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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ

BRUNO DO CARMO INAJOSA


CAIO FELIPE MACHADO AMORIM
LEONAM MANOEL FRANÇA NEGRÃO

SEMIÓTICA JURÍDICA DA AÇÃO PENAL NO DIREITO PENAL BRASILEIRO

MACAPÁ – AP
2021
1 MÉTODO 3
1.1 METODOLOGIA PARA AULA INVERTIDA 3

2 INTRODUÇÃO 4

3 RESULTADOS 5
3.1 CONDIÇÕES GERAIS 5
3.1.1 Legitimidade de parte 5
3.1.2 Interesse de agir 5
3.1.3 Possibilidade jurídica do pedido 6
3.1.4 Justa Causa 6
3.2 AÇÃO PENAL PÚBLICA 6
3.2.1 Exceção à Legitimidade Ad Causam do Ministério Público 7
3.2.2 Ação Penal Pública Incondicionada 8
3.2.4 Ação Penal no Crime Complexo 9
3.3 AÇÃO PENAL PRIVADA 9
3.3.1 Princípios da Ação Penal Privada 9
3.3.2 Ação Penal Privada Propriamente Dita 10
3.3.3 Ação Penal Privada Personalíssima 10
3.3.4 Ação Penal Privada Subsidiária da Pública 11

4 DISCUSSÕES 12
4.1 QUESTÃO UM 12
4.2 QUESTÃO DOIS 12
4.3 QUESTÃO TRÊS 13
4.4 QUESTÃO QUATRO 13
4.5 QUESTÃO CINCO 13

REFERÊNCIAS 14

2
1 MÉTODO

Trabalho fenomenológico-hermenêutico em consonância aos padrões


recomendados à praxe acadêmica normatizados pela Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT). Por fichamento, entendido como a coleta orientada
de tópicos e informações, compila-se neste as ideias contextualizadas e
sistematizadas que se destacam ante a doutrina, bem como apontamentos
autorais sobre o instituto da ação penal.
Para a subseção que trata da ação penal pública, utilizou-se a obra de
Cleber Masson, cognominada “Direito Penal”, que encontra-se disponível à
venda em amazon.com.br. A este suporte inclui-se, a fim de tornar cristalino o
entendimento a ser exposto na aula invertida, o vídeo “Ação Penal
esquematizada” hospedado no link de internet disponibilizado gratuitamente em
<https://www.youtube.com/watch?v=YXmHNrFlOPg>.

1.1 METODOLOGIA PARA AULA INVERTIDA

A aula invertida conceitua-se como a inversão do paradigma onde o


professor é o titular da palavra numa aula, do termo flipped classroom, o
modelo de interação ganha espaço com a democratização da educação e o
avanço tecnológico dentro da Academia.
Para apresentação, utilizou-se a plataforma conferênciaweb.rnp.br
onde é permitida a interação entre interlocutores comparada às plataformas de
videoconferência hodiernamente difundidas. No entanto, é comum sermos
sabotados pelo link de internet (realidade nacional). Nessa perspectiva, o grupo
se preparou conjuntamente com reuniões que antecederam a apresentação
final a fim de que cada integrante apresentasse ao grupo a seção de sua
responsabilidade e que, dessa forma, todos estivessem seguros sobre todas as
seções do tema “ação penal”.
Nosso enfoque foi expor a matéria apontando diretamente na lei penal
a sua aparição, bem como clarificar textos truncados e aparentemente
confusos.

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2 INTRODUÇÃO

Ações penais instauram a persecução penal com iniciativa vinculada ao


titular fixado em lei ou, ainda, ao Ministério Público quando não encontrada
previsão legal no tipo penal para isto, além disso, podem de antemão requerer
uma titularidade pública aditando-se representação do ofendido,
intrinsecamente configurando requisição do particular e, em casos ínsitos, a
requisição do Ministro da Justiça.
Deve-se a princípios mater da ordem jurídica a institucionalização da
Ação Penal que prevê garantias ao réu ante a estigmatização suscitada
previamente a sentença em primeira instância - e seguramente até mesmo logo
depois de oferecida denúncia-crime (em casos de crimes mais escandalosos),
ou, nos de titularidade particular, a queixa-crime -, logo, cabe lembrar dos
laureados princípios da ampla defesa e do contraditório, sendo a capacidade
do querelado, tendo em vista o Direito Processual Penal, de postular em
antítese àquela levantada pelo querelante. Além disso, o devido processo legal
como princípio lastreador do direito ao processo (art 5° LIV, CF) merece esta
citação pela recorrência desde seu papel norteador à magna carta de 1215
assinada por João Sem-Terra até hodiernamente, quando se atestam
desumanidades dentro do sistema penitenciário brasileiro.
Para a fiel compreensão da Ação Penal à luz do que é estatuído pelo
DEL2848, o Código Penal, é fundamental a compreensão do Título VII
compreendido do art. 100 ao art. 106 deste documento. Nessa perspectiva, o
recorte de artigos no decorrer da seção dos Resultados e Discussões será
pontual no sentido de expor no texto a vontade do legislador somada à
interpretação jurisprudencial.
É objeto de grande confusão pela linguagem comum a utilização da
terminologia empregada para os instrumentos de reclamação (semântica usual)
usados no instituto em questão, mais especificamente quando referem-se os
indivíduos alheios à diastrática jurídica à notícia-crime como queixa, tentando
descrever o ato de ir à delegacia e relatar o suposto crime. Aquela constitui a
descrição ao delegado da ofensa atestada pelo ofendido, sendo o próprio
delegado responsável por abrir inquérito a ser encaminhado ao Ministério
Público - nos casos de crimes objetos de ação penal pública.
A subdivisão entre ações penais públicas e privadas diz respeito à
titularidade da iniciativa da ação penal, importando mais profundamente à
quem interessa a persecução penal - nesse caso, o início dela -, e, ainda,
resultando em proteção do interesse público evidenciado pela perquirição pelo
Ministério Público nos casos de ação penal pública.

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3 RESULTADOS

3.1 CONDIÇÕES GERAIS

Para que seja possível proceder com a ação é necessário que ela
preencha alguns requisitos formais. As condições estabelecidas para o
processo penal são as mesmas do processo civil: a possibilidade jurídica do
pedido, o interesse de agir e a legitimidade das partes (ad causam). Além
dessas três condições, existe uma quarta que é específica do processo penal,
qual seja, justa causa.
Tais condições garantem que a persecução penal tenha utilidade e seja
feita de acordo com o devido processo legal. Isso porque atender aos
requisitos impede que haja algum tipo de abuso de direito, que recursos do
judiciário sejam utilizados em vão e que a parte acusada seja processada sem
um mínimo de evidências.
Por condição da ação, pode-se entender a necessidade de a ação
apresentar determinadas características para que possa dar início ao
procedimento adequado. Trata-se do mínimo possível para que se estabeleça
uma relação processual entre as partes.
Portanto, para que a ação cumprir com os requisitos faz-se necessária a
conjugação dos seguintes elementos: legitimidade de parte, interesse de agir,
possibilidade jurídica do pedido e justa causa.

3.1.1 Legitimidade de parte

Se a ação for pública deve ser feita pelo membro do Ministério Público.
Como polo ativo, um dos membros do MP - o Promotor de Justiça
(competência estadual) ou o Procurador da República (competência federal) –
deve propor a ação. Já na existência de ação penal privada, prevalece a
legitimidade do ofendido ou representante legal, por meio de queixa-crime, a
ser manejada por advogado devidamente inscrito nos quadros da OAB.

3.1.2 Interesse de agir

Materializa-se no trinômio necessidade, adequação e utilidade. Deve


haver necessidade para bater às portas do judiciário no intuito de solver a
demanda, através do meio adequado, e este provimento deve ter a capacidade
de trazer algo de relevo, útil ao autor. Deve-se também atentar que o interesse

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de agir faz-se presente quando não houver extinção da punibilidade e
estiverem presentes os indícios de autoria e materialidade da infração penal.

3.1.3 Possibilidade jurídica do pedido

Para que alguém seja processado por uma infração penal, o fato
descrito da ação penal deve ser típico, isto é, existir previsão legal. No
Processo Penal, a ação penal deve ser motivada para a aplicação de uma
pena ou medida de segurança, pois são as únicas possibilidades de execução
penal.

3.1.4 Justa Causa

Espécie excedente, apontada por Afrânio Silva Jardim como condição


imprescindível para persecução penal por meio de ação penal pública,
constituída pela prova de materialidade e indício de autoria, configurando-se
materialidade. Tanto a ação pública condicionada quanto à incondicionada
estão vinculadas à justa causa, difere-se essa por estar incondicionada à
condição de procedibilidade (condição específica).
A ausência da materialidade (justa causa) pode caracterizar coação
ilegal conforme artigo 648 do CPP:
Art. 648. A coação considerar-se-á ilegal:

I - Quando não houver justa causa;

Decorrendo, ainda, proposição de habeas corpus segundo artigo 667


do mesmo código:
Art. 647. Dar-se-á habeas corpus sempre que
alguém sofrer ou se achar na iminência de sofrer
violência ou coação ilegal na sua liberdade de ir e
vir, salvo nos casos de punição disciplinar. (Grifos
meus).

3.2 AÇÃO PENAL PÚBLICA

Já que tutelam bens jurídicos de grande valor e, ainda, sempre são de


titularidade do Ministério Público - representante do Estado que ocupa o polo
passivo constante (MASSON, 2020) -, as ações penais públicas são
necessariamente iniciadas quando o MP entrega a denúncia-crime ao poder
judiciário, essa destacada por ser o instrumento inicial - “petição inicial” -
exclusivo da ação penal pública. Decerto, as ações penais refletem o direito de
execução do direito penal objetivo por parte do poder público - detentor do jus

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puniendi -, independente do direito material, aquele constituído pelo tipo penal
e sua pena. Observa-se o texto do artigo 100 da lei penal:

Art. 100 - A ação penal é pública, salvo quando a


lei expressamente a declara privativa do ofendido.

O artigo citado não se refere ao princípio da inafastabilidade da


jurisdição lastreada pelo artigo 5° XXXV, “a lei não excluirá da apreciação do
Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”, já que é impossível afastar o
instituto da ação penal do Poder Judiciário. Destarte, o legislador se refere à
titularidade das ações a serem postuladas (MP ou particular).
Ações penais públicas constituem a maioria das ações em processo no
Poder Judiciário, restando às ações penais privadas uma pequena parcela das
propostas - que tende a se reduzir por ser inteiramente do interesse do
particular ofendido. E dentro das ações penais públicas, as incondicionadas
são a maioria.
A subdivisão entre espécies de ações penais (incondicionada e
condicionada) é pronunciada pelo art. 100 § 1°:

“A ação pública é promovida pelo Ministério


Público, dependendo, quando a lei o exige, de
representação do ofendido ou de requisição do
Ministro da Justiça.” (DEL2848)(grifos meus).

A representação do ofendido se confunde com a requisição, cujo


caráter também se confunde com concordância ao MP de prosseguimento do
oferecimento da denúncia. Depreende-se disso uma mitigação do interesse de
persecução penal, quando o objeto de ações penais condicionadas se
relacionam a crimes de baixo e médio teor ofensivo. Resumidamente, ações
penais públicas condicionadas requerem concordância (representação) - ou
requisição do Ministro da Justiça em casos de crimes políticos específicos - do
ofendido para denúncia pelo Ministério Público.

3.2.1 Exceção à Legitimidade Ad Causam do Ministério Público

É sabido que a titularidade para propor ações penais públicas está


vinculada ao Ministério Público e quando feita por particular sujeita-se a
declaração de ilegitimidade ad causam, entretanto, quando houver omissão
do mesmo quando decorrido o prazo para oferecimento da denúncia-crime ao
Poder Judiciário (constantes no CPP), pode o particular iniciar ação privada -
subsidiária da pública -, lê-se no artigo 100, §3°:

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§ 3º - A ação de iniciativa privada pode intentar-se
nos crimes de ação pública, se o Ministério
Público não oferece denúncia no prazo legal.

Não obstante, não perde o Ministério Público a legitimidade ativa


(capacidade de figurar parte no processo), não se configurando extinção da
punibilidade (HC 72254/CE).

3.2.2 Ação Penal Pública Incondicionada

Merece tal denominação por não estar condicionada à representação


do ofendido (requisição), entretanto, seu condicionamento à condição geral da
justa causa é constante. Sua elevada recorrência se deve a sua inerência aos
crimes de médio/grave teor ofensivo, dessa forma, pode-se afirmar que seus
objetos correspondem à violações de bens jurídicos de alta estima: vida,
liberdade, propriedade, etc.

3.2.3 Ação Penal Pública Condicionada

O teor desta espécie de ação penal pública relaciona-se com a


mitigação do interesse de proposição de tal, ou seja, apesar do interesse ser
de titularidade do Ministério Público, o oferecimento da denúncia desse só
pode ser efetivada com a formação de representação pelo ofendido: por meio:

Art. 100, §1 - A ação pública é promovida pelo


Ministério Público, dependendo, quando a lei o
exige, de representação do ofendido ou de
requisição do Ministro da Justiça.

A representação do ofendido pode ser feita por quatro sujeitos, como


estatuído pelo CPP: o próprio ofendido; procurador, não necessariamente com
inscrição na OAB; representante legal; curador especial, com poderes
especiais.
Tal representação respeita prazo legal, configurando seu decurso falta
de interesse pela persecução penal, vedando ao MP de continuar tal ação,
extinguindo-se a punibilidade:
Art. 103 - Salvo disposição expressa em contrário,
o ofendido decai do direito de queixa ou de
representação se não o exerce dentro do prazo de
6 (seis) meses, contado do dia em que veio a

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saber quem é o autor do crime, ou, no caso do §
3º do art. 100 deste Código, do dia em que se
esgota o prazo para oferecimento da denúncia.

3.2.4 Ação Penal no Crime Complexo

Quando cometido um crime objeto de ação penal pública e, ao mesmo


tempo, crime objeto de ação penal privada, prevalece a ação penal pública:

Art. 101 - Quando a lei considera como elemento


ou circunstâncias do tipo legal fatos que, por si
mesmos, constituem crimes, cabe ação pública
em relação àquele, desde que, em relação a
qualquer destes, se deva proceder por iniciativa do
Ministério Público.

3.3 AÇÃO PENAL PRIVADA

Também chamada de ação penal de iniciativa privada,conforme o


art.100 do Código Penal se dá quando o titular da ação, de modo exclusivo ou
subsidiário, é um particular nos casos em que a lei assim expressa
(Brasil,1940). Dessa forma, o ofendido (querelante) promove ativamente o
direito de acusar contra o réu (querelado) mediante a queixa. O oferecimento
da queixa deverá ser realizado dentro do prazo decadencial de 6 meses
contados a partir da data do conhecimento do autor do crime.
Ao elaborar a lei penal, o legislador optou por atribuir o início do
persecutio criminis ao ofendido, em razão de considerar o direito lesado e a
busca de punição estando diretamente relacionado ao íntimo do particular.
Destarte, percebe-se diferenças essenciais que se refletem nos princípios
norteadores da ação penal privada as quais serão analisadas a seguir.

3.3.1 Princípios da Ação Penal Privada

A ação penal privada é regida através de três princípios: oportunidade;


disponibilidade; Indivisibilidade.
O princípio da oportunidade permite ao titular da ação escolher o quão
oportuno é promover ou não a ação, isto é, em contrário ao estabelecido pelo
princípio da obrigatoriedade da ação penal pública, em que o Ministério Público
não pode deixar de atuar se houver infração.

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De forma similar, o princípio da disponibilidade tem sentido contrário à
disponibilidade da ação pública. Aqui, o titular pode se dispor da ação iniciada
por ele com o uso apropriado dos institutos jurídicos, como a perempção.
Por fim, o princípio da indivisibilidade trata de zelar o propósito da ação
penal como instrumento de justiça, garantindo que o particular não use da
titularidade para determinar quem será punido com base em seu julgamento
pessoal. Por meio dele, o Ministério Público atuará garantindo a indivisibilidade,
como expresso no art.48 do Código de Processo Penal:

Art. 48. A queixa contra qualquer dos autores do


crime obrigará ao processo de todos, e o
Ministério Público velará pela sua indivisibilidade.

3.3.2 Ação Penal Privada Propriamente Dita

Origina-se através da queixa do ofendido ou da pessoa em qualidade


para representá-lo.
Caso seja declarado ausente por decisão judicial ou tenha falecido, o
direito de oferecer queixa poderá ser exercido, nos termos do art.100,§ 4° do
Código Penal:
§ 4º - No caso de morte do ofendido ou de ter sido
declarado ausente por decisão judicial, o direito de
oferecer queixa ou de prosseguir na ação passa
ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.

3.3.3 Ação Penal Privada Personalíssima

Ocorre em infrações de danos tão íntimos que apenas a pessoa lesada


pode propor a ação, não permitindo o direito de queixa do cônjuge, ascendente
ou irmão.
Greco (2017,pg 859) cita como exemplo o delito de induzimento a erro
essencial e ocultação de impedimento, no qual seu parágrafo único expressa
que a ação penal decorre apenas do contraente enganado:

Parágrafo único - A ação penal depende de queixa


do contraente enganado e não pode ser intentada
senão depois de transitar em julgado a sentença
que, por motivo de erro ou impedimento, anule o
casamento.

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3.3.4 Ação Penal Privada Subsidiária da Pública

A subsidiária da pública, por sua vez, é precipuamente fundamentada


no art. 5°, LIX da Constituição Federal (Brasil,1988), e apresenta-se no código
penal com a seguinte redação:

§ 3º - A ação de iniciativa privada pode intentar-se


nos crimes de ação pública, se o Ministério
Público não oferecer denúncia no prazo legal.

O prazo legal referido é de 5 dias caso o ofensor esteja preso e 15 se


estiver em liberdade. Encerrando tal prazo, ao particular é permitido intentar a
ação penal, contudo com particularidades como os princípios da ação penal
pública regendo a ação e a atuação próxima do Ministério Público, a qual
poderá aditar a queixa, repudiá-la, oferecer denúncia substitutiva, fornecer
elementos de prova, dentre outros (art. 29 do CPP).
Cabe ressaltar que apenas é possível ao particular promover a ação
penal caso o MP permaneça em inércia, se este pedir o arquivamento ou o
retorno dos autos à delegacia, não será cabível a subsidiária da pública.

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4 DISCUSSÕES

4.1 QUESTÃO UM

“A”, convidado de “B” na festa de 15 anos de sua filha, estando


embriagado, toma o microfone e pronuncia injúrias contra “B” e sua
família, segundos depois saca do paletó uma arma de fogo, aponta para
“B”, mas não a dispara, interrompido por força externa, atendo-se aos
atos executórios. À luz do Direito Penal brasileiro, deve “A” ser réu em
ação penal pública ou privada, ou, ainda, ambas? Justifique sua resposta.
No direito penal brasileiro injúria (art. 140, CPP) é objeto de ação
penal privada, caracterizando-se crime contra a honra. Vale ressaltar que na
questão não se indica se a natureza da injúria se enquadra no §3° do mesmo
artigo, além disso, a embriaguez voluntária não é causa de extinção de
punibilidade. O fato do recorte da cena ter ido até o adentramento nos atos
executórios não descaracteriza o crime, pelo contrário, no Brasil se pune a
partir dos atos executórios. Sendo o tipo homicídio (art. 121) objeto de ação
penal pública, segundo o art. 101 do CP a ação penal movida contra “A” será
pública.

4.2 QUESTÃO DOIS

“L”, estagiário do Ministério Público do Amapá, verificou que as


correspondências destinadas ao seu endereço haviam sido abertas por
“J”, seu vizinho. Decorrido o tempo de 6 (seis) meses e 23 (vinte e três)
dias contados do conhecimento da autoria do crime, “L” decide formar
representação para oferecimento de denúncia-crime ao Poder Judiciário.
Sob a ótica do Código Penal brasileiro, sabendo que “J” é plenamente
capaz de constituir parte em processo, “J” será réu em ação penal
pública? Justifique.
O tipo “Devassar indevidamente o conteúdo de correspondência
fechada, dirigida a outrem” (art. 151) constitui objeto de ação penal pública
condicionada, entretanto, importa à questão apenas o prazo estatuído pelo
código penal no artigo 103 - seis meses para representação -, no decurso
desse prazo caracterizando decadência e perda do direito de persecução (jus
persequendi).

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4.3 QUESTÃO TRÊS

“T” pratica um crime contra a honra de “C” e “V”. Porém, antes do


ajuizamento da ação penal, “V” renuncia ao seu direito de oferecer a
queixa-crime contra “T”. Diante disto, “C” poderá propor a ação penal?
Explique.
Comando encontrado no artigo 106, II. Mesmo que um dos ofendidos
renuncie, o outro não perde o direito de oferecer queixa-crime.

4.4 QUESTÃO QUATRO

Ação penal pode ser classificada em ação penal pública e ação


penal privada. Explique o que seja cada uma, bem como caracterize suas
subdivisões.

4.5 QUESTÃO CINCO

Quais são as condições da ação? Explique cada uma.

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REFERÊNCIAS

JESUS, Damásio de. Direito Penal, vol 1. 37 ed. São Paulo: Saraiva
Educação, 2020.
GRECO, Rogério. Curso de direito penal: parte geral, volume 1. 19 ed.
Niterói: impetus, 2017.
MASSON, Cleber. Direito Penal: parte geral. 14 ed. Rio de Janeiro: Forense;
São Paulo: Método, 2020.

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