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Direito Processual Penal

Teórica-16/02/23.

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Bibliografia:

CODIGO DE PROCESSO PENAL-ÚLTIMA EDIÇÃO.

Manual de Germano Marques da Silva- Curso de processo penal I, noções gerais , elementos
do processo penal.

Manual de Paulo Sousa Mendes- Direito processual penal, Coimbra, almedina .

Manual de Maria Joao Antunes- direito processual penal 2022.

Comentário do código de processo penal a luz da constituição da república e a convenção


europeia dos direitos do Homem, 4ª edição, Lisboa.

Manual de direito processual penal do professor Jorge figueiredo Dias.

Curso de processo Penal de Manuel Cavaleiro Ferreira.

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Existe o direito processual que é instrumental do direito penal. Há um princípio que permite
perceber o direito processual que é o ´Princípio da jurisdicionalidade´, o direito só poderá ser
aplicado através do direito penal. O direito Penal só se aplica através do processo penal e
com respeito aos princípios.

Necessidade de equilibrar dois grandes princípios.

 Descobrir a verdade material: tenta-se construir um facto passado. O processo penal


existe para tentar reconstruir um facto que já ocorreu e essa reconstrução é
investigação criminal e requere prova. Essa procura da verdade material em
contraposição com a verdade formal. Para reconstruir essa verdade não podemos
fazê-la a tudo custo porque não é um fim absoluto já que há que respeitar os direitos
fundamentais. O processo penal tem que conseguir que exista o equilíbrio entre a
procura da verdade e os direitos fundamentais. Exemplo: a tortura para obter
informação.
 Principio da presunção de inocência: serão inocentes ate o transito em julgado.
O direito Processual penal Tem como fim Determina judicialmente a responsabilidade
jurídica-criminal.

Teórica-17/02/23.

Noções introdutórias.

O QUE É O DIREITO PROCESSUAL PENAL?: Temos de partir desde a sua noção essencial, o
direito penal tem duas realidades ou refere-se ao ramo do direito que disciplina o direito
processual penal. É o conjunto de normas jurídicas que disciplinam o direito penal ou o
direito processual penal surge como a ciência que estuda este ramo de direito. Quando
estamos a pensar na doutrina ou na dogmática escrevemos com letras maiúsculas.

O Processo penal como refere Figueiredo dias ´´ sequencia de atos juridicamente pré
ordenados e praticados por certas pessoas autorizadas em ordem a vista da decisão sobre se
foi praticado algum crime e em caso afirmativo sob as consequências jurídicas e a sua justa
aplicação ´´.

É o direito que regula as normas que tem com fim a aplicação do direito penal. Tem como
fim descobrir a verdade material através da reconstrução histórica sem violar direitos
fundamentais e para isto esta o instituto das provas proibidas porque são absolutamente
proibidas num estado de direito democrático. Não é possível obter a prova de um facto por
exemplo através da tortura ou ameaça. Mas também existindo provas absolutamente
proibidas mas o legislador por vezes proíbe alguns direitos fundamentais para conseguir a
obtenção da verdade, exemplo: as escutas telefónicas. Há outro meio excecional que é
´´agente infiltrado´´. O agente encoberto é possível, é aquele que frequenta os meios, ele
esta apenas a assistir o que se passa. Agora, o agente infiltrado tem uma identidade falsa e
serve-se da organização criminosa e muitas vezes pratica atos de execução para conseguir
apanhar aos agentes em flagrante delito, mas ele não pode ser instigado ( ou seja, ele não
pode criar a vontade e determinar ao agente para praticar o crime).

Outra figura bastante famosa é a colaboração premiada.

O processo penal tem um fim próprio.

Muitas vezes o direito processual penal faz parte do significado de direito penal em sentido
amplo. Em relação com outros ramos de direito o direito processual tem uma relação com o
direito constitucional. Muitos dos princípios do direito penal está consagrado na constituição
da republica portuguesa, também há princípios consagrados no direito internacional e não
só através da figura dos princípios, há varios institutos que estão preenchidos da
constituição, artigo 28º n2 e n4, ainda há outro artigo que é o 33º.

Direito processual penal Vs o direito processual civil: os dois tem fim diferente, nos casos
omissos pode-se recorrer ao código de processo civil e a dúvida se levanta em quando
estamos perante um caso omisso.

Processo disciplinar dos funcionários públicos: há uma autonomia desse processo disciplinar
do próprio direito penal, são procedimentos autónomos, o que muitas vezes acontece é que
esta a decorrer um processo disciplinar sobre o agente e ao mesmo tempo um processo
penal sobre o agente por corrupção e as consequências entre os dois serão diferentes.

O nosso estudo vai incidir sobre o processo penal poderá ser mais dinâmico mas também
vamos estudar desde uma perspetiva estática isolada uma das outras, vamos dar prioridade
ao estudo mais dinâmico.

COMO SE CARATERIZA O NOSSO SISTEMA PROCESSUAL PENAL?: para isto temos que saber
ao longo da história que tipos de sistema houve, e ao longo da historia tivemos 3 modelos,
este demostra a relação do estado com os cidadãos. Há três sistemas centrais:

1. Sistema do tipo acusatório de pendor liberal/ sistema adversarial puro: vê uma disputa
entre o estado e o individuo e por isso há uma separação clara entre a entidade que
acusa e entre a entidade que julga e só isso permite que haja uma imparcialidade entre a
entidade que julga, há uma divisão clara entre a entidade que acusa e a entidade que
julga, só desta forma garantimos a imparcialidade de quem julga.
2. Sistema inquisitório puro: que é de pendor autoritários. Como a única finalidade é a
descoberta da verdade o arguido tem uma posição de objeto pelo que há uma completa
violação dos direitos fundamentais, pelo que quem investiga e acusa é a mesma pessoa
o que significa que não haverá imparcialidade. Reconstrução histórica. Este sistema trata
ao arguido como objeto, é completamente desconsiderado os seus direitos. A entidade
que investiga e julga são as mesmas.
3. Sistema misto: adotado pela maioria dos países da europa incluído Portugal. O nosso
sistema é misto porque há uma clara divisão entre a entidade que investiga e acusa e a
entidade que julga. Ministério publico e tribunais. é misto porque o juiz de julgamento
continua a ter o poder de procurar a verdade. Se o juiz acha um facto que precisa de
mais provas ele poderá pedir mas dentro do objeto do processo para assim garantir a
imparcialidade. Por um lado há uma clara divisão entre a entidade que investiga acusa e
julga.

Antes do código atual vigorava o código de 1929 e tinha uma estrutura acusatória mas
materialmente era considerado um sistema acusatório. Só em 1945 é que a instrução passou
a ser do ministério publico e não ao juiz, mas como se vivia numa ditadura este ministério
era governamentalizada. Em 1972 no período chamado ´marcelista´ foi promovida a
fiscalização judicial do ministério publico e passa a ver a figura do juiz de instrução. Só surge
um novo código em 1987 e só aqui é que começamos a ter um sistema misto com a divisão e
a existir o principio da verdade material que tem uma importância fundamental, isto significa
que o juiz possa pedir prova relativa ao objeto do processo que já esta fixado apos a
acusação e investigação

O ministério publico age no interesse da procura da verdade, seja ela qual for.

FORMA DE PROCESSO COMUM E FORMAS DE PROCESSO ESPECIAIS:

Forma de processo especial: são aplicáveis em norma em caso de pequena e media


criminalidade.

 Processo sumario: aplica-se em norma aos casos em que não pode ser aplicada
pena de prisão superior a 5 anos.331 CPP
 Processo sumaríssimo: Também se aplica aos casos em que a pena de prisão não é
superior a 5 anos ou a aqueles casos em que só se aplica pena de multa. O
ministério publico se entender que no caso concreto deve ser aplicada pena ou
medida de segurança não privativa da liberdade.
 Processo abreviado: também tem lugar nos casos de crime punível com pena de
prisão não superior a 5 anos e a pena de multa e ainda há provas evidentes onde
há indícios suficiente de se ter verificado com crime e quem é o seu agente 391-A
CPP.

Processo comum: tem carater subsidiário tendencialmente os crimes mais graves são
julgados no processo comum

CLASSIFICAÇAO DE CRIMES: o critério é ter em conta do que é que depende a tramitação do


processo.
1. Públicos: aqui a tramitação do próprio processo não está condicionado de modo
algum
2. Semipúblicos: para o processo se iniciar é necessário queixa do ofendido, artigo 49º
n1 CPP
3. Particulares: O início do procedimento penal alem de que depende de queixa 50 n1 e
246 n4. A continuação do processo depende de que o arguido se constitua como
assistente artigo 68º, para continuar o processo 285º ele terá que fazer uma
acusação particular.

Como sabemos que o crime é público, semipúblico e particular? No código penal é que nos
sabemos. exemplo 203º n3. Quando o legislador nada diz então é um crime publico.

Pratica-28/02/23.

Princípios.

Nos no direito penal substantivos estudamos varios princípios e de facto vimos que são princípios
que tem muita importância no direito penal, a importância no processo penal em várias das soluções
é ainda maior. Muitas das soluções para problemas concretos se encontram por referência direta aos
princípios. Temos de ter muito presente os conteúdos essenciais destes princípios porque são
decisivos. Muitas vezes a solução não esta explicita no código penal mas sim como referência aos
princípios.

Muito frequentemente acontece que o conteúdo de um ou mais princípios apontam para diferentes
soluções, pelo que frequentemente não é possível respeitar integralmente o conteúdo de dois ou
mais princípios do direito penal.

Princípio da presunção da inocência: o arguido até o transito em julgado deve ser tratado como se
fosse inocente mas nos podemos aplicar uma prisão preventiva, e isto parece contraditório.

Que os princípios colidam é muito comum e o que a doutrina e jurisprudência tem dito é que o juiz
deve fazer uma concordância pratica entre princípios, deve assegurar que o conteúdo de cada
princípio é respeitado e deve-se limitar o princípio para que se consiga o conteúdo essencial ser
respeitado.

A generalidade dos princípios constam de o artigo 32º da constituição mas há outros conjuntos de
princípios constitucionais que também são princípios cuja violação tem consequências no direito
penal, só que estes não são específicos do direito penal, por exemplo ´artigo 20 de tutela
jurisdicional efetiva´, ´princípio da igualdade´ .
A generalidade dos autores fala dos mesmos princípios só que os organizam de maneira diferente.
Eles são apresentados nos manuais de diferente forma mas isso é irrelevante porque temos que
desconsiderar essa organização e estar atentos aos conteúdos.

Há relativamente 3 que são relevantes essencialmente:

 Princípio da investigação Vs verdade material: eles não são iguais, e são apresentados muitas
vezes como se fosse o mesmo. 340º CPP. No processo penal se procura a verdade material
enquanto no processo civil importa-se é pela verdade, O DIREITO PENAL DEVE ORGANIZAR-
SE PARA CONSEGUIR CHEGAR A AQUILO QUE REALMENTE ACONTECEU. O processo penal
tem que conseguir prosseguir a verdade de forma a que se consiga atingir essa verdade e
nesse sentido é que se diz que há uma distinção com o processo civil. Enquanto que no
processo civil o juiz limita-se a olhar para aquilo que as partes trouxeram. O processo penal
tem que ser orientado para chegar a verdade material, esta ideia de que o processo penal
tem que se estruturar, mas não há de forma expressa na constituição isto mas sim de forma
implícita. O princípio da verdade material diz que o processo penal tem que estar
organizado para chegar a verdade, agora o princípio da investigação diz que na procura dessa
verdade material, o juiz não está limitado aos elementos de prova que os diferentes sujeitos
processuais ofereçam para a investigação.
 Princípio da Livre apreciação da prova: ele no essencial significa que as provas em processo
penal não tem um valor pré-definido. Não existe uma hierarquia de provas, a prova é
apreciada pelo juiz, ele é livre na apreciação dos elementos das provas que foram levados
para os alvos. O juiz é livre na apreciação. O problema é que de facto se esta é analisada
assim com essa liberdade, esta liberdade se não for acompanhada de alguns mecanismos de
controlo haverá um risco de arbitrariedade e abusos. Que mecanismos de controlo são
esses? Recursos e fundamentação. Na fundamentação não basta o juiz uma sentença com
factos provados, o juiz tem de explicitar de porque deu esses factos como provados, não é
suficiente que o juiz diga que deu esses factos como provados, ele terá que fazer um analise
critico da prova, terá que dizer porque daquelas testemunhas aconteceu o que aconteceu ´´
analise critica da prova´´ isto vai permitir que o tribunal de recurso controle de facto a
racionalidade das razoes pelas quais o juiz concluiu nesse sentido.

Teórica-02/03/23

Fases.

Adquisição da notícia do crime: esta poderá dar início ao processo penal, o ministério publico
é que adquire esta notícia e poderá ser de três formas
1- Constatação direta: o ministério pode conhecer diretamente um facto crime e esse pode
ser semi publico o que pode acontecer se é semipúblico é não seguir em frente porque é
necessário queixa.
2- OPC: são os órgãos de polícia criminal que tem como função praticar atos determinados
pelo ministério publico ou pelo código penal ou outras leis avulsas.
3- Denuncias: 242º CPC. 386º CP.

HAVER ABERTURA DE INQUERITO DEPENDE DO TIPO DE CRIME. 242º n3. 52º n2

Denuncia anonima: esta figura é recente 246 n8.

Conteúdo que a denuncia deve ter: 246 n1, n2 e n3

A denuncia reveste várias formas:

 Auto de notícia: crime de natureza publica mas a pessoa descreve um facto que
presenciou, este é levantado pela autoridade judiciaria sempre que o crime que
tenha conhecimento seja de natureza publica e … descreve os factos que a pessoa
presenciou que constitui crime, mas alem destes factos podem conter outros factos,
como por exemplo o dia, o local, o meio de prova, as medidas que foram tomadas
para evitar efeitos secundários. É um documento elaborado pela pessoa que
presenciou esse facto
 Auto de ocorrência : também é um crime de natureza publica, a pessoa não
presenciou mas teve conhecimento.
 Auto denuncia: o auto denuncia é um documento feito por autoridades policiais que
trata .

Medidas cautelares e de polícia: 248º a 253º. São medidas, atos necessários e urgentes que
os OPC tem que praticar antes da abertura de inquérito por forma a preservarem provas
fundamentais relativamente a aqueles crimes e as circunstâncias do crime. Aqui há um
princípio que é :

O PRINCIPIO DE INVESTIGAÇAO CRIMINAL SOB GARANTIA JUDICIARIA , este principio


estipula que toda a atividade de investigação feitas pelo OPC tem que ser feita por
supervisão de uma autoridade judiciaria. para garantir o cumprimento do princípio da
legalidade, uma vez que esta em causa direitos fundamentais.
A investigação tem sempre duas fases: por um lado há a necessidade da descoberta com a
reconstrução do passado mas também tem de existir a proteção de direitos fundamentais.
Que entidade judiciaria que preside: ministério publico.

 O ministério publico como supervisor: 219 n1 CRP


 Juiz de instrução criminal: artigo 32 n4 CRP.
 Juiz na fase de julgamento: 202 n2 e n1 CRP.

E A LEI DE ORGANIZAÇAO DE INVESTIGAÇAO CRIMINAL.

As medidas cautelares e de polícia : são feitas antes da abertura do inquérito, o que


significa que são praticadas sem haver uma supervisão mas faz sentido que o legislador as
preveja. Tem de ter um carater de indispensabilidade, tem de demostrar-se que aquela
medida era essencial e necessário para não perder prova real ou pessoal num determinado
processo de crime.

Medidas de polícia: estas são diferentes. São praticadas no âmbito da segurança interna e
são consideradas medidas administrativas. Exemplo: identificar pessoas suspeitas, entrar em
lugares ETC.

INQUERITO: é uma fase obrigatória no processo comum, cuja falta constitui nulidade
insanável. Artigo 118 n1 e 119º alínea D. é na fase de investigação por excelência não é só do
crime «, quando se diz que houve pratica de um crime não só é quando foi e quem soa os
agentes mas também implica investigar as causas pessoais, sociais e económicas da prática
do crime, eventualmente os próprios traços de personalidade do agente, para assim
determinar a medida exata da pena.

Suspensão provisoria do processo ou aplicação de uma medida cautelar.

No caso de haver uma indemnização por perdas e danos que tenha causado o crime, esta
ocorre normalmente em conjunto com o processo civil de indemnização.

A propósito do ministério publico: dentro deste podemos distinguir os Departamento de


investigação e ação penal do departamento central de investigação e ação penal.

1- Departamento de investigação e ação penal : É um departamento que funciona na


dependência da procuradoria geral da república e visa coordenar e corrigir e também
prevenir a criminalidade violenta altamente organizada ou de especial complexidade.
2- departamento central de investigação e ação penal
quanto a competência territorial do ministério publico ao que diz respeito ao inquérito no
ministério publico, aplicaremos as regras territoriais, artigo 19º até 23 CPP.

OT-03/03/23

Teoria da lei processual penal.

Todas as especificidades que a lei penal tem na aplicação no tempo, espaço e interpretação.

 Sobre a interpretação.

Sendo assim se estivermos perante uma norma processual penal em sentido material, temos
de olhar para a norma para saber que é strictu sensu ( se for assim então teremos que
recorrer as regras gerais de interpretação que estão no código civil, respetivamente ao artigo
9º do Cc). Também existe uma interpretação quanto ao resultado. Se for uma norma
processual penal material, a nível de interpretação teremos que saber a interpretação
extensiva para grande parte da doutrina só poderá ser aplicada em direito penal se for mais
favorável para o agente.

Sobre a integração analógica: para conseguir integrar teremos de ter uma lacuna, um caso
omisso, pode ele não estar previsto na lei nem no pensamento, a integração analógica
acontece quando esta não esta prevista nem na letra nem no pensamento. Em direito penal
depende, se for uma aplicação analógica que vai favorecer ao arguido.

Artigo 7º do código de processo penal: aqui é uma norma especifica que regula as lacunas
mas esta norma só se aplica se estivermos perante uma norma em sentido estrito.

Em direito penal a interpretação analógica de uma norma estricto sensu (…)

Artigo 32º da CRP

Caso: o tribunal ordena ao arguido como medida de coação que ele


não se desloque a estádios de futebol ou recintos desportivos
a certos dias e horas, artigo 200 n1º alínea D. é possível
exigir que esse arguido fique no tempo do jogo na esquadra de
polícia? Aplicando o artigo 198 n1 por parte dos OPC.

SEMPRE QUE SE RECORRER A ANALOGIA E ESTA COLOCAR EM CAUSA UM PRINCIPIO


CONTITUCIONAL ENTAO NÃO PODE SER FEITO. Quando não houver uma norma penal que
possa ser aplicada por analogia, aplicamos a normas de direito civil que se harmonizem com
o direito penal artigo 4º.

Aplicação da lei penal no tempo: primeiro temos que ver se essa norma processual penal é
estricto sensu ou material.

1- Princípio da aplicação retroativa da lei penal menos favorável


2- Princípio da aplicação retroativa da lei penal mais favorável.

Artigo 5º do código de processo penal:

1- Tempus regit actus : a lei processual penal é de aplicação imediata uma vez entrada em
vigor, tal implica que aquela lei strictu sensu se aplique não só nos casos que se irão
realizar mas também aos caos pendentes depois do ato ao menos que desta resultar um
agravamento da posição do arguido, nomeadamente o seu direito de defesa, artigo 5º n2
alínea A.
2- Princípio do respeito por o anterior processado: todos os atos praticados segundo a lei
anterior são validos e não interfere a nova lei.

Outra discussão que há é que imaginemos que a lei penal transforma um crime publico em
semipúblico e como é mais favorável então aqui depende de queixa enquanto antes não era
assim.

Teórica-03/03/23.

Princípio da investigação sob garantia judiciaria:

Princípio da judicialização: toda investigação feita pelos OPC está a ser(…)

Investigar se houve pratica de algum crime e quem foram as pessoas relacionadas

Fase de instrução: quando há decisão do ministério publico e pretende-se saber se essa


decisão do inquérito do ministério publico foi correto.

Investiga as causas pessoais, socieis e económicas daquele crime.

Temos de ver a culpabilidade do agente.

Suspensão provisoria: quando há indícios suficientes da prática de um crime

Acusação
Arquivamento em caso de (…)

Envio do processo de forma (..)

O juiz de liberdades e garantias

277º

283º-

285

280º

281º

392º

Lei número 21/2007

DESIÇAO DE ABERTURA DE INQUERITO:

 262 n2. Esta aqui consagrado o princípio (…)

Mas há exceções, estes estão no artigo 50º, 68 n2, 246º n4. Se o ministério publico esta perante um
crime semipúblico ou particular onde é preciso queixa então não se abre o inquerido 262º n2. Artigo
50º . 49º. 68º n2.

Nos casos da verificação dos pressupostos processuais onde o inquérito é substituído por um
interrogatório sumario feito pelo ministério publico 382º.

O ministério publico tem de abrir o inquérito ao menos que estivermos perante uma situação que
seja Manifestamente infundada, artigo 58 n1, 246 n6 alínea A . de resto ele tem sempre de abrir o
inquérito, apenas tem notícia do crime terá de abrir.

Pratica-07/03/23
Princípio do acusatório : assenta numa separação clara entre a entidade que investiga e acusa do
órgão que julga, este é o primeiro conteúdo essencial. Em contraposição com o princípio do
inquisitório. Garantia de um julgamento independente e imparcial. É um princípio mais misto. Ideia
de que o juiz de julgamento julga mas nos limites de aquilo que é o conteúdo de acusação. O juiz de
julgamento está limitado pelo despacho de pronuncia por aquilo que o arguido foi julgado. Saber
também se aquilo que se apura em julgamento, o juiz não pode condenar por algo que altere
substancialmente aos factos que estavam na acusação. Porque é que o nosso processo penal tem
esta preocupação? Para garantir a imparcialidade. Este princípio parte de facto de um pressuposto
que é de facto o pressuposto de que há uma igualdade de armas entre os varios sujeitos processuais.
Há algumas realidades entretanto que este sistema acusatório puro em que toda a produção de
prova seja deixado para os varios sujeitos tirando ao juiz este mecanismo de investigar não sempre
será bom para alcançar a verdade. Aquilo que os estudos tem demostrado é que na realidade não há
uma igualdade de armas porque em muitos casos as armas a disposição do ministério publico são
francamente superiores. Nós temos uma profunda desigualdade de armas que poderão levar a uma
problemática na procura da verdade.

O sistema acusatório puro associado a um contexto de desigualdade de armas são sistemas em que
há um risco de injustiça muito grande.

O juiz tem na fase de julgamento tem poderes de investigação na medida em que o código tem um
sistema de acusação mitigado 340º

Em conjunto com o principio da presunção de inocência e o principio do acusatório são os dois


princípios fundamentais.

 Princípio da presunção de inocência: artigo 32 n2 CRP. O princípio da presunção, o ónus


provatório esta de lado do autor, cabe o autor prova.
 Principio idu pro reu: esta implícito no principio da presunção de inocência, sempre a prova
não seja solida ao que diz respeito ao reu então decide-se a favor deste. o juiz deve sempre
dar uma decisão.

Estes dois princípios tem conteúdos diferentes e a ideia de presunção de inocência tem um
conteúdo mais basto. Diz que o processo penal tem que estar organizado em todas as suas fases
( esta presente sempre nas suas fases) como se estivesse a lidar com um inocente. Até o transito
em julgado o arguido tem de ser olhado para o direito penal como se estivesse a olhar para um
inocente.
O principio inde pro reu: esta no momento da apreciação da prova e este diz-nos que depois de
produzida toda a prova e que não pode o juiz afirmar sobre se determinada coisa aconteceu ou
não o juiz tem que decidir sobre aquela duvida de maneira mais favorável.

A questão da relação entre estes dois princípios, para o professor a presunção de inocência vai
muito mais alem que o indubio pro reu mas de facto que essa dúvida é uma decorrência sobre o
princípio da presunção de inocência. Havendo duvidas sobre a interpretação de um artigo ou
ficando com duvidas dos factos que acontece ? este não se aplica aqui porque esta só diz
respeito sobre as provas, não pode ser invocado este principio para a aplicação de duvidas sobre
a interpretação jurídica.

A entra na casa de B e o B mata ao A, estavam só os dois dentro de casa, o B invoca a legitima


defesa. Aqui o ministério publico tenta provar, aqui em que medida o principio induibio pro reu
pode ser invocado para uma causa de exclusão de ilicitude, culpa? Não porque isto coloca no
ministério publica o dever de muitas vezes buscar provas impossíveis. O individuo tem que trazer
provas e não só invocar no processo duvidas sobre aquilo que aconteceu.

Teórica-09/03/23

Quando se dá a abertura do inquérito, quem o faz, nulidades, objeto do processo.

Decisão de abertura de inquérito: segundo o princípio da legalidade da promoção o qual significa


que a notícia do crime ao ministério publico dá sempre lugar a abertura de inquérito. Sempre
que o ministério publico tem notícia do crime tem de abrir um inquérito. Artigo 262 n2. Mas há
duas exceções em que não podem abrir o inquérito, nos casos em que é preciso queixa. Outra
situação é naquelas que se verificam os casos de processo sumario artigo 382º CPP.

O ministério publico tem de abrir também inquérito quando há uma denuncia inconsistente?: se
o ministério concluir que a denuncia é manifestamente infundada poderá não abrir o inquérito.
Mesmo sendo infundada o ministério publico tem de registar essa denuncia segundo os artigos
51º n1, 246 n6 A, 247 n5.

O inquérito só se inicia com um despacho do ministério publico a determinar a sua abertura,


este é essencial. Este será o primeiro ato de tramitação do processo. Embora alguns autores
consideram que a notícia do crime é a notícia do crime. Se não houver esta abertura de
despacho então o processo será nulo como refere o artigo 119 B CPP por ´´ falta de promoção´´

Este despacho pode ter natureza tacita?: quando há a comunicação da noticia de um crime por
parte dos OPCs, o magistrado competente não chama a si ao processo ´´não avoca a si o
processo´´, nesse caso diz uma parte da doutrina que podemos considerar que ele alegou as
competências para o ministério publico. O ato tácito seria o não avocar. O nosso código de
processo penal não preve isto

A partir da abertura do inquérito ele passa a ter um número de forma a individualizar o processo
da seguinte maneira ´NUIPC´.

Direção do inquérito: ao ministério publico é que cabe a direção do inquérito, o princípio que esta
aqui é o principio da investigação sob garantia judiciaria. a investigação criminal tem que fazer-se
na estrita legalidade. Há certos atos que são considerados ainda mais pesados para os direitos
fundamentais pelo que não só é preciso a intervenção do ministério publico mas também a do JIC
mesmo no inquérito.

Apesar da direção do processo caber essencialmente ao ministério publico quem fazem a


investigação é os OPCs, por isso o principio que esta aqui é 202º n3 da obrigatoriedade de
assistência dos OPC aos ministérios públicos 9 n2, 55 n1, 2 n2 LOIC.

No âmbito da investigação com os OPCs temos que falar de competências delegadas, o ministério
publico pode delegar nos OPCs o encargo de proceder a qualquer diligencias e investigações relativas
ao inquérito, os que podem ser delegados poderão ser os que estão referido no artigo 270º n1 e n3.
Mas há determinadas matérias que estão completamente reservadas ao ministério. Este delegar
competência pode ser feito por um despacho de natureza genérica, isto significa que o MP pode
dizer os limites e as penas aplicáveis que pode ser aplicado 270º n4.

Prazos do inquérito:

Os prazos estabelecidos na lei são meramente ordenadores. O que significa que se passar o prazo
não significa nenhuma invalidade. O máximo que pode acontecer será responsabilizar aos
magistrados. Por outro lado temos uma norma constitucional que é o 32 n2, sobre a presunção de
inocência. Exemplo: o magistrado titular do processo se não vai cumprir o prazo indicado na lei para
a realização do inquérito, deve comunicar ao superior hierárquico imediato a violação daquele prazo
indicando as razoes do atraso e o período que necessita para concluir o inquérito 276 n6. Se houver
ultrapassar o prazo poderá avocar o processo 276 n7. Uma vez ultrapassado o prazo há um fim de
justiça para os casos de segredo de justiça, mas o JIC pode determinar que esse prazo de fim de
segredo seja adiado por um período de 3 meses e poderá ser prologado mais uma vez 89º n6.

1. Se houver arguidos presos os inquéritos são em regra de 6


meses
2. Se não houver arguidos presos então são 8 meses
E em qualquer destes dois casos o tempo poderá ser prolongado
276º CPP.

O PRAZO CONTA-SE APARTIR DO MOMENTO EM QUE O INQUERITO COMEÇAR A CORRER SOBRE


PESSOA DETERMINADA, OU APARTTIR DO MOMENTO EM QUE SE TIVER VERIFICADO A
CONSTITUIÇAO DE ARGUIDO 276º N4

OT-10/03/23.

Há normas penais materiais

Temos que ter em conta as normas que se aplicam a lei penal que tem haver com a
responsabilidade criminal do arguido.

Nos quando temos uma lacuna e não saibamos que regras temos que ver o primeiro que temos
que fazer é ver se é uma norma processual penal material ( aqui temos que aplicar as regras de
direito penal, ´´se for favorável aplico´´) se for uma lei processual penal strictu sensu vamos ao
artigo 4º e o nosso legislador diz que nos casos omissos quando as disposições deste código não
possa ser aplicado então aplica-se as normas

Artigo 32º n1 CRP.

Sobre a aplicação no espaço acontece o mesmo.

Esta a decorrer um processo penal, o crime era publico e surge uma lei que volta aquele crime
semipúblico: para prosseguir o processo era preciso queixa.

Sobre a aplicação no espaço vigora o principio da territorialidade o qual diz que todos os
processos submetidos são aplicáveis as regras de processo penal independentemente da
nacionalidade dos agentes ao menos que exista uma convenção internacional que preveja a
aplicação de lei processual penal estrangeira artigo 6º.

Há situações em que pode haver cooperação entre Estados.

A lei processual penal aplica-se as pessoas que sem prejuízo haver algumas especificidades
fundadas em direito internacional como é o caso da convenção das relações diplomáticas. Artigo
157º CRP.
A propósito do inquérito uma das relações importantes é o princípio da coadjugaçao (…). Por
parte dos OPCs é o princípio de judicialização da investigação criminal, este princípio significa
que toda a investigação tem que haver supervisão por parte do ministério publico e o Juiz de
instrução criminal. Este princípio é tao importante porque a investigação criminal é uma fase de
processo penal que colide necessariamente com direitos fundamentais e temos que conciliar diz
princípios, por um lado toda a atividade tem que respeitar o principio da legalidade mas os
princípios que estão aqui mais presentes são:

1- O princípio da verdade material para haver uma aplicação correta do direito material.
2- Princípio do respeito pela dignidade humana.

Que natureza assume essas relações entre as autoridades?: há uma dependência funcional dos
OPCs fase aos titulares do processo ( juiz de instrução criminal) mas os OPCs continuam a ter
uma autonomia orgânica, hierárquica fase a autoridade judiciaria e continuam a ter uma
independência técnica e tática.

Quanto a dependência funcional: artigo 2 º n4 LOIC, isto significa que as orientações ou âmbito,
objeto do processo e os limites fase a investigação criminal, são determinados pelas autoridades
judiciais. Esta dependência funcional é alcançada por uma rigorosa limitação da autoridade
judiciarias e OPCs. Tem de haver um quadro de, confiança, cooperação, segurança. Todos os
artigos que diz que cabe a autoridade judiciaria 119º n1 CRP , 48º CPP. 243 N3 248 N1 CPP.

As autoridades judiciarias podem avocar o processo de qualquer momento e devolver a outro


OPC se 2 n7 LOIC. 263 CPP.

Teórica-10/03/23.

Nulidades processuais: não só existem no processo. Mas sempre que um ato processual não
observe uma disposição haverá invalidade desse ato se a lei diretamente o dizer, se a lei não
estabelecer então a regra é a irregularidade.

Há dois tipos de nulidade:

1. sanáveis: depende de arguição dos


interessados e tem de ser feito até o
encerramento do debate instrutório
120º n3, tratando-se de nulidade
respetivamente do inquérito ou não
havendo fase instrutória. alínea C. caso
não seja feito essa arguição a nulidade é
sanável.
2. Nulidades insanáveis: quando a violação
da norma é mais grave. Esta não
precisam de ser arguidas e podem ser
conhecidas em qualquer momento e
oficiosamente. Exemplo: quando há
uma abertura de inquérito deve existir
um despacho de abertura de inquérito,
se esta não for feita então o processo é
nulo 119º alínea B. a nulidade é uma
invalidade e uma invalidade é uma
qualificação jurídica que se dá a um ato
quando ele não corresponde a lei e
consoante a discrepância entre o escrito
na lei e o realizado.

122º o início deste artigo não é correto porque o que acontece não é a nulidade tornar o ato
invalido mas antes acontece uma invalidade.

A Declaração de nulidade destrói os efeitos do ato.

Há uma consequência mais grave para grande parte da doutrina do que as nulidades que é a
figura das provas proibidas.

 Provas proibidas: 126º CPP e também estão previstas na constituição. O nosso


legislador no 126º diz ´´métodos proibidos de provas´´ mas no n1 diz que são nulas,
ele não utiliza a expressão proibida. Ele sentiu a necessidade ´. A professora diz que
as provas proibidas asao uma sanção mais fulminante do que uma nulidade. Quando
uma prova é proibida o regime a aplicar é mais grave que o regime das nulidades
insanáveis mesmo que o regime muitas vezes das provas insanáveis se aplicam as
provas proibidas muitas vezes. Se houver uma prova proibida e esta foi fundamento
da sentença condenatória, mesmo apos o transito em julgado se se descobrir este
facto então posso interpor um recurso extraordinário de revisão e pedir a nulaçao da
sentença.

OBJETO DO INQUERITO: cada inquérito tem por objeto um crime ou varios crimes e não são
qualquer crimes mas sim aqueles que são noticiados, ou seja, a notícia do crime que pode
revestir determinação sobre os seus elementos e os agentes tem necessariamente por
objetos factos e estes vão ser objeto do inquérito. O inquérito pretende esclarecer os factos
noticiados. O inquérito tem como função desde logo delimitar o facto ou objeto do processo.
É por isso que as vezes o que pode acontecer é que o facto noticiado, o facto esclarecido e o
facto indicado poderão não ser idênticos na sua qualificação jurídica.

Entre estes terá de haver uma relação.

Se o facto noticiado for um crime publico e entre o facto noticiado e esclarecido no inquérito
houver uma alteração mas manter a sua identidade parcial então o ministério publico tem
legitimidade para prosseguir o inquérito, já se o for um crime e semipúblico e no decurso se
venha a esclarecer que o crime não corresponde a descrição do facto noticiado.

 Na queixa, o queixoso não tem que qualifica juridicamente o facto


 A queixa delimita a investigação do ministério publico

É relevante os factos esclarecidos no inquérito.

Pratica-14/03/23

Regime da detenção: o ponto de partida para o estudo desta matéria é o artigo 27 da CRP
que consagra depois do Direito da liberdade como direito fundamental, fala que esta
privação da liberdade só poderá acontecer nas situações referidas no artigo 27º. Ora, é o n3
do artigo 27 que anuncia os casos em que esta autorizada essa privação que é o regime da
detenção.

O n3: autoriza quando houver flagrante delito, quando houver indícios da prática de um
crime cuja pena é superior a 5 anos (…).

Independentemente da modalidade de detenção, há dois pontos que são comuns a todas


elas e que a doutrina refere como ´´comuns´´:

1- O seu carater provisório: essa provisoriedade tem o limite de 48h e em alguns casos não
poderá ser mais de 6h.
2- A detenção tem de ter uma finalidade especifica:
 Detenção para fins de identificação policial, artigo 250º CPP: o número um diz que os
órgãos de polícia criminal podem deter uma pessoa para fins de identificação
pessoal sempre que seja por as situações elencadas no número 1. pratica de crimes,
processos de extradição (…). As formas de identificação estão nas seguintes alíneas.
O n6 fala que não sendo possível identificação ele poderá ser levado a posto de
policia mais perto mas a sua detenção não poderá superar 6h.
 Detenção processual cujo regime está no artigo 254 ss CPP: esta é que vamos focar.
Ela pode ter essencialmente duas finalidades, alínea A, a pessoa pode ser detida
para que no prazo de 48h o detido ser julgado sob forma de processo sumario desde
que se verifique os pressupostos do processo sumario e a outra situação é (…).
Qualquer um de nós podemos ser detidos como testemunhas para garantir essa
testemunha em julgamento no máximo de 24h

Distinção essencial:

 Detenção em flagrante delito: 256º diz que é flagrante delito. E é todo crime que esta por ser
cometido ou acabou de concretizar o crime. Mas também os casos em que o agente é depois
do crime perseguido ou encontrado com objeto ou sinais que demostram que acabou de
cometer o delito. Em função do 256º é comum distinguir:
FLAGRANTE DELITO EM SENTIDO ESTRITO: 256º a primeira parte do n1.
QUASE- FLAGRANTE DELITO: segunda parte do n1 e 256º
SITUAÇAO DE PRESUNÇAO DO FLAGRANTE DELITO: 256º n2

Agora aqui a situação é saber quem pode deter alguém em flagrante delito e o 255º diz quem pode/
deve proceder a uma detenção. Tratando-se de um crime publico o ministério tem autonomia, nos
semi públicos depende da apresentação de queixa que é titular deste direito que normalmente é o
ofendido. Também estão a situações dos crimes particulares em que o procedimento necessita
queixa e de uma pretensão particular. É o próprio artigo que tipifica o crime.

Tratando-se de crime semipúblico essa detenção só se faz se aquele (…)

Tratando de crime particular só há identificação do infrator mas não há nem sequer detenção.

Depois da detenção os OPCs devem avisar ao ministério publico, artigo 259º.

Caso: A dirigia-se a pé a casa quando se cruzou com C que vinha em


direção contraria e trazia o computador dele embaixo do braço. O A
procedeu a detenção do B e entregou no posto d GNR mais próximo que
comunicou o facto que comunicou ao ministério publico.

1- A detenção feita pelo A pode considerar-se como tendo sido


feita em flagrante delito?
2- Poderia o ministério publico promover a suspensão provisoria
do processo?
3- Poderia o MP determinar que a aplicação da pena tivesse lugar
em processo sumaríssimo?
4- Poderia promover o julgamento em processo sumario?
5- E Em processo abreviado?

Teórica-16/03/23

Houve uma Substituição do princípio do segredo pelo princípio da publicidade artigo 86º n1. Aqui
esta a pensar-se na publicidade externa, isto significa, face a terceiros.

O processo pode ser sujeito a segredo de justiça mediante requerimento do arguido, assistente ou o
ofendido ao JIC, e o Juiz de instrução criminal depois de ouvir ao ministério publico pode por
despacho dizer que este processo deve estar sujeito ao segredo de justiça. Quando é que deve ser
sujeita a este principio?: quando entenda que a publicidade prejudica os direitos dos participantes
processuais ou porque afeta a eficácia da investigação ou porque pode afetar a honorabilidade do
suspeito do arguido. 86 n2. Há outra situação em que o processo pode ficar sujeito a segredo de
justiça: o MP pode decidir quando entender que face aos interesses da investigação ou dos direitos
dos sujeitos processuais (…) 86 n3.

Na prática o que tem acontecido é que embora o nosso legislador tem passado com a substituição
deste principio de segredo no inquérito continua a vigora o principio do segredo por questões de
segurança jurídica.

Este segredo quando é cedido pelo JIC não impede que os sujeitos processuais possam pedir ao MP a
consulta do processo. Estando o processo em segredo de justiça, podem os sujeitos pedir ao
ministério publico, aqui estamos perante a relação interna e quando se proíbe é a externa.

Artigo 89º n1 e n2.

Caso o ministério P se oponha a que os sujeitos vejam o processo podem os sujeitos do processo
requerer ao JIC.

Estando o inquérito em segredo de justiça a sua violação é crime segundo o artigo 371º CP.

Conclusão do inquérito: ele

1- Despacho de acusação 283º 285º


2- Despacho de arquivamento 277º, 97 n3 e n5: é um ato processual de exclusiva competência
do ministério publico, significa que o procedimento não avança para as fases seguintes. É
despacho porque é uma decisão interlocutória que tem de ser fundamentada. O
arquivamento ocorre porque não há indícios suficientes da prática do crime ou dos seus
agentes depois de se terem realizado todas as diligencias essenciais para a descoberta da
verdade material. O que carateriza esse despacho de arquivamento é que ele (…) 277 n2.
Também pode haver despacho de arquivamento quando o procedimento é legalmente
inadmissível porque há irregularidades que obstam do reconhecimento do mérito da causa,
neste caso o procedimento é arquivado com base na inadmissibilidade legal por falta de (…)
116 n2. r
3- Arquivamento em caso de dispensa da pena 280º
4- Suspensão provisoria do processo 281º
5- Envio do processo para forma sumaríssima 392º
6- Envio do processo para mediação 21/2007

Pode haver revogação do despacho de arquivamento por parte de o imediato superior


hierárquico, este superior hierárquico pode determinar que seja formulada acusação e que a
investigação prossiga e qual são as diligencias que deve cumprir 278 n2. Esta iniciativa pode
ser pelo superior hierárquico ou pode ser requerida pelo assistente

Assistente: o titular dos interesses que a lei pretende salvaguardar, exemplo: o arguido.
Artigo 68 n1 alínea A.

O assistente .ARTIGO 278º N2

287º n1 alínea B.

Se houver um despacho de arquivamento mas surgirem novos elementos então ele poderá
ser aberto outra vez 279º 277º n1.

O professor Paulo sousa Mendes considera que deve ser dada a possibilidade ao arguido
para fazer fase a essa situação de incerteza quanto a sua liberdade, isto é, a luz da nossa lei
sempre que houver novos elemento poderá abrir outra vez, isto significa que o sujeito fica
numa situação em que sempre poderá haver abertura do processo, para o professor para
evitar isto então deve atribuir-se ao arguido e não apenas só ao ofendido o pode de requerer
a abertura de instrução para poder obter o despacho de não pronuncia.

Para evitar esta situação de insegurança jurídica deve-se atribuir ao arguido a possibilidade
de poder abrir a instrução (…). Este artigo para o professor 287 n1 alínea A quando diz que a
abertura de instrução poderá ser feito no prazo de 20 dias com a informação d
arquivamento (…) este artigo é inconstitucional porque vai em contra do inter

OT-17/03/23

Princípios.

Princípio da investigação sob garantia judicial.

A fase de investigação criminal é uma fase particularmente difícil em que tem de existir um equilíbrio
material onde se procuram as provas e também tem de respeitar-se os direitos fundamentais.

243 n3. 245º. 248 n1.

LOIC: 2º n7. A autoridade judiciaria pode chamar a si e atribuir esse poder a um OPC.

Os OPC tem a sua autonomia hierarquia e também mantem a sua independência tática e pratica: isto
quer de que apesar de haver dependência funcional o legislador pretender limitar a ingerência na
vida interna orgânica e hierárquica das policias criminas e garantir assim a autonomia

Autonomia técnica e tática vem referida no artigo 2 da LOIC n5 e n6

Significa que o OPC é que vai decidir se é necessário

Há determinados artigos do nosso código que dão a entender que podem dar o perigo da
policializaçao da investigação criminal. Exemplo: a lei orgânica da polícia judiciaria no seu artigo 9 diz
que uma autoridade policial pode (…)

Princípio fundamentais do processo penal .

A propósito do processo penal:

 Principio da jurisdicionalidade: o direito penal só se pode aplicar através do processo penal.


Ao contrario de outros ramos de direito, o direito penal substantivo só se aplica através do
processo penal. E é por isso que diz-se que o direito penal é instrumental do processo penal.
Este princípio é focal.
 Princípio do juiz natural ou legal : de acordo com este principio nenhuma causa pode ser
subtraída do tribunal ou oi juiz cuja competência esteja a ser fixada por lei. Artigo 32 n9 CRP.
6º n1 da convenção europeia . este princípio visa garantir a total imparcialidade do juiz.
Teórica-17/03/23

O inquérito pode ter seis desfechos:

 Desfecho do arquivamento
 Desfecho da acusação: é um ato processual de exclusiva competência do ministério publico
em que ele manifesta formalmente a pretensão de que o arguido seja submetido a
julgamento pela prática de determinados crimes e por ele condenado. o despacho de
acusação:
1. O ministério publico deve ter acolhido indícios suficientes de que foi cometido o crime e que
tiver identificado os agentes e há indícios suficientes de que foi cometido o crime quando
desses indícios resultarem uma possibilidade razoável ao arguido ver ser aplicada uma pena
ou medida de segurança. 283º n2 CPP. Para parte da doutrina (Paulo sousa Mendes e
castanheira neves) deve-se deduzir acusação quando o ministério publico esteja convencido
da culpa do arguido com certeza e ele também tem que estar convencido da possibilidade do
arguido vir ser condenado se houver julgamento 283 CPP. O ministério publico tem que estar
mais convencido de fazer uma acusação do que uma absolvição e isto resulta do principio da
presunção de inocência. ´´ o grau de convicção e prova deve ser o mesmo que é requerido no
julgamento final com a diferença de que o material provatório do ministério publico não é
tao completo como o que vai existir no julgamento (…), este material provatório recorrido no
inquérito não foi discutido pelos sujeitos processuais, ou seja, não foi sujeito ao
contraditório.

Neste desfecho é também importante o crime em causa por que nos crimes públicos e
semipúblicos o ministério publico pode acusar independentemente de intervenção de
terceiros, já nos crimes particulares é necessário que antes do final do inquérito que o
ofendido já se constitui como assistente deduza uma acusação particular e (…) 285º n1.
Nos crimes particulares que deduz a acusação é o assistente e o ministério publico pode
acompanhar a acusação particular (…).
Nos crimes semipúblicos ele pode desistir da queixa. Como o procedimento criminal para
existir precisa de queixa o ofendido poderá desistir 116 n2 CP e 50 n1 CPP. E NESTE CASO O
PROCESSO É ARQUIVADO porque volta-se inadmissível e proíbe também que seja renovado.
Se for um crime particular o particular é que vai (…)
Que acontece quando o assistente não acusar: o ministério publico vai arquivar.

2. É também necessário que nos casos de pequena e media criminalidade que não se
verifiquem certas circunstâncias que determinem um desfecho diferente da acusação.
3. o despacho de acusação mesmo que houver indícios suficientes é subsidiário, só ocorre se
não se verificarem certas circunstâncias do desfecho diferente da acusação, se for possível o
arquivamento em caso de dispensa de pena então não haverá acusação.
4. Se não for possível suspender provisoriamente o processo e puder usar-se a forma de
processo sumaríssima envio do processo a forma sumaríssima.
5. Se for possível enviar o processo para mediação a luz da lei 21/2007 é esse mecanismo que
são mecanismos de diversão.

Todas estas são formas de tentar ultrapassar a morosidade da justiça na pequena e media
criminalidade

120 CPP.

Que elementos constam de uma acusação:

i. Indicações da identificação do arguido (nome, morada).


ii. A narração dos factos, há que escrever os factos que justificam a aplicação da
sanção, estes factos são os elementos constitutivos do criem (a ação ilícita.. o Lugar,
o tempo, a motivação, a personalidade). Estes factos são os que vão constituir o
objeto do processo.
iii. Deve indicar e requerer a Prova a produzir.
iv. A data e a assinatura. A data que conta é a do carimbo da entrada na secretaria

OT-21/03/23

Regime de detenção.

Termos em que é possível a detenção em contesto de flagrante delito. O código de processo


penal prevê situação de que alguém seja detido quando acabou de cometer o crime mas
também o código penal fora das situações de flagrante delito há outras situações elencadas
no 257º.

A detenção fora de flagrante delito tem de ser Por mandato do juiz ou nos casos em que é
permitida a detenção preventiva o ministério publico quando para alem das finalidades do
artigo 254º se verifique alternativamente alguma das situações alternativas do 257º das
alíneas.

Também é possível a detenção em situações elencadas no artigo 204º.


Nos casos do n1 do 257º são alternativas. Já a detenção fora de flagrante delito é possível
quando for cumulativamente.

Medidas de coação e de garantia: 191º ss CP. O nosso código de processo penal prevê 7
medidas de coação e duas medidas de garantia patrimonial. As medidas de coação quais são
desde a mais impactante ate a menos:

1- O termo de identidade e residência 196º


2- Caução 197º
3- Obrigação de apresentação periódica 198º
4- Suspensão de exercício de profissão 199
5- Proibição de condutas 200
6- obrigação de permanência na obrigação
7- Prisão preventiva 202º

Medidas de garantias patrimoniais:

1- Caução económica 227º


2- Arresto preventivos 228

Estas são meios processuais, que se traduzem numa limitação da liberdade ou do património
dos arguidos que tem como finalidade acautelar a eficácia do procedimento criminal quer no
que se refere a perspetiva tramitação

Nas medidas de coação com exerção do termo de identidade e residência a aplicação dessa
medida de coação só é legitima se essa aplicação se fundar ou tiver como objetivo a
persecução dos objetivos descritas no artigo 204º.

Alguns princípios gerais das medidas da coação:

1- Princípio da legalidade das medidas de coação 191º


2- As medidas de coação estão sujeitas a medidas de proporcionalidade, adequação e
necessidade 193º

Sobre as finalidades o artigo 204º:


 Fuga ou perigo de fuga: aqui se nota entre uma diferença entre aquilo que é a forma
em como é proposta pela doutrina, a doutrina sublinha que este perigo de fuga tem
que ser um perigo concreto, ou seja, se traduza na pratica de atos efetivos.
 Perigo de perturbação do inquérito ou da instrução : em geral este perigo de
perturbação é tendencialmente no início do processo.

Outra vez com exerção do O termo de identidade e residência é uma competência judicial
( Juiz) a aplicação de qualquer outra medida de coação não é do ministério publico.

O juiz de instrução pode aplicar uma medida de coação diferente daquela que foi solicitada
pelo MP? 194 N2 N3. Depende. Permite que o juiz de instrução permite se for a alínea A e B
… como estamos na fase de inquérito e é o ministério publico eu vai avaliar então será ele
quem sabe qual ser a melhor medida de coação.

O termo de identidade e residência: 196º implica para o arguido de ficar e indicar a


residência(…) é a única medida de coação que pode ser aplicada por qualquer órgão de
investigação criminal ou autoridade judiciaria.

Caução: circunstância do arguido ser obrigado a colocar em tribunal a disposição de um


determinado valor económico. Pode ser aplicada em todos os casos e em conjunto com
qualquer outra medida de coação 105º. Se na pendencia do processo e depois de ter
prestado caução o arguido faltar ou não cumprir outra obrigação que lhe é imposta acontece
aquilo que é chamado ´´quebra de caução´´ artigo 208º.

Teórica-23/03/23

283º n5 que remete para o artigo 277 n3.

Uma vez notificada a acusação o arguido pode pedir a abertura da instrução no prazo de 20
dias a contar da notificação daquela ou pode simplesmente aguardar a remessa da acusação
para julgamento. 113º n7.

O assistente ou o denunciante com possibilidade de constituir-se como assistente pode


requerer a instrução mas isto só faz sentido que aconteça nos crimes públicos e nos
semipúblicos.

Art 287 n1 e 284º CPP.

Art 77º CPP.


NOS CASOS DE PEQUENA E MEDIA CRIMINALIDADE O DESFECHO NÃO APARECE COMO A
PRIMEIRA ALTERNATIVA:

1- Arquivamento em casos de dispensa de pena: artigo 280º CP e traduz-se numa decisão


de natureza puramente processual de não prosseguir com a ação penal porque são casos
em que o processo for para julgamento poderia dar lugar a dispensa de pena. os
pressupostos são:
 Que o ministério publico obtenha a concordância do juiz de instrução criminal

Há uma discussão na doutrina que diz respeito sobre a aplicação nos crimes particulares a
dispensa da pena porque o artigo 280º diz que não dá a faculdade de o arquivamento no caso
deste tipo de crimes ( Paulo sousa Mendes) mas há outra parte da doutrina que defende aplicar
analogicamente 280 n1 quando se trata de um crime particular mas isto implica que o ministério
publico esteja de acordo e o MP tem que fazer um despacho( Paulo pinto de Albuquerque), aqui
como não resulta de um agravamento da posição do arguido e é mais favorável então será
possível a analogia

 Este despacho não é possível de impugnação a não ser que não sejam respeitado os
pressupostos mas aqui o fundamento seria violação da lei. 280 n3
1- Suspensão provisória do processo: trata-se de uma medida que impõe ao arguido uma
serie de injunções/ordens ou regras de conduta, no fundo é um arquivamento se o
arguido cumprir essa injunção. As injunções mais frequentes são entregar ao estado ou
instituições privadas uma certa quantia. 281º n2 C. ou por exemplo também poderá
indenizar ao lesado ou dar a satisfação moral ao lesado, não exercer certas profissões,
não frequentar determinados lugares. Esta não pode exceder dois anos ao menos que se
verificarem as situações do 282º n5 diz que essas injunções podem ir até 5 anos. 281 n5-
Só podem aplicar penas em julgamento e dar este poder ao ministério publico seria
inconstitucional, pelo que há partes da doutrina que diz que isto não é constitucional.
A contra argumentação é que: não é inconstitucional porque estas injunções só são
aceites pelo arguido e não tem natureza de penas criminais e dai a possibilidade de ela
poder ser aplicada pelo MP em concordância com o JIC.
2- Envio do processo a forma sumaríssima
3- (…)

OT-24/03/23

Princípios que tem relevância no início do direito penal.


A divisão de princípio que vamos adotar é aquele que a doutrina alemã adota:

o Princípios do início do processo penal:


1. Principio da oficialidade por oposição a acusação privada: de acordo com este principio (…)
quer a iniciativa quer a prossecução penal cabe ao estado em completa independência ou
atuação dos particulares. Quanto a iniciativa: cabe ao estado em completa independência
da vontade dos particulares mas há uma limitação nos crimes, já que existem crimes
particulares e semi públicos. O ministério publico é que decide a abertura. PRINCÍPIO DA
ACUSAÇAO PRIVADA prevalece mas será o ministério publico quem abre o inquérito. 219 n1
CRP. 48 CPP. A violação do princípio de promover uma investigação sem autorização do
ministério publico, a consequência é a nulidade insanável 119 alínea B CPP. 287 n3. 311 n1.
369º CP.
Mesmo naqueles crimes que há limitação na oficialidade, há situações em que o ministério
publico pode dar início ao processo penal sem haver queixa:
 Sempre que o interesse vítima o aconselhar e este não tem discernimento para entender o
alcance e significado do exercício do direito de queixa ou for menor. 113 n5 ali A e 117 CP.
 Sempre que o interesse do ofendido aconselhar e o direito de queixa não possa ser exercido
porque a sua titularidade caberia apenas ao agente do crime.
 Nos crimes de coação sexual mesmo que a vítima seja maior é possível que o MP de início
163. 164º. 178 n1 n2 CP.
o Princípios relativos a prossecução penal
o Princípios provatórios
o Princípios relativos a forma do procedimento

Teórica-24/03/23

Quando há indícios suficientes do crime ou dos seus agentes e se tratar de crimes de pequena-media
criminalidade o desfecho não é a acusação, há outra serie de desfechos que não só a acusação. Isto
para referir que o inquérito não tem só apenas o despacho de acusação e o despacho de
arquivamento.

A suspensão provisoria alarga-se normalmente ate dois anos ressalvado os casos a luz do artigo 282º
n5 pode a duração ir ate 5 anos.

Se ele não cumprir essas regras de conduta culposamente 282º n4

Para utilizar esta medida:


1- Haver indícios suficientes da prática do crime e dos seus agentes (não basta haver indícios da
pratica do crime mas também de que o ministério publico esteja convencido que caso o
agente for para tribunal ele será condenado.
2- Tratar-se de um crime cuja pena não seja superior a 5 anos 281 n1.
3- Que não tenha havido condenação anterior
4- que não haja lugar a uma medida de segurança de internamento
5- que a culpa do agente na prática do facto não tenha um grau elevado
6- que haja concordância com o arguido e o assistente: tem de haver um consenso. 366º.
7- Que haja concordância com o juiz de instrução : 395º n1.

O despacho será comunicado ao arguido/assistente/ofendido com capacidade de se


constituir como assistente/ parte civil/ quem fez pedido de 283º n5. 277 n3.

Estar perante um crime cujo máximo de pena não exceda 5 anos de prisão e que não possa ser
aplicado pena e medida de segurança privativa de liberdade 392 n1.

Envio do processo para mediação: esta numa lei extravagante 21/2007. A mediação é uma
alternativa ao procedimento criminal.

A mediação pressupõe uma solução negociada entre a vítima e o infrator mediada por uma entidade
competente que são os mediadores. É fixada livremente pelos arguidos mas não pode prever
sanções privativas da liberdade ou que ofendam a dignidade…. 116 CP

O encaminhamento do processo pode ser feito oficiosamente, em qualquer momento do inquérito


por parte do MP. Também pode ser feito a requerimento do ofendido e do arguido.

Pratica-28/03/23

Obrigação de apresentação periódica 198º: só é aplicável quando esteja em causa o crime punível
superior a 6 meses e é cumulável com qualquer outra medida de coação com exceção de prisão
preventiva e (,,,).

Suspensão de exercício, função, trabalho 199º: só é aplicável quando a pena for maior de dois anos
de prisão. Se trata de uma enumeração taxativa a do artigo 199º. Esta medida de coação só pode ser
aplicada se o respetivo exercício poderá ser determinado como o crime que foi realizado. 66 a 69º CP
Estas sanções acessórias.

Proibição e imputação de condutas Artigo 200º: até aqui a aplicação de qualquer medida de coação
exigia indícios de que as penas tivessem X numero de anos. Aqui tem que existir fortes indícios da
pratica desse crime para poder aplicar esta medida de coação, tem que ser doloso e punível com
pena de prisão superior a três anos. Esta medida é só acumulável com a obrigação de não contatar
com determinadas pessoas. É uma lista taxativa a do artigo 200º.

Obrigação da permanência na habitação 201º: a primeira exigência é que esta só é aplicável quando
se demostre a insuficiência das anteriores medidas . também que haja altos indícios da pratica do
crime e que esta seja punível com pena superior a 4 anos. Lei 33/2010 nos termos desta lei a
vigilância tem que ser aceite pelo arguido e das pessoas que com ele vive. O tempo de aplicação é
descontado por inteiro o tempo da 80 CP.

Prisão preventiva: a mais grave da medida de coação 193 n3, só é aplicável quando todas as
anteriores sejam insuficiente. esta medida esta sujeita a prazos máximos artigo 215º. 213º. 212º.

Resolvendo as primeiras quatro questões da FREQUENCIA DO ANO PASSADO.

1- Sobre a primeira questão em saber se a detenção foi legal, como nos temos aqui três
detenções a questão da legalidade deve ser colocada em questão igual que o procedimento.
A detenção foi legal?: aqui a questão essencial é saber se a detenção foi feita dentro ou fora
de flagrante delito. Para que uma detenção possa ser qualificada como flagrante delito esta
deve ser enquadrada em qualquer um dos números do 256º. Quando diz a hipóteses
´´entretanto´´ e aqui era preciso problematizar porque o n2 diz que devia ter acabado de ser
cometido, aqui a jurisprudência não tem respondido se é um minuto ou dois depois, pelo
que é necessário que interpretemos este ´´entretanto´´ como imediatamente a seguir. No
pressuposto de que esse entretanto interpretamos como ´´logo a seguir´´ então se for assim
aqui a detenção do A do B e o C seriam legais ?, relativamente ao A de que há indícios no
momento da prática de ofensas a integridade física simples e injurias poderá levar a
detenção ? sim porque é semipúblico mas só se a seguir o ofendido fizer queixa??no caso
das injurias não há lugar a detenção (é um crime particular 198º). Estes estarão
dependentes do tipo de crime.
2- Temos aqui duas perguntas essenciais, se poderiam ter apresentado queixa (legitimidade) e
o prazo que a pessoa dispõe. legitimidade do bento e da júlia, saber se estavam em tempo.
Sobre o Bento e Júlia eles tinham legitimidade para apresentar queixa. Qualquer pessoa
pode apresentar queixa em qualquer crime publico? Não, a queixa só poderá ser
apresentada pelos ofendidos 113º CP. A júlia e o bento sim tinham legitimidade mas os dois
por diferentes crimes já que foram vítimas de diferentes crimes. Eles dois também tinham
um prazo para apresentar queixa, eles ainda estavam a tempo artigo 115º CP. Em princípio os
titulares de queixa dispõe de 6 meses a partir do momento (…). 255º n3, a circunstância do
bento e a júlia não ter exercido logo impedia que a detenção se pudesse manter com
fundamento de crime semipúblico. Ambos tinham legitimidade e exerceram esse direito a
tempo. O bento e a júlia na mesma segunda feria constituíram-se como agentes artigo 68º
alínea A CPP, podiam fazer isto, 183º também estavam a tempo.
3- Não foi legal esta manutenção das detenções: primeiro, o António esta indiciado de um
crime particular ( pelo que não era possível detenção) e o crime publico pelo que a
manutenção não era possíveis porque os titulares da queixa não o fizeram então não podia
ter havido manutenção. 254º . é de facto 220º 221º possivelmente o habeas corpus
4- Aconteceu que os arguidos foram presentes ao juiz de instrução e o juiz estabeleceu uma
caução de 5mil euros: artigo 197º . em primeiro lugar depende a caução quando houver
crime com pena de prisão e no nosso caso existe porque os crimes que estão em causa
levam a pena de prisão. A questão coloca-se em que o juiz teria de demostrar que esta era
necessária segundo os perigos elencados no artigo 204º. O ministério publico não solicitou
ao juiz nenhuma medida de coação pelo que ele não pode aplicar uma medida de coação
194º n1. Quando diz ´´oficiosamente´´ isto quer dizer que não houve solicitação.

Teórica-30/03/23

Instrução (só existe no processo comum)

Tem de ser requerida e é a segunda fase. Ela ocorre apena nos casos onde houver um despacho
do ministério publico de acusação ou no caso de um crime particular um desfecho por parte do
assistente.

Também é possível haver instrução se houver despacho de arquivamento.

A fase de instrução é uma espécie de recurso por parte dos despachos mas este não se chama
recurso porque só se pode falar de recurso quando houver uma decisão judicial.

Quem é que tem legitimidade para requerer a abertura da instrução?: vamos começar por saber
quando é que o arguido pode requerer a abertura da instrução 287 n1 A, ele pode requerer sempre
que houver despacho de acusação do ministério publico ou acusação particular nos crimes particular.
Pode pedir a instrução Relativamente a fatos que o MP ou o assistente que tanha acusada e tem 20
dias a contar da notificação da acusação. O objetivo fundamental vai ser comprovar que a acusação
não tem fundamento ou apenas enfraquecer a prova indiciada da acusação.
Pode o arguido requerer a abertura da instrução com base em não razoes de facto mas sim em
razoes de Direito, por exemplo ele não estar de acordo com a qualificação jurídica dos factos?: há
uma parte da doutrina que é minoritária que diz que é circunscrita aos factos e não se pode estender
a razoes de direito, os argumentos são os seguintes:

1- É inútil porque o tribunal é que decide a qualificação é o tribunal.


2- Se a pessoa vem argumentar que a qualificação estiver errada porque nem sequer há crime
ele poderá fundamentar com questões de direito mas se não for por isto então não poderá
ser invocado pelo arguido por uma questão de economia processual.

Outra parte da doutrina fase ao princípio de defesa 32 CRP, ele pode requerer a instrução não só
para discutir questões de facto mas também questões de direito e não pode estar limitado nesta sua
faculdade, alem disto se olhamos para a letra da lei o legislador não refere que tipo de razoes em
relação a esses factos. Também ao que diz respeito a igualdade de armas.

LEGITIMIDADE PARA REQUERER A ABERTURA DA INSTRUÇAO POR PARTE DO ASSISTENTE: (…)


procedimento que não depende de acusação particular ( crime publico e semipúblico)

É necessário que tenha havido despacho de arquivamento e ele não concorde, aqui ele pode
requerer a abertura da instrução mas também poderá vir requerer quando houver um despacho de
acusação do MP que ele também não concorda.

Requerer a abertura da instrução não é por quaisquer factos, tem que ser factos que levem a
alteração substancial dos factos referidos no despacho de acusação do MP. Conjugação do artigo 287
n1 alínea B com o artigo 284º n1. Sempre que estivermos perante um crime publico e semi publico e
profere um despacho de acusação mas para o assistente ele diz que há factos que deveriam ser
mencionados no despacho. ´´figura da acusação pelo assistente´´ quando os factos invocados não
provocam uma alteração. Factos que já provocam uma alteração substancial então já não pode
complementar a acusação mas vai ter que requerer a abertura da instrução.

Artigo 1 alínea F.

OT-31/03/23

Principio da legalidade: Toda atividade processual incluindo atividade de investigação criminal e


processual se desenvolve sob o signo da estrita vinculação da lei e por isso só se pode aplicar pena
ou medidas de segurança se obedecer a todas a regras e os princípios do código penal.
Princípio da oficialidade: opõe-se a este princípio o princípio da oportunidade. O ministério publico
esta obrigado a abrir o inquérito sempre que souber da notícia de um crime. Existem mesmo assim
limitações a este princípio. 58, 246 n5 A.

162 e 163º EMP.

369º CP.

Princípio da acusação ou acusatório: se opõe ao princípio do inquisitório. Decorre da estrutura


acusatória do nosso processo penal, aqui tem haver com o sistema misto. O nosso juiz não tem um
papel passivo, ele pode pedir prova. O juiz pode investigar durante o julgamento mas dentro do
objeto já fixado pela entidade que investiga e acusa.

32 n5 CRP.

Princípio da investigação sobre garantia judicial : significa que os OPCs vão ser supervisionado por
uma autoridade judiciaria.

Teorica-31/03/23

A instrução é uma fase facultativa, pelo que para existir precisa de ser requerida.

Quando há legitimidade para requerer a abertura da instrução?:

 Quando haja despacho de acusação do ministério publico.


 Quando houver acusação particular.
 Quando haja um despacho de arquivamento?: o nosso legislador não permite ao menos que
for o assistente, aqui há uma divergência na doutrina e o professor (…) 287º n1 B, ao apenas
permitir que exista por parte da existente abertura quando houver despacho de
arquivamento é inconstitucional pelas garantias de defesa do arguido. Para acabar com isto,
deve dar-se a oportunidade ao arguido para haver reabertura da instrução e haver uma
decisão do JIC.

O assistente tem interesse em requerer a abertura quando há um despacho de arquivamento porque


ele quer uma acusação.

Conjugação do artigo 287º n1 B com o artigo 284º N1.

Acusação subordinada ou complementar.

Abertura da instrução quando houver novos factos que implicam a alteração do objeto do processo.
Artigo 1º alínea F: é um artigo essencial para perceber o objeto do processo, principalmente ao que
diz respeito a modificação do objeto do litígio.

No requerimento de abertura de instrução o assistente tem de invocar os factos de direito e de


discordância quanto ao arquivamento 287º n3 alínea B e C. só pode requerer a abertura da instrução
por factos que foram de investigação no inquérito mas que o MP não conseguiu provas suficientes.

119º D

287º n3

Pratica-18/04/23

Sobre o caso de o António furtar o computador: estávamos aqui em flagrante delito, mas em que
situação de flagrante delito? …

OT- 21/04/23

Princípio da livre apreciação da prova 127º CPP: no nosso ordenamento jurídico vigora o sistema da
prova livre em contraposição com o sistema de prova legal. A prova livre significa que o valor das
provas não esta fixado, atualmente a prova esta fixado segundo as regras de experiência comum e
científica. Retira-se deste princípio de que a apreciação da prova é feito de acordo com a livre
convicção do juiz, dito assim parece que o juiz tem arbitrariedade, isto significa que ele tem que
fundamentar a sua função e tem o dever e poder de investigar (princípio da verdade material).

Há uma figura que temos que falar que é o facto de houver provas com valor reforçado:

1- Prova documental
2- Prova Pericial
3- Confissão do arguido

Estas provas devido a sua natureza tem mais valor que outra prova. Se o arguido confessa a prática
de um crime, em princípio essa declaração tem de ser tida em consideração e em determinadas
situações dispensa outro tipo de provas. Isto não significa que se retira a livre apreciação da prova
porque o juiz pode suspeitar do conteúdo das declarações do arguido e da imputabilidade do
próprio sujeito. Pelo que não vai ter esta valor de prova plena nem prova pleníssima.
 Prova plena: cede perante prova em contrário
 Prova pleníssima: Não precisa de prova em contrário

Quando há um documento autêntico o juiz pode ter dúvida sobre a sua autenticidade e a sua
falsidade

Prova pericial: tem um valor reforçado igual que o documento autêntico.

Princípio in dúbio pro reu: significa que se houver dúvida na questão da prova essa dúvida tem que
ser valorada a favor do reu. Por tanto, este princípio só se aplica a prova de questão de facto, se
houver uma dúvida de uma questão de direito aqui não é a favor do reu.

Princípio da imediação : o juiz tem de ter contato direto com todas as provas que existem no
processo, só excecionalmente o juiz pode dizer que se presume a leitura da prova. Este significa o
contato direto com a prova pelo órgão competente 355 só excecionalmente quando for impossível a
prova poderá ser admitido a prova indireta ( no sentido de que não é diretamente recebida pelo
juiz).

Princípio do contraditório: é fundamental artigo 32 n5 CRP. O princípio do contraditório significa que


toda a audiência de julgamento é estruturado em termos de um debate entre a acusação e a defesa
e estes são chamados a deduzir a razão de facto e de direito e de deduzir as suas provas como
também combater as provas contra si. 327º não é possível condenar alguém por factos não
discutidos em audiência. n2. Na fase de instrução a lei só subordina ao princípio do contraditório o
debate 301 n2. Também ao que diz respeito a declaração para memoria futura 294º.

No inquérito é raro ver a aplicação o princípio do contraditório.

O objeto da prova fase ao artigo 184º serão todos os factos juridicamente relevantes para ver a
existência de um crime, a punibilidade, a medida concreta da pena e a responsabilidade civil.

Elementos do crime onde nos temos de decorrer sempre a prova indireta e que é a prova mais difícil
em penal que são os elementos subjetivos porque esta relação mental do sujeito com o facto só se
poderá fazer indiretamente.

Teórica-21/04/23

Instrução.

Sobre o assistente. Quando é que pode ser rejeitado o Requerimento de Abertura Instrução?:
1- por ser Ex temporário : a luz do 107-A há mais dias. O prazo de 20 dias conta para todos se
houver mais de um acidente. 113º n14.
2- Por incompetência do juiz: declarada a incompetência o processo é remetido para o tribunal
competente. Artigo 32º e 33º cpp.
3- Por inadmissibilidade legal da instrução : é uma nulidade insanável pelo que o JIC tem que
recusar

O Rai não é rejeitado fora destas situações e o JIC tem de notificar (…) .

287º n5

61º n1 alínea G.

69º n2 alínea A .

Aberta a instrução o principal objetivo da instrução será comprovar judicialmente a bondade da


decisão do ministério publico o que significa que o JIC só vai dizer se aquela causa vai ou não deve ir
a julgamento ou deve ser arquivado, no fundo é comprovar o arquivamento judicialmente.

A instrução é formada por todos os atos que o JIC 290º n1.

Para alem de aferir a bondade há outra finalidade da instrução que é a possibilidade de haver
reformulação do processo. Isto acontece quando houver um requerimento de abertura de instrução
quando invocar factos novos o JIC vai ter de pronunciar-se sobre estes factos e vai haver um
despacho de pronuncia.

Durante o debate instrutório se surge um novo facto, se houver um facto novo que é autonomizavel
ele não poderá ter em consideração e terá de comunicar ao MP para este depois ser julgado. Aqui
será importante saber o momento porque dependerá do momento, porque no despacho de
pronuncia ou não pronuncia e no julgamento isto não poderá acontecer 309º n1, esta pode ser
arguida ou seja sanável. Artigo 359º.

se do debate instrutório houver uma alteração o juiz poderá fazer três coisas

1. Se for autonomizavel e não houver em conta ele pode comunicar ao


MP e assim o MP abre um novo inquérito
2. Se não for autonomizavel…
3. Todos estão de acordo e o facto novo pode ser tomado em conta
segundo o artigo 359º n3

303 n1.
Princípio do acusatório está aqui presente.

Aqui o objeto da instrução são os factos descritos pelo assistente ou na acusação implícita do rai do
assistente.

A instrução esta sujeito ao princípio do contraditório. O ato mais importante da instrução é o debate
e aqui esta como resulta do artigo 289º n1 e do 32º n5 CRP.

Princípio do contraditório: Direito que tem a acusação e a defesa de oferecerem provas e na


possibilidade que elas tem em se pronunciarem com as provas que contra elas é apresentada, por
isso isto é uma discussão entre a acusação e a defesa.

Princípio da audiência e da defesa: O professor Paulo sousa Mendes, refere-se ao facto de nenhuma
decisão que atinga a esfera jurídica de uma pessoa pode ser tomada sem que seja dada a
possibilidade de ser ouvida e sempre seja Dada a possibilidade de provas e controlar as provas
oferecidas entre si. 32º n1 e n7 CRP. Também diz que este princípio está presente na audiência de
julgamento, no debate instrutório e também no inquérito quando é altura em que o arguido é
interrogado. 272º n1. CPP.

Princípio da contrariedade: é relativa a comprovação da prova e a possibilidade que os sujeitos


processuais tem de contrainterrogarem as testemunhas da contra parte.

Princípio da publicidade: normalmente o juiz decreta o segredo de justiça porque tendo em conta a
boa investigação ou honorabilidade dos participantes processuais envolvidos no processo penal. Aqui
é mais o segredo externo ao impedir que as pessoas possam assistir ao debate instrutório.

Sobre os prazos de duração: 306º n1. Estes prazos são meramente ordenadores pelo que não leva a
consequências legais.

O nosso legislador tem preocupação dos prazos pelo que o legislador dá a possibilidade ao JIC
recusar diligencias inúteis e esta recusa não se pode recorrer.

Teórica-27/04/23

Na instrução praticam-se todos os atos instrumentais relativamente a decisão instrutória. O debate


instrutório é a parte mais importante. Artigo 289º CPP.

Todos esses atos que ele acha necessário são considerados em sentido estrito. O JIC deve indeferir
atos de instrução requerido pelo assistente ou arguido se considerar que não são necessários. 291º
N2 CP. O JIC deve interrogar ao arguido sempre que este o solicite mas isto não significa que ele deve
interrogar sempre que o solicite mas pelo menos que ele seja interrogado uma vez na instrução caso
o solicite.

A omissão deste interrogatório leva a nulaçao mas esta nulidade é sanável. 120 n2 alínea D e N3
alínea C.

Os atos praticados no inquérito só são repetidos se não foram observadas as legalidades formais ou
se é necessária a sua repetição para cumprir as finalidades da instrução. Artigo 291 n3. Quer o
ministério publico, o assistente ou o … pode assistir aos atos de instrução e pedir esclarecimento
sobre os factos quando entenderem necessários a descoberta da verdade 289 n2º

Quanto ao debate instrutório: é o último ato, é obrigatório e pretende a discussão oral com o juiz e
ver se no processo resulta questões de facto e de direito que justifiquem a submissão do arguido a
julgamento 298º. Neste debate podem participar, o defensor, o assistente, o advogado, o ministério
publico (…) menos as partes civis. Aqui esta presente o princípio do contraditório.

O defensor do arguido ou o arguido pronunciam-se neste debate em último lugar 301 n2. Se
olharmos para o artigo 63º o arguido pode tirar eficácia aos atos realizados pelo defensor em seu
nome mas o terá de fazer de forma expressa anterior à aquela decisão.

A componente essencial do debate instrutório é discutir as provas que foram adquiridos durante a
fase do inquérito e na instrução, mas também a produção de alegações de direito sobre a
admissibilidade da acusação.

Se houver uma questão controversa pode ainda haver produção de prova suplementar no debate
instrutória que poderá ser requerida mas será o JIC quem diz quais serão as questões controvérsias.
302 n2 n1. Ainda pode ser o JIC oficiosamente requerer novos atos de instrução que poderão
terminar a interrupção do debate. 304 n2.

Para grande +parte da doutrina:

1- Despacho de pronúncia: ocorre quando o juiz de instrução diz que foi recolhido
indícios suficientes de que se verificaram os pressupostos de que dependem a aplicação da
pena ou medida de segurança do arguido mas também significa que a atuação do MP foi
conforme a lei e por esta razão o JIC decide a submissão da causa a julgamento. Ainda 308
n1. Esta decisão tem natureza é meramente processual pelo que ele não vai decidir sobre a
matéria de facto.
2- Despacho de não pronúncia: acontece ou porque não existem indícios suficientes
da prática do crime e/ou quem foi o seu agente e também quando faltarem quaisquer outros
pressupostos de que depende a aplicação ao arguido da pena ou da medida de segurança.
Na instrução sempre há uma previa apreciação da legalidade dos atos do inquérito e/ou da
instrução como resulta do artigo 308 n3.

38 n3. 32 n2. 33 n1.

Esta decisão de submeter a julgamento não é uma decisão de mérito mas apenas uma situação
processual.

Temos de ver primeiro se o despacho de pronuncia é valido e só será se se pronunciar de factos que
são considerados objeto do processo e tem que constar do MP ou de acusação particular ou aqueles
que constar no RAI do assistente ou ainda pode incluir factos que não constam naquelas já
enunciadas se ele ainda invocar factos novos mas que não provoquem uma alteração substancial do
processo.

Factos que constam da acusação do ministério publico ou se se pronunciar sobre factos da acusação
particular no qual o MP também de desbruza sobre esses factos, aqui se pode recorrer porque
estamos perante aquilo que é chamado de dupla conforma . 310 n1.

399º

O despacho de pronuncia já não será valido quando se pronuncia sobre factos que constituem uma
alteração substancial do objeto do processo, nesse caso, a luz do artigo 309 n1 o despacho é nulo
mas é uma nulidade sanável porque o artigo 309 n2 esta nulidade tem que ser arguida em 9 dias a
contar da data da notificação. O despacho de pronuncia também não será valido quando não conter
os pressupostos que dever ter o despacho. 283 n2 e n3 , n4. Também é sanável esta nulidade porque
tem de ser arguida nos termos do artigo 120º

Quando o despacho de pronuncia não é valido, é nulo e não é recorrível mas é reclamável

Prática penal -28/04/23

Quando há prova a luz do artigo 124 podem ser objeto de prova todos os factos juridicamente
relevantes para estabelecer a existência de um crime (…). Isto tem haver com o facto do pedido de
indemnização civil ocorrer em conjunto com a indemnização penal, só excepcionalmente não
ocorreram (aqui está presente o princípio da suficiência).

Normalmente quando se fala do objeto de prova, estes factos muitas vezes são factos que permitem
inserir outros factos ( elementos subjetivos do crime).
Também se pode falar de prova indireta quando há outra prova que pode debilitar uma das provas.

Faculdade que os sujeitos processuais tem de participar vivamente na produção da prova, quer
requerendo a sua admissão e quer participando na sua produção.

Importa justificar este direito para cada tipo de sujeitos

- [ ] O arguido tem o direito de defesa pelo que participar ativamente na prova requerendo é
fundamental.

- [ ] No caso da acusação aquí resulta do princípio da presunção da inocência.

- [ ] Nos casos dos tribunais decorre do princípio da verdade material. ( o nosso sistema e acusatório
e está sempre em conjunto com o princípio da verdade material )

Consoante a fase do processo a produção de prova dependerá a participação do sujeitos processuais.


O MP e os OPC no início do processo na recoleta de provas.

Na fase de instrução como passa a ser público o processo todos os sujeitos processuais podem
requerer prova 291.

Na fase de julgamento quer a acusação e quer a defesa podem apresentar meios de provas a luz do
princípio da oralidade e da a mediação, o juiz vai ter que ter contato direto com os meios de prova.
Artigo 283, 215, 163.

Consequências quando se viola direitos fundamentais quando falamos de matéria de prova:

Sempre que houver violação de normas de direito o provatório a consequência é a invalidade mas
para outra parte da doutrina já outra figura que são as “provas proibidas”.

Sempre a violação de normas de direito provatório levaram a ser consideradas provas proibidas?:
exemplo 187 e 188. Para uma parte da doutrina só haverá proibição de prova quando a violação
destas normas indicar a afetação relevante de um direito fundamental ou essas normas violadas
visarem a proteção de interesses considerados pela ordem jurídica mais relevante que a descoberta
da verdade no processo.
Se não houver nulidade haverá o chamado irregularidade.

Figura das proibições de prova: 125. 32 n8 CRP. 126 CPP.

Sempre que se utiliza um método proibido de prova está prova proibida não se usa. Mas poderá
haver um método lícito de obtenção de prova mas que não seja considerada essa prova recolherá da
porque é proibida. Diferença entre método é valoração da prova.

A luz do artigo 126 n 1 e n2. Ainda de propósito dentro da distinção da proibição de prova:

- [ ] Proibição de métodos de prova 126 n1 n2

- [ ] Proibição de meios de provas

- [ ] Proibições relativas de provas: são proibições que resultam da violação de regras aplicáveis a
obtenção de prova e a luz do critério devem gerar prova proibida.

- [ ] Absolutamente proibidas: torturas, ameaças…

Sempre que houver uma prova proibida: a prova não poderá ser utilizada no processo. É como se a
prova não existisse

Consoante o momento em que sabemos da prova proibida a consequência será diferente.

122n2.

Há uma imbricação íntima entre a proibição de provas e nulidades. Há muitas vezes necessidades de
ir ver o regime das nulidades insanáveis nas provas proibidas.

Existe um recurso extraordinário de revisão previsto no artigo 449 n1 alínea E.

Diversamente da nulidade quando a prova proibida serviu para fundamentar a condenação ela pode
dar aço a um recurso extraordinário da revisão. Nos outros tipos de sentença então já não pode ser.

O agente provocador é proibido


Saber se a proibição de prova vale só como o meio de prova obtido ou se se estende a outros meios
de prova obtidos indiretamente através da prova proibida. Quem contribuiu com está matéria fora os
anglo-americanos.

Teorica-04/05/23

Estamos na ultima fase do processo comum depois passaremos aos processos especiais.

Como se determina a competência dos tribunais.

quanto ao julgamento, ele divide-se em três momentos:

1- Atos preliminares: aqui também podemos dividir em três momentos :


 saneamento do processo 311º: o juiz presidente conhece e verifica as nulidades no
processo e trata de questões previas que se coloquem. Se diz sobre as nulidades e sobre
as questões previas que possam impedir o analises do mérito da causa. Esta ocorrer
sempre que haja ou não instrução. Os despachos possíveis aqui são:
 Despacho de rejeição da acusação 311º n1 A, n3: este despacho pode por termo ao
processo julgando inadmissível ou pode considerar que a acusação sofre de
nulidades mas que não poe termo ao processo e que podem ser sanadas. De acordo
com o 311 n2, este pode acontecer quando a acusação seja considerada
manifestamente infundada. 311 n3. Quando o juiz tiver a certeza da improcedência
da acusação porque há insuficiências crassa, isto pode acontecer :
-quando não conter a identificação do arguido
-Quando não contenha a narração dos factos
-quando não contenha as disposições legais aplicáveis ou as provas que as
fundamentam
-quando os factos referidos na acusação não constituem um crime

O professor Paulo sousa Mendes pensa que há outros motivos,´´ se da acusação nos
retiramos que houve violação do princípio da investigação sob garantia judiciaria´´. se as
diligencias praticadas não for com supervivência do ministério publico então pode haver
despacho de rejeição da acusação.

O juiz de julgamento também pode rejeitar a acusação porque pensa que há nulidades que
podem ser sanadas 122º n2.
Despacho de não aceitação da acusação subsidiaria na parte que represente uma alteração
substancial dos factos novos do objeto do processo: 311 n2 alínea B: como sabemos há uma
acusação complementar/subsidiaria/subordinada quando há uma alteração já que aqueles
que invoca o assistente ou o ministério publico (nos crimes particulares), neste caso o juiz de
julgamento vai não aceitar essa acusação porque quando alguém quer alegar estes factos
novos tem de pedir a abertura da instrução.

 designação da data da audiência de julgamento: depois de resolvida as questões


anteriores, depois de sanado o processo, o presidente por despacho marca a audiência
de julgamento dizendo o dia a hora e o local 312 n1. Alem de dizer estas partes praticas
o despacho de saneamento tem que conter sob pena de nulidade a indicação dos factos
e das disposições aplicadas, neste despacho tem que conter 311 alínea A n2. Ele pode
fazê-lo por remissão ou pronuncia. Tem de indicar o local, o dia, a hora da comparência
313 n1. Outro elemento que tem de vir, é a nomeação do defensor do arguido quando
ainda
 não estiver constituído no processo, a data e assinatura do presidente. É neste despacho
que o juiz de julgamento aceita ou rejeita o pedido de indemnização civil se houver 71
n1 e 82 n3. Este despacho que tem de ter estes elementos é notificado e acompanhado
por copia da pronúncia ao MP, ao arguido e ao seu defensor, ao assistente, as partes civis
( se as houver) aos seus representantes, a luz do artigo 313 n1, é notificado com pelo
menos 20 dias de antecedência. Este despacho não admite recurso 313 n4, se este
despacho sofrer de nulidades, nomeadamente não conter os requisitos, então a nulidade
é sanável e pode ser arguida pelo tribunal que proferiu o despacho.
 Contestação e rol de testemunhas : que é facultativa. A contestação pode invocar meios
de provas, testemunhas, nomear peritos ETC. a partir do despacho anterior mencionado
quando começa os 20 dias que o arguido tem para contestar. 311 alínea B n1. Alem disto
ele pode juntar um conjunto de provas que ele quer que seja no julgamento que não
pode superar as 20.  311 alínea B n3, n4 283 n7 e n8. A contestação depende muitas
vezes do defensor dele querer contar com o fator surpresa. Se o tal despacho de
saneamento for feito a mais de um arguido então o prazo começa a contar a partir da
última notificação 113 n9.deve conter as razoes de facto, de discordância, de direito
relativamente a acusação e pronuncia. Também deve juntar a lista das provas que vão
ser produzidas e as conclusões da contestação. 120 n2 Alínea D.
1- Audiência de julgamento 321º: esta regulada nos artigos 321ss, o que a carateriza é que é
publica, desenvolve-se oralmente em publica, é ed acusação e defesa e há um terceiro que é
o juiz que esta ali para decidir a contenda. Tem de estar numa posição de total
imparcialidade e também tem poderes de investigação com vista a descoberta da verdade
material. O princípio do contraditório é dirigido a própria produção de prova e não esta
limitado as provas adquiridas nas frases preliminares, isto significa que há uma participação
activa quer da acusação e quer da defesa na produção da prova na audiência, que significa
produzir provas, apresentar razoes de facto (..) e por isso dizemos que a audiência de
julgamento esta estruturada como uma espécie de debate entre a acusação e a defesa. O
tribunal pode oficiosamente requerer também a produção de prova. Artigo 327 n2, 32 n5
CRP. 355º 360º 327º CPP. O professor Paulo sousa medes sobre a discussão e apresentação
da prova, ele gosta de falar mais de ´contrariedade´.
Quando uma das provas não for sujeita ao princípio do contraditório então poderá ser
arguido a nulidade daquela prova 120º n2 alínea D.

Princípio da publicidade : uma das principais vantagens é para não haver arbitrariedade na aplicação
de direito. Artigo 206 CRP. E 321º do código de procedimento penal. O juiz pode ceder e que haja
segredo externo

Princípio da concentração devem ser praticados tanto quanto possível no tempo 328º. Isto para
manter fresco tudo o que aconteceu na audiência de julgamento.

Princípio da imediação: é um princípio estudado antes e se traduz na necessidade do contato


pessoal com o juiz e os meios de prova, o juiz tem que ter um contato direto 355º

Princípio da oralidade: a lei permite a leitura de altos

Artigo 321º até 364º a audiência esta dividida em três partes:

 Atos introdutórios: a abertura da audiência um funcionário vai comunicar ao juiz presidente


o rol dos presentes e dos faltosos e o tribunal declara aberta a audiência 329º. São
excecionais os casos em que pode acontecer a audiência sem o arguido e estão indicado no
artigo 334º n1 n2 e n3. Contomacia: Situação processual da suspensão dos termos
processo por ausência do arguido que não tenha termo de .. e residência 355ºss.
O tribunal deve conhecer quaisquer nulidades ou questões previas que constam da
apreciação DO MERITO DA CAUSA.
O juiz antes de começar a produção da prova faz uma exposição sobre o objeto do processo
e de seguida dá a palavra ao ministério publico, aos advogados do assistente, aos advogados
do lesado e por fim dá palavra ao defensor para que cada um deles indique se assim desejar
no prazo de 10mn os factos que se pretendem provar, artigo 339 n1
Em audiência de julgamento tem de ser analisadas todas as provas 355 n1.
Depois das provas ouvimos o MP, depois ouvimos as partes civis e as alegações que é uma
sintesi 360
 Alegações finais
Ata da audiência: destina-se a fazer fé quanto aos termos que se produziram os atos
processuais cuja documentação a lei obrigava, bem como fazer fé das declarações, dos atos
decisórios orais que tenham ocorrido na audiência 99º e 100º CPP

Alteração substancial dos factos: se na audiência eles souberem de um facto novo, se for
autonomizavel o juiz remete para o MP para abrir um novo processo e essa comunicação
vale como denuncia.
Mas imaginemos as situações de concurso

1- Sentença 365º

Nós já começamos a dar os atos preliminares,

OT-05/05/23

Caso: António, Bento e Carla foram acusados como autores


materiais de:

a) António por um crime de furto qualificado previsto e


punido pelo artigo 204 n1 alínea F do código penal.
b) Bento, por um crime de recetação previsto e punido pelo
artigo 231º n1 do código penal.
c) Carla também por um crime de Receptação também punido
pelo artigo 231º

Nos termos da acusação no 14/12/2017. António retirou da


residência de Duarte em lisboa um leitor de vinil e uma
pulseira de ouro, descritos nos autos. Antoni é amigo de
Bento e irmão de Carla.

Bento e Carla vivem em união de facto em loures, em casa


deles, António contou a Bento e Carla como se tinha
apropriado daqueles objetos. Bento ficou com o gira-disco
em troca de montante económico não apurado e Carla ficou
com a pulseira de ouro a título de oferta.

Responda as seguintes questões :


1- Carla podia requerer a abertura de instrução por
entender que a doação da coisa não integra o crime de
receptação: 287º, segundo este artigo a Carla poderá pedir a abertura porque como como
estamos perante factos deduzidos pelo MP e que ela não concorda, então ela poderia requerer a
abertura da instrução, mas aqui há uma divergência na doutrina porque aqui é sobre a
qualificação do crime. Ela tinha 20 dias a contar desde a notícia da acusação. O arguido o único
instrumento que tem para discutir a qualificação jurídica é a abertura da instrução, pelo que pode
entender esta parte da doutrina que poderá requerer para assim haver uma igualdade de armas.
Mas o artigo do código penal 231º que é este crime de receptação…
2- Na instrução foram descobertos varios antecedentes
criminais de recetação por parte de bento que o juiz
mencionou no despacho para fundamentar a pronuncia por
crime agravado pela circunstância de modo de vida,
231º n4. Ademais, pedindo a sua condenação como
reincidente 76º n1 CP: o acrescentar que faz disto um modo de vida é um facto
novo, pelo que temos a ideia que só pela instrução é que sabemos que há estes antecedentes. E
este facto de fazer disto estilo de vida pode ser considerado como uma alteração substancial do
objeto do processo?. artigo 1 alínea F. aqui tínhamos de fundamentar porque é que achamos que
há uma alteração substancial porque tem como efeito o agravamento dos limites da pena.
quando na instrução são descoberto factos novos que provocam uma alteração substancial do
processo, o regime a aplicar é a do artigo 303 n3. E neste caso não eram autonomizavel porque os
antecedentes penais só agravam o crime.
Se o facto novo for autonomizavel integrar um tipo de crime e a sua nova apreciação não violar o
princípio nebis in idem então pode (…)
Sobre a segunda parte, ele alem de querer agravar quer acrescentar o facto de reincidência
pedindo s sua condenação como reincidente, aqui há uma parte da doutrina que defende que
haveria uma alteração substancial mas é difícil porque não há um crime diverso, mas a doutrina
maioritária diz que como este facto não tem interferência no tipo mas apenas é uma circunstancia
geral para o tipo de crime e que só aumenta o limite mínimo da pena, não se pode considerar que
é uma alteração substancial pelo que poderia ser considerado.

Pratica-09/05/23

Frequência do ano passado (papel)

1. Aqui esta relacionada com a detenção a luz do regime da


detenção ?. aqui temos que ver outra vez se estamos perante as
situações de flagrante delito, esta detenção não poderá ser
considerada em flagrante delito ? 255º 256º, temos que saber
qual é o crime que esta em causa, também temos que ver que
ele foi detido, aqui o crime que ele foi detido na avaliação que o
MP faz é o crime de desobediência a ordem legitima 348 CP.
Mas aqui poderia haver outro crime que seria a condução sem
habilitação legal abrindo esta subhipotese. Por referência a
estes indícios a detenção seria em flagrante delito porque
estaria a ser cometido. Havia que dizer que se a detenção é para
as finalidades de 254º então o momento da detenção permite
caraterizar como flagrante delito. Tratando-se de flagrante delito
as autoridades podem proceder a detenção e tem de comunicar
imediatamente ao MP. 254º 255º e 259º.
2. Os pressupostos do processo sumario é que seja em flagrante
delito, efetuada por autoridade judicial ou policial e um crime
que não seja superior a 5 anos ou quando é superior a 5 anos o
MP justifique que não seja aplicada mais de 5 anos 381º. Sendo
assim, poderá ser possível no caso concreto que ele possa ser
julgado em processo sumario pelo crime de desobediência e de
falta de habilitação legal, por esses poderia. Mas ao que diz
respeito aos crimes de ofensa a integridade física ele não
poderia porque ele não foi apanhado em flagrante delito e por
esses crimes ele não poderia ser julgado.
3. 194º não tinha fundamento para pedir a prisão preventiva. Esta
pergunta quando falamos de uma medida de coação temos que
referir se estão reunidos os pressupostos da medida concreta
que foi aplicada e daquela que o juiz quer aplicar. Quanto aos
pressupostos gerais da aplicação de medida de coação, todas
dependem da relação dessa medida de coação com uma das
finalidades do artigo 204º, aparentemente aqui temos um
problema porque parece que o juiz aplica esta medida de forma
corretiva (finalidade das penas) as medidas da coação estão para
assegurar medidas especificas e não como formas de
antecipação de sanção. O juiz teria de ser capaz de justificar
porque a aplicação da medida da prisão preventiva. Mas alem
desta fundamentação tínhamos de ter em consideração que a
193º n3, a legitimidade da prisão preventiva tem que ser
justificada para salvaguardar as finalidades.
O juiz de instrução pode na fase do inquérito aplicar a prisão
preventiva quando o MP requereu outra medida, depende se a
justificação da medida da coação era para prevenir as situações
da alínea A ou C do 204º.
4. Sobre a abertura da instrução. No que se refere ao crime de
ofensa integridade física 143 e 144º. Por tanto, a abertura da
instrução por este fundamento aqui temos duas hipóteses, a
acusação já descreve que o A agrediu ao M por odio politico mas
não estrai a consequência jurídica por este odio político que leva
a um crime mais gravoso, nestas hipóteses o que o M
pretenderia não são novos factos mas sim incorporar factos
novos, aqui ele teria de adquirir outra nova acusação . outra
situação é a alteração dos factos porque é descrito de forma
inovadora. Artigo 1 alínea RF.
5. É valido o despacho de pronuncia? O problema está sobre o
primeiro crime que o juiz se pronunciou. Aqui há premeditação,
aqui de duas umas, se a acusação já refere ou a abertura da
instrução já refere o facto de que o arguido planificou e por mais
de 24h a planear, então aqui ele pode porque não esta a
proceder numa alteração do facto mas apenas uma qualificação
jurídica dos factos, tendo só de notificar ao arguido e assim dar
um tempo para ele se defender. Se a acusação ou o
requerimento de abertura da instrução não faz referência destes
factos, então sim, aqui teríamos uma alteração substancial dos
factos na pronúncia e aqui haveria a punição de um crime mais
grave.
Se o despacho de pronuncia leva a uma alteração do facto então
é nulo segundo o artigo 309º n1.
Como pode reagir o arguido? Reclamando e se na reação o juiz
mantiver essa pode ser então recorrível. 310º n3.
1- É valida a sentença condenatória?: aqui o ponto é que o juiz não esta a proceder a alteração
dos factos, aqui o juiz está a condenar por tentativa de homicídio porque segundo os factos
descritos na pronúncia leva a qualificação jurídica da tentativa e aqui não haveria uma
alteração dos factos. Mas isto é muito difícil ter acontecido assim porque há um facto sobre a
tentativa de homicídio que é muito difícil que esteja na pronúncia que é o dolo de morte e
deve constar da acusação que ele quis e representou matar para que o juiz pudesse acusar
por isto e a representação e a vontade de matar como facto é difícil que constassem do
despacho de pronuncia.

Teórica-11/05/23

359º

259 n1

Se o facto novo não for individualizável temos de ver se este facto agrava os limites máximos

Os factos que alterem o objeto do processo não podem ser considerados nesse julgamento
pelo juiz ao menos que exista acordo.

A seguir a audiência de julgamento o tribunal delibera sobre a sentença.

Sobre a deliberação: esta deliberação face ao princípio da concentração e da oralidade tem


de ser feito logo depois ao encerramento da audiência de julgamento porque a essa altura
ainda estão as provas produzidas oralmente na sala de julgamento mas pode acontecer que
não seja possível decidir logo mas deve ser no tempo mais curto possível 365º. 365 n2 e n5.

Sentença: ato decisório dos juízes que conheçam o final do objeto do processo. Só se pode
falar em sentença quando o juiz decide sobre o mérito da causa ´´se há ou não
responsabilidade penal´´. Se o tribunal decidir apenas questões processuais não se falam em
sentença mas sim em despacho.

Identificação do arguido, assistentes, das partes civis, dos crimes imputados ao arguido, qual
foi a posição que o arguido tomou fase a acusação. Os factos provados e os factos não
provados. Tem de haver uma exposição de facto e de direito que fundamentam a decisão.

No caso de ser uma sentença condenatória tem de justificar a medida das provas e aquilo
que levou a essa 374º 375º. Qualquer vicio na fundamentação é causa de nulidade na
sentença 379º.

Só a fundamentação e a decisão são requisitos que tem de ser observado sob pena de
nulidade 379º.

Publicação da sentença é feita na sala de audiência em publico . 373 n3.


A sentença produz efeitos e os mais importantes é quando ela transita em julgado mas mesmo sem
transito em julgado a sentença tem efeitos.

PROCESSOS ESPECIAIS: as formas especiais prevalecem sobre a forma comum, a forma comum é
subsidiaria. Se por acaso utilizo uma forma comum quando devia utilizar forma especial o processo é
nulo embora seja uma nulidade sanável 120 n2., em contraposição se for o caso contrário seria uma
nulidade insanável 119º alínea F. esta aplica-se a pequena e media criminalidade.

Pratica-12/05/23

Caso:

pelas 6:15 do dia 1 de janeiro de 2018 dois agentes da policia de


segurança publica, doravante (PSP) comparecem na discoteca roleta
russa em santos-Lisboa em resposta de uma chamada de Sumira
(moradora daquela zona) que alertara para extrema violência que
estava a observar da janela do seu departamento com vista direta
para a saída da referida discoteca. Três seguranças privados dessa
discoteca pontapeavam a cabeça de um jovem indefenso. Ao chegarem ao
local os agentes da psp ao local viram 2 seguranças privados a
lançar o corpo de um jovem para uma valeta na berma da estrada, os
agentes da psp dirigiram-se de imediato ao jovem e por via de radio
e telefónica solicitaram a presença urgente de um socorro medico.

De seguida perguntaram o que se tinha passado aos 3 seguranças


privados, ao que estes responderam que se tinham defendido de um
cliente que não queria sair, apesar de estar totalmente embriagado,
apos o que os agentes da PSP, detiveram os seguranças privados e na
esquadra lavraram os autos respetivos e comunicaram ao MP o sucedido
enviando o respetivo auto.

Responda fundamentadamente as seguintes questões:

1- Suponha que o MP tramitou os autos supra referidos na forma


comum e deduziu acusação contra António, Bento e Carlos pela
prática como coautores de um crime de homicídio na forma
tentada, previsto e punido pelos artigos, 131º, 22º e 23º CP.
Domingos, o jovem que escapou da morte a saída da discoteca,
pretende levar a julgamento os arguidos pelos factos
constantes na acusação do MP, porem, considera que os mesmos
só por si revelam especial censurabilidade ou perversidade nos
termos do artigo 132º,n1 e 2, al h) CP. Considera que também
se verificou a circunstancia qualificadora prevista no artigo
132ºn2, f) CP, dado que os arguidos lhe tinham gritado “ poe
te na rua, não queremos ca imigrantes”, de que modo domingos
poderia ver as suas pretensões satisfeitas. R: quando o ofendido
constituído como assistente quer apenas alterar a qualificação dada pelo MP tem de utilizar
a figura da acusação subsidiaria/complementar.
Sobre a alínea F é um novo facto e sobre este facto ele provoca a alteração substancial
porque ele altera a valoração social do facto, este aqui para grande parte da doutrina seria
um crime diverso. Ele tem de utilizar o RAI, ele também deve acrescentar esta a sua ideia de
que os factos apresentados pelo MP já demostram perversidade.
Para ele fazer isto ele teria já de estar constituído como assistente 277º.
68 n1 alínea A.
O RAI que conteúdo tinha de ter? tinha de ter a mesma estrutura que a acusação (273 n3). O
Rai tem de indicar as razoes de facto e de direito em relação a discordância com o MP.
Também tem que fase ao artigo 287 n2.
2- Suponha que os arguidos requereram instrução por considerarem
ter agido em legitima defesa, o juiz de instrução, pela
prática de coautores pela prática de um homicídio qualificado
PEP, nos artigos nos artigos 132º,n1,n2, al h) e 22º e 23º CP.
O referido despacho de pronuncia admite recurso? R: Os arguidos tem
legitimidade para requerer a abertura da instrução segundo o artigo 137º n1 alínea A.

Teórica-12/05/23

Processo sumario, âmbito de aplicação: o arguido tem de ter sido detido em flagrante delito
256º. A detenção tem de ter sido efetuada por uma autoridade judicial, agente policial ou
por qualquer outra pessoa que tenha depois entregado a algum polícia ou órgão judicial no
prazo que não exceda duas horas e ter de ter sido redirigido o auto de entrega 391º n1 B.
depois o outro requisito é que estejamos perante um crime punível com pena de prisão não
superior a 5 anos mesmo nos casos de concurso.

No caso de flagrante delito é obrigatório a constituição do suspeito como arguido 58 n1


alínea C

Imediata apresentação ao arguido ao MP e o MP se achar inconveniente faz um


interrogatório ao arguido 382 n1

390º n1 alínea C.

O processo sumario é subsidiário ao processo sumaríssimo.

Se apos o inquérito o MP proceder junto ao JIC com a suspensão de processo ou a suspensão


provisoria do processo em caso de dispensa de pena não haverá julgamento nesta situação.

382 n2

384 n1 e n2

387 n2

A audiência de julgamento no processo sumario tem que ser iniciada até o limite de 20 dias depois
da detenção 387º n2 alínea C.

No caso do arguido ser apresentado para julgamento que acontece?: dá-se inicio por via de regra no
mais curto prazo possível e a audiência tem que ser iniciada no mínimo de 20 dias. Iniciada a
audiência será tomada declarações do arguido, inquirição do assistente, da parte civil, Dos peritos se
houver e testemunhas.

Quanto ao MP: ele pode substituir a apresentação da acusação pela leitura pelo auto de notícia da
autoridade que tiver prosseguido a detenção. 399 n4

387º n2 alínea C

O julgamento está sujeito as disposições do processo comum mas aqui eta sempre a intervenção de
um tribunal singular. A sentença é sempre produzida oralmente mas se o juiz quiser aplicar uma
pena privativa da liberdade ou as circunstâncias do caso o justificarem, nesse caso ele elabora a
sentença por escrito e depois procede com a sua leitura.

-----------.------------------.------------.-------------------.--------------.--------------.-------------------.------------------
Processo abreviado 391-A até 391-G. é necessário provas evidentes e simples

391-A N1 e N3

Prova evidente.

Especialidades do processo abreviado: a acusação tem de ser deduzidas no prazo de 90 dias a contar
da notícia do crime (publico) ou apresentação de queixa nos restantes casos

O inquérito também podem ter os seguintes desfechos:

1- Arquivamento no caso de dispensa de pena


2- Suspensão provisória do processo

391 alínea B

283 n3 n7.

Aqui não há instrução, por tanto, se houver acusação publica ou particular passamos logo para
julgamento.

392º n1.

Pratica-16/05/23

Duvida sobre facto novos.

A alínea F do artigo 1º: ou os novos factos imputam um crime mais graves ou um crime diverso. Se os
novos factos não conduzirem a imputação de um crime mais gravemente punível ainda pode levar a
modificação quando for um crime diverso.

 Crime diverso não tem de ser um diferente tipo legal de crime desde que a descrição seja
substancialmente diferente daquela que esta na pronúncia. O crime diverso segundo a
doutrina e jurisprudência tem procurado dar corpo a este ´´crime diverso´´ explicando o que
deve entender-se. ´´diferente valoração social do facto´´ . mas esta EXPRESSAO pouco
acrescenta, aquilo que na interpretação se faz é em cada situação que se discute se estamos
ou não num crime diverso em função da própria razão de ser não se permite que (…). Aqui o
arguido tem direito a defender-se pelo que ele organiza a sua estratégia em razão de uma
concreta imputação e por esta razão não pode ser aceite que seja modificado no próprio
processo, isto para assegurar que o arguido se possa defender. Nos casos de fronteira, aquilo
que o juiz deve perguntar é que se a introdução desse novo facto esse prejudica ou não a
estratégia de defesa ou não do arguido. Se esta forma de exercer este direito de defesa será
ou não suficiente para salvaguardar os direitos do arguido.

Caso do ano passado 2 teste:

1- Modalidade de detenção que precedeu Rui o agente da PSP: presunção de flagrante delito
256 n2
2- Sobre a Tânia poder requerer a abertura da instrução?: não pode ter requerido a abertura
da instrução porque ela pretende apenas quer uma diferente qualificação jurídica e para
introduzir uma nova qualificação jurídica ela não pode, apenas pode fazer uma acusação
subsidiaria 284º.

5-aqui sobre o juiz de julgamento poder condenar fidalgo por homicídio consumado?: não, ele
não foi acusado por um crime de homicídio consumado, ele não está acusado por esse tipo de
crime, aqui há um facto novo mas ainda há a imputação objetiva dos factos com a relação. Que
ele não pode ser considerado é pacifico 259º. Quid juris ? o juiz o que faz a partir de aqui fazer
duas de dois coisas, se é autonomizavel este facto então manda ao MP e se não é então ele não
poderá ser considerado nem poderá dar início a noutro processo. para ser autonomizavel este
facto por si só tem de subsumir num tipo de crime e este já esta a ser julgado, aqui viola-se o
nebis in idem.

PRATICA-19/05/23

Caso:

António saia da casa de bernardo com um saco repleto de peças de


prata que havia subtraído do seu interior, e foi surpreendido
por Carlos e Duarte, soldados da GNR.

O MP abriu inquérito e no final acusou a António por furto


qualificado na forma tentada nos termos dos artigos 22º, 23º e
204º n1 alínea F e n2 A do código penal, pois o arguido havia
entrado sub-repticiamente pelas portas das traseiras que se
encontravam entreaberta e os objetos subtraídos acendiam ao valor
de 40mil euros.

Notificado da acusação do MP bernardo 10 dias requereu


constituição como assistente e abertura da instrução com os
seguintes fundamentos.
1- António havia cometido furto mas na forma consumada uma vez
que partir do momento em que colocou os objetos de prata no
saco deu-se a substração de coisa movel alheia e por isso o
furto estava consumado.
2- Ele também devia ser condenado por a violação de domicílio por
ser um bem jurídico protegido neste tipo legal de crime
diferente ao tutelado no 204 e por isso havia um concurso
efetivo de crimes.

O juiz de instrução criminal indeferiu este requerimento para


abertura da instrução por entender que era legalmente inadmissível
com tais fundamentos

Em julgamento provou-se que António para entrar em casa de bernardo


havia afinal utilizado uma gazua para abrir as portas das traseiras
e o António veio ser condenado por furto qualificado na forma
consumada nos termos do artigo 204º n2 alínea A e E. Sendo
entendimento do tribunal que António como já estava saindo da casa
de bernardo já era suficiente para considerar como consumado o
furto.

o Concorda com o juiz de instrução ao deferir o requerimento de


abertura de instrução por parte de bernardo?: há que conjugar com o
287 alínea B com o 284, através de esta interpretação sistemática sabes que o assistente só
pode abrir a instrução quando invoca factos novos que modifica substancialmente. Se não
for assim, se não modificar então é a figura da acusação subsidiaria.
Aqui ele só invoca uma nova qualificação jurídica dos factos apresentados pelo MP.
Ele deve ser punido em concurso efetivo com a violação de domicílio e não por furto
qualificado como diz o MP.
Porque deve haver abertura da instrução quando houver factos novos por parte do
assistente? No fundo, o legislador diz que só quando há factos novos é que faz sentido haver
uma nova fase de investigação e por uma questão de economia processual só faz sentido o
juiz aceitar mais uma fase quando houver factos novos, porque pela economia processual
isto faz sentido.
Como ele aqui limitou-se a interpretar normas de direito não faz sentido haver outra fase de
instrução.
Por esta razão concordávamos com o JIC.
Sobre o tribunal chegar a conclusão de furto qualificado, porque usou uma gazua, aqui os artigos
fundamentais 359º n1 e n2, porque se o facto altera substancialmente que só apareceu no
julgamento, o que temos de ver agora é se este facto é autonomizavel e este não é autonomizavel
sob pena de violar o princípio de Nebis in idem, e este não é autónomo a aquele que esta a ser
julgado.

Só podia ser tido em consideração se houver acordo entre todos. Mas este não pode ser
individualizado porque não se podia subsumir a um crime diverso.

Na parte do artigo n1 alínea F este era alterado no crime diverso (teoria do professor Federico que
diz que crime diverso é a valoração social muda).

É valida a sentença condenatória?: 379º n1 alínea B.

Teórica-19/05/23

Sujeitos processuais na perspetiva estática.

Participante processuais:

Sujeitos processuais: os participantes que influem ativamente no processo como um todo e por isso,
aos sujeito processuais pertencem direitos autónomos de conformação da concreta tramitação do
processo como um todo. Existem 5 sujeitos processuais:

1- O tribunal: são órgãos do estado o qual ele exerce a sua função jurisdicional, aqui há
administração da justiça 110 N1 202 N1 CRP. Aqui há dois princípios que pautam:
princípio da independência judicial: o tribunal só está submetido a lei, artigo 203 CRP. E
consequentemente há total independência dos juízes quer pessoal quer objetiva porque os
juízes não estão sujeitos a nenhuma …. Os juízes são instituíveis contra a sua vontade 216 n6
CRP. Relacionado com esta independência pessoal e objetiva esta outra ideia que é a
imparcialidade do juiz, esta como já percebemos deve ser garantida a todo o custo, alias toda
a matéria do objeto e alteração dos factos, uma parte de essa matéria esta condicionada
para garantir a imparcialidade do juiz. Também pode-se ver a imparcialidade do juiz por
exemplo nas situações de escusa 39º e 40º CPP. Estes impedimentos devem ser requeridos
pelo ministério publico, pelo arguido, pelo assistente ou pela parte civil 41 n1 e n2, e
também pode ser declarados oficiosamente.
Também o juiz pode ser declarado suspeito, 43 n1 e n4.
princípio do juiz natural: de acordo com este princípio a nenhum tribunal pode ser subtraída
causa que lhe tenha sido atribuída pelas regras de distribuição de competência através de lei
anterior, através deste princípio visa-se que não sejam criados tribunais ad hoc.

Regras de atribuição de competência do tribunal: em regra só os tribunais judiciais tem


jurisdição para matéria Criminal 8º e 9º CPP. 211 CRP. Há uma exceção, que nos crimes de
natureza militar em tempo de guerra, serão construídos tribunais criminais para julgar
aqueles crimes.
213º e 211 n3 CRP.

Dentro dos tribunais judiciais temos:

 STJ
 Tribunais de 2 instância: tal como o STJ eles organizam-se por secções consoante a matéria.
Artigo 210 n4.
 Tribunais de 1 instância: estes organizam-se segundo a matéria ( tribunais de competência
genérica e tribunais de competência especializada). Também por território (área territorial
em que exercem a sua jurisdição, comarca).

Para determinar o tribunal competente na primeira instancia:

Qual é o tribunal que segundo a sua espécie/estrutura deve conhecer o caso penal de certa
natureza?:

 Tribunal de júri : Crimes cuja pena máxima for superior a 8 anos de prisão, salvo se
se tratar de crimes de terrorismo ou de criminalidade altamente organizada. Estes
tribunais são raramente utilizados

 Tribunal coletivo: cuja pena máxima aplicável for superior a 5 anos


 Tribunal singular : é competente para crimes cuja pena máxima for igual ou superior
a 5 anos de prisão, também é competente nos processo que envolvam crime contra
a autoridade puiblica mesmo que a pena seja sujerior a 5 anos.

Como iremos ver o que vai determinar qual tribunal é a gravidade e a espécie de crime. Através da
matéria é que vamos saber.
Em segundo lugar, depois de saber qual é o tribunal, vamos ver qual é o tribunal que segundo a sua
localização no território seja chamado a conhecer aquela causa penal. «determinar a competência
territorial».

Há ainda que determinar o tribunal competente dentro da mesma instância na fase processual em
questão ou o tribunal competente para o desenvolvimento do processo. E aqui falasse em
competência.

o nosso código de processo penal tem varios critérios, há um critério material, qualidade do agente,
competência em relação da hierarquia. Parte geral do código penal que vai do artigo 8º até o artigo
47º e quanto a lei que regula o sistema judiciário 62/86 de 2008.

A competência material se determina depende do agente (qualitativo artigo 14 n1 e n2 alínea A e


artigo 16 n2 alínea A ) e consoante também a pena a aplicar.

1- MP
2- O arguido
3- O assistente
4- Os defensores

Já quanto as partes civis, o professor figueiredo dias diz que não são verdadeiros sujeitos processuais
porque são civis 129º CP.

Pratica-23/05/23

2 Teste:

Nós tínhamos uma situação em que o agente era condenado e também aplicado um agravamento
mas o tribunal entendia que era melhor a aplicação de um concurso efetivo. A pergunta era saber se
o tribunal podia condenar em concurso efetivo quando o agente havia sido condenado de forma
diferente?: aqui a doutrina divide-se. O enunciado sugere que aquilo que o Juiz de julgamento fez
não foi colocar factos novos mas sim enquadrar de forma diferente os factos da acusação, se for
assim, a alteração da qualificação jurídica levaria para (…).

1- Podia punir como instigador? Claramente não pode porque não tendo X acusado ser
condenado. Esta seria a resposta fácil mas a questão interessante seria saber se este facto ou
não é autonomizavel, se há margem para que o tribunal pudesse extrair certidão de que o X
possa ser considerado instigador. Aqui o princípio da acesoriedade limitada diz-nos que 28º
e 29º CP, este princípio diz que a responsabilidade do participante depende da demostração
de que o facto do autor é típico e ilícito e nesse sentido se diz que há uma relação de
dependência. Aqui o problema surge é o problema do duplo julgamento.

Pratica-30/05/23

Frequência de 2019:

Carlos e Diogo como atuaram: aqui não há dúvidas de que estamos perante fragrante delito. Sobre o
crime de furto não há dúvidas de que atuaram bem, mas ao que diz a seguir de requerer ao JIC a
constituição como arguido e depois enviar ao MP. Aqui não atuaram corretamente porque eles
próprios podem ter procedido eles próprios a constituição de arguido, nos termos do 259º.

Depois, sobre ser julgado em processo sumario: o furto qualificado é até 5 anos mas se for nos
termos do n2 então não poderá. No 381º diz que tem de haver detenção em flagrante delito, aqui
poderia haver um problema com a moldura abstrata. 381 n2.

Sobre as medidas de coação.

O MP atuou de forma correta ao que diz respeito a medida de coação? O MP não tem que pedir ao
JIC o termo de identidade a residência, porque este é a única medida que não tem que ser requerida
ao JIC, é aplicada apenas por ele próprio (MP). 204º.

O JIC na fase de inquérito pode aplicar uma medida de segurança mais gravosa mas isto dependerá
de fundamentação. Nos na nossa hipótese não temos explicação de porque é que o JUIZ pensa que
são insuficientes. O juiz teria que fundamentar e demostrar que através da prisão preventiva é que
se salvaguarda.

Sobre o JIC recusar a abertura da instrução. A suspensão provisoria do processo é uma decisão do
MP, peloi que o arguido que quer isto tem que a requerer ao MP com a concordância do JIC e isto
nunca poderia ser requerido através da abertura de instrução.

Sobre a abertura da instrução por requerimento de Bruno?: sim, porque não há dúvida de que ele
quer introduzir um facto novo, portante este é um facto novo pelo que não temos que entrar na
discussão dos limites máximos, aqui haveria privação da liberdade que seria sequestro e passaria a
ser roubo por uso da força.

Sobre a validade do despacho de pronuncia: na pronúncia o juiz não pode pronunciar por factos que
não constem da abertura da instrução e da acusação do MP. Relativamente aos factos de organização
terrorista estes como estavam ausentes, aqui não poderiam fazer parte do despacho de pronúncia na
parte em que se pronuncia pelo crime de organização terrorista.

Como o crime de terrorismo é individualizável poderia enviar ao MP para abrir um novo processo.
Sobre a comparticipação criminosa o filipe é cúmplice, presta através da disponibilidade material
auxílio ao facto, mas acontece que o JIC não podia julgar como cúmplice porque ele aqui não pode
condenar naquele processo em curso porque o arguido é diferente alem de ser um facto novo.

Em sínteses, o Felipe tem de ter a oportunidade de se defender segundo o princípio do contraditório.

Mas aqui não violação do Nebis in idem porque aqui não se vai apurar a responsabilidade do
Hernesto mas antes a responsabilidade de outro sujeito.

Mas o risco que não se consegue eliminar é o risco de a mesma matéria poder ser julgada e termos
processos contraditórios.

Teórica- 01/06/23

 Competência material:
 Qual é o tribunal competente segundo o seu território:
 Determinar o tribunal competente funcional no sentido de instância e esta chamasse
competência hierárquica:

Artigo 14 n1, 14 n2 A. Artigo 16º A este é o critério qualitativo

Quando houver um conflito entre o critério qualitativo e quantitativo prevalece o critério qualitativo
que é um critério especial.

Os tribunais coletivos … podem ser tribunais de competência genérica ou especializada

Se não existir um tribunal de competência especializada então o tribunal competente é o da


comarca.

Determinação da competência territorial: esta delimita a sua jurisdição segundo a sua localização no
território, aqui os artigos que nos interessa são os artigos 19 a 23º CPP. O critério geral é o do lugar
delito e este varia dependendo se estamos perante um crime consumado ( aqui o que importa é o
lugar da consumação ) mas se for um crime formal ( não é preciso nenhum resultado para estar
preenchido no crime e aqui o lugar da ação é o lugar típico). Se for um crime de sangue ( crime que
compreende como elemento do tipo a morte) é competente o tribunal onde o agente atuou ou devia
ter atuado 19 n2.

Se fores crimes praticados em atos sucessivos ou reiterados (duradouros) aqui o tribunal competente
é o tribunal cuja área se tenha praticado o último ato.
Nos crimes tipo sequestro importa o lugar onde tiver cessado a consumação.

Artigo 30 n2 CP, NESTE CRIME IMPORTA O LUGAR DO ULTIMO CRIME 19º n3.

Quanto aos crimes tentados ou quando houver a prática de um ato preparatório punível importa a
área onde tiver sido praticado o último ato de execução 19º n4.

Se houver um delito de duvidosa localização, vai-se dar prevalência a localização onde se deu a
conhecer a notícia do crime primeiro.

Se houver um crime no estrangeiro dá-se prevalência ao lugar da localização do agente ou do seu


domicílio artigo 22 n1.

Se o crime foi cometido parte em Portugal e parte no estrangeiro vai ser competente o lugar onde foi
praticado por última vez o ato relevante para a lei portuguesa, artigo 22º.

264º CPP

Qualquer magistrado é competente para atos do inquérito quando são urgentes 264º n4.

DETERMINAR A COMPETENCIA SEGUNDO O CRITERIO FUNCIONAL: artigo 17º. 16º n1 B.

24, 25 e 26º

Já o processamento conjunto: artigo 29º.

Há que distinguir o vicio de competência do vicio de jurisdição: se houver um vicio de jurisdição essa
consequência é a inexistência da própria sentença e pode ser conhecida em qualquer momento. Se
houver uma incompetência:

Se for material: pode ser levantada oficiosamente e também pode ser suscitada pelo MP, pelo
arguido ou assistente até o transito em julgado da decisão final, declarada a incompetência do
tribunal o processo é remetido ao tribunal competente e se vai anular apenas os atos que não se
teriam praticado se o processo tivesse corrido perante o tribunal competente 33º n1 e é ordenado
sempre que possível os atos necessários para conhecer da causa.

Se estivermos a falar de uma incompetência territorial ela só poderá ser declarada até o inicio do
debate instrutório artigo 32º n2.
Pratica- 02/06/23

Caso sobre a determinação da competência dos tribunais:

No passado dia 20 de janeiro o MP acusou a Américo pelos seguintes


factos:

1- Em sua casa na cidade de braga havia emprestado uma arma


carregada a Benedites que lhe tinha pedido para se suicidar.
Benedites efetivamente suicida-se dois dias mais tarde em
Guimarães: aqui estamos perante ajuda ao suicídio 135º, é importante fazer uma
interpretação deste artigo, se chegarmos a conclusão de que é um crime de mera atividade
se interpretarmos assim o tribunal materialmente competente é o tribunal singular porque a
pena máxima aplicável é de 5 anos segundo o artigo 16 n2 Alínea B.
Se for de mera atividade então seria braga
Se considerarmos como resultado ainda seria Braga porque é onde ele atuou 19º n2
2- 5 dias depois ainda em sua casa na cidade de braga américo
ameaçava Carlos que tudo descobrira com uma arma exigindo que
não contasse a ninguém, pensando ter a arma descarregada
acabou por disparar sem intenção que veio causar a morte de
Carlos: aqui esta em causa um homicídio negligente 137º. O tribunal materialmente
competente, artigo 16º.
O tribunal territorialmente competente é o tribunal da comarca de braga.
Aqui temos um concurso efetivo, ele vai ser punido por os dois crimes e este não viola o
principio nebir in ide 30 CP. Como há um concurso efetivo de crime levanta-se a problemática
de conexão.
Se formos aos artigos de competência por conexão artigo 24 n1 alínea b

Teórica-2/06/23
O que carateriza um sujeito processual é interferir diretamente na tramitação do processo.
Suspeito: ainda não é um sujeito processual mas a lei oferece certos direitos. Pessoa
relativamente a qual exista indício de que cometeu um crime ou que participou na realização
de um crime artigo 1 alínea E.
O suspeito não pode ser em caso algum prestar provas ou declarações auto incriminatórias.
Princípio da não autoincriminação.
Arguido: toda pessoa que é constituída como sujeito processual e contra quem decorre um
processo criminal. Do ponto de vista processual já não há indicio mas sim uma suspeita
fundada de que cometeu o crime
Há varios momentos em que a pessoa pode ser constituída como arguido:
Acusação
Abertura da instrução quando houve despacho de arquivamento 57 n1

32 n3 CRP. 208 CRP. 62 CPP


A queixa pode ser apresentado pelo ofendido que ainda não se constituiu como assistente

Quem tem legitimidade para se constituir como assistente: os titulares dos interesses que a
lei especialmente no sentido de diretamente quis proteger para incriminar aquela conduta.
Desde que maiores de 16 anos.

Artigo 68º n1 alínea C.

284º

Tratando-se de crime particular a pessoa tem que se constituir como existente 10 dias apos a
apresentação da queixa

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