Você está na página 1de 33

Prova e Recursos em Processo Penal

14/09/2021

O direito penal só pode ser aplicado através do processo penal. O direito processo penal é
instrumental em relação ao direito penal. O prof figueiredo dias quando fala na ciência do
direito penal, toca no direito penal substantivo, o direito processual penal e as medidas das
penas.

Apesar do direito processual penal ser instrumental não significa que não tenha autonomia,
pelo contrario, é através do direito processual penal, que refletimos o grau de evolução de
uma ordem jurídica e uma sociedade, pois concilia dois fins que parecem incompatíveis. Por
um lado, o fim principal do processo penal, é descobrir a verdade material, esse é o grande
objetivo do processo penal. É no fundo reconstruir um facto passado, o que é que aconteceu.
O que levanta grandes dificuldades. Mas leva a ser o mais fiel possível ao que aconteceu no
passado. Mas essa procura implica que se respeite os direitos fundamentais, e é essa grande
diferença que leva ao problema do processo penal: procurar a verdade material e respeitar as
liberdades fundamentais ligadas à pessoa humana.

Um dos direitos fundamentais do arguido é o direito ao recurso que é a ultima fase do


processo penal. (noticia do crime; inquérito; instrução; julgamento e Recurso) Mas antes do
recurso temos que passar pela matéria da prova. Se o objetivo do processo penal é procurar a
verdade, isso faz-se através da imputação criminal pela investigação criminal.

O conceito de investigação criminal, passa pelo instrumento jurídico mais completo que é a
prova. → conceitos fundamentais que regulam todas as provas em processo penal.

O principio da procura da verdade matéria é também designado como principio da


investigação.

Todas as provas têm que seguir o principio da legalidade e todos os tramites e requisitos
legais.

Por meios de obtenção de prova, temos situações de: revistas, buscas, exames, obtenções,
escutas, etc. → temos também os agentes infiltrados e os agentes provocadores

A Livre apreciação de prova, não significa que haja arbitrariedade, visto que o juiz tem que
fundamentar a sua decisão, o facto de o juiz ter liberdade de apreciação de prova esta tem que
ser devidamente fundamentada sob pena de nulidade da sentença.

Se o juiz ouve um determinado perito, e não concorda com a opinião deste, tem que
fundamentar sobre o tema em causa e em principio pedir uma segunda opinião, com base no
principio da procura da verdade material – prova pericial

Proibições de prova: temos provas absolutamente proibidas, como a tortura. E temos as


provas relativamente proibidas.
(Livro sobre as proibições de prova – Manuel da Costa Andrade)

(Recursos penais – Manuel Simas Santos e Manuel Leal Henriques)

(Comentário ao código processo penal – Paulo Pinto Albuquerque)

16/09/2021

Investigação criminal: art 1º da lei de organização da investigação crimina, daqui resulta que
só se fala em instigação quando há uma investigação que decorre durante um determinado
processo penal. É a atividade processual da descoberta da verdade, e essa atividade processual
inicia-se pelo despacho de abertura de inquérito, proferido pelo MP. Só existindo despacho de
abertura havendo noticia do crime.

Há atos em que há uma investigação sobre a pratica ou sobre a existência ou não do facto
criminal, mas como nem sequer houve noticia do crime ou despacho de abertura de
inquérito, essa investigação não se considera investigação criminal.

Investigação que não se traduz com investigação criminal:

 Atos de investigação no âmbito das medidas cautelares e de policia – art 248º a 253º
CPP: as medidas cautelares e de policia são os atos necessário e urgentes que os OPC
tem que praticar para preservar os meios de prova e é por isso que os podem praticar
antes de receberem ordem da autoridade judiciaria, antes do despacho de abertura
de inquérito. Só podem ser feitas se for indispensável a atuação do OPC sob pena da
perda de provas fundamentais na futura investigação do crime. Estas medidas
cautelares e policia, não se confundem com medidas de policia, aplicadas pelas
autoridades de policia num quadro de segurança interna, nem se confundem com as
medidas cautelares e de policia aplicadas também pelas autoridades policiais num
quadro jurídico administrativo. – não podem ser classificados como atos de
investigação uma vez que são praticados antes do despacho de abertura de
inquérito. Os OPC tem que praticar esses atos porque são urgentes para preservar
prova que dão seguimento à investigação criminal.
Ex.: identificar pessoas suspeitas, interditar acessos etc. – no âmbito da segurança
interna
Ex.: indicação de fiscalização de velocidade por radar, se a policia procede ao
levantamento de um auto de pratica contraordenacional – quadro jurídico
administrativo

 Investigação dos inquéritos parlamentares: a finalidade do inquérito parlamentar é o


controlo politico sobre o governo e a administração, mas muitas vezes apos o
inquérito parlamentar, se descobrem ilícitos criminais podendo dar origem a noticia do
crime. Mas ate la não há investigação criminal. São feitos por entidades que não tem
a ver com os OPC. São atos do parlamento com puderes diferentes dos OPC. A
principal função do inquérito parlamentar é o controlo politico.
 Atos de investigação de contraordenações praticados por autoridades
administrativas: por contraordenação temos o grau da ilicitude, ou grau da lesão
social. No âmbito do direito administrativo: todos os inquéritos feitos por
autoridades administrativas que visam investigar contraordenações. Quando estes
órgãos investigam têm poderes de investigação, para puder praticar a sua atividade
de supervisão. Como não é investigação criminal, os tramites são diferentes e que
gera discussão na doutrina, que se este tipo de investigação violou não a constituição.
Ex.: banco de Portugal e CMVM que supervisionam as atividades económicas e
financeiras que ocorrem. Toda a investigação feita pelo BP não é investigação criminal,
mas pode levar a condenação a coima. Mas durante todo esse processo a investigação
é de contraordenações. O que pode acontecer é que o condenado pode impugnar
judicialmente essa condenação e a partir dai já existe processo penal.

Esta atividade é discutida nas doutrinas, porque em certa medida essas entidades podem,
como supervisoras, pedir informações aos visados, e há quem entenda que há
interferência nos direitos fundamentais do futuro possível arguido, porque se já estivesse
na modalidade de arguido, podia invocar o principio da não Auto imputação.

 Atos de investigação no âmbito de prevenção criminal: a nossa policia tem como


função prevenir a pratica de futuros crimes, e para haver prevenção tem que haver
investigação, mas essa investigação não é investigação criminal. E os OPC tem esta
atividade preventiva, muito parecidos com atos de investigação criminal, como buscas
a locais, diligencias relacionadas com proteção de provas pessoais etc. estes atos são
similares aos atos praticados durante a investigação e por isso, muitas vezes nos atos
de prevenção são deparados com ilícitos criminais. É ai que a linha de distinção fica
mais ténue, mas não há despacho de abertura e por isso não há investigação
criminal.

21/09/2021

A investigação criminal surge no âmbito da noticia do crime, apos o despacho de abertura de


inquérito. Só ai há processo penal em andamento e investigação criminal.

O fim imediato da investigação criminal: descoberta da verdade material – o que leva ao fim
mediato da investigação criminal: para que se possa determinar se houve ou não a pratica de
um crime e quem foi o agente(s) do(s) crime(s). E muitas vezes chega-se a conclusão da
absolvição → há um erro de se pensar que a investigação serve para procurar acusar, mas
não é só, serve para apurar se realmente houve crime e quem o praticou. Durante a
investigação pode haver prova que ocorreu causa de exclusão da ilicitude ou da culpa que
afastam a responsabilidade criminal. Portanto a investigação criminal não visa só procurar
provas incriminadoras.

Quando se chega que não há causas de exclusão da ilicitude ou culpa ou oponibilidade, há


imputação do crime.

Prevenção geral positiva: dar à sociedade a segurança e certeza do direito

Prevenção geral negativa: intimidar a sociedade a não praticar atos criminosos


Prevenção especial positiva: reintegração do agente do crime na sociedade

Prevenção especial negativa: tentativa de intimidação do individuo a não praticar futuros atos
jurídico penalmente relevantes

Fim ultimo do direito penal: proteção subsidiaria de bens jurídicos

O direito penal só pode intervir quando for totalmente indisensavel para tutelar bens jurídicos
fundamentais. Se o estado quer preservar certos valores, só pode utilizar o direito penal como
ultimo recurso.

23/09/2021

Na audiência de julgamento o Juiz tem que ter acesso a todas as provas produzidas no
processo penal, para fazer a fundamentação.

O principio da procura da verdade material ocorre durante todo o processo, mas por sua vez
este principio decorre do principio da presunção da inocência que também ocorre durante
todo o processo. O arguido presume-se inocente até ao transito em julgado, logo a
investigação perdura ate ao transito em julgado. Mas isso não significa que ela não tenha mais
importante numas fazes do que outras tendo mais relevo na fase do inquérito. Pois é no
inquérito que se decide a acusação ou o arquivamento e é ai que vemos se há elementos
suficientes para fundamentar a acusação ou o arquivamento.

Mas apesar da investigação criminal ter a sua maior importância no inquérito, tem bastante
importância na instrução, cujo objetivo principal, é a comprovação judicial da decisão do MP,
através do JIC.

O tipo de sistema de acusação português é o misto, pois há uma clara divisão entre a entidade
que investiga e acusa, e a entidade que acusa, mas existe a possibilidade de investigar durante
o julgamento. Ao contrario do sistema anglo-saxónico em que o juiz não pode pedir prova. No
nosso sistema o juiz se tiver duvidas pode pedir produção de prova, limitado ao objeto do
processo. O RAI deve ser feito quando se quer introduz factos novos que impliquem alteração
substancial do objeto do processo mas nunca que não tenham sido investigados e por isso, no
máximo o inquérito é o que limita o objeto do processo.

Há uma situação excecional em que a investigação criminal pode ir para la do transito em


julgado, quando se descobrem factos que ponham em causa a justeza da decisão proferida art
449º al d) cp que é o chamado recurso de decisão e só pode acontecer quando:

Surgem novas provas que de per si, ou combinados com o processo suscitem grandes duvidas
sobre a justiça da condenação. É um recurso extraordinário porque é feito apos o transito em
julgado.

Ao falarmos sobre a fases de relevância da investigação criminal, o mais importante é saber


que a investigação releva-se até ao fim.

O principio da presunção da inocência decorre do principio da dignidade da pessoa humana, e


o seu fundamento no principio da culpa, ou seja, não há pena sem culpa.
Temos outro principio que também está presente na investigação criminal, que está implícito,
é o principio da dignidade da pessoa humana, pois a procura da verdade material não pode ser
feita a todo o custo e por isso, este principio é o limite da procura da verdade material.

Art 1º da LOIC – a IC compreende o conjunto de diligencias que determinam os agentes e a sua


responsabilidade num crime

A investigação criminal procura descobrir factos que proporcionem melhor valoração de


realidades já ocorridas – definição de investigação criminal por Mannheim

Faz parte da reconstrução do facto passado, o tentar descobrir as motivações pessoais, sociais
e económicas do crime, isto é a IC não deve investigar apenas quem praticou o crime, mas
também determinar o porquê do crime, e por varias razoes, desde logo porque é aí que vamos
determinar o grau de responsabilidade do agente, e em certos casos a imputabilidade do
agente.

Quando o homicídio for praticado por crimes de odio, a motivação já vai dar origem a
homicídio qualificado. Portanto a procura das causas pessoais é fundamental para determinar
o grau de responsabilidade. E é por isso que se diz que a procura dessas causas, implica que o
investigador tenha conhecimentos de criminologia e psicologia, pois só dessa forma consegue
determinar as causas pessoais sociais e económicas.

Para alem disso, também é bom saber o tipo de personalidade do agente, até para a aplicação
de medidas de coação.

Por ultimo, a propósito da noção de IC, quando há processo de indeminização civil, esse segue
no processo penal. O que vai ser apurado na investigação criminal.

OT
No dolo eventual e na negligencia consciente o critério de distinção é a conformação do
agente, sendo que o ponto comum, a representação pelo agente do facto típico. E é relevante
saber se estamos perante uma situação de dolo ou negligencia. E a IC tem que chegar à
conclusão da motivação do agente para sabermos distinguir estas duas figuras. A formula de
distinção, é a perguntar se o agente se conformou ou não com o resultado. Mas isto tem que
ser auferido com alguns critérios sendo uma delas a motivação pessoal. Se a motivação for
forte é mais provável que haja dolo eventual, que o agente tenha pensado: “aconteça o que
acontecer” mas conformou-se mas também temos que ter em conta o grau de probabilidade
de lesão e ligado a este critério temos uma serie de fatores como a hora, o local, etc.

Frank criou a formula hipotética: que tem que ver com o facto do agente prever o facto como
certo, e sendo certo, o agente atuaria ou não – se o agente tivesse previsto o resultado como
certo e atuasse: é dolo eventual, se não, é negligencia consciente.

No caso do furto tem que haver IC para determinar a intenção de furtar – la está a causa
pessoal que é importantíssima para a classificação e imputação do facto típico.

Principio da investigação sobre garantia judicial: diz que a direção da investigação criminal
cabe a uma autoridade judiciaria, nomeadamente à autoridade judiciaria responsável por
aquela fase do processo. 2º LOIC
Este principio tem a sua razão de ser na proteção dos direitos do arguido, pois assim é
assegurada a proteção dos direitos fundamentais. E assim a supervisão de uma autoridade
judiciaria.
Principio da quadjuvação e da obrigatoriedade de assistência por parte dos OPC –quem dirige
é a autoridade quem atua na investigação é o OPC.

Quando se diz que o MP dirige a investigação, falamos em DIAP e DCIAP, a diferença é que o
DCIAP, tem como função prevenir e investigar a criminalidade altamente violenta e
organizada, já o DIAP é para a generalidade dos crimes.

Na pratica, quem realiza a investigação são os OPC, que são entidades e agentes policiais a
quem cabe levar a cabo quaisquer atos ordenados por AJ ou determinados pelo CPP ou por
legislação avulsa. Todos com vista à realização das finalidades do processo penal. Art 1º al c)
CPC art 55º cpc. Não descuidando as leis orgânicas de cada policia.

Não confundir OPC com APC: os APC fazem parte dos OPC mas são os diretores/inspetores da
policia a quem as leis reconhecem essa função, e a atuação do APC implica uma intervenção
mais restritiva de direitos fundamentais – art 257º cpc

28/09/2021

Principio da judicializaçao da investigação criminal: a direção da investigação pertence a uma


entidade judiciaria, nomeadamente o MP. Na fase do inquérito quem preside a investigação é
a entidade judiciaria MP. Para garantir a legalidade da atuação. Quem realiza no terreno a
investigação criminal são os OPC e é por isso que se fala no principio da quadjuvação das
autoridades judiciarias, que significa que os OPC estão ali para assistir as autoridades
judiciarias.

Que tipo de relações existem entre as autoridades e os OPC:

Há uma dependência funcional dos OPC face as autoridades judiciarias, mas os OPC continuam
a ter uma autonomia orgânica e hierárquica, face as AJ e também continuam a ter
independência técnica e tática, isto significa, que: art 2º nº4 LOIC – no fundo significa que as
orientações, o objetivos, os limites da investigação criminal cabem às autoridades judiciarias,
seja MP, JIC ou Juiz.
Quem decide e determina o âmbito, objeto, objetivo, e termos da investigação é a autoridade
judiciaria.

Esta dependência funcional está também expressa … o MP pode também exigir a comunicação
da noticia do crime em 10 dias: 243º 245º CPC

Tem que haver comunicação quanto as medidas cautelares e de policia praticados pelo OPC –
253º CPC

O MP pode avocar, chamar a si o processo a qualquer momento, e devolve-lo, caso se mostre


necessário, a outro OPC – 2º nº7 LOIC

O MP pode emitir diretivas, ordens instruções sobre o modo da realização da investigação


criminal – art 1º nº1 c) e 53º nº2 b) cpc

O MP pode apreciar o resultado das investigações e tomar as iniciativas que se justificar – art
2º nº7 LOIC

O MP pode fiscalizar a todo o momento o modo de ser da investigação realizada pelo OPC –
263º cpc e 2 nº7 LOIC
Mas apesar de haver esta dependência funcional, há autonomia orgânica e hierárquica dos
OPC, as AJ não podem interferir na vida interna das policias criminais. Ex.: não pode ser a AJ a
decidir qual é a secção de investigação que vai atuar, ou qual o agente, esses elementos são
designados pelo OPC a quem foi entregue a investigação, mas mesmo essa limitação não é
absoluta, porque por vezes a AJ pode determinar qual o agente nos seguintes casos:

→ Motivo de força maior – o agente a quem é entregue a investigação, faz parte da associação
criminosa que se esta a investigar

→ casos que devido à sua especificidade levam a que seja o MP a escolher o agente. ex.:
necessidade de segredo de justiça. Há uma discussão na doutrina se a AJ também pode
escolher quando considerar que a sua não escolha prejudicará a investigação criminal. O prof.
Manuel Valente, entende que se demonstrar que a não ingerência da AJ nestes casos pode
prejudicar a investigação criminal, faz sentido que o faça. Ex.: imaginemos que a AJ que o
funcionário a quem será entregue, não é capaz de praticar certas diligencias e por isso a AJ
pode considerar que prejudica a investigação.

Existe também uma autonomia técnica e tática: art 5º e 6º LOIC que significa que o OPC utiliza
os conhecimentos e os meios de agir, legalmente admissíveis, adequados a IC, mas a utilização
desses conhecimentos e meios não pode desrespeitar direitos fundamentais. Mais uma vez
tudo o que ultrapasse o principio da proporcionalidade, exigibilidade, aquacibilidade, não é
admitido. Ex.: busca domiciliaria, está no âmbito da autonomia técnica o estudo e método de
atuação dessa busca.

Já quanto à autonomia tática: é mais decidir o tempo o lugar e o modo adequados para a sua
atuação, no exemplo anterior da busca ao domicilio, faz parte da autonomia tática escolher
usar um martelo ou um explosivo para fazer a busca, mas no caso de chegar à conclusão do
explosivo, tem que pedir autorização à AJ.

A propósito destas relações entre OPC e à AJ, discute-se se à perigo da judicializaçao ou


policializaçao da investigação, isto é, há certos artigos que parecem por em causa a direção da
IC por parte de um órgão jurisdicional, pondo em causa a dependência funcional e o artigo
referido é o 2º nº3 LOIC, nomeadamente a sua ressalva: o OPC tem competência para iniciar
de imediato a investigação antes do conhecimento do crime por parte do MP no âmbito do art
270º nº4 cpc e também se achar necessário e urgente para assegurar meios de prova. Este
artigo só não será inconstitucional se referir medidas cautelares e de policia, temos que
interpretar este artigo restritivamente. E significa que o OPC tem que comunicar sem deixar
passar os 10 dias, que a investigação foi iniciada. Para que esses atos sejam validos e
considerados, é preciso que seja a AJ a avaliar a sua validade, o que implica que obedeça ao
principio da necessidade e que não ponha em causa direitos fundamentais.

Art 12º da lei orgânica da PJ – de acordo com este artigo uma autoridade de policia criminal
APC pode por exemplo ordenar realização de perícias, realização de revistas e buscas, com
excepção das domiciliares, apreensão de correspondência. A PJ pode ordenar estes casos. Se
este artigo não for interpretado restritivamente, está a por em causa o principio da
judicializaçao da IC. A APC não se pode substituir à AJ. Ele só pode significar que o legislador,
se referia a medidas cautelares e de policia, que devido à sua urgência exigem que a PJ
pratique logo estes atos.
30/09/2021
A IC pressupões a produção e recolha de prova. Toda a matéria do âmbito da prova, insere-se
na figura da IC daí a necessidade de enquadrar a matéria da prova

Prova: esta palavra tem vários significados, depende do contexto em que é utilizada e os mais
comuns são:

 A prova pode referir à atividade probatória e aqui a prova surge para indicar os meios
de obtenção de prova, traduz-se no ato ou atos praticados com vista à demonstração
dos factos constitutivos do crime. Também factos que podem ser relevantes para a
determinação da medida da pena, ou medidas de coação.
 Prova enquanto meio de prova: surge como elemento com base no qual os factos
relevantes podem ser demonstrados
 Prova enquanto resultado da atividade probatória: aqui a prova é a motivação da
convicção da entidade decisória à cerca da ocorrência dos factos. A este sentido dado
á palavra prova, essa convicção não é baseada apenas nos meios de prova, ele analisa
os meios de prova à luz das regras da experiencia cientificas e a este propósito temos
dois conceitos:
→ importa distinguir a prova necessária para a motivação da convicção da entidade
decisória no julgamento
→ prova necessária para outras decisões em outros momentos no processo. Ex.: para
o MP ou o JIC acusarem, importa apenas a indiciação suficiente, ou basta apenas a
prova indiciaria. É uma prova que ainda não passou pelo contraditório. Já o juiz de
julgamento não se basta pela prova indiciaria, no sentido, de para a sua convicção tem
que ser para a de julgar e por isso temos que ter prova plena e a certeza moral dos
factos objeto do processo. Prova plena neste caso significa que passou pelo
contraditório.

No CPP no livro III só distingue os meios de prova dos meios de obtenção de prova, e temos
como meios de obtenção de prova: escutas, buscas, revistas, tendo em conta que cada vez
mais os meios de obtenção de prova aparecem em legislação extravagante. Já os meios de
prova: declarações do arguido, documentos, etc.

Importa começar por referir os princípios probatórios da prova:

 Principio da procura da verdade material, que se pode opor ao principio do dispositivo,


o que importa no PP é procurar a verdade material, no sentido da realidade histórica
dos factos sujeitos a julgamento, mas essa verdade material não deixa de ser uma
verdade processual, isto é não é absoluta mas é histórico-pratica. Aproximação ao
passado. Ate porque há limites e por vezes por isso não podemos chegar a certa
realidade. Mas é certo que essa verdade material opõe-se à verdade formal, no
processo civil a verdade formal resulta da contribuição das partes, é uma verdade
conscientemente assumida com o produto do confronte entre as provas concorrentes
apresentadas pelas partes e apreciadas pelo julgadores segundo critérios
probabilísticos. E é esta verdade que vigora nos sistemas acusatórios puros da família
anglo-saxónica. A verdade que interessa resulta do que as partes apresentaram.
Existe uma discussão que é a de saber que em processo penal se fala em ónus da
prova por parte da acusação: a acusação tem interesse em descobrir a verdade, no
caso do MP, não se pode dizer que há interesse em acusar pois esta ali para descobrir
a verdade, seja ela qual for. Não atua em interesse de ninguém, e por isso diz se que
na não há ónus subjetivo da prova. Há o ónus objetivo da prova, que cabe à acusação
apresentar as provas suficientes de se ter praticado o crime. E nesse sentido diz-se que
há ónus objetivo da prova, isto por causa do principio da presunção da inocência, não
havendo essas provas suficientes, o arguido não é imputável.
Ónus de persuasão: cabe à acusação sustentar as acusações de facto que tenha
extraído da prova produzida.
Não esquecer que este principio é importante pela caracterização do nosso sistema
processual penal, que é misto: porque existe este principio, nomeadamente na fase do
julgamento, pois o juiz sempre que achar necessário pode pedir a produção de prova
durante o julgamento, desde que considere ser necessário para a descoberta da
verdade.
Do lado da defesa: deve apresentar meios de prova se os tiver, não fica desonerada de
apresentar meios de prova, se os tiver. A defesa deve fazer mais, que pedir justiça,
falando-se em ónus tático da defesa.

 Principio da legalidade da prova 125º CPP: a epigrafe é “legalidade da prova” e admite


as provas que não forem admitidas por lei, mas tendo em conta a redação há doutrina
que esclarece que o artigo consagra o principio da liberdade da prova, pois considera-
se que são admitidas todas as provas que não forem admitidas por lei. Mas há varias
posições da doutrina:
Paulo sousa Mendes: defende que esta liberdade de escolha dos meios de prova é
ilusória, pois considera só se +ode utilizar os meios de prova típicos referidos no titulo
II do livro III do CPP. No fundo diz que não há liberdade de escolha, há é a liberdade de
escolher os tipos de prova previstos na lei, dizendo que é difícil imaginar outros meios
de prova, para alem dos que estão tipificados na lei. Alem disso o regime legal dos
meios de prova típicos têm que ser seguidos pois visam garantir a máxima
credibilidade dos mesmos e por isso não se pode introduzir novas regras dentro das já
previstas na lei
Pedro Soares Albergaria: Considera que existe essa liberdade e que ela deve ser
entendida no sentido de abertura do sistema. Há liberdade de escolha dos meios para
alem dos previstos na lei pois há incapacidade do legislador de antecipar os
desenvolvimentos técnicos e científicos aplicáveis à matéria da procura da verdade
material. Mas essa liberdade, está delimitada por exigências de legalidade da prova e
alem disso, a possibilidade da utilização de meios atípicos de prova é subsidiaria. A
liberdade da escolha está limitada pelas exigências da legalidade quer dizer que a
abertura não é ilimitada e é por isso que a epigrafe não refere liberdade da prova. A
legalidade da prova delimita os meios atípicos que podem ser admitidos. E a prova é
desde logo no art 126º CPP para alem do art 126º este autor diz que há meios de
prova e de obtenção que são proibidos só porque não estão previstos na lei, quando
eles impliquem uma restrição sensível de direitos fundamentais, à luz do art 18º nº2
CRP. No fundo esta doutrina diz que há meios atípicos admissíveis e não admissíveis.
Mas por outro lado, acrescenta que, mesmo no caso de se tratar de meios típicos, tal
não significa que há uma liberdade, mas não posso escolher para alcançar um
resultado que é atribuído a outro meio de prova. Ex.: não posso usar a prova
testemunhal, para obter o mesmo resultado da prova pericial. Nem posso usar um
meio atípico, para alcançar um fim atribuído por um meio atípico ex.: os OPC fazem
vigilância de suspeito e reduzem essas vigilâncias em autos, e diz que não há nada de
errado, mas o que não pode admitir é atribuir a esse ato o valor de prova testemunhal.
Esses meios atípicos de prova estão também sujeitos ao principio da
proporcionalidade.
 Principio da livre apreciação da prova 126º CPP: por um lado significa que a prova é
apreciada segundo as regras da experiencia e por outro que a prova é apreciada
segundo a livre convicção da entidade que a recolheu.
No primeiro ponto: neste sistema opõem se ao chamado sistema da prova legal em
que o valor das provas, estava previamente afixado em regras legais. Antigamente
vigorava o sistema da prova legal, que era a lei que dizia qual o valor da prova,
atualmente vigora este sistema da livre apreciação sendo apreciada de acordo com as
regras da experiencia. Alem disso também significa que a apreciação da prova deve ser
feita de acordo com a intima convicção do juiz: isto é, não significa que possa haver
arbitrariedade do juiz, pois o juiz tem que fundamentar, à luz de critérios controláveis.
A convicção tem que ser fundamentada e por isso é possível ser controlada pelos
tribunais superiores e houver recurso. O juiz fundamenta as decisões mediante meios
de prova existentes e analisando segundo as regras da experiencia e por isso a sua
convicção tem que ser fundamentada nessas regras da experiencia que serviram para
avaliar os meios de prova constituídos.
Há dois tipos de regras da experiencia:
 Regras de experiencia Comuns: são as máximas que se tiram do que geralmente
ocorre
 Regras de experiencia técnicas: conhecimento que são património cultural do homem
medio, mas que não são necessariamente reconhecidos por um homem comum.

Há certas provas que têm valor reforçado, isto é, há meios de prova com valor especial e que
não são mais que regras da experiencia comuns a que o legislador deu relevo especial ex.:
prova pericial, quem vai la falar domina o que diz sobre certa matéria, se o juiz não concordar
com o parecer do perito, tem que fundamentar e chamar outro perito. Outro ex.: quem
confessa por norma fala a verdade, mas o facto de haver valor reforçado não significa que se
acabe com a livre apreciação da prova, o juiz não fica vinculado a elas, ele pode fundamentar
se não concordar na sua convicção intrínseca. O facto de ser de valor reforçado significa só o
valor especial daquelas provas.

7/10/2021

Principio da imediação: traduz-se na metodização dos meios de prova originais, os sujeitos


processuais devem conhecer direta e pessoalmente as provas para obterem uma visão
conjunta dos fundamentos de facto que resultam da analise da prova. Este principio aplica-se
predominantemente na fase de julgamento, o julgador tem que ter contacto direto com as
provas – art 355º CPP. Só excecionalmente quando for impossível a receção da prova, por
parte do tribunal é que pode ser admitida prova indireta, isto é quando a prova não é recebida
diretamente pelo juiz. Por exemplo, há um ato processual que o juiz não tem contacto direto
com a prova, é permitida a leitura em audiência desse ato processual.

Apesar deste principio ser importante na fase do julgamento, ele também é importante
noutras fases. 128º nº1 129º 130º 140º 145 CPP
Na instrução, ao contrario do que se passa em julgamento, podem valer provas obtidas em
fase anterior, nomeadamente no inquérito. Sô serão repetidas diligencias no caso no caso de
não serem observadas formalidades na obtenção de prova no inquérito 291º nº3 CPP

Há uma discussão que chegou ao TC que ]e a de saber se pode valer prova documental que
não ]e lida em audiência de julgamento. O TC veio dizer que os documentos constantes dos
autos que não foram lidos nem explicados em audiência de julgamento, continuam a poder ser
tidos em conta, porque na verdade não há violação do principio do contraditório porque todos
os sujeitos processuais tem acesso aqueles documentos e portanto, se quiserem exercer o
principio do contraditório, podem faze lo, sem necessidade do documento ser lido em
audiência de julgamento. A defesa pode ser contrariar a admissão daquele documento em
julgamento. E por isso que o TC tem decido que não poe em causa o principio d contraditório
nem o principio da imediação. Já o professor germano considera que a não leitura dos
documentos em audiência de julgamento viola o principio da publicidade.

Se tivéssemos que ler todos os documentos que são prova em audiência de julgamento, esta
podia ser interminável.

Principio do contraditório: este principio é fundamentalmente aplicado à produção e valoração


da prova na audiência de julgamento 32º nº5 CRP e traduz se na estruturação da audiência de
julgamento em termos de um debate ou discussão entre a acusação e defesa, tendo o juiz
como intermediário. Quer a acusação quer a defesa são chamados a deduzir as alegações de
facto e de direito e oferecer as suas provas. Que fundamentem as suas razoes.

Mas também podem controlar as provas contra si oferecidas, nomeadamente discutir o valor e
o resultado dessas provas. É por isso que se diz que este principio é um debate.

Já na fase da instrução a lei só subordina a este principio, o debate instrutório, e esta sujeito
ao principio do contraditório a produção de prova no debate instrutório 301º nº2 e também
quando houver um incidente ou meio de prova que são as declarações para memoria futura
294º e 271º estas são declarações que devido à natureza do crime, muitas vezes a prova foi
uma declaração para memoria futura, não tem que estar presente, pode ser filmada e assim
devido a varias razoes tem que ser registada antes da audiência ou da audiência de
julgamento.

Objeto da prova: art 124º CPP podem ser objeto da prova, todos os factos juridicamente
relevantes para estabelecer a existência de um crime, a punibilidade do arguido, a medida da
pena, e caso seja pedida indeminização civil, os factos relevantes para estabelecer a
determinação da responsabilidade civil. E fala-se em tema da prova para se referir a todos
estes factos que é preciso demonstrar e provar. Todos os factos que são importantes para fixar
se um agente praticou uma ação típica ilícita, culposa e punível, todos os factos são relevantes
para imputar ou não o agente. também releva os factos que ajudam à determinação da
medida da pena, em que temos que ter em conta a parte psicológica, as causas económicas e
sociais do agente que ajuda a determinar a medida da pena à luz da teoria dos fins das penas.
Aqui sabemos que tipo de prevenção especial precisamos, por exemplo.

Não quer dizer só o estabelecimento da medida da pena, pode servir também na


determinação da medida de segurança.

Os factos a provar podem ser os factos que formam o objeto do processo, mas também
podem ser os factos com base nos quais se podem inferir os factos que constituem o objeto do
processo, a prova pode ser indireta, no sentido que na produção de alguns factos podemos
inferir outros factos. Por exemplo se estamos perante uma situação de dolo ou negligencia.
Através de prova de factos objetivos exteriores objetivos conseguimos inferir factos subjetivos.

Há outra distinção entre factos principais e factos acessórios: os principais são os que são
condicionantes da decisão e por isso pressupostos da aplicação da lei penal. Já os acessórios é
quando nos referimos a factos que se referem à força probatória de certos meios de prova
recusados no processo ex.: factos relativos à credibilidade da testemunha.

Outro aspectos importante: há um direito à prova – a prova traduz-se num direito, no sentido
de que todos os sujeitos processuais tem a faculdade de participar ativamente na dedução da
prova. Quer requerendo a sua admissão, quer participando na sua produção. Esse direito à
prova decorre do direito à defesa.

No caso da acusação esse direito à prova decorre do principio da presunção da inocência. Se a


acusação não demonstrar que o arguido é responsável, presume-se a inocência.

Os tribunais têm direito à prova com base no principio da procura da verdade material, ou
principio da investigação que em sentido estrito permite ao juiz participar na produção de
prova, podendo o juiz pedir a produção de prova.

Ainda a propósito do direito à prova, consoante a fase do processo, a produção pertence


predominantemente ao MP, na fase do inquérito, mas apesar disso, muitas vezes, tendo em
conta a intrusão dessa produção, o JIC tem que autorizar essa produção. O arguido também
pode requerer ao MP diligencias ou produção de prova, que pode ou não ser aceite pelo MP.
Na fase de instrução, todos os sujeito processuais podem oferecer provas, mas o juiz não esta
vinculado à sua admissão 291º. Na fase de julgamento cabe à defesa e a acusação a
apresentação de provas para fundamentar as alegações finais. Mas o juiz pode recusar, se
considerar que é supérflua, ou que é com o intuito de atrasar o processo 340º nº3 e nº4

13/10/2021

Proibições de prova: é uma figura que demonstra que há limites ao principio da procura da
verdade material, não obstante de outras figuras, mas as proibições de prova são os limites
mais relevantes.
No CPP esta figura, desde logo no art 125º principio da legalidade da prova, que esta
relacionado com o principio da liberdade da prova. É o primeiro art em que o legislador revela
que só se podem usar provas que não forem proibidas. Na CRP art 32º nº8 o nosso legislador
estabelece que se são nulas as provas lá elencadas. Logo a seguir o art 126º CPP tem como
epigrafe: métodos proibidos de prova e embora a utilização destes métodos gerarem provas
proibidas, nem sempre a prova proibida advém de métodos proibidos de prova. Há provas que
são proibidas porque os meios de prova são proibidos. Ex.: uma das provas mais relevantes é a
prova testemunhal, e temos o depoimento indoreto que se baseia , não no que a testemunha
se apercebeu diretamente, mas é baseado em meios de prova relativos a factos. Testemunho
“do ouvi dizer” quando há este testemunho e a pessoa não souber a fonte, e não se chegar à
fonte “do ouvi dizer” é proibida essa prova art 129º CPP.

Divisões da doutrina sobre proibições:


Proibições de produção de prova e proibições de valoração de prova: em principio as
proibiloes de produção que tem a ver com os meios de obtenção, geram proibições de
obtenção. Mas há proibiloes de valoração de prova que são estranhas a qualquer vicio anterior
de obtenção de prova.

4 tipos de proibições de prova:

 Proibições de métodos de modos de investigação: estão referidas no art 126º nº1 e


nº2 – art 32º nº8 CRP → tortura, coação, ofensa à integridade física, intromissão na
vida privada, etc. –meio de obtenção de prova através de meio enganoso 126º nº2.
Estes meios enganosos são cada vez mais relevantes.
Quando o agente infiltrado deixa de o ser e passa a ser provocador, é meio enganoso.
Mas o agente infiltrado tem que obedecer a determinados requisitos sob pena de
prova proibida.
 Proibições de meios de prova: aqui já não se fala em métodos de obtenção e
investigação de prova → aqui refere-se que certos instrumentos probatórios sirvam
para produção de prova 134º - as pessoas referidas podem se recusar a depor e essas
pessoas devem der advertidas, não o sendo, a prova é nula.
 Proibições de tema de prova: há certos factos que não podem ser objeto de prova. Ex.:
se aquele facto objeto do processo for sujeito a segredo de estado, não pode ser
objeto de prova. Esta proibição opõe-se ao próprio tribunal art 137º CPP
 Proibições relativas de prova: que resultam da violação de regras aplicáveis à obtenção
de provas. As provas para serem produzidas tem que cumprir requisitos. Mas se não
cumprirem, pode ser considerado também uma proibição de prova

Provas absolutamente proibidas: não podem em caso algum ser consideradas, poem em causa
bens jurídicos fundamentais e que, em absoluto não podem ser violados 32º CRP 126º CPP

Já as relativamente proibidas, a CRP admite que há direitos fundamentais que podem ser
limitados 26º nº4 e 34º nº4 CRP verificadas determinadas condições. 126º nº3 o legislador
admite o consentimento para haver essa intromissão ex.: escutas telefónicas que em
determinadas situações são indicio em que o legislador admite a intromissão da vida privada.

Mesmo quando estas provas relativamente proibidas, não forem cumpridos os requisitos, se o
titular as autorizar, fala-se em nulidade sanável pelo consentimento.

Regime jurídico das proibições de prova: o efeito principal da proibição de prova: a prova não
pode ser utilizada no processo, as provas proibidas não podem ser admitidas ou valoradas no
processo, é como se a prova não existisse. 3 situaçoes diversas consuante o momento em que
se coloca esta questão:

 Se a questão é susitada antes do processo, a consequência é a não admissão da prova


no processo, a nulidade da prova é decladada com a consequência da sua regeiçao
 Se é suscitada depis de admitida mas antes de ter sido valorada, a consequência é a
não valoração
 Se é suscitada depois de ter sido admitida e valorada, nesses casos temos a viciação da
decisão por violação da lei, isto é, a nulidade da prova proibida vai prejudicar a
sentença ou o despacho, se a prova proibida tiver sido utilizada na fundamentação da
decisão e basta ser sido um dos fundamentos da decisão 122º nº2
A prova nula, leva a sentença ou despacho nulo, sendo fundamento de recurso 410º nº3 CPP

Para o professor Paulo pinto de Albuquerque no caso de ser sentença a consequência é a


repetição da sentença 426º

Para o prof Costa Andrade: considera que as proibições ao serem conhecidas pelo tribunal de
recurso 410º nº3 dão lugar ao reenvio do processo nos termos do 426º

No caso de despachos:

O tribunal de recurso vai ter que dissidir sendo possível com base nos elementos da decisão
recorrida sem contar com a prova proibida

→ O nosso legislador utiliza expressões como nulidade para se referir à consequência da


proibição de prova.

→ há uma discussão na doutrina se há diferença entre a figura da nulidade e proibições de


prova

14/10/2021

As provas absolutamente proibidas são as que não podem ser utilizadas nunca, de maneira
alguma constitucionalmente consagradas.

As provas relativamente proibidas são as que podem ser utilizadas em determinadas situações
verificados determinados requisitos, o legislador permite a sua utilização.

O legislador no CPP e na CRP utiliza a expressão “nulidade” 32º nº8 CRP e 126º CPP mas neste
ultimo o legislador diz que “são nulas, não podendo ser utilizadas” a prof teresa beleza
defende que a sanção da proibição de prova é uma sanção mais fulminante que a nulidade e é
por isso que o legislador estabelece a expressão “não podendo ser utilizadas” total restrição à
sua utilização

Já outra doutrina estabelece que a sanção é uma nulidade atípica

Já o prof Costa Andrade diz que apesar de haver um indicação intima no sentido de ligação
estreita entre as proibições de prova e o regime das nulidades, estes dois são realidades
distintas e autónomas, e o prof germano marques da silva concorda – 118º nº3 CPP
Mas apesar de todos darem entender estas duas realidades distintas, não impede que se possa
aplicar partes do regime das nulidades insanáveis.

Regime das proibições de prova: conhecimento oficioso: são de conhecimento oficioso,


significa que o tribunal por ele próprio sem ser preciso requerimento ou impugnação. E o juiz
pode conhecer oficiosamente ate ao julgamento e mesmo em sede de recurso, mas temos que
ter em atenção que no caso das relativamente proibidas, nomeadamente no nº3 126º CPP
para grande parte da doutrina ao contrario das absolutamente proibidas, só podem ser
conhecidas se houver recremento do titular do direito infringido.

Outro aspeto importante: a nulidade pode ser conhecida em qualquer fase do processo, o que
significa que se o vicio ocorreu no inquérito ou instrução o juiz pode reconhecer da nulidade,
por requerimento ou oficiosamente.
Das nulidades que ficam sanadas com o transito em julgado da sentença, a utilização de provas
proibidas obtidas por métodos proibidos que servem para fundamentar a decisão, podem ser
fundamento de recurso extraordinário: é quando se interpõe recurso depois de transito em
julgado. Recurso extraordinário de revisão.

As provas proibidas podem ser fundamento de condenação do magistrado ou policia ou


particular que as tenham obtido 126º nº4 CPP.

Ex.: imaginemos que A foi submetido a tortura e devido a isso declarou onde estava o cadáver
e em consequência encontramos o cadáver e sangue do agente do crime → a proibição de
prova abrange também o sangue encontrado junto do cadáver? Há determinados autores que
dizem que a proibição de prova estende-se aos meios de prova obtidos quer direta quer
indiretamente e por isso não se pode aproveitar nem o sangue nem o cadáver: doutrina dos
frutos da arvore envenenada e por isso a prova proibida arrasta todas as provas.
Prof Germano Marques da ~Silva diz que se não adotarmos esta doutrina frustramos o fim que
se visa com a proibição da prova, isto é, o objetivo final é desincentivar os investigadores ao
recurso a métodos proibidos de prova, e por isso acrescenta que esta doutrina é fundamental
para que esta matéria tenha aplicação e eficácia plena.

Efeito à distancia = teoria da arvore envenenada

Já outra parte da doutrina: Paulo Albuquerque e Costa Andrade: defendem que o efeito À
distancia pode ser atenuado por uma serie de exceções que segue a jurisprudência criada pelo
supremo tribunal Americano que criou exceções ao efeito à distancia. Na maior parte dos
casos se, se demonstrar que as provas indiretas poderiam ter sido obtidas na falta da prova
primaria maculada pode ser aproveitado. Para decidirmos se a prova que aparece deve ser
considerada fruto da arvore envenenada temos que ver caso a caso, se o nexo de anti
juridicidade que existe nessas provas seja fundamento do efeito à distancia, oi se pelo
contrario, o grau de autonomia da prova secundaria permita que aquela se destaque da
primeira.

STJ 30/11/2017 relator: Souto Moura – acórdão STJ

Há a figura da irregularidade que é menos gravosa que a figura da nulidade quando se violam
normas probatórias.

Quando é que a violação de normas probatórias devem dar origem à anulação da prova? A
propósito das escutas telefónicas, no ar 187º 188º 189º 190º CPP.
190º - estabelece a nulidade que gera discussão em saber qual é a sanção: a nulidade ou a
irregularidade.

A autorização do JIC é para haver o acompanhamento de uma autoridade judicial, para


garantir que é acompanhado e que os direitos fundamentais são respeitados. No prazo de 48h
mas havendo mero atraso, não faz sentidos que estejamos perante nulidade, mas sim
irregularidade. Coisa diferente é a utilização deste meio de prova sem a intervenção do JIC,
pois violava o principio da investigação sob garantia judicial.
20/10/2021

Como é que a violação de uma norma relativa a provas, dá origem a proibição de prova? → a
prova proibida não deixa de ser uma nulidade, mas como também as invalidades dão origem a
proibições de prova, nulidade sanável e insanável ou mera irregularidade. Ate porque o
legislador não utiliza terminologias claras “quando refere nulidade” temos que saber em que
plano estamos, se na nulidade sanável, insanável ou mera irregularidade.

O que importa determinar é se a violação da norma implica a afetação de um direito


fundamental, mas uma afetação grave. Mas há um outro critério que não é evidente. Se a
norma violada, visar a proteção de interesses processuais básicos do arguido, que são mais
importantes que a descoberta da verdade material, então também temos proibição de prova.

Imaginemos que foram feitas escutas sem pedir autorização ao JIC – há violação de direitos
fundamentais, que viola o principio da investigação sobre garantia judicial.

As proibições de prova começaram a ser tidas como uma exigência constitucional, apesar do
supremo tribunal já ter reconhecido haver provas proibidas de preceitos que não constavam
na constituição mas que podiam se retirar de la, mas o supremo americano, começou a adotar
que as proibições tinham a finalidade direta de evitar excessos e arbitrariedades por parte dos
agentes estatais – regra da excussão: prova proibida significa que é excluída.

Teste de ponderação na doutrina americana, que já tinha sido desenvolvida na europa: para
decidir se uma determinada violação tem como consequência prova proibida, faz se um teste
de ponderação em face das consequências da perda da prova. Aqui o que é relevante é ter em
conta a consequência de perder aquela prova no processo:
Critérios:

 Qual é o interesse do individuo afetado pela obtenção de prova


 Gravidade da conduta dos agentes que obtiveram a prova
 O interesse do estado na persecução penal que inclui a gravidade do crime
 Importância e relevância da prova a ser possivelmente excluída para o caso

Na Alemanha a própria ordem jurídica já estabelece na constituição determinados direitos do


indivíduos que nunca podem ser violados e o fundamental da proibição de prova é garantir
esses direitos.

Nos casos onde não esto em causa os direitos do individuo mas os princípios básicos do
processo penal, nesses casos podemos fazer o teste da ponderação.

A propósito dos direitos fundamentais também já percebemos que há 2 tipos maior ou menor
que a proibição de prova:

Provas absolutamente proibidas e provas relativamente proibidas: o que esta em causa são
direitos considerados invioláveis consagrados na constituição e ai temos as absolutamente
proibidas.

Já no nº3 temos as chamadas provas relativamente proibidas que são meios que afetam
direitos considerados não tao relevantes

18º nº2 CRP: o direito penal é a ultima ratio, o principio da necessidade em que só aplicamos o
direito penal se não conseguirmos resolver com mais nenhum outro ramo
O legislador no nº3 do 32º CRP – principio do consentimento, em que havendo consentimento,
as provas podem ser admitidas.

27/10/2021

Há uma diferença entre a proibição de prova e a nulidade, sendo a proibição mais gravosa que
a nulidade – prof teresa beleza.

A prof barbara também considera que a proibição de prova é diferente da nulidade. De


qualquer forma apesar de serem diferentes têm pontos de encontro, há sertos aspetos do
regime das proibições que nos vamos buscar às nulidades 118º nº3 CPP o que indicia que a
nulidade e a proibição não são a mesma coisa. Mas apesar de serem distintas e autónomas,
não impede que vamos buscar aspetos que se apliquem nas duas:

 Conhecimento oficioso da proibição de prova: o juiz reconhece independentemente


do requerimento das partes – mas nem todas são de conhecimento oficioso, as
relativamente proibidas, para grande parte da doutrina não são de conhecimento
oficioso, só se forem requeridas pelo interessado.
 Tanto a nulidade como a proibição podem ser reconhecidas em qualquer parte do
processo: ao contrario das nulidades que ficam sandas, com o transito em julgado, as
provas proibidas obtidas por um meio proibido e que serviu para fundamentar a
decisão, o conhecimento dessa proibição pode ser efetuado apos o transito em
julgado, nomeadamente em recurso de revisão 449º nº1 al e) CPP
 As provas proibidas podem servir de fundamento de condenação da entidade que a
tenha obtido ilegalmente: 126º nº4 CPP ex.: o agente provocador determina outrem a
praticar um crime ao contrario do agente infiltrado, todos as provas que vierem do
agente provocador, são proibidadas e esse agente vai ser condenado como agente
mediato do crime e as +rovas proibidas vao servir de fundamento para condenar o
agente provocador
 Saber se a proibição de prova vale so para o meio de prova obtido diretamente, ous e
também afeta outros meios de prova obtidos indiretamente através de prova proibida
ex.: imagimem que A é submetido a turtura e revela onde está o cadáver e ao lado do
cadáver há sangue que revela quem é o autor do crime. O facto de essas provas serem
obtidas atrves de prova absolutamente proibida, pode ou não ser aproveitado?
→ existe uma doutrina: doutrina dos frutos da arvore envenenada – é doutrina
americana “ friuit of the poisen’s tree” → esta doutrina estabelece que as provas que
atentem contra os dirwitos fundamentais e que sejam consideradas proibidas teem
um efeito à distancia que consistem em tornar inaproveitáveis as provas secundarias e
ligadas causalmente à prova primaria, isto é, a prova ferida com o vicio da proibição,
arrasta todas as outras que aparecem no memento da prova proibida.
Em Portugal, o Prof Germano Marque Silva, entende que se deve aplicar esta doutrina
sob pena de frustsr absolutamente o fim que com a proibição de prova, se pertende
alcançar, que é a salvaguarda de direitos fundamentais e há quem ponha a tónica de
twntar dissuadir os agentes de utilizarem a prova proibida, portanto tendo em conta
esses fins, o prof acha que so chegamos a esses fins se aplicarmos esta doutrina sem
exceção e retira do 122º nº1
Já outra parte a doutrina considera que o efwito à distancia se retira do 32º nº8 da
CRP pois consideram que o 122º estamos a não autonomizar a figura das +roibiçoes
com a das nulidades, pois consideram que há diferenca entre a nulidade e a proibição
não obstante de haver pontos em comum. Mas as proibições tem natureza jurídica
própria
O prof Paulo Pinto Albuquerque e prof Costa Andrade: não são tao rígidos nos efeitos
à distancia relacionados com a doutrina da arvore envenenado e estabelecem
exceções que atenuam o efeito à distancia com a ideia que: sempre que as porvas
secundarias poderiam ser tido obtidas sem a prova primaria obtida, deve-se aproveitar
a prova secundaria, determinando se a prova que aparece depois, deve ser
considerada fruto da arvore envenenada ou se pode separar e temos que fazer isso
caso a caso, não fundo dizem que temos que demonstrar que não basta um nexo de
causalidade entre a prova proibida e secundaria, tem que demonstrar que há um nexo
de anti-juricidade que fundamente o efeito à distancia. Portanto dizem que se a prova
secundaria tiver um grau de autonomia face à primeira que a separa daquela, pode ser
aproveitada → restrições à doutrina dos frutos da arvore envenenada.

As restrições mais relevantes construídas pelo supremo americano:


 Exceção da fonte independente: aceita-se as provas secundarias que tiverem sido
obtidas por via autonoma e licita: portanto há uma prova independente da prova
proibida e a decisão do supremo americano, foi o caso “silver qualquer coisa …. Vs US”
caso “segura vs US”: houve uma busca inicial sem mandato e os policias que fizeram a
busca viram uma fornanlha relacionada com trafico mas sem droga, posteriormente
com mandato ao mesmo sitio encontraram o mesmo mais a droga, o tribunal não
considerou como prova o que foi encontrado na primeira busca, mas considerou a 2ª
busca, pois considerou que a 2ª busca foi independente, colocando a policia na poiçao
que estaria se não tivesse adotado uma posição ilegal
 Exceção da nodoa dissipada: uma prova mesmo que proveniente de prova ilegal terá
eu ser aceite sempre que: apresente autonomia suficiente para dissipar a norma,
patente em vários casos caso “wong sun VS US”: 1963 o arguido detido ilegalmente e
apos a detenção foi posto em liberdade mas passado umas horas regressou à esquadra
e confessou o crime, o supremo considerou que apesar de ter havido detenção ilegal,
não afeta uma posterior confissão voluntaria, apserar de ter que reconhecer que o
arguido nunca teria confessado se não houvesse a 1ª detenção, mas como veio de um
ato de vontade, a detenção ilegal não se projeta na provam posterior, produto de livre
vontade.
 Exceção da discuberta inevitável: vao se aceitar as provas que inevitavelmente seriam
descobertas mesmo que mais tarde, através de outro tipo de investigação – a doutrina
alemã vai buscar os precursos de investigação hipotéticos como limitação do efeito à
distancia: e diz que deve-se aceitar as +rovas derivadas da prova proibida quando
estas tivessem inevitavelmente sido descobertas através de outra investigaçao

28/10/2021

 Recursos causais hipotéticos: Nix vs williams: onde apos um interrogatório ilegal, levou
o suspeito a indicar a localização do cadáver da vitima. Mas tendo em conta que
estavam a decorrer ao mesmo tempo no local onde o cadáver foi encontrado estavam
a decorrer diligencias e por isso iria seguramente ser descoberto, deve-se admitir a
prova obtida. Esta exceção não exige que a policia obtenha as provas de forma
autónoma e legal, basta demonstrar que o poderia ter feito: recursos causais
hipotéticos, hipoteticamente poderia ter la chegado – há quem diga que ao aceitarmos
esta exceção estamos a destruir o fim da doutrina dos frutos da arvore envenenada. E
por isso há limites: se a acusação demonstrar com grau de probabilidade superior a
50% que a prova teria sido inevitavelmente descoberta, pode-se aceitar esta exceção.
Outra parte da doutrina diz que o que temos que provar é que em concreto a
produção de prova secundaria por via independente e autónoma era eminente.
O prof Paulo Sousa Mendes, pode-se aceitar esta exceção mas temos que fazer juízos
de ponderação no caso concreto, tendo em conta o objetivo da prova proibida. Se, se
veio a demonstrar que o aproveitamento da prova obtida de forma ilegal, poem ou
não em causa o efeito de dissuadir o comportamento dos policias na obtenção de
prova e só se pode ver caso a caso.
Prof Paulo Pinto de Albuquerque e Helena Mourão não aceitam esta exceção.

3/11/2021

Se olharmos para o CPP, livro III tem como epigrafe “da Prova” portanto temos que saber a
diferença entre meios de obtenção de prova e meios de prova:

Meios de obtenção de prova: na perpetiva logica os meios de obtenção são os intrimentos de


que se servem as autoridades judiciarias e os OPC para onvestigar e recolher meios de prova.
Portanto significa que os meios de obtenção não sei de perci meios de prova ou fonte de
convencimento, mas existem para permitir obter coisas ou declarações que permitem ser
instrumento de demonstração dos factos: ex.: escutas telefónicas, buscas, etc.

Os meios de prova caracterizam-se por serem por si mesmo, fontes de convencimento, ex.:
prova testeminhal, documentos, etc.

Há outro critério: técnico operativo: os meios de obtenção caracterizam-e pelo modo e


momento na sua aquisição do processo, isto é, o momento da aquisição dos meios de
obtenção, por excelência será o inquérito, sendo modos de investigação que ocorrem por
regra na fase de inquérito. Já os meios de prova, são no julgmanto, nomeadamente na
audiência de julgamento. Portanto os meios de prova tem que ser produzidos e examinados
em audiência, tendo em atenção de que apesar esse momento não significa que não os haja
em fase anterior. Mas o momento de mais destaque é na audiência de julgamento. O mesmo
com os modos de obtenção de prova, podem ter um papel na audiência de julgamento –
principio da procura da verdade material e da investigação, e é o que permite que mesmo
durante o julgamento o juiz pode pedir produção de prova.

Meios de obtenção de prova:

Escutas telefónicas (meio excecional) são um modo de obtenção, pois traduzem-se num
conjunto de operações técnicas e processuais que permitem o ato de intercetar e degravar as
conversações em curso, entre duas ou mais pessoas. Portanto as escutas são instrumento de
que se servem as autoridades judiciarias e OPC para recolher meios de prova: a escuta é o
meio, a gravação consite em prova documental, portanto temos que distinguir o meio que é a
escuta, do resultado, que são as gravações das conversações. É claro que a licitude da prova
documental, depende do cumprimento das regras relativas às escutas

As escutas são excecionais, pois só deve se utilizado quando for estritamente necessário,
quando for possível obter prova recorrendo a outros meios, não se deve recorrer às escutas
telefónicas, pois colidem com direitos fundamentais, como a intimidade da vida privada, o
sigilo das comunicações, o direito à honra, direito à imagem, etc.
Outro aspeto de ser excecionais, é a sua natureza secreta da prova. Os visados não sabem que
estão a ser gravados e por isso são meio oculto de investigação. Temos que ter em conta o art
26º e 34º CRP pois casagra o direito ao sigilo, correspondência e intimidade da vida privada,
também consagram proibição da ingerencia das autoridades publidas nas telecomonicaçoes,
salvo nos casos previstos na lei em materia criminal. E temos que ter em atenção que também
estão em causa direitos de terceiros que são atingidos com este meio de obtenção de prova.

Mas o art que provavelmente nos diz que este meio tem carater excecional resulta do art 18º
nº2 CRP. Que tenta harmonizar a necessidade do respeito pelos direito e por outro lado o
principio da procura da verdade material, para promoção da justiça.

Pressupostos das escutas telefónicas: que resultam do CPP e da CRP

 187º a 189º CPP – no 189º temos que ter em atenção que de acordo com este artigo
temos estendidos outros meios técnicos análogos que permitem a comunicação entre
pessoas (e-mail por exemplo) e intervenção em conversas “cara a cara” que é
estendido pelo art 189º CPP, a todos os meios em que a base da comunicação é a
palavra falada ou escrita.
Outro aspeto no art 189º nº2 a obtenção e junção aos autos de dados sobre
lucalizaçao celular ou de registos de convesas ou comunicações, só podem ser
ordenadas ou autorizadas em qualquer fase do processo pelo juiz, ou seja, para isto,
aplica-se parte do regime das escutas telefónicas.
Há outras normas que não estão no CPP que pervem a possibilidade de escutas,
tirando a ideia de que só são permitidas pelo CPP. Ex.: art 6º da lei de combate à
criminalidade organizada: quando não existir uma lei expressa especial que preveja
outros pressupostos de admissibilidade, temos que seguir os pressupostos do art 187º,
mais importante é que tem que haver uma lei que preveja essa possibilidade.
Pressupostos das escutas:
 Tem que estar decorrer processo crime
(foi considerada inconstitucional que permitia que o CIS pudesse ter a possibilidade de
dados de trafego das telecomunicações, atualmente, o CIS pode, por razoes de
segurança a nível de terrorismo é possível o acesso preventivo a dados de trafego e de
internet em relação a localização, mas não foi dada a possibilidade dessa faculdade
quando quisessem)
 Que a interceção e gravação só sode ser realizada quando autorizada por despacho
fundamentado do JIC, mediante requerimento do MP no inquérito: 187º nº1 e 269º
nº1 al e) - é o MP que pode ter iniciativa de escutas telefónicas
 Tem que haver razoes para querer que a diligencia é indispensável à descoberta da
verdade ou que a prova seria de outra forma impossível ou muito difícil de obter
 As escutas só pedem ser realizadas relativamete aos crimes enumerados
taxativamente no 187º nº1 CPP, mas havendo lei especial a autorizar noutros crimes, é
possível. – mas tem sempre que haver uma lei que permita este meio de obtenção de
prova.
 Quem pode ser sujeito à interceção e gravação de comunicações? 187º nº4 – só pode
ser sujeito independentemente da titularidade do meio de comunicação utilizado (o
que interessa é o sujeito objeto):
1 – suspeito ou arguido;
2 – pessoa que sirva de intermediário e em relação à qual haja fundadas razoes para
querer que recebe ou transmite mensagens provenientes ou destinadas ao arguido;
3 – vitima do crime e aqui é mediante consentimento efetivo ou presumido.

O despacho a autorizar a gravação tem que especificar as pessoas concretas relativamente


às quais é permitida essa gravação. O OPC tem que se certificar que a conversação respeita
as pessoas cuja gravação foi autorizada, não podendo fazer se, se tratar de outra pessoa. E
acontece que o OPC grave conversações de pessoas não autorizadas. Nesse caso, 188º nº6
al a) o JIC deve determinar a destruição imediata dos suportes técnicos e relatórios dos
OPC. Mas já tendo em conta o art 187º nº6 parece ter tido em conta o inverso, havendo
uma ressalva para o nº7 que refere que os conhecimentos fortuitos (no sentido de serem
entre pessoas que não eram visas) podem ser utilizados noutro processo em curso ou a
instaurar se tiverem resultado de interceção de meio de comunicação de pessoa referida
no nº4 e na medida que seja indispensável à prova de crime relativamente ao qual a lei
admite aquele meio de obtenção:

Germano Marques da Silva: as conversações ou comunicações entre pessoas diversas das


quais as escuta foi ordenada podem ser utilizadas desde que o meio de comunicação seja
o utilizado pela pessoa a quem a escuta foi permitida. Portanto é possível a utilização das
conversas relativas a outros crimes na condução que seja um crime em que se permita
escuta, e que o meio visado seja o meio utilizado pela aquelas pessoas em relação as quais
foi autorizado a escuta.

Ex.: nos sabes que o despacho tem que conter as pessoas visadas, e a duvida que se coloca
é: foi gravado uma conversa entre outras pessoas não visadas que utilizaram esse meio e
que dessa conversa resulta a pratica do crime: a duvida está em se podemos utilizar esta
escuta – 187º admite os acontecimentos fortuitos, desde que se prove que são
indispensáveis para a prova do crime gravado nessa conversa e a única coisa que exige é
que esta reunido o 187º nº4. Imaginemos que A e B são os visados e utilizam o telefone x e
um amigo do A utiliza esse telefone e fala sobre a pratica de outro crime.

10/11/2021

Atualmente há uma parte da doutrina que entende que com a lei 109/2009 de 15 de setembro
lei do ciber crime, considera que o regime processual das escutas deixou de ser o regime regra
e por isso só deixou de ser aplicado às telecomunicações eletrónicas à recolha de prova de
localização celular, a localização física dos agentes alvo de escuta, por meio de mecanismos de
localização das operadoras e por isso de acordo com a doutrina existe um novo modelo de
obtenção de prova digital que esta regulado nesta lei, não se aplicando só ao ciber crime mas a
todos que sejam cometidos por meio de sistema informático ou em relação aos quais seja
necessária recolha de prova por meio digital

Quando estamos fora deste âmbito faz todo o sentido a aplicação do regime das escutas no
CPP
Por razoes de segurança ao nível de terrorismo é permitido ao CIS, é possível o acesso
preventivo a dados de telecomunicações e Internet, no que respeita a acesso de localização
preventivo, não necessita de estar a decorrer processo.

As escutas requeridas pelo MP tem que ser fundamentada 187º nº1 e 269º nº1 e) CPP, ao JIC
tem que haver sempre um despacho fundamentado pelo JIC.

Quer o requerimento quer o despacho tem que ser fundamentado, isto é, tem que explicar a
indispensabilidade da exigência e que de outra forma a prova seria muito difícil ou impossível
de obter.

As escutas tem que ser feitas em relação aos crimes enumerados no 187º nº1 que tem uma
enumeração taxativa. Mas havendo lei especial que permita o recurso a este meio de prova,
também pode ser usado.

As pessoas passiveis a ser escutadas: à luz do 187º nº4 pode ser sujeito a intercessão de
comunicação: o suspeito ou o arguido, intermediário em relação à qual haja fundadas razoes
para querer que recebe mensagens provenientes ou destinadas ao arguido; vitima do crime
mediante consentimento expresso ou presumido.

O despacho fundamentado do JIC tem que especificar as pessoas objeto, daqui decorre que o
OPC tem que se certificar que é dirigido àquelas pessoas, quando não acontece, 188º nº6 a) se
a intercessão apanhar pessoas não autorizadas, tem que haver destruição imediata ordenada
pelo JIC, mas o nº7 do 187º refere que a gravação intercetada não autorizada, os chamados
conhecimentos furtuitos, pode ser utilizada noutro processo em curso ou a instaurar, podemos
aproveitar esses conhecimentos desde que se demonstre que os conhecimentos são
indispensáveis à prova do crime e relativamente aos quais é permitida a recolha por esse meio
de prova.

Há uma terceira questão: no caso de haver intercessão entre pessoas não indicadas no nº4
mas que diga respeito ao crime objeto do processo, pode ou não ser utilizada? Para o
professor germano marques da silva, pode-se aproveitar esses conhecimentos.

11/11/2021

Conhecimentos furtuitos: podem ser valorados como prova noutro processo em curso ou a
instaurar se 187º nº7:

Tiverem resultado na interceção no meio de comunicação utilizado por pessoas referidas no


nº4

Esses conhecimentos se revelarem indispensáveis para prova nesse processo

Que os conhecimentos sejam relativos a um crime cuja intercessão seja prevista – 187º

Na opinião de Germano, as comunicações podem resultar de interceção de pessoas que não


utilizam os meios que foram permitidos a escuta (pessoa diversa daquela que foi ordenada)

Para o juiz Tiago malheiro, no comentário ao CPP do prof Paulo Pinto de Albuquerque,
comentando o art 187º que de fende que se houver uma escuta na qual se obtenha um
conhecimento fortuito e não obedecer aos requisitos que são cumulativos, acha que esse
conhecimento pode servir como noticia do crime ou ser aproveitado em processo pendente
mas sem qualquer aptidão probatória.

A partir do momento em que há o conhecimento fortuito, na pratica, os OPC sabem que


aconteceu independentemente dos formalismos legais, e vão tentar obter prova do
conhecimento que obteram

Formalidades das escutas telefónicas:

No art 190º o legislador refere que os requisitos e as condições dos artigos anteriores são
objeto de nulidade, sem distinguir o tipo de nulidade o que gera discussão, de saber se
estamos perante a proibição de prova ou da mera nulidade

Quando se viola um pressuposto relacionado com um direito fundamental, temos proibição,


quando se violam questões meramente processuais, temos a nulidade. Mas também temos o
critério que é quando se visa, com aquela norma procurar proteger um interesse processual
superior à descoberta da verdade material

1. Da diligencia é efetuado auto pelo OPC, também é elaborado relatório da qual o OPC
indica as passagens relevantes para a prova, descreve de modo sucinto o conteúdo e
explica qual o seu alcance para a descoberta da verdade. O auto e o relatório é levado
ao conhecimento do MP de 15 em 15 dias e por sua vez o MP vai levar isso ao juiz, no
prazo máximo de 48h
2. O juiz determina a destruição imediata dos suportes manifestamente estranhas ao
relatório com a ressalva do 187º nº7
3. 188º durante o inquérito o juiz determina a transcrição e junção aos autos das
comunicações indispensáveis para fundamentar a aplicação de uma medida de coação
ou de garantia patrimonial
4. Apartir do encerramento do inquérito, o assistente e o arguido podem examinar os
suportes técnicos das conversas e obter copia das partes que pretendam juntar ao
processo, bem como os relatórios elaborados pelos OPC, tendo que o fazer até ao
termo dos prazos para o RAI ou contestação – de acordo com o prof Germano esta
limitação de prazos, é um limite ao contraditório e por isso uma violação a um direito
do arguido.

----Fim da matéria do 1º teste ----

Agente infiltrado

O Agente infiltrado continua a ser um excecional de investigação,(tal como as escutas


telefónicas) pois é um meio culto de investigação e colide com direitos fundamentais.

Esta lei do agente infiltrado é uma lei que amargou o âmbito de investigação e
formalidades, pois só era usado no âmbito do trafico de droga e no âmbito do combate à
corrupção e criminalidade económica e estrangeira. Esta lei alargou o âmbito de aplicação
desta figura pois mostrou se haver mecanosmos para insvestigar a criminalidade mais
grave e violenta em contexto intra e extra nacional e como Portugal assinou uma cnvençao
de cooperação e auxilio judiciário mutuo entre os EM da EU e a convwnçao admite a
aplicação do agente infiltrado nesses crimes e se não houvesse o alargamento havia
incoerência. Caso não fosse efetuado alargamento tínhamos que admitir uma
incongruência no âmbito nacional e no âmbito da EU.

Esta figura colide com direitos fundamentais.

Temos que fazer uma distinção: entre o agente infiltrado e agente provocador

O agente provocador é proibido, é uma prova proibida e toda a prova obtida por ele não
pode ser aproveitada – esta figura cria o próprio crime e o próprio criminoso, pois
caracteriza-se pelo facto de ser ele que determina o agente à pratica do crime, instigando
ou atuando como autor imediato.

Já o agente infiltrado tem uma atividade meramente informativa, o que significa que
começa por obter a confiança dos suspeitos e dessa forma passa a ter acesso a info e
planos que constituam prova necessária para a condenação e como tem a confiança dos
criminosos, implica que possa auxiliar na atividade criminosa 6º nº1 da lei do agente
infiltrado.

Ex.: o agente de investigação criminal aborda dois sujeitos numa paragem de autocarro e
apresenta-se como comprador de heroína e perante a resposta negativa, ele insiste no ato
de querer comprar, levando um deles a ir comprar para revender.
R.: quando o agente insiste que precisa de droga ele esta a instigar. O tribunal considerou
a absolvição do arguido devido ao agente ter atuado como verdadeiro agente provocador.
E foram responsabilizados pela pratica de um meio de obtenção de prova proibido.

Outra situação: o agente pergunta ao sujeito se tinha droga na qual responde que não a
tem com ele mas que ia buscar a casa
R.: aqui considera-se que o agente não determinou à pratica do crime, pois o crime já tinha
sido praticado, e não atuou nem como agente infiltrado nem como agente provocador

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Saber se o agente era infiltrado ou provocador (Jaime) – no fundo o que é que o Jaime
possibilitou? Foi que a droga fosse retirada do contentor e chegasse aos agentes, aos
autores, que levassem a droga para o destino final mas foi ele que possibilitou a saída
da droga do contentor – o tribunal achou que não, toda a operação de tráfico de
estupefacientes já está montada, ele apenas possibilita mas sem a sua atuação
também não é possível mas o facto do seu contributo ser essencial não o torna agente
provocador

OT
Visita dia 24/11 às 14h – crime de corrupção ativa, falsificação de documentos, títulos de
condução, certificados de habilitação e atestados médicos falsos – campus da justiça

Caso Pratico
Pelas 6h15 do dia 1 de janeiro de 2018, dois agentes da PSP compareceram na discoteca
roleta russa em lisboa em resposta a uma chamada de Zulmira moradora na zona que
alertara para a extrema violência que estava a bservar da janela do seu apartamento, com
vista direta para a saída da discoteca.

3 seguranças privados agrediram fortemente um jovem idefeso, ao chegarem ao local os


agentes da PSP viram 3 seguranças privados a lançarem o corpo do jovem para uma valeta
na estada.

Apos os agentes terem solicitado a presença urgente de socorro medico, detiveram os


seguranças A, B e C por suspeita por co-autoria do crime de homicídio na forma tentada
131º 22º e 23º do CP.

O MP deduziu acusação contra A, B e C como co-autores de um crime de homicídio na


forma tentada.

A estava já a ser investigado noutro processo, por suspeita de um crime de ameaça


cometida pelo telefone, no âmbito do qual foram realizadas escutas telefónicas ordenadas
por um JIC. esse processo veio a ser arquivado, mas antes o MP extraiu dele certidão e
remeteu aos presentes autos, o teor da escutas que incriminavam os arguidos pela pratica
dos crimes de que estavam acusados e pronunciados no presente processo.

O juiz de juntamento, recebe as trancriçoes e suportes técnicos das escutas

Como poderá proceder?

187º nº7 – conhecimentos fortuitos obtidos através de uma escuta valida e saber se eles
podem ser utiizados noutro processo, relativo a um crime de ameaça por telefone. A
questão principal é saber se a medida é indispensável 187º nº4 al a)

Tem que ser um crime de catalogo 187º nº1 al a)

Tendo em conta dos dados em que há uma testemunha e os agentes que viram o corpo a
ser atirado, temos fundamentos bastantes que as escutas não são indispensáveis à prova
do crime

O juiz de julgamento tem que avaliar os requisitos dos conhecimentos fortuitos, incluindo
a sua indispensabilidade.

18/11/2021

Meios excecionais de obtenção de prova – que cada vez têm uma relevância prática cada vez
maior, tendo em conta o tipo de criminalidade que existe – mas tem de haver sempre um
equilíbrio, por alguma razão são considerados meios excecionais porque claramente colidem
com direitos fundamentais.
A figura do agente infiltrado que estamos neste momento a estudar é um meio excecional de
obtenção de prova, havendo alguns autores que discutem a legitimidade ético-jurídica deste
figura porque põe em causa uma série de princípios fundamentais de direito, desde logo o
princípio da dignidade da pessoa humana.
A intimidade da vida privada é claramente posta em causa com este tipo de obtenção de
prova, se alguém se faz passar por outra figura, tem uma identidade fictícia, ganha a confiança
de outra e entra na sua esfera priva e o que se referia é que há um outro princípio, que se
relaciona com a lealdade ou fair trial, todos nós temos direito à não autoinculpação, por isso
vamos estudar que o arguido não é obrigado a responder às perguntas com verdade como as
testemunhas são. Por isso, há quem diga que põe em causa a lealdade que o Estado deve ter
quando investiga sob pena de haver uma inversão de papeis mas apesar de todas estas
objeções à figura do agente infiltrado, é uma figura que cada vez mais é utilizada, o seu âmbito
de aplicação é cada vez mais alargado a outros crimes (começando por ser de estupefacientes
e criminalidade económica organizada) porque cada vez mais temos uma criminalidade
complexa e transnacional, portanto, como se diz tem de haver um equilíbrio entre a procura
da verdade material e a prevenção e repressão da criminalidade e por outro temos de
harmonizar o respeito dos direitos fundamentais e é este equilíbrio que é difícil fazer em
processo penal, nomeadamente, na questão da prova.
Uma coisa é certa, o agente infiltrado não pode atuar como agente provocar, porquê? porque
o provocador determina alguém à prática do crime; o prof. Manuel valente considera que se o
agente infiltrado for o que praticar o primeiro ato já é também uma figura proibida mas qual é
a natureza da figura do infiltrado? Ele infiltra-se num determinado meio, faz-se passar por
outrem com uma identidade fictícia ganha a confiança de outro ou de outros, passando a fazer
parte do grupo e muitas vezes é cúmplice e muitas vezes é coautor, com esta discussão como
se disse na coautoria para uma parte da doutrina não deve ser ele a praticar o primeiro ato –
só pode utilizar esta figura a PJ e pode, havendo uma discussão na doutrina, utilizar um
terceiro sob sua direção.
Na última aula o que vimos foi a distinção entre o agente provocador, sendo esse proibido, ai
acha-se que se viola o princípio da igualdade, o investigador parte do pressuposto que aquela
pessoa tem propensão para o crime, não havendo liberdade de decisão daquela pessoa.
Agente encoberto – o que é que distingue o agente infiltrado do agente encoberto? Para já o
agente encoberto não ganha a confiança dos outros membros da organização, ele aparece
num local onde se pratica determinados crimes, imagine-se que há um café onde se sabe que
são transacionadas peças roubas, o agente vai para lá à paisana e tem um papel passivo. Esta
atuação do agente não tem nada a ver com o agente infiltrado, há uma absoluta passividade
relatividade quanto à atividade criminosa e uma inexistência de relação pessoal com os
agentes do crime, além disso como esta figura tem estas características não precisa de ser da
PJ, pode atuar como agente encoberto qualquer OPC. Além disso não se cinge ao catálogo de
crimes a que o agente infiltrado está sujeito.

Enumeração taxativa dos tipos de crime sujeitos a esta técnica de investigação (101/2001); só
pode ser agente desta figura a policia judiciária (competência subjetiva pertence à PJ) e os
pressupostos para atuar esta figura são: adequação da ação infiltrada à prevenção e repressão
criminal do caso em concreto. Esta adequação cabe dentro da chamada proporcionalidade que
deve existir na obtenção deste meio de prova e é por isso que além de adequada esta ação
tem de ser proporcional aos fins e à gravidade dos crimes a investigar; outro requisito que se
retira do artigo 3º/1 é que o recurso a esta figura obedece a uma prévia recolha de elementos
objetivos capazes de demonstrar fortes indícios de que se está perante suspeitos da prática de
crimes previstos no artigo 2º. Ainda a propósito dos pressupostos, o objetivo tem de ser a
obtenção de provas reais e pessoais com finalidades exclusivas de prevenção ou repressão, o
que é que acontece se tivermos um agente infiltrado que não obedece a estes requisitos?
Prova proibida. É claro que outro aspeto relevante do regime jurídico é que tem de haver
tutela jurisdicional desta figura do princípio ao fim e é por isso que para se recorrer à figura do
agente infiltrado tem de haver uma autorização prévia da autoridade judiciária que significa
que tem de haver autorização prévia do MP na fase de inquérito e autorização prévia do JIC na
fase da Instrução; já o professor Manuel Valente considera que a entidade competente para
proceder a esta autorização devia ser sempre o JIC porque se trata de um meio extremamente
intrusivo na intimidade das pessoas, tem de haver um relatório por parte do agente infiltrado
para haver um controlo judiciário da sua atividade, como se pode retirar do artigo 3º/6. Isto
são os aspetos centrais da figura do agente infiltrado, os pressupostos principais são a tal
proporcionalidade que tem de existir, devendo ser a figura considerada essencial ou necessária
e isso resulta não só da lei que regula o agente infiltrado mas também do artigo 18º/2 da CRP;
outro aspeto relevante é que o agente infiltrado tem liberdade de participar, ou seja, tem
liberdade de atuar como agente infiltrado, ninguém pode ser obrigado a atuar como agente
infiltrado e isso decorre do próprio perigo da figura do agente infiltrado – na fase de
julgamento, ele vai depor à audiência de julgamento com o nome e identidade fictícia, ele
nunca perde a sua figura para não ser descoberto e além disso o juiz só deve chamar o agente
a depor se tal for essencial, se não deve evitar esse tipo de confronto. Por ultimo o agente não
pode ser prejudicado pelos atos que praticou.

24/11/2021

Meios normais de obtenção de prova

Buscas – podem ser objeto de buscas os locais reservados ou não livremente acessíveis ao
publico – 174º nº2 mas é clao que tem que haver indícios de que nesses locais se encontram
objetos relacionados com o crime ou que possam servir de prova

Competência – a regra é que a busca tem que ser autorizada ou ordenada por despacho da AJ
competente e deve presidir a esta diligencia sempre que possível. Isto resulta do artigo 174
nº3 do CPP. Excecionalmente, as buscas podem ser efetuadas pelas opc sem autorização da
autoridade judiciaria competente. As situações em que tal é possível vêm enumeradas no
artigo 174 nº5. Estão lá casos de terrorismo, criminalidade violenta altamente organizada em
que haja indícios da pratica do crime e tem que ser um crime que ponha em risco a vida ou a
integridade de qualquer pessoa nos casos em que os visados consintam, e o consentimento
tem que ser documentado. Também quando houver detenção em flagrante delito por crime a
que corresponda pena de prisão.
Apesar de termos esta enumeração no nº5, nestes casos a busca é imediatamente comunicada
ao JIC e apreciada pelo mesmo em ordem à sua validação 174º nº6 e 118º nº1 CPP

À luz do art 271 nº1 al a) os OPC podem ainda proceder a buscas no local onde se encontram
suspeitos sem previa autorização da AJ sempre que tiverem fundada razão para querer que
nesses lugares se ocultam objetos relacionados com o crime suscetíveis de servirem de prova e
que caso a busca não seja feita, podem perder-se – estamos a falar de medidas cautelares e de
policia – mais uma vez o JIC tem que comunicar esta busca à AJ competente para a sua
validação

Buscas

Quando houver detenção em flagrante delito por crime que corresponda detenção.

Apesar desta enumerçao da al a) do nº5 nestes casos a realização da bisca é imediatamente


comunicada ao JIC e apreciada pelo mesmo para validar a busca, sob pena da invalidade da
busca 174º nº6 e 118º nº1

Há que referir que à luz do 251º nº1 a) os OPC podem ainda proceder a buscas no lugar onde
se encontra o suspeito sem previa autorização da AJ sempre que tiverem fundada razão para
querwr que nesses lugares se ocultam objetos relacionados com o crime suscetíveis de prova,
e caso a busca não seja feita, podem-se perder 251º nº2 – medidas cautelare e de policia.

Busca domiciliaria – 177º CP e tem regras especificas pois esta em causa a proteção
constitucional da reserva da intimidade da vida privada 26º 32º nº8 e 34º CRP

Em casa habitada ou numa dependência fechada durante o dia entre as 7h e 21h (distinção de
dia e de noite) pode ser feita pelo OPC ou ordenada pelo MP nos casos de terrorismo,
criminalidade violenta ou altamente organizada, desde que haja indicio da pratica eminente de
crime que ponha em grave risco a vida ou a integridade de qualquer pessoa. 174º nº1 nº4

Em todos os outros casos a busca domiciliaria durante o dia so ode ser ordenada e autorizada
pelo juiz 177º nº1 e 269º nº1 al c)

Busca durante a noite (emtre as 21h e as 7h) – 177º nº2 nos casos de terrorismo ou
criminalidade altamente organizada, consentimento do visado desde que seja documentado e
no caso de flagrante delito de crime punível com pena superior a 3 anos ex.: situação de
violência domestica em que ela ouvio barulhos que indiciavam o crime e a policia interveio, e
quando a policia chegou e os barulhos pararam, se tivessem continuado, a policia entrava

Busca em scritorio de advogado ou consultório medico, que esta prevista no nº5 e 6 do 177º
esta busca é sob pena de nulidade autorizada ou ordenada e presidida pessoalmente pelo juiz,
porque há protieçao de domicilio junta-se a protaçao do segredo profissional. Tem que haver
prévio aviso ao presidente do conselho local da ordem dos advogados ou dos médicos
conforme. E estes podem estar presentes ou um seu delegado. Este aviso prévio causa
polemica, pois corre-se o risco de haver prévios avisos e destruição previa. 268 nº1 c)

Tratando-se de busca em estabelecimento de saúde a busca é avisada ao presidente do


conselho diretivo do estabelecimento
Acordao constitucional 452/89 – se considera domicilio segmentos habitacionais e caravanas
de nómadas em transito ou estacionado

Acordao do TC 166/2013 – a busca foi feita com o consentimento pela mulher do arguido e
discutiu-se se o consentimento também abaraca as pessoas que vivem na casa. Mas o tribunal
concluiu que o consentimento tem que ser dado pelo arguido

Revistas – tem como objeto as pessoas e teem lugar quando houverem indícios que alguém
oculta na sua pessoa quaisquer objetos relacionados com o crime ou que possam servir de
prova. Devem ser feitas sem ofender o pudor das pessoas revistadas. Em regra tem que ser
ordenadas ou autorizadas por despacho da AJ competente devendo esta presidir à revista sem
que possível. Podem ser efetuadas por OPC sem autorizaçao da AJ nas situações do 174º nº2 e
nº3 – 251º nº1 medida cautelar e de policia

Há ainda uma nota que é: os OPC podem revistar pessoas que tenham participado ou
pertendam a qualquer ato processual ou que na qualidade de suspeitos devam ser conduzidos
a um posto policial, mas tem que haver razoes para querer que ocultam objetos com os quais
podem cometer crime. Mas esta revista é de segurança e não como meio de obtenção de
prova. Que se estende mesmo às pessoas que não são suspeitas

Exames – outro meio de obtenção de prova e servem parainspecionar os vestígios que possa
ter deixado o criminoso e todos os indícios relativos ao modo de como foi praticado o crime.
Nomeadamente vestígios relacionados com a vitima, o lugar onde foi praticado e o modo
como foi praticado 171º CPP

Competência: podem ter lugar por iniciativa própria dos OPC 55º n2 171ºn4 173º e 249º n2 a)
mas se for um exame suscetível de ofender o pudor das pessoas so pode assistir a AJ
competente 172º nº2 e 270º nº2 c) e 290º nº2

Se alguém pertender prestar um exame que é devido ou eximir-se a facultar coisa que deva ser
examindada 172º nº1 a AJ pode compelir a pessoa a fazer o exame 172º nº1 60º 61º nº3 al d)

So pode ser o juiz a realizar o exame que envolva caractrisitcas físicas ou psíquicas da pessoa
que não tenha prestado consentimento: analises ao sangue ou outrascelulas corporais

25/11/2021

Apreensões – também são um meio de obtenção de prova e incidem sobre objetos que
tenham servido ou destinados a servir a pratica de um crime. Podem incidir sobre objetos que
constituírem o lucro de recompensa do crime e ainda todos os objetos que possam servir de
prova e que tenham sido deixados pelo agente no local do crime 178º

Não se deve confundir esta apreençao do objeto do chamado arresto preventivo, previsto no
228º nem da caução económica no 227º

O arresto destina-se a garantir o pagamento das taxas de justiça, indeminizaçao etc.

A apreençao dos lucros pode ser convertida em arresto preventivo 186º nº5

Competência para apreençao: OPC no decurso de revistas e biscas, o que normalmente


acontece e também podem ser feitas pelo OPC quando haja urgência ou perigo de demora.
Neste caso de urgência 249º tem que ser validada pela AJ no pzo máximo de 72h 178º nº3 nº4
e nº5

Podem ser autorizadas ordenadas ou validadas pelo MP sem prejuízo de o visado puder
requerer ao JIC modificação ou revogação da medida 178º nº6

Podem ser autorizadas ou ordenadas por despacho da AJ

Há dois tipos de apreençao com regras especiais: apreençao de correspondência 179º e


apreençao de correspondência em escritório de advogado ou consultório medico ou
instituição bancaria

Este regime especial relaciona uma proteção constitucional 34º nº1 e nº4 da CRP pois é um
direito fundamental, so pode ser restringido no âmbito de um processo criminal

Pode ordenar o juiz, a apreençao de correspondência, desde que tenha fundadas razoes para
querer que ela foi expedida ou é dirigida ao suspeito mesmo que seja sob nome diverso ou
através de pessoa diversa.

Também tem que ser de crime co pena superiro a 3 anos e por ultimo tem que se demonstrar
que esta medida é de grande importância para a diwcuberta da verdade ou para a prova. Vai
ser transmitida intacta ao juiz que ordenou de forma a decidir qual a sua relevância probatória
com exceção dos casos do 252º nº2 em que o juiz pode autorizar aos OPC a bertura imediata
do documento. 252º nº3 os OPC podem retardar a remessa de entrga de correspondência nas
estações de correios e telecomonicaçoes o que pertendem é a decisão do juiz sobre a
apreençao daquela remessa ou não.

Em cowultorio medico ou escritório de advogado – ao direito ao sigilo temos o segredo


profissional 268º

No caso de se tratar de correspondência entre o arguido e defensor ela so pode ser feita se
houver fundadas razoes para querer que aquela constitui objeto ou elemento de um crime
179º nº2 sob pena de nulidade 118º

Meios de prova

A prova testemunhal e essescialmente a narração de um facto juridicamente relevante de que


a testemunha tem conhecimento que advem normalmente da visão e audição mas também
pode advir de outros sentidos, mas apaesar desta definição, importa distinguir: normalmente a
prova testemunhal é a narração dos factos que constituem tema de prova e de que tenha
conhecimento direto – testemunho direto

Mas também ‘ode incidor sobre meios de prova desses factos, apessoa não relata os factos
que presenciou mas relata o meio de prova que viu ex.: a vitima depois de ter sido vitima, e
relata a alguém, se a pessoa relata isso temos testemunho indireto.

A testemunha também pode ter que relatar factos considerados importantes para valorar a
sua credibilidade, nomeadamente circunstancias pessoais da testemunha.

Excecionalmente a prova testemunhal pode ser juízos de valor e opiniões verificando-se as


condições do 130º nº2:
Quando for impossível sindir a testemunha aos factos

Quando houver lugar em função de qualquer ciência, técnica ou arte

Quando ocorrer no estadio de determinação da sanção – para determinar a pena temos que
saber alguma coisa sobre o estado do agente

Podemos classificar o testemunho em direto (reporta-se diretamente aos factos 128º nº1)ou
indireto (testemunho de vista ou de “ouvi dizer”) reporta-se aos meios de prova dos factos e
portanto não respeita diretamente aos factos e so excecionalmente pode ser inquirida sobre
factos de que tem conhecomento indireto – o juiz tem que chamar as pssoas que o
testemunho disse que “lhe dissram” para validar o seu depoimento, excepto se for impossível
a inquirição, em razão de morte ou anamalia psíquica ou impossibilidade de ser encontrada.

Se o juiz chamar e esta se recusar ilicitamente em aparecer esta cumprido o procedimento que
leva a anulação do testemunho indireto

Direitos da testemunha

1. Direito de audiência
2. Direito do tratamento correto por parte do tribunal como tratamento da honra e
integridade
3. Direito a indeminizaçao por desdepesas de comparação em tribunal
4. Pode fazer-se acompanhar de advogado que a informa quando necessário dos seus
direito, mas não pode interferir 132º nº4

Testemunha incoberta: a prestação de declaraçoesou documentos e feita com acultaçao da


imagem e/ou distorção de voz – quem decide pela não revelação da testemunha é o JIC a
pedido do MP que antes de decidir procede a um debate oral de contraditório entre MP e o
representqnte da defesa – o seu valor probatório não é o mesmo que a prova testemunhal dita
normal

Testemunha suspeita: valor probatório: o suspeito que presta declarações como testemunha,
tal como a testemunha esta obrigado a dizer a verdade – podem as suas declarações ser
utilizadas contra ele? A doutrina divide-se

Germano marques da silva: não deve ser utilizado como prova 58º nº5 as hipotses da
testeminha suspeita saber que é suspeita e ter conhecimento de se puder constituir como
arguida, são quase nulas e por isso a testemunha pode não saber.

No CPP françes já existe este regime, coisa que não acontece em Portugal

Deveres:

1. Tem o dever de responder com verdade a tudo, sob pena de incorrer em crime de
falso testemunho 260º pode-se recusar a responder quando das suas respostas resulta
a sua responsabilização – é melhor recusar pois se mentir pode ser acusada do crime
de falso testemunho, mas se o fizer, mas pena pode ser atenuada ou dispensada
demonstrando essas circunstancias
2. Tem que prestar juramento quando ouvida pela AJ, mas pelo OPC não tem que o fazer
3. O depoimento tem que ser reduzido a auto e conservando quanto possível as
expressões da testemnhuna
Apesar de este meio ser extremamente relevante, há muitos riscos e o primeiro é a
possibilidade de o depoimento ser falseado, apesar de ser crime, podem mentir nem serem
apanhados.

Esta prova é altamente falível uma vez que depende da memoria e da capacidade psíquica e
física do sujeito

Regras de inquirição de testemunhas:

1. O depoimento é pessoal que não pode ser feito por intermedio de terceiro e tem que
incidir promeiramente sobre os eoementos de identificação de testemunha e depois
incide sobre as relações de parentesco e proximidade com o arguido bem como
quaisquer circusntancias relevantes para a validação de documento. So depois +e que
a testemunha presta juramento e por fim inicia o depoimento sobre os factos.
2. De acordo com o 138º nº2 não devem ser feitas perguntas suestivas ou impertinentes
nem quaisquer outras que possam prejudicar a sinceridade da testemunha
3. Não devem ser feitad à testemunha pergunstsd que não interessam ao objeto do
processo, mas antes de o fazer deve tentar esclarecer a motivação da pergunta
4. A vuilaçao destas regras constituem irregularidade do ato que deve ser suscitada e se
não for atendida pode dar lugar a recurso

Qualquer pessoa que tenha capacidade de ser testemunja tem o dever de o fzer 131º nº1 mas
podehaver incapacidade: são incapazes → inapdidao física e mental incluindo imaturidade, e
cabe à AJ indentificar a incapacidade

Impedimento, não se confunde com a capacidade: só pode ter como fundamento a reçaçao da
pessoa impedida com esse processo que de algum modo afeta a sua credibilidade, por ex.: o
arguido 133º até porque há as declarações do arguido como meio de prova, e as suas
declarações devem ser tidas como tal.

As pessoas que se se tiverem constituído como assistentes, também estão impedidas, mas
podem prestar declarações mas na qualidade de assistentes e não como testemunhas.

As partes civis, também tem essa qualidade e por isso são impedidos

Os peritos também são impedidos pois as suas declarações valem como prova pericial

Imunidades: certas +essoas dada as suas funções gozam de imunidade 139º CPP – resultam
geralmente do direito internacional ou do direitompublico interno 154º nº3 CRP. Já as
prerrogativas de inquirição as principais estão no CPC

Recusas: pode recusar de testemunhar as pessoas do 134º (descendentes; ascendentes;


irmaos; familiares até ao 2º grau; cônjuge)

→ o arguido pode faze-lo também em caso de separação de processos

→ a testemunha pode se recusar a responder se considerar que a sua resposta lava à auto
incriminação

Proibição de testemunho por dever de setredo: a própria inquirição sobre os factos impõe-se
ás autoridas, não podem fazer perguntas sobre isso, é uma proibição relativa deprova.
Também é proibido inquirir sobre segredos de estado
Escusa: é quando alguém se recusa a prestar depoimento em virtude de um poder ou dever de
guardar segredo

Quando a testemunha invoca o direito de segredo de trabalho, a AJ vai ter que averiguar o
porque da escusa, e caso conclua que os casos não estão sujeutos a segredo pode pedir ao
tribunal que obrigue a prestar depoimento

Você também pode gostar