HABEAS CORPUS Nº 840639 - MS (2023/0258111-0)

RELATOR : MINISTRO REYNALDO SOARES DA FONSECA

IMPETRANTE : ALEXANDRE NAVARRO BOMFIM
ADVOGADO : ALEXANDRE NAVARRO BOMFIM - SP444349
IMPETRADO : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL
PACIENTE : ANTONIO NAVARRO DA SILVA JUNIOR (PRESO)
CORRÉU : LUCIANO SARAVY GUIMARÃES
CORRÉU : RAQUEL DOS SANTOS BRITES
CORRÉU : FRANCISCO HUMBERTO WINCKLER BENITES
CORRÉU : RUDNEI GONÇALVES FRANCO
CORRÉU : AMAURI APARECIDO DA SILVA
CORRÉU : WILLIAM SANTOS SALES
CORRÉU : HUGO MAXUEL MUNHOZ
CORRÉU : ROBINSON ROBERTO ORTEGA
INTERES. : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL

DECISÃO

Trata-se de habeas corpus com pedido de liminar impetrado em favor de

ANTONIO NAVARRO DA SILVA JUNIOR, em que se aponta como autoridade coatora o
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL (Apelação Criminal n.
0055654-76.2011.8.12.0001).

Emerge dos autos que o paciente foi condenado à pena de 7 anos e 6 meses de
reclusão, no regime inicial fechado, mais pagamento de 1019 dias-multa, por infração ao
disposto no artigo 35, caput, c.c. o artigo 40, inciso V, ambos da Lei n. 11.343/2006.

Interposto recurso de apelação, a Corte estadual negou provimento ao apelo

defensivo. Manejados recursos especial e extraordinário, foi negado o seguimento das
insurgências (fls. 94-105 e 106-109).

No presente writ, o impetrante sustenta que a pena-base foi acrescida em metade

sem fundamentação idônea para tanto, bem assim o regime carcerário mais gravoso também não
se encontra justificado adequadamente.

Registra que a gravidade abstrata da conduta delitiva e a quantidade de drogas

apreendidas não servem para impor maior gravame à sanção imposta, pois o réu é primário,
possuidor de bons antecedentes, família constituída e labor lícito, não sendo o delito cometido
com violência ou grave ameaça.

Edição nº 0 - Brasília, Publicação: quarta-feira, 26 de julho de 2023

Documento eletrônico VDA37697226 assinado eletronicamente nos termos do Art.1º §2º inciso III da Lei 11.419/2006
Signatário(a): MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA Assinado em: 25/07/2023 08:11:07
Publicação no DJe/STJ nº 3684 de 26/07/2023. Código de Controle do Documento: 557fa7d2-413b-4c1c-9c88-a61c05ff9c4f
 Entende que o apenado faz jus à fixação do regime aberto e à conversão da sanção
privativa de liberdade por restritivas de direitos.

Lado outro, argumenta ser cabível a prisão domiciliar, visto que o increpado
possui diversos problemas de saúde, como hérnia de disco e na coluna lombar, necessitando de
medicamentos e tratamento fisioterapêutico.

Requer, liminarmente e no mérito, a fixação da pena-base no patamar do mínimo

legal, com a fixação do regime menos gravoso e a substituição da reprimenda por restritivas de
direitos. Caso assim não se entenda, pugna pela "conversão da pena em regime fechado para
prisão domiciliar" (fl. 14).

É o relatório.

De plano, quanto à alegação de cabimento da prisão domiciliar, em razão do

estado de saúde do paciente, constata-se que a matéria não foi apreciada no acórdão impugnado,
o que impede o seu conhecimento por esta Corte Superior, sob pena de indevida supressão de
instância.

No mais, nos termos em que apresentado, o pedido de liminar confunde-se com o

próprio mérito do mandamus, razão pela qual a apreciação deve ficar reservada para o momento
do julgamento definitivo, com exame mais aprofundado da matéria.

Ante o exposto, indefiro o pedido de liminar.

Solicitem-se informações ao Tribunal de origem e ao Juízo de primeiro grau, que

deverão ser prestadas, preferencialmente, por malote digital e com senha de acesso para consulta
ao processo.

Remetam-se os autos ao Ministério Público Federal para parecer.

Publique-se.

Intimem-se.
Brasília, 25 de julho de 2023.

MINISTRA MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA

Presidente

Edição nº 0 - Brasília, Publicação: quarta-feira, 26 de julho de 2023

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