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Notitia Criminis:
1°etapa da fase pré-processual;
Trata-se da notícia do crime que é levada ao delegado de polícia;
O delegado deve ter conhecimento do crime para iniciar a persecução;
A doutrina separa tal fase em Cognição Imediata (ou direta), Mediata
(ou indireta) ou cognitiva;
Atribuição:
Presidência – Delegado (policial civil);
Critérios –a) “Ratione Materiae” e b) “Ratione Ioci”
Duas esferas de policia civil (federal, estadual e do DF);
Federal: Hall do art.109 da CF (Ex. tráfico transnacional)
Estadual: Crimes locais;
Características:
Escrito – CPP,9°: Rubricado pela autoridade;
Sigiloso – CPP,20°: Sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido
pelo interesse da sociedade;
MP e Juiz não são atingidos pelo sigilo;
Advogado – súmula 14 do STF;
Haviam duas correntes que entravam em conflito (contraditório e ampla
defesa que assegura ao defensor conhecimento sobre inquérito policial,
na teoria e por outro lado, o sigilo expresso no art.20 do CPP);
Vigora então que o advogado possui acesso a diligências já
encerradas, não as que ainda estão em andamento;
2°Bimestre:
Providências (art.6°CPP):
Assim que tomar conhecimento, a autoridade policial deve garantir que a
natureza do local do crime não seja alterada, até a presença dos
peritos policiais (deve ser preservado o estado de conservação das
coisas);
Não é via de regra a presença do delegado no local do crime (visto a
relevância de certas infrações sobre outras, casos nos quais existem
outros compromissos de maior importância ao delegado);
Cena do crime deve ser conservada (salvo casos em que a mesma
ofereça riscos para a sociedade, como num acidente de carros onde os
destroços ofereçam risco a futuros acidentes);
Policia militar quem comparece nesses casos, não a civil;
Após a perícia, é desfeita a cena do crime e os objetos com relação ao
fato são apreendidos;
Nem todas as provas podem ser encontradas na cena do crime
(entra aí investigação, oitiva das vítimas, dentre outros métodos que
comprovem os indícios de materialidade do crime);
Devem ser recolhidas todas as provas que servirem de esclarecimento
para o fato/circunstância;
Elementos Necessários à Elucidação dos Fatos:
Oitiva do Ofendido: Se toma o termo de declaração do ofendido,
obtendo informações a respeito da qualificação penal do infrator;
Natureza inquisitiva do olhar do delegado, nunca julgadora;
Investigado:
Interrogatório, Identificação Criminal, Antecedentes – Informações sobre
vida progressa;
Formal Indiciado – Imputação a alguém da prática, infração penal;
Só se indicia quando se possui maiores elementos de autoria da
infração penal;
Com o indiciamento, as investigações se concentram na pessoa do
indiciado;
Até o momento do formal indiciamento, o delegado colhe
informações que podem ou não vir a tornar o investigado um
indiciado;
Delegado necessita de elementos consistentes de autoria do
suspeito;
Investigado não possui elementos suficientes que comprovem a autoria
da infração;
Caso de auto de prisão em flagrante são uma exceção, visto que vai
diretamente para o indiciamento formal (tal como casos em que já
existem elementos concretos)
Um inquérito para cada crime que o possível infrator tenha cometido;
Interrogatório:
Descumprimento da Notificação – CPP, 260;
Direito Constitucional ao Silêncio – CF, 5°LXIII;
Interrogatório Policial – Não há figura do contraditório, possuindo
natureza inquisitiva;
Interrogatório Processual – Figura do ofendido presente, re-perguntas
ao réu e com natureza contraditória;
Investigado tem o direito de se defender de possíveis abusos no
interrogatório policial, visto que a autoridade policial não pode usar de
excessos para extrair quaisquer informações do indiciado;
Não possui mais o delegado direito de induzir e forçar o indiciado como
possuía outrora;
Indiciado tem o direito de levar um advogado para o interrogatório,
valendo destacar que o mesmo apenas estará lá para garantir que
nenhum excesso seja cometido (não é possível ao advogado formular
perguntas, apenas na fase processual);
Descumprimento da Notificação – CPP, 260: Condução coercitiva
caso o suspeito não compareça, devendo este atender a notificação
assim que recebida para prestar depoimento;
A pessoa deve ser notificada (comumente 3 vezes), sendo abusivo a
condução coercitiva sem notificação prévia;
Mesmo se aplica para testemunhas (notificação e condução coercitiva
caso não obedecido o chamado);
Investigador de polícia é quem notifica, em regra;
Direito Constitucional ao Silêncio – CF, 5°LXIII: Não apenas no
interrogatório policial, mas também no judicial.
Indiciado não pode ser obrigado a responder uma pergunta;
Caso não queira assinar um documento comprovando o interrogatório,
duas testemunhas de leitura assinarão no lugar;
Silêncio não pode presumir culpa no Processo Penal, visto a natureza
probatória e de defesa do interrogatório;
Silêncio não se aplica a perguntas de qualificação (identidade do
suspeito) apenas perguntas de mérito;
Identificação Criminal (CF, art.5°LVIII):
O civilmente identificado não será submetido a identificação criminal,
salvo nas hipóteses previstas em lei;
Quaisquer documentos que comprovem a identidade civil (RG, OAB,
CNH); documentos públicos com foto;
Prevalece a identificação fotográfica e biométrica (genética ainda
existem ressalvas na lei);
Na regra geral, caso possua o documento de identidade, não se
identifica criminalmente;
Descumprimento do Prazo:
Há casos/crimes que as informações são mais difíceis de serem
levantadas;
É possível que o delegado peça prorrogação do prazo ao MP (que
possui como função fiscalizar externamente a atividade policial);
Juiz pode concordar ou não (aumentando o prazo ou diminuindo o
prazo de inquérito requerido);
Delegado indica o que está faltando caso não aceite a diligência
(delegado deve fundamentar a prorrogação, dando vista do inquérito
todo ao juiz);
Indiciado Preso – Não cabe prorrogação (laudos não finalizados vão
por ofício posteriormente);
Indiciado Solto – É possível a prorrogação quanto for necessária
(valendo destacar aqui a boa fundamentação por parte do delegado e
pertinência da mesma, além da prescrição do ilícito);
Prazo de 6 meses para o ilícito prescrever;
Providências do MP:
Oferecimento de Denúncia – Juiz abre vistas para o promotor,
podendo este oferecer a denúncia (peticiona ao juiz o início da fase
processual);
Inquérito deve estar fundamentado, servindo de base para a denúncia;
Prova – Somente por meio do contraditório (somente na fase
processual);
Indício – Não possui contraditório, devendo ser veemente;
Proposta de Arquivamento:
A) Juiz Concorda – Juiz arquiva, não vira processo (visto que foi
arquivado antes da fase processual, antes da denúncia);
B) Juiz Discorda – Determina que o inquérito seja analisado pelo chefe
do MP (Procurador Geral).
Sem pedido formulado, juiz não pode instaurar;
B1) Procurador Geral discorda do MP – Será designado outro
promotor para oferecer a denúncia (visto que o MP é autônomo e
procurador pode exigir decisão diferente do 1° Promotor);
O próprio Procurador Geral pode oferecer a denúncia, caso o 2° ou
próximos promotores escolhidos não concordem com a decisão;
Não necessariamente precisa selecionar outro promotor, ele pode
oferecer a denúncia (porém um promotor será selecionado para
fiscalizar, haja visto as funções diversas do Procurador);
B2) Procurador Geral Concorda com o MP - art.128, sem saída ao
juiz, devendo então arquivar o inquérito;
Possibilidades para o Desarquivamento de Inquérito
Policial:
1) Insuficiência de Provas sobre a Condenação – Juiz arquiva devido
a falta de provas (sobre a condenação) naquele momento para
fundamentar. Ao surgi-las, posteriormente, o juiz pode desarquivar o
inquérito;
Delegado pode continuar investigando (outros casos que venham a
ajudar a fundamentar o inquérito arquivado);
2) Inexistência do Crime – Inquérito concluiu que não há crime, logo,
não pode ser desarquivado (segurança jurídica);
Elementos que comprovam que o delito cometido fora realizado num
excludente de ilicitude;
3) Causa de Extinção da Punibilidade – Crime prescreveu, autor
morreu, coisa julgada na decisão, não havendo espaço para
desarquivamento;
Súmula 524 do STF: Não se reinicia discussão sobre inquérito
arquivado sem que haja novas provas;
CPP,18: Autoridade reinicia investigação caso tenha notícia de novas
provas que venham agregar ao inquérito;
3° Bimestre:
1) Iniciativa Pública:
Titularidade/Propositura - Ministério Público;
Peça Acusatória – Denúncia, que relata o fato ao juiz, em tese, quem
praticou a ação penal, as provas e o pedido de condenação;
Início do Processo – Quando o juiz aceita, realiza o despacho de
aceite (acolhimento, recebimento da denúncia);
Espécies:
A) Incondicionada – Não existe a necessidade de
aprovação/autorização de outrem para que ação seja despachada (de
ofício);
B) Condicionada – Representação (do ofendido ou de seu
representante legal) ou Requisição (do Ministro da Justiça para com o
Ministério Público);
2) Da Iniciativa Privada:
Titularidade/Propositura – Ofendido, que bate nas portas do judiciário,
ou por seu representante legal (casos de incapacidade plena do
ofendido);
Peça Acusatória – Queixa Crime;
Início do Processo – Quando o juiz aceita/acolhe a queixa;
Espécies:
A) Exclusiva (genuinamente privada);
B) Personalíssima;
C) Subsidiaria da Pública;
Princípios:
A) Oficialidade – A função penal é de natureza pública, o dever de
punir é interesse do Estado (órgãos de punição de natureza pública);
Instituições públicas e oficiais envolvidas na persecução penal;
B) Obrigatoriedade – Se estão satisfeitas as necessidades dos
indícios de autoria e materialidade da ação pública, o Ministério
Pública se encontra obrigado a oferecer a ação, não podendo este
se omitir;
Caso faltem indícios, o Ministério Público devolve para o delegado para
que sejam recolhidos novos indícios por meio de diligências;
DEVE ser devolvido nos casos de falta de indícios;
Arquiva-se a denúncia caso sejam considerados insuficientes os
indícios;
C) Indisponibilidade – Uma vez oferecida a denúncia, o Ministério
Público não pode desistir da mesma, acompanhando-a até a decisão
final do juiz;
Ministério Público pode opinar absolvição (visto que não estaria
necessariamente desistindo da ação penal). Com isso, afirma que os
elementos recolhidos não são suficientes para a condenação do
indivíduo (falta de autoria e materialidade);
D) Autoritariedade – Existência de uma autoridade pública,
Ministério Público é uma autoridade do Estado, representando o poder
público do mesmo;
E) Oficiosidade – Os órgãos encarregados pela persecução penal
devem agir de ofício, sem manifestação de vontade (salvo casos de
ação penal condicionada à requisição ou representação);
F) Indivisibilidade – Denúncia deve ser oferecida a todos os autores
da infração penal; Ex. Concurso de agentes (todos os infratores
recebem a denúncia);
Não necessariamente no mesmo tempo, e independente de ser
condicionada ou incondicionada;
Vale citar ainda uma outra corrente (não adotada) que considera a ação
penal DIVÍSIVEL justamente pela propositura em momentos
processuais distintos;
G) Intranscendêcia – Processo apenas oferecido contra o indiciado
caso haja fortes indícios (efetivos) de autoria e materialidade;
Ressalta-se aqui que apesar dos fortes indícios, o princípio do
contraditório pode impedir a condenação do indiciado;
Representação:
Conteúdo (CPP, 39§2°) – Elementos suficientes para que seja
identificado o ilícito;
Retratação (CPP,25) – Irretratável DEPOIS de oferecida a denúncia.
Antes, é possível retratar o conteúdo que fora usado na representação,
“mudar de ideia”;
Duas correntes, sendo uma que NÃO ACEITA a retratação, haja visto o
caráter de exclusão de punibilidade;
Logo, uma corrente aceita a retratação da retratação, e outra conclui
que o ato seria uma renúncia (exclusão de culpabilidade);
Eficácia da Objetiva da Representação – Princípio da indivisibilidade
da ação pública. Ou representa contra todos os infratores, ou contra
nenhum. Logo, temos uma representação para cada
infrator;
4°Bimestre: