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Conforme o art. 2.

º do CPP, “A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem


prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior”. Isso independente
da fase processual em que se encontra a ação penal. [sistema do isolamento dos atos
processuais]

Cuidado... esse artigo é simples, mas MUITO cobrado em provas do CESPE:

 CESPE/MPE-PI/2012/Analista Ministerial: A lei processual penal, no tocante à


aplicação da norma no tempo, como regra geral, é guiada pelo princípio da
imediatidade, com plena incidência nos processos em curso, independentemente
de ser mais prejudicial ou benéfica ao réu, assegurando-se, entretanto, a validade
dos atos praticados sob a égide da legislação anterior. (correto)
 CESPE/DPU/2010/Defensor Público Federal: O direito processual brasileiro
adota o sistema do isolamento dos atos processuais, de maneira que, se uma lei
processual penal passa a vigorar estando o processo em curso, ela será
imediatamente aplicada, sem prejuízo dos atos já realizados sob a vigência da lei
anterior. (correto)
 CESPE/AGU/2007/Advogado da União: Em relação à lei processual penal no
tempo, vigora o princípio do efeito imediato, segundo o qual tempus regit actum.
De acordo com tal princípio, as normas processuais penais têm aplicação imediata,
mas consideram-se válidos os atos processuais realizados sob a égide da lei
anterior. (correto)
 CESPE/AGU/2009/Advogado da União: A lei processual penal não se submete
ao princípio da retroatividade in mellius, devendo ter incidência imediata sobre
todos os processos em andamento, independentemente de o crime haver sido
cometido antes ou depois de sua vigência ou de a inovação ser mais benéfica ou
prejudicial. (correto)
INQUÉRITO POLICIAL

CPP, art. 6º Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade


policial deverá:

I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação


das coisas, até a chegada dos peritos criminais;          

II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos
criminais;  

 SE LIGUE! §2º, art. 242, CPP: NÃO SERÁ permitida a apreensão de


documento em poder do defensor do acusado, SALVO quando constituir
elemento do corpo de delito.

III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas


circunstâncias;

IV - ouvir o ofendido;

V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do
Título VII, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas
testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura;

VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;

VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer


outras perícias;

VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e


fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes;

IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e


social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do
crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do
seu temperamento e caráter.

X - colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se


possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos
cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa.      
O inquérito policial pode ser iniciado por queixa realizada pela vítima de crime na
delegacia de polícia. (ERRADO) – PEGADINHA DO CESPE

QUEIXA é o o nome da peça processual acusatória utilizada pelo MP quando a


instauração do IP depender de requerimento do ofendido.

Quando a vítima vai até a delegacia e comunica o crime sofrido há uma DELATIO
CRIMINIS POSTULATÓRIA.

Conforme Renato Brasileiro: "Apesar de, vulgarmente, qualquer notícia de infração penal à
autoridade policial ser chamada de 'denúncia' ou 'queixa', sabemos que, tecnicamente,
denúncia e queixa-crime são os nomes das peças acusatórias do processo penal , não se
confundindo, pois, com a notitia criminis encaminhada por qualquer do povo ou pelo
próprio ofendido à autoridade policial".

O nome correto dessa forma de instauração do inquérito é "requerimento do


ofendido" e não queixa.

gue outras formas que o Inquérito Policial pode ser iniciado:

 Notitia criminis de cognição imediata – acontece quando o IP é aberto em razão


de atividades de rotina da policia.
 Notitia criminis de cognição mediata – aqui o conhecimento do fato criminoso
acontece por meio de um expediente formal como, por exemplo, uma requisição do
MP.
 Notitia criminis de cognição coercitiva – é o IP iniciado por meio do flagrante
delito.

A delatio criminis, que é uma forma de notitia criminis, pode ser:

 Delatio criminis simples – Comunicação realizada por qualquer do povo.


 Delatio criminis inqualificada – É a chamada “denúncia anônima” (nome
popular).
 Delatio criminis postulatória - já explicada no início do comentário.

Outros pontos que podem ser perguntados...

1º- A Delatio criminis simples e Delatio criminis inqualificada tem alguma coisa em


comum? Sim, ambas as formas podem ser feitas por qualquer do povo, contudo na última
(inqualificada) as pessoas se valem do anonimato.

2º- É constitucional a Delatio criminis inqualificada? Sim!!! Só que temos que ficar


atentos, pois a instauração do IP não pode ser de bate pronto. Ou seja, recebeu a
informação e instaurar de imediato.

3º- Como deve ser o procedimento ao receber uma denúncia anônima? Fazer uma
Verificação de Procedência/Preliminar de Informações (VPI) que são diligências
preliminares.
INQUÉRITO POLICIAL > É um procedimento administrativo informativo, destinado a
apurar a existência de infração penal e sua autoria, a fim de que o titular da ação penal
disponha de elementos suficientes para promove-la.

NATUREZA > Trata-se de uma instrução provisória, preparatória e informativa.

FINALIDADE > Seu destinatário imediato é o ministério público (nos crimes de ação penal
pública), ou o ofendido (nos casos de ação penal privada).

CARACTERÍSTICAS > É IDOSO
>> Escrito, Inquisitivo Dispensável Oficial Sigiloso Oficioso

AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA)

1. De ofício, pela autoridade policial


2. Mediante requerimento do ofendido ou representante legal
3. Por meio de requisição do MP ou Ministro da Justiça
4. Por intermédio do auto de prisão em flagrante
5. Virtude de delatio criminis anônima, após apuração preliminar

 Art. 20.  A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação


do fato ou exigido pelo interesse da sociedade.
 SV 14 É direito do defensor, no interesse do representado,
ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em
procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia
judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.

3. O prazo para a conclusão do inquérito policial, em caso de investigado solto: é


impróprio; assim, pode ser prorrogado a depender da complexidade das investigações.
(HC n. 653.299/SC, relatora Ministra Laurita Vaz, relator para acórdão Ministro Sebastião
Reis Júnior, Sexta Turma, julgado em 16/8/2022, DJe de 25/8/2022.

FAZ COISA JULGADA MATERIAL


 ATIPICIDADE DO FATO ou INEXISTÊNCIA DO CRIME: Reconhecido
pelo STF, STJ e CESPE
 CAUSA EXTINTIVA DA PUNIBILIDADE (Salvo, Certidão de Óbito Falsa):
Reconhecido pelo STF
 EXCLUDENTE DE ILICITUDE: Reconhecido pelo STJ (Há divergência no
informativo 858 do STF).
 EXCLUDENTE DE CULPABILIDADE, salvo, inimputabilidade (absolvição
imprópria): DOUTRINA

Coisa julgada FORMAL

 Insuficiência probatória (falta de provas)


 Falta de justa causa
 Falta de pressuposto processual objetivo.

É POSSIVEL DESARQUIVAR? BIZU:

1. Insuficiência de provas: SIM

2. Ausência de pressuposto processual ou de condição da ação penal: SIM

3. Falta de justa causa para a ação penal (não há indícios de autoria ou prova da
materialidade): SIM

ATIPICIDADE: NÃO

EXC. ILICITUDE: STJ NÃO, STF SIM

EXC. CULPABILIDADE: NÃO

EXT. PUNIBILIDADE: NÃO, EXCETO: CERT. DE ÓBITO FALSA

Se o Ministério Público promove o arquivamento do inquérito ou requer o seu


retorno ao delegado de polícia para novas diligências, não cabe queixa
subsidiária (STJ. 6ª Turma. AgRg no AREsp 1049105/DF, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz,
julgado em 18/10/2018)

Apenas é cabível a ação privada subsidiária da pública quando o MP perder o prazo para
o oferecimento da denúncia.
A Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que o trancamento do
inquérito policial, assim como da ação penal, é medida excepcional, só sendo admitida
quando dos autos emergirem, de plano, e sem a necessidade de exame aprofundado e
exauriente das provas, a atipicidade da conduta, a existência de causa de extinção da
punibilidade e a ausência de indícios de autoria de provas sobre a materialidade do delito.

AÇÃO PENAL

No CPP:

Art. 25.  A representação será irretratável, depois de oferecida a denúncia.

Sendo assim, a representação é retratável até o momento em que antecede o


oferecimento da denúncia

Na Lei Maria da Penha:

Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida de que
trata esta Lei, só será admitida a renúncia à representação perante o juiz, em audiência
especialmente designada com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido
o Ministério Público.
Sendo assim, a representação é retratável até o momento em que antecede o
recebimento o RECEBIMENTO da denúncia.

ANPP

CPP, Art. 28. Não sendo caso de arquivamento e tendo o investigado confessado


formal e circunstancialmente a prática de infração penal SEM VIOLÊNCIA OU
GRAVE AMEAÇA e COM PENA MÍNIMA INFERIOR A 4 ANOS, o Ministério Público
poderá propor ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL, desde que necessário e
suficiente para reprovação e prevenção do crime, mediante as seguintes condições
ajustadas cumulativa e alternativamente:

III - prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por período correspondente


à pena mínima cominada ao delito diminuída de um a dois terços , em local a ser
indicado pelo juízo da execução, na forma do ;   
COMPETENCIA

 CHEQUE SEM FUNDO:

 competência passou a ser do local do domicílio da vítima. - Art. 70. (...) § 4º Nos crimes
previstos no art. 171 do (...) Código Penal, quando praticados (...) mediante emissão
de cheques sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado (...) : A competência
será definida pelo local do domicílio da vítima

 CHEQUE CLONADO, ADULTERADO OU FALSIFICADO:

 Competência é o local da: OBTENÇÃO DA VANTAGEM ilícita.  

 ESTELIONATO MEDIANTE TRANSFERÊNCIAS BANCÁRIAS PARA CONTA


DO ESTELIONATÁRIO:

A competência passou a ser do local do domicílio da vítima. - Art. 70. (...) § 4º Nos
crimes previstos no art. 171 do (...) Código Penal, quando praticados mediante depósito
(...)

 ESTELIONATO MEDIANTE TRANSFERÊNCIAS DE VALORES:

a competência será definida pelo local do domicílio da vítima (...).

QUAL É A AÇÃO PENAL NO CASO DO CRIME DE ESTELIONATO?

 Em regra, é crime de ação penal pública condicionada à representação.

Exceções:

Será de ação penal incondicionada quando a vítima for:

a) a Administração Pública, direta ou indireta;

b) criança ou adolescente;

c) pessoa com deficiência mental; ou

d) maior de 70 (setenta) anos de idade ou incapaz.         (cometido em idosos de 60 a


69 anos o agente que cometeu delito tem uma majorante) (lembrar do art 171)

 Entendimentos acerca do tema:

Para que se configure o delito de estelionato (art. 171 do Código Penal), é necessário que
o Agente, induza ou mantenha a Vítima em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro
meio fraudulento, de maneira que esta lhe entregue voluntariamente o bem ou a
vantagem. Se não houve voluntariedade na entrega, o delito praticado é o de furto
mediante fraude eletrônica (art. 155, § 4.º-B, do mesmo Estatuto) (CC 181.538/SP, Rel.
Ministra LAURITA VAZ, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 25/08/2021, DJe 01/09/2021).

A mudança na ação penal do crime de estelionato, promovida pela Lei 13.964/2019,


retroage para alcançar os processos penais que já estavam em curso?
NÃO.  STJ. 32 Seção. HC 610201/SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 24/03/2021
(Info 691). STF. 1ª Turma. HC 187341, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em
13/10/2020.

- SIM. STF. 2ª Turma. HC 180421 AgR/SP, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 22/6/2021
(Info 1023).

Art. 69. Determinará a competência jurisdicional:

I - o lugar da infração:

II - o domicílio ou residência do réu;

III - a natureza da infração;

IV - a distribuição;

V - a conexão ou continência;

VI - a prevenção;

VII - a prerrogativa de função. 

Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a
infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de
execução. 
STF - É necessário que realizem, no prazo de 24 horas, audiência de custódia em todas
as modalidades prisionais, inclusive prisões temporárias, preventivas e
definitivas .Rcl 29.303 AgR, Rel. Min. Edson Fachin

(...) audiência de custódia, como se vê, não se cinge à ambiência das pessoas presas


em razão de flagrância, alcançando, como agora disposto no Código de Processo
Penal, também os presos em decorrência de mandados de prisão temporária e
preventiva. (STF - Rcl: 50138 PA 0063475-06.2021.1.00.0000, Relator: EDSON FACHIN,
Data de Julgamento: 12/11/2021, Data de Publicação: 17/11/2021).

“A falta de audiência de custódia constitui irregularidade, não fastando a prisão


preventiva, uma vez atendidos os requisitos do artigo 312 do Código de Processo Penal e
observados direitos e garantias versados na Constituição Federal” (STF. 1ª Turma. HC
198.784, Rel. Min. Marco Aurélio, Dje em 16/06/2021).

Res. 213/15 CNJ

 Art. 4º A audiência de custódia será realizada na presença do MP e DP, caso a


pessoa detida não possua defensor constituído no momento da lavratura do
flagrante.
 Parágrafo único. É VEDADA a presença dos agentes policiais responsáveis
pela prisão ou pela investigação durante a audiência de custódia.

(CESPE - 2019 - DPE-DF - Defensor Público) Segundo o CPP, na audiência de custódia,


diante da constatação da desnecessidade de prisão preventiva e da situação de pobreza
de Valter, o juiz deverá estabelecer a liberdade provisória desvinculada e sem
fiança. ERRADO

 É uma liberdade provisória ‘vinculada’ ou condicionada. 

Art. 270.  O corréu no mesmo processo não poderá intervir como assistente do


Ministério Público(CESPE 2023)

PROVAS

- VESTÍGIO é todo objeto ou material bruto, visível ou latente, constatado ou recolhido,


que se relaciona à infração penal

O AGENTE PÚBLICO que reconhecer um elemento como de potencial interesse para a


produção da prova pericial fica responsável por sua preservação

- Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por PERITO


OFICIAL, portador de DIPLOMA DE CURSO SUPERIOR.

Na falta de perito oficial, o exame SERÁ REALIZADO por 2


PESSOAS IDÔNEAS, portadoras de diploma de curso
superior preferencialmente na área específica, dentre as que tiverem habilitação
técnica relacionada com a natureza do exame.

- Infração deixar vestígios è  será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou


indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.

Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os


vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.

SEQUESTRO (medida assecuratória)

REQUISITOS para decretação do sequestro:

 CPP, Art. 126. Para a decretação do sequestro, bastará a existência de indícios


veementes da proveniência ilícita dos bens.
 Pode sobre BENS IMÓVEIS (art. 125 do CPP) OU BENS MÓVEIS (art. 132 do
CPP) adquiridos com os proventos da infração penal:
 CPP, art. 125. Caberá o sequestro dos BENS IMÓVEIS, adquiridos pelo indiciado
com os proventos da infração, ainda que já tenham sido transferidos a terceiro.
 CPP, art. 132. Proceder-se-á ao sequestro dos BENS MÓVEIS se, verificadas as
condições previstas no art. 126, não for cabível a medida regulada no Capítulo Xl
do Título Vll deste Livro.

LEGITIMIDADE para representar/requerer:

 CPP, Art. 127. O juiz, de ofício, a requerimento do MP ou do ofendido, ou


mediante representação da autoridade policial, poderá ordenar o sequestro,
em qualquer fase do processo ou ainda antes de oferecida a denúncia ou
queixa.

Pacote Anticrime -> permite utilização de bem sequestro apreendido (CPP, artigo


133-A)

 Art. 133-A. O juiz poderá autorizar, constatado o interesse público, a utilização


de bem sequestrado, apreendido ou sujeito a qualquer medida
assecuratória pelos órgãos de segurança pública...

Complemento:

 SEQUESTRO: para apreender imóveis e moveis proventos do crime (que foram


adquiridos com o dinheiro do crime, por exemplo);
 BUSCA E APREENSÃO: busca o próprio produto da infração, e não o bem
comprado com ele (Ex.: arma que foi usada para matar);
 ARRESTO: incide sobre o patrimônio LÍCITO do agente, não é proveniente da
prática delituosa. Serve para garantir uma indenização futura à vítima. Só
poderão ser arrestados os bens penhoráveis e se o acusado não tiver bem imóveis
ou se estes forem insuficientes. Despois será submetido à hipoteca legal.
 HIPOTECA LEGAL: o valor arrecadado do acusado será destinado à vítima e o
que sobrar será do Poder Público. É feita por meio de uma inscrição no
registro público para que não seja vendido/transferido a terceiros de boa-fé.
 Obs.: o Arresto pode incidir tanto sobre bens IMÓVEIS quanto MÓVEIS, mas a
preferência legal é sobre IMÓVEL (art. 136 c/c 137, CPP).
 Arresto É medida "PRÉ-HIPOTECA", uma indisponibilidade imediata do bem, pra
evitar a alienação até que se conclua o procedimento da Hipoteca, que
demora mais por exigir um "lero-lero" maior (documentação pra especificação
do imóvel, até a inscrição no Registro de Imóveis).
 Decretado o Arresto, o interessado tem 15 dias pra promover o processo de
inscrição da Hipoteca Legal (art. 136, CPP).

Outra abordagem

CESPE - 2013 - TJ-ES

Tanto a hipoteca legal quanto o arresto recaem sobre bens obtidos licitamente pelo
autor do crime, diferentemente do que ocorre no caso do sequestro, medida assecuratória
que atinge os bens móveis e imóveis do indiciado ou acusado adquiridos com o proveito
da infração penal. CERTO
Esquematizando provas:

 Provas cautelares --> Risco de Desaparecimento do objeto --> Depende de


autorização judicial
 Provas não repetíveis --> Não tem como serem produzidas novamente --> Não
depende de autorização judicial (Ex.: exame de corpo de delito)
 Provas antecipadas --> Possuem contraditório real --> Depende de autorização
judicial

APROFUNDANDO

PROVAS NÃO REPITÍVEIS: São aquelas que não têm como serem novamente coletadas,
pois ocorrerá o desaparecimento da fonte probatória.

Ex.: exame de corpo de delito. Exame pericial em infrações que deixem vestígios. 

Não necessita de autorização judicial (Pode ser determinada pela autoridade policial.


Refere-se a evento passado e certo).

Contraditório diferido/postergado (A parte pode até tomar conhecimento antes, porém,


vai contraditar em momento oportuno)

PROVAS CAUTELARES: São aquelas em que ocorre risco de desaparecimento do objeto


da prova em razão do decurso do tempo, movidas por necessidade e urgência. Se não
forem produzidas naquele momento não haverá outra oportunidade idêntica, se esvaindo a
prova. 

Ex.: Busca e apreensão; Interceptação telefônica. 

Precisa de autorização judicial (Refere-se a evento futuro e incerto)

Contraditório diferido/postergado (A parte tomará conhecimento da prova após a


diligência, sob pena de torná-la ineficaz).

PROVAS ANTECIPADAS: São aquelas produzidas em momento processual distinto


daquele legalmente previsto ou até mesmo pré-processualmente, em virtude de situação
de urgência e relevância.

Ex.: Arts.149, § 2°( dúvida sobre a integridade mental do acusado), 225 (testemunha


houver de ausentar-se, ou, por enfermidade ou por velhice, inspirar receio de que ao
tempo da instrução criminal já não exista,), 366 do CPP e Art. 19-A da Lei 9.807/99.

Precisa de autorização judicial.

Contraditório real (A parte está perante a autoridade judiciária).


SUSPEIÇÃO

CPP, art. 254

I - se for AMIGO íntimo ou INIMIGO capital de qualquer deles;

II - se ele, seu CAD (Tio não!), estiver respondendo a PROCESSO por FATO


ANÁLOGO, sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia;

III - se ele, seu cônjuge, ou parente, consanguíneo, ou afim, até o 3º grau,


inclusive, SUSTENTAR DEMANDA ou responder a PROCESSO (ação) que tenha de ser
julgado por qualquer das partes;

IV - se tiver ACONSELHADO qualquer das partes;

V - se for CREDOR ou DEVEDOR, TUTOR ou CURADOR, de qualquer das partes;

Vl - se for SÓCIO, ACIONISTA ou ADMINISTRADOR de sociedade interessada no


PROCESSO.

#BIZU...

IMPEDIMENTO (ART. 252 DO CPP)

 “Tiver funcionando”
 “Ele próprio”

SUSPEIÇÃO (ART. 254 DO CPP)

 “Se for”
 “Se ele”
 “Se tiver”
PRISÃO

Não é mais possível, com base no ordenamento jurídico vigente, a atuação ‘ex


officio’ do Juízo processante em tema de privação cautelar da liberdade. STJ. 3ª
Seção. RHC 131.263, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 24/02/2021 (Info 686).
STF. 2ª Turma. HC 188888/MG, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 6/10/2020 (Info 994).

OBS.: O que acontece se o juiz decretar a prisão preventiva de ofício (sem


requerimento)?

 Regra: a prisão deverá ser relaxada por se tratar de prisão ilegal.


 Exceção: se, após a decretação, a autoridade policial ou o Ministério
Público requererem a manutenção da prisão, o vício de ilegalidade que maculava
a custódia é suprido (convalidado) e a prisão não será relaxada. STJ. 5ª Turma.
AgRg RHC 136.708/MS, Rel. Min. Felix Fisher, julgado em 11/03/2021 (Info 691).
PRINCÍPIO DO PAS DE NULLITÉ SANS GRIEF NO PROCESSO PENAL

1) A decretação da nulidade de ato processual requer prova inequívoca do


prejuízo suportado pela parte, em face do princípio pas de nullité sans grief, sendo
assim, NÃO HÁ NULIDADE SEM PREJUÍZO.

Art. 563 CPP • Nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo para
a acusação ou para a defesa.

A suspensão só ocorre se NÃO comparecer ou NÃO constituir advogado.

CPP, art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir
advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz
determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso,
decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no .
RECURSOS

O habeas corpus não constitui via própria para impugnar Decreto de Governador de


Estado sobre adoção de medidas acerca da apresentação do comprovante de
vacinação contra a COVID-19 para que as pessoas possam circular e permanecer em
locais públicos e privados.

STJ. 2ª Turma. RDC no HC 700.487-RS, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em


22/02/2022 (Info 726).

O STJ entendeu que, neste caso, o autor está impetrando um habeas corpus contra um
ato normativo em tese, o que não se admite conforme entendimento consolidado da
jurisprudência:

Súmula 266-STF: Não cabe mandado de segurança contra lei em tese.

O habeas corpus não é o meio adequado para se buscar o reconhecimento do


direito a visitas íntimas. Isso porque não está envolvido no caso o direito de ir e vir.
STF. 1ª Turma. HC 138286, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 5/12/2017 (Info 887)

Não cabe habeas corpus para tutelar o direito à visita em presídio.

STF. 1ª Turma. HC 128057/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de
Moraes, julgado em 1º/8/2017 (Info 871)

Art. 798.  Todos os prazos correrão em cartório e serão contínuos e peremptórios, não


se interrompendo por férias, domingo ou dia feriado.

§ 1  Não se computará no prazo o dia do começo, incluindo-se, porém, o do


vencimento.

A Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que a contagem de prazo
processual penal não obedece o art. 219 do NCPC e, portanto, não é feita em dias úteis,
mas em dias corridos, nos termos do art. 798 do CPP.

 Não se computará o dia do começo, incluindo-se, porém, o do vencimento →


logo, marco inicial para contagem = 1º dia útil subsequente à intimação. 

 Terminou em domingo ou feriado ⇒  prorrogado até o dia útil imediato.

STF Súmula 310: "Quando a intimação tiver lugar na sexta-feira, ou a publicação com
efeito de intimação for feita nesse dia, o prazo judicial terá início na segunda-feira
imediata, salvo se não houver expediente, caso em que começará no primeiro dia
útil que se seguir".

2- Marco inicial - salvo os casos expressos, os prazos correrão:

a) da intimação;

b) da audiência ou sessão em que for proferida a decisão, se a ela estiver presente a


parte;

c) do dia em que a parte manifestar nos autos ciência inequívoca da sentença ou


despacho.

Lei 14.365/22:  suspende-se nos dias entre 20 de dezembro e 20 de janeiro, salvo:    

I - envolver réus presos, nos processos vinculados a essas prisões;       

II - procedimentos regidos pela Lei nº 11.340/06 (Lei Maria da Penha);         

III - medidas consideradas urgentes, via despacho fundamentado do juízo


competente.       
 Durante o período = vedado realizar audiências ou sessões
de julgamento, salvo nas hipóteses I, II e III.  

*obs: já era previsto que os prazos não correrão por impedimento do juiz, força maior, ou
obstáculo judicial oposto pela parte contrária.

LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE

DA INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA

Art. 5º, CF, XII e Lei 9.296/96

Requisitos: incisos do artigo 2º da Lei 9.296/96

Em síntese é preciso comprovar que:

1. indícios de autoria em infração penal;


2. a prova não pode ser colhida por outro meio;
3. o delito apurado é punido com reclusão

-> Tem prazo de 15 dias, que pode ser renovado quantas vezes houver


necessidade (desde que se demonstre a imprescindibilidade)

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DA CAPTAÇÃO DE SINAIS AMBIENTAIS

Meio de obtenção de provas → art. 3º, II, Lei 12.850/13

O Pacote Anticrime regulamentou tal técnica, enxertando o art. 8º-A na Lei 9.296/96

É a materializada em ambientes não abertos ao público

Requisitos legais:

1. demonstração de que a prova não pude ser feita por outros meios
disponíveis e igualmente eficazes
2. elementos probatórios razoáveis de autoria e participação
3. infrações criminais cujas penas máximas sejam superiores a 4 anos ou em
infrações penais conexas

Captação Ambiental = Não pode de oficio pelo Juiz

Interceptação Telefônica = Pode de oficio pelo Juiz

Lei 9.296/96:

-> Captação Ambiental

Art. 8º-A. Para investigação ou instrução criminal, poderá ser autorizada pelo juiz, a
requerimento da autoridade policial ou do Ministério Público, a captação ambiental de
sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos, quando:

-> Interceptação Telefônica

Art. 3° A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada pelo juiz, de
ofício ou a requerimento:
Pontos importantes, interceptação telefônica:

4. O que é: Ouvir uma ligação sem que os 2 interlocutores saibam! - é sigiloso.


5. Finalidade: Provas! Pode ser na investigação ou na fase processual.
6. Autorizada: Por juiz competente de ofício ou a requerimentos: Polícia no IP - MP
no processo.
7. Prazo do juiz conceder: 24 horas
8. Juiz precisa: fundamentar - sob pena de nulidade!! O pedido pode ser verbal.
9. Prazo: 15 + 15
10. Quem realiza: Policia, MP pode ouvir.
11. Autorizada: Por juiz competente de OFÍCIO ou a requerimentos: Polícia no IP -
MP no processo.
12. Quando não pode: se houver outro meio de provar, se não houver indícios de
autoria, se for só detenção.
13. Pontos importantes da captação ambiental:
14. O que é: Captar sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos sem que
participantes saibam.
15. Finalidade: Provas! Pode ser na investigação ou na fase processual.
16. Autorizada: Requerimento do MP ou delegado! Juiz e ofício não pode!
17. Prazo: 15 + 15, por decisão judicial - crime continuado, habitual ou permanente.
18. Quando pode: Houver elementos probatórios - não houver outra forma de prova -
pena maior de 4anos ou conexa
19. Detalhe geral:
20. O material gravado que não for necessário será descartado por decisão judicial.
Por pedido do MP ou acusado! No IP - no processo ou depois dele.
21. colegas qconcurso

Lei 9.099/95, art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido por juízes togados ou togados
e leigos, tem competência para a conciliação, o julgamento e a execução das infrações
penais de menor potencial ofensivo, respeitadas as regras de conexão e continência.

AÇÃO CONTROLADA
 Lei de Organização Criminosa: NÃO precisa de autorização judicial (art. 8 da Lei
de Organização Criminosa)

 Lei de Lavagem de Dinheiro: precisa de autorização judicial (art. 4-B da Lei de


Lavagem)

 Lei de Drogas: precisa de autorização judicial (art. 53, II, da Lei de Drogas)

JURISPRUDENCIAS RELEVANTES QUE CAIRAM

A existência de denúncia anônima da prática de tráfico de drogas somada à fuga do


acusado ao avistar a polícia, por si sós, não configuram fundadas razões a autorizar o
ingresso policial no domicílio do acusado sem o seu consentimento ou sem
determinação judicial.

STJ. 5ª Turma. RHC 89.853-SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 18/02/2020 (Info
666).
ASSSOSSIAÇÃO X ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA

Diferenças:

a)     Associação Criminosa – Art. 288 do CP:

a.      Associarem-se três ou mais pessoas;

b.     Dispensa estrutura ordenada e divisão de tarefas;

c.      A busca da vantagem para o grupo e o mais comum, porém é dispensável;

d.     Para o fim específico de cometer crimes (dolosos, não importando o tipo ou sua pena
– atos imorais ou contravencionais não entram nesse tipo).

b)     Organização Criminosa – Art. 2° da Lei 12.850/2013:

a.      Associação de quatro ou mais pessoas;

b.     Pressupões estrutura ordenada e divisão de tarefas, ainda que informalmente;

c.      Com o objetivo de obter vantagem de qualquer natureza (financeira; sexual...)

d.     Mediante a prática de infrações penais (crime + contravenção) cujas penas máximas


sejam superiores a quatro anos ou sejam de caráter transnacional.

c)      Constituição de Milícia – Art. 288-A:

a.      Constituir organização paramilitar, milícia particular ou grupo de extermínio;

b.     Apesar de dispensar, em regra, apresenta divisão de tarefas;

c.      Busca de vantagem é dispensável;

d.     Com a finalidade de praticar qualquer dos crimes previstos no CÓDIGO PENAL

OBS: 288 cabe somente para crimes, sendo este previstos no CP ou em outras Leis; já o
288-A é somente para os crimes tipificados no Código Penal.

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