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CONCEITOS INTRODUTÓRIOS
O Direito Penal nada mais é do que condutas que serão atribuídas a determinadas pes-
soas diante da prática de crimes.
O Direito Penal prevê condutas e, se alguém praticar algumas dessas condutas, estará
sujeito a uma sanção penal estabelecida para quem comete aquela conduta delituosa, para
quem pratica uma infração penal.
O Direito Penal traz a previsão de sanções penais para quem pratica infrações penais –
entretanto, para que o Estado exerça o seu jus puniendi (o direito do Estado de punir em face
do pacto social existente), ele tem que exercer o direito de punir em razão daquelas pessoas
que vierem a praticar fatos definidos como infrações penais.
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• Ação Penal – O delegado de polícia relata o IP, encaminha para o Ministério Público
(MP), por exemplo, um relatório, e este formará a sua opinião, opinio delicti, momento
em que o MP conclui que, de fato, houve crime, há materialidade e indícios de autoria,
e oferece a denúncia. A opinio delicti nada mais é do que a convicção do membro do
MP para oferecer a denúncia. A denúncia é como se fosse a petição inicial da ação
penal, é uma peça encaminhada ao Poder Judiciário (juiz) para que se dê início a ação
penal. O MP também pode optar por determinar o arquivamento do IP.
O juiz pode receber a denúncia e dar início à ação penal. O juiz pode rejeitar a denúncia,
pode concluir que não há indícios de autoria, de materialidade, pode entender que não há
fundamento para instaurar uma ação penal, para receber essa denúncia.
Se o juiz receber a denúncia é porque reconhece indícios de autoria e de materialidade.
A ação penal pode tramitar na 1ª instância, o juiz sentencia, as partes recorrem, segue
para a 2ª instância – o tribunal pode proferir acórdão (sentença colegiada), as partes recor-
rem, pode chegar ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Uma vez que a ação penal condenatória transita em julgado, encerra-se a persecu-
ção penal.
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No Direito Penal, Tício (referido no exemplo), aquele que praticou o crime, é chamado de
autor, de agente, de sujeito ativo.
No Direito processual Penal esse agente, esse autor, sujeito ativo, vai receber diferentes
denominações a depender do momento na persecução penal: durante a fase investigatória
e mesmo durante a fase do IP é chamado de INVESTIGADO ou SUSPEITO; avançando no
IP, pode ser chamado de INDICIADO, quando o delegado de polícia tiver a convicção de que
aquele suspeito, aquele investigado, é quem praticou o delito, o indiciamento só pode ocorrer
no âmbito do IP; na fase da Ação Penal, na fase do processo penal propriamente dito, passa
a ser chamado de RÉU ou de ACUSADO.
• Objeto do Direito Processual Penal: busca pela autoria, materialidade e circunstâncias
do delito.
A busca pela autoria é desvendar, é entender quem praticou a conduta delituosa, quem
praticou a infração penal. O jus puniendi só pode ser exercido sabendo a autoria.
A materialidade é a prova da existência de uma infração penal.
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Como condenar alguém por homicídio se não se sabe que aquela pessoa morreu? No
caso do goleiro Bruno e de Elisa Samudio não havia um corpo, sequer uma filmagem, sequer
uma prova de que tenha sido morta, não havia materialidade definida nesse caso e essa foi
a grande dificuldade enfrentada pelo MP. Mais tarde provou-se a existência dessa materiali-
dade, que havia sido praticado um homicídio, mas não foi tarefa fácil para o MP.
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A persecução penal tem o propósito de buscar a autoria, a materialidade e as circunstân-
cias do crime.
Alguém que pratica um homicídio para ficar com a herança da vítima está numa circuns-
tância X; alguém que pratica um homicídio porque a vítima daquele homicídio havia estu-
prado a sua própria filha, a circunstância é Y – numa há uma qualificadora do homicídio e, na
outra, talvez, um privilégio daquele homicídio, uma diminuição da pena.
Sistema inquisitório.
•
• Sistema acusatório.
• Sistema misto ou francês.
O Brasil adota o sistema acusatório, mas não de maneira pura, de uma maneira MITIGADA.
O sistema acusatório puro impede que o juiz realize qualquer ato investigatório, venha a
propor qualquer ato que incida nessa relação processual.
O Código de Processo Penal (CPP) vai de encontro, é contrário ao sistema acusatório.
O art. 5º do CPP permite que o juiz requisite a instauração de IP – o sistema acusatório puro
não admite isso porque o juiz, ao requisitar a instauração de um IP, está se valendo por uma
das partes.
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O novo Pacote Anticrime (Lei n. 13.964/2019) traz de maneira expressa no art. 3º-A que
o Brasil adota o sistema acusatório e, em alguns artigos, retira algumas funções do juiz, que
estavam relacionados ao sistema inquisitório como, por exemplo, a prisão preventiva, que
antigamente podia ser decretada de ofício pelo juiz com base na Ação Penal.
Hoje, o juiz não pode mais decretar a prisão preventiva em nenhuma fase.
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DIRETO DO CONCURSO
1. (CESPE/2018/ABIN/OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA) Acerca dos princípios ge-
rais, das fontes e da interpretação da lei processual penal, bem como dos sistemas de
processo penal, julgue o item que se segue.
A publicidade, a imparcialidade, o contraditório e a ampla defesa são características
marcantes do sistema processual acusatório.
COMENTÁRIO
No sistema acusatório os processos são públicos garantidas a imparcialidade, o con-
traditório e a ampla defesa.
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COMENTÁRIO
a. Separação de funções de acusar e julgar (acusatório).
b. Contraditório na atividade das partes (acusatório).
c. Publicidade dos atos processuais, como regra (acusatório, com algumas exceções).
d. No sistema acusatório o juiz é equidistante das partes. Quem investiga é o delegado
de polícia na fase inquisitorial e o Ministério Público na fase da Ação Penal. O juiz não
pode investigar.
e. Liberdade probatória, desde que as provas sejam lícitas.
COMENTÁRIO
a. O julgador é protagonista na busca pela prova (inquisitorial).
b. As decisões precisam ser fundamentadas.
c. A atividade probatória é atribuição natural das partes (acusatório).
d. As funções de acusar e de julgar não são concentradas em uma pessoa.
e. As decisões são públicas.
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GABARITO
1. C
2. d
3. c
�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Érico de Barros Palazzo.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
ANOTAÇÕES
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