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Processual Penal
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CONTEÚDO
INQUÉRITO POLICIAL�����������������������������������������������������������������3
Conceito de inquérito policial��������������������������������������������������������3
Natureza jurídica�����������������������������������������������������������������������������3
Características do inquérito policial���������������������������������������������4
Valor probatório do inquérito policial�������������������������������������������7
Vícios������������������������������������������������������������������������������������������������8
Procedimento investigatório face aos servidores vinculados
aos órgãos da segurança da pública (art. 144, CF/1988)��������8
Incomunicabilidade��������������������������������������������������������������������� 10
Notícia crime��������������������������������������������������������������������������������� 10
Prazos para conclusão do inquérito policial����������������������������� 12
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INQUÉRITO POLICIAL
Persecução
Crime Pena
Investigações + Processo judicial
sanção.
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Características do inquérito policial
Inquisitivo
No inquérito policial não há partes, acusação e defesa; temos somente o
delegado de Polícia investigando um crime e, consequentemente, um suspeito.
Nele, não há contraditório nem ampla defesa.
Como na fase da investigação não existe nenhuma acusação nem partes, não
há que se falar em contraditório e ampla defesa, pois o Direito Constitucional
previsto no art. 5º, LV, da CF/1988 é válido para as partes de um processo. Além
do inquérito policial não ter partes, é um procedimento e não um processo,
conforme descrito na Constituição Federal.
Escrito
Todas as diligências realizadas no curso de um inquérito policial devem ser
passadas a termo (escritas), para que seja facilitada a troca de informações entre
os órgãos responsáveis pela persecução penal.
O delegado de Polícia tem a faculdade de filmar ou gravar diligências realiza- Características do inquérito policial
das, mas isso não afasta a obrigação de transcrever todas por escrito.
Art. 405, § 1º, CPP Sempre que possível, o registro dos depoimentos do
investigado, indiciado, ofendido e testemunhas será feito pelos meios ou
Inquérito policial
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Discricionário
Discricionariedade é a liberdade dentro da lei (esta determina ou autoriza a
atuação do Estado). Assim, o delegado tem liberdade para a adoção e condução
das diligências adotadas no curso de um inquérito policial.
Oficial
A realização do inquérito policial é atribuição de um órgão oficial do Estado
(Polícia Judiciária), com a presidência deste incumbida à autoridade policial do
Oficioso
Inquérito policial
Deve instaurar o inquérito policial de ofício, nos termos do art. 5º, I, do CPP,
procedendo, então, às diligências investigatórias para obter elementos de infor-
5 mação quanto à infração penal e sua autoria. 5
No caso de crimes de ação penal pública condicionada à representação e
de ação penal de iniciativa privada, a instauração do IP está condicionada à
manifestação da vítima ou de seu representante legal.
Sigiloso
Ao contrário do que ocorre no processo, o inquérito não comporta publicidade,
sendo procedimento essencialmente sigiloso, disciplinando o art. 20, do CPP:
Classificação do sigilo:
Indisponível
A persecução criminal é de ordem pública e, uma vez iniciado o inquérito,
o delegado de Polícia não pode dispor dele. Se diante de uma circunstância
fática o delegado percebe que não houve crime, nem em tese, não deve iniciar
o inquérito policial. Contudo, uma vez iniciado o procedimento investigativo,
deve levá-lo até o final, não podendo arquivá-lo em virtude de expressa vedação
6 contida no art. 17 do CPP. 6
Art. 17, CPP A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de
inquérito.
Dispensável
Da leitura de dispositivos que regem a persecução penal preliminar, a exemplo
art. 39, § 5º, do CPP, podemos concluir que o inquérito não é imprescindível para
a propositura da ação penal.
Art. 155, CPP O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova
produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua deci-
Inquérito policial
São colhidas na fase investigatória, porque não podem ser produzidas nova-
mente na fase processual devido ao seu fácil perecimento.
Perícia nos vestígios do crime: para que essas provas tenham valor probató-
rio de justificar uma sentença na fase processual, é necessário que elas sejam
submetidas à ampla defesa e ao contraditório diferido ou postergado, ou seja,
durante a fase processual.
Prova antecipada
Vícios
Os vícios do inquérito policial são seus defeitos ou suas nulidades, e a dúvida
é se aqueles podem ou não causar nulidades ao processo futuro. A resposta é
negativa, pois o IP não tem a força de condenar ninguém; assim, seus defeitos
serão apurados pelos órgãos competentes (Corregedoria, Ministério Público).
Dessa forma, podemos concluir que o delegado não pode ser considerado impe-
Inquérito policial
Procedimentoinvestigatóriofaceaosservidoresvinculadosaosórgãosdasegurançadapública(art.144,Cf/1988)
48 (quarenta e oito) horas, indique defensor para a representação do
investigado.
§ 3º Havendo necessidade de indicação de defensor nos termos do §
2º deste artigo, a defesa caberá preferencialmente à Defensoria Públi-
ca, e, nos locais em que ela não estiver instalada, a União ou a Unidade
da Federação correspondente à respectiva competência territorial do
procedimento instaurado deverá disponibilizar profissional para acom-
panhamento e realização de todos os atos relacionados à defesa admi-
nistrativa do investigado.
§ 4º A indicação do profissional a que se refere o § 3º deste artigo de-
verá ser precedida de manifestação de que não existe defensor público
lotado na área territorial onde tramita o inquérito e com atribuição para
nele atuar, hipótese em que poderá ser indicado profissional que não
integre os quadros próprios da Administração.
§ 5º Na hipótese de não atuação da Defensoria Pública, os custos com
o patrocínio dos interesses dos investigados nos procedimentos de que
Inquérito policial
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Incomunicabilidade
É importante saber que a incomunicabilidade não foi recepcionada pela
CF/1988 e está tacitamente sem efeitos, mas suas regras são cobradas em
questão de concurso.
Notícia crime
Notícia crime (notitia criminis) é o conhecimento espontâneo ou provocado
por parte da autoridade policial de um fato aparentemente criminoso. Por meio
dela, a autoridade policial dará início às investigações.
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Segundo o CPP, diante de um requerimento, o delegado pode recusar-se a
iniciar as investigações e, nesse caso, é cabível recurso ao chefe de Polícia (art.
5º, § 2º, CPP).
Requisição
Representação
Regra geral
Como regra geral, para os crimes da atribuição da Polícia Civil estadual, o
prazo para a conclusão do inquérito é de 10 dias, estando o indiciado preso
(prazo improrrogável), e de 30 dias, se o agente está solto. Este prazo comporta
prorrogação, a requerimento do delegado e mediante autorização do juiz (art. 10,
CPP), não especificando a lei qual o tempo de prorrogação nem quantas vezes
poderá ocorrer, o que nos leva a crer que esta se dá em razão da natureza das
diligências necessárias e a complexidade da investigação.
Art. 3º-B, § 2º, CPP Se o investigado estiver preso, o juiz das garantias
poderá, mediante representação da autoridade policial e ouvido o Mi-
nistério Público, prorrogar, uma única vez, a duração do inquérito por
até 15 (quinze) dias, após o que, se ainda assim a investigação não for
concluída, a prisão será imediatamente relaxada.
Indiciamento
É o ato da autoridade policial que comunica a uma pessoa que ela é a suspeita
de ter praticado determinado crime e está sendo investigada em um inquérito
policial. O indiciamento não é um ato discricionário, pois se fundamenta nas
provas colhidas durante as diligências. Se as provas apontam um suspeito, ele
deve ser indiciado; se não apontam, o delegado não pode indiciar ninguém.
investigação.
Art. 13-B Se necessário à prevenção e à repressão dos crimes rela-
cionados ao tráfico de pessoas, o membro do Ministério Público ou o
delegado de polícia poderão requisitar, mediante autorização judicial, às
empresas prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática
que disponibilizem imediatamente os meios técnicos adequados – como
sinais, informações e outros – que permitam a localização da vítima ou
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dos suspeitos do delito em curso.
§ 1º Para os efeitos deste artigo, sinal significa posicionamento da esta-
ção de cobertura, setorização e intensidade de radiofrequência.
§ 2º Na hipótese de que trata o caput, o sinal:
I – não permitirá acesso ao conteúdo da comunicação de qualquer natu-
reza, que dependerá de autorização judicial, conforme disposto em lei;
II – deverá ser fornecido pela prestadora de telefonia móvel celular por
período não superior a 30 (trinta) dias, renovável por uma única vez, por
igual período;
III – para períodos superiores àquele de que trata o inciso II, será neces-
sária a apresentação de ordem judicial.
§ 3º Na hipótese prevista neste artigo, o inquérito policial deverá ser
instaurado no prazo máximo de 72 (setenta e duas) horas, contado do
registro da respectiva ocorrência policial.
§ 4º Não havendo manifestação judicial no prazo de 12 (doze) horas, a
autoridade competente requisitará às empresas prestadoras de serviço
de telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem imediatamente
os meios técnicos adequados – como sinais, informações e outros – que
permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do delito em curso,
com imediata comunicação ao juiz.
Art. 10, § 1º, CPP A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido
apurado e enviará autos ao juiz competente.
Arquivamento do inquérito
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