJ – de acordo com este artigo uma autoridade de policia criminal
APC pode por exemplo ordenar realização de perícias, realização de revistas e buscas, com
excepção das domiciliares, apreensão de correspondência. A PJ pode ordenar estes casos. Se
este artigo não for interpretado restritivamente, está a por em causa o principio da
judicializaçao da IC. A APC não se pode substituir à AJ. Ele só pode significar que o legislador,
se referia a medidas cautelares e de policia, que devido à sua urgência exigem que a PJ
pratique logo estes atos.
30/09/2021
A IC pressupões a produção e recolha de prova. Toda a matéria do âmbito da prova, insere-se
na figura da IC daí a necessidade de enquadrar a matéria da prova
Prova: esta palavra tem vários significados, depende do contexto em que é utilizada e os mais
comuns são:
A prova pode referir à atividade probatória e aqui a prova surge para indicar os meios
de obtenção de prova, traduz-se no ato ou atos praticados com vista à demonstração
dos factos constitutivos do crime. Também factos que podem ser relevantes para a
determinação da medida da pena, ou medidas de coação.
Prova enquanto meio de prova: surge como elemento com base no qual os factos
relevantes podem ser demonstrados
Prova enquanto resultado da atividade probatória: aqui a prova é a motivação da
convicção da entidade decisória à cerca da ocorrência dos factos. A este sentido dado
á palavra prova, essa convicção não é baseada apenas nos meios de prova, ele analisa
os meios de prova à luz das regras da experiencia cientificas e a este propósito temos
dois conceitos:
→ importa distinguir a prova necessária para a motivação da convicção da entidade
decisória no julgamento
→ prova necessária para outras decisões em outros momentos no processo. Ex.: para
o MP ou o JIC acusarem, importa apenas a indiciação suficiente, ou basta apenas a
prova indiciaria. É uma prova que ainda não passou pelo contraditório. Já o juiz de
julgamento não se basta pela prova indiciaria, no sentido, de para a sua convicção tem
que ser para a de julgar e por isso temos que ter prova plena e a certeza moral dos
factos objeto do processo. Prova plena neste caso significa que passou pelo
contraditório.
No CPP no livro III só distingue os meios de prova dos meios de obtenção de prova, e temos
como meios de obtenção de prova: escutas, buscas, revistas, tendo em conta que cada vez
mais os meios de obtenção de prova aparecem em legislação extravagante. Já os meios de
prova: declarações do arguido, documentos, etc.
Há certas provas que têm valor reforçado, isto é, há meios de prova com valor especial e que
não são mais que regras da experiencia comuns a que o legislador deu relevo especial ex.:
prova pericial, quem vai la falar domina o que diz sobre certa matéria, se o juiz não concordar
com o parecer do perito, tem que fundamentar e chamar outro perito. Outro ex.: quem
confessa por norma fala a verdade, mas o facto de haver valor reforçado não significa que se
acabe com a livre apreciação da prova, o juiz não fica vinculado a elas, ele pode fundamentar
se não concordar na sua convicção intrínseca. O facto de ser de valor reforçado significa só o
valor especial daquelas provas.
7/10/2021
Apesar deste principio ser importante na fase do julgamento, ele também é importante
noutras fases. 128º nº1 129º 130º 140º 145 CPP
Na instrução, ao contrario do que se passa em julgamento, podem valer provas obtidas em
fase anterior, nomeadamente no inquérito. Sô serão repetidas diligencias no caso no caso de
não serem observadas formalidades na obtenção de prova no inquérito 291º nº3 CPP
Há uma discussão que chegou ao TC que ]e a de saber se pode valer prova documental que
não ]e lida em audiência de julgamento. O TC veio dizer que os documentos constantes dos
autos que não foram lidos nem explicados em audiência de julgamento, continuam a poder ser
tidos em conta, porque na verdade não há violação do principio do contraditório porque todos
os sujeitos processuais tem acesso aqueles documentos e portanto, se quiserem exercer o
principio do contraditório, podem faze lo, sem necessidade do documento ser lido em
audiência de julgamento. A defesa pode ser contrariar a admissão daquele documento em
julgamento. E por isso que o TC tem decido que não poe em causa o principio d contraditório
nem o principio da imediação. Já o professor germano considera que a não leitura dos
documentos em audiência de julgamento viola o principio da publicidade.
Se tivéssemos que ler todos os documentos que são prova em audiência de julgamento, esta
podia ser interminável.
Mas também podem controlar as provas contra si oferecidas, nomeadamente discutir o valor e
o resultado dessas provas. É por isso que se diz que este principio é um debate.
Já na fase da instrução a lei só subordina a este principio, o debate instrutório, e esta sujeito
ao principio do contraditório a produção de prova no debate instrutório 301º nº2 e também
quando houver um incidente ou meio de prova que são as declarações para memoria futura
294º e 271º estas são declarações que devido à natureza do crime, muitas vezes a prova foi
uma declaração para memoria futura, não tem que estar presente, pode ser filmada e assim
devido a varias razoes tem que ser registada antes da audiência ou da audiência de
julgamento.
Objeto da prova: art 124º CPP podem ser objeto da prova, todos os factos juridicamente
relevantes para estabelecer a existência de um crime, a punibilidade do arguido, a medida da
pena, e caso seja pedida indeminização civil, os factos relevantes para estabelecer a
determinação da responsabilidade civil. E fala-se em tema da prova para se referir a todos
estes factos que é preciso demonstrar e provar. Todos os factos que são importantes para fixar
se um agente praticou uma ação típica ilícita, culposa e punível, todos os factos são relevantes
para imputar ou não o agente. também releva os factos que ajudam à determinação da
medida da pena, em que temos que ter em conta a parte psicológica, as causas económicas e
sociais do agente que ajuda a determinar a medida da pena à luz da teoria dos fins das penas.
Aqui sabemos que tipo de prevenção especial precisamos, por exemplo.
Os factos a provar podem ser os factos que formam o objeto do processo, mas também
podem ser os factos com base nos quais se podem inferir os factos que constituem o objeto do
processo, a prova pode ser indireta, no sentido que na produção de alguns factos podemos
inferir outros factos. Por exemplo se estamos perante uma situação de dolo ou negligencia.
Através de prova de factos objetivos exteriores objetivos conseguimos inferir factos subjetivos.
Há outra distinção entre factos principais e factos acessórios: os principais são os que são
condicionantes da decisão e por isso pressupostos da aplicação da lei penal. Já os acessórios é
quando nos referimos a factos que se referem à força probatória de certos meios de prova
recusados no processo ex.: factos relativos à credibilidade da testemunha.
Outro aspectos importante: há um direito à prova – a prova traduz-se num direito, no sentido
de que todos os sujeitos processuais tem a faculdade de participar ativamente na dedução da
prova. Quer requerendo a sua admissão, quer participando na sua produção. Esse direito à
prova decorre do direito à defesa.
Os tribunais têm direito à prova com base no principio da procura da verdade material, ou
principio da investigação que em sentido estrito permite ao juiz participar na produção de
prova, podendo o juiz pedir a produção de prova.
13/10/2021
Proibições de prova: é uma figura que demonstra que há limites ao principio da procura da
verdade material, não obstante de outras figuras, mas as proibições de prova são os limites
mais relevantes.
No CPP esta figura, desde logo no art 125º principio da legalidade da prova, que esta
relacionado com o principio da liberdade da prova. É o primeiro art em que o legislador revela
que só se podem usar provas que não forem proibidas. Na CRP art 32º nº8 o nosso legislador
estabelece que se são nulas as provas lá elencadas. Logo a seguir o art 126º CPP tem como
epigrafe: métodos proibidos de prova e embora a utilização destes métodos gerarem provas
proibidas, nem sempre a prova proibida advém de métodos proibidos de prova. Há provas que
são proibidas porque os meios de prova são proibidos. Ex.: uma das provas mais relevantes é a
prova testemunhal, e temos o depoimento indoreto que se baseia , não no que a testemunha
se apercebeu diretamente, mas é baseado em meios de prova relativos a factos. Testemunho
“do ouvi dizer” quando há este testemunho e a pessoa não souber a fonte, e não se chegar à
fonte “do ouvi dizer” é proibida essa prova art 129º CPP.
Provas absolutamente proibidas: não podem em caso algum ser consideradas, poem em causa
bens jurídicos fundamentais e que, em absoluto não podem ser violados 32º CRP 126º CPP
Já as relativamente proibidas, a CRP admite que há direitos fundamentais que podem ser
limitados 26º nº4 e 34º nº4 CRP verificadas determinadas condições. 126º nº3 o legislador
admite o consentimento para haver essa intromissão ex.: escutas telefónicas que em
determinadas situações são indicio em que o legislador admite a intromissão da vida privada.
Mesmo quando estas provas relativamente proibidas, não forem cumpridos os requisitos, se o
titular as autorizar, fala-se em nulidade sanável pelo consentimento.
Regime jurídico das proibições de prova: o efeito principal da proibição de prova: a prova não
pode ser utilizada no processo, as provas proibidas não podem ser admitidas ou valoradas no
processo, é como se a prova não existisse. 3 situaçoes diversas consuante o momento em que
se coloca esta questão:
Para o prof Costa Andrade: considera que as proibições ao serem conhecidas pelo tribunal de
recurso 410º nº3 dão lugar ao reenvio do processo nos termos do 426º
No caso de despachos:
O tribunal de recurso vai ter que dissidir sendo possível com base nos elementos da decisão
recorrida sem contar com a prova proibida
14/10/2021
As provas absolutamente proibidas são as que não podem ser utilizadas nunca, de maneira
alguma constitucionalmente consagradas.
As provas relativamente proibidas são as que podem ser utilizadas em determinadas situações
verificados determinados requisitos, o legislador permite a sua utilização.
O legislador no CPP e na CRP utiliza a expressão “nulidade” 32º nº8 CRP e 126º CPP mas neste
ultimo o legislador diz que “são nulas, não podendo ser utilizadas” a prof teresa beleza
defende que a sanção da proibição de prova é uma sanção mais fulminante que a nulidade e é
por isso que o legislador estabelece a expressão “não podendo ser utilizadas” total restrição à
sua utilização
Já o prof Costa Andrade diz que apesar de haver um indicação intima no sentido de ligação
estreita entre as proibições de prova e o regime das nulidades, estes dois são realidades
distintas e autónomas, e o prof germano marques da silva concorda – 118º nº3 CPP
Mas apesar de todos darem entender estas duas realidades distintas, não impede que se possa
aplicar partes do regime das nulidades insanáveis.
Outro aspeto importante: a nulidade pode ser conhecida em qualquer fase do processo, o que
significa que se o vicio ocorreu no inquérito ou instrução o juiz pode reconhecer da nulidade,
por requerimento ou oficiosamente.
Das nulidades que ficam sanadas com o transito em julgado da sentença, a utilização de provas
proibidas obtidas por métodos proibidos que servem para fundamentar a decisão, podem ser
fundamento de recurso extraordinário: é quando se interpõe recurso depois de transito em
julgado. Recurso extraordinário de revisão.
Ex.: imaginemos que A foi submetido a tortura e devido a isso declarou onde estava o cadáver
e em consequência encontramos o cadáver e sangue do agente do crime → a proibição de
prova abrange também o sangue encontrado junto do cadáver? Há determinados autores que
dizem que a proibição de prova estende-se aos meios de prova obtidos quer direta quer
indiretamente e por isso não se pode aproveitar nem o sangue nem o cadáver: doutrina dos
frutos da arvore envenenada e por isso a prova proibida arrasta todas as provas.
Prof Germano Marques da ~Silva diz que se não adotarmos esta doutrina frustramos o fim que
se visa com a proibição da prova, isto é, o objetivo final é desincentivar os investigadores ao
recurso a métodos proibidos de prova, e por isso acrescenta que esta doutrina é fundamental
para que esta matéria tenha aplicação e eficácia plena.
Já outra parte da doutrina: Paulo Albuquerque e Costa Andrade: defendem que o efeito À
distancia pode ser atenuado por uma serie de exceções que segue a jurisprudência criada pelo
supremo tribunal Americano que criou exceções ao efeito à distancia. Na maior parte dos
casos se, se demonstrar que as provas indiretas poderiam ter sido obtidas na falta da prova
primaria maculada pode ser aproveitado. Para decidirmos se a prova que aparece deve ser
considerada fruto da arvore envenenada temos que ver caso a caso, se o nexo de anti
juridicidade que existe nessas provas seja fundamento do efeito à distancia, oi se pelo
contrario, o grau de autonomia da prova secundaria permita que aquela se destaque da
primeira.
Há a figura da irregularidade que é menos gravosa que a figura da nulidade quando se violam
normas probatórias.
Quando é que a violação de normas probatórias devem dar origem à anulação da prova? A
propósito das escutas telefónicas, no ar 187º 188º 189º 190º CPP.
190º - estabelece a nulidade que gera discussão em saber qual é a sanção: a nulidade ou a
irregularidade.
Como é que a violação de uma norma relativa a provas, dá origem a proibição de prova? → a
prova proibida não deixa de ser uma nulidade, mas como também as invalidades dão origem a
proibições de prova, nulidade sanável e insanável ou mera irregularidade. Ate porque o
legislador não utiliza terminologias claras “quando refere nulidade” temos que saber em que
plano estamos, se na nulidade sanável, insanável ou mera irregularidade.
Imaginemos que foram feitas escutas sem pedir autorização ao JIC – há violação de direitos
fundamentais, que viola o principio da investigação sobre garantia judicial.
As proibições de prova começaram a ser tidas como uma exigência constitucional, apesar do
supremo tribunal já ter reconhecido haver provas proibidas de preceitos que não constavam
na constituição mas que podiam se retirar de la, mas o supremo americano, começou a adotar
que as proibições tinham a finalidade direta de evitar excessos e arbitrariedades por parte dos
agentes estatais – regra da excussão: prova proibida significa que é excluída.
Teste de ponderação na doutrina americana, que já tinha sido desenvolvida na europa: para
decidir se uma determinada violação tem como consequência prova proibida, faz se um teste
de ponderação em face das consequências da perda da prova. Aqui o que é relevante é ter em
conta a consequência de perder aquela prova no processo:
Critérios:
Nos casos onde não esto em causa os direitos do individuo mas os princípios básicos do
processo penal, nesses casos podemos fazer o teste da ponderação.
A propósito dos direitos fundamentais também já percebemos que há 2 tipos maior ou menor
que a proibição de prova:
Provas absolutamente proibidas e provas relativamente proibidas: o que esta em causa são
direitos considerados invioláveis consagrados na constituição e ai temos as absolutamente
proibidas.
Já no nº3 temos as chamadas provas relativamente proibidas que são meios que afetam
direitos considerados não tao relevantes
18º nº2 CRP: o direito penal é a ultima ratio, o principio da necessidade em que só aplicamos o
direito penal se não conseguirmos resolver com mais nenhum outro ramo
O legislador no nº3 do 32º CRP – principio do consentimento, em que havendo consentimento,
as provas podem ser admitidas.
27/10/2021
Há uma diferença entre a proibição de prova e a nulidade, sendo a proibição mais gravosa que
a nulidade – prof teresa beleza.
28/10/2021
Recursos causais hipotéticos: Nix vs williams: onde apos um interrogatório ilegal, levou
o suspeito a indicar a localização do cadáver da vitima. Mas tendo em conta que
estavam a decorrer ao mesmo tempo no local onde o cadáver foi encontrado estavam
a decorrer diligencias e por isso iria seguramente ser descoberto, deve-se admitir a
prova obtida. Esta exceção não exige que a policia obtenha as provas de forma
autónoma e legal, basta demonstrar que o poderia ter feito: recursos causais
hipotéticos, hipoteticamente poderia ter la chegado – há quem diga que ao aceitarmos
esta exceção estamos a destruir o fim da doutrina dos frutos da arvore envenenada. E
por isso há limites: se a acusação demonstrar com grau de probabilidade superior a
50% que a prova teria sido inevitavelmente descoberta, pode-se aceitar esta exceção.
Outra parte da doutrina diz que o que temos que provar é que em concreto a
produção de prova secundaria por via independente e autónoma era eminente.
O prof Paulo Sousa Mendes, pode-se aceitar esta exceção mas temos que fazer juízos
de ponderação no caso concreto, tendo em conta o objetivo da prova proibida. Se, se
veio a demonstrar que o aproveitamento da prova obtida de forma ilegal, poem ou
não em causa o efeito de dissuadir o comportamento dos policias na obtenção de
prova e só se pode ver caso a caso.
Prof Paulo Pinto de Albuquerque e Helena Mourão não aceitam esta exceção.
3/11/2021
Se olharmos para o CPP, livro III tem como epigrafe “da Prova” portanto temos que saber a
diferença entre meios de obtenção de prova e meios de prova:
Os meios de prova caracterizam-se por serem por si mesmo, fontes de convencimento, ex.:
prova testeminhal, documentos, etc.
Escutas telefónicas (meio excecional) são um modo de obtenção, pois traduzem-se num
conjunto de operações técnicas e processuais que permitem o ato de intercetar e degravar as
conversações em curso, entre duas ou mais pessoas. Portanto as escutas são instrumento de
que se servem as autoridades judiciarias e OPC para recolher meios de prova: a escuta é o
meio, a gravação consite em prova documental, portanto temos que distinguir o meio que é a
escuta, do resultado, que são as gravações das conversações. É claro que a licitude da prova
documental, depende do cumprimento das regras relativas às escutas
As escutas são excecionais, pois só deve se utilizado quando for estritamente necessário,
quando for possível obter prova recorrendo a outros meios, não se deve recorrer às escutas
telefónicas, pois colidem com direitos fundamentais, como a intimidade da vida privada, o
sigilo das comunicações, o direito à honra, direito à imagem, etc.
Outro aspeto de ser excecionais, é a sua natureza secreta da prova. Os visados não sabem que
estão a ser gravados e por isso são meio oculto de investigação. Temos que ter em conta o art
26º e 34º CRP pois casagra o direito ao sigilo, correspondência e intimidade da vida privada,
também consagram proibição da ingerencia das autoridades publidas nas telecomonicaçoes,
salvo nos casos previstos na lei em materia criminal. E temos que ter em atenção que também
estão em causa direitos de terceiros que são atingidos com este meio de obtenção de prova.
Mas o art que provavelmente nos diz que este meio tem carater excecional resulta do art 18º
nº2 CRP. Que tenta harmonizar a necessidade do respeito pelos direito e por outro lado o
principio da procura da verdade material, para promoção da justiça.
187º a 189º CPP – no 189º temos que ter em atenção que de acordo com este artigo
temos estendidos outros meios técnicos análogos que permitem a comunicação entre
pessoas (e-mail por exemplo) e intervenção em conversas “cara a cara” que é
estendido pelo art 189º CPP, a todos os meios em que a base da comunicação é a
palavra falada ou escrita.
Outro aspeto no art 189º nº2 a obtenção e junção aos autos de dados sobre
lucalizaçao celular ou de registos de convesas ou comunicações, só podem ser
ordenadas ou autorizadas em qualquer fase do processo pelo juiz, ou seja, para isto,
aplica-se parte do regime das escutas telefónicas.
Há outras normas que não estão no CPP que pervem a possibilidade de escutas,
tirando a ideia de que só são permitidas pelo CPP. Ex.: art 6º da lei de combate à
criminalidade organizada: quando não existir uma lei expressa especial que preveja
outros pressupostos de admissibilidade, temos que seguir os pressupostos do art 187º,
mais importante é que tem que haver uma lei que preveja essa possibilidade.
Pressupostos das escutas:
Tem que estar decorrer processo crime
(foi considerada inconstitucional que permitia que o CIS pudesse ter a possibilidade de
dados de trafego das telecomunicações, atualmente, o CIS pode, por razoes de
segurança a nível de terrorismo é possível o acesso preventivo a dados de trafego e de
internet em relação a localização, mas não foi dada a possibilidade dessa faculdade
quando quisessem)
Que a interceção e gravação só sode ser realizada quando autorizada por despacho
fundamentado do JIC, mediante requerimento do MP no inquérito: 187º nº1 e 269º
nº1 al e) - é o MP que pode ter iniciativa de escutas telefónicas
Tem que haver razoes para querer que a diligencia é indispensável à descoberta da
verdade ou que a prova seria de outra forma impossível ou muito difícil de obter
As escutas só pedem ser realizadas relativamete aos crimes enumerados
taxativamente no 187º nº1 CPP, mas havendo lei especial a autorizar noutros crimes, é
possível. – mas tem sempre que haver uma lei que permita este meio de obtenção de
prova.
Quem pode ser sujeito à interceção e gravação de comunicações? 187º nº4 – só pode
ser sujeito independentemente da titularidade do meio de comunicação utilizado (o
que interessa é o sujeito objeto):
1 – suspeito ou arguido;
2 – pessoa que sirva de intermediário e em relação à qual haja fundadas razoes para
querer que recebe ou transmite mensagens provenientes ou destinadas ao arguido;
3 – vitima do crime e aqui é mediante consentimento efetivo ou presumido.
Ex.: nos sabes que o despacho tem que conter as pessoas visadas, e a duvida que se coloca
é: foi gravado uma conversa entre outras pessoas não visadas que utilizaram esse meio e
que dessa conversa resulta a pratica do crime: a duvida está em se podemos utilizar esta
escuta – 187º admite os acontecimentos fortuitos, desde que se prove que são
indispensáveis para a prova do crime gravado nessa conversa e a única coisa que exige é
que esta reunido o 187º nº4. Imaginemos que A e B são os visados e utilizam o telefone x e
um amigo do A utiliza esse telefone e fala sobre a pratica de outro crime.
10/11/2021
Atualmente há uma parte da doutrina que entende que com a lei 109/2009 de 15 de setembro
lei do ciber crime, considera que o regime processual das escutas deixou de ser o regime regra
e por isso só deixou de ser aplicado às telecomunicações eletrónicas à recolha de prova de
localização celular, a localização física dos agentes alvo de escuta, por meio de mecanismos de
localização das operadoras e por isso de acordo com a doutrina existe um novo modelo de
obtenção de prova digital que esta regulado nesta lei, não se aplicando só ao ciber crime mas a
todos que sejam cometidos por meio de sistema informático ou em relação aos quais seja
necessária recolha de prova por meio digital
Quando estamos fora deste âmbito faz todo o sentido a aplicação do regime das escutas no
CPP
Por razoes de segurança ao nível de terrorismo é permitido ao CIS, é possível o acesso
preventivo a dados de telecomunicações e Internet, no que respeita a acesso de localização
preventivo, não necessita de estar a decorrer processo.
As escutas requeridas pelo MP tem que ser fundamentada 187º nº1 e 269º nº1 e) CPP, ao JIC
tem que haver sempre um despacho fundamentado pelo JIC.
Quer o requerimento quer o despacho tem que ser fundamentado, isto é, tem que explicar a
indispensabilidade da exigência e que de outra forma a prova seria muito difícil ou impossível
de obter.
As escutas tem que ser feitas em relação aos crimes enumerados no 187º nº1 que tem uma
enumeração taxativa. Mas havendo lei especial que permita o recurso a este meio de prova,
também pode ser usado.
As pessoas passiveis a ser escutadas: à luz do 187º nº4 pode ser sujeito a intercessão de
comunicação: o suspeito ou o arguido, intermediário em relação à qual haja fundadas razoes
para querer que recebe mensagens provenientes ou destinadas ao arguido; vitima do crime
mediante consentimento expresso ou presumido.
O despacho fundamentado do JIC tem que especificar as pessoas objeto, daqui decorre que o
OPC tem que se certificar que é dirigido àquelas pessoas, quando não acontece, 188º nº6 a) se
a intercessão apanhar pessoas não autorizadas, tem que haver destruição imediata ordenada
pelo JIC, mas o nº7 do 187º refere que a gravação intercetada não autorizada, os chamados
conhecimentos furtuitos, pode ser utilizada noutro processo em curso ou a instaurar, podemos
aproveitar esses conhecimentos desde que se demonstre que os conhecimentos são
indispensáveis à prova do crime e relativamente aos quais é permitida a recolha por esse meio
de prova.
Há uma terceira questão: no caso de haver intercessão entre pessoas não indicadas no nº4
mas que diga respeito ao crime objeto do processo, pode ou não ser utilizada? Para o
professor germano marques da silva, pode-se aproveitar esses conhecimentos.
11/11/2021
Conhecimentos furtuitos: podem ser valorados como prova noutro processo em curso ou a
instaurar se 187º nº7:
Que os conhecimentos sejam relativos a um crime cuja intercessão seja prevista – 187º
Para o juiz Tiago malheiro, no comentário ao CPP do prof Paulo Pinto de Albuquerque,
comentando o art 187º que de fende que se houver uma escuta na qual se obtenha um
conhecimento fortuito e não obedecer aos requisitos que são cumulativos, acha que esse
conhecimento pode servir como noticia do crime ou ser aproveitado em processo pendente
mas sem qualquer aptidão probatória.
No art 190º o legislador refere que os requisitos e as condições dos artigos anteriores são
objeto de nulidade, sem distinguir o tipo de nulidade o que gera discussão, de saber se
estamos perante a proibição de prova ou da mera nulidade
1. Da diligencia é efetuado auto pelo OPC, também é elaborado relatório da qual o OPC
indica as passagens relevantes para a prova, descreve de modo sucinto o conteúdo e
explica qual o seu alcance para a descoberta da verdade. O auto e o relatório é levado
ao conhecimento do MP de 15 em 15 dias e por sua vez o MP vai levar isso ao juiz, no
prazo máximo de 48h
2. O juiz determina a destruição imediata dos suportes manifestamente estranhas ao
relatório com a ressalva do 187º nº7
3. 188º durante o inquérito o juiz determina a transcrição e junção aos autos das
comunicações indispensáveis para fundamentar a aplicação de uma medida de coação
ou de garantia patrimonial
4. Apartir do encerramento do inquérito, o assistente e o arguido podem examinar os
suportes técnicos das conversas e obter copia das partes que pretendam juntar ao
processo, bem como os relatórios elaborados pelos OPC, tendo que o fazer até ao
termo dos prazos para o RAI ou contestação – de acordo com o prof Germano esta
limitação de prazos, é um limite ao contraditório e por isso uma violação a um direito
do arguido.
Agente infiltrado
Esta lei do agente infiltrado é uma lei que amargou o âmbito de investigação e
formalidades, pois só era usado no âmbito do trafico de droga e no âmbito do combate à
corrupção e criminalidade económica e estrangeira. Esta lei alargou o âmbito de aplicação
desta figura pois mostrou se haver mecanosmos para insvestigar a criminalidade mais
grave e violenta em contexto intra e extra nacional e como Portugal assinou uma cnvençao
de cooperação e auxilio judiciário mutuo entre os EM da EU e a convwnçao admite a
aplicação do agente infiltrado nesses crimes e se não houvesse o alargamento havia
incoerência. Caso não fosse efetuado alargamento tínhamos que admitir uma
incongruência no âmbito nacional e no âmbito da EU.
Temos que fazer uma distinção: entre o agente infiltrado e agente provocador
O agente provocador é proibido, é uma prova proibida e toda a prova obtida por ele não
pode ser aproveitada – esta figura cria o próprio crime e o próprio criminoso, pois
caracteriza-se pelo facto de ser ele que determina o agente à pratica do crime, instigando
ou atuando como autor imediato.
Já o agente infiltrado tem uma atividade meramente informativa, o que significa que
começa por obter a confiança dos suspeitos e dessa forma passa a ter acesso a info e
planos que constituam prova necessária para a condenação e como tem a confiança dos
criminosos, implica que possa auxiliar na atividade criminosa 6º nº1 da lei do agente
infiltrado.
Ex.: o agente de investigação criminal aborda dois sujeitos numa paragem de autocarro e
apresenta-se como comprador de heroína e perante a resposta negativa, ele insiste no ato
de querer comprar, levando um deles a ir comprar para revender.
R.: quando o agente insiste que precisa de droga ele esta a instigar. O tribunal considerou
a absolvição do arguido devido ao agente ter atuado como verdadeiro agente provocador.
E foram responsabilizados pela pratica de um meio de obtenção de prova proibido.
Outra situação: o agente pergunta ao sujeito se tinha droga na qual responde que não a
tem com ele mas que ia buscar a casa
R.: aqui considera-se que o agente não determinou à pratica do crime, pois o crime já tinha
sido praticado, e não atuou nem como agente infiltrado nem como agente provocador
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Saber se o agente era infiltrado ou provocador (Jaime) – no fundo o que é que o Jaime
possibilitou? Foi que a droga fosse retirada do contentor e chegasse aos agentes, aos
autores, que levassem a droga para o destino final mas foi ele que possibilitou a saída
da droga do contentor – o tribunal achou que não, toda a operação de tráfico de
estupefacientes já está montada, ele apenas possibilita mas sem a sua atuação
também não é possível mas o facto do seu contributo ser essencial não o torna agente
provocador
OT
Visita dia 24/11 às 14h – crime de corrupção ativa, falsificação de documentos, títulos de
condução, certificados de habilitação e atestados médicos falsos – campus da justiça
Caso Pratico
Pelas 6h15 do dia 1 de janeiro de 2018, dois agentes da PSP compareceram na discoteca
roleta russa em lisboa em resposta a uma chamada de Zulmira moradora na zona que
alertara para a extrema violência que estava a bservar da janela do seu apartamento, com
vista direta para a saída da discoteca.
187º nº7 – conhecimentos fortuitos obtidos através de uma escuta valida e saber se eles
podem ser utiizados noutro processo, relativo a um crime de ameaça por telefone. A
questão principal é saber se a medida é indispensável 187º nº4 al a)
Tendo em conta dos dados em que há uma testemunha e os agentes que viram o corpo a
ser atirado, temos fundamentos bastantes que as escutas não são indispensáveis à prova
do crime
O juiz de julgamento tem que avaliar os requisitos dos conhecimentos fortuitos, incluindo
a sua indispensabilidade.
18/11/2021
Meios excecionais de obtenção de prova – que cada vez têm uma relevância prática cada vez
maior, tendo em conta o tipo de criminalidade que existe – mas tem de haver sempre um
equilíbrio, por alguma razão são considerados meios excecionais porque claramente colidem
com direitos fundamentais.
A figura do agente infiltrado que estamos neste momento a estudar é um meio excecional de
obtenção de prova, havendo alguns autores que discutem a legitimidade ético-jurídica deste
figura porque põe em causa uma série de princípios fundamentais de direito, desde logo o
princípio da dignidade da pessoa humana.
A intimidade da vida privada é claramente posta em causa com este tipo de obtenção de
prova, se alguém se faz passar por outra figura, tem uma identidade fictícia, ganha a confiança
de outra e entra na sua esfera priva e o que se referia é que há um outro princípio, que se
relaciona com a lealdade ou fair trial, todos nós temos direito à não autoinculpação, por isso
vamos estudar que o arguido não é obrigado a responder às perguntas com verdade como as
testemunhas são. Por isso, há quem diga que põe em causa a lealdade que o Estado deve ter
quando investiga sob pena de haver uma inversão de papeis mas apesar de todas estas
objeções à figura do agente infiltrado, é uma figura que cada vez mais é utilizada, o seu âmbito
de aplicação é cada vez mais alargado a outros crimes (começando por ser de estupefacientes
e criminalidade económica organizada) porque cada vez mais temos uma criminalidade
complexa e transnacional, portanto, como se diz tem de haver um equilíbrio entre a procura
da verdade material e a prevenção e repressão da criminalidade e por outro temos de
harmonizar o respeito dos direitos fundamentais e é este equilíbrio que é difícil fazer em
processo penal, nomeadamente, na questão da prova.
Uma coisa é certa, o agente infiltrado não pode atuar como agente provocar, porquê? porque
o provocador determina alguém à prática do crime; o prof. Manuel valente considera que se o
agente infiltrado for o que praticar o primeiro ato já é também uma figura proibida mas qual é
a natureza da figura do infiltrado? Ele infiltra-se num determinado meio, faz-se passar por
outrem com uma identidade fictícia ganha a confiança de outro ou de outros, passando a fazer
parte do grupo e muitas vezes é cúmplice e muitas vezes é coautor, com esta discussão como
se disse na coautoria para uma parte da doutrina não deve ser ele a praticar o primeiro ato –
só pode utilizar esta figura a PJ e pode, havendo uma discussão na doutrina, utilizar um
terceiro sob sua direção.
Na última aula o que vimos foi a distinção entre o agente provocador, sendo esse proibido, ai
acha-se que se viola o princípio da igualdade, o investigador parte do pressuposto que aquela
pessoa tem propensão para o crime, não havendo liberdade de decisão daquela pessoa.
Agente encoberto – o que é que distingue o agente infiltrado do agente encoberto? Para já o
agente encoberto não ganha a confiança dos outros membros da organização, ele aparece
num local onde se pratica determinados crimes, imagine-se que há um café onde se sabe que
são transacionadas peças roubas, o agente vai para lá à paisana e tem um papel passivo. Esta
atuação do agente não tem nada a ver com o agente infiltrado, há uma absoluta passividade
relatividade quanto à atividade criminosa e uma inexistência de relação pessoal com os
agentes do crime, além disso como esta figura tem estas características não precisa de ser da
PJ, pode atuar como agente encoberto qualquer OPC. Além disso não se cinge ao catálogo de
crimes a que o agente infiltrado está sujeito.
Enumeração taxativa dos tipos de crime sujeitos a esta técnica de investigação (101/2001); só
pode ser agente desta figura a policia judiciária (competência subjetiva pertence à PJ) e os
pressupostos para atuar esta figura são: adequação da ação infiltrada à prevenção e repressão
criminal do caso em concreto. Esta adequação cabe dentro da chamada proporcionalidade que
deve existir na obtenção deste meio de prova e é por isso que além de adequada esta ação
tem de ser proporcional aos fins e à gravidade dos crimes a investigar; outro requisito que se
retira do artigo 3º/1 é que o recurso a esta figura obedece a uma prévia recolha de elementos
objetivos capazes de demonstrar fortes indícios de que se está perante suspeitos da prática de
crimes previstos no artigo 2º. Ainda a propósito dos pressupostos, o objetivo tem de ser a
obtenção de provas reais e pessoais com finalidades exclusivas de prevenção ou repressão, o
que é que acontece se tivermos um agente infiltrado que não obedece a estes requisitos?
Prova proibida. É claro que outro aspeto relevante do regime jurídico é que tem de haver
tutela jurisdicional desta figura do princípio ao fim e é por isso que para se recorrer à figura do
agente infiltrado tem de haver uma autorização prévia da autoridade judiciária que significa
que tem de haver autorização prévia do MP na fase de inquérito e autorização prévia do JIC na
fase da Instrução; já o professor Manuel Valente considera que a entidade competente para
proceder a esta autorização devia ser sempre o JIC porque se trata de um meio extremamente
intrusivo na intimidade das pessoas, tem de haver um relatório por parte do agente infiltrado
para haver um controlo judiciário da sua atividade, como se pode retirar do artigo 3º/6. Isto
são os aspetos centrais da figura do agente infiltrado, os pressupostos principais são a tal
proporcionalidade que tem de existir, devendo ser a figura considerada essencial ou necessária
e isso resulta não só da lei que regula o agente infiltrado mas também do artigo 18º/2 da CRP;
outro aspeto relevante é que o agente infiltrado tem liberdade de participar, ou seja, tem
liberdade de atuar como agente infiltrado, ninguém pode ser obrigado a atuar como agente
infiltrado e isso decorre do próprio perigo da figura do agente infiltrado – na fase de
julgamento, ele vai depor à audiência de julgamento com o nome e identidade fictícia, ele
nunca perde a sua figura para não ser descoberto e além disso o juiz só deve chamar o agente
a depor se tal for essencial, se não deve evitar esse tipo de confronto. Por ultimo o agente não
pode ser prejudicado pelos atos que praticou.
24/11/2021
Buscas – podem ser objeto de buscas os locais reservados ou não livremente acessíveis ao
publico – 174º nº2 mas é clao que tem que haver indícios de que nesses locais se encontram
objetos relacionados com o crime ou que possam servir de prova
Competência – a regra é que a busca tem que ser autorizada ou ordenada por despacho da AJ
competente e deve presidir a esta diligencia sempre que possível. Isto resulta do artigo 174
nº3 do CPP. Excecionalmente, as buscas podem ser efetuadas pelas opc sem autorização da
autoridade judiciaria competente. As situações em que tal é possível vêm enumeradas no
artigo 174 nº5. Estão lá casos de terrorismo, criminalidade violenta altamente organizada em
que haja indícios da pratica do crime e tem que ser um crime que ponha em risco a vida ou a
integridade de qualquer pessoa nos casos em que os visados consintam, e o consentimento
tem que ser documentado. Também quando houver detenção em flagrante delito por crime a
que corresponda pena de prisão.
Apesar de termos esta enumeração no nº5, nestes casos a busca é imediatamente comunicada
ao JIC e apreciada pelo mesmo em ordem à sua validação 174º nº6 e 118º nº1 CPP
À luz do art 271 nº1 al a) os OPC podem ainda proceder a buscas no local onde se encontram
suspeitos sem previa autorização da AJ sempre que tiverem fundada razão para querer que
nesses lugares se ocultam objetos relacionados com o crime suscetíveis de servirem de prova e
que caso a busca não seja feita, podem perder-se – estamos a falar de medidas cautelares e de
policia – mais uma vez o JIC tem que comunicar esta busca à AJ competente para a sua
validação
Buscas
Quando houver detenção em flagrante delito por crime que corresponda detenção.
Há que referir que à luz do 251º nº1 a) os OPC podem ainda proceder a buscas no lugar onde
se encontra o suspeito sem previa autorização da AJ sempre que tiverem fundada razão para
querwr que nesses lugares se ocultam objetos relacionados com o crime suscetíveis de prova,
e caso a busca não seja feita, podem-se perder 251º nº2 – medidas cautelare e de policia.
Busca domiciliaria – 177º CP e tem regras especificas pois esta em causa a proteção
constitucional da reserva da intimidade da vida privada 26º 32º nº8 e 34º CRP
Em casa habitada ou numa dependência fechada durante o dia entre as 7h e 21h (distinção de
dia e de noite) pode ser feita pelo OPC ou ordenada pelo MP nos casos de terrorismo,
criminalidade violenta ou altamente organizada, desde que haja indicio da pratica eminente de
crime que ponha em grave risco a vida ou a integridade de qualquer pessoa. 174º nº1 nº4
Em todos os outros casos a busca domiciliaria durante o dia so ode ser ordenada e autorizada
pelo juiz 177º nº1 e 269º nº1 al c)
Busca durante a noite (emtre as 21h e as 7h) – 177º nº2 nos casos de terrorismo ou
criminalidade altamente organizada, consentimento do visado desde que seja documentado e
no caso de flagrante delito de crime punível com pena superior a 3 anos ex.: situação de
violência domestica em que ela ouvio barulhos que indiciavam o crime e a policia interveio, e
quando a policia chegou e os barulhos pararam, se tivessem continuado, a policia entrava
Busca em scritorio de advogado ou consultório medico, que esta prevista no nº5 e 6 do 177º
esta busca é sob pena de nulidade autorizada ou ordenada e presidida pessoalmente pelo juiz,
porque há protieçao de domicilio junta-se a protaçao do segredo profissional. Tem que haver
prévio aviso ao presidente do conselho local da ordem dos advogados ou dos médicos
conforme. E estes podem estar presentes ou um seu delegado. Este aviso prévio causa
polemica, pois corre-se o risco de haver prévios avisos e destruição previa. 268 nº1 c)
Acordao do TC 166/2013 – a busca foi feita com o consentimento pela mulher do arguido e
discutiu-se se o consentimento também abaraca as pessoas que vivem na casa. Mas o tribunal
concluiu que o consentimento tem que ser dado pelo arguido
Revistas – tem como objeto as pessoas e teem lugar quando houverem indícios que alguém
oculta na sua pessoa quaisquer objetos relacionados com o crime ou que possam servir de
prova. Devem ser feitas sem ofender o pudor das pessoas revistadas. Em regra tem que ser
ordenadas ou autorizadas por despacho da AJ competente devendo esta presidir à revista sem
que possível. Podem ser efetuadas por OPC sem autorizaçao da AJ nas situações do 174º nº2 e
nº3 – 251º nº1 medida cautelar e de policia
Há ainda uma nota que é: os OPC podem revistar pessoas que tenham participado ou
pertendam a qualquer ato processual ou que na qualidade de suspeitos devam ser conduzidos
a um posto policial, mas tem que haver razoes para querer que ocultam objetos com os quais
podem cometer crime. Mas esta revista é de segurança e não como meio de obtenção de
prova. Que se estende mesmo às pessoas que não são suspeitas
Exames – outro meio de obtenção de prova e servem parainspecionar os vestígios que possa
ter deixado o criminoso e todos os indícios relativos ao modo de como foi praticado o crime.
Nomeadamente vestígios relacionados com a vitima, o lugar onde foi praticado e o modo
como foi praticado 171º CPP
Competência: podem ter lugar por iniciativa própria dos OPC 55º n2 171ºn4 173º e 249º n2 a)
mas se for um exame suscetível de ofender o pudor das pessoas so pode assistir a AJ
competente 172º nº2 e 270º nº2 c) e 290º nº2
Se alguém pertender prestar um exame que é devido ou eximir-se a facultar coisa que deva ser
examindada 172º nº1 a AJ pode compelir a pessoa a fazer o exame 172º nº1 60º 61º nº3 al d)
So pode ser o juiz a realizar o exame que envolva caractrisitcas físicas ou psíquicas da pessoa
que não tenha prestado consentimento: analises ao sangue ou outrascelulas corporais
25/11/2021
Apreensões – também são um meio de obtenção de prova e incidem sobre objetos que
tenham servido ou destinados a servir a pratica de um crime. Podem incidir sobre objetos que
constituírem o lucro de recompensa do crime e ainda todos os objetos que possam servir de
prova e que tenham sido deixados pelo agente no local do crime 178º
Não se deve confundir esta apreençao do objeto do chamado arresto preventivo, previsto no
228º nem da caução económica no 227º
A apreençao dos lucros pode ser convertida em arresto preventivo 186º nº5
Podem ser autorizadas ordenadas ou validadas pelo MP sem prejuízo de o visado puder
requerer ao JIC modificação ou revogação da medida 178º nº6
Este regime especial relaciona uma proteção constitucional 34º nº1 e nº4 da CRP pois é um
direito fundamental, so pode ser restringido no âmbito de um processo criminal
Pode ordenar o juiz, a apreençao de correspondência, desde que tenha fundadas razoes para
querer que ela foi expedida ou é dirigida ao suspeito mesmo que seja sob nome diverso ou
através de pessoa diversa.
Também tem que ser de crime co pena superiro a 3 anos e por ultimo tem que se demonstrar
que esta medida é de grande importância para a diwcuberta da verdade ou para a prova. Vai
ser transmitida intacta ao juiz que ordenou de forma a decidir qual a sua relevância probatória
com exceção dos casos do 252º nº2 em que o juiz pode autorizar aos OPC a bertura imediata
do documento. 252º nº3 os OPC podem retardar a remessa de entrga de correspondência nas
estações de correios e telecomonicaçoes o que pertendem é a decisão do juiz sobre a
apreençao daquela remessa ou não.
No caso de se tratar de correspondência entre o arguido e defensor ela so pode ser feita se
houver fundadas razoes para querer que aquela constitui objeto ou elemento de um crime
179º nº2 sob pena de nulidade 118º
Meios de prova
Mas também ‘ode incidor sobre meios de prova desses factos, apessoa não relata os factos
que presenciou mas relata o meio de prova que viu ex.: a vitima depois de ter sido vitima, e
relata a alguém, se a pessoa relata isso temos testemunho indireto.
A testemunha também pode ter que relatar factos considerados importantes para valorar a
sua credibilidade, nomeadamente circunstancias pessoais da testemunha.
Quando ocorrer no estadio de determinação da sanção – para determinar a pena temos que
saber alguma coisa sobre o estado do agente
Podemos classificar o testemunho em direto (reporta-se diretamente aos factos 128º nº1)ou
indireto (testemunho de vista ou de “ouvi dizer”) reporta-se aos meios de prova dos factos e
portanto não respeita diretamente aos factos e so excecionalmente pode ser inquirida sobre
factos de que tem conhecomento indireto – o juiz tem que chamar as pssoas que o
testemunho disse que “lhe dissram” para validar o seu depoimento, excepto se for impossível
a inquirição, em razão de morte ou anamalia psíquica ou impossibilidade de ser encontrada.
Se o juiz chamar e esta se recusar ilicitamente em aparecer esta cumprido o procedimento que
leva a anulação do testemunho indireto
Direitos da testemunha
1. Direito de audiência
2. Direito do tratamento correto por parte do tribunal como tratamento da honra e
integridade
3. Direito a indeminizaçao por desdepesas de comparação em tribunal
4. Pode fazer-se acompanhar de advogado que a informa quando necessário dos seus
direito, mas não pode interferir 132º nº4
Testemunha suspeita: valor probatório: o suspeito que presta declarações como testemunha,
tal como a testemunha esta obrigado a dizer a verdade – podem as suas declarações ser
utilizadas contra ele? A doutrina divide-se
Germano marques da silva: não deve ser utilizado como prova 58º nº5 as hipotses da
testeminha suspeita saber que é suspeita e ter conhecimento de se puder constituir como
arguida, são quase nulas e por isso a testemunha pode não saber.
No CPP françes já existe este regime, coisa que não acontece em Portugal
Deveres:
1. Tem o dever de responder com verdade a tudo, sob pena de incorrer em crime de
falso testemunho 260º pode-se recusar a responder quando das suas respostas resulta
a sua responsabilização – é melhor recusar pois se mentir pode ser acusada do crime
de falso testemunho, mas se o fizer, mas pena pode ser atenuada ou dispensada
demonstrando essas circunstancias
2. Tem que prestar juramento quando ouvida pela AJ, mas pelo OPC não tem que o fazer
3. O depoimento tem que ser reduzido a auto e conservando quanto possível as
expressões da testemnhuna
Apesar de este meio ser extremamente relevante, há muitos riscos e o primeiro é a
possibilidade de o depoimento ser falseado, apesar de ser crime, podem mentir nem serem
apanhados.
Esta prova é altamente falível uma vez que depende da memoria e da capacidade psíquica e
física do sujeito
1. O depoimento é pessoal que não pode ser feito por intermedio de terceiro e tem que
incidir promeiramente sobre os eoementos de identificação de testemunha e depois
incide sobre as relações de parentesco e proximidade com o arguido bem como
quaisquer circusntancias relevantes para a validação de documento. So depois +e que
a testemunha presta juramento e por fim inicia o depoimento sobre os factos.
2. De acordo com o 138º nº2 não devem ser feitas perguntas suestivas ou impertinentes
nem quaisquer outras que possam prejudicar a sinceridade da testemunha
3. Não devem ser feitad à testemunha pergunstsd que não interessam ao objeto do
processo, mas antes de o fazer deve tentar esclarecer a motivação da pergunta
4. A vuilaçao destas regras constituem irregularidade do ato que deve ser suscitada e se
não for atendida pode dar lugar a recurso
Qualquer pessoa que tenha capacidade de ser testemunja tem o dever de o fzer 131º nº1 mas
podehaver incapacidade: são incapazes → inapdidao física e mental incluindo imaturidade, e
cabe à AJ indentificar a incapacidade
Impedimento, não se confunde com a capacidade: só pode ter como fundamento a reçaçao da
pessoa impedida com esse processo que de algum modo afeta a sua credibilidade, por ex.: o
arguido 133º até porque há as declarações do arguido como meio de prova, e as suas
declarações devem ser tidas como tal.
As pessoas que se se tiverem constituído como assistentes, também estão impedidas, mas
podem prestar declarações mas na qualidade de assistentes e não como testemunhas.
As partes civis, também tem essa qualidade e por isso são impedidos
Os peritos também são impedidos pois as suas declarações valem como prova pericial
Imunidades: certas +essoas dada as suas funções gozam de imunidade 139º CPP – resultam
geralmente do direito internacional ou do direitompublico interno 154º nº3 CRP. Já as
prerrogativas de inquirição as principais estão no CPC
→ a testemunha pode se recusar a responder se considerar que a sua resposta lava à auto
incriminação
Proibição de testemunho por dever de setredo: a própria inquirição sobre os factos impõe-se
ás autoridas, não podem fazer perguntas sobre isso, é uma proibição relativa deprova.
Também é proibido inquirir sobre segredos de estado
Escusa: é quando alguém se recusa a prestar depoimento em virtude de um poder ou dever de
guardar segredo
Quando a testemunha invoca o direito de segredo de trabalho, a AJ vai ter que averiguar o
porque da escusa, e caso conclua que os casos não estão sujeutos a segredo pode pedir ao
tribunal que obrigue a prestar depoimento