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INQUÉRITO POLICIAL

PROF. DALILA MARQUES


ATIVIDADE INVESTIGATIVA E INQUÉRITO
POLICIAL
• Inquérito Policial e Atividade Investigativa são a mesma coisa?
NÃO São a mesma coisa.

• A atividade investigativa é gênero, do qual decorre o inquérito


policial.

• O problema e logo, o erro, é pensar que só se investiga através


de inquérito (exclusivamente). Um pertence ao outro, mas não
se confundem.
ATIVIDADE INVESTIGATIVA
• Conceito – Toda e qualquer ação praticada por um ÓRGÃO ESTATAL
(Exclusiva do Estado) com o intuito de obter elementos de
informações

• A Atividade Investigativa é um gênero, e dela decorrem algumas
espécies. Quais seriam elas?

• a) Inquérito Policial – presidido pelo delegado de polícia


(civil/federal) – função de polícia judiciária, art. 144, §§ 1 e 4 CF/88;
ATIVIDADE INVESTIGATIVA
• b) PIC – Procedimento Investigativo Criminal – presidido pelo
M.P. (MP não preside o I.P.) Função de Investigação Penal, art.
129, IX, CF/88 – Prerrogativas do MP, e dentre elas está a de
exercer outras funções desde que compatíveis com sua
finalidade. Esta é a de Opinio delict (opinião formada pelo MP
quando oferece a denúncia);

• c) Inquérito Policial Militar – CPPM – Investigação Militar com


previsão no art. 3.
ATIVIDADE INVESTIGATIVA
• d) CPI’S – Comissão Parlamentar de Inquérito – Investigação
feita pelo Congresso Nacional. A CPI não decreta prisão
preventiva. A CPI funciona como qualquer órgão investigativo.
Não tem reserva de jurisdição.

• e) ABIN – Agência Brasileira de Investigação


PRERROGATIVAS DO DELEGADO- LEI 12 830/13
• Art. 2º As funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais
exercidas pelo delegado de polícia são de natureza jurídica, essenciais e
exclusivas de Estado.

• FUNÇÃO DE POLÍCIA JUDICIÁRIA : polícia judiciária tem função


repressiva. ocorre após a prática de um crime.
• polícia de segurança: função preventiva e é ostensiva. visa impedir a
prática de um crime.

• NATUREZA DA ATIVIDADE DE INVESTIGAÇÃO: JURÍDICA E ESSENCIAL E


EXCLUSIVA DO ESTADO
PRERROGATIVAS DO DELEGADO- LEI 12 830/13
• § 1º Ao delegado de polícia, na qualidade de autoridade policial, cabe a
condução da investigação criminal por meio de inquérito policial ou
outro procedimento previsto em lei, que tem como objetivo a apuração
das circunstâncias, da materialidade e da autoria das infrações penais.

• PRESIDÊNCIA DO IP: delegado de polícia

• FINALIDADE DO IP: buscar elementos de materialidade, autoria e


cirscunstâncias da prática de um crime
PRERROGATIVAS DO DELEGADO- LEI 12 830/13
• § 2º Durante a investigação criminal, cabe ao delegado de polícia a
requisição de perícia, informações, documentos e dados que interessem
à apuração dos fatos.

• avocação e redistribuição do IP: § 4º O inquérito policial ou outro


procedimento previsto em lei em curso somente poderá ser avocado ou
redistribuído por superior hierárquico, mediante despacho
fundamentado, por motivo de interesse público ou nas hipóteses de
inobservância dos procedimentos previstos em regulamento da
corporação que prejudique a eficácia da investigação.
PRERROGATIVAS DO DELEGADO- LEI 12 830/13
• § 5º A remoção do delegado de polícia dar-se-á somente por ato
fundamentado.

• INDICIAMENTO:- O que é indiciamento? R: Indiciamento vem de “indiciar”


que decorre de “indícios”, que são os elementos ainda que mínimos que
demonstram a participação de alguém em um crime. O indiciamento é o que
você chama de “principal suspeito”.
• Indiciamento em Tribunais Superiores – STF entende que precisa de
autorização para que o Delegado indicie alguém com Foro Privilegiado. O STJ
entende que não precisa de autorização para investigar ou indiciar. É o tema
de Supervisão Judicial.
PRERROGATIVAS DO DELEGADO- LEI 12 830/13

• INDICIAMENTO:
• § 6º O indiciamento, privativo do delegado de polícia, dar-se-á por ato
fundamentado, mediante análise técnico-jurídica do fato, que deverá
indicar a autoria, materialidade e suas circunstâncias.

• É ATO PRIVATIVO DO DELEGADO


• DEVE SER FUNDAMENTADO
• SOMENTE OCORRE NO IP
INQUÉRITO POLICIAL- NOÇÕES GERAIS
• Natureza Jurídica do Inquérito Policial

• Inquérito é processo ou procedimento? R: Procedimento . Não há


relação jurídica, nem autor e nem réu. Logo não se trata de processo, e
sim de procedimento! ENDOPROCESSUAL.

• O Inquérito Policial é um procedimento ADMINISTRATIVO, pré-


processual.
INQUÉRITO POLICIAL- NOÇÕES GERAIS
• II - Finalidade do Inquérito – art. 4º. Trazer elementos informativos que
devem comprovar MATERIALIDADE, CIRCUNSTÂNCIA E AUTORIA

• Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no


território de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração
das infrações penais e da sua autoria.

• Parágrafo único. A competência definida neste artigo não excluirá a de


autoridades administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma
função.
INQUÉRITO POLICIAL- NOÇÕES GERAIS
• Características: E.I.D.O.S.O.

• Dispensável – Não precisa do Inquérito para iniciar a ação penal, art. 12


e 39, §5º CPP. O MP pode iniciar Ação Penal mesmo sem o Inquérito
Policial.
• Art. 12. O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que
servir de base a uma ou outra.
• § 5o O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se com a
representação forem oferecidos elementos que o habilitem a promover a
ação penal, e, neste caso, oferecerá a denúncia no prazo de quinze dias.
INQUÉRITO POLICIAL- NOÇÕES GERAIS
• Escrito – Reduzido a termo, art. 9º, CPP.
• Art. 9o Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado,
reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela
autoridade.

• Oficial – Art. 4º, CPP, competência da Polícia Judiciária.

• Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no


território de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração
das infrações penais e da sua autoria.
INQUÉRITO POLICIAL- NOÇÕES GERAIS
• Oficiosidade – Art 5, I, CPP. A investigação pode iniciar de ofício, sem
provocação. Delegado iniciando sem requerimento prévio, podendo-o
fazer a depender do crime cometido. Não se aplica as ações penais
públicas condicionadas e as ações penais privadas.

• Art. 5o Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:

• I - de ofício;
INQUÉRITO POLICIAL- NOÇÕES GERAIS
• Sigiloso – art. 20 CPP. Sigilo necessário, que se divide em interno e
externo. Este alcança toda a sociedade, mas não aos interessados
(indiciado, promotor, delegado). O primeiro é um nível acima que
alcança ao réu e seu advogado, o juiz e os promotores tem acesso, mas
não terão acesso o réu e o seu advogado.

• Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à


elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade.
INQUÉRITO POLICIAL- NOÇÕES GERAIS
• SIGILOSO SV 14 diz que se terá acesso as provas que já estiverem documentadas.

• Discricionariedade – O delegado tem autonomia. No CPP, encontra-se no art. 14. O


referido artigo diz que a vítima e o indiciado podem requerer diligências ao
delegado, não sendo obrigado, este, a aceitar ou realizar, fazendo-o se quiser.

• exceção. É obrigado a realizar diligência quando se tratar de Exame de Corpo de


Delito, estando também o juiz obrigado, art. 184 CPP.
• requisição de diligência, pelo juiz ou pelo MP. Nesse caso, há obrigação do Delegado
em cumprir a diligência.
INQUÉRITO POLICIAL- NOÇÕES GERAIS
• Indisponibilidade – Para o próprio delegado! Embora presida a investigação, ele não
pode pedir e nem mandar arquivar o Inquérito Policial, não participando do
arquivamento. O Pacote Anticrime não modificou essa situação.

• Inquisitivo – Não possui, de regra, ampla defesa e contraditório. Não é


processo!
• Há resquícios desses princípios. Baseado no Pacote Anticrime: art. 14-A,
duas situações que envolvem citação e intimação no inquérito. Em
relação a Ampla Defesa, podemos identificar, no inquérito, através do
direito ao silêncio, não se autoincriminar, ter presença de um defensor.
NOTITIA CRIMINIS
• Não está tipificada no Código, mas é importante saber que é uma fase
anterior à Instauração do Inquérito Policial.

• Existem diversas formas de comunicação do fato criminoso.

• Difere Notitia Criminis e Formas de Instauração do Inquérito Policial.

• I – Espontânea/direta – Hipótese em que a própria autoridade policial


(delegado) toma ciência do fato criminoso espontaneamente. Se dá por
meio de comunicação informal (TV, rádio, rua, pessoa).
NOTITIA CRIMINIS
• III – Coercitiva – Envolve a figura da prisão em flagrante. Além de
comunicar o fato criminoso se apresenta alguém preso. Seria a figura do
condutor que apresenta o individuo à autoridade policial. Lavratura do
APFD (Laudo de Prisão em Flagrante, art. 304 a 304 CPP).

• IV – Inqualificada – Denúncia Anônima. Pode ser feita de forma oral ou


escrita. A primeira seria como, por exemplo, através de um disk-
denúncia. Na forma escrita poderia ser na forma de texto apócrifo (sem
se identificar).
NOTITIA CRIMINIS
• A CF/88 veda o anonimato, pois, por ser anônima impediria a
responsabilidade criminal daquele denuncia caluniosamente. O STF decidiu
sobre o tema, impondo algumas regras: A denúncia anônima não é viável
para a instauração IMEDIATA do inquérito, mas reconheceu a validade desta
modalidade como “notícia do crime”.

• É possível receber a comunicação de um fato criminoso através de uma


denúncia anônima, entretanto, não pode instaurar de imediato, o inquérito.

• Regra: ao receber a denúncia anônima, o delegado deve verificar a


veracidade da notícia crime.
NOTITIA CRIMINIS
• Exceção: possibilidade de instauração imediata do I.P. nessa modalidade
quando a denúncia anônima for o próprio corpo de delito.

• Exemplo: Pedido de resgate/sequestro. Nesse caso, o pedido de resgate


através de bilhete permite a instauração de inquérito policial sem verificação.
NOTITIA CRIMINIS
• INDIRETA

• Já a “notitia criminis” por cognição mediata ou indireta, é aquela em que a


autoridade competente toma conhecimento da infração penal por meio de
uma provocação formal, que na hipótese do art. 5º do CPP compreende o
requerimento da vítima ou do seu representante legal, e a requisição do juiz e
do Ministério Público.
NOTITIA CRIMINIS
• INDIRETA

• Delatio criminis é a comunicação de um fato feita pela vítima ou qualquer do


povo com identificação. Tem como espécies a delatio criminis postulatória e a
delatio criminis simples.

• A delatio criminis postulatória é aquela em que a vítima ou qualquer do povo


comunica o fato a autoridade policial e pede a instauração do inquérito.

• Já a delatio criminis simples é aquele em que a vítima ou qualquer do povo só


comunica o fato à autoridade.
FORMAS DE INSTAURAÇÃO DO INQUÉRITO
• AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA: PRECISA DA REPRESENTAÇÃO DA
VÍTIMA
• EX: AMEAÇA

• AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA: PERTENCE AO MP


• EX: HOMICÍDIO

• AÇÃO PENAL PRIVADA: PRECISA DE REQUERIMENTO DO OFENDIDO


• EX: HONRA
FORMAS DE INSTAURAÇÃO DO INQUÉRITO
• Art. 5o Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:

• I - de ofício;

• II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou


a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.

• AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA


• REQUISIÇÃO DO MP OU JUIZ
• REQUERIMENTO DO OFENDIDO OU REPRESENTANTE
FORMAS DE INSTAURAÇÃO DO INQUÉRITO
• AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA:
• § 4o O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de
representação, não poderá sem ela ser iniciado.

• AÇÃO PENAL PRIVADA:


• § 5o Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá
proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para
intentá-la.
FORMAS DE INSTAURAÇÃO DO INQUÉRITO
• INDEFERIMENTO DA INSTAURAÇÃO DO IP: § 2o Do despacho que
indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o
chefe de Polícia.

• Na Ação Penal Privada o requerimento tem viés de autorização. O


Delegado não é obrigado a instaurar inquérito. Art. 5º, §2º diz que se o
Delegado não instaurar o inquérito a requerimento da vítima, esta,
poderá apresentar recurso (não judicial) administrativo que será enviado
para o Chefe de Polícia.
FORMAS DE INSTAURAÇÃO DO INQUÉRITO
• § 3o Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração
penal em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à
autoridade policial, e esta, verificada a procedência das informações, mandará
instaurar inquérito. AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA

• DELATIO CRIMINIS
• Trata-se de uma espécie de notitia criminis, consubstanciada pela comunicação de
uma infração penal feita à autoridade policial por qualquer pessoa do povo.
Dependendo do caso concreto, pode até funcionar como uma notitia criminis de
cognição imediata (espontânea), se a comunicação ocorrer durante as atividades
policiais rotineiras, ou como notitia criminis de cognição mediata (provocada), no
caso de terceiro fazer a comunicação de expediente escrito.
DILIGÊNCIAS INVESTIGATÓRIAS
• Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade
policial deverá:

• I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e


conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais; (Redação dada
pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994)

• II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos
peritos criminais; (Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994)

• III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas
circunstâncias;
DILIGÊNCIAS INVESTIGATÓRIAS
• IV - ouvir o ofendido;

• V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo


III do Título Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas
testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura;

• VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;

• VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a


quaisquer outras perícias;

• VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e


fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes;
DILIGÊNCIAS INVESTIGATÓRIAS
• IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar
e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do
crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a
apreciação do seu temperamento e caráter.

• X - colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem


alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados
dos filhos, indicado pela pessoa presa. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)

• Art. 7o Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de


determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada
dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública.
ENCERRAMENTO DO INQUÉRITO
• O inquérito se encerra das seguintes maneiras:

• término das diligências necessárias

• esgotamento do prazo

• Quanto ao prazo deve-se analisar o tipo de prisão e se o investigado está solto ou


preso:

• prisão em flagrante
• prisão preventiva: o prazo corre do cumprimento efetivo do mandado de prisão
ENCERRAMENTO DO INQUÉRITO
• Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em
flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia
em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto,
mediante fiança ou sem ela.

• § 1o A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará autos ao juiz
competente.

• § 2o No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que não tiverem sido inquiridas,
mencionando o lugar onde possam ser encontradas.

• § 3o Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a autoridade poderá
requerer ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores diligências, que serão realizadas no
prazo marcado pelo juiz. PRORROGAÇÃO DO PRAZO DE 30 DIAS PREVISTO NO CAPUT
ENCAMINHAMENTO DO INQUÉRITO
• Art. 10
• § 1o A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará os
autos ao juiz competente.

• Art. 11. Os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessarem à prova,
acompanharão os autos do inquérito.

• Art. 12. O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir
de base a uma ou outra.
ENCAMINHAMENTO DO INQUÉRITO
• O JUIZ COMPETENTE ANALISA O INQUÉRITO E VERIFICA SE É DE AÇÃO PÚBLICA OU
PRIVADA

• Se pública envia ao MP, que pode:


• Oferecer denúncia
• devolver os autos para diligências necesssárias (Art. 16. O Ministério Público não
poderá requerer a devolução do inquérito à autoridade policial, senão para novas
diligências, imprescindíveis ao oferecimento da denúncia.)
• Pedir o arquivamento
• Acordo de não persecução penal
ENCAMINHAMENTO DO INQUÉRITO
• NEGATIVA DE ARQUIVAMENTO PELO JUIZ:

• Se o juiz entender que não cabe arquivamento envia o I.P para o Procurador Geral
que pode:
• Arquivar
• Concordar com o juiz e remeter os autos a outro promotor
• Oferecer denúncia

• SE PRIVADA: Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública, os autos do
inquérito serão remetidos ao juízo competente, onde aguardarão a iniciativa do
ofendido ou de seu representante legal, ou serão entregues ao requerente, se o
pedir, mediante traslado.
ARQUIVAMENTO

• É UMA ATO ENDOPROCESSUAL COMPLEXO: precisa de dois órgãos para poder ser
realizado.

• MP solicita e o juiz homologa

• COISA JULGADA MATERIAL: O arquivamento, em regra, não faz coisa julgada


material, pois se o fizesse, a matéria não poderia ser vista novamente. E, conforme o
CPP, se surgir novas provas, poderá ser realizado o desarquivamento.
• Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade
judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a
novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia.
ARQUIVAMENTO
• EXCEÇÃO À COISA JULGADA MATERIAL

• STJ E STF
• Atipicidade do fato
• Extinção da punibilidade: prescrição, decadência e perempção, morte do acusado,
anistia, graça ou indulto, deixar de ser crime etc

• DIVERGÊNCIA ENTRE O STJ E STF


• Excludentes de ilicitude: estado de necessidade, legítima defesa, estrito
cumprimento do dever legal, exercício regular do direito etc.
ARQUIVAMENTO

• DIVERGÊNCIA ENTRE O STJ E STF


• Excludentes de ilicitude: estado de necessidade, legítima defesa, estrito
cumprimento do dever legal, exercício regular do direito etc.

• STJ: ENTENDE QUE FAZ COISA JULGADA MATERIAL, ASSIM NÃO PODE DESARQUIVAR

• STF: ENTENDE QUE NÃO FAZ COISA JULGADA MATERIAL

• DA DECISÃO DE ARQUIVAMENTO NÃO CABE RECURSO, SALVO QUANDO SE TRATAR:


• Crime contra a economia popular (recurso de ofício)
• jogo do bicho
TRANCAMENTO
• EMENTA
• PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. PRETENSÃO DE TRANCAMENTO DE INQUÉRITO
POLICIAL QUE APURA A PRÁTICA DO CRIME DE LAVAGEM DE CAPITAIS. LIMINAR DEFERIDA
PARA SUSPENDER O PROCEDIMENTO.
• DEMONSTRAÇÃO DA NECESSIDADE DE DILIGÊNCIAS PARA A FORMAÇÃO DA OPINIO DELICTI
PELO TITULAR DA AÇÃO PENAL. INEXISTÊNCIA, ADEMAIS, DE EXTRAPOLAÇÃO DA
RAZOABILIDADE. INQUÉRITO INSTAURADO EM 14/7/2020.
• INDICIADO SOLTO. COLETA DE ELEMENTOS QUE DENOTARIAM A PRÁTICA DE ATOS DE
LAVAGEM. DEMONSTRADA A INDISPENSABILIDADE DE DILIGÊNCIAS COMPLEMENTARES.
CONSTRANGIMENTO ILEGAL. AUSÊNCIA.
• 1. É cediço neste Superior Tribunal o entendimento de que somente é cabível o
trancamento de inquérito policial ou ação penal por meio da via eleita quando houver
comprovação, de plano, da ausência de justa causa, seja em razão da atipicidade da conduta
supostamente praticada pelo acusado, seja pela ausência de indícios de autoria e da
materialidade delitiva, ou ainda, pela incidência de causa de extinção da punibilidade.
PACOTE ANTICRIME-
• PRAZO DO INQUÉRITO:

• § 2º Se o investigado estiver preso, o juiz das garantias poderá, mediante


representação da autoridade policial e ouvido o Ministério Público, prorrogar, uma
única vez, a duração do inquérito por até 15 (quinze) dias, após o que, se ainda
assim a investigação não for concluída, a prisão será imediatamente relaxada.
PACOTE ANTICRIME-
• ARQUIVAMENTO

• Art. 28. Ordenado o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer elementos informativos da mesma
natureza, o órgão do Ministério Público comunicará à vítima, ao investigado e à autoridade policial e
encaminhará os autos para a instância de revisão ministerial para fins de homologação, na forma da lei.
(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) (Vide ADI 6.298) (Vide ADI 6.300) (Vide ADI
6.305)

• § 1º Se a vítima, ou seu representante legal, não concordar com o arquivamento do inquérito policial, poderá,
no prazo de 30 (trinta) dias do recebimento da comunicação, submeter a matéria à revisão da instância
competente do órgão ministerial, conforme dispuser a respectiva lei orgânica. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019) (Vigência)

• § 2º Nas ações penais relativas a crimes praticados em detrimento da União, Estados e Municípios, a revisão do
arquivamento do inquérito policial poderá ser provocada pela chefia do órgão a quem couber a sua
representação judicial. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)

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