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Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP|CE

RELATÓRIOS POLICIAIS

GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ

CAMILO Sobreira de SANTANA


GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ

SECRETARIA DA SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA SOCIAL - SSPDS

SANDRO Luciano CARON de Moraes - DPF


SECRETÁRIO DA SSPDS

ACADEMIA ESTADUAL DE SEGURANÇA PÚBLICA DO CEARÁ – AESP|CE

Antônio CLAIRTON Alves de Abreu – CEL PM


DIRETOR-GERAL DA AESP|CE

NARTAN da Costa Andrade - DPC


DIRETOR DE PLANEJAMENTO E GESTÃO INTERNA DA AESP|CE

HUMBERTO Rodrigues Dias – CEL BM


COORDENADOR DE ENSINO E INSTRUÇÃO DA AESP|CE

José ROBERTO de Moura Correia – TC PM


COORDENADOR ACADÊMICO PEDAGÓGICO DA AESP|CE

Francisca ADEIRLA Freitas da Silva – CAP PM


SECRETÁRIA ACADÊMICA DA AESP|CE

ALANA Dutra do Carmo


ORIENTADORA DA CÉLULA DE ENSINO A DISTÂNCIA DA AESP|CE

CURSO DE FORMAÇÃO E TREINAMENTO PROFISSIONAL PARA INSPETOR DE POLÍCIA CIVIL DE CLASSE D - NÍVEL I / 2022

DISCIPLINA
Relatórios Policiais

CONTEUDISTA
Antonio Bruno Cavalcante Farias - IPC

FORMATAÇÃO
JOELSON Pimentel da Silva – 1º SGT PM

• 2022 •

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RELATÓRIOS POLICIAIS

SUMÁRIO

RELATÓRIOS POLICIAIS ................................................................................................................................................................... 4


APRESENTAÇÃO .............................................................................................................................................................................. 4
UNIDADE 1 – O RELATÓRIO POLICIAL COMO PRODUTO DO TRABALHO INVESTIGATIVO .............................................................. 4
1.1 Natureza ............................................................................................................................................................................... 4
1.2 Linguagem e forma .............................................................................................................................................................. 5
1.3 Relevância ............................................................................................................................................................................ 5
1.4 Tratamento da informação ................................................................................................................................................... 5
1.5 O elo entre o mundo das ideias e o mundo dos fatos.......................................................................................................... 5
UNIDADE 2 – RELATÓRIOS DE ORDEM DE MISSÃO ........................................................................................................................ 6
2.1 Natureza do crime ................................................................................................................................................................ 6
2.2 Considerações sobre a vítima .............................................................................................................................................. 6
2.3 Sinopse dos fatos ................................................................................................................................................................. 6
2.4 Indicativo de autoria e circunstâncias do crime ................................................................................................................... 7
2.5 Meios de Prova .................................................................................................................................................................... 7
2.6 Resultados preliminares da investigação ............................................................................................................................. 8
UNIDADE 3 – RELATÓRIOS POLICIAIS E SUAS ESPECIFICIDADES ..................................................................................................... 8
3.1 Relatórios de imagem .......................................................................................................................................................... 8
3.2 Transcrição de áudios e evidência de imagens .................................................................................................................... 9
3.3 Relatório de monitoramento eletrônico .............................................................................................................................. 9
3.4 Relatório de acompanhamento veicular ............................................................................................................................ 10
3.5 Certidão policial e código hash como meios de preservação de conteúdo ....................................................................... 10
3.6 A instrução normativa nº 108-DG/PF e sua contribuição para a regulamentação da atividade de polícia judiciária ........ 11
UNIDADE 4 – RELATÓRIOS DE ANÁLISE DE DADOS DE APARELHOS ELETROELETRÔNICOS E AFINS ............................................. 12
4.1 Autorização para acesso, extração, análise e compartilhamento dos dados ..................................................................... 12
4.2 Metodologia da análise ...................................................................................................................................................... 12
4.3 Objetos da análise .............................................................................................................................................................. 12
4.4 Pessoas ............................................................................................................................................................................... 12
4.5 Fatos ................................................................................................................................................................................... 12
UNIDADE 5 – RELATÓRIOS DE CONTEXTO SOCIOCRIMINAL ......................................................................................................... 12
CONSIDERAÇÕES .......................................................................................................................................................................... 14
ANEXO I ........................................................................................................................................................................................ 15

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RELATÓRIOS POLICIAIS UNIDADE 1 – O RELATÓRIO POLICIAL COMO PRODUTO DO


TRABALHO INVESTIGATIVO
APRESENTAÇÃO
No curso de uma investigação policial, diversas são as
No curso da investigação policial, qual é o ferramentas e meios de obtenção de informação utilizados
instrumento de voz do Inspetor de Polícia? Descobertos os pela equipe de investigação. O relatório policial, portanto,
indícios de autoria, materialidade e circunstâncias do crime, consiste no instrumento de formalização do que resta
qual a maneira mais efetiva de fazê-los constar nos autos do apurado a cada fase investigativa.
procedimento policial? Se o policial civil tem o contato direto Em razão da condição de polícia judiciária que lhe é
com os agentes e fatores propulsores da criminalidade, bem inerente, a atuação da Polícia Civil se inicia tão logo chegue
como com as vítimas diretas de um contexto criminal, como ao seu conhecimento a prática de um delito (crime ou
levar aos autos as impressões dessa vivência? Qual o contravenção penal).
instrumento de fusão entre as diligências de campo, o Conquanto a legislação processual pátria atribua ao
trabalho de inteligência e os levantamentos de informação inquérito policial a condição de elemento dispensável à
no curso da investigação? Para todas essas perguntas, o persecução penal, na prática a efetiva dispensa só ocorre nas
relatório policial se apresenta como alternativa. situações em que os indícios de autoria e materialidade
Na atividade investigativa, a sensibilidade dos policiais tenham sido obtidos por meio diverso.
é primordial para que algumas situações não passem Assim, nas situações em que a polícia judiciária tenha
desapercebidas. O tirocínio necessário para perceber e reagir se debruçado sobre a investigação, angariando elementos de
1
a uma movimentação suspeita nas diligências de campo é informação visando à elucidação das circunstâncias, autoria
tão importante quanto o exigido na leitura dos indicadores e materialidade dos delitos investigados, a prática
de violência das regiões onde atua. Em se tratando desta investigativa demonstra que o Ministério Público se vale da
última, é cediço que são diversas as maneiras de medição de integralidade da peça inquisitorial para subsidiar o
violência local, bem como são igualmente diversos seus oferecimento da denúncia e dar continuidade à investigação
fatores propulsores. no âmbito processual.
Nesta disciplina, serão apresentados diferentes tipos Nesse sentido, o investigador tem a missão de
de relatórios policiais produzidos pelo Inspetor de Polícia discorrer com clareza no relatório policial, dentre outros
Civil, os elementos que os compõem, as diferentes formas de fatores, o contexto sociocriminal que envolve o delito objeto
produzi-los, bem como restará demonstrada a sua da investigação, agindo, portanto, como mensageiro da
importância não apenas para uma instrução criminal sólida e realidade à demais entidades do sistema de justiça, dentre
consistente, mas também como fator de promoção de justiça eles os membros do Judiciário e do Ministério Público, sendo
social. importante fator de construção na busca pela justiça social.
Nesse sentido, restará demonstrado que, para além
de elementos de informação voltados a subsidiar a 1.1 Natureza
investigação criminal com vistas a elucidar autoria,
motivação e circunstâncias do crime objeto de análise, No âmbito dos relatórios policiais, estão previstos
recursos como diligências de campo, depoimentos (bem relatórios de inteligência e relatórios de investigação, sendo
assim as entrevistas e interrogatórios), sistemas policiais e estes o objeto do presente material de estudo. Com vistas a
denúncias recebidas, além de dados extraídos de aparelhos suprir a carência de produção acadêmica que verse sobre o
2
eletroeletrônicos também têm o condão de proporcionar tema, será utilizada como referência, por analogia, a
uma leitura sociocriminal do contexto em que as práticas Instrução Normativa nº 108/2016 – DG/PF, que regulamenta
criminosas ocorrem, visando à redução dos índices de a atividade de polícia judiciária da Polícia Federal. Consoante
violência de maneira efetiva e duradoura. esse instituto, a natureza do relatório de investigação pode
ser expositiva ou valorativa.
Expositivo (também chamado de Informativo) é o
relatório que apenas apresenta dados ou informa sobre uma
condição, uma situação, um assunto. Não há exercício de
crítica por parte do redator. Seu caráter é estritamente
objetivo.
Valorativo (também chamado de Investigativo ou
Argumentativo), por seu turno, é o relatório que apresenta
os dados em cotejo com outros elementos, de forma a
analisar criticamente os fatos e apresentar conclusões
1
Afora o objetivo da missão externa seja bastante específica e a exposição baseadas em deduções lógicas. É predominantemente
do agente policial possa vir a comprometer a obtenção de um resultado argumentativo.
maior a nível investigativo, o policial às ruas está exposto a situações de
violência diante das quais precisa reagir de maneira firme, incisiva e segura.
2
Nas hipóteses em que o uso e compartilhamento da extração tenham sido
autorizado e delimitado por ordem judicial, deverão ser observados os
limites da decisão ao se recorrer à informação no bojo de outros
procedimentos policiais.

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1.2 Linguagem e forma Quanto mais contextualizada a informação for


encaminhada ao Judiciário e Ministério Público, maiores as
Os relatórios policiais elaborados pelos inspetores de chances de serem providenciadas medidas efetivas com
polícia, na qualidade de documentos oficiais, caracterizam-se vistas a reduzir os índices de criminalidade.
pelo uso da norma culta da língua portuguesa. Além disso, Com efeito, a prisão em flagrante de um indivíduo ou
são marcados pelo atributo da impessoalidade, visto que o grupo de indivíduos sem que se consiga demonstrar o grau
resultado das diligências empreendidas é uma construção do de periculosidade do(s) agente(s) e a consequente
Estado, sendo as pessoas físicas investidas no cargo de necessidade de novas medidas constritivas em seu desfavor
policial civil canais perenes de síntese e transmissão de contribui sobremaneira para a desconstituição do ato inicial
informações compreendidas como relevantes de serem (prisão em flagrante) e um crescente descrédito nas
transmitidas aos demais atores integrantes ou não do instituições (em não havendo punição rápida e precisa nos
sistema de justiça. casos de descumprimento de medidas alternativas às
4
Em que pese os relatórios policiais admitam um certo constritivas de liberdade ).
grau de flexibilidade quanto à sua forma, três elementos não
poderão deixar de se fazer presentes, são eles: restar claro 1.5 O elo entre o mundo das ideias e o mundo dos
quem fala, o que se fala e a quem se fala. A oficialidade do fatos
documento, portanto, não dispensa o perfeito delineamento
do remetente da mensagem (equipe ou setor de Como instrumento de justiça social, o relatório
3
investigação, a depender da natureza do relatório ), seu policial é o documento produzido por quem tem o contato
objeto (deve-se restar claro o conteúdo da mensagem) e o direto com a realidade dos fatos, sendo, portanto,
destinatário (o mais frequente é que consista na autoridade importante instrumento promotor de justiça social. Isto
policial de hierarquia imediatamente superior). porque a equipe de policiais encarregada de conduzir a
investigação realiza uma série de diligências antes de reduzir
1.3 Relevância a termo o resultado final do que restou apurado.
Muitas das diligências são realizadas in loco, seja a)
Como restará demonstrado no presente trabalho, o presenciando o cometimento de crimes, b) indo ao local do
relatório policial tem o condão de valorizar o trabalho fato instantes depois de ocorrido, c) frequentando lugares e
planejado, analisado e executado pelo policial civil. Seja nas realizando levantamento de informações no sentido de
diligências de campo ou nas atividades de inteligência, entender a dinâmica sociocriminal local para, senão prevenir
diariamente o profissional de segurança tem contato direto o cometimento de novos crimes, colher elementos de
com fatos criminosos, sejam eles crimes formais ou informação com vistas a punir com celeridade e certeza os
materiais, violentos ou de colarinho branco. atores responsáveis pelos delitos praticados.
Além disso, é instado a manter contato direto com Os policiais civis são, portanto, agentes legitimados a
vítimas, testemunhas e autores dos mais variados crimes, realizar o contraponto da dinâmica e o contexto dos fatos
bem como com os locais em que os ilícitos são cometidos, o para com a) o ordenamento jurídico vigente, b) possível
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que possibilita realizar o contraponto entre o que se tem clamor social e, mesmo, c) eventual pressão administrativa .
previsto no ordenamento jurídico e o que de fato ocorre na
sociedade. ATIVIDADE DE FIXAÇÃO – UNIDADE 1

1.4 Tratamento da informação 1 – Discorra sobre a importância do relatório policial


na instrução do inquérito policial.
São diversas as fontes de informação que instruem os 2 – Quais são as naturezas do inquérito policial?
procedimentos policiais, sendo alguns exemplos a)
informações de populares, b) termos de depoimentos,
declarações, interrogatórios, c) relatórios de imagem de
câmeras de videomonitoramento, d) relatórios de análise de
dados de aparelhos eletroeletrônicos, dentre tantas outras
possibilidades.
Em face da grande gama de fontes de informação, faz-
se necessário que se recorra a uma análise criteriosa e
minuciosa, sob pena de cometimento de injustiças
irreparáveis. Nem sempre será possível subsidiar o inquérito
policial com tamanha riqueza de informações, mas nas
situações em que for possível, é imprescindível
4
E, mesmo as constritivas de liberdade, que sejam aplicadas com o rigor da
lei e visando à socialização a que se propõe.
5
Movimentos populares, pressão de familiares das vítimas, lobby de
3
Na elaboração de relatórios policiais de natureza expositiva ou valorativa, empresários, dentre outros.
6
requer-se a identificação do policial ou equipe de investigação responsável. Tentativas de interferência na investigação pela própria administração
Na elaboração de relatórios de inteligência, por sua vez, constar-se-á, pública ou denúncias infundadas que resultam em instauração de processos
apenas, o setor responsável pela elaboração do documento. disciplinares instaurados sem justa causa (administrativos ou criminais).

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UNIDADE 2 – RELATÓRIOS DE ORDEM DE MISSÃO 2.2 Considerações sobre a vítima


9
A ordem de missão policial (OMP) consiste na Nos crimes com vítima definida e identificada , faz-se
formalização da determinação emanada pela autoridade necessário esclarecer sua qualificação completa e
policial direcionada à equipe de investigação, podendo individualizada. A descrição do contexto socioeconômico da
ocorrer no bojo de Inquérito Policial (IP), Boletim de vítima, por sua vez, mostra-se relevante para que se
Ocorrência (BO), Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) compreendam os motivos e as circunstâncias do crime.
7
ou de Verificação de Procedência de Informações (VPI) . O
relatório de ordem de missão policial (ROMP), por sua vez, é Sugestão de como incluir em relatório:
a síntese do trabalho realizado pela equipe de investigação.
Em anexo, modelos de relatórios de investigação O homicídio objeto da presente investigação, ocorrido
relacionados aos crimes de homicídio e lavagem de no dia 00.00.0000 por volta das00h00m no endereço..., teve
8
dinheiro . como vítima (qualificação e endereço).
A seguir, tópicos em que se discorrerá sobre pontos (Nome da vítima) era integrante da organização
que são comuns em relatórios de ordem de missão de criminosa (nome), facção predominante na localidade onde
crimes de diversas naturezas. morava. Quando adolescente, fora apreendido pela prática
de atos infracionais análogos aos crimes de (...), e participava
2.1 Natureza do crime ativamente de ataques criminosos a regiões onde atuava o
grupo criminoso rival, (nome do grupo criminoso e área de
Deve restar claro no relatório de ordem de missão atuação).
qual a natureza do suposto crime objeto de investigação,
seja ele contra: 2.3 Sinopse dos fatos
a) pessoa (ex.: homicídio, lesão corporal);
b) patrimônio (ex.: furto, roubo); Breve narrativa da dinâmica do crime. É possível que
c) propriedade imaterial (ex.: violação de direito a sinopse dos fatos seja descrita no mesmo tópico das
autoral); considerações sobre a vítima, por serem fatores imbricados.
d) organização do trabalho (ex.: invasão de A contextualização do crime investigado com outros fatores
estabelecimento industrial, comercial ou agrícola); socioeconômicos da região também é um recurso
e) sentimento religioso ou respeito aos mortos (ex.: importante.
vilipêndio a cadáver); Sugestão de como incluir em relatório mapa
f) dignidade sexual (ex.: estupro, assédio sexual); ilustrativo da rota utilizada pelo(s) autor(es) de um crime:
g) família (abandono material, abandono intelectual);
h) incolumidade pública (incêndio, explosão,
epidemia, falsificação de produto destinado a fins
terapêuticos ou medicinais);
i) paz pública (associação criminosa);
j) fé pública (falsidade ideológica, fraude em certame
de interesse público);
k) administração pública (peculato, corrupção passiva,
corrupção ativa, contrabando, descaminho, denunciação
caluniosa, fraude em licitação ou contrato);
l) estado democrático de direito (atentado à
soberania, espionagem, abolição violenta do Estado
Democrático de Direito, Golpe de Estado); Legenda: 1, 2 e 3. Pontos de referência citados por testemunhas em
m) crimes previstos em legislação especial, a exemplo depoimento como sendo lugares de passagem do(s) autor(es); 4.
de tráfico de drogas (lei nº 11.343/2006), tráfico de armas (lei Possível local onde um autor deixou coautor durante a fuga; 5.
nº 10.826/2003), crime contra a ordem tributária (lei nº Local para onde a vítima foi levada por populares a fim de que lhe
8.137/1990). fosse prestado socorro.
Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa – DHPP.

7 9
Visando celeridade à investigação, trata-se de instrumento utilizado antes Em alguns procedimentos policiais, as vítimas demoram a ser
mesmo da formalização do BO, lavratura de TCO ou instauração do IP. identificadas. É possível que, quando da elaboração do relatório, a vítima
8
ANEXO 1: Relatório de Recognição Visuográfica de Local de Crime. ANEXO ainda não esteja identificada. É possível, ainda, que o procedimento seja
2: Relatório Complementar à Recognição Visuográfica. ANEXO 3: Relatório finalizado (com ou sem indiciamento) sem que a vítima tenha sido
de Afastamento de Sigilo Fiscal. identificada.

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Sugestão de narrativa dos fatos: Segue rol exemplificativo dos meios de prova
utilizados:
No dia do crime, (nome da vítima) estava em (local)
quando foi surpreendido por homens que desembarcaram de a) informações de populares;
um veículo cor (...), marca (...), modelo (...) e efetuaram b) termos de depoimentos, declarações,
disparos de arma de fogo em sua direção, tendo referidos interrogatórios;
indivíduos, ato contínuo, empreendido fuga no mesmo c) relatórios de imagem de câmeras de
veículo. videomonitoramento ou de transcrição de áudio e evidência
Conforme relatório de ocorrência da Coordenadoria de imagens, para os casos de análises de vídeos oriundos de
10
Integrada de Operações de Segurança – CIOPS às fls. (...) outras fontes que não as câmeras de videomonitoramento ;
deste IP, populares ouviram cerca de (...) disparos de arma de d) relatórios de vigilância;
fogo no local do crime (dia e hora da ocorrência criada), bem e) relatórios de cumprimento de busca e apreensão,
como visualizaram um veículo de cor (...) se evadindo do bem como de análise de documentos porventura
local. apreendidos;
A equipe de Local de Crime deste Departamento, na f) relatórios de análise de dados de aparelhos
mesma noite, dirigiu-se ao local onde um veículo de cor (...) eletroeletrônicos;
foi abandonado. Trata-se de veículo cor (...), marca (...), g) relatórios de monitoramento eletrônico (ex.:
modelo (...), placas (...), localizado no (endereço). tornozeleira eletrônica);
A dinâmica dos fatos, portanto, corrobora com o h) relatórios de acompanhamento veicular;
contexto de constante conflito entre grupos criminosos rivais. i) sistema de ocorrência da CIOPS;
Com efeito, fotografia registrada pela equipe de Local de j) denúncias anônimas recebidas via Ouvidoria de
Crime no local onde o veículo foi abandonado (fls. ...) Instituições ou tele denúncias de setores de inteligência das
evidencia pichações alusivas à organização criminosa (...), Delegacias e Secretarias do Estado;
11
rival da facção atuante no local do homicídio (Comunidade X, k) relatórios de inteligência , dentre tantas outras
sob influência do grupo Y, do qual a vítima era integrante). possibilidades.

2.4 Indicativo de autoria e circunstâncias do crime Sugestão de meios de prova elencados no relatório:

Em investigações de autoria conhecida, é importante a Informações obtidas pela equipe de policiais deste
que a equipe de investigação traga aos autos o máximo de Departamento quando do atendimento ao local de crime;
informações que individualizem o(s) autor(es) do delito. Em b)Imagens de videomonitoramento requisitadas pela
crimes de coautoria, que possam ou não envolver autoridade policial;
organizações criminosas, que seja evidenciado o grau de c)Informações constantes no sistema de ocorrências
participação de cada um dos envolvidos ou a impossibilidade da CIOPS;
de se individualizar a conduta. d) Depoimentos de (nome) (mãe da vítima), (nome)
(vítima de roubo de veículo em que (autor 1) figura como um
Sugestão de como incluir em relatório: dos suspeitos de autoria), (nome) (amigo da vítima), (autor
1) (suspeito de autoria do homicídio de…), etc;
Desde as primeiras diligências após o crime, o nome e)Reconhecimentos por fotografia.
de (autor 1), foi ventilado como tendo sido um dos autores
do homicídio em tela. Com efeito, referidas informações Por se tratar de recurso bastante comum nas grandes
constam desde o Relatório de Local de Crime (fls...), o que e pequenas cidades, nos casos em que não houver câmeras
restou comprovado com as diligências complementares de videomonitoramento no entorno do local do fato, é
(depoimentos, reconhecimentos fotográficos, etc). importante que tal justificativa conste no relatório final da
Além de (autor 1), (autor 2) e (autor 3) (qualificações equipe de investigação, visando-se evitar o retorno dos autos
em anexo) também foram reconhecidos como tendo sido os outrora enviados ao Ministério Público apenas por este
indivíduos que saíram da Comunidade (A) e se dirigiram à motivo. Segue sugestão de justificativa:
Comunidade (B) no veículo (...) para ceifar a vida de (vítima),
tendo todos eles, em fuga, retornado à Comunidade (A). Não foram colhidas imagens de videomonitoramento,
seja de órgãos públicos ou de estabelecimentos privados, por
2.5 Meios de Prova ausência de câmeras no local e nas proximidades.

Nesse tópico do relatório, restam claros os recursos


utilizados para fins de instrução do procedimento policial.
Importante destacar que recursos de inteligência não podem
ser trazidos aos autos de maneira indiscriminada, fazendo-se
necessária a consulta ao detentor da informação a fim de 10
Vídeos que retratem o cometimento de um homicídio, por exemplo.
saber se o compartilhamento e a difusão são ou não 11
Recursos de inteligência não podem ser trazidos aos autos de maneira
permitidos. indiscriminada, fazendo-se necessária a consulta ao detentor da informação
a fim de saber se o compartilhamento e a difusão são ou não permitidos

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2.6 Resultados preliminares da investigação forma que a integridade do conteúdo precisa ser atestada
desde a sua obtenção até sua remessa ao judiciário,
Tendo em vista que o objetivo maior dos relatórios oportunidade em que se transfere a responsabilidade pela
policiais elaborados no exercício da atividade investigativa é manutenção da integridade do material apreendido.
identificar autoria, motivação e circunstâncias de fato
tipificado como crime ou contravenção penal, a conclusão do Exemplos de nomenclatura de arquivo de
relatório policial deve trazer brevemente uma resposta a vídeo/imagem:
estes três fatores. “MHDX_ch1_main_aaaa-mm-dd-hh-mm-ss_aaaa-
15
mm-dd-hh-mm-ss” ;
16
Sugestão de como concluir o relatório: “WhatsApp Video aaaa-mm-dd at 00.00.00” ;
17
“WhatsApp Image aaaa-mm-dd at 00.00.00” .
De todos os meios de prova obtidos até o presente,
conclui-se que o homicídio de (..) foi cometido por (autor 1 – Possível divergência entre horário oficial de
nome e alcunha), (autor 2 – nome e alcunha) e (autor 3 – Brasília/DF e horário registrado no equipamento
nome e alcunha), na condição de autoria imediata e (autor 1
– nome e alcunha) e (autor 1 – nome e alcunha), na condição Importante observar, quando da obtenção ou
de autoria mediata, sendo os autores integrantes da extração do arquivo de imagem, se o horário registrado no
organização criminosa (...). equipamento objeto de análise condiz com o horário oficial
de Brasília/DF. Em havendo alguma divergência (para mais
ATIVIDADE DE FIXAÇÃO – UNIDADE 2 ou para menos), faz-se necessário constar em relatório, a fim
de contemporizar a imagem com a dinâmica do fato objeto
1 – Quais são os elementos comuns em relatórios de da análise de maneira fidedigna.
ordem de missão referentes aos crimes das mais diversas Segue exemplo de listagem das imagens solicitadas:
naturezas?
2 – Discorra sobre a importância de contextualizar a Nº ENDEREÇO HORÁRIO OBSERVAÇÃO
situação socioeconômica. 18
3 – Cite 04 (quatro) meios de prova utilizados na 1 Rua, número, OK
construção do relatório de ordem de missão. bairro
2 Idem +01d 01.01.2022 (data do
UNIDADE 3 – RELATÓRIOS POLICIAIS E SUAS -00h15m fato) corresponde às
ESPECIFICIDADES imagens datadas de
02.01.2022 (no circuito
3.1 Relatórios de imagem de videomonitoramento
do edifício); as imagens
As imagens objeto de análise no relatório policial estão adiantadas em 01
podem advir de a) câmeras de videomonitoramento de (um) dia e atrasadas em
estabelecimentos públicos (Coordenadoria Integrada de 15 (quinze) minutos.
12
Operações de Segurança – CIOPS , Autarquia Municipal de
13
Trânsito – AMC , Secretaria Municipal de Segurança Cidadã 3 Id. +00h08m Imagens 10 (dez)
14
– SESEC , dentre outros) ou privados (residências e minutos adiantadas.
comércios em geral), bem como de b) equipamentos 4 Id. - Obtenção das imagens
eletroeletrônicos apreendidos ou disponibilizados durante a prejudicada.
investigação (celulares, computadores, tablets, CDs, DVDs,
5 Id. - Imagens não capturaram
pendrives, drones, cartões de memória, dentre outros).
qualquer movimentação
relevante à investigação.
Identificação do arquivo objeto de análise
6 CTAFOR – AMC - Obtenção das imagens
Ao se fazer menção a um vídeo ou imagem que será prejudicada.
objeto de análise no relatório, a identificação do arquivo será
7 Guarda Municipal - Obtenção das imagens
realizada através do título constante na mídia recebida (nos
– SESEC prejudicada.
casos em que a extração é realizada por terceiros que não a
equipe de investigação) ou extraída (nos casos em que a
própria equipe de investigação procede à obtenção das
imagens). Isto porque, durante a investigação, o material 15
O nome do arquivo é gerado automaticamente quando da extração do
apreendido se submete a uma cadeia de custódia, de tal aparelho de gravação, a exemplo de DVRs (Digital Video Recorder) de
circuitos de videomonitoramento. No citado exemplo, “aaaa” corresponde
ao ano, “mm” ao mês, “dd” ao dia, “hh” à hora, “mm” ao minuto e “ss” ao
12
Subordinada à Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social – SSPDS do segundo do arquivo objeto de análise.
16
Estado do Ceará. Formato comum de arquivo de vídeo do aplicativo Whatsapp.
13 17
Nomenclatura utilizada pela autarquia de trânsito de Fortaleza/CE. Formato comum de arquivo de imagem do aplicativo Whatsapp.
14 18
A quem se submete a Guarda Municipal de Fortaleza/CE – GMF. Horário compatível com o oficial de Brasília/DF.

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Referência Cartográfica Segue exemplo de transcrição de áudios.

Em se tratando de imagens que retratem a cena de Instante (00mm00ss) Teor


um crime, é fundamental que se proceda à indicação
cartográfica do local, se possível com a latitude e a longitude 00 a 04s Transcrição
(lat-long). Esta informação será indispensável para a (...) Idem
definição da autoridade policial que presidirá a investigação
(atribuição), bem como do juiz responsável pelo julgamento 01m15s a 01m23s Id.
do causídico (competência).
Segue exemplo de evidência de imagens.
Segue exemplo de geolocalização:

(Endereço) Departamento de Homicídios e


Proteção à Pessoa – DHPP Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa – DHPP
Rua Juvenal de Carvalho, 1125, Fátima,
Fortaleza/CE 3.3 Relatório de monitoramento eletrônico
(Inserir lat-long) Lat/Long: -3.752565, -
38.523819 O monitoramento eletrônico tem sido um recurso
(Link de acesso ao mapa)
(QRCode bastante utilizado pelo poder judiciário como forma de
19 https://goo.gl/maps/JGTw2gh3Lwpdq6K56
de localização) manter sob vigilância do poder público aqueles que, em
tese, fazem jus à liberdade controlada, estando entre o grau
Trata-se de importante recurso utilizado quando da de liberdade plena e o de recolhimento prisional, visando o
elaboração das “Fichas de Alvo”, elaboradas durante o não cometimento de novos crimes.
planejamento das ações para os cumprimentos de mandados Por meio deste recurso, é possível o
de prisão e/ou busca e apreensão. acompanhamento do monitorando em tempo real, bem
Como restará demonstrado no tópico 3.1.3, a como a análise do seu padrão de movimentação, a fim de
referência cartográfica será de suma importância para a verificar o cumprimento e a eficácia da medida.
análise de movimentação de pessoa sob monitoramento Em sala de aula, serão demonstrados os recursos de
20 21
eletrônico, notadamente quando da definição do local de que dispõem os sistemas SAC24 1 e SAC24 2 ,
cometimento de crime material (ex.: homicídio, furto, disponibilizados pela Secretaria de Administração
roubo), a fim de se verificar possível presença e padrão de Penitenciária – SAP.
movimentação de pessoa monitorada, cuja análise resultará Exemplo de consulta realizada a fim de se verificar a
na confirmação ou descarte de participação direta no crime presença de pessoa sob monitoramento eletrônico nas
investigado. proximidades do local de um homicídio em data e horário
compatíveis:
3.2 Transcrição de áudios e evidência de imagens

De todo o material iconográfico obtido, serão


selecionados os trechos mais relevantes à investigação, de
modo que a imagem ou a sequência delas retrate, com a
máxima verossimilhança, o contexto que se quer evidenciar,
seja a cena de um crime, o vínculo entre pessoas envolvidas
na trama criminosa, padrão de comportamento do
investigado, dentre outros.
20
CEARÁ. Secretaria de Administração Penitenciária. SAC24-1. Disponível
em: <https://ce.sac24.com.br/>.
19 21
Exemplo de site gratuito na internet que possibilita a geração de QRCode: CEARÁ. Secretaria de Administração Penitenciária. SAC24-2. Disponível
<https://www.qrcodefacil.com/>. em: <https://ce2.sac24.com.br/>.

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RELATÓRIOS POLICIAIS

CERTIDÃO POLICIAL DE CONTEÚDO

(Nome), Escrivã(o) de Polícia Civil, mat.: 000.000-0-0,


lotada(o) no Departamento de Homicídios e Proteção à
Pessoa – DHPP, no uso de suas atribuições,...

CERTIFICO, para os devidos fins, que aos ____ dias do mês


de ____ de ____, foram exportadas conversas do aplicativo
____ (terminal telefônico vinculado 00.00000.0000) do
aparelho ____ pertencente a ____ e remetidas diretamente
Único monitorando em um raio de 100m do local onde a vítima foi ao aplicativo ____ que funciona como Disk-Denúncia deste
encontrada, durante o intervalo de tempo em que se deu a morte: Departamento (85.3257.4807), cujos arquivos foram
Fulano da Silva. gravados em mídia própria (em anexo).
Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa – DHPP.
Ressalte-se que a exportação individual de cada conversa foi
realizada neste Departamento como procedimento adicional
3.4 Relatório de acompanhamento veicular
à extração obtida pelo Departamento de Inteligência Policial
– DIP/PCCE (conforme ofício A, referente ao ofício B
Dentre os recursos de monitoramento veicular
/DHPP/PCCE), visto que a extração realizada não logrou êxito
utilizados pela SSPDS/CE, destacam-se o Sistema Policial
22 23 24 em acessar as conversas discriminadas abaixo, em razão de
Indicativo de Abordagem – SPIA , o AGILIS e o CORTEX .
limitações técnicas.
Por meio deles, é possível a pesquisa, o cadastro de alertas e
A seguir, o histórico de exportação das conversas.
o acompanhamento de veículos utilizados em ações
criminosas, sendo, assim, importantes ferramentas de
a) (dia), (hora). Arquivo “____”;
investigação.
b) (dia), (hora). Arquivo “____”;
Em sala de aula, serão demonstrados os recursos de
c) (dia), (hora). Arquivo “____”, e
que dispõem os aludidos sistemas.
d) (dia), (hora). Arquivo “____”.
3.5 Certidão policial e código hash como meios de
Hash da mídia contendo os arquivos supracitados:
preservação de conteúdo
f2c8fa71c2465ca743c91e95b6c3e5636b553e28bc08a8e4a6
11f8ea7c9c8690
Instrumento importante para se constatar a
presunção de veracidade e legitimidade de conteúdo
Trata-se de conversas que remetem a (contexto dos
relacionado a um fato criminoso, a certidão policial,
arquivos objeto da certidão). A autenticidade do material
atribuição exclusiva do escrivão de polícia, só poderá ser
extraído foi confirmada por este(a) que subscreve. O
desconstituída se contraposta a robusta produção
referido é verdade. Dou fé. Eu, ____, dou por encerrada a
probatória, visto que tal documento goza de fé pública. Sem
presente certidão.
qualquer custo à parte interessada, a Certidão Policial de
Data.
Conteúdo está restrita à matéria criminal que guarde relação
25
com o fato investigado .
Nome
A certidão deve conter a narração dos fatos de forma
Cargo
objetiva e impessoal, sem qualquer juízo de valor. Deve
Matrícula
apresentar as informações do acesso (data, hora,
computador, navegador etc) e o passo a passo até a
localização do conteúdo no aparelho acessado. As imagens, vídeos, áudios e outros arquivos
Além disso, a certidão só deve ser confeccionada com relacionados na certidão podem ser gravados em mídia, que,
a certeza da veracidade do material, devendo apresentar por sua vez, poderá conter um código/valor hash. Gerado
URL, prints e todo conteúdo relacionado com o fato código hash no ato de gravação da mídia referente aos
criminoso, não devendo ser elaborada certidão de arquivos objeto da certidão, o hash também deverá constar
documento impresso, fotocópia ou print. no teor da certidão policial de conteúdo.
Um hash pode ser entendido como qualquer
Segue exemplo de certidão policial de conteúdo: algoritmo que mapeie dados com tamanhos variáveis em
pequenos dados com tamanho fixo. Em outras palavras, a
função de hash (em português, funções de dispersão) tem
como principal objetivo compilar dados de qualquer
22
BRASIL. Polícia Rodoviária Federal. Sistema policial indicativo de
tamanho para um tamanho fixo.
abordagem. Disponível em: <https://spia.prf.gov.br/spia/login>. É muito utilizado na comparação de arquivos secretos
23
Disponibilizado pela SSPDS/CE. Acesso intranet. (uma aplicação muito útil na atividade policial é a utilização
24
BRASIL. Ministério da Justiça. Cortex. Disponível em: para a comparação de dados grandes). O hash de um arquivo
<https://cortex.mj.gov.br/>.
25
CEARÁ. Polícia Civil. Departamento de Inteligência Policial. Curso de
gerado no momento da preservação (fase do inquérito
nivelamento em investigação de crimes cibernéticos. 2021. policial) será obrigatoriamente o mesmo hash gerado na fase

10
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RELATÓRIOS POLICIAIS

processual (após a remessa do IP judiciário). Qualquer O relatório de vigilância tem por objetivo descrever
modificação no arquivo, por menor que seja, altera por fatos observados. A maneira mais fácil de redigi-lo é
completo o resultado do algoritmo. apresentando os fatos cronologicamente, com os devidos
Assim, armazenando o valor do hash em certidão, é apontamentos relevantes.
possível checar a integridade do arquivo posteriormente
quantas vezes for necessário. Atualmente, existem várias 1º) Insira os dados do procedimento (IP, BO, TCO, VPI,
funções de hash, sendo mais utilizadas as do tipo MD-5 e Processo, etc);
26
SHA-256 . Essa informação sempre deve constar junto ao 2º) Descreva os fatos/eventos/pessoas e coisas;
hash armazenado. 3º) Adicione imagens, filmagens ou áudios obtidos,
relacionando-os com os eventos descritos;
Exemplo de nomenclatura/valor hash de um arquivo: 4º) Apresente os resultados obtidos.

f2c8fa71c2465ca743c91e95b6c3e5636b553e28bc08a Relatório de análise de polícia judiciária de coisas,


8e4a611f8ea7c9c8690 informações ou dados

Com essência valorativa, trata-se de documento de


3.6 A instrução normativa nº 108-DG/PF e sua
natureza policial, de elaboração determinada pelo Delegado
contribuição para a regulamentação da atividade de
de Polícia Civil, no curso de procedimento policial, que
polícia judiciária
compreenderá o cotejamento minucioso dos elementos
indiciários ou de prova colhidos no contexto da investigação,
Em face da ausência de norma definidora dos atos de
devendo conter: dados do procedimento; objeto da análise;
investigação produzidos pelo Inspetor de Polícia Civil do
exame do objeto e confronto com outros elementos da
Estado do Ceará, será trazido à baila o que se aplica no
investigação; e conclusão.
âmbito da Polícia Federal.
Com vistas a regulamentar a atividade de polícia
Auto circunstanciado para o cumprimento de
judiciária federal, o art. 79 da Instrução Normativa nº 108-
27 medidas cautelares
DG/PF, de 07 de novembro de 2016 , traz a definição do que
se entende por “atos de investigação produzidos no interesse
De caráter valorativo, consiste em documento de
da investigação criminal” na forma de 04 (quatro) subgrupos,
natureza policial, de elaboração determinada pelo Delegado
são eles: Informação de Polícia Judiciária, Relatório de
de Polícia Civil, para o cumprimento de medidas cautelares,
Vigilância, Relatório de Análise de Polícia Judiciária de
como busca e apreensão, prisão, interceptação de
Coisas, Informações ou Dados, e Auto Circunstanciado para o
comunicações telefônicas, interceptação do fluxo de
Cumprimento de Medidas Cautelares, a seguir expostos.
comunicações em sistemas de informática, telemática,
captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos ou
Informação de polícia judiciária
acústicos, e ação controlada, na forma da lei, devendo
conter: dados do procedimento; período da diligência;
Com essência expositiva, trata-se de documento de
registro detalhado da diligência; análise minuciosa do objeto
natureza policial, produzido por policial civil, contendo fato
e confronto com outros elementos da investigação; e
relevante de interesse investigativo. Sujeita-se a subsidiar a
policiais encarregados da diligência.
elaboração de VPI’s, o prosseguimento de investigações em
sede de IP’s ou a apuração de fatos narrados em BO’s e
ATIVIDADE DE FIXAÇÃO – UNIDADE 3
TCO’s.
1 – Qual a importância de se constar em relatório
Relatório de vigilância
possíveis divergências de horário entre as câmeras de
videomonitoramento e o horário oficial de Brasília/DF?
De caráter expositivo, consiste em documento de
2 – Quais são os atos de investigação elencados pela
natureza policial, de elaboração determinada pelo Delegado
IN nº 108/2016-DG/PF?
de Polícia Civil, no curso de procedimento policial, devendo
3 – Como você acredita que a regulamentação dos
conter: dados do procedimento; descrição dos eventos,
atos de investigação citados na questão anterior podem
pessoas e coisas relativos à diligência; resultados obtidos;
contribuir para a valorização das atividades desempenhadas
fotografias, áudios e filmagens, sempre que possível; e
pelo Inspetor de Polícia Civil?
policiais encarregados da diligência.

26
Exemplo de programa utilizado para geração de hash:
“SHA256HashGenerator”.
27
BRASIL. Ministério da Justiça. Instrução Normativa nº 108-DG/PF,
Boletim de Serviço nº 210, 1ª Parte, Atos do Diretor Geral, 08 de novembro
de 2016.

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RELATÓRIOS POLICIAIS

UNIDADE 4 – RELATÓRIOS DE ANÁLISE DE DADOS DE ATIVIDADE DE FIXAÇÃO – UNIDADE 4


APARELHOS ELETROELETRÔNICOS E AFINS
1 – Quais são as formas de autorização para acesso,
4.1 Autorização para acesso, extração, análise e extração e análise de aparelhos eletroeletrônicos e afins?
compartilhamento dos dados 2 – Cite 02 (duas) formas de extração de dados de
aparelhos eletroeletrônicos.
Informar no relatório a origem da autorização, se 3 – Cite 04 (quatro) objetos eletroeletrônicos cujos
oriunda a) do proprietário (com ou sem a presença de dados são passíveis de análise em relatório policial.
advogado; com ou sem a assinatura de termo formal), b) da
família da vítima (em casos de vítima de homicídios) ou c) de UNIDADE 5 – RELATÓRIOS DE CONTEXTO SOCIOCRIMINAL
decisão judicial.
Uma equipe atenta às mudanças estruturais e
4.2 Metodologia da análise comportamentais nas áreas de circunscrição onde atua
consegue otimizar sobremaneira o trabalho investigativo.
Especificar se os dados obtidos decorreram de Isto porque as diligências realizadas não se mostrarão soltas
extração realizada com o uso de programa forense e desconexas da realidade, mas intrínsecas a ela. O desafio
28
específico ou se foi realizada a extração manual do dos investigadores é levar aos autos o retrato mais fidedigno
conteúdo, devendo ser informado se o material foi possível dos diferentes perfis de criminosos e complexidades
confrontado com demais informações presentes nos autos de crimes inerentes ao convívio social, a fim de que os atores
de inquérito policial, processo judicial, dentre outros tipos de do sistema de justiça possam ter subsídios suficientes para
procedimentos. implementar as medidas mais adequadas a cada situação
lhes apresentada.
4.3 Objetos da análise Espécie de criminalidade presente nos quatro cantos
do estado do Ceará é a atuação de organizações criminosas
Identificação pormenorizada do(s) aparelho(s) objeto que se valem da violência como forma de conquista de
de análise (celulares, chip’s, cartões de memória, territórios. Tendo no tráfico de drogas sua principal fonte
computadores, pendrives, HD’s, SSD’s, CD’S, DVD’s), como financiadora29, tais organizações não têm legitimidade para
cor, modelo, número de IMEI, número de série e outros recorrer ao poder público para cobrar supostas dívidas dos
identificadores que estejam legíveis. seus desafetos ou intervir parcialmente nas lides de disputa
de território envolvendo os seus integrantes, optando, assim,
4.4 Pessoas por recursos violentos e cruéis de dominação. Diante disso, o
Estado é instado a agir e, visando ao bem comum, tem o
a) Individualização do possuidor do objeto analisado dever de coibir os excessos praticados por quaisquer dos
ou das circunstâncias da apreensão, em caso de atores que venham a incorrer em ilegalidades.
impossibilidade de identificação do efetivo usuário.
b) Indicação e/ou identificação de interlocutores de 5.1 Os conjuntos habitacionais como ambiente fértil
mensagens, bem como de pessoas em arquivos de áudio, para a atuação de organizações criminosas
imagem e vídeo.
c) Indicação e, se possível, qualificação das pessoas É cediço que a essência dos programas de habitação
porventura identificadas como integrantes de um contexto têm o condão de atender ao direito à moradia previsto na
de práticas criminosas, seja na condição de autor, vítima ou Carta Magna de 1988. Ocorre que os conjuntos habitacionais
testemunha. têm sido acometidos de sérias interferências de organizações
criminosas autointituladas “facções criminosas” que têm
4.5 Fatos ocasionado grave desassossego aos moradores locais e
esvaziado o direito constitucional à moradia.
Destaca-se a importância de se contextualizar, sempre As práticas criminosas nos apartamentos ou casas
que possível, o conteúdo encontrado com outros elementos populares vão desde a comercialização irregular dos imóveis,
colhidos durante a investigação. Sejam de ordem lícita ou em desrespeito ao lapso temporal durante o qual os
ilícita, os fatos contidos nos aparelhos objeto de análise moradores são proibidos de fazê-lo, até o cometimento de
terão o condão de subsidiar a investigação policial sob uma homicídios no interior dos condomínios, sendo frequentes os
perspectiva técnica. relatos de ameaças e expulsões de moradores.
Conquanto alarmante, a situação ora narrada já foi
incorporada, principalmente (mas não somente), ao
cotidiano das periferias do Brasil, onde costumam ser
construídos tais condomínios populares. Cabe ao poder
28 público, portanto, mudar essa realidade. A falha estatal na
No âmbito da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Estado
do Ceará – SSPDS/CE, 03 (três) são os setores responsáveis pela extração
29
forense de dados de aparelhos eletroeletrônicos: a) Departamento de Outras fontes financiadoras são o tráfico de armas, a cobrança de pedágio
Inteligência Policial – DIP da Polícia Civil, b) Coordenadoria de Inteligência – a comerciantes, venda e controle clandestinos de serviços básicos, tais
COIN da SSPDS e c) setor especializado da Perícia Forense – PEFOCE. como telefonia, internet e gás.

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RELATÓRIOS POLICIAIS

prestação de serviços essenciais como saúde e educação não o Residencial Alto da Paz (inaugurado em outubro de 2020).
pode ser argumento para legitimar tamanha violência com A seguir, ilustrações de ações orquestradas pela
que agem as facções criminosas, sendo dever estatal reprimi- organização criminosa local.
la. Do contrário, o jargão de que “o crime compensa” se fará
verdade e um número cada vez maior de famílias chorará a
perda de entes queridos vítimas da violência urbana, cujos
índices nacionais, inclusive, são equiparados aos de países
que estão em guerra declarada.
O direito à moradia não se resume à entrega das
chaves de um apartamento, sendo imprescindível que todos
nós, agentes públicos, permaneçamos atentos e vigilantes
com vistas a fiscalizar possíveis situações de vulnerabilidade
que venham a atingir a população. As carências vivenciadas
por moradores de tais regiões são reflexo da ausência estatal
em todos os graus de prevenção criminológica, bem como da
tentativa de ocupação, por parte das organizações Rua José Setúbal Pessoa, 500, Residencial Alto da Paz, Cais do Porto,
criminosas, dos “espaços vazios” deixados pelo Estado, ainda Fortaleza/CE.
que os integrantes destas não tenham qualquer legitimidade
e o façam com a finalidade exclusiva de amedrontar a A seguir, evolução de ocupação irregular à beira do
sociedade e afrontar o Estado. De todo esse caos, apenas morro onde fica encravado o Residencial Alto da Paz, sob
uma minoria é favorecida. influência de organização criminosa local, expondo os
moradores a uma situação de risco iminente, em virtude da
5.2 O exemplo do residencial Alto da Paz no bairro total ausência de infraestrutura.
Cais do Porto

Relatos de retiradas de placas identificadoras de


blocos, apartamentos, além de caixas de distribuição de
água, energia e correspondências, bem como ameaças e
expulsões de moradores, além da prática de homicídios no
seu interior, são práticas corriqueiras em condomínios mais
antigos da cidade de Fortaleza/CE que são redutos de
facções criminosas por pura negligência estatal. Sim,
naturalizar o fato de que cidadãos, moradores, contribuintes,
estão sendo diariamente ameaçados, expulsos de suas
residências e mortos por integrantes de facções criminosas
não pode ser definido de outra maneira que não a
negligência do poder público.
Não tem o Estado (seja na esfera municipal, estadual Imagens de 22.02.2021, quando a mobilização ainda era incipiente.
ou federal) ferramentas para coibir tais práticas e fornecer à
população serviços de saúde, educação e segurança em
padrões aceitáveis? Todos sabemos que a resposta é
positiva, mas, para isso, faz-se necessário que as ferramentas
sejam devidamente utilizadas em prol da coletividade, e não
de uma minoria meticulosamente selecionada.
Confiantes na impunidade, integrantes da facção
criminosa retiram os identificadores de blocos e
apartamentos para dificultar o trabalho de órgãos públicos,
como a polícia, em diligências de notificação ou
cumprimentos de mandados de prisão, ou mesmo a
prefeitura, quando da fiscalização dos imóveis a fim de
confirmar se o morador da/a casa/apartamento corresponde
ao que foi contemplado no programa habitacional.
Consequência das expulsões de moradores Imagens de 10.08.2021.
devidamente contemplados pelos programas habitacionais,
bem como do comércio irregular frequente nessas unidades,
muitos deixam os apartamentos onde deveriam morar, seja
por ameaça ou por optar pela comercialização irregular, e
passam a ocupar outras faixas de terreno público, a exemplo
do que está ocorrendo à beira do morro onde fica encravado

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RELATÓRIOS POLICIAIS

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Justiça. Instrução Normativa nº 108-


DG/PF, Boletim de Serviço nº 210, 1ª Parte, Atos do Diretor
Geral, 08 de novembro de 2016.
BRASIL. Ministério da Justiça. Cortex. Disponível em:
<https://cortex.mj.gov.br/>.
BRASIL. Polícia Rodoviária Federal. Sistema policial
indicativo de abordagem. Disponível em:
<https://spia.prf.gov.br/spia/login>.
CEARÁ. Secretaria de Administração Penitenciária. SAC24-1.
Imagens de 30.08.2021.
Disponível em: <https://ce.sac24.com.br/>.
CEARÁ. Secretaria de Administração Penitenciária. SAC24-2.
Disponível em: <https://ce2.sac24.com.br/>.
CEARÁ. Polícia Civil. Departamento de Inteligência Policial.
ATIVIDADE DE FIXAÇÃO – UNIDADE 5
Curso de nivelamento em investigação de crimes
cibernéticos. 2021.
1 – Na sua opinião, quais ações poderiam ser
implementadas pelo poder público a fim de se resolver a
situação de vulnerabilidade descrita no Residencial Alto da
Paz?
2 – Como uma equipe de policiais civis poderia
contribuir para solucionar os problemas descritos nesta
unidade?
3 – Na sua opinião, a presença da polícia em uma
região como a do residencial descrito contribui para o
agravamento da situação de vulnerabilidade da população
local ou é um fator de solução? Explique.

CONSIDERAÇÕES

Esperamos ter alcançado o objetivo de transmitir ao


inspetor de polícia a importância de se produzir um relatório
policial com afinco e destreza, sendo as sugestões trazidas
nesse material de apoio elementos direcionadores para a
elaboração de um relatório policial que corresponda à
importância e complexidade do cargo, devendo ser contínua
a busca pelo aperfeiçoamento desse instrumento.
Na era da informatização, a atividade policial tem
buscado acompanhar o avanço tecnológico com a aquisição
e desenvolvimento de ferramentas que otimizem o trabalho
investigativo. O desafio, porém, é que a busca pela
modernização não incorra na desmotivação do policial em
buscar incessantemente aprender e se aperfeiçoar na “arte
de ser e de fazer polícia”.
Os interrogatórios, depoimentos e entrevistas, por
exemplo, sejam eles gravados ou não, obtidos no interior da
delegacia de polícia ou fora dela, continuarão sendo
conduzidos por seres humanos, cuja capacidade cognitiva e
identidade profissional serão decisivas para uma condução
profissional da investigação.
O relatório policial, nesse contexto, apresenta-se
como importante ponte de comunicação entre o que se
percebe durante as diligências investigativas e o que se
chega ao conhecimento das autoridades judiciárias, visando,
portanto, conectar com o máximo grau de verossimilhança a
vivência das ruas à teoria das leis e livros.

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RELATÓRIOS POLICIAIS

ANEXO I

RECOGNIÇÃO VISUOGRÁFICA DE LOCAL DE CRIME


Nº ____/2022
Vítima socorrida: ( ) Não / ( ) Sim – Hospital:

Equipe de Atendimento a Local de Crime


DHPP PEFOCE RABECÃO PM’S NO LOCAL
Viatura: XXX Viatura: XXX Viatura: XXX Viatura: XXX
Composição: Composição: Composição: Composição:
DPC XXX
ST XXX mat. XXX
IPC XXX Perito: XXX Motorista: XXX
CB XXX mat. XXX
IPC XXX Motorista: XXX Auxiliar: XXX
SD XXX mat. XXX
IPC XXX

Dados essenciais da ocorrência


Endereço: Cidade:
Bairro: AIS: Data do crime:
Dia da semana: Hora provável do crime:
Há câmeras de vigilância no local ou no entorno?
Endereços:
Provável motivação do crime:
OBS.:
Provável instrumento utilizado para cometer o crime:
OBS.:

Suspeitos
Há suspeitos?
Nome(s) / Cognome(s):
Informações relevantes sobre o (s) suspeito (s):

Dados da vítima 01
Nome: XXX DESCONHECIDO DO SEXO FEMININO XXX
Sexo: D.N:
Filiação:
Endereço:
Escolaridade:
Possui ocupação lícita?
Possui registro criminal no SIP / Há informes de envolvimento com atos infracionais, crimes ou grupos criminosos?
É usuário de drogas ilícitas?

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RELATÓRIOS POLICIAIS

Testemunhas
Nome: D.N:
Genitora: Relação com o fato:
Endereço: Telefone:
Nome: D.N:
Genitora: Relação com o fato:
Endereço: Telefone:
Nome: D.N:
Genitora: Relação com o fato:
Endereço: Telefone:
Nome: D.N:
Genitora: Relação com o fato:
Endereço: Telefone:
Nome: D.N:
Genitora: Relação com o fato:
Endereço: Telefone:

Fotografia Criminal
Posição de encontro do cadáver: XXX DECÚBITO DORSAL XXX
Lesões: XXX 04 CABEÇA; 02 MÃO DIREITA XXX
Nº da Pulseira do Cadáver

Data.
Inspetor de Polícia Civil – Matrícula nº
ANEXO II

RELATÓRIO COMPLEMENTAR À RECOGNIÇÃO VISUOGRÁFICA DE LOCAL DE CRIME Nº ____/2022

1 DA VÍTIMA

NOME: (…)
FILIAÇÃO: (…)
DATA DE NASCIMENTO: (…)
ENDEREÇO: (…)
Com histórico criminal, figurando como investigado(a) nos Inquéritos Policiais nºs. (…).

2 DA OCORRÊNCIA

NATUREZA: HOMICÍDIO DOLOSO.


LOCAL: (…)
DATA: (…), por volta de 00h00m
EQUIPE RESPONSÁVEL: Equipe Alfa/Beta (…)
DELEGADO: (…)
INSPETORES: (…)

3 DOS FATOS

A Equipe Alfa/Beta(…), plantonista do DHPP, recebeu uma ocorrência por volta das 00h00m do dia (…), via CIOPS, a respeito
de uma vítima de homicídio que teria sido alvejada por disparos de arma de fogo no endereço supracitado por volta de
00h00m. Chegando ao local, deparamo-nos com populares (…).
Conforme narrado a esta equipe, (…).

16
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RELATÓRIOS POLICIAIS

4 DA AUTORIA

Conforme informação repassada pela equipe da PMCE, a vítima, (…), estava decretada pela organização criminosa (…), pois,
supostamente, teria sido descoberto que (…) estaria “cabuetando” integrantes desta facção, dentre eles, os indivíduos
conhecidos pelas alcunhas “(…)”, “(…)”, “(…)” e “(…)”, tendo esta traição chegado ao conhecimento do Conselho de tal grupo
criminoso por meio do suposto envio de prints e áudios extraídos diretamente do celular da vítima e encaminhados para
integrantes da facção.
(…) Quanto aos suspeitos de cometimento do homicídio em tela, o principal nome veiculado, até o presente, é o de (…), a
quem é atribuída a alcunha de (…), filho de (qualificação e endereço), indivíduo conhecido por ser Sintonia Geral da (nome
da organização criminosa).

FOTO DO SUSPEITO INFORMAÇÕES RELEVANTES RELACIONADAS AO SUSPEITO

Não restou claro a maneira como os autores chegaram ao local do fato, se a pé, de carro, moto etc, tampouco foram obtidos
endereços que pudessem conter câmeras de videomonitoramento.
Foram qualificadas as seguintes testemunhas:
1. (…);
2. (…);

5 DAS CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do exposto, as informações colhidas por esta equipe serão repassadas à Delegacia de Homicídios responsável pela
condução das investigações, a fim de apurar os indícios de autoria, motivação e materialidade do crime em tela. É o relatório.
Data.

(Nome)
Inspetor(a) de Polícia Civil Visto do(a) Delegado(a)

ANEXO III
RELATÓRIO DE AFASTAMENTO DE SIGILO FISCAL
Nº (número de referência) / (ano de referência)

DESTINATÁRIO DPC (Nome)


PROCEDIMENTO IP nº (...)
REFERÊNCIA OM nº (...)

Resumo: Neste relatório serão apresentadas análises relativas ao afastamento do sigilo fiscal de investigados no contexto do
Inquérito Policial em epígrafe. Os dados fiscais foram obtidos mediante autorização judicial e através destes dados serão
discorridas diversas incongruências detectadas ao longo da análise.

DO RELATÓRIO

O presente relatório integra análise comparativa entre os dados fiscais, Declaração de Imposto de Renda de Pessoa Física
encaminhada pelo investigado para a Receita Federal do Brasil e dados obtidos no decorrer das investigações e em fontes
abertas/sistemas disponíveis, dos seguintes investigados e períodos:

- NOME – CPF - PERÍODO


- NOME – CPF - PERÍODO
- NOME – CPF - PERÍODO

Para melhor entendimento do conteúdo, a análise foi realizada separadamente em tópicos, os quais estão elencados
conforme imagem a seguir.

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RELATÓRIOS POLICIAIS

TÓPICO DESCRIÇÃO
001 Rendimentos declarados x Rendimentos reais
002 Movimentação financeira (e-financeira) x Rendimentos
003 Patrimônio declarado x Patrimônio real
004 Variação Patrimonial
005 Capacidade econômico-financeira

001 – RENDIMENTOS DECLARADOS X RENDIMENTOS REAIS

Comparar as receitas que ele declarou na DIRPF com aquelas identificadas em outras fontes ou no dossiê integrado
Comparar com valores no CNIS
Possui rendimento de empresas? A empresa funciona de fato ou é indicativo de empresa fantasma?

002 – MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA X RENDIMENTOS

Verificar os valores movimentados na e-financeira no período – é compatível com os rendimentos declarados?

003 – PATRIMÔNIO DECLARADO X PATRIMÔNIO REAL

O patrimônio declarado na dirpf corresponde aos constantes na doi, dimob, diligencia in loco? Os valores estão
superfaturados, ou subfaturados? Possui veículos, embarcações, aeronaves? Estão declarados?

004 – VARIAÇÃO PATRIMONIAL

Quanto o patrimônio declarado dele variou de um ano pra outro? É compatível com os rendimentos auferidos?
Fazer comparação entre variação do que ele declarou e variação real (considerando o que ele ocultou) – a diferença é maior?
Indica ocultação por ser de origem ilícita?

005 – CAPACIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA

Há ostentação em redes sociais, em levantamento in loco, vigilância de patrimônio? É compatível o padrão de vida com o que
ele declara?

CONSIDERAÇÕES FINAIS

De todas as comparações, há indicativo de ocultação por ser patrimônio de origem ilícita? Outras medidas precisam ser
tomadas para esclarecimento? Há movimentação expressiva de recursos, necessitando medidas de quebra de sigilo bancário
para identificação de origem?
Outros dados relevantes. É o relatório. Data.
Inspetor de Polícia Civil – Matrícula nº

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