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POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DA BAHIA

MANUAL DE
PROCEDIMENTOS
DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
DO ESTADO DA BAHIA
2ª edição
MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE

POLÍCIA JUDICIÁRIA
DO ESTADO DA BAHIA
2ª edição

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

B151m Bahia. Polícia Civil.


Manual de procedimentos de Polícia Judiciária do Estado da Bahia /
Polícia Civil do Estado da Bahia. – Salvador : P55 Edição, 2023.
232 p.

Manual de normas e procedimentos para execução das atividades de


Polícia Judiciária do Estado da Bahia.

1. Bahia - Polícia Civil. 2. Polícia Judiciária - manual. 3. Normas e


procedimentos. 4. Segurança Pública. I. Título.

CDD 363.2

ANO 2023
Ficha catalográfica – Karina Ribeiro Barbosa CRB-5/1783
GESTÃO SUPERIOR
ELÂINE NOGUEIRA DA SILVA Delegada-Geral Adjunta – DGA
MAURÍCIO RIBEIRO CHAOUÍ Chefia de Gabinete
EDENIR DE MACÊDO CERQUEIRA Corregedoria da Polícia Civil – CORREPOL

GESTÃO ESTRATÉGICA
JOSÉ FERNANDO OLIVEIRA SANTOS Academia da Polícia Civil – ACADEPOL
IVO CARVALHO TOURINHO Departamento de Inteligência da Polícia Civil - DIP
CRISTIANO MARCOS PITANGUEIRA MANGUEIRA Departamento de Planejamento, Administração e Finanças – DEPAF
GESSÉ DE SOUZA SILVA Departamento de Gestão de Pessoas, Saúde e Valorização Profissional da Polícia Civil - DPSV
LEANDRO SADY RODRIGUES Departamento de Gestão Tecnológica, Telecomunicações e Inovações - DGTI

JERÔNIMO RODRIGUES
GESTÃO TÁTICA
Governador

ROGÉRIA DA SILVA ARAÚJO Departamento de Polícia do Interior – DEPIN


MARCELO WERNER DERSCHUM FILHO
Secretário da Segurança Pública CHRISTHIANE INOCÊNCIA XAVIER RODRIGUES COELHO Departamento de Polícia Metropolitana – DEPOM
ANDRÉA BARBOSA RIBEIRO MAGALHÃES RIBEIRO Departamento de Homicídios e Proteção a Pessoa – DHPP
MARCEL AHRINGSMANN DE OLIVEIRA THOMAS VICTOR RODRIGUES GALDINO Departamento de Crimes Contra o Patrimônio – DEIC
Subsecretário da Segurança Pública MÁRCIA PEREIRA DOS SANTOS Departamento de Repressão e Combate a Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro – DRACO
JOSÉ ALVES BEZERRA JÚNIOR Departamento Especializado de Investigação e Repressão ao Narcotráfico - DENARC
HELOÍSA CAMPOS DE BRITO PATRÍCIA BARRETO OLIVEIRA Departamento de Proteção à Mulher, Cidadania e Pessoas Vulneráveis – DPMCV
Delegada-Geral FRANCINEIDE MOURA DE OLIVEIRA Coordenação de Polícia Interestadual - POLINTER
MARCOS CESAR DA SILVA Coordenação de Operações Especiais – CORE
GIOVANNA DE ANDRADE BOMFIM Coordenação de Conflitos Fundiários - CCF

SUPORTE OPERACIONAL
OMAR ANDRADE LEAL Instituto de Segurança Pública, Estatística e Pesquisa Criminal - ISPE
LAURA MARIA CERQUEIRA LIMA MOURA Departamento de Infraestrutura e Logística - DILOG
CLEANDRO PIMENTA BASTOS NETO Coordenação de Fiscalização de Produtos Controlados – CFPC
ARTUR GUIMARÃES DE JESUS COSTA Coordenação de Operações de Polícia Judiciária - COPJ
ILMA LEONOR MAGARÃO PAIVA Escritório de Gestão de Projetos e Processos - EGPP
ANDREZA CAROLINE DO AMARAL TEIXEIRA Coordenação de Controle Interno – CCI
ANTÔNIO JORGE FERREIRA DOS SANTOS SILVA Assessoria de Comunicação - ASCOM
INSTRUÇÃO NORMATIVA N° 03, de 20 de outubro de 2023

A DELEGADA-GERAL DA POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DA BAHIA, no uso de uma de suas atribui-


ções, baseado no inciso XIII do art. 19 da Lei Estadual nº. 11.370/2009 – Lei Orgânica da Polícia
Civil do Estado da Bahia, e,

CONSIDERANDO a necessidade de normatizar e padronizar os procedimentos da atividade de


Polícia Judiciária no âmbito da Polícia Civil da Bahia;
CONSIDERANDO a necessidade de simplificar e dar maior celeridade aos feitos pré-processuais
afetos à competência da Polícia Judiciária;
CONSIDERANDO a exigência de maior transparência, qualidade, eficiência e eficácia das inves-
tigações criminais realizadas no âmbito estadual;
CONSIDERANDO os objetivos estratégicos de incrementar a capacidade de investigação crimi-
nal na elucidação de crimes e de aperfeiçoar a gestão das informações criminais como indutoras
de políticas públicas de segurança pública e sociais;
CONSIDERANDO a necessidade de instituir mecanismos de fiscalização, controle e avaliação
das atividades de Polícia Judiciária:

RESOLVE:

Art.1º - Instituir, no âmbito da Polícia Civil do Estado da Bahia, o Manual de Procedimentos de Po-
lícia Judiciária revisado, a ser observado em todos os seus termos pelos integrantes do Sistema
Policial Civil de Carreira Profissional.

§ 1º - O presente Manual de Procedimentos normatiza, disciplina e padroniza as atividades de


Polícia Judiciária;

§ 2º - São de uso obrigatório os modelos que compõem o Manual de Procedimentos, previsto


nesta instrução normativa;

§ 3º - O Manual de Procedimentos ficará disponibilizado no site da Polícia Civil (www.policiacivil.


ba.gov.br), devendo a Departamento de Gestão Tecnológica, Telecomunicações e Inovações
inserir em destaque na sua primeira página.
INTRODUÇÃO
Art. 2º - Caberá à Corregedoria da Polícia Civil do Estado da Bahia – Correpol instituir mecanis-
mos de acompanhamento, fiscalização, orientação, controle e avaliação da adequada obediên- O presente manual é o resultado do trabalho realizado pela Comissão instituída por meio da
cia ao previsto no presente ato normativo, zelando pela execução das etapas de todo o ciclo da Portaria nº 188 de 12 de março de 2021, com a finalidade de revisar a Instrução Normativa nº 1
investigação policial, com vistas à regularidade dos atos e procedimentos. de 17 de abril de 2013, que trata dos feitos pré-processuais afetos à competência da Polícia Judi-
ciária, tendo como colaboradores delegados, escrivães e investigadores, reconhecidos em razão
Art. 3º - Deverá a Academia da Polícia Civil do Estado da Bahia – Acadepol promover as medidas da condição de docentes/especialistas. O documento foi identificado como um instrumento de
necessárias à ampla divulgação do Manual de Procedimentos de Polícia Judiciária, incrementan- organização, padronização e direcionamento necessário à execução das atividades de Polícia
do a cultura, doutrina, normalização e protocolos técnicos da ação policial investigativa, através Judiciária, relacionadas aos processos organizacionais finalísticos e de apoio. No trabalho, os
das atividades de formação e o desenvolvimento profissional, de forma a fortalecer a observação referidos servidores policiais foram organizados em subcomissões temáticas para facilitar o pro-
do disposto nesta instrução. cesso de construção do manual. Coube à Comissão a organização, integração e alinhamento dos
conteúdos construídos e revisados pelas equipes, com o apoio técnico do Escritório de Projetos
Art. 4º - Esta Instrução entra em vigor na data de sua publicação. e Processos da Polícia Civil da Bahia.

Art. 5º - Fica revogada a Portaria nº 364, de 7 de agosto de 2023.

Heloísa Campos de Brito


Delegada-Geral da Polícia Civil
AGRADECIMENTOS

Eis que se chega ao fim da revisão do Manual de Procedimentos de Polícia Judiciária. Cuidou-se que sistematiza a sua atuação, além de padronizar procedimentos operacionais, contribuindo
de trabalho de fôlego, por demais importante, é certo, dado que teve a pretensão de aprimorar sobremaneira para a eliminação de subjetividades, pouco edificantes em espaços onde é desen-
o documento sobredito por meio de acréscimos e atualizações, sobretudo em face de inovações volvida atividade pública.
legislativas trazidas ao mundo jurídico após a sua primeira edição.
Não tem a pretensão de ser definitivo. Muito pelo contrário. Assim como a instituição que norma-
Compatibilizá-lo com a nova estrutura da Polícia Civil do Estado da Bahia após a promulgação tiza, se pretende organismo vivo, portanto sujeito a constantes modificações visando o aperfei-
da Lei estadual nº 14.580/2023 era outro desafio que se apresentava; além disto, se mostrava çoamento da atividade de polícia judiciária.
imperativa a disciplina de atividades outrora atribuídas a órgãos endógenos – de forma anômala,
é verdade -, porém agora finalmente assumidas pela instituição. Na condição de presidente da comissão responsável pela condução dos trabalhos de revisão,
agradeço a todos aqueles que apresentaram alguma forma de contribuição, ainda que com o
Impossível realizá-lo sem a interação daqueles que lidam diuturnamente com os temas que com- silêncio, o que foi entendido pelo colegiado como sinalização de inexistência de reparo ao texto
põem o seu conteúdo. São os especialistas, afinal. Os detentores dos conhecimentos necessários original ante a perfeição do que estava normatizado.
à formulação dos processos específicos visando a materialização da atividade de polícia judiciária.
Por fim, agradeço aos membros da comissão, que devotaram horas de esforço para a consecu-
Aliás, neste sentido, é importante esclarecer que foi preservada a sua natureza analítica, pois en- ção deste trabalho.
tendeu-se que precisava ser o mais detalhado possível a fim de ter aptidão para servir de suporte
aos profissionais da polícia judiciária em qualquer localidade, seja na beira mar, seja nos sertões, Edenir de Macêdo Cerqueira
onde nem sempre há estrutura funcional compatível com a nobreza do trabalho desenvolvido. Presidente da Comissão

Traduz, seguramente, mais um pilar no esforço de modernização da instituição policial, dado Delegado de Polícia Classe Especial
SUGESTÕES DE MELHORIAS

Buscando o constante aperfeiçoamento desta publicação, sugestões relacionadas aos conceitos


e/ou à forma podem ser remetidas para a Corregedoria da Polícia Civil, pelo e-mail correpol.
pcba@pcivil.ba.gov.br ou via SEI. PCBA/correpol-corregedoria da policia civil

O quadro abaixo apresenta a indicação de como o colaborador poderá registrar suas sugestões
de melhoria.

Manual Justificativa
Redação Atual Redação Sugerida
(Edição Ano) (observação/comentário)
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ACADEPOL – Academia de Polícia Civil


AIAI – Auto de Investigação de Ato Infracional
ASCOM – Assessoria da Comunicação
BO – Boletim de Ocorrência
BOC – Boletim de Ocorrência Circunstanciada de Ato Infracional
CCF - Coordenação de Conflitos Fundiários
CCI - Coordenação de Controle Interno
COPJ - Coordenação de Operações de Polícia Judiciária
CDEP – Coordenação de Documentação e Estatística Policial
CFPC – Coordenação de Fiscalização de Produtos Controlados
CNJ – Conselho Nacional de Justiça
CORE – Coordenação de Operações e Recursos Especiais
CORREPOL – Corregedoria da Polícia Civil da Bahia
CTIT – Coordenação de Tecnologia da Informação e Telecomunicações
DAI – Delegacia para o Adolescente Infrator
DEAM – Delegacia Especial de Atendimento à Mulher
DEATI – Delegacia Especial de Atendimento ao Idoso
DECARGA – Delegacia de Repressão e Furtos e Roubos de Cargas em Rodovias
DEIC - Departamento de Crimes Contra o Patrimônio
DENARC - Departamento Especializado de Investigação e Repressão ao Narcotráfico
DEPAF – Departamento de Planejamento, Administração e Finanças
DEPIN – Departamento de Polícia do Interior
DEPOM – Departamento de Polícia Metropolitana
DERCCA – Delegacia de Repressão a Crimes Contra a Criança e o Adolescente
DG – Delegado-Geral
DGA – Delegado-Geral Adjunto
DGTI - Departamento de Gestão Tecnológica, Telecomunicações e Inovações
DHPP – Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa
DILOG - Departamento de Infraestrutura e Logística
DIP – Departamento de Inteligência
DPA – Delegacia de Proteção Ambiental
DPMCV - Departamento de Proteção à Mulher, Cidadania e Pessoas Vulneráveis
DPSV - Departamento de Gestão de Pessoas, Saúde e Valorização Profissional da Polícia Civil
DPT - Departamento de Polícia Técnica
DRACO – Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado
EGPP - Escritório de Gestão de Projetos e Processos
FAC - Folha de Antecedentes Criminais
GME – Grupo Especializado de Repressão aos Crimes por Meio Eletrônico
IP – Inquérito Policial
ISPE - Instituto de Segurança Pública, Estatística e Pesquisa Criminal
LOPC – Lei Orgânica da Polícia Civil
POLINTER - Coordenação de Polícia Interestadual
PPE – Procedimento Policial Eletrônico
TCO – Termo Circunstanciado de Ocorrência;
VPI – Verificação Preliminar de Informações
58 • CAPÍTULO V: DOS INCIDENTES
SUMÁRIO 59 • CAPÍTULO VI: DA PRISÃO EM FLAGRANTE

64 • CAPÍTULO VII: DAS INFRAÇÕES PENAIS DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO

23 TÍTULO I: DISPOSIÇÕES PRELIMINARES 67 • CAPÍTULO VIII: DA CONCESSÃO E DO RECOLHIMENTO DA FIANÇA

24 • CAPÍTULO I: DA NOTÍCIA DE CRIME 68 • CAPÍTULO IX: DOS LIVROS CARTORÁRIOS

26 • CAPÍTULO II: DA VERIFICAÇÃO PRELIMINAR DE INFORMAÇÕES 71 . Seção I: Apreensão de bens

73 . Seção II: Drogas e bem apreendido na repressão ao tráfico de drogas

31 TÍTULO II: INQUÉRITO POLICIAL 74 . Seção III: Dinheiro

31 • CAPÍTULO I: DA INSTAURAÇÃO 74 . Seção IV: Armas de fogo

32 • CAPÍTULO II: DA CAPA 75 . Seção V: Veículos

34 • CAPÍTULO III: DA MOVIMENTAÇÃO 77 . Seção VI: Bens perecíveis

34 • CAPÍTULO IV: DA INSTRUÇÃO 77 . Seção VII: Objetos contrafeitos

34 . Seção I: Disposições gerais 78 . Seção VIII: Explosivos

39 . Seção II: Das intimações 78 . Seção IX: Joias

41 . Seção III: Das inquirições 79 • CAPÍTULO X: DOS PROCEDIMENTOS DE BUSCA E CAPTURAS

43 . Seção IV: Das testemunhas 83 • CAPÍTULO XI: DAS MEDIDAS ASSECURATÓRIAS

44 . Seção V: Do reconhecimento e da acareação 83 • CAPÍTULO XII: DA COLABORAÇÃO PREMIADA

45 . Seção VI: Da busca domiciliar ou pessoal 86 • CAPÍTULO XIII: DA IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL

47 . Seção VII: Do pedido de exame pericial

49 . Seção VII - A: Das regras da cadeia de custódia 88 TÍTULO III: DAS INVESTIGAÇÕES ESPECIALIZADAS
51 . Seção VIII: Da carta precatória 88 • CAPÍTULO I: DAS PROVIDÊNCIAS RELACIONADAS A OCORRÊNCIAS ENVOLVENDO CRIANÇAS

53 . Seção IX: Da interceptação das comunicações telefônica, telemática e de imagem E ATOS INFRACIONAIS PRATICADOS POR ADOLESCENTES

54 . Seção X: Do interrogatório e do indiciamento 91 • CAPÍTULO II: DOS PROCEDIMENTOS INERENTES À PROTEÇÃO E À APURAÇÃO DOS CRIMES

55 . Seção XI: Do relatório PRATICADOS CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES

56 . Seção XII: Dos prazos para a conclusão do inquérito policial 91 . Seção I: Dos fundamentos legais e dos princípios

57 . Seção XIII: Formalização de inquérito policial quando instaurado por requisição do MPBA 92 . Seção II: Do papel da polícia judiciária no sistema de garantia de direitos
97 • CAPÍTULO III: DAS PROVIDÊNCIAS RELACIONADAS AO ATENDIMENTO 132 TÍTULO IV: DOS PROCEDIMENTOS DE INTELIGÊNCIA POLICIAL
E MEDIDAS ASSEGURADAS À PROTEÇÃO DO IDOSO 132 • CAPÍTULO I: DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

100 • CAPÍTULO IV: DOS PROCEDIMENTOS POLICIAIS RELACIONADOS AOS CRIMES 134 . Seção I: Do suporte à tomada de decisões policiais

DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER 135 . Seção II: Do suporte de contrainteligência

101 • CAPÍTULO V: DOS PROCEDIMENTOS RELACIONADOS AOS CRIMES ELEITORAIS 135 . Seção III: Da regulamentação procedimental operacional

102 • CAPÍTULO VII: DAS APURAÇÕES DECORRENTES DA RELAÇÃO DE CONSUMO 138 . Seção IV: Da extração de dados

103 • CAPÍTULO VIII: INVESTIGAÇÃO DE CRIMES CONTRA VIDA E PROTEÇÃO À PESSOA LOCAL DE CRIME 139 . Seção IV - A: Da interceptação das comunicações telefônica, telemática e de imagem

107 • CAPÍTULO IX: DOS PROCEDIMENTOS A SEREM ADOTADOS EM CASOS DE REGISTROS DE 140 . Seção V: Do Ciberlab-DIP

DESAPARECIMENTO DE PESSOAS 143 . Seção VI: Do Laboratório de Tecnologia Contra Corrupção e Lavagem de Dinheiro (LAB-LD)

110 • CAPÍTULO X: DA BAIXA DA OCORRÊNCIA

111 • CAPÍTULO XI: INVESTIGAÇÃO POLICIAL ENVOLVENDO CONFLITOS FUNDIÁRIOS 145 TÍTULO V: DOS PROCEDIMENTOS RELACIONADOS A CRIMES FUNCIONAIS
113 • CAPÍTULO XII: INVESTIGAÇÃO POLICIAL ENVOLVENDO TURISTA DAS CORREIÇÕES NAS ATIVIDADES DE POLÍCIA JUDICIÁRIA

114 • CAPÍTULO XIII: INVESTIGAÇÃO DE CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO 145 • CAPÍTULO I: CORREIÇÃO ORDINÁRIA

114 . Seção I: Furtos e roubos de celular: 146 • CAPÍTULO II: DA PUBLICIDADE DA CORREIÇÃO

115 . Seção II: Furtos e roubos de estabelecimentos/residências 146 • CAPÍTULO III: DA ORGANIZAÇÃO DOS TRABALHOS DA CORREIÇÃO

116 . Seção III: Furtos e roubos de veículos 147 • CAPÍTULO IV: DA REALIZAÇÃO DOS TRABALHOS CORREICIONAIS

118 . Seção IV: Estelionato 149 • CAPÍTULO V: DA CORREIÇÃO EXTRAORDINÁRIA

118 • CAPÍTULO XIV: OCORRÊNCIAS ENVOLVENDO ROUBO A COLETIVOS 149 • CAPÍTULO VI: RECOMENDAÇÕES FINAIS DAS CORREIÇÕES

150 • CAPÍTULO VII: DO ABUSO DE AUTORIDADE


119 • CAPÍTULO XV: COMBATE AOS CRIMES DE CORRUPÇÃO, LAVAGEM OU OCULTAÇÃO DE BENS,

DIREITOS E VALORES, CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA E A

ORDEM ECONÔMICA 157 TÍTULO VI: ATENDIMENTO E TRATAMENTO DE OCORRÊNCIAS ENVOLVENDO


REFÉNS TOMADOS E DEMAIS SITUAÇÕES DE CRISES INSTALADAS
123 • CAPÍTULO XVI: DOS PROCEDIMENTOS RELACIONADOS A CRIMES CONTRA A CORRUPÇÃO,

LAVAGEM OU OCULTAÇÃO DE BENS, DIREITOS E VALORES, CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E


161 TÍTULO VII: DO PLANEJAMENTO OPERACIONAL DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA E A ORDEM ECONÔMICA
161 • CAPÍTULO I: DEFINIÇÕES
127 • CAPÍTULO XVII: MEDIDAS ADOTADAS EM OCORRÊNCIAS DE EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO
162 • CAPÍTULO II: DO PLANEJAMENTO OPERACIONAL E SUAS ETAPAS
166 TÍTULO VIII: DA DOCUMENTAÇÃO E ESTATÍSTICA POLICIAL 200 Auto de Qualificação e Interrogatório
201 Boletim Individual (Do Indiciado)
203 Ofício à Cdep de Comunicação de Indiciamento de Solicitação de Antecedentes Criminais
168 TÍTULO IX: DA COMUNICAÇÃO SOCIAL POLICIAL 204 Termo de Traslado
205 Relatório Final
207 Auto de Prisão em Flagrante (Capa)
171 TÍTULO X: DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E FINAIS
208 Recibo de Entrega do Preso (Ao Condutor do Preso em Flagrante)
209 Termo de Depoimento do Condutor
175 ANEXO I DA INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº. 04 DE 01º DE MARÇO DE 2022 210 Termo de Depoimento da Primeira Testemunha
MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA 211 Termo de Depoimento da Segunda Testemunha
212 Termo de Declarações da Vítima
176 Capa de Autos de Inquérito Policial 213 Termo de Interrogatório do Conduzido
177 Portaria de Inquérito Policial 214 Nota de Culpa
178 Mandado de Intimação 215 Termo de Recusa/Impossibilidade de Assinatura
179 Ordem de Missão – OM 216 Padrão para Divulgação de Pessoa Desaparecida
180 Instruções de Preenchimento da Ordem de Missão – OM 217 Registro de Pessoa Desaparecida
181 Relatório de Investigação Criminal – RIC 219 Termo Circunstanciado de Ocorrência
182 Instruções de Preenchimento do Relatório de Investigação Criminal – RIC 220 Identificação de Testemunhas
183 Relatório Técnico Circunstanciado de Investigação 221 Termo de Declarações
185 Termo de Declarações 222 Termo de Declarações com Representação
186 Termo de Declarações com Representação (inquirição por videoconferência/audiência telepresencial) 223 Termo de Declarações - Delitos de Ação Penal Privada
187 Termo de Declarações com Representação 224 Termo de Declarações - Autor do Fato - TCO
188 Termo de Depoimento 225 Termo de Depoimento
189 Termo de Acareação 226 Remessa
190 Ofício de Expedição de Carta Precatória 227 Ficha de Acompanhamento Inicial em Sequestros
191 Auto de Reconhecimento 234 Ficha de Atendimento - DEATI
192 Auto de Reconhecimento Fotográfico 235 Modelo de Ofício de Encaminhamento Formulários
193 Relatório Circunstanciado de Ingresso em Domicílio 236 Mandado de Intimação Adolescente - ECA
194 Auto Circunstanciado de Busca Domiciliar com Arrecadação de Provas 237 Auto de Apreensão em Flagrante (De Adolescente Infrator)
195 Auto Circunstanciado de Busca Domiciliar sem Arrecadação de Provas 238 Nota de Ciência da Imputação da Prática de Ato Infracional
196 Termo de Consentimento de Busca Domiciliar 239 Termo de Compromisso e Responsabilidade (Do Responsável)
197 Auto de Exibição e Apreensão 241 Capa de Investigação Policial Infracional - ECA
198 Auto de Entrega (De Coisas Somente Arrecadadas) 242 Boletim de Ocorrência - ECA
199 Auto de Restituição (De Coisas Formalmente Apreendidas) 243 Certidão Informação de Ocorrência
244 Ofício Modelo - Identificação Compulsória de Adolescente - ECA
245 Termo de Declarações de Vítima "com ou sem representação"
246 Requerimento de Medidas Protetivas de Urgência TÍTULO I
247 Termo de Interrogatório - DEAM DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
248 Modelo Envio de MPU
249 Ofício Modelo - Casa De Abrigo 1. As atividades de Polícia Judiciária exercidas pela Polícia Civil do Estado da Bahia seguirão os
250 Roteiro de Plano Pré-Operacional procedimentos estabelecidos neste manual, em estrita conformidade com a Constituição, as Leis
252 Roteiro de Plano Operacional e ao Direito, além dos Tratados, Acordos e Convenções Internacionais de o país é signatário.
255 Modelo de Plano Operacional

2. A investigação realizada pela Polícia Judiciária deve ocorrer por meio de um dos seguintes
259 ANEXO II procedimentos:
EQUIPE DE COLABORADORES DAS PRODUÇÕES TEXTUAIS, INTEGRANTES DE SUBCOMISSÕES
TEMÁTICAS CONSTITUÍDAS PARA ELABORAÇÃO DO MANUAL DE PROCEDIMENTOS DA I. inquérito policial (IP);
POLÍCIA CIVIL DA BAHIA – EDIÇÃO 001/2022. II. termo circunstanciado de ocorrência (TCO);
III. auto de investigação de ato infracional (AIAI);
IV. boletim de ocorrência circunstanciada de ato infracional (BOC);
V. auto de prisão em flagrante (APF);
VI. auto de apreensão em flagrante de adolescente infrator (AAFAI);
VII. verificação preliminar de informações (VPI).

3. Ao delegado de polícia, na qualidade de autoridade policial, dentre outras atribuições priva-


tivas previstas no art. 50 da Lei Estadual nº. 11.370/2009, caberá condução da investigação cri-
minal, no âmbito de sua competência, por meio de inquérito policial, termo circunstanciado de
ocorrência ou outros procedimentos legais, instrumentos e atos oficiais.

Parágrafo único – Compete à autoridade policial, encarregada de apurar infrações penais,


cumprir os prazos legais e manter atualizados os registros de todas as atividades de Polícia
Judiciária e Investigativa nos sistemas corporativos.

4. A fim de viabilizar o exercício da atividade investigativa típica da Polícia Civil, o delegado, o es-
crivão ou o investigador de polícia que primeiro tomar conhecimento de uma ocorrência policial
deverá proceder ao devido atendimento, providenciando o correspondente registro da ocorrên-
cia, adotando outras medidas iniciais de Polícia Judiciária pertinentes, independentemente da
base territorial ou especialidade. Entende-se por medidas iniciais:
a) providências previstas no art. 6º do CPP, se o local e o fato forem de sua atribuição fun-
cional, ou;

23 TÍTULO I • DISPOSIÇÕES PRELIMINARES


b) providências previstas no art. 6º do CPP, quando possíveis e cabíveis, remetendo todas as f) o registro, com a maior precisão possível, das coordenadas geográficas do cometi-
peças produzidas diretamente para a delegacia competente, em razão do lugar do crime mento do crime;
ou da natureza do delito praticado; g) a identificação de pessoas e objetos que interessem à prova da infração penal;
c) lavratura do Auto de Prisão em Flagrante, se configurada situação de flagrante delito, h) sempre que possível, os endereços eletrônicos (e-mails) e números de telefone celu-
encaminhando, logo após, o inquérito policial à delegacia competente, em razão do lu- lar, do comunicante e/ou da vítima, com a indicação do funcionamento de Short Mes-
gar do crime ou da natureza do delito praticado, observados os limites das legislações sage Service (SMS) e de aplicativos de mensagem instantânea, tais como WhatsApp e
extravagantes. Telegram;
i) o registro da concordância expressa do comunicante e/ou da vítima quanto à cita-
ção, notificação e intimação por meio eletrônico, em qualquer processo, ou proce-
CAPÍTULO I dimento policial, observando a política de modernização institucional para atendi-
DA NOTÍCIA DE CRIME mento policial ao cidadão, envolvendo os princípios de celeridade, transparência,
segurança, eficiência e redução de custos, bem como as recomendações do Conse-
5. A notícia de crime, no âmbito da Polícia Civil do Estado da Bahia, será formalizada por meio de lho Nacional de Justiça – CNJ, no bojo dos acordos de cooperação firmados com as
boletim de ocorrência no sistema eletrônico oficial da PCBA. instituições policiais;
j) a indicação das providências preliminares adotadas.
§ 1º Quando a notícia de crime for apresentada verbalmente na delegacia de polícia, deverá
o servidor policial civil, ou outro servidor designado, reduzi-la a termo eletronicamente. § 4º Antes do registro do boletim de ocorrência, deverá o servidor policial civil ou outro servi-
dor designado efetuar pesquisa acerca da existência prévia de registro do fato.
§ 2º Na hipótese de notícia de crime encaminhada à delegacia de polícia em petição escrita,
deverá o delegado de polícia, preliminarmente, determinar: § 5º Sempre que, no curso da investigação, for promovida alteração, acréscimo ou
a) o cadastro eletrônico do boletim de registro de ocorrência – BO. ajustes no registro originário do boletim de ocorrência, estes deverão ser consigna-
b) a digitalização da petição, bem como de eventuais documentos que a instruam e sua dos na aba aditamento.
juntada ao referido BO.
§ 6º Durante o registro de objetos, o servidor da Polícia Civil deve atentar-se para preencher o
§ 3º O boletim de registro de ocorrência – BO deverá conter: maior número de campos possíveis à individualização dos objetos, sendo vedada a descrição
a) as qualificações completas do(s) comunicante(s), da(s) vítima(s), testemunha(s) e de apenas no campo do histórico da ocorrência.
outros envolvidos;
b) todos os dados disponíveis sobre o autor do fato, incluindo a sua descrição física; § 7º Após registrado o boletim de ocorrência, este deverá ser encaminhado, incontinenti, ao
c) a tipificação provisória da infração penal, nos casos de ocorrências delituosas; delegado de Polícia Civil, que deverá adotar as medidas imediatas que o caso requerer.
d) a descrição do fato, de modo a demonstrar suficientemente que ele se adequa à tipi-
ficação informada, preenchendo todos os campos obrigatórios existentes no sistema 6. Notícia de crime dirigida à unidade administrativa da Secretaria da Segurança Pública deverá
eletrônico oficial da PCBA; ser encaminhada ao delegado-geral da Polícia Civil que providenciará sua distribuição para a
e) a identificação pormenorizada do local, do horário e dos instrumentos utilizados na delegacia competente, observadas a especificidade e a estrutura hierárquica.
prática da infração penal;

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2023


24 25 TÍTULO I • DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Parágrafo único – As notícias de infração penal endereçada diretamente aos órgãos de dire- II. A VPI aplica-se a quaisquer demandas dirigidas direta ou indiretamente às Unidades Ope-
ção superior e aos órgãos de gestão tática, por meio de requerimentos, representações ou rativas da Polícia Civil, competindo ao delegado de polícia a deliberação sobre a instau-
requisições, resguardadas as atribuições do delegado-geral, depois de protocoladas, serão ração do procedimento.
encaminhadas às unidades operativas competentes, definidas no art. 13 da Lei Estadual nº. III. A VPI poderá ser iniciada na unidade policial, motivada por notícia formulada presencialmente
11.370/2009, para registro e cumprimento. ou de forma eletrônica, apresentada por meio da Ouvidoria da Polícia Civil, registradas por
meio de ferramenta “Disque Denúncia”, ou ainda, recepcionadas através de notícias veiculadas
7. Os expedientes referidos no artigo anterior, quando diretamente endereçados a uma Coorde- em quaisquer meios de comunicação, por meio de autos de processos judiciais, documentos,
nadoria de Polícia do Interior – Coorpin, serão registrados e despachados para uma Delegacia de requerimentos ou representações, declarações ou interrogatórios colhidos nos autos de pro-
Polícia Territorial ou Especializada competente. cedimentos investigatórios em andamento, ou quaisquer outros meios de provas lícitas, deven-
do o fato sempre ensejar o registro de boletim de ocorrência correspondente à ciência do fato.
§ 1º Nas Delegacias de Polícia Territoriais e Especializadas, o registro e o atendimento dos re- IV. A VPI será instaurada mediante ato do delegado de polícia, na forma de Despacho VPI,
querimentos, representações ou requisições serão providenciados pelo respectivo delegado tombada em instrumento próprio, físico (livro) ou eletrônico, quando possível, identifican-
de polícia titular da unidade, delegado de polícia plantonista ou substituto. do-se pela sua denominação, numeração em série pelo cartório, com renovação anual,
seguida da sigla da unidade policial e com a identificação dos envolvidos, aplicando-se,
§ 2º Quando a notícia de crime for registrada pela rede mundial de computadores, por inter- no que couber, conforme o art. 3º do CPP e o disposto no Título II, capítulos II e IV, e título
médio do sítio da Delegacia Virtual ou por aplicativo, será encaminhada à delegacia de po- das infrações penais de menor potencial ofensivo.
lícia competente, observada a estrutura hierárquica, para homologação/validação e demais V. No curso da VPI, a fim de angariar elementos mínimos justificadores da instauração de
providências pertinentes. procedimento para a apuração de infrações penais, a autoridade policial apenas poderá:
a) expedir ordem de missão a fim de se procederem levantamentos de locais, produção
de dados, informações e conhecimentos, ou identificação de pessoas envolvidas;
CAPÍTULO II b) requisitar informações, documentos e dados que auxiliem na definição dos fatos, ou
DA VERIFICAÇÃO PRELIMINAR DE INFORMAÇÕES identificação de pessoas;
c) colher declarações de indivíduos, a fim de aclarar situações fáticas;
8. Deverá o delegado de polícia providenciar a instauração de Verificação Preliminar de Informa- d) colher as provas que servirem para melhor definição do fato e suas circunstâncias;
ções – VPI, na forma do art. 5º, § 3º, do Código de Processo Penal – CPP, sempre que as informa- e) proceder ao reconhecimento de pessoas e coisas.
ções noticiadas não apresentem elementos suficientes para base empírica idônea e elementos
indiciários mínimos da materialidade delitiva e identificação de autoria; ensejando a necessidade 9. A VPI será apreciada no prazo de 30 (trinta) dias, a contar do recebimento da notícia do fato,
de levantamentos preliminares a justificar a instauração do inquérito policial, lavratura de termo prorrogável por até 90 (noventa) dias, ao final do qual deverá o delegado de polícia adotar uma
circunstanciado de ocorrência ou outro procedimento legal, em cumprimento das funções de das seguintes providências:
Polícia Judiciária da Polícia Civil do Estado da Bahia.
I. Convocar a VPI em um dos procedimentos investigatórios previstos no presente manual;
I. No decorrer da VPI, será averiguada a procedência da informação, com vistas à identifica- II. Arquivá-la, nos termos do art. 11 deste manual;
ção de justa causa fundamentada, e de indícios mínimos da prática de crime, atendendo III. Remeter a VPI ao seu superior hierárquico, quando pelos fatos preliminarmente apura-
às exigências da Lei nº. 13.869/2019, nos seus art. 27 e 30. dos, entender que não dispõe de atribuição para prosseguir na investigação a que se

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26 27 TÍTULO I • DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
refere, indicando, de forma fundamentada, qual seria a autoridade com atribuições legais 15. O recurso será protocolado no cartório da unidade que indeferiu a instauração do procedi-
para prosseguir na investigação. mento e juntado à respectiva VPI, que deverá ser remetida, no prazo de 5 (cinco) dias úteis, ao
diretor do respectivo departamento para apreciação em 10 (dez) dias, caso não haja reconside-
10. Existindo conflito de atribuição acerca da presidência do procedimento cabível do quanto ração da autoridade policial presidente do feito, nesse mesmo prazo.
apurado na VPI, a autoridade policial promoverá a remessa do feito ao departamento a que está
subordinado. 16. Não havendo recurso, a VPI será arquivada pela delegacia de origem que a concluiu, regis-
trando-se no sistema respectivo, em ordem cronológica, ficando a documentação digitalizada à
a) O conflito entre unidades do mesmo departamento será dirimido pelo seu diretor; disposição do órgão ministerial competente para realizar vistorias nas unidades policiais, pelo
b) O conflito entre departamentos diversos será dirimido pela Corregedoria da Polícia Civil. prazo de prescrição previsto na Lei Penal.

11. A VPI será arquivada, mediante despacho fundamentado do delegado de polícia que a pre- 17. Na estruturação dos autos da VPI, deverão ser levados em consideração os modelos apresen-
side, quando: tados no anexo I.

I. A notícia narrada não constituir fato típico ou for incompreensível; 18. Estando a notícia crime devidamente instruída, e apresentando justa causa, a autoridade policial
II. O fato narrado já tiver sido objeto de investigação ou de ação judicial ou já se encontrar competente para presidir o inquérito procederá à sua instauração, tão logo tome conhecimento.
solucionado;
III. A lesão ao bem jurídico tutelado for manifestamente insignificante, nos termos de juris- 19. Nos afastamentos do presidente do feito por mais de 30 (trinta) dias, a respectiva autoridade
prudência consolidada nos tribunais superiores; policial deverá, previamente, indicar em despacho as diligências por realizar, sanear os autos, se
IV. For desprovida de elementos de prova ou de informações mínimas para o início de uma necessário, e fazê-los conclusos a quem couber a redistribuição.
apuração, e o noticiante não atender à intimação para complementá-los;
V. Findo o prazo, a sua apuração não resultar na coleta de elementos justificadores para o 20. Na hipótese prevista no artigo anterior, a VPI retornará à autoridade policial de origem tão
prosseguimento da investigação, ou sua conversão em inquérito policial. logo ocorra o seu regresso à atividade.

12. Requisições de perícias, representações por ordem judicial para medidas cautelares, interro- 21. As investigações policiais devem substanciar os autos do inquérito policial, utilizando recur-
gatórios e depoimentos, quando necessários ao esclarecimento formal dos fatos investigados, sos técnico-científicos, por meio de procedimentos metodológicos, tornando-o capaz de fomen-
deverão ocorrer no bojo de inquérito policial ou outro procedimento investigativo previsto em lei. tar o conhecimento acadêmico, servindo como fonte de estudos dos fenômenos criminológicos,
com suas causas e consequências.
13. No caso do procedimento policial relativo a direitos individuais indisponíveis, o noticiante
será cientificado da decisão de arquivamento, da qual caberá recurso ao diretor do respectivo 22. As infrações penais atribuídas aos integrantes da Polícia Civil serão apuradas por meio de
departamento, no prazo de 10 (dez) dias. inquérito policial – IP, ou termo circunstanciado de ocorrência – TCO instaurados na Correpol, na
forma do inciso III do art. 23 da LOPC.
14. A cientificação do arquivamento no caso de a VPI ter sido instaurada mediante provocação de
órgão público deverá ser acompanhada do despacho fundamentador do arquivamento.

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28 29 TÍTULO I • DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
23. Na hipótese de lavratura de auto de prisão em flagrante em desfavor de integrante da Polícia
Civil, nas unidades operativas do interior do estado, o fato deverá ser imediatamente comunica- TÍTULO II
do à Correpol e, após a conclusão do feito, cópia integral dos autos deverá ser remetida àquele INQUÉRITO POLICIAL
órgão, para a adoção das medidas disciplinares.
CAPÍTULO I
24. Quando da ocorrência de prisão em flagrante de integrante da Polícia Civil, este ficará reco- DA INSTAURAÇÃO
lhido em sala especial da repartição em que sirva, sob a responsabilidade do seu chefe imediato,
até a finalização do procedimento, sendo-lhe defeso exercer qualquer atividade funcional, ou 28. O inquérito policial – IP será iniciado por:
sair da repartição sem expressa autorização do juízo, cuja disposição se encontre, até que sua
transferência ocorra para instalações da Correpol, nos termos do art. 1º da Lei no 5.350/67, c/c o I. Auto de prisão em flagrante, quando estiverem presentes os pressupostos do art. 302
art. 40 da Lei no 4.878/65 do art. 58, inciso IV, da Lei no 11.370/2009. do CPP, observando-se as formalidades previstas nos artigos 304 e seguintes do mesmo
diploma legal, assim como os direitos e garantias indicados no art. 5º da Constituição Fe-
25. Tratando-se de indiciado integrante de outra força policial ou de servidor público não perten- deral – CF;
cente ao Sistema Policial Civil de Carreira Profissional, a autoridade policial presidente do feito II. Portaria, nos casos de ação pública incondicionada, de ação pública condicionada a re-
deverá remeter cópia dos autos ao órgão corregedor de vinculação do servidor, sem prejuízo de presentação, de requisição, de requerimento do ofendido, ou quando convolada a VPI.
que a Corregedoria-Geral também seja comunicada.
Parágrafo único – No caso da lavratura do auto de oposição a intervenção policial com
26. A investigação criminal por meio de inquérito policial ou outro procedimento previsto em resultado morte ou lesão grave seguida de morte, no âmbito de atribuição da Polícia Civil,
lei deve tramitar pelo sistema eletrônico oficial da Polícia Civil do Estado do Bahia, adotando-se conforme previsto na Instrução Normativa Conjunta SSP/PM/CBM/PC/DPT n° 01, de 08 de
como modelos as peças nele constantes. julho de 2019, é obrigatória a instauração de inquérito policial, mediante a lavratura de
portaria.
27. Na impossibilidade de tramitação do feito por meio eletrônico, a confecção das peças que com-
põem os autos deve seguir os padrões apresentados no anexo I da presente Instrução Normativa. 29. As infrações de menor potencial ofensivo serão objeto de termo circunstanciado de ocorrên-
cia – TCO, na forma da Lei nº 9.099/95 e do Título II deste manual.

30. A portaria instauradora deverá conter o número do protocolo do documento base da notícia
do crime, o relato sucinto do fato delituoso, a tipificação ainda que provisória e, quando possível,
a suposta autoria, bem como as diligências de cumprimento imediato.

I. A portaria será acompanhada do boletim de registro de ocorrência, autos da VPI, ou de-


mais documentos e elementos que tenham justificado a instauração do inquérito policial.

31. Nas unidades operativas sem protocolo eletrônico, deverá constar na portaria a indicação do
número do ofício ou do documento noticiador da infração.

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30 31 TÍTULO II • INQUÉRITO POLICIAL
32. Nos casos de crimes cuja ação penal seja de iniciativa pública condicionada à representação V. A autuação, contendo data e assinatura do escrivão de carreira ou ad hoc, devendo, pre-
ou de iniciativa privada, a autoridade policial não exigirá a apresentação do instrumento formal ferencialmente, ser lavrada por meio computadorizado.
respectivo, podendo a manifestação de vontade ser consignada em termo de declarações, con-
tendo informações suficientes para que a vítima, ou seu representante legal, manifeste de forma Parágrafo único – Na ausência do escrivão de Polícia Civil, a autuação e demais atos pro-
inequívoca sua intenção de ver apurada a infração penal. cedimentais poderão ser realizados por quaisquer outros servidores da Polícia Civil ou
pessoa devidamente indicada para a função.
Parágrafo único – O mero registro do boletim de ocorrência ou a notícia do fato por quais-
quer outros meios não justificam o início da persecução penal, nos crimes cuja ação penal 36. No termo de autuação, sempre que possível, serão discriminados todos os documentos au-
seja de iniciativa pública condicionada à representação ou de iniciativa privada. tuados.

33. Nos crimes de natureza privada, a vítima, ou seu representante legal, será orientada pela au- 37. O inquérito policial sob segredo de justiça será identificado como tal, apondo-se na capa dos
toridade policial sobre o prazo de que dispõe para formalizar sua pretensão em juízo, na forma autos uma etiqueta contendo a inscrição “SEGREDO DE JUSTIÇA”.
do previsto no art. 103 do Código Penal – CP e no art. 398 do CPP, devendo tal conhecimento
ser devidamente registrado no seu termo de declarações, podendo ser consignado desde o mo- 38. Quando o indiciado estiver preso, será colocada na capa dos autos do inquérito uma etiqueta
mento do registro da certidão de ocorrência policial. com a expressão “INDICIADO PRESO”, que será removida tão logo seja ele libertado.

34. Os conflitos de atribuição, positivo ou negativo, serão dirimidos pelo superior hierárquico 39. O inquérito policial em que um idoso figure como vítima deverá ser assim identificado, para
comum. o fim previsto no inciso I do parágrafo único do art. 3º da Lei nº 10.741/2003 – Estatuto do Idoso,
apondo-se na capa dos autos uma etiqueta contendo a inscrição “ESTATUTO DO IDOSO”.

CAPÍTULO II 40. A capa dos autos do inquérito policial com apenso conterá etiqueta com a expressão “INQUÉ-
DA CAPA RITO COM APENSO”.

35. A capa dos autos do inquérito policial conterá, obrigatoriamente: 41. Os apensos serão constituídos por assunto, com numeração independente dos autos prin-
cipais. Se for necessário mais de um volume para determinado apenso, a sua numeração será
I. O Brasão da Polícia Civil, na forma prevista no Decreto Estadual n°. 19.349/19, na Reso- sequencial.
lução nº 01/2017 do Conselho Nacional de Chefes de Polícia – CONCPC, e na Portaria nº
754/2019, da lavra do Exmo. delegado-geral, e o cabeçalho com a designação “ESTADO 42. A capa de cada novo volume do apenso conterá apenas os dados previstos nos incisos I e II
DA BAHIA”, “SECRETARIA DA SEGURANÇA PÚBLICA” e “POLÍCIA CIVIL DA BAHIA”; do item 35, e o número do volume, devendo ser observado os itens deste manual.
II. O número do inquérito em destaque e a área especializada (indicação do departamento),
quando for o caso; 43. Os autos destinados à apuração das infrações de menor potencial ofensivo definidas em lei
III. O(s) nome(s) do(s) indiciado(s), se conhecido(s), e da(s) vítima(s), além do respectivo en- terão capa específica, de acordo com o previsto no capítulo VII, item 173 deste manual.
quadramento penal;
IV. Os nomes da autoridade policial e do escrivão;

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32 33 TÍTULO II • INQUÉRITO POLICIAL
CAPÍTULO III a) legitimar e disciplinar as ações policiais;
DA MOVIMENTAÇÃO b) facilitar o planejamento e a execução da missão;
c) designar o chefe e os demais integrantes da equipe;
44. Na movimentação dos autos do inquérito policial, somente serão utilizados os termos de d) estabelecer a data de início e a previsão de término da missão;
CERTIDÃO, CONCLUSÃO, DATA, JUNTADA, REMESSA e RECEBIMENTO, podendo, para tanto, e) informar os dados conhecidos e os necessários ao cumprimento da missão;
adotar carimbos e formulários padronizados, na hipótese de o procedimento não ocorrer em f) informar as técnicas, cuidados e detalhes que devem ser observados;
meio eletrônico. g) especificar os armamentos, as munições e os equipamentos necessários;
h) determinar o vestuário que deverá ser empregado (padronizado ou velado);
45. Os autos do inquérito policial ficarão sob a guarda do escrivão do feito. i) informar sobre o pagamento de diárias e o custeio de eventuais despesas, indicando a
fonte pagadora e a forma de pagamento, quando for o caso;
46. Ao receber os autos, o escrivão cumprirá de imediato os despachos dos casos urgentes, fa- j) estabelecer as recomendações e as demais medidas de segurança para a equipe.
zendo-os conclusos em seguida.
51. O resultado de investigações realizadas no curso de inquérito policial, conforme o previsto no
47. Os autos, quando no aguardo de diligências não atendidas em prazo previamente estabele- inciso XI do art. 52 da LOPC, será trazido aos autos mediante Relatório de Investigação Criminal –
cido pela autoridade policial, lhes serão conclusos para análise e providências. RIC, sem a juntada de OM ou informações que contenham dados operacionais e administrativos
de exclusivo interesse da Administração Pública.

CAPÍTULO IV I. Excepcionalmente, se não houver tempo ou condições de expedir a OM antes do início da


DA INSTRUÇÃO missão, o policial designado para cumpri-la ou o chefe da equipe deverá comunicar o fato
ao plantão da unidade, para registro. Se a missão for sigilosa, a autoridade que a determi-
SEÇÃO I nou deverá comunicá-la, logo que possível, ao Departamento de Inteligência Polícia – DIP.
DISPOSIÇÕES GERAIS II. Quando, na investigação criminal, for necessária a realização de diligência fora da cir-
cunscrição do delegado de polícia ou com o auxílio de outra unidade policial, deverá ser
48. As atribuições da autoridade policial são exclusivas na direção e na supervisão operacional
precedida de comunicação à chefia comum das unidades envolvidas, que decidirá sobre
da atividade de investigação criminal e do exercício da Polícia Judiciária, como disposto no inciso
o afastamento dos policiais da sua sede de lotação e sobre o emprego de recursos de
VI do art. 50 da LOPC, sendo, portanto, indelegáveis. O descumprimento deste artigo, tanto pelo
outras unidades.
delegado de polícia quanto pelo investigador ou escrivão, pode configurar as infrações discipli-
III. A comunicação de que trata o item II deste capítulo deverá observar os canais hierárquicos.
nares previstas nos incisos IV, X ou XXVIII do art. 90 da LOPC.
IV. O RIC tem por objetivo registrar o resultado da missão e os fatos relevantes para a inves-
tigação que tenham ocorrido durante o seu cumprimento, devendo ser elaborado pelo
49. As ordens de serviço previstas na alínea a) do inciso V do art. 50 da LOPC são divididas em
ordem de missão – OM e ordem de serviço administrativo – OSA. policial designado para executá-la ou pelo chefe de equipe, o que deverá ser feito logo
após o fim da missão ou em até 2 (dois) dias úteis.
50. A OM é um documento sigiloso de natureza policial, de uso interno da Polícia Civil, expedido V. Fatos e providências de ordem administrativa e de interesse estrito da Polícia Civil não
por autoridade policial competente para ordenar o cumprimento de missões determinadas aos devem ser registrados no RIC, e sim comunicados via memorando à autoridade policial
integrantes das carreiras policiais previstas nos artigos 47 e 48 da LOPC, a fim de: que expediu a OM, objetivando a adoção das medidas cabíveis.

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34 35 TÍTULO II • INQUÉRITO POLICIAL
VI. O descumprimento reiterado do previsto no artigo anterior deve ser comunicado à Cor- 57. Os procedimentos policiais serão elaborados na forma eletrônica.
repol, para análise de eventual ocorrência de falta disciplinar, especialmente as previstas
nos incisos V e XV do art. 90 da LOPC. I. Os procedimentos policiais iniciados na forma física serão confeccionados em uma única
VII. Cada OM deverá ser numerada e cada RIC deverá receber a numeração correspondente. via, sendo remetidos digitalmente ao Judiciário, competindo a sua guarda ao cartório da
Havendo mais de um RIC para uma mesma OM, deverá ser acrescentada uma letra à nu- unidade.
meração dele, começando pela letra “A”. II. Os dossiês dos procedimentos policiais concluídos e remetidos ao Judiciário deverão
VIII. A OM e o RIC serão expedidos de acordo com os modelos contidos no anexo deste manual. permanecer sob a guarda do cartório até o seu respectivo descarte, em 5 anos.
IX. Se a OM for expedida a fim de instruir os autos de sindicância ou de processo administra-
tivo disciplinar, o resultado da diligência será informado por meio de Relatório de Investi- 58. O desentranhamento e o reentranhamento de qualquer peça dos autos do inquérito policial
gação Disciplinar – RID, que deve ser elaborado de acordo com as mesmas regras do RIC, serão antecedidos de despacho da autoridade policial e atestados por certidão lavrada pelo
mudando-se apenas a sua denominação. escrivão.

52. A Ordem de Serviço Administrativo – OSA é um documento de natureza administrativa, de 59. Os autos do inquérito policial serão compostos por volumes contendo em média 200 (du-
uso interno da Polícia Civil, de caráter obrigatório para a realização de serviços de apoio adminis- zentas) folhas, aceitando-se pequena variação para mais ou para menos, a depender das últimas
trativo fora da sede de lotação do servidor designado para a execução da tarefa, expedido por peças produzidas ou dos últimos documentos juntados, devendo ser lavrados os respectivos
autoridade competente. termos de encerramento e de abertura.

53. O resultado do cumprimento da OSA deve ser informado por meio de Relatório de Serviço Parágrafo único – No volume inicial dos autos do inquérito policial, a capa será conside-
Administrativo – RSA. rada a folha de nº 1.

54. A OSA e o RSA devem ter regulação própria, diversa deste manual, que versa acerca de atos 60. Cada novo volume terá numeração de folhas sequencial à do anterior, excluindo-se a contra-
de Polícia Judiciária, entretanto, as regras relativas à OM e ao RIC lhes são aplicáveis, no que capa deste e a capa do novo volume.
couber, enquanto não for publicada a normatização pertinente.
61. Os processados de natureza administrativa necessários à instrução do inquérito policial serão
55. As diligências e as providências necessárias à instrução do inquérito policial serão ordenadas apensados aos autos principais, lavrando-se termo próprio.
pela autoridade policial, mediante despachos, visando à formação do conjunto probatório.
Parágrafo único – Se for necessária a continuidade da instrução do processado, o apensa-
Parágrafo único – As informações, os indícios, as circunstâncias e os elementos de prova mento deve ser da sua cópia integral.
serão colhidos pela autoridade policial e pelos investigadores de polícia, que deverão
estar vinculados à apuração e ser expressamente indicados nos autos, no caso destes 62. É vedada a juntada de qualquer objeto aos autos, devendo ser encaminhado para a Central de
últimos se houver a juntada de RIC. Custódia de Prova, prevista no art. 158-E, do CPP, e nela permanecer, conforme previsão do art.
158-F do CPP, observando-se as regras da cadeia de custódia de prova, instituída pelos artigos
56. Os documentos a serem encartados nos autos do inquérito policial deverão ser indicados em 158-A a 158-F, do CPP.
despacho da autoridade policial e no termo de juntada a ser lavrado pelo escrivão.

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36 37 TÍTULO II • INQUÉRITO POLICIAL
63. Toda documentação que constituir materialidade de delito será apreendida, por força do 71. Na hipótese de diligências em andamento e ainda não documentadas nos autos, a fim de evi-
inciso II do art. 6º do CPP, observadas as regras da cadeia de custódia de prova. tar risco da eficiência, eficácia ou finalidade da investigação, a autoridade policial poderá limitar
o acesso do advogado aos elementos de prova a elas relacionados, conforme § 11 do art. 7º, da
64. Quando do afastamento definitivo, o presidente do inquérito saneará os autos, facilitando o Lei no 8.906/94.
trabalho daquele que o substituir.
72. As cópias de peças, quando requeridas pelos interessados, serão fornecidas às suas expen-
65. A autoridade policial, no caso de indiciado solto, envidará todos os esforços para concluir sas, observando-se as restrições legais e lavrando-se certidão.
o inquérito policial no prazo previsto no art. 10 do CPP, exceto quanto aos prazos previstos em
legislação extravagante. Parágrafo único – Preferencialmente, deverão ser utilizados os meios eletrônicos, para a
concessão de cópias dos autos.
66. Na impossibilidade da conclusão do inquérito no prazo previsto no item 65 deste capítulo,
o presidente do feito, em despacho fundamentado, indicará as diligências reputadas imprescin-
díveis para o término da investigação e requererá a prorrogação do prazo ao juiz, conforme o SEÇÃO II
previsto no § 3º do art. 10 do CPP. DAS INTIMAÇÕES

67. Enquanto os autos do inquérito policial estiverem na Justiça, a autoridade policial poderá 73. O chamamento de pessoas à unidade policial para a prática de atos do inquérito será for-
praticar os atos necessários para a instrução do feito. malizado por meio de mandado de intimação, podendo ser feito também via postal, com aviso
de recebimento – AR, por telefone, fax, Short Message Service (SMS), correio eletrônico (e-mail),
68. As diligências requisitadas na forma do art. 16 do CPP deverão ser cumpridas de imediato ou aplicativo de mensagens instantâneas, redes sociais, ou qualquer outro meio hábil, conforme
no prazo estabelecido. Programa Justiça 4.0 do CNJ, certificando-se nos autos.

69. O advogado poderá assistir a todos os atos do inquérito policial, podendo, inclusive, apre- 74. O mandado de intimação deverá conter:
sentar razões e quesitos, devendo a sua presença ser consignada após a qualificação da pessoa
a ser ouvida, firmando no final o respectivo ato, desde que: I. o nome da autoridade policial que o expedir;
II. o nome, ou alcunha do intimado;
I. devidamente identificado com a apresentação da carteira da Ordem dos Advogados do III. o endereço do intimado, se for conhecido, com indicação de pontos de referência, se houver;
Brasil – OAB;
II. reconhecido pelo investigado como seu defensor, mesmo sem procuração. IV. a unidade policial, o número da ocorrência, do inquérito policial ou do termo circunstan-
ciado, o lugar, o dia e a hora em que o intimado deverá comparecer;
70. Nos autos sujeitos a sigilo, o advogado deverá apresentar procuração a fim de ser credencia- V. a condição do intimado (indiciado, testemunha, declarante ou vítima);
do o seu acesso aos autos, conforme § 10 do art. 7º, da Lei no 8.906/94. VI. a subscrição do escrivão e a assinatura de um servidor policial civil;
VII. a transcrição dos artigos 330 e 331 do CP.

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38 39 TÍTULO II • INQUÉRITO POLICIAL
75. O mandado de intimação será expedido em duas vias, ficando uma delas com o intimado, SEÇÃO III
devendo a outra ser devolvida ao servidor policial civil, com a assinatura do intimado e a data do DAS INQUIRIÇÕES
recebimento.
76. Se o intimado se recusar a dar recibo no mandado, o policial responsável pela intimação cer- 81. As inquirições serão prestadas na unidade policial, presencialmente ou por videoconferên-
tificará tal situação no verso do instrumento. cia, podendo em situações justificadas ser realizada no lugar em que a pessoa a ser inquirida se
encontre, ou por meio de audiência telepresencial, observando-se:
77. Caso não seja possível dar cumprimento ao mandado de intimação, o policial responsável
pela diligência certificará no verso do mandado as razões da impossibilidade, após descrever I. o disposto nos artigos 3º, 185, 220 e 222, § 3º, do Código de Processo Penal, os quais
todas as providências adotadas na tentativa de efetuar a intimação. admitem a interpretação extensiva e aplicação analógica na Lei Processual Penal, e disci-
plinam a colheita de depoimentos e interrogatórios por videoconferência;
78. Não haverá intimação no caso das pessoas relacionadas no art. 221 do CPP e de membros do II. as disposições do art. 385, § 3º, art. 453, § 1º, art. 461, § 2º, e art. 460, todos do Código de
Ministério Público, devendo ser expedido ofício à autoridade a ser ouvida, solicitando-se a de- Processo Civil, aplicáveis de forma supletiva e subsidiária ao processo penal, nos termos
signação de dia, hora e local para a inquirição na condição de testemunha, declarante ou vítima. do art. 3º do CPP.

79. Os servidores públicos civis serão intimados por meio de ofício endereçado ao dirigente do 82. A partir das definições dadas pelas Resoluções 341/2020 e 354/2020 do Conselho Nacional
órgão da sua lotação, indicando a condição do intimado, o motivo e a natureza do fato. de Justiça, entende-se por:

I. Quando deixarem de comparecer sem justificativa, serão intimados pessoalmente, dan- I. Videoconferência: comunicação a distância realizada em ambientes de unidades poli-
do-se ciência ao dirigente do órgão. ciais;
II. Os militares serão requisitados por intermédio de ofício, conforme estabelece o § 2º do II. Audiência telepresencial: a audiência realizada a partir de ambiente físico externo às uni-
art. 221 do CPP, devendo a autoridade policial fundamentar o seu pedido na forma da dades policiais.
alínea h) do art. 8º do Código de Processo Penal Militar – CPPM.
83. A participação por videoconferência, via rede mundial de computadores, ocorrerá:
80. Se pessoalmente intimada a testemunha não comparecer, sem motivo justificado, a autorida-
de policial, atentando para o art. 10 da Lei no 13.869/19, deverá representar ao juiz pela expedi- I. Em unidade policial diversa da que preside a audiência;
ção de mandado de condução coercitiva. II. Em estabelecimento prisional.

I. A ausência não justificada do servidor público intimado poderá ensejar a aplicação do 84. A audiência telepresencial será determinada pela autoridade policial, por requerimento das
quanto dispõe o § 3º do art. 221 do CPP. partes, se conveniente e viável, ou, por ofício, nos casos do art. 220 do CPP, por questões de ur-
II. O mandado de condução coercitiva não autoriza o ingresso em domicílio ou qualquer gências, ou indisponibilidade temporária da unidade policial, calamidade pública ou força maior.
outro local que exija prévia expedição de mandado judicial.
III. Havendo expedição e execução do mandado de condução coercitiva de testemunha, de- 85. As inquirições serão formalizadas por meio de:
verá a autoridade policial adotar as medidas pertinentes à apuração do crime previsto no
art. 330 do CP.

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40 41 TÍTULO II • INQUÉRITO POLICIAL
I. termo de depoimento, no qual as testemunhas serão compromissadas, observando-se os II. É vedada a nomeação de preso para funcionar como intérprete.
artigos 203, 206, 207 e 208 do CPP; III. Na ausência de intérprete e caso a providência a ser adotada seja urgente, poderá ser usa-
II. auto de qualificação e interrogatório, para investigados; do o recurso tecnológico gratuito de tradução, a exemplo do Google Tradutor. Para tanto,
III. termo de declarações, nas demais hipóteses; utilizando o navegador Google Chrome deverão ser adotadas as seguintes medidas:
IV. termo de acareação.
1. Acesse a página do Google Tradutor.
86. A qualificação de todos os envolvidos em procedimentos policiais deve abranger, sempre que 2. Escolha a entrada de idioma.
possível, os endereços eletrônicos (e-mails) e números de telefone celular, com a indicação do 3. No canto inferior esquerdo da caixa de texto, clique no microfone.
funcionamento de Short Message Service (SMS) e de aplicativos de mensagem instantânea, além 4. Quando aparecer a mensagem “Fale agora”, diga o que quer traduzir.
do registro da eventual anuência expressa quanto à citação, notificação e intimação por meio deles 5. Para interromper a gravação, clique no microfone.
em qualquer processo, ou procedimento policial, em alinhamento ao Programa Justiça 4.0 do CNJ.
88. Quando a pessoa ouvida não souber ler e nem escrever, o termo ou o auto será assinado por
I. Quando houver necessidade, devidamente justificada, de ouvir novamente qualquer pes- testemunha, a rogo, e por duas testemunhas de leitura.
soa, a autoridade policial formalizará o ato mediante termo de reinquirição ou reinterro-
gatório.
II. Se a nova inquirição recair em pessoa a ser indiciada, deverá ser formalizada em auto de SEÇÃO IV
qualificação e interrogatório. DAS TESTEMUNHAS
III. Sempre que possível, em especial, nas hipóteses de videoconferência ou audiência tele-
presencial, o registro do depoimento, do interrogatório, das declarações e da reinquiri- 89. A autoridade policial deverá tomar o depoimento da testemunha com objetividade e clareza
ção será feito pelos meios ou recursos de gravação audiovisual disponíveis, a fim de obter e observar a seguinte rotina:
maior fidelidade das informações, de acordo com o previsto no art. 405 do CPP.
IV. A gravação audiovisual não dispensará a lavratura dos termos e dos autos referidos acima, I. certificar-se da identidade da testemunha, mediante a verificação do respectivo documento;
servindo como um meio adicional de prova das inquirições realizadas, visando registrar II. verificar a possível vinculação com o indiciado e com o fato, para fins de compromisso
em detalhes como a medida foi conduzida pela autoridade policial e como o inquirido se legal ou não;
comportou. III. advertir acerca do compromisso de dizer a verdade, estabelecido no art. 203 do CPP, e do
crime de falso testemunho, previsto no art. 342 do CP.
87. Quando a pessoa a ser ouvida não souber se expressar na língua portuguesa, ser-lhe-á no-
meado intérprete no próprio ato, mediante compromisso de bem e fielmente desempenhar o 90. A autoridade policial ouvirá as testemunhas que efetivamente tiverem conhecimento do fato,
encargo, observando-se, no que tange aos impedimentos, as prescrições dos artigos 279 a 281 devendo limitá-las, se possível, ao número estabelecido no art. 401 do CPP, mencionando as
do CPP. demais no relatório do inquérito.

I. No caso de estrangeiro não residente no Brasil e não originário de país de língua por- 91. Nos depoimentos serão reproduzidas, sempre que possível, as expressões empregadas pe-
tuguesa, a autoridade policial atentará para a conveniência da nomeação de intérprete, las testemunhas.
mesmo que ele, o alienígena, alegue conhecer o idioma nacional.

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42 43 TÍTULO II • INQUÉRITO POLICIAL
92. As apreciações subjetivas feitas pela testemunha não serão transcritas, salvo quando insepa- 97. A acareação, na forma do art. 229 do CPP, somente será realizada quando fundamental para o es-
ráveis da narrativa do fato. clarecimento de divergências sobre fatos ou circunstâncias relevantes acerca do delito que se apura.
93. A autoridade policial manterá a testemunha na unidade apenas durante o tempo estritamente
indispensável à realização do ato, evitando adiar a audiência. I. A acareação não será uma mera transcrição das versões inicialmente apresentadas pelas
pessoas acareadas. É importante que conste do termo, detalhes observados pela autori-
94. As pessoas intimadas serão ouvidas pela autoridade policial que as intimou, no dia e horário dade policial responsável pela presidência da audiência que sejam capazes de revelar o
fixados. comportamento emocional de cada um dos acareados e as reações diante dos pontos
conflitantes.
95. Para efeito do artigo anterior e celeridade da investigação, no impedimento da autoridade II. Caso um dos acareados seja o investigado, ele não será obrigado a participar da audiên-
intimadora, excepcionalmente será permitida a oitiva por autoridade policial diversa, justifican- cia e será advertido que tem o direito de permanecer em silêncio e, caso opte pelo exer-
do-se nos autos. cício desta faculdade, a audiência de acareação não poderá ser realizada, sequer deverão
constar as perguntas.

SEÇÃO V 98. No termo de acareação, deverá a autoridade policial reproduzir os pontos divergentes dos
DO RECONHECIMENTO E DA ACAREAÇÃO depoimentos, das declarações e do(s) interrogatório(s).

96. No reconhecimento de pessoas ou coisas, serão imperiosamente observados os requisitos 99. A autoridade policial não deverá se satisfazer com a simples ratificação dos depoimentos,
contemplados nos artigos 226 a 228 do CPP. declarações ou interrogatório(s), mas procurar esclarecer, pela perquirição insistente e pelas rea-
ções emotivas dos acareados, qual deles falta com a verdade.
I. Para o regular indiciamento, a prova obtida por meio do auto de reconhecimento deve
estar em consonância com outras provas produzidas nos autos, como forma de robuste-
cer o lastro probatório do inquérito policial, e de se evitar a nulidade da instrução penal, SEÇÃO VI
baseada exclusivamente neste meio de prova. DA BUSCA DOMICILIAR OU PESSOAL
II. Sempre que possível, o registro do reconhecimento será feito pelos meios ou recursos
de gravação audiovisual disponíveis, a fim de obter maior fidelidade da sua realização e 100. A busca domiciliar será feita mediante mandado judicial, precedida de investigação sobre
constatação da sua regularidade. o morador do local onde será realizada, visando colher elementos sobre sua pessoa (atividades,
III. A gravação audiovisual não dispensará a lavratura do auto de reconhecimento, servindo periculosidade e contatos), sempre que possível com a presença da autoridade policial e de tes-
como um meio adicional de prova da regularidade com que o reconhecimento fora pro- temunhas que não sejam policiais, observando-se as regras estabelecidas nos artigos 240 a 250
cessado, e como o reconhecedor se comportou. do CPP.
IV. Em todo caso, deverão ser anexadas ao auto de reconhecimento fotografias de todas
as pessoas submetidas ao reconhecimento, conforme previsão do art. 226, II, do CPP, I. É obrigatória a leitura do mandado antes do início da busca. Em caso de circunstância que
indicando qual a fotografia da pessoa eventualmente reconhecida, contida em banco de impossibilite a leitura, esta ocorrerá tão logo a situação esteja sob o controle dos policiais.
dados oficial da Polícia Civil, sob administração da área de inteligência policial. II. Se o mandado de busca tiver de ser cumprido em endereço de integrante da Polícia Mili-
tar – PM, do Corpo de Bombeiros Militares – BM ou do Departamento de Polícia Técnica –

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44 45 TÍTULO II • INQUÉRITO POLICIAL
DPT, Polícia Penal ou Guarda Municipal, é recomendável que o corregedor da respectiva I. O auto de exibição e apreensão deverá conter a descrição completa do que foi apreendi-
instituição seja previamente avisado, a fim de avaliar a possibilidade de enviar um repre- do, bem como a data, o local e a pessoa em poder de quem foi encontrado o respectivo
sentante para acompanhar a diligência. objeto da medida, devendo conter também a indicação do número da ocorrência ou do
inquérito policial a que se refira, e, quando possível, a assinatura do detentor.
101. O ingresso em casa sem consentimento do morador somente poderá ocorrer nas hipóteses II. A busca pessoal obedecerá ao prescrito no § 2º do art. 240, no art. 244 e no art. 249 do CPP.
de extrema necessidade por força de situação flagrancial e eventual perecimento da prova ou III. Uma via original do auto de exibição e apreensão, devidamente preenchida e assinada,
materialidade delitiva, além das hipóteses de desastre ou para prestar socorro, conforme previ- será fornecida ao detentor do material apreendido.
são do inciso XI do art. 5º da CF.
107. Havendo apreensão, o resultado da diligência será imediatamente comunicado à autori-
I. A diligência será pautada por elementos que comprovem a sua justa causa, lastreados dade judiciária, analisada a pertinência de representação antecipada pelo perdimento do bem,
em circunstâncias objetivas, de atual ou iminente cometimento de crime no local onde a considerando o risco de deterioração e falta de ambiente apropriado para sua guarda.
diligência vai ser cumprida, registrados por meio de relatório circunstanciado.
II. No caso de consentimento do morador, a diligência também deverá ser registrada pelos 108. A busca em sedes de órgãos públicos, quando necessária, será antecedida de contato com
meios e recursos disponíveis, e presenciada por duas testemunhas que não sejam poli- o respectivo dirigente, salvo se ele for alvo da investigação.
ciais, que assinarão o respectivo termo de consentimento de busca domiciliar, conforme
modelo previsto no anexo desta IN.
SEÇÃO VII
102. Ao representar perante a autoridade judiciária pela expedição de mandado de busca domi-
DO PEDIDO DE EXAME PERICIAL
ciliar, a autoridade policial deverá fazê-lo de forma fundamentada, indicando o local onde será
cumprido, os fins da diligência e, sempre que possível, o nome do morador e/ou sua alcunha.
109. É indispensável o exame pericial sempre que a infração penal deixar vestígios, conforme o
previsto no art. 158 do CPP.
103. No curso da busca domiciliar, os executores adotarão providências para resguardar os bens,
valores e numerários existentes no local, para preservar a dignidade e evitar constrangimentos
110. Os documentos, instrumentos e objetos relacionados com o crime, após apreendidos, serão
desnecessários aos moradores.
imediatamente encaminhados a exame pericial, observando-se as regras da cadeia de custódia
104. Os executores da busca providenciarão que o morador e as testemunhas acompanhem a de prova, prevista pelos artigos 158-A a 158-F, do CPP, salvo se a medida for dispensável, a cri-
diligência em todas as dependências do domicílio. tério da autoridade policial, observando-se o anterior.

105. Ocorrendo entrada forçada em virtude da ausência dos moradores, os executores adotarão 111. Quando se tratar de exame de local, a autoridade policial providenciará de imediato o isola-
medidas para que o imóvel seja fechado e lacrado após a realização da busca, que será assistida mento da área onde houver sido praticada a infração penal, objetivando a preservação do estado
por duas testemunhas que não sejam policiais. das coisas até a chegada dos peritos, em cumprimento aos artigos 158-B, II, 158-C, e 169 do CPP.

106. Após a realização da busca, mesmo quando resultar negativa, será lavrado auto circunstancia- 112. Em situações de flagrância ou de comprovada urgência, a requisição de w poderá ser feita
do, assinado por duas testemunhas presenciais, conforme modelo contido no anexo deste manual. oralmente e formalizada posteriormente.

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46 47 TÍTULO II • INQUÉRITO POLICIAL
113. As requisições de exames periciais serão feitas ao instituto específico do DPT ou às suas SEÇÃO VII—A
Coordenadorias Regionais no interior. DAS REGRAS DA CADEIA DE CUSTÓDIA

I. Os exames periciais devem ser realizados com a máxima celeridade, atentando-se para o 118-A. Considera-se cadeia de custódia o conjunto de todos os procedimentos utilizados para
prazo de conclusão do inquérito policial. manter e documentar a história cronológica do vestígio coletado em locais ou em vítimas de
II. No caso de indiciado preso, a perícia há de ser realizada com prioridade, devendo cons- crimes, para rastrear sua posse e manuseio a partir de seu reconhecimento até o descarte, con-
tar esta observação na guia. forme o art. 158-A, caput, do Código de Processo Penal.
III. Para a elaboração do laudo pericial, deve ser observado o disposto no parágrafo único do I - O início da cadeia de custódia ocorrerá com o ato de distinguir um elemento como de
art. 160 do CPP. potencial interesse para a produção da prova pericial.
IV. As transcrições fonográficas – quando não houver questionamentos sobre a autenticidade, II - O isolamento é o ato de evitar que se altere o estado das coisas.
identificação do locutor ou não caracterizarem a materialização do delito – serão realizadas, III - A preservação é a conservação do local de crime, durante o período de tempo necessário,
sempre que possível, por servidores policiais, que serão designados pelo presidente do para o trabalho dos peritos, cuja conservação ficará sob responsabilidade do agente pú-
feito mediante a elaboração de respectivo termo, sem prejuízo de eventual exame pericial. blico que o reconhecer como elemento de potencial interesse para a produção da prova
V. No caso de apurações que tenham como vítima criança ou idoso, a perícia deverá ser pericial.
realizada com prioridade, devendo constar esta observação na guia. IV - A coleta dos vestígios, preferencialmente, deve ser feita pelos peritos oficiais.
V - Na hipótese de diligência policial, prisão em flagrante ou impossibilidade de realização
114. Na impossibilidade de realização do exame de corpo de delito, a prova testemunhal deve da perícia de local de crime, a coleta do vestígio deverá ser realizada pelo agente públi-
suprir a sua falta, de acordo com os artigos 158 e 167 do CPP. co que reconhecer o vestígio como elemento de potencial interesse para a produção da
115. A coleta dos vestígios a serem examinados será realizada, preferencialmente, pelo perito, prova pericial.
sendo facultado à autoridade policial, acaso entenda necessário, solicitar aos peritos orientação
ou auxílio na coleta do material, assim como para a correta formulação de quesitos. 118-B. Compõem a cadeia de custódia as etapas de reconhecimento, isolamento, fixação, coleta,
acondicionamento, transporte, recebimento, processamento, armazenamento e descarte, defini-
116. É proibido o serviço de entrega por malote para o transporte de substância tóxica e/ou das nos incisos I a X do w58-B do Código de Processo Penal.
entorpecente, material explosivo ou perigoso, armas, munições e acessórios, valores e coisas
perecíveis, deterioráveis, inflamáveis e nauseantes que devam ser submetidas a exame pericial. I - As etapas da cadeia de custódia são distribuídas nas seguintes fases:
a - fase externa, que compreende os atos de reconhecimento, isolamento e da pre-
117. Ao requisitar o exame pericial, a autoridade policial determinará o encaminhamento das peças servação do local do crime ou apreensão dos elementos de prova que dão início à
a serem examinadas, prosseguindo-se nos demais atos e observando-se o item 62 deste manual. cadeia de custódia até o recebimento do vestígio no órgão pericial responsável pela
realização do exame;
118. A nomeação de perito não oficial será procedida nos termos previstos nos parágrafos 1º e b - fase interna, que compreende os atos desde a entrada do vestígio no órgão pe-
2º do art. 159 do CPP. ricial até seu descarte.

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48 49 TÍTULO II • INQUÉRITO POLICIAL
II - As etapas da cadeia de custódia, à medida que forem praticadas, devem ser registradas na V – em havendo rompimento do lacre ou dos sacos de vestígios, estes deverão ser inseridos
Ficha de Acompanhamento de Vestígios - FAV e no sistema de Mobilidade Policial - MOP, em outra embalagem, tomando-se o cuidado de realizar o registro da troca, mantendo-se
presentes na Portaria nº 108 de 30 de março de 2022. o lacre antigo e rompido na nova embalagem;
VI – o registro dos dados deverá ocorrer no MOP, caso não esteja disponível deverá ser usada
118-C. Considera-se vestígio todo objeto ou material bruto, visível ou latente, químico, biológico a FAV, que se encontra disponível no endereço eletrônico, devendo ser anotado cada
ou digital constatado ou recolhido, que se relaciona à infração penal, nos termos do art. 158-A, rompimento do lacre ocorrido, inclusive a substituição do novo lacre;
nº § 3º, do Código de Processo Penal. Parágrafo único - Entende-se por ambientes distintos, os locais de crimes mediato, imediato
e relacionados.
I - Não são englobados no conceito descrito no caput deste artigo os bens apreendidos que
não apresentem interesse à produção da prova pericial.
II – Incumbirá às centrais de custódia, vinculadas ao Departamento de Polícia Técnica, a guar- SEÇÃO VIII
da e controle dos vestígios, na forma do art. 158 – E do Decreto Lei nº 3.689/1941. DA CARTA PRECATÓRIA

118-D. Ao encontrar um local de crime a PCBA deverá observar os procedimentos de isolamento 119. A carta precatória, visando à inquirição de indiciado, vítima ou testemunha e a realização
e preservação de local, além de atentar para a conservação dos vestígios, do processo de cadeia de diligência, será expedida em forma de ofício, devendo ser transmitida por meio eletrônico,
de custódia e aguardar a chegada da perícia. comprovado o recebimento pela autoridade deprecada.

118-E. Logo após apreender o vestígio, a PCBA procederá da seguinte forma: 120. Cabe à autoridade policial deprecante explicar brevemente o objeto da sua investigação
e formular as perguntas a serem feitas e fornecer, na medida do possível, o máximo de dados
I – Para a remessa e encaminhamento ao Departamento de Polícia Técnica (DPT), os vestígios pessoais, profissionais e referenciais indispensáveis à identificação e à localização da pessoa a
deverão ser acondicionados em embalagens e lacres próprios, conforme padrão acolhi- ser ouvida, além de informações do que se pretende na oitiva, observados os seguintes proce-
do no âmbito do órgãos do Sistema Estadual de Segurança Pública; dimentos:
II – deverão ser acondicionados em embalagens diferentes os objetos e materiais diversos e
aqueles encontrados em ambientes distintos; I. A numeração das folhas da carta precatória será feita no canto inferior direito, quando do
III – os bens apreendidos que não apresentem interesse para a produção da prova pericial, na procedimento físico, sem uso de carimbo, para não prejudicar a numeração dos autos do
forma do § 1º do art. 4º desta portaria, não deverão ser acondicionados nas embalagens inquérito policial quando da sua juntada.
destinadas aos vestígios de interesse probatório; II. A expedição da carta precatória será sempre através do Sistema Eletrônico de Informa-
IV – é vedado romper os lacres das embalagens se não houver justificada necessidade de ções – SEI, podendo, excepcionalmente, ser encaminhada através de e-mail institucional
conferência. Caso seja imprescindível o rompimento do lacre, luvas deverão ser utilizadas ou qualquer outro meio idôneo, que possibilite a confirmação de recebimento pela auto-
e o registro do procedimento lançado no MOP ou na FAV,no impedimento do uso da ridade policial deprecada.
ferramenta. III. A carta precatória oriunda de outros estados da Federação deverá ser sempre encami-
nhada para a Polinter, para ciência e controle, antes de ser conhecida pela autoridade
policial, na unidade deprecada.

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50 51 TÍTULO II • INQUÉRITO POLICIAL
IV. É dispensável o envio para a Polinter de carta precatória oriunda do próprio estado da SEÇÃO IX
Bahia. DA INTERCEPTAÇÃO DAS COMUNICAÇÕES TELEFÔNICA, TELEMÁTICA E DE IMAGEM

§ 1º No caso do envio da carta precatória por meio eletrônico, seja através do SEI ou mesmo 121. As interceptações telefônica, telemática e de imagem para prova em investigação criminal,
através de e-mail institucional, os documentos produzidos pela autoridade policial depre- na forma da Lei nº 9.296/96, dependerão de decisão judicial e correrão em autos apartados, não
cada deverão ser todos autenticados, através de assinatura, e, após serem digitalizados, na devendo constar nos autos principais, em virtude da exigência legal de sigilo.
ordem cronológica dos acontecimentos, deverão ser encaminhados, em sede de retorno,
para o delegado deprecante. 122. A representação por qualquer das interceptações acima citadas deverá conter a demons-
tração de que sua realização é necessária à apuração da infração penal investigada, devendo a
§ 2º Cabe ao delegado deprecante encaminhar para a autoridade policial deprecada cópia autoridade policial:
do boletim de ocorrência, cópia da Portaria de instauração de procedimento investigatório,
além de qualquer outro documento produzido durante a investigação, que auxilie a com- I. descrever com clareza a situação objeto da investigação;
preensão do objeto da carta precatória. II.apresentar a qualificação dos investigados ou justificar a impossibilidade de fazê-lo;
III.
indicar os meios a serem empregados;
§ 3º Cabe à autoridade policial deprecante formular as perguntas a serem feitas à vítima, tes- IV.instruir a representação com as cópias das peças dos autos do inquérito policial que en-
temunha ou interrogado, da forma mais objetiva e clara possível, a fim de evitar a repetição tender necessárias à comprovação da necessidade da medida;
do ato, assim como também fornecer a maior quantidade de informações possíveis à pessoa V. indicar a impossibilidade de produção da prova por outros meios disponíveis.
a ser ouvida em termo próprio, no que diz respeito aos seus dados pessoais, dados profis-
sionais, além de informações atualizadas a respeito de seu endereço ou local onde possa ser Parágrafo único – Cumprida a diligência, a autoridade policial encaminhará o resultado da
encontrada, isto, para efeito de intimação. interceptação ao juiz, na forma de relatório técnico ou de autocircunstanciado, que deverá
conter o resumo das operações realizadas.
§ 4º Quando o Delegado de Polícia deprecante solicitar da Autoridade Policial deprecadaa 123. As interceptações requeridas pelas unidades policiais serão operacionalizadas pelo Depar-
realização de busca e apreensão de bens deverá acostar à carta precatória a respectiva or- tamento de Inteligência da Polícia Civil, podendo ser utilizada a estrutura do sistema de inteligên-
dem judicial. cia existente, por meio da Superintendência de Inteligência da Secretaria da Segurança Pública
– SI/SSP/BA.
§ 5º Na impossibilidade de cumprimento da diligência deprecada, a autoridade policial de-
verá devolver a carta no menor prazo possível, indicando as razões do não atendimento. 124. O ofício expedido ao DIP será acompanhado dos seguintes documentos:

§ 6º Qualquer omissão no procedimento deverá ser suprida de forma complementar pelo I. representação da autoridade policial;
Código de Processo Penal. II. decisão judicial;
III. alvarás ou ofícios;
IV. cópia autenticada, pelo escrivão de polícia, do ofício encaminhado ao Ministério Público,
conforme o art. 6º da Lei nº. 9.296/96, com o devido recibo.

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52 53 TÍTULO II • INQUÉRITO POLICIAL
SEÇÃO X 132. Se antes da conclusão do inquérito for verificado que o indiciado é autor de outros delitos
DO INTERROGATÓRIO E DO INDICIAMENTO não conhecidos quando do indiciamento, e que tenham conexão ou continência com o quanto
originalmente apurado nos autos, a autoridade policial deverá ouvi-lo sobre os novos fatos, em
125. O indiciamento, ato privativo do delegado de polícia, poderá ser feito por meio de despa- outro auto de qualificação e interrogatório.
cho fundamentado autônomo, ou no relatório final do inquérito, previsto no capítulo IV, seção
XI, mediante análise técnico-jurídica do fato, que deverá indicar a autoria, materialidade, suas I. Na hipótese deste artigo, a autoridade policial oficiará à CDEP, informando a nova incidência
circunstâncias, e a tipificação do delito. penal, devendo o ofício conter a qualificação completa do indiciado e o número do inquérito.
II. Se não houve conexão ou continência, ou na hipótese de eventual prejuízo à investigação
126. Quando houver comprovação da ofensa ao bem jurídico protegido ou, se for caso, a materiali- ou instrução do feito, os fatos novos deverão ser apurados em inquérito policial autôno-
dade do delito e prova suficiente da autoria, o indiciamento exigirá a realização dos seguintes atos: mo, sendo possível o translado de peças que sejam pertinentes à nova apuração.

I. ato fundamentado, na forma de relatório ou despacho fundamentado;


II. termo de qualificação e interrogatório (sempre que possível);
SEÇÃO XI
III. elaboração do boletim individual e sua juntada aos autos;
DO RELATÓRIO
IV. expedição de ofício à Coordenação de Documentação e Estatística Policial – CDEP, comu-
nicando o indiciamento e solicitando os antecedentes criminais do indiciado.
133. O relatório conclusivo é peça de lavra exclusiva do delegado de polícia, cabendo a este
profissional, antes de sua remessa, o saneamento do inquérito policial, a fim de se evitar lacu-
127. A identificação criminal será feita nas hipóteses e forma definidas na Lei nº. 12.037/2009.
nas na investigação, objetivando registrar todas as circunstâncias relevantes para a investigação,
tais como causas de aumento ou diminuição de pena circunstâncias atenuantes ou agravantes,
128. Quando se tratar de ação praticada por organizações criminosas, as pessoas indiciadas tam-
buscando o exaurimento de todas as possibilidades investigativas.
bém serão criminalmente identificadas pelo sistema datiloscópico, nos termos do art. 5º da Lei nº
9.034/95, independentemente da identificação civil.
§ 1º No caso de não identificação da autoria da infração penal investigada, deverão ser expli-
129. Durante o interrogatório, é proibido consignar as perguntas ao interrogado, e consideran-
citados os motivos pelos quais não foi possível determinar a autoria, bem como a informação
do a nova sistemática da Lei de Abuso de Autoridade, basta consignar que o acusado usará o
sobre a realização de todas as diligências possíveis para esta finalidade.
direito constitucional ao silêncio, se assim desejar, e estando acompanhado de advogado, este
poderá informar que o seu cliente permanecerá em silêncio e, ao final do ato, estando presentes,
§ 2º O indiciamento, identificada a autoria do homicídio, consiste numa formalidade neces-
assinem o termo.
sária à conclusão do inquérito policial, devendo dele constar inclusão da tipificação penal
infringida, assim como também ajuntada do boletim individual respectivo.
130. No interrogatório e demais depoimentos poderão ser utilizados meios eletrônicos para re-
gistrar o ato, de acordo com o padrão, a conveniência e importância dos fatos investigados, con-
§ 3º A inserção do laudo médico-legal e do laudo pericial no procedimento investigatório
forme previsto no capítulo IV, seção III do presente manual.
consiste numa medida necessária e indispensável à conclusão do inquérito policial.
131. No caso de qualificação na forma indireta, deverá ser expedido ofício à CDEP, com os dados
§ 4º Sempre que possível, deverá ser feita a juntada de documentação produzida pelo Dis-
disponíveis.
que-Denúncia, relacionada com o autor e/ou com o fato.

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54 55 TÍTULO II • INQUÉRITO POLICIAL
134. No relatório, a autoridade policial fará um histórico do fato, discorrendo acerca das diligên- Parágrafo único – Se o indiciado tiver sido preso em flagrante ou preventivamente, o inquéri-
cias realizadas, mencionando o destino das coisas apreendidas e concluindo sobre a ofensa ao to policial deverá ser remetido no prazo de 10 (dez) dias, contado a partir do dia em que se
bem jurídico protegido (ou a materialidade, se for o caso), suas circunstâncias, a autoria do delito, executar a ordem de prisão.
e a tipificação do delito.
141. O inquérito policial de que trata a Lei n° 11.343/06 deverá ser concluído no prazo de 30
135. O cabeçalho do relatório do inquérito policial conterá: (trinta) dias, se o indiciado estiver preso, e de 90 (noventa) dias, quando solto, podendo a auto-
ridade policial, mediante pedido justificado, requerer ao juiz a duplicação dos referidos prazos,
I. o número do inquérito; conforme tabela de prazo (anexo II), deste manual.
II. as datas de início e término;
III. o nome do indiciado e a indicação da sua qualificação;
IV. a incidência penal. SEÇÃO XIII
V. indicação da vítima FORMALIZAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIAL
QUANDO INSTAURADO POR REQUISIÇÃO DO MPBA
136. Deverão ser evitadas no relatório transcrições extensas de termos de inquirições, cumprindo
à autoridade policial. Quando necessário, repetir apenas os trechos essenciais ao esclarecimento 141-A. As requisições oriundas do Ministério Público Estadual ou de órgão do Poder Judiciário
de sua exposição. que contenham determinação que implique instauração de inquérito policial, devem, necessa-
riamente, ter seu conteúdo lançado em campo próprio do SINESP/PPE-Procedimentos Policiais
137. A autoridade policial não deverá registrar no relatório adjetivações desnecessárias relativas Eletrônicos.
ao indiciado e ao entendimento do fato apurado.
Parágrafo único – uma vez inaugurado inquérito policial, deverá ser seguido o trâmite defini-
138. Concluído o inquérito, a autoridade policial fará relatório de tudo o que foi apurado, redi-
do no Capítulo I do Título II do Manual de Procedimento de Polícia Judiciária.
gindo-o com objetividade, clareza e concisão e aplicando o disposto nos parágrafos 1º e 2º do
art. 10 do CPP.
141-B. A autoridade policial a quem o procedimento estiver afeto, deve, em prazo não superior
a 48 (quarenta e oito) horas, expedir ato de comunicação ao órgão ministerial responsável pela
139. Ao final do relatório, o delegado de polícia deverá determinar ao escrivão de polícia, o de-
requisição informando acerca da instauração do inquérito policial.
vido registro de remessa do procedimento.

Parágrafo único - no ato de comunicação a ser endereçado ao órgão ministerial requisitante


SEÇÃO XII deve, necessariamente, conter dados e informações que identifiquem o procedimento poli-
DOS PRAZOS PARA A CONCLUSÃO DO INQUÉRITO POLICIAL cial instaurado com vistas a possibilitar o acompanhamento e o monitoramento ulterior de
seu impulso sempre que houver conveniência administrativa.
140. A autoridade policial deverá envidar todos os esforços para concluir os inquéritos policiais
no prazo de 30 (trinta) dias, não havendo indiciado preso, valendo-se de pedidos de prorroga-
ção, fundamentadamente, nos casos de comprovada complexidade para a elucidação do fato,
conforme a lei.

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56 57 TÍTULO II • INQUÉRITO POLICIAL
CAPÍTULO V 147. Quando do retombamento de procedimentos policiais, será observado o disposto no item 57
DOS INCIDENTES e seguintes deste manual.

142. Quando no curso da investigação houver indícios da prática de crime imputado a magistra- 148. Os desmembramentos e junções de inquéritos policiais já aforados dependerão de anuên-
do ou a membro do Ministério Público, a autoridade policial, mediante despacho fundamentado, cia do juiz competente.
remeterá imediatamente os autos ao tribunal competente ou ao procurador-geral de Justiça,
para as providências de sua competência. 149. Os pedidos de informações de habeas corpus e de mandados de segurança serão atendi-
dos, com a devida celeridade, pelo presidente do inquérito.
143. Quando no curso de investigação policial, houver indício de prática de infração penal por Parágrafo único – Na ausência da autoridade coatora e não tendo havido redistribuição do
membro da Defensoria Pública do Estado, a autoridade policial comunicará imediatamente o inquérito, caberá ao superior imediato prover as informações.
fato ao defensor público-geral, que designará membro da Defensoria Pública para acompanhar
a apuração de forma sigilosa, conforme dispõe o art. 64, parágrafo único, inciso XII da Lei Com- 150. Surgindo, em qualquer fase do inquérito, dúvidas quanto à higidez mental do indiciado, a
plementar Estadual nº 6, de 1997. autoridade policial representará ao juiz competente no sentido de submetê-lo a exame médico-
-legal, consoante o disposto nos artigos 149, § 1º e 150 do Código de Processo Penal.
144. Quando do extravio ou destruição dos autos originais de inquérito policial, será feita a res-
tauração, aplicando-se, no que couber, o disposto nos artigos 541 e seguintes do Código de
Processo Penal. CAPÍTULO VI
DA PRISÃO EM FLAGRANTE
145. Quando o delegado titular verificar a ocorrência de irregularidade na condução do inquérito
policial, comunicará à autoridade superior, para fins de avocação, na forma do VI do art. 19 da LOPC. 151. Ocorrendo apresentação de condução em flagrante, o conduzido será imediatamente apre-
sentado à autoridade policial, que decidirá sobre a autuação do conduzido, mediante despacho
fundamentado, observando o quanto estabelecido nos artigos 302 e ss do CPP.
§ 1º Em qualquer caso, o delegado-geral poderá avocar autos de inquérito, desde que mo-
tivadamente.
152. Entendendo haver fundada suspeita contra o conduzido, e decidindo pela sua autuação, a au-
toridade policial ouvirá o condutor e colherá, desde logo, sua assinatura, entregando a este cópia do
§ 2º Tratando-se de avocação motivada por irregularidades, a autoridade a que se refere o §
termo e recibo de entrega do preso. Em seguida, procederá à oitiva das testemunhas que o acom-
1º deste artigo encaminhará à Corregedoria cópia do respectivo auto para medidas discipli-
panharem, a vítima, se houver, e ao interrogatório do acusado sobre a imputação que lhe é feita,
nares cabíveis.
colhendo, após cada oitiva, suas respectivas assinaturas, lavrando a autoridade, ao final, o auto.

146. O inquérito transferido e oriundo de outras instituições policiais será, obrigatoriamente,


I. Na autuação, a autoridade policial atentará para as formalidades essenciais da prisão em
registrado no livro de tombo, ou sistema eletrônico, sem necessidade de renumeração do feito, flagrante, em especial ao disposto nos incisos III, LVIII, LXI, LXII, LXIII, LXIV, LXV e LXVI do
capa e autuação, dispensando-se nova portaria e renumeração das folhas. art. 5º da CF.

Parágrafo único – Para efeito de controle, a capa anterior será mantida no procedimento.

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58 59 TÍTULO II • INQUÉRITO POLICIAL
II. Se a autoridade policial decidir, também mediante despacho fundamentado, pela não IV. Entendendo presentes os requisitos constantes nos artigos 312 e 313 do Código de Pro-
autuação, ouvirá, da mesma forma, o condutor, testemunhas, conduzido e vítima, bem cesso Penal, a autoridade policial representará pela prisão preventiva do(s) indiciado(s)
como adotará todas as providências necessárias para resguardar as provas, colocando o ou por outra medida cautelar, encaminhando o pedido juntamente com a comunicação
conduzido em liberdade ao final do procedimento. da prisão em flagrante ao juiz.

153. Na lavratura do auto de prisão em flagrante, o conduzido somente será qualificado no mo- 158. Não havendo a presença física de delegado de Polícia Civil de plantão na uni-
mento de seu interrogatório, após o depoimento da última testemunha do respectivo auto. dade policial onde a ocorrência foi apresentada, e considerando que a comunica-
ção a distância realizada entre ambientes de unidades policiais e estabelecimentos
154. Antes de iniciar o interrogatório, a autoridade policial cientificará o preso de seus direitos prisionais é autorizada e regulamentada pelo Conselho Nacional de Justiça, pelas reso-
e garantias constitucionais, inclusive o de permanecer calado e o de indicar a quem deverá ser luções nº 341/2020 e 354/2020, a lavratura do auto de prisão em flagrante pode ocor-
comunicada a sua prisão, o que deve constar no termo de interrogatório. rer por meio de videoconferência, seguindo as especificações da seção III deste manual.
155. Quando o conduzido não estiver em condições físicas ou psíquicas de ser prontamente in-
terrogado, a autoridade policial adotará uma das seguintes medidas: 159. Na hipótese da lavratura de auto de prisão em flagrante por meio de videoconferência, este
será instruído, também, com o despacho justificador, de acordo com modelo constante no anexo
I. Lavrar o auto, ouvindo o condutor e as testemunhas, aguardando a recuperação do con- I deste manual.
duzido para interrogá-lo no prazo de até 24 horas, quando possível, atentando-se para o
estabelecido no caput e no parágrafo único do art. 306 do CPP; 160. Em todos os casos de prisão, a autoridade policial deverá adotar as medidas necessárias à
II. Concluir o auto sem ouvir o preso, que, neste caso, será apenas qualificado, devendo a preservação da integridade física e moral do preso, em estrita observância aos direitos e garan-
impossibilidade de seu interrogatório ser consignada nos autos. tias fundamentais previstos no art. 5º da CF e às prescrições do inciso IX do art. 4º da Constituição
do Estado da Bahia e da Lei nº. 9.455/97, que define o crime de tortura.
156. Na hipótese do inciso II do 155, a autoridade policial ouvirá o conduzido posteriormente, em
auto de qualificação e interrogatório, na presença de testemunhas. I. Acaso entenda necessário, a autoridade policial poderá transferir o preso para local mais
adequado (seguro), podendo, inclusive, autuá-lo em outra circunscrição, comunicando a
157. Durante a lavratura do auto de prisão em flagrante o preso poderá ser devidamente escol- providência ao juiz competente, ao Ministério Público, ao advogado constituído, se hou-
tado pelos policiais designados pela autoridade policial. ver, ou à defensoria pública, e à família ou pessoa indicada pelo autuado.
II. O preso será sempre submetido a exame de lesões corporais para verificação das suas
I. Após a lavratura do auto de prisão em flagrante, a autoridade policial expedirá ao preso condições físicas, antes de seu ingresso na área de custódia.
a nota de culpa, conforme o § 2º do art. 306 do CPP. III. O preso manterá o seu direito a imagem, consoante o disposto no art. 5º, inciso XXVIII
II. A nota de culpa será expedida em 2 (duas) vias, sendo uma entregue ao preso e a outra da Constituição Federal, bem como não poderá ser exposto à curiosidade pública, ou
juntada aos autos do respectivo inquérito policial. submetido a situação vexatória, mediante violência, grave ameaça ou redução de sua
III. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamen- capacidade de resistência, conforme art. 13, I e II da Lei nº 13.869/19.
te ao juiz competente, ao Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por ele indi-
cada e, quando couber, à Defensoria Pública, na forma do que dispõe o art. 306 do CPP. 161. Em caso de prisão de advogado por crime inafiançável, por motivo relacionado ao exercício
da profissão, observar-se-á o previsto no inciso IV do art. 7º da Lei nº. 8.906/94, que dispõe sobre

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60 61 TÍTULO II • INQUÉRITO POLICIAL
o Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil – OAB. Nas demais hipóteses, a 166. Quando da prisão em flagrante de integrantes das Forças Armadas, da Polícia Militar, do
autoridade policial providenciará a comunicação expressa à seccional local da OAB. Corpo de Bombeiros Militares, da Polícia Federal ou da Polícia Rodoviária Federal, a autoridade
policial solicitará a presença de um membro da respectiva corporação para acompanhar a lavra-
162. A prisão em flagrante de parlamentares federais ou estaduais apenas ocorrerá em caso de tura do auto, findo o qual o preso será entregue à sua instituição, para fins de custódia, após a
crime inafiançável, devendo a autoridade policial, no prazo de vinte e quatro horas, remeter os comunicação ao respectivo comando ou chefia, lavrando-se certidão.
autos do inquérito à respectiva Casa Legislativa, conforme o disposto no § 2º do art. 53 da CF e
no § 2º do art. 84 da Constituição do Estado da Bahia. 167. Concluída a autuação, cópia do auto de prisão em flagrante será encaminhada à corporação
a que pertencer o autuado.
163. Os vereadores não poderão ser presos em flagrante delito quando se tratar de crimes de
opinião cometidos no exercício do mandato e na circunscrição de seu município, de acordo com 168. Presos provisoriamente, os integrantes das carreiras da Polícia Civil do Estado da Bahia per-
o previsto no inciso VIII do art. 29 da CF. manecerão recolhidos em cela especial, na sede da Correpol, conforme disposto no inciso IV do
art. 58 da LOPC.
164. Os juízes e os membros do Ministério Público e os defensores públicos não poderão ser pre-
sos, senão por ordem judicial escrita do tribunal competente ou em flagrante de crime inafiançá- 169. Os agentes, os funcionários diplomáticos e os seus respectivos familiares não poderão ser
vel, como rezam, respectivamente, o inciso II do art. 33 da Lei Complementar nº. 35/79 e a alínea presos ou detidos, por estarem imunes à jurisdição penal do Estado acreditado, como previsto
d) do inciso II do art. 18 da Lei Complementar nº 75/93, e na Lei estadual nº 26/2006. nos artigos 31 e 37 da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, de 1961, promulgada
no Brasil por meio do Decreto Federal nº 56.435/65.
I. No caso de prisão por crime inafiançável, a autoridade policial limitar-se-á a proceder à
imediata apresentação do magistrado ou membro do Ministério Público ao presidente do I. O agente diplomático não é obrigado a prestar depoimento como testemunha, como
tribunal, ou ao procurador-geral respectivamente, devendo ser observado o disposto nas indicado no art. 31 da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas.
Leis Complementares nº 35/79 e nº 75/93, e na Lei nº 8.625/93 II. A imunidade de jurisdição de um agente diplomático no Estado acreditado não o isenta
II. Se o fato ocorrer no interior do estado, a autoridade policial deverá manter contato com o da jurisdição do Estado acreditante, devendo o fato delituoso ser imediatamente comuni-
coordenador regional de polícia a fim de que este trate do assunto com diretor do Depar- cado à unidade mais próxima da Polícia Federal.
tamento de Polícia do Interior visando a uma definição de como se dará a apresentação
do magistrado ou do membro do Ministério Público 170. Os funcionários consulares e os empregados consulares não estão sujeitos à jurisdição das
III. A prisão de defensor público, por ordem judicial escrita ou em flagrante delito de crime autoridades judiciárias e administrativas do Estado receptor pelos atos realizados no exercício
inafiançável, deverá ser imediatamente comunicada ao defensor público-geral, conforme das funções consulares, porém, podem ser presos em flagrante ou por ordem judicial nas demais
o inciso II do art. 44 da Lei Complementar nº 80/94, e Lei estadual nº 26/2006. hipóteses de crimes graves e praticados sem relação com o exercício das suas funções consula-
IV. Em qualquer das hipóteses previstas acima, o delegado-geral da Polícia Civil deve ser res, de acordo com o previsto nos artigos 41 e 43 da Convenção de Viena para Relações Consu-
imediatamente comunicado, observando-se a hierarquia da instituição. lares, de 1963, promulgada pelo Decreto Federal nº. 61.078/67.

165. Em se tratando de crime afiançável, não haverá prisão ou autuação; apenas será feita a I. Os membros de uma repartição consular poderão ser chamados a depor como testemu-
respectiva comunicação do fato ao tribunal ou ao procurador-geral, ao Tribunal de Justiça, ao nhas no decorrer de um processo judiciário ou administrativo.
Ministério Público e à Defensoria Pública.

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62 63 TÍTULO II • INQUÉRITO POLICIAL
II. Um empregado consular ou um membro do pessoal de serviço não poderá negar-se a forma do art. 69 da Lei nº. 9.099/95, observando-se os princípios da oralidade, informalidade,
depor como testemunha, exceto sobre fatos relacionados com o exercício de suas fun- economia processual e celeridade.
ções, não podendo também ser obrigado a exibir correspondência e documentos oficiais
que a elas se refiram. 176. O TCO será numerado sequencialmente, registrado em livro próprio, em caso de não ser
III. Se um funcionário consular se recusar a prestar depoimento, nenhuma medida coercitiva eletrônico, lançando-se o(s) nome(s) do(s) infrator(es), autor do fato da(s) vítima(s) e o enquadra-
ou qualquer outra sanção ser-lhe-á aplicada. mento penal, a partir dos modelos constantes do anexo I do presente manual, e encaminhado ao
IV. Os cônsules e funcionários consulares honorários somente gozarão de imunidades com juiz competente imediatamente após sua formalização sendo composto por:
relação aos atos praticados no exercício das funções consulares.
I. capa;
171. No caso de prisão de índio não integrado, será solicitada a presença de um representante II. boletim de ocorrência;
da Fundação Nacional do Índio – Funai para prestar assistência, inclusive jurídica, na forma do III. autos da VPI (se houver);
previsto no art. 35 da Lei nº 6.001/73, comunicando-se ao Ministério Público Federal, em obe- IV. termos de declarações;
diência ao inciso II do art. 37 da Lei Complementar nº 75/93, e à Defensoria Pública Estadual. V. identificação de testemunhas, e local onde possam ser encontradas;
VI. demais elementos de prova (se houver);
172. Na impossibilidade do comparecimento de representante da Funai ou do Ministério Público VII. termo de remessa.
Federal, a autoridade policial providenciará defensor público e, na falta deste, defensor junto à
seccional da OAB. 177. O TCO em que um idoso figure como vítima deverá ser assim identificado, seguindo o insti-
tuído no item 182, IV previsto no capítulo IV, seção VII deste manual.
173. A prisão em flagrante de estrangeiro sempre deverá ser comunicada à unidade mais próxi-
ma da Polícia Federal, para fins de deportação e/ou expulsão, independentemente de o crime 178. As testemunhas deverão ser pormenorizadamente qualificadas, em observância ao § 3º do
ser da competência da Justiça Federal ou Estadual. art. 78 c/c o art. 67 da Lei nº 9.099/95, constando, no mínimo os seguintes parâmetros: nome
completo, RG, telefone, endereço residencial, endereço eletrônico.

CAPÍTULO VII 179. Os autos do TCO ficarão sob a guarda do escrivão do feito.
DAS INFRAÇÕES PENAIS DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO
180. Nos casos de delitos de ação penal pública condicionada à representação do ofendido, o
174. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo as contravenções penais e os TCO não será lavrado sem essa condição de procedibilidade conforme disposto no artigo 88 da
crimes a que a lei comine pena máxima não superior a dois anos, cumulada ou não com multa, Lei nº 9.099/95.
conforme o disposto no art. 61 da Lei nº 9.099/95, excetuados os crimes praticados com violên-
cia doméstica e familiar contra a mulher, na forma dos artigos 5º e 7º da Lei nº 11.340/2006, por 181. Nas hipóteses de condução em flagrante de delitos de menor potencial ofensivo, sempre se
expressa proibição do seu art. 41. colherão as declarações do condutor, e em caso de o autor do fato ser imediatamente encami-
nhado ao juizado ou assumir o compromisso de a ele comparecer, não lhe será imposta a prisão
175. A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência de infração penal de menor nem lhe será exigida fiança, nos termos do art. 69 § único da Lei no 9.099/95.
potencial ofensivo providenciará a lavratura do termo circunstanciado de ocorrência – TCO, na

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64 65 TÍTULO II • INQUÉRITO POLICIAL
182. O compromisso de comparecimento do autor ao juizado deverá constar do respectivo ter- IV. O procedimento policial em que um idoso, criança ou adolescente figure como vítima
mo de declarações. deverá ser assim identificada, para o fim previsto no inciso I do parágrafo único do art. 3º
da Lei nº 10.741/2003 – Estatuto do Idoso, art. 4º, inciso b), da Lei nº 8.069, de 13 de julho
183. Quando extremamente necessário, o TCO será instruído com oitivas de 4 (quatro) testemu- de 1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente, apondo-se na capa dos autos uma eti-
nhas por procedimento, indicadas pelos envolvidos. queta física ou eletrônica, contendo a inscrição “ESTATUTO DO IDOSO” ou “ESTATUTO
DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE”.
I. As testemunhas que poderão ser ouvidas para instrução dos autos do TCO são as diretas,
que assistiram ao fato, e próprias, quais sejam aquelas cujos depoimentos relacionam-se 186. As inquirições serão prestadas na unidade policial, presencialmente, ou por videoconferên-
ao fato principal que se constitui objeto do procedimento. cia, podendo em situações justificadas serem realizadas no lugar em que a pessoa a ser inquirida
II. A eventual falta de indicação de testemunhas pelos envolvidos será informada nos autos se encontre, ou por meio de audiência tele presencial, observando-se o disposto nos artigos 3º,
mediante lavratura de certidão. 185, 220 e 222, § 3º, do Código de Processo Penal.
III. Caso não seja possível o comparecimento da testemunha à unidade policial, nem a reali-
zação de videoconferência, ou audiência telepresencial para realização de oitiva, nos ter-
mos do Capítulo IV, seção III deste manual, a autoridade policial poderá juntar aos autos CAPÍTULO VIII
declaração escrita e assinada, ou o encaminhamento de e-mail, originário de conta regis- DA CONCESSÃO E DO RECOLHIMENTO DA FIANÇA
trada em nome da declarante, em ambos os casos contendo seus dados de qualificação
e o relato do que tenha conhecimento acerca do fato investigado. 187. Quando do exame de afiançabilidade da infração penal, a autoridade policial deverá atentar
para o disposto nos incisos XLII, XLIII e XLIV do art. 5º da CF, no art. 322 do CPP, observando-se
184. A representação da vítima, nos crimes em que se faça necessária, e a ciência de prazo de- também o disposto nos artigos 24-A e 41 da Lei nº. 11.340/2006.
cadencial por parte desta nos delitos de ação penal privada serão inseridas no respectivo termo
de declarações. 188. Nos casos de crimes afiançáveis na esfera policial, a autoridade policial arbitrará a fiança
independentemente de requerimento, desde que não haja qualquer das restrições previstas nos
185. A requisição dos exames periciais eventualmente imprescindíveis à comprovação da mate- artigos 323 e 324 do CPP.
rialidade do delito investigado e a realização das demais diligências que se fizerem necessárias à
instrução do TCO serão imediatamente providenciadas. 189. A autoridade policial arbitrará a fiança nos limites e nas condições previstas nos artigos 325
e 326 do CPP.
I. Na hipótese em que o laudo pericial não tenha sido recepcionado na unidade policial até
a data da remessa do procedimento, a autoridade policial requisitante deverá encaminhá- 190. A decisão que denegar a fiança será devidamente fundamentada nos autos e certificada no
-lo ao juízo competente imediatamente após recebê-lo. verso da nota de culpa.
II. Após a conclusão do TCO, é dispensada a realização de relatório final, devendo ser lavra-
do termo de remessa ao juízo competente, mediante despacho da autoridade policial. 191. O recolhimento da fiança será feito na instituição bancária autorizada, com preenchimento
III. Sempre que possível, o TCO deverá ser remetido ao juízo competente, logo após a lavra- da respectiva guia, salvo orientação diversa emanada do órgão competente.
tura e as providências do cartório, ou em até 30 (trinta) dias do registro da ocorrência na
unidade policial.

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66 67 TÍTULO II • INQUÉRITO POLICIAL
192. Na impossibilidade do cumprimento do anterior, o recolhimento da fiança se dará com a VII. Livro de Remessa de Inquéritos Policiais;
guia específica fornecida pela instituição bancária autorizada. VIII. Livro de Remessa de Termos Circunstanciados;
IX. Livro de Remessa de Atos Infracionais.
193. Quando a lavratura do auto de prisão em flagrante ocorrer em local distante da unidade po-
licial e houver arbitramento de fiança, o escrivão deverá certificar nos autos o seu recebimento, § 2º São livros cartorários físicos de uso obrigatório, referentes a controle de expedientes
lavrando, posteriormente, o termo no livro próprio, com emissão de recibo ao beneficiário da administrativos:
fiança.
I. Livro Interno de Recebimento e Distribuição de expedientes diversos (oriundos de unida-
des componentes da Polícia Civil).
194. O depósito de valores referentes à fiança será feito em até três dias após o seu recebimento, con-
II. Livro Externo de Recebimento e Distribuição de expedientes diversos (Requisições Minis-
forme o parágrafo único do art. 331 do CPP, ressalvados os casos de comprovada impossibilidade.
teriais e Judiciais, Mandados de Prisão, Vara de Execuções Penais, Petições Representa-
ções e Solicitações diversas);
195. A certidão do termo de fiança e o comprovante do recolhimento serão juntados aos autos
do inquérito policial.
§ 3º Os livros cartorários destinados a expedientes administrativos deverão conter o número
dos ofícios e documentos com a equivalência respectiva aos números de controle dos proce-
dimentos gerados no Sistema Eletrônico de Informações – SEI, com acesso através do www.
CAPÍTULO IX
portalseibahia.saeb.ba.gov.br. O SEI é o sistema oficial para tramitação de procedimentos
DOS LIVROS CARTORÁRIOS
administrativos.

196. Apesar da geração automática de livro de controle pelo próprio Sinesp PPE, é facultado à
197. O Livro de Registro de Inquérito Policial deve conter, obrigatoriamente: nº do inquérito;
unidade policial manter livros físicos de controle interno de registros com números sequenciais
data de instauração; data do registro; espécie; infração penal; autor(es); vítima(s) com qualifi-
da unidade referente a procedimentos (VPI, IP, APF, TCO, BOC, AIAI, AAFAI), com equivalência
respectiva aos números de controle dos procedimentos gerados no Sinesp PPE, sendo estes o cação; local do fato; data do fato; nº do boletim de ocorrência; data do boletim de ocorrência;
controle oficial nos diversos expedientes aos órgãos do Judiciário. data do fato; condução; delegado de polícia e escrivão de polícia; data de remessa(s); data de
retorno(s).
§ 1º São livros cartorários físicos de uso facultativo, referentes a procedimentos policiais:
198. O Livro de Registro de Termo Circunstanciado de Ocorrência deve conter obrigatoriamen-
I. Livro de Registro de Inquérito Policial, destinado ao registro de autos de inquéritos poli- te: número do TCO; data de lavratura; data do registro; infração penal; autor(es) e vítimas(s), com
ciais instaurados na unidade; qualificação; local do fato; data do fato; número do boletim de ocorrência; delegado de polícia;
II. Livro de Registro de Termo Circunstanciado de Ocorrência, destinado ao registro de au- escrivão de polícia; data de remessa(s) e data de retorno(s).
tos de infrações penais de menor potencial ofensivo, na forma da Lei nº 9.099/95;
III. Livro de Registro de Ato Infracional praticado por criança e/ou adolescente, destinado ao 199. O Livro de Ato Infracional deve conter, obrigatoriamente: número do registro; data de lavra-
registro de autos envolvendo crianças e adolescentes em conflito com a lei; tura; data do registro; infração penal; autor(es) e vítimas(s), com qualificação; local do fato; data
IV. Livro de Registro de Laudos de Exames Médico-Legal;
do fato; nº do boletim de ocorrência; delegado de polícia; escrivão de polícia; data de remessa(s)
V. Livro de Registro de Laudos de Perícias Outras;
e data de retorno(s);
VI. Livro de Verificação Preliminar de Investigação – VPI;

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68 69 TÍTULO II • INQUÉRITO POLICIAL
200. O Livro de Registro de Laudos de Exames Médico-Legal deve conter número do laudo, nú- 210. Os registros lavrados nos livros cartorários não poderão ser rasurados ou cancelados. Caso
mero da ocorrência policial e/ou ofício, infração penal, local do fato, partes envolvidas, número haja erro no lançamento do registro, será feito novo registro com a retificação necessária, fazen-
do inquérito policial e/ou TCO e/ou ato infracional, número do processo e da vara criminal; do-se menção ao lançamento anterior. Nos registros eletrônicos será por aditamento.

201. O Livro de Registro de Laudos Periciais deve conter número do laudo, número da ocor- 211. As capas dos livros cartorários deverão conter identificação da unidade policial, a destina-
rência policial e/ou ofício, infração penal, local do fato, partes envolvidas, número do inquérito ção do livro, data de início e de encerramento.
policial e/ou TCO e/ou ato infracional, número do processo e da vara criminal.
212. No anexo I desta instrução, constam modelos obrigatórios das capas dos Livros Cartorários
202. O Livro Interno de Recebimento e Distribuição de expedientes diversos deve conter, obriga- e dos Termos de Abertura e de Encerramento.
toriamente: data do recebimento, origem, descrição do fato, observação.
213. O cartório de cada unidade policial terá, obrigatoriamente, pastas físicas ou eletrônicas des-
203. O Livro Externo de Recebimento e Distribuição de expedientes diversos deve conter, obri- tinadas ao arquivo de instruções normativas, portarias, ofícios, memorandos e demais expedien-
gatoriamente: data do recebimento, origem, descrição do fato, observação. tes provenientes da administração superior da Polícia Civil; de inventário patrimonial da unidade;
de registro das informações dos servidores da unidade; de controle de afastamentos legais dos
204. O Livro de Remessa de Inquéritos Policiais deve conter, obrigatoriamente: autor(es), víti- servidores da unidade; de escalas de serviço; de dossiês dos inquéritos e demais procedimentos
ma(s), infração penal, delegado de polícia, data(s) da(s) remessa(s), data(s) do(s) retorno(s). de Polícia Judiciária, registrados na unidade.

205. O Livro de Remessa de Termo Circunstanciado de Ocorrência – TCO e o Livro de Remessa 214. As pastas poderão ser substituídas por sistema informatizado de registro ou arquivo digital,
de Atos Infracionais devem conter, obrigatoriamente: autor(es), vítima(s), infração penal, delega- mediante autorização do delegado-geral, desde que assegurada sua inviolabilidade e imutabili-
do de polícia, data de remessa. dade dos assentamentos;

206. Os livros cartorários obrigatórios deverão conter folhas tipograficamente numeradas, de- SEÇÃO I
vendo o coordenador do cartório da unidade lavrar Termos de Abertura e Encerramento (anexo APREENSÃO DE BENS
I), na contracapa e folha final, respectivamente. Na impossibilidade ou falta de livros com folhas ti-
pograficamente numeradas, o coordenador de cartório deverá numerar e rubricar todas as folhas. 215. Nos cartórios das unidades policiais haverá depósito e armário com chave privativa para
guarda provisória das coisas apreendidas, observado o previsto no processo de “cadeia de cus-
207. O Termo de Encerramento será lavrado somente após o integral preenchimento do livro, o tódia de evidências”.
que ser feito de forma contínua até sua finalização.
216. As coisas apreendidas e recolhidas, até remessa ao órgão competente, ficarão sob a intei-
208. A guarda e atualização dos livros são de responsabilidade do coordenador de cartório, po- ra responsabilidade do coordenador de cartório ou, na falta deste, de servidor expressamente
dendo a escrituração ser efetuada por servidor do cartório, sob sua supervisão. designado pela autoridade policial, o que deverá ser feito mediante lavratura de ocorrência em
livro administrativo (físico ou eletrônico), a qual deverá ser encaminhada à chefia imediata, con-
forme art. 51, III, da Lei Estadual nº 11.370/2009, a Lei Orgânica da Polícia Civil – LOPC.
209. Na ausência de coordenador de cartório na unidade, a atribuição prevista no artigo anterior
recairá, obrigatoriamente, por outro escrivão em substituição formal.

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70 71 TÍTULO II • INQUÉRITO POLICIAL
217. As coisas apreendidas deverão ser identificadas por meio de etiquetas, nas quais deverão Parágrafo único – Na hipótese de caracterização de bens vagos, o delegado deverá divul-
constar a data, características do objeto e referência ao número do boletim de ocorrência ou do gar nos órgãos de imprensa e no site da PCBA a disponibilidade de bens na delegacia, a
procedimento policial respectivo. fim de se localizar eventuais proprietários, afixando o prazo para a sua recuperação, sob
pena de virem a ser perdidos, mantendo as informações atualizadas na base de dados de
218. A chave do depósito/sala de evidências da delegacia ficará com o coordenador do cartório bens arrecadados e apreendidos.
ou, na falta deste, com o servidor designado.
226. É expressamente vedado o uso de objetos apreendidos por servidores policiais, salvo auto-
219. As coisas arrecadadas somente serão recolhidas ao depósito após a lavratura do respectivo rização legal ou judicial, sob pena de responsabilidade,criminal e administrativa.
auto de apreensão.
227. Cópias da decisão judicial que autorizar o uso de bem apreendido deverão ser encaminha-
220. Por ocasião do recolhimento, o responsável pelo depósito conferirá o material recebido e o das ao departamento ao qual se vincula a unidade à Corregedoria da Polícia Civil – Correpol.
guardará em lotes devidamente numerados, arquivando cópia do auto de apreensão, que será
identificado pelo número do lote e, quando for o caso, pelo número do procedimento. 228. As coisas arrecadadas e não apreendidas por não interessarem à investigação serão de-
221. Quando a coisa apreendida, por sua natureza ou volume, não puder ser acondicionada no volvidas, desde que não haja dúvida quanto à sua propriedade, lavrando-se o respectivo auto
depósito, será guardada em local apropriado, juntando-se aos autos a documentação compro- de entrega, ou, sendo bem vago, deve ser encaminhado para providências administrativas de
batória de seu destino. leilão.

222. Realizada a perícia, o delegado providenciará a remessa das coisas apreendidas ao órgão 229. Havendo apreensão fora do horário administrativo, a responsabilidade das coisas apreendi-
competente, juntando ao procedimento policial o comprovante da remessa. das será do coordenador de plantão, com base no art. 52, XII, da LOPC, que as receberá por meio
de guia de remessa, ou, na falta deste, de servidor expressamente designado pela autoridade
223. Quando cabível, a restituição de coisas apreendidas será feita mediante termo próprio, ob- policial, o que deverá ser feito mediante lavratura de ocorrência em livro administrativo, a qual
servando-se o disposto no art. 120 e parágrafos do Decreto-Lei nº 3.689/1941, o Código de Pro- deverá ser encaminhada à chefia imediata.
cesso Penal – CPP.
SEÇÃO II
224. O termo de restituição deverá conter a descrição completa do bem que se está restituindo, DROGAS E BEM APREENDIDO NA REPRESSÃO AO TRÁFICO DE DROGAS
bem como a data, local e qualificação da pessoa a quem se faz a restituição, e ainda a indicação
do procedimento policial a que se refira. 230. Na apreensão e incineração de drogas, deverá ser observado o disposto na Lei Federal nº
11.343/2006 e os procedimentos de preservação da “cadeia de custódia” da prova.
225. Não se evidenciando a infração penal e, como consequência, não havendo indiciamen-
to, ou nas hipóteses em que não for conhecida a vítima ou proprietário, os bens e valores 231. No caso de bens relacionados com o tráfico ilícito e uso indevido de drogas, a autoridade
apreendidos ou arrecadados deverão ser guardados provisoriamente no depósito de cada policial adotará as providências estabelecidas no art. 62 da Lei Federal nº. 11.343/2006 e rea-
delegacia, com etiquetas contendo identificação do procedimento policial a que se referem, lizará o acionamento obrigatório da Comissão Permanente de Avaliação e Alienação de Bens
aguardando as possíveis vítimas ou proprietários e os trâmites relacionados à “cadeia de cus- da PCBA.
tódia”, quando for o caso.

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72 73 TÍTULO II • INQUÉRITO POLICIAL
232. A Comissão Permanente de Avaliação e Alienação de Bens – CPPAB, criada através da Por- Parágrafo único – As ocorrências que envolvam armamento apreendido e outros materiais de
taria nº 272/2020, da PCBA, promove os atos necessários à avaliação, classificação, formação de uso controlado pelo Exército Brasileiro devem ser também informadas, por meio de comu-
lotes e leilão de bens com determinação judicial de alienação antecipada ou judicialmente de- nicação eletrônica, à Coordenação de Produtos Controlados da Polícia Civil – CFPC, esclare-
clarados perdidos em favor da União/Fundo Nacional Antidrogas – Funad, e deverá ser instada cendo a destinação dada ao armamento ou produto controlado.
através do endereço eletrônico cpaab.pcba@pcivil.ba.gov.br.
235. O transporte de armamento e outros materiais classificados como controlado, apreendi-
do para envio ao Exército Brasileiro será realizado pela Coordenação de Operações Especiais
SEÇÃO III – COE, conforme art. 34 da LOPC.
DINHEIRO

SEÇÃO V
233. Os valores apreendidos em moeda nacional deverão ser depositados em conta do Estado
VEÍCULOS
e os apreendidos em moedas estrangeiras somente serão depositados após a conversão em
moeda nacional, ao Fundo Especial de Aperfeiçoamento dos Serviços Policiais – Feaspol ou Guia
236. Somente poderá ser veículo apreendido em procedimento policial e depositado em uni-
de Depósito Judicial – DAJ, juntando-se o comprovante de recolhimento ao inquérito policial. No
dades da Polícia Civil até remessa ao DPT, veículo que seja produto ou instrumento de crime,
cumprimento dos mandados de busca e apreensão, se forem apreendidos valores em moedas
conforme Lei Estadual nº 13.352/2015, observadas as regras de “cadeia de custódia”.
estrangeiras, seguir o seguinte trâmite:

237. Após a sua apreensão, o veículo deve ser apresentado ao juízo e ficar depositado na uni-
Oficiar o Banco Central, na pessoa do gerente técnico regional do Departamento de Meio Cir-
dade policial até sua entrega ao DPT, devendo ser analisada a regra de “cadeia de custódia”,
culante do Banco Central do Brasil – Bahia, localizado na 1ª Avenida localizada no Centro Admi-
observada a conformidade do art. 11 do CPP.
nistrativo da Bahia, 160, Salvador (BA), CEP 41.745-001, Telefone: (71) 2109-4500, e-mail gtsal.
mecir@bcb.gov.br,solicitando o depósito judicial dos valores apreendidos em moeda estrangei-
I. Após a sua apreensão, o veículo será encaminhado ao ICAP, onde será periciado, logo
ra, especificando valor total, bem como o fracionamento por cédulas. Por fim, informar que os
em seguida retirado do ICAP pela respectiva unidade requisitante, encaminhado ao pá-
valores apreendidos estão sendo entregues ao Banco Central do Brasil pela autoridade policial
tio credenciado e formalizada representação ao juiz para verificação da possibilidade de
presidente do inquérito policial, no ato como representante da Polícia Civil da Bahia, CNPJ n°
alienação antecipada, pelo Departamento Estadual de Trânsito – Detran.
33390921/0001-67, para que tal numerário em moeda estrangeira, em espécie, seja encaminha-
do para a condigna custódia em juízo, com respectivo termo, com fulcro na Resolução do Banco
238. Na hipótese do juízo competente recusar o recebimento do veículo, a autoridade policial
Central nº 428, em especial ao artigo 1º, IV.
deverá representar judicialmente pela alienação antecipada, juntamente com o pedido de au-
torização para que o bem seja leiloado pelo Departamento Estadual de Trânsito – Detran, com
SEÇÃO IV o valor arrecadado depositado à disposição do juízo que autorizou a alienação antecipada do
ARMAS DE FOGO bem, observados os seguintes procedimentos:

234. O armamento apreendido será imediatamente encaminhado à perícia, observadas as regras


do art. 158 A do CPP.

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74 75 TÍTULO II • INQUÉRITO POLICIAL
I. A representação ao juízo competente deverá ser instruída com Laudo de Avaliação ou In- 241. Cabe ao delegado de polícia observar de maneira subsidiária a Lei Federal nº 9.503/1997,
formação Técnica do veículo apreendido, devendo ser observado valor mínimo para sua a Instrução Normativa Conjunta nº 01/2014, SSP/SAEB/PGE/Detran, e a Portaria nº. 669/2014 da
alienação e se a ocorrência não se enquadra na competência da Comissão Permanente SSP/BA, embora sejam normativas anteriores à edição da Lei Estadual nº. 13.352/2015.
de Avaliação e Alienação de Bens da PCBA.
II. Antes da conclusão do inquérito policial, a autoridade policial providenciará, quando ca- 242. Nos casos em que o bem estiver relacionado ao tráfico ilícito e uso indevido de drogas, a au-
bível, a restituição do veículo, mediante auto de restituição. toridade policial adotará as providências estabelecidas no art. 62 da Lei Federal nº. 11.343/2006,
devendo ser acionada através do endereço eletrônico cpaab.pcba@pcivil.ba.gov.br, a Comissão
239. A autoridade policial convidará o proprietário do veículo, por qualquer meio há- Permanente de Avaliação e Alienação de Bens – CPPAB, criada através da Portaria nº 272/2020,
bil de comunicação, para comparecer à delegacia, no prazo de 5 (cinco) dias úteis, a fim da PCBA, visando ao procedimento de leilão, por alienação antecipada ou judicialmente decla-
de receber o seu veículo. O não comparecimento do proprietário devidamente convida- rados perdidos, em favor da União/Fundo Nacional Antidrogas – Funad.
do no prazo fixado ensejará a expedição de notificação, fixando-lhe o prazo de 10 (dez)
dias corridos para retirada do bem, sob pena de incorrer em infração administrativa.
SEÇÃO VI
I. O veículo abandonado deverá ser encaminhado para o Detran, que, por sua vez pro- BENS PERECÍVEIS
moverá o leilão, destinando os valores arrecadados das multas aplicadas e do leilão dos
veículos abandonados, ao Fundo Especial de Aperfeiçoamento dos Serviços Policiais – 243. Quando da apreensão de bens perecíveis, a requisição de exame pericial deve ser realizada
Feaspol, observada a exclusão da competência da Comissão Permanente de Avaliação e por amostragem, representando-se imediatamente ao Poder Judiciário para que autorize o des-
Alienação de Bens da PCBA. carte do restante do material.
II. O gerenciamento e a estruturação do acautelamento dos veículos devem observar o dis-
posto no Termo de Cooperação Técnica nº 01/2016, firmado entre Secretaria da Seguran- 244. No caso de produtos com prazo de validade vencido, será desnecessária a realização de
ça Pública – SSP/BA e o Departamento de Trânsito do Estado – Detran, a fim de cumprir as exame pericial, sendo suficiente o exame realizado na forma do art. 159, § 1º, do CPP.
disposições do Código de Trânsito Brasileiro – CTB.
III. Para atender aos objetivos do instrumento de cooperação apontado no inciso anterior
compete ao Detran/BA contratar, mediante credenciamento ou licitação, empresas para a SEÇÃO VII
prestação de apoio logístico e operacional às atividades de guarda e destinação de veícu- OBJETOS CONTRAFEITOS
los, em regime de tempo integral, disponibilizando inclusive espaço para acautelamento
dos veículos. 245. Quando da apreensão de objetos contrafeitos ou falsificados, o delegado deverá requisitar
IV. Os pátios credenciados devem encaminhar reboque para remoção dos veículos apreen- exame pericial e representar ao Poder Judiciário para que autorize a destruição do material, man-
didos, transportando-os do local indicado pela autoridade policial até o depósito apro- tendo quantidade suficiente para contraprova. Da destruição será lavrado auto de destruição.
priado, ficando à disposição para perícia.

240. A direção, planejamento, supervisão, coordenação, controle, diagnostico, fiscalização e exe-


cução do cumprimento da Lei nº 13.352/2015 compete a comissão especialmente constituída,
no âmbito da Polícia Civil, através da Portaria nº 308/2015.

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76 77 TÍTULO II • INQUÉRITO POLICIAL
SEÇÃO VIII CAPÍTULO X
EXPLOSIVOS DOS PROCEDIMENTOS DE BUSCA E CAPTURAS

246. Quando da apreensão de explosivos, observar-se-ão as regras da Norma Reguladora – NR 248. Quando da apresentação de indivíduos nas unidades operativas da Polícia Civil, o delegado
nº 19, da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, e a CORE deverá ser acionada para de polícia que primeiro tomar conhecimento da ocorrência deverá proceder a identificação civil
fazer o imediato transporte. dos envolvidos.

I. Considera-se explosivo material ou substância que, quando iniciada, sofre decomposição I. Quando a identificação civil dos envolvidos não se mostrar capaz ou suficiente para esse
muito rápida em produtos mais estáveis, com grande liberação de calor e desenvolvimen- fim, deverá solicitar a identificação criminal, de acordo com as regras apostas na Lei nº
to súbito de pressão. 12.037, de 1º de outubro de 2009.
II. As ocorrências que envolvam explosivos e outros materiais de uso controlado devem ser II. Após a identificação dos envolvidos na ocorrência policial apresentada, o delegado de
informadas, por meio de comunicação eletrônica, à Coordenação de Produtos Controla- polícia deverá determinar aos investigadores de Polícia Civil a realização de consulta aos
dos da Polícia Civil – CFPC, esclarecendo a destinação dada ao material ou substância. seguintes bancos de dados oficiais acerca da existência de mandados de prisão em seu
desfavor:
a) Portal SSP/BA: https://www.portalssp.ba.gov.br;
SEÇÃO IX b) SINESP PPE: https://seguranca.sinesp.gov.br/sinesp-seguranca/login.jsf;
JOIAS c) BNMP2 – Banco Nacional de Mandados de Prisão: https://portalbnmp.cnj.jus.br;
d) INFOSEG: http://seguranca.sinesp.gov.br;
247. Em caso de apreensão de joias, deverá ser representada ao juízo a nomeação de fiel depo- e) ESAJ/TJBA: http://esaj.tjba.jus.br;
sitário, com indicação preferencial da Caixa Econômica Federal – CEF. f) SEEU – Sistema Eletrônico de Execução Unificado: http://seeu.pje.jus.br;
g) SAIPRO/TJBA: http://www2.tjba.jus.br;
I. Diante da impossibilidade de guarda segura do bem ou indicação de fiel depositário, a h) PJE/TJBA: https://pje.tjba.jus.br.
autoridade policial poderá solicitar a determinação judicial de alienação antecipada ou
que sejam judicialmente declarados perdidos em favor do Estado, indicando que sejam 249. Restando dúvidas, suspeitas de qualquer natureza ou necessidade de confirmação e auten-
os valores recolhidos em favor do Feaspol. ticidade em relação a mandados de prisão em desfavor dos apresentados na ocorrência policial,
II. Nos casos em que o bem estiver relacionado ao tráfico ilícito e uso indevido de drogas, o delegado de polícia deverá, por cautela, solicitar informações à Coordenação de Polícia Inte-
a autoridade policial adotará as providências estabelecidas no art. 62 da Lei Federal nº restadual – Polinter, mediante pedido de pesquisa.
11.343/2006, devendo ser acionada através do endereço eletrônico cpaab.pcba@pcivil.
ba.gov.br, a Comissão Permanente de Avaliação e Alienação de Bens – CPPAB, criada I. A formalização de pedido de pesquisa à Polinter acerca da existência e/ou validade de
através da Portaria nº 272/2020, da PCBA, visando ao procedimento de leilão, por aliena- mandados de prisão deverá ser, prioritariamente, solicitada pela autoridade policial, ou
ção antecipada ou judicialmente declarados perdidos, em favor da União/Fundo Nacional outro servidor policial por ela designado, por ofício/formulário próprio, enviado para o
Antidrogas – Funad. e-mail: polinter.cartorio@pcivil.ba.gov.br, contendo:
a) nome, lotação e matrícula da autoridade policial;
b) dados do pesquisado (nome completo, RG, filiação, nascimento, naturalidade).

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78 79 TÍTULO II • INQUÉRITO POLICIAL
250. Se a autoridade policial solicitante estiver cumprindo escala de serviço extraordinário, de- l) A informação de que uma cópia do mandado foi entregue ao preso, que funciona-
verá constar no ofício a unidade na qual está cumprindo a escala, bem como a lotação efetiva do rá como nota de culpa.
solicitante. III. Após o efetivo cumprimento do mandado de prisão por parte da autoridade policial, esta
deverá providenciar, impreterivelmente:
251. A partir do pedido de pesquisa, a Polinter procederá, nos moldes do ofício/formulário so- a) Comunicação, por ofício, à vara expedidora do mandado;
licitante, busca em todos os meios e bases de dados disponíveis, produzindo-se, ao final, um b) Comunicação da prisão a qualquer pessoa indicada pelo próprio preso, mediante
informe em resposta à solicitação, o qual subsidiará a autoridade policial requisitante na tomada documento ou meio que possibilite a devida comprovação do ato;
de decisões, inclusive com o fornecimento do exemplar do mandado de prisão. c) Comunicação à Polinter, à Coordenação de Documentação e Estatística Policial –
CDEP e ao Instituto de Identificação Pedro Mello – IIPM, objetivando atualizar suas
252. Acaso reste comprovada a existência, autenticidade e/ou validade de mandado de prisão bases de dados, anexando os seguintes documentos:
pendente em desfavor do consultado, o delegado de polícia deverá adotar as seguintes provi- 1. Cópia do mandado de prisão datado e assinado pelo preso;
dências: 2. Boletim de ocorrência referente ao cumprimento do mandado de prisão,
devidamente validado pela autoridade policial;
I. Coletar a assinatura do preso com a data em todas as vias do mandado de prisão; 3. Cópia do ofício de comunicação enviado à vara expedidora com compro-
a) No caso de recusa ou impossibilidade de assinatura pelo preso, proceder-se-á a vação de recebimento, podendo ser suprida por meio de extrato de e-mail,
assinatura a rogo ou por 2 (duas) testemunhas presenciais devidamente qualifica- protocolo de AR (aviso de recebimento), carimbo de recebido ou entre-
das, acrescido da certidão exarada pelo escrivão de polícia em relação ao caso gue, dentre outros documentos necessários apenas à Polinter;
concreto;
II. Registrar boletim de ocorrência não delituosa, tipificando como “cumprimento de manda- Parágrafo único – Em observação ao Decreto Estadual nº 17.983 de 24 de outubro de 2017,
do de prisão (cível ou criminal)” e constando, obrigatoriamente, as seguintes informações: a comunicação acerca do cumprimento do mandado de prisão deverá ser realizada, prio-
a) Qualificação completa do capturado (civil ou criminal); ritariamente, pelo Sistema SEI, destinando-se à Polinter, pela unidade SEI (PCBA/Polinter/
b) Tipo da prisão: preventiva, temporária, por inadimplência alimentar (prisão civil) COORD/Cartorio), à CDEP pela unidade SEI (PCBA/CDEP/ARQCriminaldeprisao) e ao IIPM/
ou por condenação definitiva, devendo, nesta última hipótese, descriminar o tem- DPT pela unidade SEI (DPT/DGPDT/IIPM/CICRI). No caso de impossibilidade de fazê-lo via
po de pena imposta e o regime de cumprimento da pena; SEI, a comunicação à Polinter poderá ser remetida, tempestivamente, para o e-mail: polinter.
c) Infração penal; cartorio@pcivil.ba.gov.br.
d) Número do processo que originou o mandado;
e) Juízo ou vara expedidora do mandado de prisão; 253. Na hipótese de captura de indivíduo por força de mandado de prisão expedido por juízo de
f) Nome do Juiz de Direito que assinou a ordem de prisão; outros estados da Federação, ocorrida nas Unidades Operativas da Polícia Civil da Capital e RMS,
g) Validade do mandado; a custódia temporária poderá ser feita pela Polinter, até que seja disponibilizada vaga no sistema
h) Nome de parente e/ou representante legal a quem a prisão foi informada; prisional, ao qual o preso será recambiado, também sob responsabilidade dessa coordenação.
i) Prazo da prisão, quando houver, discriminando o prazo e a data de liberação;
j) Guia de exame de lesões corporais, ao qual se deve submeter o conduzido; I. A apresentação do preso para custódia na Polinter deverá ser acompanhada da seguinte
k) Aferição de temperatura e preenchimento de formulário para casos de pandemia. documentação:
a) Ofício de apresentação do preso, endereçado à Polinter;

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80 81 TÍTULO II • INQUÉRITO POLICIAL
b) Cópia do mandado de prisão datado e assinado pelo preso; III. Caso a unidade policial não queira formalizar uma CP, pode mencionar no próprio ofício,
c) Boletim de ocorrência referente ao cumprimento do mandado de prisão, devida- o texto de precatória, que será considerado como um ofício precatório;
mente validado pela autoridade policial; IV. No caso da carta precatória for relacionada a crimes contra crianças e adolescentes, é
d) Cópia do ofício de comunicação enviado à vara expedidora com comprovação de fundamental anexar o boletim de ocorrência do fato narrado, termo de declaração dos
recebimento (extrato de e-mail, protocolo de AR, carimbo de recebido ou entre- genitores e do menor envolvido;
gue, dentre outros); V. Preferencialmente, o boletim de ocorrência deverá acompanhar o termo de declaração
e) Exame de corpo de delito realizado na data da entrega/transferência do custodia- da vítima e de representação;
do à Polinter. VI. Quando ocorrer devolução de CP ou BO cumprido, deve-se verificar se os termos de de-
claração estão assinados pelo delegado, escrivão e declarante;
254. Caso a prisão ocorra por força do cumprimento de mandados de prisão expedidos por co- VII. Caso a CP ou BO sejam relacionados à solicitação de cumprimento de exame grafotéc-
marcas do interior do estado da Bahia, a custódia temporária do preso ficará a cargo do departa- nico, se faz necessária a devolução com o cumprimento por meio físico e não por e-mail
mento ao qual a unidade operativa da Polícia Civil que deu cumprimento ao respectivo mandado (polinter.prec@pcivil.ba.gov.br) ou Sistema Eletrônico de Informações – SEI;
de prisão está vinculada, competindo a esta última a obrigação de promover as devidas comuni- VIII. Estando a CP ou o BO relacionados ao cumprimento de apreensão de objetos (exemplo:
cações, conforme disposto na presente Portaria. aparelho celular), deve-se somente encaminhar a carta precatória cumprida, juntamente
com o respectivo objeto apreendido.
255. Na hipótese de captura de indivíduo por força de mandado de prisão expedido por juízo
desta Capital ou Região Metropolitana de Salvador – RMS, a apresentação poderá ser feita à
Coordenação de Polícia Interestadual – Polinter, que providenciará a consulta em bancos infor- CAPÍTULO XI
macionais quanto à existência de mandado de prisão válido e pendente de cumprimento. Em DAS MEDIDAS ASSECURATÓRIAS
situação que enseje a confirmação de validade do decreto prisional, a Polinter tomará as provi-
dências da custódia temporária, até que seja disponibilizada vaga no sistema prisional ao qual o
257. A autoridade policial poderá se valer de um conjunto de medidas cautelares para assegu-
preso será recambiado, também sob responsabilidade dessa coordenação.
rar os direitos do ofendido e a responsabilização pecuniária do criminoso. Destinam-se a evitar
o prejuízo que adviria da demora na conclusão da ação penal, garantindo, por meio da guarda
256. Quanto à movimentação de cartas precatórias – CP ou boletins de ocorrências de outras
judicial das coisas, o ressarcimento do prejuízo causado pelo delito, na forma dos artigos 125
Unidades da Federação, o procedimento relacionado ao respectivo procedimento deverá con-
ao 144 do CPP.
ter a síntese do fato apurado, bem como os esclarecimentos pretendidos, e será instruída com a
documentação necessária ao seu pleno cumprimento. O delegado de polícia deprecado deverá
sempre dar a indispensável prioridade ao cumprimento das cartas precatórias e boletins de ocor-
CAPÍTULO XII
rências, conforme descrito a seguir:
DA COLABORAÇÃO PREMIADA
I. Elaborar o ofício para a Polinter, solicitando remessa da CP ou BO para a unidade de destino,
sinalizando o envio de CP ou BO para cumprimento ou a devolvendo cumprida ou informada;
258. A colaboração premiada, como meio de obtenção da prova, será admitida em qualquer
II. Juntar ao ofício da CP ou do BO as peças necessárias para realizar as oitivas (informando
fase do inquérito policial, de acordo com as leis penais e processuais vigentes, devendo conter
o nome completo e o endereço de localização da pessoa a ser ouvida (averiguado, vítima
as seguintes etapas:
ou testemunha), termo de declaração, portaria e outros;

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82 83 TÍTULO II • INQUÉRITO POLICIAL
I. ato voluntário ou espontâneo por parte do colaborador, formalizado em termo próprio na e) as condições expressas pelo delegado de polícia o aceite do colaborador quanto à negociação;
presença do delegado de polícia do advogado do colaborador; f) as assinaturas do delegado de polícia, escrivão, colaborador, defensor;
II. assinatura do termo de colaboração pelo delegado de polícia, escrivão, colaborador e g) se necessário, a critério do delegado de polícia, as medidas adotadas para a segurança
seu advogado; do colaborador, seus familiares e pessoas que possam correr riscos em razão do ato;
III. sempre que possível, o registro dos atos de colaboração será feito pelos meios ou recur- h) a personalidade do colaborador, a natureza, as circunstâncias, a gravidade e a repercus-
sos de gravação magnética, estenotipia, digital ou técnica similar, inclusive audiovisual, são social do fato criminoso e a eficácia da colaboração.
destinados a obter maior fidelidade das informações;
IV. consignação do colaborador acerca da renúncia ao direito ao silêncio e concomitante 261. O termo circunstanciado de colaboração premiada será autuado em apartado, devendo
compromisso de dizer a verdade, sob pena de perda dos benefícios eventuais da colabo- tramitar em sigilo nos sistemas SINESP PPE e PJ-e.
ração prestada;
V. depoimento do colaborador; 262. Como consequência da celebração do acordo, o colaborador se torna obrigado a compa-
VI. despacho da autoridade fundamentando os motivos que levaram à colaboração; recer, sempre que intimado, junto ao delegado de polícia para novas oitivas ou esclarecimentos
VII. remessa imediata do termo, bem como as demais peças ao juiz competente para aprecia- sobre pontos relevantes atinentes ao acordo, sob pena de, não comparecendo injustificadamen-
ção e eventual homologação do termo; te, perder os benefícios atrelados a ele.
VIII. verificação, por meio da expedição de ordem de missão policial, da efetividade da cola-
boração prestada; 263. O delegado de polícia não se baseará tão somente no termo circunstanciado de colabora-
IX. representação ao juízo, consubstanciado no resultado das diligências anteriores ou de ção premiada para o indiciamento de corréus citados, buscando sempre a confirmação das in-
outros elementos cognitivos, acerca da concessão ou não do benefício atinente à colabo- formações com outros elementos informativos ou provas antecipadas, cautelares e não repetíveis
ração, nos limites expressos da lei invocada para o ato. que consubstanciem a narração do colaborador.

259. A negociação dos termos de colaboração deverá ser feita entre o delegado de polícia, o 264. Ao final da confirmação da colaboração, o delegado de polícia poderá pedir a ampliação
colaborador, com a orientação, em todos os casos, do defensor por este constituído. ou a redução dos benefícios inicialmente solicitados, a depender da eficácia final da colabora-
ção prestada.
260. No termo circunstanciado de colaboração premiada, a ser lavrado pelo escrivão de polícia,
deverá conter: Parágrafo único – Em todo caso, qualquer alteração do acordo a pedido do delegado de polí-
cia será precedida de comunicação ao defensor do colaborador e a sua prévia defesa formal,
a) relato esmiuçado da colaboração dada e os resultados pretendidos em relação à obten- nos prazos estipulados pelo delegado de polícia.
ção probatória;
b) a proposta dos prêmios negociais dada pelo delegado de polícia;
c) a declaração expressa de aceite do colaborador subscrita por seu defensor;
d) a renúncia do direito ao silêncio expressa pelo colaborador junto a anuência do defensor
presente no ato;

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84 85 TÍTULO III • DAS INVESTIGAÇÕES
TÍTULO II • INQUÉRITO
ESPECIALIZADAS
POLICIAL
CAPÍTULO XIII a) o documento apresentar rasura ou tiver indício de falsificação;
DA IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL b) o documento apresentado for insuficiente para identificar cabalmente o indiciado;
c) o indiciado portar documentos de identidade distintos, com informações conflitantes entre si;
265. O civilmente identificado não será submetido à identificação criminal, conforme preconizado d) a identificação criminal for essencial às investigações policiais, segundo despacho da au-
na Lei nº 12.037/09. toridade judiciária competente, que decidirá de ofício ou mediante representação da au-
266. A identificação civil é atestada por qualquer dos seguintes documentos: toridade policial, do Ministério Público ou da defesa;
e) constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificações;
a) carteira de identidade; f) o estado de conservação ou a distância temporal ou da localidade da expedição do do-
b) carteira de trabalho; cumento apresentado impossibilite a completa identificação dos caracteres essenciais.
c) carteira profissional;
d) passaporte; Parágrafo único – As cópias dos documentos apresentados deverão ser juntadas aos autos do
e) carteira de identificação funcional civil ou militar; inquérito, ou outra forma de investigação, ainda que consideradas insuficientes para identifi-
f) outro documento público que permita a identificação do indiciado, inclusive no formato car o indiciado.
digital, autenticado eletronicamente.
269. Quando houver necessidade de identificação criminal, a autoridade encarregada tomará as
Parágrafo único – O Portal SSP é ferramenta subsidiária para coleta de informações acerca da providências necessárias para evitar o constrangimento do identificado.
identificação de pessoas no curso de investigações, embora não seja documento próprio de
identificação, capaz de suprir documento público oficial. 270. A identificação criminal incluirá o processo datiloscópico e o fotográfico, que serão junta-
dos, se possível, aos autos do procedimento policial respectivo.
267. A autoridade policial providenciará para que seja anexada cópia da identificação civil e/ou 271. É vedado mencionar a identificação criminal do indiciado em atestados de antecedentes
criminal do indiciado aos autos do procedimento policial. ou em informações não destinadas ao juízo criminal, antes do trânsito em julgado da sentença
condenatória.
§ 1º A providência a que se refere o caput deste artigo também será adotada quando da co-
municação do auto de prisão em flagrante delito. 272. A autoridade policial deve atentar para a coleta do perfil genético como forma de identifica-
ção criminal, conforme preconizado na Lei nº 12.654/12.
§ 2º Na impossibilidade da juntada de cópia da identificação a que se refere este artigo, o escri-
vão de polícia deverá justificá-la mediante certidão exarada nos autos ou por outro meio idôneo. 273. Quando da impossibilidade de identificação do indiciado, com o seu verdadeiro nome ou
outros qualificativos, a autoridade policial deverá, se descoberta sua qualificação, retificá-la, por
§ 3º Na hipótese do parágrafo anterior, deverá o escrivão de polícia oficiar o Instituto de Iden- termo nos autos, sem prejuízo da validade dos atos precedentes.
tificação para solicitar extrato da ficha de identificação existente no instituto ou informação
sobre a sua existência. 274. Com vistas à atualização dos bancos de dados civis ou criminais, nada obsta a coleta de
imagens dos investigados, que poderá ser inserida nos autos.
268. A despeito de apresentado documento de identificação, poderá ocorrer identificação crimi-
nal nas seguintes hipóteses:

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86 87 TÍTULO II • INQUÉRITO POLICIAL
280. As ocorrências que envolvam adolescente em conflito com a Lei, na prática de ato infracio-
TÍTULO III nal, em concurso com maiores de idade, deverão ser conduzidas, primeiramente à Delegacia do
DAS INVESTIGAÇÕES ESPECIALIZADAS Adolescente Infrator, onde houver, sob pena de responsabilidade administrativa, a qual adotará
as medidas de Polícia Judiciária iniciais, observando:
CAPÍTULO I
DAS PROVIDÊNCIAS RELACIONADAS A OCORRÊNCIAS ENVOLVENDO CRIANÇAS I. A natureza da ocorrência policial deverá, sempre que possível, identificar com precisão os
E ATOS INFRACIONAIS PRATICADOS POR ADOLESCENTES fatos e, havendo dúvida, ser utilizada inicialmente a natureza de maior proteção à criança
e/ou ao adolescente;
275. Para a aplicação do disposto neste capítulo, a autoridade policial observará o art. 2º da Lei nº II. Após o preenchimento do BO, o delegado deverá proceder aos seguintes passos:
8.069/90, Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, que considera criança a pessoa até doze a) Formar o seu convencimento acerca do procedimento a ser adotado, e antes de
anos de idade incompletos e adolescente aquela entre doze e dezoito anos incompletos. formalizar o despacho físico ou eletrônico, por meio do Sinesp PPE, elaborar, a
partir da aba “peças” a coleta dos depoimentos e declarações dos envolvidos,
276. A criança envolvida numa ocorrência policial e o adolescente na prática de ato infracio- bem como a realização das demais peças que julgar necessárias à instrução do
nal estão sujeitos a procedimento próprio, estabelecido na Lei Federal nº 8.069/90, Estatuto feito referente ao maior de idade envolvido;
da Criança e do Adolescente – ECA, observando-se princípios e regras de Direito Processual, b) Após elaborar as peças que acompanharão o BO a ser remetido à unidade policial
direitos fundamentais, estabelecidos na Constituição Federal, e ainda, os princípios da priori- com atribuição para a lavratura do procedimento em relação ao maior de idade,
dade absoluta e proteção integral. iniciar o despacho da ocorrência, selecionando como uma das medidas do Des-
pacho em relação ao BO a opção “Encaminhar Cópia de BO”, indicando qual a
277. A criança envolvida numa ocorrência policial será imediatamente entregue aos pais ou ao unidade policial com atribuição para a lavratura do procedimento em relação ao
responsável legal, mediante termo de responsabilidade, conforme o previsto nos artigos 101 e maior de idade;
105 da Lei nº 8.069/90. c) Selecionar dentre as outras opções de despacho quais as medidas que o próprio
delegado adotará em relação à ocorrência que está presidindo;
278. Na falta de pais ou responsável legal, a criança será entregue ao juiz da Infância e da Juven- d) Após remeter a cópia do BO devidamente instruída com as peças necessárias à
tude, ao juiz que exerça essa função ou ao Conselho Tutelar, onde houver. instrução do feito referente ao maior de idade envolvido para a unidade com atri-
buição para tanto, sinalizar o sigilo do procedimento, e prosseguir na confecção
279. As ocorrências que envolvam crianças e/ou adolescentes como vítimas são de atribuição das demais peças que se fizerem necessárias à instrução do feito relativo ao ado-
concorrente entre as unidades policiais, devendo ser preferencialmente conduzidas à Delegacia lescente em conflito com a Lei, na prática de ato infracional, sob sua presidência,
Especializada de Repressão a Crimes contra a Criança e o Adolescente, onde houver, aquelas mas que não interessem ao feito relativo ao maior de idade envolvido no fato;
em que a condição de criança ou adolescente tenha sido preponderante para a prática do crime, III. Após a adoção de todos os procedimentos necessários envolvendo o adolescente em
ou componham elementar do tipo penal, salvo em garantia do seu melhor interesse manifestado questão, o maior de idade envolvido na ocorrência deverá ser conduzido à presença do
por seu representante em permanecer na delegacia territorial relacionada ao seu endereço, de- delegado de polícia com atribuição para prosseguir com a investigação em relação aos
vendo a referida unidade adotar as medidas de polícia judiciária adequadas ao caso. atos por ele praticados;

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88 89 TÍTULO III • DAS INVESTIGAÇÕES ESPECIALIZADAS
IV. O delegado da unidade policial com atribuição para prosseguir com a investigação em CAPÍTULO II
relação aos atos praticados pelo maior de idade deverá aceitar a cópia da ocorrência DOS PROCEDIMENTOS INERENTES À PROTEÇÃO E À APURAÇÃO DOS CRIMES
encaminhada e despachá-la, adotando as medidas cabíveis ao caso, determinando a la- PRATICADOS CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES
vratura do procedimento policial pertinente, e prosseguindo na confecção das peças ne-
cessárias à instrução do feito; SEÇÃO I
V. Havendo dúvida quanto à menoridade do conduzido, a autoridade policial imediatamen- DOS FUNDAMENTOS LEGAIS E DOS PRINCÍPIOS
te determinará diligências visando verificar essa situação e, na impossibilidade de solução
do impasse em tempo hábil, procederá como se ele adolescente fosse. 285. As atividades de Polícia Judiciária da Bahia, como integrante do sistema de garantia de di-
reitos da criança e do adolescente vítima ou testemunha de violência, nos termos do art. 227 da
281. Em caso de registro de ocorrência na unidade policial ou quando apresentado o adolescen- Constituição Federal, da Convenção sobre os Direitos da Criança e seus protocolos adicionais,
te e, afastada a hipótese de flagrante, houver indícios de participação na prática de ato infracio- da Resolução nº 20/2005 do Conselho Econômico e Social das Nações Unidas e de outros diplo-
nal, a autoridade policial poderá instaurar auto de investigação de ato infracional (AIAI) por meio mas internacionais, e, principalmente, lastreadas na Lei nº 8069/1990 (Estatuto da Criança e do
de Portaria, encaminhando ao representante do Ministério Público, juntamente com os demais Adolescente), na Lei nº 13.431/2017, no Decreto nº 9603/2018 e na Resolução n° 02/2019, do
documentos que o instruem. Conselho Nacional dos Chefes de Polícia Civil, seguirão as diretrizes para o atendimento e de-
senvolvimento dos procedimentos inerentes à criança e ao adolescente em situação de violência.
282. Fica vedada a divulgação de atos judiciais, policiais ou administrativos referentes a criança
ou adolescente por prática de ato infracional, conforme estabelecido nos artigos 143 e 144 do 286. As atividades de Polícia Judiciária serão regidas pelos seguintes princípios previstos nos
ECA. artigos 1º, 4º e 100 do ECA, dentre eles:

283. O adolescente apreendido por prática de ato infracional, em caso de não liberação, será I. A criança e o adolescente são sujeitos de direito e pessoas em condição peculiar de de-
encaminhado desde logo para o Ministério Público. senvolvimento e gozam de proteção integral, quando os seus direitos forem violados ou
ameaçados;
284. Em caso de permanência do adolescente em unidade policial não especializada, este deve- II. A criança e o adolescente têm o direito de ter seus melhores interesses avaliados e consi-
rá ser colocado em dependência separada dos demais custodiados, não podendo permanecer derados nas ações ou nas decisões que lhe dizem respeito, resguardada a sua integrida-
por mais de cinco dias sob pena de responsabilidade, conforme estabelecido no artigo 185, § 2º, de física e psicológica;
c/c o artigo 235 do Estatuto da Criança e do Adolescente. III. Em relação às medidas adotadas pela Polícia Civil a criança e o adolescente têm preferên-
cia:
Parágrafo Único – As terminologias a serem utilizadas estão estabelecidas no Estatuto da a) em receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;
Criança e do Adolescente, como: criança/adolescente, ato infracional, adolescente em práti- b) em receber atendimento em serviços públicos ou de relevância pública;
ca de ato infracional, assim como as siglas a serem utilizadas para os procedimentos policiais c) na formulação e na execução das políticas sociais públicas; e
referentes a adolescente em prática de ato infracional devem ser AAFAI (Auto de Apreensão d) na destinação privilegiada de recursos públicos para a proteção de seus direitos.
em Flagrante de Ato Infracional), Auto de Investigação de Ato Infracional (AIAI) e BOC (Bole- IV. A criança e o adolescente devem receber intervenção precoce, mínima e urgente das
tim de Ocorrência Circunstanciada). autoridades competentes tão logo a situação de perigo seja conhecida;

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90 91 TÍTULO III • DAS INVESTIGAÇÕES ESPECIALIZADAS
V. A criança e o adolescente têm assegurado o direito de exprimir suas opiniões livremente 289. A Polícia Civil, sempre que possível, assegurará o atendimento à criança e ao adolescente
nos assuntos que lhes digam respeito, inclusive nos procedimentos administrativos e ju- vítima ou testemunha de violência, em qualquer unidade policial, devendo ser realizado em um
rídicos, consideradas a sua idade e a sua maturidade, garantido o direito de permanecer espaço adequado, devidamente adaptado, garantindo à criança e ao adolescente seus direitos
em silêncio; fundamentais inerentes a sua pessoa em desenvolvimento, colocando-os a salvo de discrimina-
VI. A criança e o adolescente têm o direito de não serem discriminados em função da cor, ção ou qualquer conduta que venha incorrer em revitimização, dando preferência à abordagem
sexo, idioma, crença, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou de questionamentos mínimos e estritamente necessários ao atendimento.
regional, étnica ou social, posição econômica, deficiência, nascimento ou outra condição,
de seus pais ou de seus responsáveis legais; I. Onde houver delegacia especializada, a criança e o adolescente deverão ser encaminha-
VII. A criança e o adolescente devem ter sua dignidade individual, suas necessidades, seus dos ao atendimento especializado, salvo na condição de vítimas, em garantia do seu me-
interesses e sua privacidade respeitados e protegidos, incluída a inviolabilidade da inte- lhor interesse manifestado por seu representante em permanecer na delegacia territorial
gridade física, psíquica e moral e a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, relacionada ao seu endereço.
dos valores, das ideias, das crenças, dos espaços e dos objetos pessoais. II. Nos casos que envolvam crimes de natureza sexual e quando se tratar de criança menor
de 7 anos de idade, o atendimento deverá ocorrer na delegacia especializada, salvo nos
casos de impedimento de deslocamento dos envolvidos, quando tal condição deverá ser
SEÇÃO II expressamente manifestada pelo representante legal e formalizada na ocorrência policial.
DO PAPEL DA POLÍCIA JUDICIÁRIA NO SISTEMA DE GARANTIA DE DIREITOS
290. O fluxo de atendimento de crianças e adolescentes vítimas ou testemunhas de violência nas
287. As unidades policiais, órgãos integrantes do sistema de garantia de direitos, deverão intervir unidades policiais deverá ser articulado com os demais serviços, órgãos, programas e equipa-
nas situações de violência contra crianças e adolescentes com a finalidade de: mentos públicos conforme a necessidade da criança e do adolescente, evitando superposição
de tarefas, compartilhando informações, resguardado o respeito à sua dignidade e o sigilo, po-
I. prevenir os atos de violência contra crianças e adolescentes;
dendo ser feitos os seguintes encaminhamentos, sem exaurir outras possibilidades:
II.fazer cessar a violência quando esta ocorrer;
III.
prevenir a reiteração da violência já ocorrida;
I. Solicitar o acompanhamento pelo Conselho Tutelar local;
IV.promover o atendimento de crianças e adolescentes para minimizar as sequelas da vio-
II. Encaminhar ou conduzir à unidade de saúde de referência, para tratamentos e medidas
lência sofrida;
urgentes de profilaxia, que demandam prazo exíguo para evitar doenças, gravidez, anti-
V. investigar e elucidar a incidência de crimes praticados contra a criança e o adolescente.
concepção de emergência, orientações, quando houver necessidade, além da coleta, da
identificação, da descrição e da guarda de vestígios que sirvam à elucidação de crimes;
288. É dever da autoridade policial garantir o acolhimento da criança e do adolescente vítima ou
III. Providenciar exames periciais, ressalvando que a perícia física será realizada somente nos
testemunha de violência, coibindo qualquer ação que incorra na prática de violência institucional
casos em que se fizer necessária a coleta de vestígios, evitada a perícia para descarte da
e/ou revitimização, cabendo aos servidores policiais civis observar e respeitar todas as regras e
ocorrência de fatos;
procedimentos previstos em lei e no presente manual, a fim de evitar, na medida do possível,
IV. Encaminhar a centros de referência especializados de assistência social (CREAS) ou CRAS,
a necessidade de novas diligências de apuração dos fatos envolvendo criança ou adolescente.
e, na ausência desses serviços, à instituição considerada como referência pela comunidade;

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92 93 TÍTULO III • DAS INVESTIGAÇÕES ESPECIALIZADAS
V. Representar por medida protetiva de urgência que dispor na Lei no 13827/2019, que ati- XIII. Identificada a necessidade da oitiva da criança ou do adolescente vítima ou testemunha,
ne à aplicação das medidas protetivas no âmbito da Lei Maria da Penha por delegado de esta deverá ocorrer na forma de depoimento especial, observadas as condições previstas
polícia ou por policiais, nas hipóteses previstas. no art. 11 da Lei no 13431/17.
VI. Representar pela antecipação da prova judicial do depoimento especial nos casos pre-
vistos na lei, quando envolver crianças menores de 7 anos de idade, como vítimas ou 291. O depoimento especial se caracteriza pela oitiva especializada com uso de recursos tecnoló-
testemunhas, ou quando se tratar de crimes contra a dignidade sexual, ressalvando-se as gicos de gravação, protocolo próprio, espaço específico e profissional devidamente qualificado
situações de flagrante delito, nos moldes do art. 11 da Lei no 13431/2017; para o procedimento;
VII. Adotar as medidas de Polícia Judiciária iniciais, registrando BO do atendimento realizado,
ainda que a vítima esteja desacompanhada, hipótese em que se limitará ao relato espon- 292. Na impossibilidade estrutural para tomada do depoimento especial, o delegado de polícia
tâneo da criança ou adolescente, deixando as demais informações para, posteriormente, deverá adotar todas as medidas de Polícia Judiciária cabíveis, encaminhando ao Ministério Pú-
serem coletadas em depoimento especial. O registro de ocorrência deverá conter: blico, juntamente com a formalização do pedido de representação cautelar de antecipação de
a) a descrição preliminar das circunstâncias em que se deram o fato; prova, o inquérito policial.
b) sempre que possível, será elaborado a partir de documentação remetida por ou-
tros serviços, programas e equipamentos públicos; 293. No curso da investigação poderá o delegado de polícia realizar procedimento de escuta es-
c) relato do acompanhante da criança ou do adolescente, de forma a preservá-lo, pecializada de criança e adolescente, maior de 7 anos de idade e quando não se tratar de crimes
observado o disposto na Lei nº 13.431, de 2017; contra a dignidade sexual, na impossibilidade insuperável de concretizar o depoimento especial,
VIII. Deverá constar no registro de ocorrência: os dados completos, telefones, e-mails, uni- condição que deverá ser autorizada pela vítima ou testemunha, demonstrada a imprescindibili-
dade de ensino onde está matriculada a vítima, assim como os dados do comunicante, dade para o esclarecimento dos fatos apurados nos procedimentos investigativos, com o objeti-
e tudo o que for necessário para posterior localização da vítima em caso de mudança de vo de assegurar o acompanhamento da vítima ou da testemunha de violência, para a superação
endereço, além dos encaminhamentos e providências adotados durante o atendimento; das consequências da violação sofrida, limitado ao estritamente necessário para o cumprimento
IX. Sempre que possível, a descrição do fato não será realizada diante da criança ou do ado- da finalidade de proteção social e de provimento de cuidados.
lescente;
X. A descrição do fato não será realizada em lugares públicos que ofereçam exposição dos 294. A criança ou o adolescente deve ser informado em linguagem compatível com o seu desen-
fatos ou da identidade da criança ou do adolescente vítima ou testemunha de violência; volvimento acerca dos procedimentos formais pelos quais terá de passar e sobre a existência de
XI. O depoimento especial, procedimento especial de oitiva de criança e adolescente para serviços específicos da rede de proteção, de acordo com as demandas de cada situação.
fins de investigação, será realizado apenas por profissional capacitado, utilizando as dire-
trizes e os protocolos orientados na forma da Resolução nº 02/2019, do Conselho Nacio- 295. O profissional envolvido no atendimento primará pela liberdade de expressão da criança ou do
nal dos Chefes de Polícia Civil – CONCP, primando pela não revitimização e pelos limites adolescente e sua família e evitará questionamentos que fujam aos objetivos da escuta especializada.
etários e psicológicos de desenvolvimento da criança ou do adolescente, e, sempre que
296. O depoimento especial deverá ser gravado com equipamento que assegure a qualidade
possível, em horário que lhe for mais adequado e conveniente, com a avaliação pelo de-
audiovisual, regido por protocolo de oitiva, devendo a sala de depoimento especial ser reserva-
legado de polícia quanto à conveniência e a oportunidade para a sua realização;
da, silenciosa, com decoração acolhedora e simples, para evitar distrações, fazendo adequação
XII. A autoridade policial deverá avaliar se é indispensável a oitiva da criança ou do adoles-
nas unidades territoriais.
cente, vítima ou testemunha, consideradas as demais provas existentes, de forma a pre-
servar sua saúde física e mental e seu desenvolvimento moral, intelectual e social;

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94 95 TÍTULO III • DAS INVESTIGAÇÕES ESPECIALIZADAS
297. A condução do depoimento especial ou da escuta especializada deverá observar o seguinte: I. evitar o contato direto da criança ou do adolescente vítima ou testemunha de violência
com o suposto autor da violência;
I. os repasses de informações ou os questionamentos que possam induzir o relato da criança II. solicitar o afastamento cautelar do investigado da residência ou local de convivência, em
ou do adolescente deverão ser evitados em qualquer fase da oitiva; se tratando de pessoa que tenha contato com a criança ou o adolescente;
II. os questionamentos que atentem contra a dignidade da criança ou do adolescente ou, III. requerer a prisão preventiva do investigado, quando houver suficientes indícios de amea-
ainda, que possam ser considerados violência institucional deverão ser evitados; ça à criança ou ao adolescente vítima ou testemunha de violência;
III. o profissional responsável conduzirá livremente a oitiva sem interrupções, garantida a sua IV. solicitar aos órgãos socioassistenciais a inclusão da vítima e de sua família nos atendimen-
autonomia profissional e respeitados os códigos de ética e as normas profissionais; tos a que têm direito;
IV. as perguntas demandadas serão realizadas após a conclusão da oitiva e adaptadas à lin- V. requerer a inclusão da criança ou do adolescente em programa de proteção a vítimas ou
guagem da criança ou do adolescente e ao nível de seu desenvolvimento cognitivo e testemunhas ameaçadas; e
VI. representar por ação cautelar de antecipação de prova, resguardados os pressupostos
emocional, de acordo com o seu interesse superior; e
legais e as garantias previstas na Lei no 13431/2017, sempre que a demora possa causar
V. durante a oitiva, deverão ser respeitadas as pausas prolongadas, os silêncios e os tempos
prejuízo ao desenvolvimento da criança ou do adolescente.
de que a criança ou o adolescente necessitarem.
303. Os órgãos policiais envolvidos envidarão esforços investigativos para que o depoimento
298. O depoimento especial deverá ser registrado na sua íntegra desde o começo. especial não seja o único meio de prova para o julgamento do réu.

299. Em casos de ocorrência de problemas técnicos impeditivos ou de bloqueios emocionais 304. Poderá incorrer em violência institucional permitir que o depoimento especial seja assistido
que impeçam a conclusão da oitiva, ela deverá ser reagendada, respeitadas as particularidades por pessoa estranha ao inquérito policial, ou reproduzido, devendo ser garantido o respeito à
da criança ou do adolescente. dignidade da vítima.

300. É permitido o compartilhamento de informações referentes à criança e ao adolescente com 305. O profissional que ouvir a criança e o adolescente deve garantir os meios necessários de
os órgãos de serviços de atendimento, limitado ao estritamente necessário, com o fim de facilitar manter o sigilo quanto ao declarado por essa vítima ou testemunha, garantindo a cadeia de
o conhecimento dos fatos e atenção que deve ser dispensada em cada serviço, órgão, institui- custódia dessa prova produzida, providenciando a sua entrega imediata a autoridade policial
ção que venha a atender essa criança ou adolescente, garantindo o sigilo dos dados e dessas responsável pela apuração.
informações, considerando-as de caráter confidencial, sendo vedada a utilização ou o repasse a
306. A realização do depoimento especial deverá constar nas planilhas de atividades da delega-
terceiro das declarações feitas pela criança e pelo adolescente vítima.
cia e serem encaminhadas à CDEP mensalmente para efeito de estatística.

301. A criança ou o adolescente será resguardado de qualquer contato, ainda que visual, com o su-
posto autor ou acusado, ou com outra pessoa que represente ameaça, coação ou constrangimento.
CAPÍTULO III
DAS PROVIDÊNCIAS RELACIONADAS AO ATENDIMENTO
302. Constatado que a criança ou o adolescente está em risco, a autoridade policial requisitará E MEDIDAS ASSEGURADAS À PROTEÇÃO DO IDOSO
à autoridade judicial responsável, em qualquer momento dos procedimentos de investigação e
responsabilização dos suspeitos, as medidas de proteção pertinentes, entre as quais: 307. Para a aplicação do disposto neste capítulo, a autoridade policial observará o disposto na
Lei nº 10.741/2003 – Estatuto do Idoso.

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96 97 TÍTULO III • DAS INVESTIGAÇÕES ESPECIALIZADAS
I. É assegurada a prioridade na tramitação dos procedimentos e na execução dos atos de Parágrafo único – Verificado que a ocorrência não corresponde à atividade policial, deverá
diligências que compõem o procedimento policial em que figure como vítima pessoa o idoso ser encaminhado ao serviço necessário para solução do seu problema, por meio do
com idade igual ou superior a 60 anos. acionamento da Rede de Atenção ao Idoso, tais como Defensoria Pública, Centros de Refe-
II. Compete à autoridade policial observar os crimes previstos na Lei nº 10.741/03, cuja pena rência, ou ainda Instituições Asilares.
máxima privativa de liberdade não seja superior a 4 (quatro) anos, aplicando-se o proce-
dimento previsto na Lei nº 9.099/95 e, subsidiariamente, no que couber, as disposições 312. A unidade especializada manterá serviço de plantão composto por investigadores de Polícia
do Código de Processo Penal. Civil, qualificados especialmente com a função de atendimento para formalização do BO, por
III. Não se aplica o disposto nos artigos 181 e 182 do Código Penal aos crimes definidos no meio de entrevista e escuta sensível para coleta de dados e informações necessárias que subsi-
Título II do referido diploma e nos demais praticados contra idoso, em conformidade com diem o devido procedimento policial, além de também prestar as orientações necessárias.
a Lei nº 10.741/03. Os crimes definidos no referido diploma legal são de ação pública
incondicionada. I. Após o registro da ocorrência, havendo impedimento da formalização da oitiva de ime-
diato, o idoso deverá receber um protocolo com o número do BO e a data de sua oitiva
308. As pessoas idosas estão sujeitas a protocolo de atendimento próprio, observando-se além com o(a) delegado(a) de polícia que presidirá da investigação, relacionada ao seu regis-
da Lei Especial, princípios e regras de direito processual, direitos fundamentais, estabelecidos na tro.
Constituição Federal, e ainda, os princípios da prioridade absoluta e proteção integral. II. Na hipótese de a vítima apresentar lesões, ela receberá guia para exame médico legal, a
fim de submeter-se ao exame de corpo delito, em unidade do DPT; ou ainda será expedi-
309. O inquérito policial em que um idoso figure como vítima deverá ser assim identificado, da guia para exame pericial ou laboratorial, conforme o caso concreto.
para o fim previsto no inciso I do parágrafo único do art. 3º da Lei nº 10.741/2003 – Estatuto
do Idoso, apondo-se na capa dos autos uma etiqueta contendo a inscrição “ESTATUTO DO 313. Para instrução do inquérito policial, o(a) delegado(a) de polícia conduzirá as oitivas neces-
IDOSO”. sárias, encaminhando, sempre que necessário, requerimento de medida protetiva de urgência,
e demais providências até a sua conclusão com indícios suficientes de autoria e materialidade,
310. O idoso deverá receber atendimento especializado em unidade policial própria, onde hou- e consequente remessa dos autos à Justiça, esgotando assim os trabalhos de Polícia Judiciária.
ver, podendo ter o BO registrado em qualquer delegacia de polícia.
314. Havendo formalização de termo circunstanciado de ocorrência – TCO: o (a) delegado(a) de
Parágrafo único – No local onde não houver Delegacia Especial de Atendimento ao Idoso, o polícia conduzirá as oitivas necessárias para a formalização do procedimento.
procedimento será realizado na delegacia territorial ou delegacia especializada, com atribui-
ção para apuração do fato, observando o que estabelece a Lei Especial. Parágrafo único – Ocorrendo a ausência de uma das partes, haverá nova intimação para data e
hora previamente aprazados e, se ainda assim, não comparecer, a autoridade policial utilizará
311. No atendimento especializado ao idoso, ocorrerá o procedimento inicial de triagem e enca- os recursos e ferramentas que a lei lhe autoriza, visando à apresentação e/ou identificação
minhamento ao setor psicossocial, com objetivo de acolhimento, entendimento das demandas do(a) agressor(a) para, se necessário, empreender com maior celeridade a conclusão do pro-
do idoso e orientação acerca do serviço proporcionado pela delegacia especializada. cedimento investigativo com sua consequente remessa ao Juizado Especial Criminal – Jecrim.

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98 99 TÍTULO III • DAS INVESTIGAÇÕES ESPECIALIZADAS
CAPÍTULO IV Parágrafo único – Quando não for o caso de prisão em flagrante, a autoridade policial deverá
DOS PROCEDIMENTOS POLICIAIS RELACIONADOS AOS CRIMES instaurar inquérito policial e poderá representar, fundamentadamente, sobre a prisão pre-
DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER ventiva do agressor ao Juizado da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher relatando o
fato, anexando cópia da Portaria e do boletim de ocorrência do novo registro.
315. Para a aplicação no que dispõe este capítulo, a autoridade policial observará o que precei-
tua a Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 e a Lei nº 14.541, de 7 de abril de 2023. 319. Concluído inquérito policial com indiciamento de servidor policial civil como incurso nas
315-A. As Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (Deam) têm como finalidade o penas da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 ou caso seja denunciado em decorrência de
atendimento de todas as mulheres que tenham sido vítimas de violência doméstica e familiar, Procedimento Investigatório Criminal – PIC instaurado pelo MP será instaurado Processo Admi-
crimes contra a dignidade sexual e feminicídios, e funcionarão ininterruptamente, inclusive em nistrativo Disciplinar.
feriados e finais de semana.

CAPÍTULO V
Parágrafo único: Os protocolos de atendimento policial à mulher devem ser observados
DOS PROCEDIMENTOS RELACIONADOS AOS CRIMES ELEITORAIS
por todas as unidades operativas da Polícia Civil, inclusive nas localidades onde não houver
DEAM, sendo instalado por ato do Delegado-Geral, sempre que possível, Núcleo Especial
320. Em se tratando de crime eleitoral, quando no local da infração não existir órgão da Polícia
de Atendimento à Mulher (NEAM), nas delegacias territoriais vinculadas ao DEPIN e DEPOM.
Federal, a Polícia Judiciária Estadual terá atuação supletiva (Resolução TSE nº 11.494/82 e Acór-
315-B. A Polícia Civil além das Deams, disponibilizará para serviço 24h, na mesa CICOM, telefone dãos nº 16.048, de 16 de março de 2000 e 439, de 15 de maio de 2003).
móvel para funcionamento de mensageiro eletrônico destinado ao acionamento alternativo ime-
§ 1° Quando tiver conhecimento da prática da infração penal eleitoral, a autoridade policial
diato da polícia e suporte à ocorrência de urgência e emergência, em casos de violência contra
deverá informar, imediatamente, ao Juiz Eleitoral.
a mulher.
§ 2º No caso de flagrante delito, após lavrar o respectivo auto, a autoridade policial deverá co-
municar imediatamente a prisão do autuado ao juiz eleitoral, ao Ministério Público Eleitoral, à
316. A autoridade policial que tomar conhecimento de ocorrência envolvendo a prática de
violência doméstica e familiar contra a mulher, adotará, de imediato, sem prejuízo de outras Defensoria Pública, caso o infrator não tenha advogado legalmente constituído, bem como à
medidas, os procedimentos previstos no art. 12 da Lei nº. 11.340/06, observando o que dispõe família do preso ou a pessoa por ele indicada, conforme previsto no art. 306, § 1º, do Código
o art. 11 do mesmo Diploma Legal. de Processo Penal.

317. A autoridade policial, nos casos de ocorrência de que trata o dispositivo 315-A, neste capítu- § 3º O procedimento policial, nos crimes eleitorais, com exceção do previsto no § 1º deste
lo e que não configure prisão em flagrante delito, expedirá, de imediato, requerimento ao Juiza- artigo, somente será instaurado mediante requisição escrita do Ministério Público Eleitoral ou
do da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, solicitando medidas protetivas constantes do Juiz Eleitoral.
dos artigos 22 a 24 da Lei nº 11.340/06.
321. Durante o processo eleitoral, é vedado ao servidor policial civil participar de comício, re-
318. A autoridade policial, em caso de descumprimento por parte do agressor de medida pro- uniões, palestras, lives ou quaisquer outros atos que indiquem uma postura política partidária
tetiva de urgência deferida, lavrará, sempre que possível auto de prisão em flagrante delito por na cidade onde trabalha, sob pena de incorrer em falta funcional, que terá o seu devidamente
infração ao crime de descumprimento de medida protetiva, prevista no art. 24A da Lei da Lei nº enquadramento após a análise do caso concreto.
11.340/06.

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100 101 TÍTULO III • DAS INVESTIGAÇÕES ESPECIALIZADAS
CAPÍTULO VII CAPÍTULO VIII
DAS APURAÇÕES DECORRENTES DA RELAÇÃO DE CONSUMO INVESTIGAÇÃO DE CRIMES CONTRA VIDA
E PROTEÇÃO À PESSOA LOCAL DE CRIME
322. O delegado de polícia, ao verificar tratar-se de infrações penais, constantes nos artigos 61 a
74, da Lei Federal nº 8.078, de 11 de setembro de 1990 (CDC), procederá a formalização do termo 327. A realização de investigação preliminar de local de crime, nos municípios onde houver Dele-
circunstanciado de ocorrência e, quando se tratar de crimes contra as relações de consumo, defi- gacia de Homicídio, quando for identificada a existência de morte por homicídio, excetuando-se
nidos no artigo 7º da Lei Federal nº 8.137, de 1990, procederá a formalização do inquérito policial os crimes de natureza militar, é de exclusividade do DHPP.
que, dentre outras formas, pode se iniciar por meio da prisão em flagrante do agente criminoso.
328. Antes de iniciar o registro da ocorrência, caberá ao servidor pesquisar no sistema Sinesp
323. As condutas tipificadas nos artigos 63, § 1º, 64, 65 e 73, todos constantes da Lei Federal nº PPE pelas suas características: dados da vítima, horário aproximado, dia e local, meio emprega-
8.078, de 11 de setembro de 1990 (CDC), não exigem, para sua configuração, dano efetivo ao do, dentre outros; a existência de registros anteriores visando evitar a duplicidade de registros
consumidor, basta à exposição do consumidor ao perigo. de uma mesma ocorrência;

324. O delegado de polícia, dentre outras medidas, deverá realizar a requisição de perícia técnica, 329. Ao identificar a existência de registro anterior de boletim sobre a mesma ocorrência que
que pode ser requisitada às empresas, inclusive quando se tratar de produtos falsos para a realização pretendia registrar, o servidor responsável pela identificação deve aprimorar as informações
da devida comparação com os autênticos, a apreensão de objetos, a oitiva dos envolvidos e demais constantes do primeiro boletim sempre que possível, em especial, acrescentar detalhes ou in-
providências necessárias à colheita de provas úteis ao esclarecimento dos fatos e suas circunstâncias. formações fornecidos pelas pessoas que vieram relatar o fato que ainda não constem no BO
principal, utilizando-se da aba de anexos para a inclusão de ilustrações fotográficas, imagens,
325. O delegado de polícia deve requisitar duas perícias técnicas em caso de produtos lacrados documentos e vídeos, necessários a subsidiar futura investigação;
com suspeita de corpo estranho em alimentos. A primeira perícia é a verificação do lacre para
averiguação de possível rompimento e com o retorno do produto do Departamento de Polícia I. Não havendo registro anterior, o servidor deve assinalar o máximo de informações possí-
Técnica, juntamente com o laudo pericial, a autoridade policial deve requisitar uma nova perícia veis quanto ao tipo de local, e sempre que possível, cadastrar coordenadas geográficas,
para averiguação se o produto é impróprio ao consumo. tais como latitude e longitude do local onde o fato ocorreu, bem como discriminar os
objetos e o meio empregado no fato;
326. Em se tratando de crimes contra a saúde pública, contra o meio ambiente e contra as rela- II. Consignar o maior número possível de informações sobre a vítima, o suposto autor/in-
ções de consumo, com o objetivo de averiguar denúncias anônimas ou notícias-crime, a Polícia frator e eventuais testemunhas, em especial: endereço, telefones, aplicativos de troca de
Civil atuará com auxílio dos órgãos detentores de poder de Polícia Administrativa para que estes mensagens, redes sociais, documentos e e-mail;
elaborem a autuação e interdição do estabelecimento, se for o caso, certificando que o produto III. Identificar, se possível, o local de trabalho de todas as partes envolvidas, bem como os
está impróprio ou a existência de risco para a coletividade, bem como a apreensão dos objetos telefones de contato, tanto o residencial quanto o comercial e contatos alternativos;
para comprovação da materialidade. IV. Cadastrar nas abas correspondentes eventuais veículos, armas e objetos envolvidos no fato; e
V. Indicar nas abas próprias e no histórico do boletim de ocorrência:
a) Informar, sempre que possível, o tipo de relacionamento existente entre o possível
autor e a vítima;

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102 103 TÍTULO III • DAS INVESTIGAÇÕES ESPECIALIZADAS
b) Consignar, quando não houver a indicação de autoria, se a vítima sofria ameaças, 332. No local de crime, a autoridade policial e a sua equipe deverão manter diálogo com as equi-
se teria adotado alguma postura que indicasse ser alvo de tal prática, ou se já havia pes da Polícia Militar e de perícia técnica, no sentido de levantar a maior quantidade de informa-
sofrido tentativas de homicídio anteriores; ções possíveis sobre o fato investigado, o que, inclusive, auxiliará, na confecção do relatório de
c) Descrever o ambiente em que o fato ocorreu, consignando indicações sobre a rua, investigação sobre o local do crime.
imóveis próximos, iluminação e condição da via, localização de objetos e pessoas,
disposição de móveis, dentre outros elementos dignos de nota, utilizando-se da § 1º No local de crime, os policiais deverão realizar tantas entrevistas quanto possíveis para
aba de anexos para a inclusão de ilustrações fotográficas obtidas pela equipe que a elucidação dos fatos a serem apurados, realizar as intimações e identificar possíveis pontos
atendeu a ocorrência; de captação de imagens, seja em via pública ou privada.
d) Características da vítima e como foi encontrada, preenchendo os campos de iden-
tificação visual com fotografias de tatuagens, cicatrizes, sinais ou marcas que a § 2º Em se tratando de empreendimento industrial e comercial, já intimar o responsável da
vítima eventualmente possua; necessidade da preservação das imagens captadas pelo CFTV.
e) Informar as lesões aparentes; e
f) Informar e relacionar todas as arrecadações feitas no local, em conformidade com § 3º Sendo possível e autorizado pelo proprietário do equipamento de captação de imagens
a proteção da cadeia de custódia nos termos do Código de Processo Penal. e armazenamento, ele poderá ser retirado e encaminhado para o DHPP, devendo esta auto-
rização ser dada através de formulário próprio, cujo modelo será disponibilidade pela Coor-
330. Quando do acionamento da equipe do Serviço de Investigação de Local de Crime – SILC, o denação do Serviço de Investigação de Local de Crime – SILC/ DHPP.
servidor policial que mantiver contato com o Centro Integrado de Comunicação – CICOM da SSP
deverá proceder da seguinte forma: § 4ª Qualquer material relacionado com o local de crime que não foi recolhido pela equipe
de perícia e que seja de interesse da investigação deverá ser coletado pela equipe de pronto
a) acionar a equipe de pronto atendimento da área integrada correspondente para a reali- atendimento em local de crime, depois de autorizado pela autoridade policial presente, e
zação do trabalho no sítio do crime; acondicionado de maneira a preservar a cadeia de custódia, devendo ser, posteriormente,
b) fornecer o número do boletim de ocorrência; enviado ao DPT, para perícia, através de guia de acompanhamento de vestígios própria ou
c) Fornecer o número da guia de exame médico-legal; por meio de ofício, com a narrativa sobre a importância da apreensão para a investigação.
d) Fornecer o número da guia de exame pericial;
e) Manter contato com a equipe do DPT e repassar o nome e número do contato do perito, 333. O fato de a vítima ter sido localizada em hospital ou instituição congênere não excluirá a
para a equipe direcionada para o atendimento da ocorrência; realização do levantamento no local da ação violenta, devendo esta impossibilidade ser relatada
f) Manter contato com a equipe da Polícia Militar e repassar o nome e número do contato circunstancialmente.
do perito, para a equipe direcionada para o atendimento da ocorrência;
g) Encerrar a ocorrência do CICOM. 334. A ocorrência relacionada ao local de crime de homicídio consumado atendida pelo DHPP
somente se conclui, com a assinatura eletrônica da ocorrência e o protocolo do relatório especí-
331. A equipe empregada no trabalho de investigação preliminar deverá, no menor tempo pos- fico para este fim, que deverá acontecer ao final do turno, ambos de responsabilidade do dele-
sível, deslocar para o local de crime, a fim de realizar o seu trabalho, devidamente equipada com gado de polícia responsável pela investigação preliminar de local de crime.
os equipamentos de segurança e os tecnológicos, destinados ao trabalho.

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104 105 TÍTULO III • DAS INVESTIGAÇÕES ESPECIALIZADAS
335. A informação posterior que esclareça a qualificação do autor e da vítima deverá constar do 338. A inobservância de qualquer dos procedimentos previstos na Portaria no 219, de 2 de junho
BO, por meio de aditamento, a qualquer tempo. de 2011 SSP/BA, que dispõe sobre diretrizes a serem seguidas no local de crime de homicídio,
deverá constar do relatório SILC DHPP.
336. Durante a formalização da ação da equipe SILCH, esta deve observar o quanto descrito no
artigo 332 e seguintes, preenchendo os campos lacunosos da ocorrência com as informações e 339. As informações sobre os homicídios e os respectivos locais de crime serão passadas para
observações colhidas em campo, além de proceder o preenchimento dos dados da equipe na os órgãos de imprensa, por meio da diretoria do DHPP ou por quem for indicado por ela, por
aba “Dados do Registro”. intermédio da Ascom PCBA, estando vedado a qualquer policial repassar qualquer informação
em local de crime ou conceder entrevista a qualquer meio de comunicação.
§ 1º Para a confecção do relatório de local de crime de homicídio deve ser utilizado o modelo
do “Relatório de Investigação de Local de Crime” disponível na aba “Peças” da ocorrência. 340. Finalizada a investigação, considerando que o relatório final é a peça de conclusão do in-
quérito policial e, por isso, deverá conter o histórico da investigação, em ordem cronológica,
337. Nas hipóteses em que a ocorrência versar sobre homicídio tentado e consumado numa pontuando os elementos levantados que motivaram o indiciamento do investigado, assim como
única cena de crime, a autoridade policial com atribuição para prosseguir na investigação de determinaram pela materialidade, da seguinte forma:
ao menos um dos crimes que primeiro tomar conhecimento deve, após elaborar as peças que
acompanharão o BO, proceder da seguinte forma: I. Exposição do fato delituoso, com todas as suas circunstâncias (local, data, hora, meios de
execução, motivos, consequências);
I. Se a autoridade policial que primeiro tomar conhecimento do fato for o delegado de uma II. A qualificação do autor da infração, acompanhada da informação constante no Portal
unidade territorial (ou especializada), este deve, além de determinar as diligências cabí- SSP/BA;
veis ao caso de homicídio tentado, despachar a ocorrência selecionando a opção “Enca- III. A qualificação da vítima da infração;
minhar Cópia de BO”, e indicar qual é a unidade policial do Departamento de Homicídios IV. A indicação de apreensões, se houver;
e Proteção a Pessoa – DHPP com atribuição para prosseguir com a investigação referente V. Relação das oitivas das testemunhas;
ao homicídio consumado; VI. Identificação da norma penal infringida, com as suas circunstâncias.
II. Se a autoridade policial que primeiro tomar conhecimento do fato for o delegado de uma
unidade policial do Departamento de Homicídios e Proteção a Pessoa – DHPP, este deve,
além de determinar as diligências cabíveis ao caso de homicídio consumado, despachar CAPÍTULO IX
a ocorrência selecionando a opção “Encaminhar Cópia de BO”, e indicar qual é a unidade DOS PROCEDIMENTOS A SEREM ADOTADOS EM CASOS DE
de polícia territorial (ou especializada), com atribuição para prosseguir com a investiga- REGISTROS DE DESAPARECIMENTO DE PESSOAS
ção referente ao homicídio tentado;
III. O delegado da unidade policial com atribuição para prosseguir com a investigação em re- 341. Nas ocorrências envolvendo desaparecimento de pessoas, deve ser observado o teor dos
lação aos demais fatos deverá aceitar a cópia da ocorrência encaminhada e despachá-la, Decretos nº 5.948/2006 e nº 7.901/2013, que tratam da Política Nacional de Enfrentamento ao
sem a necessidade do registro de uma nova ocorrência, adotando as medidas cabíveis ao Tráfico de Pessoas, que tem por finalidade estabelecer princípios, diretrizes e ações de prevenção
caso, determinando a lavratura do procedimento policial pertinente, e prosseguindo na e repressão ao tráfico de pessoas e de atenção às vítimas, além da Lei Federal nº 13.812/2019,
confecção das peças necessárias à instrução do feito. que cria o Cadastro Nacional de Pessoas Desaparecidas.

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106 107 TÍTULO III • DAS INVESTIGAÇÕES ESPECIALIZADAS
342. Nas hipóteses em que a ocorrência versar sobre desaparecimento em conexão com algum § 3º Depois de registrado o BO, este deverá ser encaminhado, incontinenti, ao delegado de
fato delituoso, a autoridade policial com atribuição para prosseguir na investigação de ao menos polícia, que deverá tomar as declarações mais detalhadas e reduzi-las a termo, no documento
um dos fatos que primeiro tomar conhecimento deve, após elaborar as peças que acompanha- Registro de Pessoa Desaparecida – RPD, e adotar as medidas imediatas que o caso requer:
rão o BO, proceder da forma instruída no item 337 deste manual, no que couber. a) Determinar diligências no sentido de identificação de câmeras no último local em
que a pessoa foi vista;
343. No caso de o desaparecimento ocorrer em Salvador (BA), o registro se dará na Delegacia b) Determinar a intimação de pessoas, parentes e amigos que possam dar alguma
de Proteção à Pessoa – DPP. informação pertinente;
c) Determinar a divulgação da imagem nas redes sociais;
344. Nas cidades onde não houver delegacia do DHPP, o desaparecimento deverá ser feito na d) Outras informações previstas em procedimento operacional padrão atinentes ao
delegacia territorial da referida circunscrição, que encaminhará, imediatamente, as imagens da processo de investigação policial.
pessoa desaparecida à DPP/DHPP para a divulgação. e) Verificar a pertinência de instauração de VPI, com remessa à unidade com atribui-
ção apuratória.
345. O boletim de ocorrência deverá ser registrado em fato não delituoso.
347. Nos casos de registro de desaparecimento de criança e adolescente, a autoridade policial
deverá, imediatamente, pelos meios disponíveis, comunicar ao Conselho Tutelar e ao juiz da Infân-
346. O boletim de ocorrência deverá conter:
cia e Juventude do Estado da Bahia, anexando o boletim de ocorrência e imagem de divulgação.

I. Qualificação completa do comunicante (nome, RG, CPF, endereço, telefone (preferen-


348. Quando no decorrer das investigações for constatado que o desaparecido está morto, de-
cialmente dois);
verá informar ao comunicante que compareça ao Instituto Médico Legal – IML, para reconheci-
II. Qualificação completa do desaparecido (nome, RG, CPF, endereço, telefone, característi-
mento do corpo ou providenciar a identificação por outro meio, como exame de DNA
cas físicas (altura, cor do cabelo, cor dos olhos, sinais particulares, tatuagens, próteses);
III. Descrição do desaparecimento – vestes utilizadas, data e horário do desaparecimento; § 1º Constatada a identidade, posteriormente deverá ser intimado familiar ou responsável para
IV. Local do fato – que desapareceu (última vez em que foi visto); que apresente a certidão de óbito à delegacia para a devida baixa da ocorrência policial e no
V. Outras informações que se achar relevante para a investigação. impedimento o laudo de exame cadavérico suprirar essa necessidade.

§ 1º A pessoa que desapareceu deve ser qualificada no sistema Sinesp PPE, como desapare- § 2º Nos casos em que, no decorrer da investigação policial, for constatado que o desapa-
cido. recimento se deu com indício de fato delituoso, o procedimento RPD será relatado e enca-
minhado para a delegacia territorial ou especializada para que esta possa prosseguir nas
§ 2º Antes do registro do boletim de ocorrência, deverá o investigador, escrivão ou servidor investigações.
designado efetuar pesquisa junto ao Sinesp PPE, a fim de verificar se o fato já foi registrado
ou se o desaparecido se encontra preso ou em situação adversa. Deverá ser realizada consul- 349. Quando da apresentação de imagem de pessoa desaparecida para divulgação, o comunican-
ta em outros bancos de dados disponíveis para ver se existem informações que indiquem a te deverá assinar termo de autorização de divulgação de imagem, disponibilizado pela delegacia.
localização ou situação da pessoa desaparecida. Em nenhuma hipótese a indisponibilidade
de acesso ou consulta ao banco de dados justifica o procedimento de não registro de não I. O termo de autorização e a imagem a ser divulgada deverão ser anexados ao BO no Si-
comunicação do fato. nesp PPE.

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108 109 TÍTULO III • DAS INVESTIGAÇÕES ESPECIALIZADAS
350. A divulgação poderá ser veiculada em: 355. O boletim de ocorrência deverá ser registrado em fato não delituoso e classificado como
reencontro de pessoa.
I. Página Institucional Facebook – Delegacia de Proteção à Pessoa – DPP;
II. Página Institucional Instagram – @desaparecidospcba; 356. O boletim de ocorrência deverá conter:
III. Site da Delegacia de Proteção à Pessoa – DPP; a) Qualificação completa do comunicante (nome, RG, CPF, endereço, telefone (preferencial-
IV. Site do Disque-Denúncia; mente dois);
V. Aplicativo SIPP; b) Qualificação do desaparecido (nome, RG, CPF, endereço, telefone);
VI. Mídias de TV, programas, jornais e diversos meios de comunicação. c) Descrição de como sucedeu seu encontro, horário e data;
d) Local do fato – que foi encontrado;
351. Na hipótese de a ocorrência de desaparecimento ter sido registrada em unidade policial e) Outras informações previstas em regulamento.
fora da capital, a delegacia de registro deverá, após juntar ao BO o termo de autorização e a
imagem a ser divulgada, e elaborar as peças que o acompanharão, e despachar a ocorrência § 1º A pessoa que desapareceu deve ser qualificada no sistema Sinesp PPE como pessoa
selecionando a opção “Encaminhar Cópia de BO”, indicando a Delegacia de Proteção à Pessoa reencontrada.
para recebimento;
357. A autoridade policial deverá comunicar o resultado do RPD ao responsável pela notícia do
fato.
352. Quando identificado o paradeiro do desaparecido, o comunicante deverá entrar em contato
com a Delegacia de Proteção à Pessoa, para solicitar a exclusão da imagem nos locais que foram
358. Quando o registro for realizado em cidade distinta da capital, o comunicante poderá com-
divulgados.
parecer, se necessário, a qualquer delegacia para ser ouvido, de maneira a complementar o
procedimento de baixa do RPD.
CAPÍTULO X
DA BAIXA DA OCORRÊNCIA Parágrafo único – Quando constatado óbito da pessoa desaparecida, o comunicante deve
apresentar cópia da certidão de óbito à delegacia, para que seja dada a devida baixa da
353. Identificado o paradeiro da pessoa desaparecida, o comunicante deverá ser intimado e ou- ocorrência policial.
vido em termo na delegacia onde foi registrado o boletim de ocorrência, de forma complemen-
tar ao procedimento de encerramento e baixa do RPD.
CAPÍTULO XI
INVESTIGAÇÃO POLICIAL ENVOLVENDO CONFLITOS FUNDIÁRIOS
354. A notícia da localização da pessoa desaparecida poderá ser apresentada verbalmente na
delegacia de polícia pelo comunicante do boletim de ocorrência registrado, sendo devidamente
359. A especificidade e relevância da vertente penal dos conflitos agrário-fundiários, que cuidem
apurada. Deverá o investigador, escrivão ou outro servidor designado reduzir a informação a
de posse coletiva, em especial, aqueles que envolvam movimentos sociais, comunidades tradi-
termo no sistema Sinesp PPE e presente os elementos que determinem o convecimento do en-
cionais e pequenos agricultores, notadamente no interior do Estado, exigem a adoção de instru-
cerramento providenciar a baixa do RPD.
mentos capazes de ampliar a eficácia das ações que empreende, visando a prevenção criminal,
por meio da mediação de conflitos e o combate aos delitos que se produzirem.

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110 111 TÍTULO III • DAS INVESTIGAÇÕES ESPECIALIZADAS
360. As atividades relacionadas aos conflitos agrário-fundiários estão disciplinadas na Portaria do § 2º Poderá presidir investigação quando determinado pelo Delegado-Geral.
Delegado-Geral nº. 357 de 9 de setembro de 2010, que instituiu o Grupo Especial de Mediação
e Acompanhamento de Conflitos Agrários e Urbanos – Gemacau, com a incumbência, em todo o § 3º Excepcionalmente e, por tempo determinado, integrará o GEMACAU, servidor lotado
território do estado, de prevenir e monitorar as infrações penais caracterizadas como decorren- em outra Unidade Policial, desde que motivada a necessidade de sua atuação em atividade
tes de conflitos fundiários. investigativa específica. Durante o período de emprego no Grupo Especial, estará o servido
recrutado dispensado se seu labor.
361. O Grupo Especial de Mediação e Acompanhamento de Conflitos Agrários e Urbanos – Ge-
macau atuará, funcionalmente, sob a coordenação de um delegado de polícia, competindo-lhe:
CAPÍTULO XII
a) Planejar, coordenar e executar as ações que objetivem a prevenção de práticas criminais INVESTIGAÇÃO POLICIAL ENVOLVENDO TURISTA
relativas a conflitos agrários;
b) Atuar, subsidiariamente, na formalização das apurações decorrentes da prática de crimes 362. O atendimento policial envolvendo turista deverá ser sempre que necessário acompanhado
relacionados a conflitos fundiários agrários e urbanos, respeitando-se as atribuições das por um policial tradutor/intérprete, tendo o boletim de ocorrência o seguinte conteúdo:
autoridades policiais locais;
c) Manter banco de dados sobre as ocorrências pertinentes a conflitos fundiários, moni- I. Quando se tratar de turista nacional ou visitante, figurando como vítima ou autor;
torando ocorrências e procedimentos policiais, confeccionando relatórios semestrais, a a) a cidade ou país de origem;
partir de dados extraídos in loco, além dos fornecidos pelo Departamento de Polícia do b) endereço de hospedagem;
Interior e pela Coordenação de documentação e estatística Policial; c) data de chegada e previsão de partida;
d) Promover intercâmbio técnico com as demais unidades policiais do estado e do país, di- d) número de telefone e e-mail se houve.
retamente, ligadas a conflitos fundiários; II. Quando a pessoa a ser ouvida não souber se expressar na língua portuguesa, ser-lhe-á
e) Atuar em parceria com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária — INCRA, nomeado intérprete no próprio ato, preferencialmente policial civil que domine o idioma,
bem como, com a Ouvidoria Agrária Nacional – OAN, as Superintendências Regionais mediante compromisso de bem e fielmente desempenhar o encargo, observando-se, no
– SR e as Ouvidorias Agrárias Regionais, a ele vinculadas; com a Secretaria Estadual de que tange aos impedimentos, as prescrições dos artigos 279 a 281 do CPP.
Desenvolvimento Rural – SDR, em especial, com a Coordenação de Desenvolvimento III. Em caso de visitante não originário de país de língua portuguesa, mesmo que alegue
Agrário – CDA; com a Secretaria Estadual de Promoção da Igualdade Racial — SEPROMI e conhecer o idioma nacional, a autoridade policial atentará para a conveniência da nomea-
com as equipes especializadas em práticas de mediação e acompanhamento de conflitos ção de intérprete.
fundiários na Bahia, atuantes na Polícia Militar Casa Militar do Governador - CMG;
f) Participar de Operações Policiais Civis que tratem de conflitos fundiários, confeccionan- Parágrafo único – É vedada a nomeação de preso para funcionar como intérprete.
do, ao final, relatório circunstanciado;
g) Difundir, ao efetivo policial civil, o conhecimento específico adquirido, no tratamento de 363. A prisão em flagrante de visitante ou imigrante sempre deverá ser comunicada à unidade
conflitos fundiários agrários e urbanos. mais próxima da Polícia Federal, independentemente de o crime cometido ser da competência
da Justiça federal ou estadual.
§ 1º Os servidores integrantes do GEMACAU terão suas lotações no Gabinete do Delegado-Geral
e, de forma exclusiva, laborarão no cumprimento das atividades executadas pelo Grupo Especial.

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112 113 TÍTULO III • DAS INVESTIGAÇÕES ESPECIALIZADAS
Parágrafo único – Entende-se por imigrante pessoa nacional de outro país ou apátrida que 369. Na devolução de bens apreendidos, a autoridade policial exigirá a apresentação de nota
trabalha ou reside e se estabelece temporária ou definitivamente no Brasil, e por visitante fiscal ou de outro documento idôneo que comprove a propriedade. Na impossibilidade, poderá
pessoa nacional de outro país ou apátrida que vem ao Brasil para estadas de curta duração, formalizar um auto de reconhecimento de objeto ou coisa.
sem pretensão de se estabelecer temporária ou definitivamente no território nacional. Con-
forme a Lei nº 13.445/2017, Lei de Migração, em seu art. 1º. 370. No momento do registro de ocorrência de furto e roubo de celular, o policial civil deverá soli-
citar que a vítima informe outro meio de comunicação como e-mail ou outro telefone para contato
e inserir os dados na ocorrência para facilitar a devolução do aparelho em caso de recuperação.
CAPÍTULO XIII
INVESTIGAÇÃO DE CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO
SEÇÃO II
SEÇÃO I FURTOS E ROUBOS DE ESTABELECIMENTOS/RESIDÊNCIAS
FURTOS E ROUBOS DE CELULAR:
371. Nos crimes cometidos com destruição, rompimento de obstáculo à subtração da coisa, es-
364. A Polícia Civil ao tomar conhecimento do crime de roubo ou furto de aparelho de telefonia calada, com arrombamento de caixas eletrônicos, estabelecimentos comerciais, órgãos públicos,
móvel deverá registrar o número do IMEI, exclusivamente com seus 15 primeiros dígitos. Nos ca- danos materiais ao patrimônio público e privado deverá o delegado de polícia providenciar o
sos dos registros feitos na delegacia pela internet, deve o policial civil responsável pela liberação isolamento do local e requisitar o exame pericial correspondente.
do boletim de ocorrência também verificar o preenchimento do IMEI.
372. O delegado de polícia ao requisitar perícia criminalística para exame de local de furto deve
365. Quando do registro da ocorrência de roubo/furto de celular, se a vítima não apresentar o se atentar as quesitações quanto à natureza do local examinado, o momento em que se presume
número do IMEI, o policial civil deverá orientá-la no sentido de obter tal número registrado na o delito, o meio usado para o acesso a esse local, especificar se foi com destruição ou rompimen-
nota fiscal do aparelho, a qual pode ser adquirida na loja onde foi efetuada a compra. to de obstáculo, mediante escalada, uso de chave falsa ou outro meio tendente à subtração de
coisas, se houve emprego de instrumento e se encontrou vestígios, marcas, objetos, documentos
366. Caso a vítima não informe o número do IMEI, a autoridade policial deverá fazer o registro e ofi- ou outros que venham a permitir a futura identificação dos autores.
ciar as operadoras de telefonia com o nome e CPF da vítima para que esta informe o número do IMEI.
373. Ao realizar o registro do boletim de ocorrência no Crime de Roubo (art. 157 do Código Penal)
367. A Polícia Civil deverá registrar as ocorrências de recuperação de celular roubado/furtado é necessário que o policial civil descreva com detalhes, precisão e clareza a ação dos marginais, o
nos sistemas de registros de boletins de ocorrências, quando esses aparelhos forem produtos planejamento utilizado para cometimento dos delitos, a dinâmica do crime, o georreferenciamento
desses ilícitos e recuperados. (local que os agentes entraram e saíram na ação criminosa), o número de agentes, suas caracterís-
ticas físicas e fisionômicas, vestuário, se autores trocaram de roupas após o delito, armas utilizadas,
368. Após o registro de recuperação do celular roubado/furtado, a Polícia Civil deverá restituir o como chegaram ao local e dele saíram, rota de fuga, se empregavam motocicletas, automóveis e
aparelho ao legítimo proprietário consoante os dados do boletim de ocorrência de roubo/furto aparelhos de intercomunicação e outras particularidades, o modus operandi e se restringiram a li-
já registrado. berdade da vítima (antes, durante e depois do delito) e o tempo da restrição.

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114 115 TÍTULO III • DAS INVESTIGAÇÕES ESPECIALIZADAS
374. O policial civil deve se atentar no mapeamento dos perfis dos autores, identificação da 381. Caso o veículo esteja em nome de terceiro, para que seja registrado o impedimento do veí-
quadrilha e dos possíveis receptadores e sempre se resguardar para manter um banco de dados culo de furto/roubo, o interessado deverá apresentar uma procuração pública ou particular com
na Polícia Civil referente a esses agentes e as quadrilhas, especificando o modus operandi e a reconhecimento de firma por autenticidade, outorgando poderes específicos ao procurador.
finalidade dos delitos.
382. Nas delegacias presentes no interior do estado que não possuam acesso ao sistema de blo-
queio de veículos, é necessário que o delegado de Polícia Civil oficie o coordenador da respec-
SEÇÃO III tiva Coorpin, solicitando o registro do bloqueio por furto ou roubo do veículo. Nas delegacias da
FURTOS E ROUBOS DE VEÍCULOS capital, é necessário oficiar a DRFRV, via processo SEI (Sistema Eletrônico de Informações), com
o encaminhamento das documentações.
375. O policial civil deve proceder à verificação no sistema do Detran, Portal SSP e Infoseg se
os dados do veículo correspondem às informações prestadas pelo interessado para registro da 383. Ao ser cientificado da localização de um veículo suspeita de objeto delituoso, o policial civil
ocorrência policial, que envolva veículo, principalmente, quando o interessado não apresenta que for comunicado da localização deve proceder com a verificação do Sistema da Polícia Civil
documentação comprobatória que é proprietário do veículo. (Sinesp PPE) pelas características do veículo, chassi, placa policial, se este possui registro de blo-
queio de furto/roubo.
376. Na identificação da propriedade do veículo, deve-se se exigir da vítima o Certificado de Re-
gistro de Licenciamento de Veículo (CRLV) ou Certificado de Registro de Veículo (CRV) e verificar 384. Confirmado o registro de bloqueio de furto/roubo, deve ser solicitado o guincho do veículo
a situação do turista. e deslocamento para a delegacia responsável por apurar os delitos de furto e roubo de veícu-
los da circunscrição, juntamente com os apresentantes do veículo. Nesses casos, o policial civil
377. Posterior à verificação da documentação do veículo, deve-se verificar se o proprietário ou deve realizar boletim de ocorrência não delituoso, especificando as condições em que o veículo
possuidor do veículo se encontra presente para registro do impedimento, que são permitidos foi encontrado, localização, horário, condições do pneu, se se encontrava fechado, entre outras
apenas nos delitos de furto (art. 155 do CP) e roubo do veículo (art. 157 do CP). informações.

378. Na identificação do proprietário pessoa física, o policial civil deve verificar os documentos 385. Após o registro da ocorrência, o veículo deve ser vistoriado e, em seguida, encaminhado ao
pessoais, como RG, CNH ou outro documento legalmente válido em que conste o número do pátio da delegacia responsável na circunscrição pelo depósito dos veículos.
registro civil e o CPF ou pesquisar no portal SSP ou Infoseg.
386. O delegado de Polícia Civil deve providenciar a baixa da restrição do veículo com laudo
379. Em caso de pessoa jurídica, a identificação do proprietário será pela apresentação de docu- pericial, confirmando a identificação do veículo, após vistoria.
mento ou pesquisa do CNPJ ou Declaração Simplificada emitida pela Junta Comercial, indicando
o responsável pela gestão dos bens da empresa. 387. O policial civil irá providenciar o auto de entrega e a certidão de baixa da restrição para o
proprietário do veículo.
380. Nos casos de falecimento do proprietário, faz-se necessária a apresentação do Termo
de Inventário, e o representante do espólio será o responsável pelas medidas necessárias em 388. O delegado de Polícia Civil deverá requisitar perícia de veículos com suspeita de adulteração
relação ao veículo, podendo a autoridade policial analisar se a comprovação do parentesco é de caracteres da placa, da identificação do chassi e/ou os caracteres de identificação do motor.
satisfatória.

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116 117 TÍTULO III • DAS INVESTIGAÇÕES ESPECIALIZADAS
SEÇÃO IV principal, utilizando-se da aba de anexos para a inclusão de ilustrações fotográficas, imagens,
ESTELIONATO documentos e vídeos, necessários a subsidiar futura investigação.

389. A inclusão do parágrafo 5º, no artigo 171 do Código Penal, crime de estelionato, passou I. Não havendo registro anterior, o servidor deve solicitar o número de ordem e o nome da
a exigir a formalização da representação da vítima, portanto, é necessário o consentimento da linha do transporte coletivo onde o roubo se deu, e no momento do cadastro de objetos,
vítima para formalização do auto de prisão em flagrante e investigação do delito, exceto se a incluir o transporte coletivo, informando os seus dados, e a sua situação como “envolvido”
situação envolver outro crime de ação penal pública incondicionada ou envolver associação cri- II. No momento do preenchimento da aba “Dados do Fato”, ao definir o campo obrigatório
minosa/organização criminosa. “Tipo de Local*” o policial deverá selecionar “Em veículo”, e o “Subgrupo do Local*”, de-
verá ser marcado com “Transporte Coletivo (Ônibus)”.
390. Em se tratando de apuração de crime de estelionato, caso o investigado confesse a prática
da infração penal, se preenchidos os requisitos prescritos no art. 28-A do Código Processo Penal, 393. Obrigatoriamente deve-se informar o endereço e as respectivas coordenadas geográficas
e não sendo o caso de arquivamento, deve a autoridade policial, no momento do interrogatório, do local onde o(s) perpetrador(es) desembarcaram do coletivo, fazendo, sempre que possível,
informar e instruir o investigado acerca da possibilidade de Acordo de Não Persecução Penal menção ao local do embarque e do anúncio (início da execução) do crime.
(ANPP) com o Ministério Público e fazer constar em ata que o investigado foi informado e se ele
tem ou não interesse no ANPP. I. A combinação dos preenchimentos do campo obrigatório “Tipo de Local*” com “Em veículo”,
e do “Subgrupo do Local*” com “Transporte Coletivo (Ônibus)” é exclusiva para registro de
ocorrências referentes à prática de roubo a/em transporte coletivo, nas seguintes hipóteses:
CAPÍTULO XIV II. O comunicante informa o número de ordem e o nome da linha do transporte coletivo onde
OCORRÊNCIAS ENVOLVENDO ROUBO A COLETIVOS o roubo se deu, bem como dada, local, e horário do fato.

391. Na investigação de crimes e/ou infrações que versem sobre a prática de roubo a/em trans- III. Um grupo de pessoas vítimas do mesmo roubo ocorrido no interior do transporte coletivo
porte coletivo, o boletim de ocorrência e os procedimentos subsequentes na realizado na ferra- se dirige conjuntamente à unidade policial para o registro da ocorrência única.
menta Sinesp PPE deverão ser adotados da seguinte forma:
IV. A utilização da combinação de campos descritas no inciso I do item 393 para o registro
Parágrafo único – Antes de iniciar o registro da ocorrência que envolva a prática de roubo a/ em outros tipos de ocorrência é passível de responsabilização disciplinar do servidor que
em transporte coletivo, caberá ao servidor pesquisar no sistema, pelas suas características: o fez fora das hipóteses cabíveis.
número identificador do transporte coletivo, modelo, marca, horário aproximado, dia e local,
meio empregado, dentre outros; a existência de ocorrências anteriores visando evitar a du- CAPÍTULO XV
plicidade de registros de uma mesma ocorrência. COMBATE AOS CRIMES DE CORRUPÇÃO, LAVAGEM OU OCULTAÇÃO DE BENS,
DIREITOS E VALORES, CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E CONTRA A
392. Ao identificar a existência de registro anterior de boletim sobre a mesma ocorrência que ORDEM TRIBUTÁRIA E A ORDEM ECONÔMICA
pretendia registrar, o servidor responsável pela identificação deve, sempre que possível, enri-
quecer o primeiro boletim, em especial, cadastrando as novas vítimas que vieram a relatar o fato, 394. As atividades de repressão integrada e uniforme aos crimes de corrupção, lavagem ou ocul-
além de acrescentar detalhes ou informações por elas fornecidos que ainda não constem no BO tação de bens, direitos e valores, contra a Administração Pública, contra a Ordem Tributária e a

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118 119 TÍTULO III • DAS INVESTIGAÇÕES ESPECIALIZADAS
Ordem Econômica serão exercidas pelo Departamento de Repressão e Combate ao Crime Or- V. gerenciar os atos processuais e investigatórios previstos em lei e necessários à elucidação
ganizado – Draco, incumbindo-lhe o planejamento, coordenação e avaliação das investigações e dos fatos delituosos de sua competência;
operações nas matérias de sua competência. VI. gerenciar as medidas voltadas à recuperação de ativos de origem ilícita como estratégia
no combate às causas e efeitos dos crimes de sua competência, especialmente quando
Parágrafo único – Para efeito da atuação conjunta necessária à prevenção e repressão à práti- envolvam corrupção e lavagem de dinheiro;
ca de crimes de corrupção, lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores, contra a Admi- VII. propor ações que objetivem a orientação e melhoria do desempenho das delegacias ter-
nistração Pública, contra a Ordem Tributária e a Ordem Econômica são considerados órgãos ritoriais e delegacias especializadas da Polícia Civil, nas matérias de sua competência;
parceiros, entre outros: VIII. gerenciar, como interveniente do Draco, devidamente autorizado pelo delegado-geral,
a) a Controladoria-Geral da União; os convênios estaduais e federais em sua área de atuação;
b) a Controladoria-Geral do Estado; IX. elaborar plano anual das atividades da Coordenação Especializada para Combate à Cor-
c) a Polícia Federal; rupção e Lavagem ou Ocultação de Bens, Direitos e Valores, até a última quinzena do mês
de janeiro de cada ano, bem como o relatório das ações do ano anterior, encaminhando
d) o Tribunal de Contas da União;
para aprovação do diretor do Draco/LD;
e) o Tribunal de Contas do Estado;
X. articular-se com unidades policiais congêneres, objetivando a troca de informações e o
f) o Ministério Público Federal;
apoio operacional, necessários ao desempenho de suas atividades, bem como o aperfei-
g) o Ministério Público do Estado;
çoamento dos métodos e técnicas aplicadas no exercício de suas atividades.
h) o Ministério da Fazenda;
i) a Secretaria da Fazenda do Estado.
396. As atividades de investigação dos crimes de corrupção, lavagem, ocultação de bens, direi-
395. O processo de investigação especializada para repressão integrada e uniforme aos crimes tos e valores, contra a Administração Pública e contra a Ordem Tributária e a Ordem Econômica
de corrupção e lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores, aos crimes contra a Adminis- serão exercidas por delegacia especializada e organizadas por Núcleos de Atuação Especial,
tração Pública e contra a Ordem Tributária será coordenado pela Coordenação Especializada de sendo utilizados métodos, técnicas, procedimentos e protocolos que visem à eficiência e apri-
Combate à Corrupção e Lavagem de Dinheiro – Ceccor/LD do Draco, com atuação em todo es- moramento de seus serviços.
tado da Bahia para o planejamento, coordenação e avaliação das investigações e das operações
nas matérias de sua competência, desenvolvendo as seguintes atividades: I. Caberá à delegacia especializada investigar e reprimir as ações que importem em “lava-
gem” ou ocultação de bens, direitos e valores decorrentes dos crimes de corrupção, con-
I. planejar, orientar, executar e fiscalizar as atividades operacionais das suas unidades internas; tra a Administração Pública, contra a Ordem Tributária e a Ordem Econômica, bem como
II. coletar, registrar, analisar e avaliar as informações técnicas relativas às atividades desem- os crimes previstos na Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993.
penhadas pelas unidades operativas da Polícia Civil; II. As notícias de crime, as requisições judiciais e as requisições ministeriais que versem so-
III. realizar, com exclusividade, as investigações dos crimes de corrupção, lavagem, oculta- bre delitos praticados contra a Administração Pública quando perpetrados por um só
ção de bens, direitos e valores contra a Administração Pública e contra a Ordem Tributá- agente ou em concurso eventual de pessoas, ocorridos em quaisquer municípios do inte-
ria, referentes a fatos ocorridos na capital, por meio das suas unidades operativas; rior do estado da Bahia e na Região Metropolitana de Salvador serão recebidas, registra-
IV. promover a distribuição dos procedimentos entre as unidades operativas no âmbito da das, autuadas e devidamente apuradas pela unidade onde ocorreu o fato, devendo ser
coordenação; comunicada a instauração à Cecoor/LD.

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120 121 TÍTULO III • DAS INVESTIGAÇÕES ESPECIALIZADAS
III. Os Núcleos de Atuação Especial conduzirão as investigações que envolvam maior com- CAPÍTULO XVI
plexidade fática, participação de agentes e/ou autoridades públicas ou políticas, associa- DOS PROCEDIMENTOS RELACIONADOS A CRIMES CONTRA A CORRUPÇÃO,
ção ou organização criminosa, expressivo dano ao erário e a moralidade administrativa, LAVAGEM OU OCULTAÇÃO DE BENS, DIREITOS E VALORES, CONTRA A
vultosos desvios de recursos públicos, “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores, ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA E A ORDEM ECONÔMICA
bem como corrupção de agentes e/ou autoridades públicas ou políticas, respeitadas as
disposições da legislação em vigor, cabendo ao coordenador da Ceccor/LD analisar e 397. Para a aplicação do que dispõe este capítulo, a autoridade policial observará o que precei-
distribuir os procedimentos no âmbito da coordenação. tua o Título XI do Código Penal; a Lei nº 8.137, de 27 de dezembro de 1990, exceto os crimes
IV. A distribuição das investigações e os procedimentos que tramitarão nos Núcleos de Atua- contra as relações de consumo; art. 1º da Lei nº 8.176, de 8 de fevereiro de 1991; a Lei nº 7.492,
ção Especial seguirão as diretrizes e os critérios definidos no Plano Anual previsto no de 16 de junho de 1986; o Decreto-Lei 201, de 27 de fevereiro de 1967, na forma do art. 2º, § 1º;
inciso IX do art. 3º desta Portaria. a Lei nº 9.613, de 3 de março de 1998, e a Lei nº 12.850, de 2 de agosto de 2013.
V. Poderá ocorrer a avocação da investigação pelo delegado-geral da Polícia Civil e a sua
redistribuição, garantida orientação técnica padronizada e a sequência das investigações 398. A Coordenação Especializada de Combate à Corrupção e Lavagem de Dinheiro /Ceccor-LD
pelas Unidades Operativas e/ou pelos Núcleos de Atuação Especial. realiza, com exclusividade, as investigações dos crimes de corrupção, lavagem, ocultação de
VI. No curso das investigações, sempre que houver indícios suficientes da prática dos cri- bens, direitos e valores contra a Administração Pública e contra a Ordem Tributária, referentes a
mes previstos na Lei nº 9.613/98, a autoridade policial poderá representar ao juiz para fatos ocorridos na capital, por meio das suas unidades operativas. Entretanto, compete à Ceccor-
a decretação de medidas assecuratórias de bens, direitos ou valores do investigado, ou -LD articular-se com unidades policiais do estado da Bahia, objetivando a troca de informações
existentes em nome de interpostas pessoas, que sejam instrumento, produto ou proveito e o apoio operacional, necessários ao desempenho de suas atividades, bem como o aperfeiçoa-
dos crimes, bem como a sua alienação antecipada para preservação do valor dos bens mento dos métodos e técnicas aplicadas no exercício de suas atividades, prestando todo apoio
sempre que estiverem sujeitos a qualquer grau de deterioração ou depreciação, ou quan- necessário, conforme Portaria n° 636 de 24 de novembro de 2020.
do houver dificuldade para sua manutenção, nos termos da legislação pertinente.
VII. Tratando-se da apuração de crime que importe em atos de improbidade administrativa, 399. Em relação aos crimes contra a Ordem Tributária, foram designados delegados de polícia
que cause lesão ao patrimônio público ou enseje enriquecimento ilícito, a autoridade po- específicos, e a sua respectiva região de atuação no interior do estado da Bahia, para auxiliar o
licial representará ao Ministério Público para a indisponibilidade dos bens do indiciado, Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos – CIRA, conforme Portaria n° 203 de 6 de abril
nos termos do art. 7º da Lei n° 8.429, de 2 de junho de 1992. de 2021.
VIII. O Draco deverá mobilizar e capacitar continuamente as equipes de trabalho, visando ao
pleno funcionamento das atividades de coordenação e de investigação especializada no 400. No que concerne aos crimes contra a Administração Pública, além das adoções das pro-
Combate à Corrupção e Lavagem de Dinheiro. vidências comuns a qualquer investigação criminal, é importante que a autoridade policial, ao
IX. O Departamento de Inteligência Policial – DIP deverá selecionar e capacitar continuamen- analisar o caso, se atente acerca da possibilidade de:
te servidores indicados pelos Órgãos de Gestão Tática da Polícia Civil, para implantação
de Núcleos de Inteligência nas Regiões Integradas de Segurança Pública – RISP do interior a) Caso se trate de requisição relativa a fatos ilícitos em análise ou já analisados em processo
do estado, na Capital e Região Metropolitana de Salvador, para atuação em rede e forta- administrativo/sindicância, oficiar o órgão competente, requerendo a cópia do procedi-
lecimento do sistema de informações e inteligência da segurança púbica. mento;
b) Em caso de crimes em licitações e contratos administrativos, analisar o processo licitató-
rio (principalmente o objeto do contrato, data da assinatura, valor do contrato, prazo de

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122 123 TÍTULO III • DAS INVESTIGAÇÕES ESPECIALIZADAS
execução, possíveis aditivos, apresentação de todos os documentos exigidos em edital, tributário, solicitando o auto de infração, que deverá conter: fato, pessoas envol-
possibilidade de subcontratação no edital); realizando, ainda, levantamentos acerca da vidas, recebimento por pessoa responsável, período, documentos e informações
pessoa jurídica contratante e a contratada, estatuto respectivo (caso seja uma sociedade utilizadas na auditoria;
de ações ou entidade sem fins lucrativos). Orienta-se oficiar a Junta Comercial Estadual, c) Oficiar a Inspetoria Fazendária de Investigação e Pesquisa (Sefaz/SAT/INFIP) ou a
no sentido de solicitar os contratos sociais e demais alterações contratuais das empresas Secretaria da Fazenda do respectivo município, a depender da natureza do débito
investigadas, no intuito de verificar qual é a pessoa física responsável no período investi- tributário, solicitando julgamento administrativo dos autos de infração: onde cons-
gado. Também se considera necessário fazer o levantamento das empresas concorrentes tará a tese de defesa utilizada a época, demonstrando conhecimento dos fatos e
(se efetivamente existem ou são de “fachada”). os argumentos utilizados contra auditoria, pessoas responsáveis pela impugnação
e contratação de contabilistas e advocacia.
401. Tratando-se da apuração de crime que importe em atos de improbidade administrativa, que II. Caso se constate que não houve a inscrição em dívida ativa, deve-se verificar a possibilidade
cause lesão ao patrimônio público ou enseje enriquecimento ilícito, a autoridade policial repre- de instauração de inquérito policial ou termo circunstanciado de ocorrência por outro
sentará ao Ministério Público para a indisponibilidade dos bens do indiciado, nos termos do art. crime tributário (art. 1º, V ou art. 2º da Lei no 8.137, de 27 de dezembro de 1990) ou de
7º da Lei n° 8.429, de 2 de junho de 1992. infração delituosa disposta em outra lei penal especial, e/ou no Código Penal.
III. Em se tratando de denúncia anônima, sobre a sonegação fiscal por determinada
402. A autoridade policial que tomar conhecimento de ocorrência envolvendo a prática de cri- empresa, recomenda-se instaurar VPI (Verificação Preliminar de Informações), a fim de
mes mencionados na Lei nº 8.137, de 27 de dezembro de 1990, relacionados aos crimes contra a constatar a veracidade dos fatos relatados, bem como encaminhar, desde logo, ofícios
Ordem Tributária e Econômica, poderá adotar, de imediato, as seguintes providências: à Inspetoria Fazendária de Investigação e Pesquisa (Sefaz/SAT/INFIP) ou à Secretaria da
Fazenda Municipal do respectivo município, a depender da natureza do débito tributário,
I. Das medidas que poderão ser requisitadas sem a necessidade de autorização judicial, com o intuito de verificar se foram lavrados autos de infração em desfavor da empresa
conforme art. 2º, § 2º, da Lei nº 12.830, de 20 de junho de 2013: denunciada.
a) Oficiar a Inspetoria Fazendária de Investigação e Pesquisa (Sefaz/SAT/INFIP) ou a IV. Instaurado inquérito policial, recomenda-se:
Secretaria da Fazenda do respectivo município, a depender da natureza do débito a) Oficiar à Junta Comercial do Estado da Bahia – Juceb – ou de estado diverso, a
tributário, solicitando dados da dívida ativa do contribuinte, e acesso aos dados depender do caso concreto, solicitando o contrato social das empresas investiga-
cadastrais, tais como: inscrição estadual/municipal, regime de apuração, tributo das, e as respectivas alterações, a fim de identificar os sócios-gestores no período
sujeito, responsável pela organização contábil, local de funcionamento da empre- investigado;
sa, sócios proprietários e suas cotas, bem como a situação das dívidas da socie- b) Proceder os interrogatórios do sócios-gestores das empresas, contador responsá-
dade empresarial. Ressalta-se que é de extrema importância analisar a data de vel, bem como de empregados ou ex-empregados da empresa investigada, a fim
ocorrência dos fatos geradores, pois o prazo da prescrição da pretensão punitiva de se apurar quem tinha o poder de gestão daquela pessoa jurídica à época dos
estatal, em relação aos crimes constantes no art. 1º, incisos I a IV, da Lei no 8.137, fatos delituosos.
de 27 de dezembro de 1990, só começa a transcorrer a partir do lançamento de-
403. No que concerne aos crimes contra a Ordem Econômica, especificados no art. 1º, da Lei nº
finitivo do tributo (ou seja, com a respectiva inscrição em dívida ativa), conforme a
8.176, de 8 de fevereiro de 1991, ao se verificar indícios suficientes de autoria e materialidade,
Súmula Vinculante nº 24 do STF;
com a consequente instauração de inquérito policial, poder-se-á adotar como medidas iniciais:
b) Oficiar a Inspetoria Fazendária de Investigação e Pesquisa (Sefaz/SAT/INFIP) ou a
Secretaria da Fazenda do respectivo município, a depender da natureza do débito

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124 125 TÍTULO III • DAS INVESTIGAÇÕES ESPECIALIZADAS
a) Oficiar à Junta Comercial do Estado da Bahia – Juceb – ou de estado diverso, a depender g) Solicitar ao DIP/LAB/LD consulta ao Cadastro Geral de Empregados e Desempregados –
do caso concreto, solicitando o contrato social das empresas investigadas, e as respecti- Caged, informações sobre os investigados.
vas alterações, a fim de identificar os sócios-gestores no período investigado;
b) Oficiar à Agência Nacional do Petróleo – ANP, solicitando a presença da autoridade au- 405. Caso a autoridade policial entenda necessário, em se verificando tratar-se de uma possível
tuante da empresa investigada, constante no procedimento administrativo e documento associação ou organização criminosa, com possível prática de crime de corrupção, dentre outros,
de fiscalização apresentados, a fim de prestar declarações, caso a comunicação do fato de difícil elucidação pelos meios normais de investigação, poderá adotar as seguintes medidas,
tenha se originado a partir de procedimento fiscalizatório deste órgão; após autorização judicial:
c) Colher o interrogatório do sócio-gestor, questionando acerca das irregularidades identi-
ficadas nas fiscalizações; a) Representar cautelarmente pela busca e apreensão;
d) Na identificação de indícios de cartéis no mercado de revenda de combustíveis, a au- b) Representar cautelarmente pelo afastamento do sigilo de dados bancários e fiscais;
toridade policial poderá enviar ofício ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica c) Representar cautelarmente pelas quebras de sigilo telefônico, telemático, dados dos ce-
(CADE), para obtenção de informações sobre os mercados de combustíveis, notadamen-
lulares e recuperação de dados apagados;
te, ao atendimento de demandas específicas, tais como: informações de preços, análise
d) Solicitar pedido de auxílio de intercâmbio internacional para localização de responsável
do comportamento dos preços de combustíveis, atribuições legais referentes à defesa da
pelas empresas investigadas, bens ou de sites sediados fora do Brasil, através do Depar-
concorrência, histórico de liberalização de preços, com fulcro na Lei no 12.529/2011.
tamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional – DRCI/ Ministério
da Justiça.
404. Ao se tratar dos crimes constantes neste capítulo, diante das informações recebidas já
sugeridas, caso haja elementos que indiquem indícios suficientes de materialidade e autoria, a
autoridade policial poderá, em regra:
CAPÍTULO XVII
MEDIDAS ADOTADAS EM OCORRÊNCIAS
a) Instaurar inquérito policial;
DE EXTORSÃO MEDIANTESEQUESTRO
b) Expedir ordem de missão aos investigadores do serviço de investigação, solicitando buscas,
em redes sociais disponíveis, no sentido de localizar bens e sinais externos de riqueza
406. Na Capital e RMS, a unidade operativa ou o serviço de Central de Flagrantes deverá, tão
incompatíveis e desproporcionais às condições financeiras formais dos investigados;
logo tomar conhecimento de ocorrência envolvendo extorsão mediante sequestro, registrar o
c) Utilizar as demais técnicas de investigação policial, como vigilância, e a utilização de
respectivo boletim de ocorrência e imediatamente levar ao conhecimento do plantão do DEIC,
história-cobertura, com o intuito de esclarecer quem é o proprietário de determinada
via telefone e realizar a transferência da ocorrência, por meio do sistema eletrônico existente para
empresa ou local e outras circunstâncias importantes, bens ou veículos;
registro de BO, Sinesp PPE, para a Coordenação Antisequestro, que adotará as seguintes provi-
d) Oficiar os Cartórios de Registro de Imóveis e Tabelionato de Notas, também no sentido
dências de Polícia Judiciária:
de identificar o patrimônio dos investigados;
e) Oficiar o Banco Central, requisitando os dados cadastrais dos investigados constantes
I - Inicialmente, o policial civil deve analisar os fatos e identificar se a situação se molda no
no Cadastro de Clientes do Sistema Financeiro Nacional – CCS, os quais constam os
crime de extorsão qualificada pela restrição da liberdade da vítima, extorsão mediante
responsáveis pela movimentação financeira e bancária da empresa;
seqüestro ou cárcere privado/sequestro;
f) Solicitar informações ao COAF acerca de pessoas e movimentações financeiras suspeitas,
a) Para diferenciar essas situações, vale mencionar que o crime de sequestro e cárcere privado,
através do endereço eletrônico: https://www.coaf.sei.fazenda.gov.br/, por meio de
certificado digital;

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126 127 TÍTULO III • DAS INVESTIGAÇÕES ESPECIALIZADAS
constante do artigo 148, caracteriza-se pela privação de liberdade de alguém sem exigir III. Preencher a Ficha de Acompanhamento em Sequestros, disponível no Plantão
nenhum tipo de vantagem.; Antissequestro e Roubo a Instituições Financeiras- DEIC ou no anexo ao presente manual.
b) A extorsão mediante sequestro ocorre quando o
agente tira a liberdade da vítima seqüestrada com a finalidade de obter para si ou outrem IV. Após entrevista, registrar imediatamente uma Ocorrência Policial, tendo em vista que, to-
vantagem, condição ou preço do resgate dela. dos os pedidos dependem de um procedimento instaurado, seja ocorrência policial, inqué-
c) Em relação à extorsão qualificada pela rito policial, número de processo. O registro da Ocorrência Policial deve ser redigido com
restrição da liberdade da vítima, trata-se de privação da liberdade momentânea para precisão e clareza, de forma detalhada na Unidade responsável.
alcançar vantagem econômica indevida;
d) quando a vítima é amarrada no porta malas do carro, mediante ameaça, fornece o aplica- V. Na Capital e RMS, a unidade operativa ou o serviço de Central de Flagrantes deverá, tão
tivo do celular e transfere valores via PIX ou quando fornece a senha do cartão e se dirige ao logo tomar conhecimento de ocorrência envolvendo extorsão mediante sequestro, registrar
caixa eletrônico para saques na conta, por exemplo; o respectivo Boletim de Ocorrência e imediatamente levar ao conhecimento do plantão An-
tissequestro e Roubo as Instituições Financeiras-DEIC ou a Coordenação Antissequestros/
§1º - Diante do supramencionado, o Plantão da Coordenação Antisseqüestro-DEIC caberá DEIC, via telefone, e realizar a transferência da ocorrência para a Coordenação de Antisse-
apurar os crimes de Extorsão mediante Seqüestro, em sua forma simples ou qualificada, e questro, que adotará as providências de Polícia Judiciária.
crime de Extorsão Qualificada pela restrição da liberdade da vítima, excluindo os casos de
Sequestro e Cárcere Privado que deverão ser submetidos às respectivas delegacias territo- 407. No interior do estado, as delegacias territoriais e/ou especializadas deverão, após o registro
riais ou Central de Flagrantes, exceto em situações que a ocorrência deixar dúvida quanto a do fato, comunicar o DEIC (no plantão ou na Coordenação supramencionada), ao coordenador
caracterização inicial. regional e solicitar apoio técnico operacional para o tratamento da ocorrência e adoção das me-
didas assecuratórias de Polícia Judiciária.
§2º - A Polícia Civil ao tomar conhecimento dos crimes de Extorsão mediante Seqüestro/Ex-
torsão Qualificada com restrição da liberdade da vítima deverá adotar as seguintes medidas I. Em eventos críticos de extorsão mediante sequestro, onde haja a necessidade de negocia-
iniciais: ção envolvendo familiares, ou interlocutores com os perpetradores da crise, a autoridade po-
licial que tomar conhecimento desta condição deverá solicitar o apoio técnico especializado
I. Entrevistar os comunicantes e familiares para conhecimento dos fatos e avaliação das me- com o acionamento de policiais com expertise nesse tipo de negociação.
didas a serem tomadas.
II. A equipe da Coordenação Antissequestro - DEIC deverá ser acionada e comunicada em até
II. Extrair em entrevista a vida pregressa da vítima e familiares, analisar ou excluir a possibi- 24 horas do conhecimento do fato.
lidade de auto-sequestro forjado ou falso sequestro. São indicativos de falso sequestro ou
auto-sequestro: baixa drástica de valores, baixos valores de pedido de resgate, aceitação III. Reduzir a termo a oitiva do comunicante e se cercar de todas as informações referentes à
de qualquer valor, negociação diretamente com a vítima, sequestrado com dívidas, his- vítima para constar na oitiva, quais sejam:
tórico de mau comportamento da vítima, indícios de simulação de agressões, vítima em
contato com terceiros, pressa do sequestrador, ameaça constante, muitos gritos da vítima a) Idade da vítima e local do seqüestro.
ao fundo, entre outros. b) Detalhes do arrebatamento, informar se envolveu PIX ou veículo.

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128 129 TÍTULO III • DAS INVESTIGAÇÕES ESPECIALIZADAS
c) Detalhes do contato de pedido de resgate e forma de comunicação, apontar o Ter- p) Refazer o roteiro da vítima até o local do arrebatamento (câmeras nos locais, varre-
minal dura antes, durante e depois).
Móvel Celular – TMC usado para o pedido de resgate. q) A equipe da Coordenação Antissequestro - DEIC deverá ser acionada e comunica-
d) Se o pedido de resgate envolve Chave Pix, solicitar ao banco dados cadastrais, fo- da em 24 horas.
tografia e a localização do indivíduo que está operando a transação. r) O Inquérito Policial deverá ser instaurado em 24 horas pelas Unidades responsáveis
e) Se o pedido de resgate foi feito por aplicativo (“ligação via whatsapp”) ou se foi uma pela apuração do fato.
ligação telefônica. s) Enfatiza-se que o crime de extorsão mediante seqüestro é crime hediondo, bem
f) Se a vítima possui rede social citar a URL (Endereço e senha se possível). como a extorsão qualificada pela restrição da vítima com ocorrência de lesão cor-
g) Se houve saque ou uso do cartão em TAA, solicitar imagens; poral ou morte.
h) Se a vítima foi arrebatada em seu veículo. Solicitar multimídia e seguro do veículo t) Não é admitida a concessão de fiança pela Autoridade Policial.
para
verificação de GPS.
i) Se a vítima foi levada com o aparelho, citar o tipo do aparelho e IMEI (ou oficiar as
operadoras de telefonia). Se o Smartphone for IOS, Iphone (Icloud e senha). Se for
o Smartphone for Android (Gmail e senha).
j) Questionar se no Smartphone a vítima tem aplicativo de instituição financeira, caso
afirmativo, extrair o banco, conta ou CPF.
k) Procurar informações se a vítima usa marca passo, qual a marca.
l) Questionar se a vítima estava de smartwatch, no momento do arrebatamento.
m) O policial deve pesquisar a placa do veículo nos sistemas de videomonitoramento
de
câmeras.
n) Realizar Requisições Emergenciais, de dados cadastrais: Whatsapp (dados cadas-
trais, histórico de IP, grupos, histórico de troca de números); Google (dados cadas-
trais, geolocalização, histórico de IP, e e-mail vinculado); Apple (Icloud; ID; novo
terminal; endereço; CPF e CEP) e Facebook/Instagram (dados cadastrais, geoloca-
lização, histórico de IP, IP de criação, e-mail vinculado à conta e contato telefônico
vinculado ao perfil).
o) Oficiar operadoras de telefonia em busca dos dados cadastrais dos telefones e IMEI
do dispositivo usado pelo seqüestrador no pedido de resgate.
Representar pelas Cautelares de quebras de sigilos telefônicos e bancários. Se o pe-
dido de resgate foi feito via aplicativo, “whatsapp”, protocolar o pedido de afas-
tamento de sigilo telemático ao judiciário e caso tenha sido através de ligação,
providenciar pedido de providenciar afastamento de sigilo telefônico.

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130 131 TÍTULO III • DAS INVESTIGAÇÕES ESPECIALIZADAS
a) Criminalidade violenta, especialmente para: homicídio, feminicídio, ações de gru-
TÍTULO IV pos de extermínio ou milícia armada; extorsão mediante sequestro e roubo de
DOS PROCEDIMENTOS DE INTELIGÊNCIA POLICIAL veículos;
b) Crime organizado, corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas: delitos de
amplitude interestadual e transnacional, com vertentes no sistema prisional, tráfico
CAPÍTULO I de drogas, armas e explosivos e em dimensões tal que contribui para o desenvol-
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES vimento de outros fenômenos criminais. A produção do conhecimento deve ser
direcionada a identificar as origens, as trajetórias e os efeitos. Quando relacionada
408. A atividade de inteligência policial está regulada no âmbito do Decreto nº 3.695/2001, que a ações promovidas por agentes públicos ou privados deve apurar possível lava-
instituiu o Subsistema de Inteligência de Segurança Pública, e introduziu no espectro nacional o gem de dinheiro, cujas consequências sociais e econômicas são de forte impacto,
conceito de security intelligence, expressão que designa a atividade de inteligência doméstica, portanto exige sua identificação e enfrentamento qualificado, envolvendo ações
destinada a detectar, prevenir e neutralizar ameaças no âmbito interno de cada país. coordenadas entre os integrantes do sistema de inteligência e outros órgãos es-
pecializados, como as unidades de inteligência;
409. Na Polícia Civil, a atividade de inteligência está organizada através da Instrução Normativa c) Ações contrárias à segurança pública no espaço cibernético: atuação no contexto
nº 1/2021 de 11 de setembro 2021, na forma de Rede de Inteligência Policial Judiciária – RIPJ, do uso massificado das novas tecnologias virtuais emergentes, para reprimir con-
estrutura de gestão sistêmica, constituída pelo conjunto de unidades de inteligência voltadas ao duta potencial de comprometer a ordem pública, a incolumidade das pessoas e
exercício permanente e sistemático de ações especializadas na produção e salvaguarda de co- do patrimônio e o meio ambiente e de manipular a opinião pública com vistas à
nhecimento para tomada de decisão, instrumentos estes necessários à antecipação de fatos po- obtenção de vantagens indevidas em detrimento do bom funcionamento de insti-
tencialmente lesivos, prevenção e repressão de atos delituosos de qualquer natureza ou relativos tuições públicas e privadas.
aos demais temas de interesse da PCBA e do Sistema Estadual de Segurança Pública, realizando d) Letalidade e vitimização policial: aspectos relacionados ao uso da força letal, situa-
o assessoramento da instituição, promovendo a articulação e integração institucional com as de- ções em que a ação policial tem consequências fatais para o cidadão, bem como
mais agências de inteligência que compõe o Sistema Brasileiro de Inteligência – SISBIN. aquelas que o policial figura como vítima.

Parágrafo único – o Departamento de Inteligência Policial – DIP, órgão de gestão estratégica, II. Foco da inteligência estratégica:
previsto no Art. 25 da Lei Orgânica da Polícia Civil, atua de forma sistêmica como Agência de
Inteligência Central da Rede de Inteligência. a) Ações contrárias ao Estado Democrático de Direito: que atentem contra o pacto
federativo, a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do
410. Compete à inteligência de segurança da pública, essencialmente, planejar, executar, coor- patrimônio, os direitos e as garantias fundamentais, a dignidade da pessoa huma-
denar, supervisionar e controlar as ações para identificar, detectar e neutralizar ameaças à segu- na, a cidadania e o meio ambiente, além de outros atos ou atividades que repre-
rança pública com os seguintes focos prioritários: sentem ou possam representar risco aos preceitos constitucionais relacionados à
integridade do Estado;
I. Foco prioritário da inteligência na Segurança Pública: b) Segurança interna: fatos relativos à dinâmica social que possam atentar contra a
segurança interna; segurança no ambiente político, administrativo e relativos à de-
manda social.

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132 133 TÍTULO IV • DOS PROCEDIMENTOS DE INTELIGÊNCIA POLICIAL
c) Desastres de causas naturais ou tecnológicas com impacto na segurança pública: 414. O DIP encaminhará informações de inteligência, comunicados, sumários de inteligência ou
desastres naturais e tecnológicos podem ter impactos consideráveis na segurança documentos que sejam pertinentes à circunscrição ou atribuição das delegacias de polícia, sem-
pública e implicar ofensas à vida, à saúde, à liberdade, à propriedade, ao meio pre que a ciência dos dados ou informações consignadas se revelarem necessários ou oportunos
ambiente, ao bom funcionamento dos serviços públicos e a outros bens jurídicos para atuação da unidade policial local.
penalmente tutelados.
d) Ações contrárias à segurança de infraestruturas críticas com impacto na segurança 415. Os documentos de inteligência descritos na Seção I são destinados ao subsídio de provas
pública: ações que atentem contra as instalações, os serviços, os bens e os sistemas em inquérito policial ou em outros procedimentos policiais, servindo como suporte para a toma-
cuja interrupção ou destruição, total ou parcial, possa provocar sérios impactos da de decisões e estratégias de ação policial.
sociais, ambientais, econômicos, políticos e internacionais, demandam medidas a
fim de preservar a ordem pública, a incolumidade das pessoas e do patrimônio.
SEÇÃO II
411. O Relatório Técnico (RT) é o documento externo não classificado, que será requerido pelo DO SUPORTE DE CONTRAINTELIGÊNCIA
delegado de polícia e operacionalizado pelos Núcleos de Inteligência, validados pelas Agências
de Inteligência dos Departamentos da Polícia Civil, devendo o expediente constar o pedido es- 416. Quando solicitado pelo delegado de polícia, o DIP, por meio das suas Agencias e Núcleos,
pecífico à análise técnica e de dados a ser realizada para subsidiar as provas em inquérito policial realizará levantamento na unidade policial da autoridade, com o objetivo de neutralizar ações
ou outros procedimentos policiais. adversas e proteger a atividade da unidade administrativa policial.

Parágrafo único – O DIP fará ao final da ação informação sobre a atividade realizada e os resul-
SEÇÃO I tados dela apurados, que será encaminhada ao delegado de polícia que a solicitou.
DO SUPORTE À TOMADA DE DECISÕES POLICIAIS

412. Quando solicitado pelo delegado de polícia, o pedido de suporte à tomada de decisões SEÇÃO III
policiais será encaminhado via ofício ao DIP que elaborará o documento externo de inteligência DA REGULAMENTAÇÃO PROCEDIMENTAL OPERACIONAL
policial, observada a doutrina de inteligência de segurança pública do estado.
417. A atividade de inteligência é o exercício permanente de ações especializadas, voltadas para
413. A solicitação de conhecimentos ao DIP terá como objetivo subsidiar a tomada de decisão do a produção e difusão de conhecimentos, com vistas ao assessoramento das autoridades go-
delegado de polícia especificamente sobre: vernamentais nos respectivos níveis e áreas de atribuição, para o planejamento, a execução, o
acompanhamento e a avaliação das políticas de Estado. A atividade de inteligência divide-se,
I. Conhecimentos específicos em outros estados ou outros órgãos de inteligência policial; fundamentalmente, em dois grandes ramos:
II. Busca de dados negados;
III. Outros pedidos de informação, como buscas eletrônicas e análise de vínculos, com o fim a) Inteligência: atividade que objetiva produzir e difundir conhecimentos às autoridades
de subsidiar procedimentos formais de investigação previstos na legislação federal. competentes, relativos a fatos e situações que ocorram dentro e fora do território nacio-

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134 135 TÍTULO IV • DOS PROCEDIMENTOS DE INTELIGÊNCIA POLICIAL
nal, de imediata ou potencial influência sobre o processo decisório, a ação governamen- necessariamente o Ciclo de Produção de Conhecimento (CPC), composto pelas seguintes fases:
tal e a salvaguarda da sociedade e do Estado; planejamento, reunião de dados, processamento, formalização e difusão.
b) Contrainteligência: atividade que objetiva prevenir, detectar, obstruir e neutralizar a inteli-
gência adversa e as ações que constituam ameaça à salvaguarda de dados, conhecimen- 419. Uma vez produzidos de acordo com a metodologia própria já precitada, os conhecimentos
tos, pessoas, áreas e instalações de interesse da sociedade e do Estado. de inteligência serão distintos entre si de acordo com o grau de certeza expressado, bem como
com a projeção no tempo por ele realizada – passado, presente e futuro, da forma seguinte:
I. Inteligência de segurança pública: é a atividade permanente e sistemática via ações espe-
cializadas que visa identificar, acompanhar e avaliar ameaças reais ou potenciais sobre a I. Informe: é o conhecimento resultante de juízo (s) formulado (s), que expressa o estado
segurança pública e produzir conhecimentos e informações que subsidiem planejamento de certeza, opinião ou de dúvida frente à verdade, sobre fato ou situação passado e/ou
e execução de políticas de segurança pública, bem como ações para prevenir, neutralizar presente. A sua produção exige o domínio de metodologia própria e tem como objeto
e reprimir atos criminosos de qualquer natureza, de forma integrada e em subsídio à in- apenas fatos e situações pretéritos ou presentes.
vestigação e à produção de conhecimentos; II. Informação: é o conhecimento resultante de raciocínio (s), que expressa o estado de certeza
II. Inteligência policial judiciária: é o exercício permanente e sistemático de ações especializadas frente à verdade, sobre fato ou situação passados e/ou presentes. A informação decorre
para identificar, avaliar e acompanhar ameaças reais ou potenciais na esfera de segurança pú- da operação mais apurada da mente, o raciocínio. Portanto, extrapola os limites da simples
blica, orientadas para produção e salvaguarda de conhecimentos necessários para assesso- narração dos fatos ou das situações, contemplando interpretação dos mesmos. A sua pro-
rar o processo decisório no planejamento, execução e acompanhamento de uma política de dução requer, ainda, o pleno domínio da metodologia de produção do conhecimento.
segurança pública; nas investigações policiais; e nas ações para prever, prevenir, neutralizar e III. Apreciação: é o conhecimento resultante de raciocínio(s), que expressa o estado de
reprimir atos criminosos de qualquer natureza que atentem à ordem pública e à incolumida- opinião frente à verdade, sobre fato ou situação passados e/ou presentes. Apesar de
de das pessoas e do patrimônio, sendo exercida pelas agências de inteligência. ter essencialmente como objeto fatos ou situações presentes ou passados, a apreciação
III. Dado: é qualquer representação de um fato ou de uma situação, passível de estruturação, admite a realização de projeções. Porém, diferente do conhecimento “estimativa”, as
obtenção, quantificação e transferência, sem exame e processamento pelo profissional projeções da apreciação resultam tão somente da percepção, pelo profissional de ISP,
de inteligência de segurança pública; de desdobramentos dos fatos ou situações objeto da análise e não da realização de
IV. Informação: é o conjunto de dados que possui relevância e aplicação útil, exige unidade estudos especiais, necessariamente auxiliados por métodos prospectivos.
de análise e consenso em relação ao seu conteúdo; IV. Estimativa: é o conhecimento resultante de raciocínio (s) elaborado (s), que expressa o
V. Conhecimento: é a representação de um fato ou de uma situação, real ou hipotético, de estado de opinião sobre a evolução futura de um fato ou de uma situação. A sua produ-
interesse para a atividade de inteligência de segurança pública, com exame e processa- ção requer não só o pleno domínio da metodologia própria da atividade de inteligên-
mento pelo profissional de inteligência. cia, mas também o domínio de métodos prospectivos complementares ao processo de
VI. Classificação: é a atribuição, pela autoridade competente, de grau de sigilo a dado, co- produção.
nhecimento, documento, material, área ou instalação.
420. O conhecimento de inteligência, via de regra, será formalizado em documento denominado
418. O conhecimento de inteligência será produzido por meio de metodologia própria prevista Relatório de Inteligência (Relint), documento classificado com grau de sigilo, que, bem por isso,
na Doutrina Nacional de Inteligência de Segurança Pública (DNISP) em que deverá ser observado não se presta a instruir procedimento de persecução penal (pré-processual ou processual).

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136 137 TÍTULO IV • DOS PROCEDIMENTOS DE INTELIGÊNCIA POLICIAL
421. De forma excepcional, a agência de inteligência pode atuar para subsidiar a investigação II - Nos crimes patrimoniais, praticados sem violência ou grave ameaça, a Autoridade Policial,
criminal com a prospecção de elementos de prova a partir da elaboração de análises técnicas e na hipótese de representar pela extração de dados de dispositivos móveis deve direcionar os
de dados. O conhecimento de inteligência deverá ser formalizado em Relatório Técnico (RT), que equipamentos para o Departamento de Polícia Técnica – DPT, mediante o cumprimento dos
pode, excepcionalmente, de acordo com a conveniência, ser objeto de classificação. requisitos exigidos por aquele órgão.

422. Tradicionalmente, o conhecimento de inteligência pode ser classificado em: 425. Para a utilização do equipamento, a autoridade policial deve encaminhar a mensagem para
o endereço eletrônico do DIP munido da decisão judicial na qual deve constar expressamente
I. Inteligência de sinais: é responsável pela interceptação e análise de comunicações, tele- autorização para a extração de todos os dados coletados no equipamento.
comunicações, telemática, radares, telemetria, dentre outros.
II. Inteligência de imagens: envolve a obtenção e o processamento de imagens por meio de I - No pedido, deve ser encaminhado também ofício constando a solicitação formal da ex-
fotografias, satélites, sensores infravermelhos, dentre outros. tração, natureza do crime sob investigação, número do IP, a identificação do servidor policial
III. Inteligência de dados: envolve a obtenção de dados por meio de dispositivos ou sistemas responsável pela entrega e retirada do dispositivo móvel.
de informática. Implica, ainda, no processamento de grandes volumes de dados, cuja
complexidade para análise exige metodologia especializada. II - Se acaso for solicitada também a realização de análise dos dados extraídos, a autoridade
policial deverá indicar um servidor policial com quem o analista de inteligência responsável
pela extração compartilhará os dados oriundos dos dispositivos móveis.
SEÇÃO IV
DA EXTRAÇÃO DE DADOS III - Quando entregues, os dispositivos móveis devem estar acompanhados de ofício onde es-
tejam descritos de forma explícita a sua identificação e o detalhamento de suas características.
423. A extração de dados telemáticos de aparelhos celulares e outros dispositivos móveis, não
apenas se restringindo ao acesso à agenda e chamadas efetuadas e recebidas, será realizada
SEÇÃO IV—A
pelo Departamento de Inteligência Policial (DIP) por meio do equipamento previamente adquiri-
DA INTERCEPTAÇÃO DAS COMUNICAÇÕES TELEFÔNICA, TELEMÁTICA E DE IMAGEM
do para esta finalidade, observada a cadeia de custódia de vestígio.

425A. As interceptações telefônica, telemática e de imagem para prova em investigação criminal,


424. A ferramenta tem por finalidade assessorar a Polícia Civil nas investigações criminais de
na forma da Lei nº 9.296/96, dependerão de decisão judicial e correrão em autos apartados, não
organizações criminosas voltadas para o tráfico de drogas, e crimes violentos correlatos ao tráfi-
devendo constar nos autos principais, em virtude da exigência legal de sigilo.
co de entorpecentes, nas hipóteses de criminalidade violenta em que a extração realizada pela
equipe da inteligência policial civil, atenda oportunamente o dinamismo e velocidade que a in-
425B. A representação por qualquer das interceptações acima citadas deverá conter a demons-
vestigação criminal requer, viabilizando o seu rápido aprofundamento e ampliação com novas
tração de que sua realização é necessária à apuração da infração penal investigada, devendo a
representações cautelares.
autoridade policial:

I - Em casos excepcionais, de crimes de alta gravidade envolvendo e de grande repercussão


I. descrever com clareza a situação objeto da investigação;
o GDG poderá autorizar a extração pelo DIP.
II. apresentar a qualificação dos investigados ou justificar a impossibilidade de fazê-lo;

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138 139 TÍTULO IV • DOS PROCEDIMENTOS DE INTELIGÊNCIA POLICIAL
III. indicar os meios a serem empregados;
IV. instruir a representação com as cópias das peças dos autos do inquérito policial que 428. A utilização da estrutura do Cyberlab/DIP está condicionada aos seguintes requisitos de
entender necessárias à comprovação da necessidade da medida; admissibilidade a serem verificados antecipadamente pela autoridade policial que titulariza a
V. indicar a impossibilidade de produção da prova por outros meios disponíveis. gestão da ferramenta:
Parágrafo único – Cumprida a diligência, a autoridade policial encaminhará o resultado da
interceptação ao juiz, na forma de relatório técnico ou de autocircunstanciado, que deverá I - Que se trate de investigação criminal que envolva informações sensíveis e relevantes onde
conter o resumo das operações realizadas. as buscas administrativas e/ou judiciais realizadas pela autoridade policial originária não
foram suficientes para alcançar a finalidade pretendida.
425C. As interceptações requeridas pelas unidades policiais civis serão Coordenadas pelo De- II - Que se trate de procedimento formal como uma ocorrência policial, inquérito policial ou
partamento de Inteligência da Polícia Civil, que através da sua Coordenação de Inteligência, fará ação penal que pelas características seja entendida como portadora de elevado grau de
a gestão das interceptações, a serem executadas dentro da estrutura de inteligência, presentes complexidade, na qual a análise dos dados se revele imprescindível para a elucidação da
no âmbito de cada Departamento Operacional da Polícia Civil e integrante da Rede de Inteligên- autoria e comprovação da materialidade delitiva.
cia (RIPJ).
429. Qualquer unidade policial interessada poderá acionar o Cyberlab, através do seu endereço
425D. O ofício expedido ao DIP encaminhado através do endereço eletrônico coordenacaodip. eletrônico,observando, de logo, as seguintes prescrições a serem adicionadas ao termo de aber-
interceptsinais@pcivil.ba.gov.br será acompanhado dos seguintes documentos: tura de caso:
I - Autoridade policial deve encaminhar representação para o endereço eletrônico do Cyber-
I. representação da autoridade policial; lab/DIP narrando de forma sucinta e objetiva a respectiva demanda a ser atendida.
II. decisão judicial assinada; II. A representação deve estar instruída com o boletim de ocorrência registrado na unidade
III. alvarás ou ofícios; operativa, e, se acaso houver, o número do inquérito policial instaurado para dar início à
investigação criminal.

SEÇÃO V Parágrafo único - Quando houver reserva de jurisdição, situação em que a atuação eficaz
DO CYBERLAB-DIP demanda autorização judicial, em momento anterior à apresentação da representação ao
juízo criminal pelo afastamento do sigilo pretendido deve haver contato com o Cyberlab
426. O Laboratório de Tecnologia e Inteligência Cibernética – Ciberlab/DIP, inserido na estrutura onde os pedidos a serem formulados serão sugeridos de forma técnica a fim de evitar o
organizacional do Departamento de Inteligência Policial (DIP), será responsável pela extração e acesso a dados desnecessários e que não tragam ao procedimento criminal informações
análise de dados e informações obtidas no ambiente virtual em fontes abertas ou fechadas. relevantes.

427. O Cyberlab/DIP tem como missão precípua a elaboração de relatórios de análises de dados, 430. No momento de abertura do caso no Cyberlab/DIP, será confeccionado e entregue à auto-
com a finalidade de assessorar o trabalho de investigação desenvolvido pelas unidades opera- ridade policial um termo de abertura de caso, contendo as seguintes informações:
tivas da Polícia Civil, por demanda específica de Autoridade Policial nas investigações em curso,
ou por iniciativa própria, noticiando fatos criminosos com trânsito no ambiente virtual.

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140 141 TÍTULO IV • DOS PROCEDIMENTOS DE INTELIGÊNCIA POLICIAL
a) Nome dos investigados, pessoa física e/ou jurídica; III - A integridade e a completude dos dados.
b) CPF e/ou CNPJ dos investigados; a) Ocorrendo inconsistência nos arquivos encaminhados pelos provedores de aplicação e/
c) Período em que se deseja a análise para todos os investigados, ou individualizado; ou conexão deverá ser comunicada e instada pelo analista designado a fornecer um novo
d) Número da ocorrência policial ou inquérito policial ou processo ou procedimento, uni- arquivo completo.
dade solicitante e nome da autoridade, presidente do feito, constando telefones para con- b) Havendo descumprimento da decisão judicial pelos provedores de aplicação e/ou cone-
tato e e-mail institucional; xão, o responsável pela recepção e análise dos dados deverá comunicar o fato à autoridade
policial responsável pelo “CASO”, para adoção das medidas cabíveis.
431. Para cada representação ao juízo, o Cyberlab/DIP deverá efetuar registro no Sistema de
Controle do DIP, gerando o “número de relatório” a ser incorporado à representação da autori- 436. Após o período de análise prévia, os arquivos considerados íntegros serão transferidos para
dade demandante. a base de dados do Cyberlab, tornando-se disponíveis para emissão de relatórios estatísticos,
bem como para realização do Relatório Técnico (RT).
Parágrafo único Quando houver necessidade de nova representação judicial referente ao
mesmo inquérito policial, processo, deverá ser utilizado um novo “número de relatório”, en-
fatizando-se, contudo, o nome da “operação” e/ou o número do inquérito policial, processo. SEÇÃO VI
DO LABORATÓRIO DE TECNOLOGIA CONTRA CORRUPÇÃO
432. A representação deverá conter o “número do relatório” gerado no Cyberlab e a solicitação E LAVAGEM DE DINHEIRO (LAB-LD)
para que o número seja citado na decisão judicial, a fim de ser utilizado como referência na de-
cisão judicial. 437. O Laboratório de Tecnologia contra Lavagem de Dinheiro (Lab-LD) da Polícia Civil do Esta-
do da Bahia é órgão integrante da estrutura do Departamento de Inteligência Policial – DIP.
433. A representação pela interceptação telemática de dados e/ou o afastamento judicial do sigi-
lo telemático deve conter o número de controle do Relatório Técnico (RT) do Cyberlab. 438. O Lab-LD é responsável por auxiliar as autoridades policiais do estado da Bahia em investi-
gações que envolvam grandes volumes de informações, referentes a delitos de lavagem de ca-
434. Os dados relacionados à análise das informações serão recebidos e encaminhados por pitais, corrupção ou outros que envolvam grandes somas. Este assessoramento engloba, ainda,
meio de comunicação interna ou encaminhamento de mensagem eletrônica institucional, per- a aplicação de soluções de análise tecnológica de grande volume de dados para a difusão sobre
manecendo no DIP os dados que foram reunidos e tratados, ficando centralizada no Cyberlab. as melhores práticas em hardware, software e adequação de perfis profissionais.

435. Durante o período de análise dos dados, o analista designado deverá efetuar o acompanha- 439. Como produtos de sua atuação, o Lab-LD auxilia as autoridades policiais fornecendo mode-
mento e a conferência dos arquivos remetidos e recebidos pelos provedores de aplicação e/ou los próprios de representações de quebras de sigilos bancários e fiscais, possuidoras de termos
conexão, devendo verificar: técnicos próprios (uma vez que se utiliza do Sistema de Investigação de Movimentações Bancá-
rias – Simba).
I - A lisura dos arquivos encaminhados, a fim de garantir a integridade da cadeia de custódia;
II - O cumprimento das formalidades estabelecidas na decisão judicial e no que determina o 440. Obtendo-se êxito na solicitação de quebra de dados, o Lab-LD confecciona o Relatório de
Marco Civil da Internet e/ou leis correlacionadas ao procedimento; Análise correlato (Relatórios Técnicos de análise sobre as quebras de sigilos bancários e fiscais)

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142 143 TÍTULO IV • DOS PROCEDIMENTOS DE INTELIGÊNCIA POLICIAL
para remessa à autoridade demandante, trazendo importantes dados sobre a dinâmica das mo-
vimentações financeira, atuando no conceito follow the money esclarecendo o modus operandi TÍTULO V
daqueles indivíduos que são alvo de investigação. DOS PROCEDIMENTOS RELACIONADOS A CRIMES FUNCIONAIS
DAS CORREIÇÕES NAS ATIVIDADES DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
441. O Lab-LD também realiza análises de Relatórios de Inteligência Financeira (RRIIFFII) fornecidos
pelo Conselho de Controle de Atividade Financeira (COAF). Esta análise envolve o uso de soluções
tecnológicas para a verificação de dados estruturados, agregando funcionalidades de ferramentas CAPÍTULO I
de business intelligence (BI) para esclarecimentos das dinâmicas dos dados em apuração. CO RREIÇÃO ORDINÁRIA

442. As correições ordinárias serão realizadas anualmente pela Corregedoria da Polícia Civil,
ou, por delegação, pela Coordenadoria Regional de Po lícia do Interior, constituindo-se em
ação fiscalizadora das atividades de Polícia Judiciária, objetivando a verificação da regulari-
dade do serviço, o aperfeiçoamento profissional e o fiel cumprimento das normas legais e
regulamentares.

443. A correição será realizada por uma equipe composta por 1 (um) delegado de Polícia Civil, 1
(um) escrivão de Polícia Civil e 2 (dois) investigadores de Polícia Civil, designados pelo correge-
dor-chefe da Polícia Civil, no uso de suas atribuições previstas no art. 23 da Lei nº 11.370/2009;

444. O titular da unidade policial a ser visitada, ou o seu substituto legal, será notificado formal-
mente da correição pelo corregedor-chefe da Polícia Civil, no prazo de 3 (três) dias de antece-
dência do ato correicional.

445. Por determinação do corregedor-chefe da Polícia Civil, a autoridade policial responsável


pela correição autuará o despacho que determinou a sua realização, formando o respectivo pro-
cesso SEI, devendo constar dos autos:

I. despacho do corregedor-chefe da Polícia Civil, acompanhado dos documentos que ense-


jaram a correição;
II. documentos produzidos pela equipe responsável pela correição, inclusive anexando re-
latório final;
III. recomendação ou outras deliberações do corregedor-chefe da Polícia Civil.

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144 145 TÍTULO V • DOS PROCEDIMENTOS RELACIONADOS A CRIMES FUNCIONAIS DAS CORREIÇÕES NAS ATIVIDADES DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
Parágrafo único – Para a execução dos trabalhos, serão disponibilizados todos os meios e re- II. apresentar aos membros da equipe de correição, quando do início dos trabalhos, a última
cursos necessários, assim como o material a ser utilizado na correição, cujos modelos estão transmissão de titularidade da unidade policial, contendo informações a respeito do seu
anexados a este manual, podendo ser providenciados outros diante da necessidade do serviço. inventário de todo mobiliário e demais bens do seu patrimônio, bem como a relação dos
servidores nela lotados, com cópias das portarias de lotação, e, ainda, a relação nominal
dos procedimentos policiais adotados por aquela unidade, especialmente aqueles refe-
CAPÍTULO II rentes aos Crimes Violentos Letais Intencionais – CVLI, disponibilizando-os para análise
DA PUBLICIDADE DA CORREIÇÃO dos representantes da Corregedoria da Polícia Civil;
III. disponibilizar uma sala, de preferência reservada e com as condições necessárias, para
446. A publicidade da correição será feita por qualquer meio de comunicação, inclusive por meio que a equipe correicional possa realizar os seus trabalhos;
eletrônico ou redes sociais, assim como pelas notificações expedidas pelo corregedor-chefe da IV. tratar os membros da comissão de correição com urbanidade, presteza e respeito, aten-
Polícia Civil. dendo às suas solicitações;
V. realizar correções e outros procedimentos de apuração previstos na Lei 12.209/2011 e
Parágrafo único – A notificação de que trata o § 2º do art. 1º será realizada por meio do siste- Decreto nº 15.805/2014.
ma SEI ou por qualquer meio de comunicação, inclusive por meio eletrônico ou redes sociais
e encaminhada ao titular da unidade a ser visitada, ou à autoridade policial que a substituir,
CAPÍTULO IV
bem como ao seu superior hierárquico imediato, sendo obrigação do responsável pela refe-
DA REALIZAÇÃO DOS TRABALHOS CORREICIONAIS
rida unidade policial cientificar os servidores que nela estão lotados, devendo tal notificação
conter como itens essenciais os seguintes requisitos:
448. Serão analisados:

I. A unidade policial objeto da correição;


I. livros das repartições policiais ou, em sua falta, de registros e assentamentos de instaura-
II. O dia, local e hora do início dos trabalhos;
ção, remessa e devolução de autos de inquéritos policiais e termos circunstanciados de
III. A finalidade dos trabalhos a serem desenvolvidos no que concerne às correições;
ocorrências;
IV. Cópia da Portaria ou do ato de comunicação que instituiu a correição.
II. pastas e expedientes obrigatórios, como ofícios recebidos e enviados, comunicações in-
ternas, laudos periciais, requisições ministeriais e judiciais, e outros expedientes;
III. procedimentos policiais instaurados e tramitando na repartição policial, e outros proce-
CAPÍTULO III
dimentos de qualquer natureza, cujo exame se torne necessário, incluindo as Verificações
DA ORGANIZAÇÃO DOS TRABALHOS DA CORREIÇÃO
Preliminares de Informações (VPIs);
IV. material objeto de apreensão policial;
447. O titular da unidade policial a ser visitada, ou seu substituto, deve:
V. todo o mobiliário da repartição policial e quaisquer bens à sua disposição;
VI. o efetivo policial da repartição;
I. cientificar os servidores da unidade onde irá ocorrer a correição, colocando a portaria ou
VII. ocorrências pendentes de validação no sistema;
o ato de comunicação que a determinou em local visível;
VIII.laudos periciais não remetidos para a Justiça.

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146 147 TÍTULO V • DOS PROCEDIMENTOS RELACIONADOS A CRIMES FUNCIONAIS DAS CORREIÇÕES NAS ATIVIDADES DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
449. Concluída a correição, serão elaborados o termo de encerramento respectivo e relatório CAPÍTULO V
final circunstanciado, do qual deverá constar: DA CORREIÇÃO EXTRAORDINÁRIA
I. a denominação da unidade policial;
II. o nome da autoridade policial e de todos aqueles que, efetivamente ou eventualmente, 454. As correições extraordinárias serão determinadas pelo corregedor-chefe da Polícia Civil, de
estejam prestando serviços na unidade que foi visitada; ofício, ou por recomendação do delegado-geral da Polícia Civil, para a imediata apuração de:
III. nomes dos estagiários e auxiliares, inclusive de empresas terceirizadas, se houver;
IV. as atribuições da autoridade policial que foi objeto da correição; I. abusos, erros ou omissões que incompatibilizem os servidores da Polícia Civil da Bahia
V. a média de ocorrências por mês, tendo como referência o último ano, na respectiva uni- para o exercício do cargo ou função;
dade policial; II. atos que comprometam o prestígio ou a dignidade da instituição;
VI. a média entre o número de procedimentos policiais instaurados e concluídos e as ocor- III. descumprimento de dever funcional ou procedimento incorreto.
rências registradas, tendo como referência o último ano, na respectiva unidade policial;
VII. a observância de prazos; 455. Nos casos previstos no caput deste artigo, o corregedor-chefe da Polícia Civil poderá desig-
VIII. avaliação dos trabalhos realizados pela unidade policial objeto de correição, sobretudo nar o corregedor adjunto ou quaisquer umas das autoridades corregedoras lotadas na Correpol
a legalidade, regularidade, eficiência e qualidade. ou nas comissões setoriais para o desempenho das funções especificadas acima, relativas às
IX. Sugestão de instauração de investigação preliminar, sindicância, PAD ou apenas um ofí- correições extraordinárias.
cio correicional para a regularização da eventual inconformidade encontrada na unidade.
456. Excepcionalmente, o coordenador regional de polícia do interior poderá determinar a reali-
450. Com base no relatório circunstanciado apresentada pela equipe responsável pela correição, zação de correições extraordinárias, devendo cientificar, com antecedência, o corregedor-chefe
o corregedor-chefe da Polícia Civil fará as recomendações que entender necessárias ao aprimo- da Polícia Civil sobre a realização do ato de fiscalização.
ramento dos serviços e encaminhará uma cópia do mesmo ao superior imediato do responsável
pela unidade correicionada, anunciando que dentro de 30 (trinta) dias será cobrada a regulariza- 457. Aplicam-se à correição extraordinária, no que couberem, as normas estatuídas para a cor-
ção da inconformidade encontrada procedida nova correição para comprovar se as falhas foram reição ordinária.
sanadas.
CAPÍTULO VI
451. Na hipótese de constatação de infração de dever funcional, o corregedor-chefe da Polícia RECOMENDAÇÕES FINAIS DAS CORREIÇÕES
Civil determinará a instauração de feito apuratório adequado, bem como ordenará as diligências
necessárias à sua instrução. 458. A correição poderá ser suspensa ou interrompida por motivo justificável, que poderá inclu-
sive ser divulgado para conhecimento de terceiros, por determinação do corregedor-chefe da
452. Serão arquivadas em pasta própria da Corregedoria da Polícia Civil as atas de instauração Polícia Civil.
dos trabalhos de correição realizados nas unidades policiais, para controle interno.
459. Sempre que conveniente, o corregedor-chefe da Polícia Civil transmitirá aos demais ór-
453. Cópia do relatório circunstanciado será juntada aos autos do processo instaurado em torno gãos da Polícia Judiciária sugestões para o aprimoramento dos serviços, resultantes das apura-
da correição. ções obtidas em correições.

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148 149 TÍTULO V • DOS PROCEDIMENTOS RELACIONADOS A CRIMES FUNCIONAIS DAS CORREIÇÕES NAS ATIVIDADES DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
460. O não cumprimento das solicitações da Corregedoria da Polícia Civil pelo responsável da 466. O sujeito ativo do crime de abuso de autoridade são aqueles descritos no art. 2º da Lei no
unidade policial constitui infração a dever funcional, sujeitando-o às sanções disciplinares cabíveis. 13.869/2019.

461. Segue, em anexo, a este capítulo destinado à correição, modelos de relatório de análise e § 1º Se o agente público invocar a sua condição de servidor público policial e descrever algu-
providências a serem adotados nos procedimentos analisados, bem como o de relatório final das ma das condutas típicas prevista na Lei no 13.869/2019, poderá ser considerado sujeito ativo
correições. de uma das condutas descritas como crime na Lei de Abuso de Autoridade mesmo que não
esteja no exercício do cargo ou função.

CAPÍTULO VII § 2º Ainda que esteja de férias ou licença, o agente público poderá ser considerado sujeito
DO ABUSO DE AUTORIDADE ativo do crime de abuso de autoridade.

462. Não existe o crime de abuso de autoridade na modalidade culposa, admite-se apenas o
§ 3º Os atos da vida privada praticados pelo servidor policial civil, em regra, não configuram
dolo direto.
abuso de autoridade, ressalvada a hipótese de infração administrativa por violação do decoro
ou da imagem da instituição.
I. A negligência, imprudência ou imperícia poderá, em tese, configurar ilícito funcional e/
ou responsabilização civil.
§ 4º As excludentes de ilicitude, a inexistência do fato e a negativa de autoria, quando reco-
II. O dolo eventual e o crime preterdoloso são incompatíveis com a tipificação dos crimes de
nhecidas por sentença penal, vinculam a apuração disciplinar da conduta apontada como
abuso de autoridade.
configuradora de abuso de autoridade

463. O crime de abuso de autoridade só poderá ser tipificado na sua forma dolosa, acrescido de
§ 5º Nos demais casos de absolvição na esfera criminal, não haverá vinculação direta com a
finalidade específica, trata-se do antigo dolo específico.
apuração disciplinar por abuso de autoridade.
Parágrafo único – A finalidade e específica consiste em prejudicar outrem ou beneficiar a si
mesmo ou a terceiro, ou, ainda, por mero capricho ou satisfação pessoal. § 6º Na hipótese de necessidade sacrificar o bem jurídico de terceiro que não seja o causador
do perigo, caberá ao Estado a reparação do dano, na forma prevista na Lei no 12.209/2011.
464. O crime de hermenêutica não foi contemplado na nova Lei de Abuso de Autoridade, tam-
pouco em qualquer outro instrumento normativo vigente no ordenamento jurídico nacional. 467. A condução coercitiva da testemunha ou do acusado representa restrição temporária da
Logo, a divergência de interpretação da lei, da avaliação de fatos ou das provas não configura o liberdade de locomoção e poderá configurar o tipo de art. 10 da Lei no 13.869/2019.
crime de abuso de autoridade.
468. Vencido o prazo da prisão temporária, sem prorrogação, o preso provisório deverá ser pos-
Parágrafo único – Ressalvados os casos de interpretação teratológicas, absolutamente anor- to em liberdade, independente de alvará, ofício ou quaisquer outras autorizações judiciais.
mais, absurdas e incompatíveis com os direitos fundamentais e as garantias constitucionais. Parágrafo único – Vencido o prazo da prisão temporária, o encarceramento passa a ser ilegal
e acrescido da finalidade especial do art. 1º, § 1º, em tese, configurará o crime de abuso de
465. O crime de abuso de autoridade gera responsabilização nas seguintes esferas: penal, civil autoridade previsto no art. 12.
e administrativa.

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150 151 TÍTULO V • DOS PROCEDIMENTOS RELACIONADOS A CRIMES FUNCIONAIS DAS CORREIÇÕES NAS ATIVIDADES DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
469. No caso de indiciado preso em decorrência de prisão preventiva, a autoridade policial de- 475. As condutas tipificadas no art. 13 da Lei no 13.869/2019 não se confunde com a hipóteses
verá concluir, relatar e remeter os autos do inquérito policial no mesmo prazo atribuído para a da Lei de Tortura, apesar da linha tênue. Em regra, na Lei de Tortura (9.455/1997) a vítima sofrerá
prisão em flagrante delito. física ou mentalmente.

Parágrafo único – O retardamento indevido, acrescido da finalidade especial do art. 1º, § 1º, Parágrafo único – O enquadramento na Lei de Abuso de Autoridade ou na Lei de Tortura
configurará o crime de abuso de autoridade. dependerá do caso concreto.

470. Cumprido o mandado de prisão temporária ou preventiva, o juiz que determinou a prisão 476. O interrogatório tem a natureza jurídica de meio de defesa.
deverá ser informado, imediatamente, do cumprimento da ordem judicial.
§ 1º Será assegurado ao interrogado o direto ao silêncio.
Parágrafo único – A comunicação não pode ultrapassar o prazo de 24 horas, similar ao prazo
da prisão em flagrante delito. § 2º Admitir-se-á o interrogatório seletivo, a critério da defesa técnica e/ou do interrogado.

471. Quando, excepcionalmente, a remessa da comunicação da prisão em flagrante, da prisão § 3º Na hipótese do interrogatório seletivo, é possível consignar as perguntas que serão res-
temporária e da prisão preventiva ocorrer fora do prazo de 24 horas, deverá ser justificada no pondidas ou não a exclusivo critério da defesa técnica e/ou do interrogado.
mesmo ato da comunicação tardia. § 4º Ressalvada a hipótese do interrogatório seletivo, não poderá a autoridade policial cons-
tar no termo do interrogatório nenhuma pergunta formulada ao investigado que invocar o
I. A ausência, injustificada, da comunicação da prisão flagrante, da prisão temporária e da direito ao silêncio, sob pena de tipificar o delito previsto no art. 15, parágrafo único, inciso
prisão preventiva configura o delito normativo do art. 12 da Lei no 13.869/2019. 1º, da Lei no 13.869/2019.
II. A finalidade é evitar que o preso seja prejudicado, no caso de futura condenação, em
face da detração.
477. Em regra, o interrogatório na fase inquisitorial não exige a presença de advogado ou defen-
sor público, ressalvada a hipótese do indiciado ou conduzido optar pelo direito de ser acompa-
472. A comunicação à família do preso aplica-se nos casos de prisão em flagrante, preventiva,
nhado por um defensor técnico.
temporária ou em virtude do não pagamento de pensão alimentícia. A finalidade é a de informar
à família o local onde o preso encontra-se custodiado.
478. Ressalvada a hipótese de flagrante delito, os interrogatórios serão feitos no período diurno.

473. A ausência da nota de culpa, no prazo de 24 horas, pode configurar o crime de abuso de
479. A entrevista pessoal com o seu defensor técnico é direito do preso e prerrogativa do ad-
autoridade.
vogado, logo o preso não pode ser impedido de exercer este direito, sob pena de configurar o
delito de abuso de autoridade previsto no art. 20 da Lei no 13.869/2019, desde que seja indicado
474. Na forma do art. 13, o constrangimento, a exibição, a exposição vexatória ou ordem para
o elemento normativo especial previsto no dispositivo 2.1.
que o investigado produza prova contra si mesmo configura o crime de abuso de autoridade.
Parágrafo único – Não serão admitidas como excludente de ilicitude as alegações de que o
§ 1º Existindo risco para o preso, seu advogado ou fundadas razões do iminente perigo de
constrangimento imposto ao preso decorre da necessidade: de informação à sociedade; da
resgate por facções criminosas, a entrevista pessoal poderá ser indeferida e postergada
prevenção geral e/ou da transparência da ação policial.
para momento específico, desde que seja fundamentada por escrito.

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152 153 TÍTULO V • DOS PROCEDIMENTOS RELACIONADOS A CRIMES FUNCIONAIS DAS CORREIÇÕES NAS ATIVIDADES DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
§ 2º Na hipótese da existência do risco para o preso, seu advogado ou fundadas razões do 483. A produção e o uso da prova obtida por meio ilícito configuram o crime tipificado no art. 25
iminente perigo de resgate por facções criminosas, a autoridade policial, ou na ausência da Lei no 13.869/2019.
deste, o servidor responsável pela custódia, antes de indeferir a entrevista pessoal, de-
verá solicitar o apoio da Polícia Militar ou Guarda Municipal para assegurar o direito de § 1º Considera-se como prova ilícita aquela que viola de princípio constitucional ou norma
entrevista do preso e a prerrogativa do advogado. legal.
§ 2º A produção e o uso da prova obtida por meio ilegítimo resultam na nulidade da prova
§ 3º O legislador inseriu o art. 7-B na Lei no 7.210, de 11 de julho de 1984 em flagrante confli- e das demais que lhe sejam resultantes por derivação e devem ser banidas dos autos do
to, na quantidade da pena, com o art. 20 da Lei no 13.869/2019. A falha do legislador deve inquérito policial.
ser solucionada com a aplicação da norma mais benéfica. Na hipótese, o art. 7-B na Lei no
7.210, que prevê pena de detenção de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. § 3º Considera-se como prova ilegítima aquela que viola norma processual.

480. O prazo razoável para esta entrevista será de 30 minutos. A entrevista pessoal tem a natureza § 4º Excepcionalmente, admite-se que o indiciado utilize a prova ilegal, para provar a sua ino-
jurídica de autodefesa e consiste em um dos consectários lógicos da garantia constitucional da cência, hipótese na qual não será expurgada dos autos do inquérito policial.
ampla defesa.
§ 5º A prova ilegal é gênero, das quais são espécies a prova ilícita e a prova ilegítima.
481. Invasão de domicílio praticada por servidor público no uso das prerrogativas do cargo ou
sob a alegação de ser ocupante do cargo público caracteriza o crime de abuso de autoridade 484. Diante da notícia de um ilícito penal ou administrativo, é dever da autoridade policial agir.
previsto no art. 22 da Lei no 13.869/2019. O delito do art. 27 da Lei no 13.869/2019 só estará configurado na hipótese de absoluta ausência
de indícios de crime ou de infração administrativa.
§ 1º O crime do art. 22 da Lei no 13.869/2019 não se limita à residência, casa ou local de tra-
balho, uma vez que usa a expressão imóvel. Logo quaisquer edificações, construções e § 1º Considera-se indício a prova indireta ou a prova semiplena.
terrenos, murados ou não, podem configurar o delito sobredito. § 2º A prova indireta é aquela que serve para confirmar ou negar uma afirmação.
§ 3º A prova semiplena consiste em um elemento de menor valor de convencimento.
§ 2º O consentimento para ingresso no imóvel, para ser válido, exige a declaração voluntária
do morador ou proprietário. 485. O art. 30 da Lei no 13.869/2019 traz como elemento do tipo o conceito aberto de “justa causa”.

§ 3º A voluntariedade, referida no parágrafo anterior, exige declaração escrita e assinada da § 1º A justa causa consiste em um suporte fático mínimo capaz de justificar o início da perse-
pessoa maior e capaz que autorizou a entrada. cução penal. A apuração não pode ser temerária, para tanto exige-se indício de autoria,
existência material do fato típico e prova da antijuridicidade.
482. O procedimento investigatório que obtém ou utiliza prova adquirida por meio ilícito gera a § 2º Dar início à persecução penal capaz de configurar o delito do art. 30 da Lei no 13.869/2019
nulidade desta prova e das demais que sejam decorrentes da ilicitude, por derivação. consiste na instauração abusiva e consciente da inocência ou ausência da justa causa.
§ 3º Proceder à persecução penal capaz de configurar o delito do art. 30 da Lei no 13.869/2019
Parágrafo único – A conduta descrita no 23 tipifica o crime capitulado no art. 25 da Lei no consiste na hipótese de iniciar uma persecução penal de boa-fé, durante a investigação
13.869/2019. descobre, claramente, a ausência da justa causa, contudo conclui com uma tese acusatória.

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154 155 TÍTULO V • DOS PROCEDIMENTOS RELACIONADOS A CRIMES FUNCIONAIS DAS CORREIÇÕES NAS ATIVIDADES DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
486. O retardamento que tipifica o delito do art. 31 da Lei no 13.869/2019 precisa ser despropor-
cional quando cotejado com o objeto da investigação, a complexidade do caso, suas diligências TÍTULO VI
e a acessibilidade dos meios de provas necessários para confirmar ou afastar a veracidade dos ATENDIMENTO E TRATAMENTO DE OCORRÊNCIAS ENVOLVENDO
fatos e circunstâncias apuradas art. 157 do CPP, alterado pela Lei no 11.690/2008; “São inadmis- REFÉNS TOMADOS E DEMAIS SITUAÇÕES DE CRISES INSTALADAS
síveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas
em violação a normas constitucionais ou legais. Trata-se de uma positivação do princípio da du- 490. Para fins de aplicação do que dispõe este capítulo do manual de procedimentos, conside-
ração razoável dos processos, que tem sede constitucional. ra-se situações de crise como “eventos cruciais que exige uma resposta especial da Polícia a fim
de assegurar uma solução aceitável”, são complexas e imprevisíveis, apresentam compressão de
487. É direito do interessado e/ou do seu advogado ter acesso aos elementos, provas e docu- tempo (urgência) para as medidas iniciais, entre outras características peculiares. Por isso devem
mentos que lhes digam respeito e juntados nos autos dos procedimentos de Polícia Judiciária. O receber tratamento diferenciado por parte da polícia com o objetivo de preservar as vidas das
retardamento ou a negativa de acesso tipifica o delito do art. 33 da Lei13.869/2019. pessoas envolvidas (policiais, reféns e causadores), bem como promover a aplicação da lei e o
restabelecimento da normalidade.
§ 1º Ressalvados os elementos, provas e documentos que digam respeito exclusivamente
a terceiro ou às diligências em curso e submetidas ao sigilo. 28.2 Concluída a diligência 491. Em todo o estado, a primeira equipe que chegar ao local onde está ocorrendo a situação de
sigilosa, o interessado ou seu defensor, este mediante procuração, terá acesso às provas, crise será denominada como equipe de 1ª INTERVENÇÃO que é responsável por:
elementos e documentos sigilosos.
I. IDENTIFICAR;
§ 2º As peças não sigilosas dispensam apresentação de procuração para o acesso do defensor. II. ACIONAR;
III. CONTER;
488. O art. 33 da Lei no 13.869/2019 tipifica como crime de abuso de autoridade a violação ao IV. ISOLAR;
princípio da legalidade. Trata-se de uma forma especial de constrangimento ilegal. V. VERBALIZAR.

§ 1º A conduta conhecida como “carteirada”, na qual o servidor público policial civil, valen- I. IDENTIFICAR a suposta Crise de modo a colher o maior número possível de informações a ela
do-se do cargo que ocupa, pretende eximir-me de obrigação imposta a todos, obtenção relacionadas como o número de causadores da crise, motivação do ato, armas de fogo, armas
de vantagem ou de privilégio indevido configura o crime previsto no art. 33, parágrafo brancas, presença de artefatos explosivos, número de reféns, pessoas feridas, local de confina-
único, da Lei no 13.869/2019. mento, vias de fuga, entre outras informações julgadas necessárias;

§ 2º Para a tipificação do art. 33 da Lei no 13.869/2019, caput e do parágrafo único do mesmo Para fins deste manual de procedimentos, consideram-se ocorrências críticas as seguintes:
artigo exige-se o nexo funcional.
a) ocorrências que envolvam reféns;
489. O art. 38 da Lei no 13.869/2019 pune criminalmente a conduta afoita e de má-fé do servidor b) ocorrências com artefatos explosivos;
policial responsável pela investigação que antecipar a atribuição de culpa ao investigado, antes c) ocorrências que envolvam pessoas com propósitos suicidas de posse de armas de fogo ou
de concluída a investigação. Pune-se o pré-julgamento inquisitorial. brancas;

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156 157 TÍTULO VI • ATENDIMENTO E TRATAMENTO DE OCORRÊNCIAS ENVOLVENDO REFÉNS TOMADOS E DEMAIS SITUAÇÕES DE CRISES INSTALADAS
d) ações de vulto praticadas por organizações criminosas; a) Ao chegar a equipe especializada da Coordenação de Operações Especiais – COE, a mesma
e) outras crises de natureza policial julgadas igualmente graves e complexas pelo Delegado Ge- assumirá a ocorrência e o 1º interventor deverá de pronto passar todas as informações colhidas
ral da Polícia Civil, especialmente quando possuidoras das características descritas. durante a verbalização inicial aos negociadores da CORE e informar ao causador a chegada da
equipe especializada para aquele tipo de situação que irá passar a conversar com o mesmo, essa
II. ACIONAR a COORDENAÇÃO DE OPERAÇÕES ESPECIAIS – CORE e ato continuo informar ao ação será realizada mediante orientação dos negociadores da COE.
CICOM sobre a ocorrência em andamento, para cidades onde não tem CICOM deverá informar
ao órgão responsável pelas comunicações, o Coordenador Geral da CORE informará a Delegada Parágrafo único: O Negociador Trata-se de policial Civil habilitado pela COE, formado em curso
Geral da Polícia Civil sobre a ocorrência e deslocará para atendimento a mesma, com especia- específico que utiliza de técnicas de negociação para estabelecer vínculo direto de mediação
listas nas 04 (quatro) alternativas táticas, (NEGOCIADORES, ARMAMENTOS MENOS LETAL, ATI- com o(s) causador(es) da crise na tentativa de persuadi-lo(s) à libertação do(s) refém(ns) e à ren-
RADORES DE PRECISÃO E EQUIPES DE OPERAÇÕES TÁTICAS ESPECIAIS), além do Gerente de dição, bem como procura coletar o maior número de informações acerca do ambiente e do de-
Crises para realizar o atendimento a ocorrência de crítica instalada. senvolvimento da ocorrência.

III. CONTER a crise, impedindo que ela se alastre e que o Causador tenha acesso a mais armas 492. Estrutura básica de equipe de 1ª Intervenção será formada por:
de fogo ou branca, munições, faça novas vítimas, consiga fugir ou conquiste posição vantajosa
sobre a polícia. I. Interventor Principal: Policial que irá deparar-se com a ocorrência em andamento e iniciará uma
verbalização com o causador de forma clara e calma, com o intuito de coletar o máximo de infor-
IV. ISOLAR a crise e o Causador, impedindo o acesso de terceiros curiosos, da imprensa, policiais mações para solução da ocorrência.
Civis e Militares estranhos a operação ao centro da crise, além de isolar o causador, sobretudo
por meio da interrupção ou bloqueio das comunicações dele com o mundo exterior, restringindo II. Interventor Secundário: Irá direcionar, apoiar e aconselhar o primeiro interventor. Poderá subs-
seus contatos de modo que o único canal de comunicação seja com o policial negociador. O iso- tituí-lo caso haja necessidade. Poderá acumular as funções de anotador e segurança.
lamento deve ser feito dentro de perímetros, utilizando-se de materiais de sinalização como co-
nes, fitas zebradas, cavaletes ou outros meios de fortuna. Sendo que no perímetro de isolamento III. Interventor anotador: Coletará o maior número de informações possível no transcorrer da cri-
interno só deverá permanecer a equipe de 1ª Intervenção, o causador da crise e as vítimas. Esse se. Registrar o que é positivo/negativo para o causador.
perímetro deve ter tamanho suficiente para manter as pessoas anteriormente descritas em uma
distância de segurança e para que não atrapalhe a condução da crise. IV. Segurança: O quarto policial envolvido ficará com a responsabilidade de promover a segu-
rança dos integrantes da equipe de primeira intervenção, zelando pela integridade física e a
V. VERBALIZAÇÃO com o (s) causador (es) da crise, que deve ser conduzida sempre de forma a dignidade de todos à sua volta. De acordo com as peculiaridades de cada área, considerar o uso
garantir a integridade física do policial 1º interventor, o qual, valendo-se de termos tranquilos e de escudo balístico.
objetivos, visará a desestimular o ato delituoso e a não potencializar os ânimos já exaltados, não
permitindo em hipótese alguma concessões de qualquer natureza ao(s) causadores(es), como V. Na ausência de policiais na equipe de intervenção as funções deverão ser acumuladas, só não
deixar ele fugir ou transferir a crise de local, ceder coletes balísticos, falar com parentes, falar com podendo acumular a de Interventor Principal, com qualquer outra função, pois é o mesmo quem
a imprensa, dá acesso a drogas de uso controlados ou restritos ou bebidas alcoólicas, alimentos verbaliza com o causador da crise.
em geral, entre outros.

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158 159 TÍTULO VI • ATENDIMENTO E TRATAMENTO DE OCORRÊNCIAS ENVOLVENDO REFÉNS TOMADOS E DEMAIS SITUAÇÕES DE CRISES INSTALADAS
493. Os órgãos de imprensa serão instados a se abster de transmitir imagens e/ou manter conta-
to com os envolvidos na ocorrência, se os responsáveis pela operação tática especial vislumbra- TÍTULO VII
rem a existência de riscos da respectiva intervenção. DO PLANEJAMENTO OPERACIONAL DE POLÍCIA JUDICIÁRIA

a) O Gerente da Crise é o responsável por designar o policial que irá prestar esclarecimentos e CAPÍTULO I
informações sobre a ocorrência para a imprensa, sob sua orientação do que falar, não devendo DEFINIÇÕES
nenhum outro policial que não o designado fazer declarações a qualquer veículo de mídia. De-
ve-se ainda ter cautela nas informações prestadas de forma a não agregar ou potencializar novos 495. Entende-se por operação as ações que demandam a reunião de recursos extraordinários,
elementos a situação crítica e de noticiar fatos que porventura possam comprometer a segurança notadamente, humanos e materiais, desde que submetidas a um processo de gestão padroniza-
ou aspectos técnicos e sigilosos da operação, bem como a integridade de todos os envolvidos do (planejamento, execução, controle e avaliação), para fins de potencialização dos resultados
na ocorrência. organizacionais, dentre as quais se destacam:

494. Após o término da ocorrência todos os envolvidos deverão ser levados à Delegacia Territo- I. Cumprimento de Mandado de Prisão;
rial, para que a autoridade policial tome as medidas cabíveis a ocorrência. II. Cumprimento de Mandado de Busca e Apreensão;
III. Cumprimento de Mandado de Condução Coercitiva;
IV. Transporte de alvos sensíveis e proteção de dignitários;

496. A Inteligência deve atuar em todas as fases da operação, inclusive após a sua deflagração,
quando desenvolverá ações para implantar e estimular a consciência situacional a fim de forne-
cer ao órgão de comando e controle a exata percepção do ambiente externo e suas circunstân-
cias, além dos eventos excepcionais que devem ser levados em consideração para o exercício
da decisão.

497. O planejamento envolve o gerenciamento da utilização dos recursos da Agência de Inteli-


gência (AI) e dos aspectos essenciais a conhecer, visando atender orientar a produção de conhe-
cimentos úteis, sensíveis e relevantes, necessários à tomada de decisão.

498. Ambiente Operacional. É o local onde são desenvolvidas ações especializadas voltadas para
a obtenção de dados e informações de Inteligência, o qual deve ser previamente delimitado vi-
sando identificar circunstâncias e fatores que dificultem a execução do plano operacional.

499. Ações de Busca. São todos os procedimentos realizados pelo conjunto ou parte dos agentes
do Elemento de Operações (ELO) de uma AI, a fim de reunir dados protegidos e/ou negados,

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160 161 TÍTULO VII • DO PLANEJAMENTO OPERACIONAL DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
num universo antagônico, de difícil obtenção. As Ações de Busca: Infiltração, Entrada e Intercep- II. Ambiente operacional, estabelecendo o local, data, horário e circunstâncias em que se dará a
tação de Sinais e de Dados, que necessitam de autorização judicial, são classificadas como ações operação;
de Inteligência Policial Judiciária. Tais ações são de natureza sigilosa e envolvem o emprego de
técnicas especiais visando à obtenção de dados (indícios, evidências ou provas de autoria ou III. Efetivo a ser empregado, considerando as atividades que envolvem a operação, e buscando
materialidade de um crime). minorar a ocorrência de confrontos, ou exposição de terceiros a danos colaterais;

500. Alvo. É o objetivo principal das ações policiais. Pode ser um objeto, uma pessoa, uma orga- IV. Recursos materiais, informacionais e tecnológicos que auxiliarão no alcance do objetivo da
nização, um local ou um evento de interesse da Segurança Pública. operação;

501. Operações de Inteligência. É o conjunto de ações desenvolvidas com o emprego de técni- V. Logística operacional, prevendo papéis e responsabilidades sobre as equipes e os alvos, além
cas e meios especializados, ordinariamente de caráter sigiloso, executadas de forma planejada, do roteiro para briefing e debriefing;
com vistas à obtenção de dados e informações negadas ou protegidas, necessários para a pro-
dução de conhecimento de Inteligência visando o auxílio em investigação criminal e planejamen- VI. Limites à atuação do Estado e produção da prova impostos legalmente durante a execução
to operacional. das ações operacionais.

CAPÍTULO II 504. O presidente da investigação deve, considerando a complexidade da diligência e objetivos


DO PLANEJAMENTO OPERACIONAL E SUAS ETAPAS pretendidos, analisar a necessidade de utilização do modelo padrão, ou a sua adaptação para as
dimensões da ação planejada.
502. O planejamento operacional de polícia judiciária é etapa fundamental a ser observada para
o cumprimento das diligências necessárias à instrução probatória no curso da investigação crimi- Parágrafo único. As operações que se enquadrem nas diretrizes da Portaria nº 210/2021, devem
nal, devendo ser utilizado em: ser previamente comunicadas à AEXPJ, para acompanhamento, apoio técnico e avaliação de
resultados, assim como ao Departamento de Inteligência Policial (DIP), diretamente, ou por meio
I. Ações de rotina e levantamento de dados preliminares; da estrutura orgânica desta natureza que integra a unidade operativa, que promoverá o assesso-
II. Deflagração de medidas assecuratórias. ramento dos decisores estratégicos.

503. Na atividade de planejamento operacional deverá ser observado, no que couber, roteiro e 505. Serão enquadradas como Operações Padronizadas de Polícia Judiciária do Estado da Bahia
modelo de Plano Pré-Operacional e o Plano Operacional estabelecidos no ANEXO do presente aquelas que adotarem como base o modelo ora apresentado em anexo, e atendam ao requisito
Manual, levando-se necessariamente em consideração os seguintes elementos, os quais deverão previsto na Portaria nº 210/2021.
ser detalhados caso a caso:
Parágrafo único. Ato do Delegado-Geral regulamentará operações de interesse estratégico/ins-
I. Objetivo da Operação, definindo os alvos e seu grau de periculosidade, a coleta de documen- titucional para fins de acompanhamento e controle da AEXPJ.
tos e dados, ou a apreensão de materiais de interesse da investigação, atentando-se rigorosa-
mente para as regras de cadeia de custódia da prova;

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162 163 TÍTULO VII • DO PLANEJAMENTO OPERACIONAL DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
506. O Roteiro e o Plano Operacional em anexo são modelos. O sigilo da operação, que não se X. Entende-se por:
confunde com o sigilo aplicado a documentos públicos, deverá ser classificado com o plane-
jamento em concreto, devendo ser considerada a sua finalidade, relevância e necessidade de a. ATIVIDADE DE INFORMAÇÃO: é a que tem por finalidade a produção de conhecimento que
difusão dos dados. habilite as autoridades governamentais, nos respectivos níveis e áreas de atribuição, à oportuna
tomada de decisões ou elaboração de planos, fornecendo subsídios à administração institucio-
507. Quando houver utilização de recurso típico da Atividade de Inteligência, ou, de outro modo, nal para a formulação, execução e acompanhamento de políticas próprias.
a característica intrínseca da operação assim demandar, a Agência Central do Sistema de Inteli-
gência da Polícia Civil, ou a estrutura orgânica desta natureza da unidade operativa, mobilizará b. ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA DE SEGURANÇA PÚBLICA: é a atividade técnico especializada,
recursos humanos para participação visando alcançar os seguintes objetivos: permanentemente exercida e orientada para a produção e salvaguarda de conhecimentos de
interesse da segurança pública que, por seu sentido velado e alcance estratégico, configurem
I. Proceder à análise de inteligência visando o processo de integração dos conhecimentos de segredos de interesse do Estado e das instituições, objetivando assessorar as respectivas chefias
inteligência previamente produzidos pelos órgãos operativos envolvidos na operação; em qualquer nível hierárquico.

II. Coordenar as atividades de inteligência da operação a fim de contribuir para o intercâmbio e c. COMANDO E CONTROLE: Constitui-se no exercício da autoridade e da direção que um co-
difusão de informações úteis e relevantes para sua execução; mandante tem sobre as forças sob o próprio comando, para o cumprimento da missão designa-
da. Viabiliza a coordenação entre a emissão de ordens e diretrizes e a obtenção de informações
III. Apresentar ao coordenador informações úteis e relevantes para auxiliar no processo decisório sobre a evolução da situação e das ações desencadeadas.
em todas as fases da operação;
d. CONHECIMENTO: é a representação de um fato ou de uma situação, real ou hipotético, de
IV. Manter a Direção Superior da Polícia Civil informada de todas as fases da Operação; interesse para a atividade de inteligência de segurança pública, com exame e processamento
pelo profissional de inteligência;
V. Contribuir para a implantação e manutenção da consciência situacional em auxílio aos servido-
res sobre os quais recaem as atribuições de comando e controle; e. CONSCIÊNCIA SITUACIONAL: Percepção precisa dos fatores e condições que afetam a execu-
ção da tarefa durante um período determinado de tempo, permitindo ou proporcionando ao seu
VI. Levantar os pontos sensíveis, as vulnerabilidades e os riscos potenciais e concretos à execução decisor, estar ciente do que se passa ao seu redor e assim ter condições de focar o pensamento
da Operação; à frente do objetivo. É a perfeita sintonia entre a situação percebida e a situação real.

VII. Elaborar Plano Pré-Operacional para a fase de execução da Operação; f. DADO: é qualquer representação de um fato ou de uma situação, passível de estruturação,
obtenção, quantificação e transferência, sem exame e processamento pelo profissional de inteli-
VIII. Estabelecer a ligação com as agências de Inteligência dos órgãos de Inteligência do Sistema gência de segurança pública;
Estadual de Inteligência de Segurança Pública;
g. INFORMAÇÃO: é o conjunto de dados que possui relevância e aplicação útil, exige unidade
IX. Estabelecer a ligação com os órgãos de Inteligência que integram o Subsistema de Inteligên- de análise e consenso em relação ao seu conteúdo.
cia de Segurança Pública.

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164 165 TÍTULO VII • DO PLANEJAMENTO OPERACIONAL DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
512. Para fins de organizar e manter atualizado banco de dados com informações coletadas e
TÍTULO VIII as estatísticas respectivas, relativo a ocorrências policiais e a infrações penais, de interesse da
DA DOCUMENTAÇÃO E ESTATÍSTICA POLICIAL investigação criminal, no âmbito da PCBA, o registro de dados e informações acerca de ocorrên-
cias e procedimentos policiais e de possíveis alterações nos mesmos obedecerá aos seguintes
508. Cabe à CDEP a gestão do arquivo criminal do estado da Bahia, de modo a proceder inser- conceitos:
ção e exclusão de dados, bem como a emissão dos certificados e Folha de Antecedentes Crimi-
nais - FAC, após a realização de consultas e pesquisas. I. Por registro de ocorrência entende-se a inserção em sistema eletrônico ou manual de
dados ou informações relativos à comunicação de fato de interesse policial, que gera do-
509. O Certificado de Antecedentes Criminais poderá ser solicitado pelo interessado, presen- cumento devidamente validado pela autoridade policial, denominado BO.
cialmente na CDEP ou nos postos SACs, via web, no sítio da SSP ou pelo e-mail institucional da II. Por registro de procedimento policial entende-se a inserção em sistema eletrônico ou
CDEP, manual de dados e informações sobre procedimentos técnicos afins à atividade de Polícia
Judiciária, tais quais inquéritos, termos e autos diversos.
510. A Folha de Antecedentes Criminais - FAC, solicitada por autoridades que não tenham aces- III. Sistema manual, aquele utilizado para fins de registro manual de BO, em livro cartorário
so ao SEI, será efetuada preferencialmente via e-mail institucional da CDEP, ou, excepcionalmen- de ocorrência, e de procedimentos policiais, com o uso de livro de ocorrências adminis-
te, pelos Correios e Telégrafos ou presencialmente, sempre por meio de ofício, cabendo a CDEP trativas.
a remessa nesses mesmos moldes. IV. Sistema de Gestão Estatística – SGE, utilizado para fins de inserção de dados e informa-
ções sobre ocorrências e procedimentos policiais relevantes e registros complementares
511. A estatística policial será efetuada de acordo com o quanto descrito na forma na Instrução para a produção de estatísticas de interesse da segurança pública, oriundos dos sistemas
Normativa nº 001, de 11 de julho de 2019, enquanto perdurar o processo de implantação de corporativos até a plena implantação do procedimento policial eletrônico.
procedimento policial eletrônico nas unidades policiais. V. Consideram-se ocorrências e procedimentos policiais relevantes e registros comple-
mentares todos aqueles que resultem na necessidade de lançamento de dados no
I. Os órgãos da Polícia Civil do Estado da Bahia deverão observar os procedimentos pre- SGE.
vistos na legislação pertinente e o disposto na instrução que regulamenta o SGE, para o VI. Sinesp PPE é o principal sistema utilizado pela PCBA para fins do registro de ocorrên-
registro de dados e informações necessários para a produção das estatísticas criminais, cias e procedimentos policiais, até o pleno funcionamento de procedimento policial
enquanto perdurar as condições do caput deste artigo. eletrônico, admitindo-se o uso de livros em unidades policiais que eventual e tempo-
II. São responsáveis pelo cumprimento desta Instrução os órgãos que integram a estrutura rariamente não reúnam as condições técnicas ou operativas necessárias para o seu
organizacional da Polícia Civil do Estado da Bahia, instituída nos termos da Lei nº 11.370, funcionamento.
de 4 de fevereiro de 2009.
III. Compete aos gestores dos órgãos da Polícia Civil a supervisão do cumprimento das 513. À autoridade presidente do inquérito policial ou do TCO compete remeter à CDEP, quando
orientações para documentação e registro de dados e informações necessários para a da solicitação da inclusão do nome do investigado no banco de dados do arquivo criminal, para
produção das estatísticas criminais, emissão dos Certificados e das Folhas de Anteceden- fins de indiciamento, cópias do relatório do inquérito policial e do boletim individual, contendo
tes Criminais, no âmbito dos mesmos e das unidades operativas vinculadas ao órgão sob a infração penal que lhe é imputada e a sua qualificação.
sua gestão, responsabilidade dos seus titulares, quando for o caso.

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166 167 TÍTULO VIII • DA DOCUMENTAÇÃO E ESTATÍSTICA POLICIAL
IV. Está autorizado a falar em nome da Polícia Civil do Estado da Bahia o delegado de polícia
TÍTULO IX que conduz a investigação, ou pessoa especificamente designada para este fim.
DA COMUNICAÇÃO SOCIAL POLICIAL V. É vedado ao delegado de polícia, quando de entrevistas, a emissão de opiniões pessoais
sobre investigados e investigações em andamento, devendo sempre ser preservada a
514. A comunicação social da Polícia Civil do Estado da Bahia é desenvolvida pela Assessoria de posição oficial e institucional.
Comunicação Social – Ascom, conforme dispositivo da Lei Orgânica da PCBA, que deverá seguir VI. As entrevistas coletivas serão sempre convocadas pelo setor de comunicação, sendo ve-
os seguintes preceitos: dado ao delegado de polícia a convocação de coletivas sem a prévia anuência do dele-
gado-geral da Polícia Civil.
I. disseminação de informações sobre assuntos essenciais ao interesse público; VII. É vedada a exposição de material arrecadado e apreendido como resultados de opera-
II. preservação da intimidade e a garantia da presunção de não culpa constitucional; ção policial, sem a observância do processo de controle envolvendo as embalagens, eti-
III. o sigilo necessário à elucidação do fato e o interesse da sociedade; quetas e artefato para lacre do material, observadas as adequações à cadeia de custódia
IV. zelar para o uso adequado das regras contidas na Portaria GDG 754, 6/12/2019, que ins- da prova.
tituiu a padronização de identidade visual, no âmbito da PCBA. VIII. Nas entrevistas que conceder, o delegado de polícia limitar-se-á a informar sobre os
crimes que estão sendo investigados, os recursos empregados e outras informações que
Parágrafo único – É vedada a publicidade que, direta ou indiretamente, caracterize promoção digam respeito aos atos não sigilosos da operação, devendo se abster de divulgar:
pessoal de autoridade ou de servidor público. a) o nome dos investigados;
b) as técnicas de investigação utilizadas;
515. Deverão ser adotadas as seguintes condutas na divulgação de informações sobre investiga- c) informações sigilosas que constem dos autos;
ções e procedimentos policiais executados nas unidades policiais: d) outras informações que possam comprometer as investigações.
IX. Serão observadas em relação aos investigados as mesmas prescrições contidas em rela-
I. Toda e qualquer operação que possa gerar repercussão nos meios de comunicação de- ção à imagem dos presos.
verá ser informada à Ascom, antecipadamente para acompanhamento das diligências X. É vedada a difusão de releases e informações relativas a prisões e investigações policiais
decorrentes, ressalvados os cuidados com o sigilo policial, para que, juntamente com o sem a prévia revisão do setor de comunicação da Ascom.
delegado-geral, decidam a estratégia de comunicação relacionada à divulgação e reper- XI. É vedada a criação, na rede mundial de computadores, de sítios, páginas em redes so-
cussão dos fatos de interesse público envolvidos na investigação; ciais, perfis públicos, blogs e correlatos, relacionados às unidades administrativas da Po-
II. A Assessoria Executiva de Planejamento de Operações de Polícia Judiciária – AEXPJ en- lícia Civil do Estado da Bahia, devendo as divulgações institucionais publicitárias e infor-
viará para a Ascom calendário permanente e/ou eventual, das operações de caráter fisca- mativas serem feitas de forma centralizada por meio do setor de comunicação, utilizando
lizatório/preventivo, de interesse social; os meios e canais oficiais da Polícia Civil.
III. Nos casos em que o delegado de polícia entender por pertinente o acompanhamento XII. Durante entrevista aos meios de comunicação, deverá ser adotada a seguinte vestimenta:
de veículos de mídia externos em operações policiais, deverá ser o pedido encaminhado a) para os delegados de polícia, terno e gravata ou padrão de uniforme operacional,
à Ascom, que por meio de despacho fundamentado analisará a pertinência da participa- conforme a situação;
ção, equipamentos necessários à segurança dos envolvidos, bem como prévia participa- b) para as delegadas de polícia, traje social ou padrão uniforme operacional, confor-
ção do setor de comunicação na seleção de imagens a serem utilizadas para divulgação, me a situação.
ouvido o delegado-geral.

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168 169 TÍTULO IX • DA COMUNICAÇÃO SOCIAL POLICIAL
Parágrafo único – O delegado-geral poderá, em qualquer caso que entender necessário, avo-
car a divulgação sobre as atividades policiais, bem como delegá-la. TÍTULO X
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E FINAIS
516. A Ascom elaborará estatística mensal de participação, visibilidade e divulgação institucional,
bem como sobre as páginas em redes sociais, a prática de “ações sociais” pela PCBA, perfis públicos, 517. É dever do policial civil trajar-se de forma compatível com o decoro da função, usar unifor-
blogs e sites, a fim de consubstanciar o processo de acompanhamento de indicadores de desempe- me padronizado quando previsto, especialmente em operações ostensivas, e dispensar trata-
nho relacionado à área, e correspondente processo decisório quanto à imagem institucional. mento adequado, célere e eficiente ao cidadão e/ou usuário em geral dos serviços prestados
pela instituição, bem como observar o uso adequado das regras contidas na Portaria GDG 754,
6/12/2019, que instituiu a padronização de identidade visual, no âmbito da PCBA.

518. Em conformidade com as orientações dos órgãos de controle externo, e na legislação que
rege a matéria, as diárias a que faz jus o servidor em deslocamento serão solicitadas pelo delega-
do titular da sua unidade, em requerimento padrão dirigido ao diretor do departamento a cuja
unidade policial seja subordinada.

§ 1º Deverá ser utilizado o requerimento padrão a que se refere o caput deste artigo, que se
encontra no anexo deste manual, disponível no site http://www.policiacivil.ba.gov.br/down-
loads/solicitacao-de-diarias.pdf.

§ 2º As diárias serão solicitadas antes do deslocamento do servidor, exceto em casos urgen-


tes, dentre outros, como o deslocamento para a lavratura de auto de prisão em flagrante e
de termo circunstanciado de ocorrência, cumprimento de mandados de prisão e diligências
requeridas pelo Poder Judiciário, desde que assinalado o caráter de urgência da diligência
pela autoridade requisitante.

§ 3º A autoridade policial providenciará para que seja preenchido o formulário do mapa diá-
rio de controle de viatura, necessário ao devido registro do deslocamento de viaturas de
qualquer natureza, cujo modelo se encontra disponibilizado no site eletrônico: http://www.
policiacivil.ba.gov.br/downloads/mapa-diario-de-controle-dviaturas.pdf.

506. Compete ao investigador de polícia alimentar sistemas corporativos e elaborar relatórios de


suas atividades, especificando os resultados das diligências por ele realizadas, de forma a atestar
sua produtividade e possibilitar a retomada das diligências por outro policial.

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170 171 TÍTULO X • DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E FINAIS
519. As autoridades policiais deverão abster-se da divulgação, pelos órgãos de comunicação, de çada (Provita), ou a outro programa oficial similar, visando a seu ingresso.
imagens de pessoas tidas como suspeitas ou indiciadas em inquéritos policiais, face aos princí-
pios estatuídos nos incisos X, XLI, XLIX e LVII, do art. 5º da Constituição Federal, salvo quando por Parágrafo único – A solicitação será dirigida ao Departamento de Homicídio e Proteção à Pes-
elas formalmente autorizada. soa (DHPP), que a encaminhará ao respectivo programa.

520. A autoridade policial designada para instaurar ou dar prosseguimento a inquérito policial 527. Todos os órgãos e unidades deverão rever e atualizar os fluxogramas, rotinas e árvore de
em caráter especial ficará vinculada ao feito até sua efetiva conclusão, independentemente de documento no SEI e outros sistemas corporativos, visando possibilitar a efetivação de todos os
lotação, salvo por determinação em contrário do delegado-geral da Polícia Civil. atos procedimentais previstos neste manual.

Parágrafo único – Concluído o procedimento, a autoridade policial remeterá cópia do seu 528. Os casos omissos serão resolvidos pelo Delegado-Geral, que poderá consultar o Conselho
relatório à autoridade resignante. Superior de Polícia Civil.

521. A autoridade policial, antes de iniciar o interrogatório, cientificará o investigado, quando


couber, acerca dos benefícios da confissão e da delação premiada.

522. O escrivão diligenciará para arquivar em pasta própria todos os documentos expedidos ou
recebidos na sua unidade, excetuando-se aqueles vinculados aos procedimentos policiais.

523. Nas inquirições de servidores públicos efetivos, especialmente policiais, bastará consignar
o endereço da unidade de lotação, dispensando-se o endereço de residência, nos termos do art.
76, parágrafo único, do Código Civil Brasileiro.

524. As notícias de crimes registradas em outras unidades, cuja apuração é de atribuição espe-
cífica de delegacias especializadas, a estas deverão ser comunicadas com toda brevidade, por
meio de ofício, fax ou e-mail institucional ou outro meio digital institucional, para a adoção das
pertinentes providências.

525. A autoridade policial comunicará à Polícia Federal o extravio, perda, furto, roubo, recupera-
ção ou apreensão de armamento em procedimentos policiais no prazo de 48 horas.

526. Quando a autoridade policial, no curso de investigação, se deparar com vítima ou testemu-
nha sob ameaça, e exposta a grave e a atual perigo em virtude de colaboração ou de informa-
ções prestadas, deverá encaminhá-la ao Programa de Proteção à Vítima e à Testemunha Amea-

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172 173 TÍTULO X • DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E FINAIS
A N EX O I D A I N S T R U Ç Ã O N O R M A T I V A
Nº. 04 DE 1º DE MARÇO DE 2022

MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA


CAPA DE AUTOS DE INQUÉRITO POLICIAL PORTARIA DE INQUÉRITO POLICIAL

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176 177 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
MANDADO DE INTIMAÇÃO ORDEM DE MISSÃO – OM

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178 179 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
INSTRUÇÕES DE PREENCHIMENTO DA ORDEM DE MISSÃO – OM RELATÓRIO DE INVESTIGAÇÃO CRIMINAL – RIC

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180 181 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
INSTRUÇÕES DE PREENCHIMENTO DO RELATÓRIO DE INVESTIGAÇÃO CRIMINAL – RIC RELATÓRIO TÉCNICO CIRCUNSTANCIADO DE INVESTIGAÇÃO

RELATÓRIO TÉCNICO CIRCUNSTANCIADO DE INVESTIGAÇÃO

DADOS DO FATO
OCORRÊNCIA Nº PROCEDIMENTO GERADO Nº
DPC REQUISITANTE:
DATA DO FATO: DT/DE/COORPIN:
ENDEREÇO DO
FATO:
MUNICÍPIO/UF:
TELEFONE (DDD): CELULAR (DDD)
VÍTIMA(S)
NARRATIVA DO FATO

TIPO DE ESTUDO (JUSTIFICA R SE NÃO OBTIVER ÊXITO ) EFETUADA


 SIM  NÃO
 SIM  NÃO
 SIM  NÃO
 SIM  NÃO
 SIM  NÃO
METODOS DE INVESTIGAÇÃO (JUSTIFICA R SE NÃO OBTIVER ÊXITO )
Método Indutivo  Sim  Não Método Dedutivo  Sim  Não Método Empírico  Sim  Não
Evidência  Sim  Não Outro  Sim  Não
MÉTODO UTILIZADO PARA ANÁLISE (JUSTIFICAR SE NÃO OBTIVER ÊXITO )
Exame  Sim  Não Vistoria  Sim  Não Indagação  Sim  Não
Mensuração  Sim  Não Avaliação  Sim  Não Certificação  Sim  Não
DESCRIÇÃO DA ANÁLISE

HÁ NECESSIDADE DE EXAMES COMPLEMENTARES? SE SIM, QUAL?  SIM  NÃO

ANALISTA ANALISTA REVISOR


NOME:
CADASTRO/CARGO:

(CONTINUA)

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182 183 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
(CONTINUAÇÃO) TERMO DE DECLARAÇÕES
RELATÓRIO TÉCNICO CIRCUNSTANCIADO DE INVESTIGAÇÃO

Instrução de Preenchimento

Esse formulário tem o objetivo de registrar os vestígios coletados por investigador analista, em
investigação onde ocorreu suposta ação criminal e produzir informação técnica que possa trazer
elementos de convicção sobre fatos.
O relatório técnico será o resultado de algum exame, avaliação ou ação específica que tenha sido realizada
por policial civil que detenha conhecimento técnico-especializado, prático ou investigativo. Assim, o
objeto/vestígio que originou um relatório técnico terá algum exame parcial ou análise sobre determinada
coleta. O relatório técnico – servirá para complementar um estudo maior sobre um fato questionado e poderá
ainda ser embasado por exame pericial complementar, quando formatizado pedido pelo delegado de polícia
que identificar sua necessidade.
NARRATIVA DO FATO
A narrativa deverá ser circunstanciada, detalhada, contendo informações acerca do objeto/vestígio, de
como foi coletado ou ainda entregue.

TIPO DE ESTUDO
Descrever o estudo efetuado em relação a cada objeto/vestígio (em separado) encontrado no local do
fato.
METODOS DE INVESTIGAÇÃO
Parte de várias determinações particulares para encontrar uma determinação geral
Método indutivo que as une. A indução se vale muito da observação científica, da relação e da
generalização.
Ao contrário do indutivo, o método dedutivo parte de uma análise do partic ular e
Método dedutivo também do geral para encontrar que respostas busca. O processo dedutivo se vale
muito da lógica como elemento de investigação.
É um método criado para testar a validade de teorias e hipóteses em um contexto
Método empírico de experiência. O método empírico gera evidências, uma vez que aprendemos
fatos através das experiências vividas e presenciadas, para obter conclusões.

Conjunto de informações utilizados para confirmar ou negar uma teoria ou hipótese


Evidência
científica, e ela somente existirá através de pesquisas científicas.

MÉTODO UTILIZADO PARA ANÁLISE (JUSTIFICAR SE NÃO OBTIVER ÊXITO )

Exame É um método de análise de livros, registros de transações e documentos .

Trata-se de diligência que objetiva a verificação e a constatação de situação, coisa


Vistoria
ou fato, de forma circunstancial.
Busca de informações mediante entrevista com conhecedores do fato ou
Indagação
proprietários do objeto relacionado ao vestígio.

Mensuração Ato de qualificação e quantificação física de coisas, bens, direitos e obrigações

Ato de estabelecer o valor de coisas, bens, direitos, obrigações, despesas e


Avaliação
receitas
Ato de atestar a informação trazida ao relatório ou ao parecer pelo analista.
Certificação

DESCRIÇÃO DA ANÁLISE DO VESTÍGIO


Aqui o analista deverá descrever a forma e métodos utilizados para a análise do objeto/vestígio.

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184 185 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
TERMO DE DECLARAÇÕES COM REPRESENTAÇÃO TERMO DE DECLARAÇÕES COM REPRESENTAÇÃO
(INQUIRIÇÃO POR VIDEOCONFERÊNCIA/AUDIÊNCIA TELEPRESENCIAL)

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186 187 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
TERMO DE DEPOIMENTO TERMO DE ACAREAÇÃO

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188 189 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
OFÍCIO DE EXPEDIÇÃO DE CARTA PRECATÓRIA AUTO DE RECONHECIMENTO

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190 191 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
AUTO DE RECONHECIMENTO FOTOGRÁFICO RELATÓRIO CIRCUNSTANCIADO DE INGRESSO EM DOMICÍLIO

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192 193 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
AUTO CIRCUNSTANCIADO DE BUSCA DOMICILIAR COM ARRECADAÇÃO DE PROVAS AUTO CIRCUNSTANCIADO DE BUSCA DOMICILIAR SEM ARRECADAÇÃO DE PROVAS

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194 195 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
TERMO DE CONSENTIMENTO DE BUSCA DOMICILIAR AUTO DE EXIBIÇÃO E APREENSÃO

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196 197 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
AUTO DE ENTREGA (DE COISAS SOMENTE ARRECADADAS) AUTO DE RESTITUIÇÃO (DE COISAS FORMALMENTE APREENDIDAS)

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198 199 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
AUTO DE QUALIFICAÇÃO E INTERROGATÓRIO BOLETIM INDIVIDUAL (DO INDICIADO)

(CONTINUA)

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200 201 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
(CONTINUAÇÃO) OFÍCIO À CDEP DE COMUNICAÇÃO DE INDICIAMENTO DE
BOLETIM INDIVIDUAL (DO INDICIADO) SOLICITAÇÃO DE ANTECEDENTES CRIMINAIS

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202 203 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
TERMO DE TRASLADO RELATÓRIO FINAL

(CONTINUA)

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204 205 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
(CONTINUAÇÃO) AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE (CAPA)
RELATÓRIO FINAL

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206 207 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
RECIBO DE ENTREGA DO PRESO (AO CONDUTOR DO PRESO EM FLAGRANTE) TERMO DE DEPOIMENTO DO CONDUTOR

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208 209 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
TERMO DE DEPOIMENTO DA PRIMEIRA TESTEMUNHA TERMO DE DEPOIMENTO DA SEGUNDA TESTEMUNHA

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210 211 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
TERMO DE DECLARAÇÕES DA VÍTIMA TERMO DE INTERROGATÓRIO DO CONDUZIDO

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212 213 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
NOTA DE CULPA TERMO DE RECUSA/IMPOSSIBILIDADE DE ASSINATURA

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2023


214 215 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
PADRÃO PARA DIVULGAÇÃO DE PESSOA DESAPARECIDA REGISTRO DE PESSOA DESAPARECIDA

GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA


SECRETARIA DA SEGURANÇA PÚBLICA
DELEGACIA DE HOMICÍDIO E PROTEÇÃO A PESSOA - DHPP
DELEGACIA DE PROTEÇÃO A PESSOA – DPP
_____________________________________________________________________________________________________________________________ ____

REGISTRO DE PESSOA DESAPARECIDA – RPD N° /20 -


FATO
REINCIDENTE: ☒ Não ☐ Sim Data do registro: / /2023 Nª Ocorrência: /2023 DELEGACIA DIGITAL: ☐
Data do desaparecimento: / /2023 Horário do desaparecimento: h0min
Local de desaparecimento:
Rua/Av: Nº: Complemento: Bairro: Cidade: UF: BA
Traje que utilizava:
Histórico do fato:
QUALIFICAÇÃO DO COMUNICANTE

Nome: Identidade: CPF: UF: BA Sexo: Profissão:


Estado Civil: Data de nascimento: Naturalidade: Grau de parentesco:
Filiação, Pai: e Mãe:
Endereço residencial:
Rua/Av: - Nº: Complemento: Bairro: Cidade: UF: BA
Telefone 1: Telefone 2: Telefone 3:

PESSOA DESAPARECIDA
Nome: Identidade: CPF: UF: Sexo: Estado Civil: Idade: anos Data
de nascimento: Naturalidade: ) Profissão: Filiação, Pai: e Mãe:
Orientação sexual:

Endereço:
Rua/Av: Nº: Complemento: Bairro: Cidade: UF:
Telefone 1: Telefone 2: Telefone 3:
Possui Filhos: ☐ Não ☐ Sim, Quantos?

Possui irmãos: ☐ Não ☐ Sim, Nome e telefone:


Portava objetos pessoais: ☐ Não ☐ Sim, Quais?
Características Físicas:
Cor/Olhos: Raça/Cor: Compleição Física: ☐Gordo ☐ Forte ☐ Magro | ☐ Alto ☐ Mediano ☐ Baixo
Comprimento dos cabelos: ☐ Curto ☐ Médio ☐ Longo
Cor dos cabelos: ☐ Natural ☐ Colorido | ☐ Pretos ☐ Castanhos ☐ Louros ☐ Ruivos ☐ Grisalhos ☐ Outros,
Perfil do desaparecido:
Fumante: ☐ Não ☐ Sim
Faz uso de álcool: ☐ Não ☐ Sim, Qual:
Faz uso de medicamentos: ☐ Não ☐ Sim, Qual:
Usuário de drogas: ☐ Não ☐ Sim, Qual?
Problema de saúde mental: ☐ Não ☐ Sim, Qual:
Prótese: ☐ Não ☐ Sim, Qual?
Fraturas: ☐ Não ☐ Sim, Qual?
Peculiaridade(s) e Deformidades:

(CONTINUA)

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2023


216 217 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
(CONTINUAÇÃO) TERMO CIRCUNSTANCIADO DE OCORRÊNCIA
REGISTRO DE PESSOA DESAPARECIDA

GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA


SECRETARIA DA SEGURANÇA PÚBLICA
DELEGACIA DE HOMICÍDIO E PROTEÇÃO A PESSOA - DHPP
DELEGACIA DE PROTEÇÃO A PESSOA – DPP
_____________________________________________________________________________________________________________________________ ____

Já foi submetida a alguma cirurgia? ☐ Não ☐ Sim, Qual:


Já sofreu lesão por projétil de arma de fogo (PAF): ☐ Não ☐ Sim, Onde:
Possui implante cirúrgico? ☐ Não ☐ Sim, Onde:
Já passou por internamentos prévios: ☐ Não ☐ Sim, Em que local e motivo:
Tatuagem: ☐ Não ☐ Sim, Qual:
Cicatriz: ☐ Não ☐ Sim, Onde:
Deficiência física: ☐ Não ☐ Sim, Qual?
Já fez algum tratamento odontológico: ☐ Não☐ Sim, Dentista ou clínica:
Possui implantes dentários: ☐ Não ☐ Sim, Quando foi realizado?
Particularidades:
Estudante: ☐ Não ☐ Sim, Instituição?
Relação de amizades:
Namorado (a): ☐ Não ☐ Sim, Nome?
Amigo (a): Telefone: Endereço:
Amigo (a): Telefone: Endereço:
Rede Social:
Facebook: ☐ Não ☐ Sim, Qual?
Instagram: ☐ Não ☐ Sim, Qual?
Dados financeiros:
☐ Não ☐ Sim, Qual?
Em caso de Mulher:
Já teve filhos: ☐ Não ☐ Sim
Está grávida: ☐ Não ☐ Sim, Tempo de gestação:
Usa Diu: ☐ Não☐ Sim

☒ Autorizo ☐ Não autorizo a divulgação de imagem (foto), em meios público, através da Internet, Intranet e mídia,
televisionada, quer escrita, quer rádiofusão, quer bus Tv, da pessoa abaixo qualificada.
Na condição de Comunicante assumo total responsabilidade, tanto civil quanto criminal, pelas informações prestadas no Boletim de Ocorrência, bem como neste Registro de Pessoa
Desaparecida – RPD, sob pena da Lei. Assumo também, o compromisso de informar por qualquer meio de comunicação (telefone, email, etc) e reto rnar a esta especializada, quando
da localização do desaparecido para da baixa da ocorrência.
Art. 299 do Código Penal Brasileiro
Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar ou nele inserir ou fazer inserir declaração fal sa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de
prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante.
Pena – Reclusão de um a cinco anos, e multa, se o documento é publico, e reclusão de um a três anos, e multa, se o documento é pa rticular.

_________________________________________________________________
Comunicante

Responsável pelo preenchimento ___________________________________

de de 2023 Escrivão de Polícia

_________________________________________

Delegada de Polícia

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218 219 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
IDENTIFICAÇÃO DE TESTEMUNHAS TERMO DE DECLARAÇÕES

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220 221 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
TERMO DE DECLARAÇÕES COM REPRESENTAÇÃO TERMO DE DECLARAÇÕES - DELITOS DE AÇÃO PENAL PRIVADA

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222 223 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
TERMO DE DECLARAÇÕES - AUTOR DO FATO - TCO TERMO DE DEPOIMENTO

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224 225 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
REMESSA FICHA DE ACOMPANHAMENTO INICIAL EM SEQUESTROS

FICHA DE ACOMPANHAMENTO INICIAL EM SEQUESTROS

DADOS DA VÍTIMA
NOME: Clique ou toque aqui para inserir o texto.
DATA DE NASCIMENTO:Clique ou toque aqui para inserir o texto. IDADE Clique ou toque aqui para
inserir o texto. NATURALIDADE: Clique ou toque aqui para inserir o texto.
PAI: Clique ou toque aqui para inserir o texto. MAE:Clique ou toque aqui para inserir o texto.
RG :Clique ou toque aqui para inserir o texto. CPF:Clique ou toque aqui para inserir o texto.
ESCOLARIDADE: Clique ou toque aqui para inserir o texto.
RELIGIÃO: Clique ou toque aqui para inserir o texto. ORIENTAÇÃO SEXUAL: Clique ou toque aqui
para inserir o texto.
ENDEREÇO RESIDENCIAL: Clique ou toque aqui para inserir o texto.
TELEFONES: Clique ou toque aqui para inserir o texto.
ENDEREÇO COMERCIAL: Clique ou toque aqui para inserir o texto. TELEFONES COMERCIAIS:
Clique ou toque aqui para inserir o texto.
RAMO DE ATIVIDADE PROFISSIONAL: Clique ou toque aqui para inserir o texto.
RENDA MENSAL: R$ Clique ou toque aqui para inserir o texto.
FAZ USO DE ALGUM MEDICAMENTO ? ☐ NÃO ☐ SIM
QUAIS ? Clique ou toque aqui para inserir o texto. QUAL A COMORBIDADE? Clique ou toque
aqui para inserir o texto.
POSSUI ALGUMA PASSAGEM POLICIAL ? MOTIVO?
☐ NÃO ☐ SIM
Clique ou toque aqui para inserir o texto.
QUANTAS PESSOAS MORAM NA CASA: Clique ou toque aqui para inserir o texto.
A FAMILIA POSSUI ALGUMA DIVIDA CONTRAIDA ? ( EXPLICAR ):
☐ NÃO ☐ SIM
Clique ou toque aqui para inserir o texto.
RECENTE MENTE FEZ RECEBEU ALGUM VALOR EM DINHEIRO ACIMA DO NORMAL?
☐ NÃO ☐ SIM
QUAL A RENDA BRUTA MENSAL DA FAMILIA E DE ONDE VEM ESSA RENDA? R$ Clique ou toque
aqui para inserir o texto.

(CONTINUA)

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226 227 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
(CONTINUAÇÃO) (CONTINUAÇÃO)

FICHA DE ACOMPANHAMENTO INICIAL EM SEQUESTROS FICHA DE ACOMPANHAMENTO INICIAL EM SEQUESTROS

QUAIS OS BENS QUE A FAMILIA POSSUI E VALORES? Clique ou toque aqui para inserir o texto. ALGUM PARENTE PROXIMO DE BOAS CONDICOES FINACEIRAS? QUEM? CONTATO?
☐ NÃO ☐ SIM
HOUVE REFORMAS RECENTES NAS PROPRIEDADES DA FAMIIA? EXPLICAR
Clique ou toque aqui para inserir o texto.
☐ NÃO ☐ SIM
Clique ou toque aqui para inserir o texto. ALGUMA INFORMAÇÃO QUE QUEIRA COMPLEMENTAR?
ALGUM FUNCIONÁRIO DEMITIDO DE FORMA CONTURBADA? NOMES, FUNÇÃO E HÁ QUANTO ☐ NÃO ☐ SIM
TEMPO ESTAVA COM A FAMILIA? Clique ou toque aqui para inserir o texto.
☐ NÃO ☐ SIM

Clique ou toque aqui para inserir o texto.


POSSUI EMPREGADOS NA RESIDNECIA? NOME E HÁ QUANTO TEMPO ESTA NA CASA? DADOS DOS MORADORES DA CASA
☐ NÃO ☐ SIM
Clique ou toque aqui para inserir o texto.
ALGUM EX FUNCIONARIO OU ATUAL QUE JÁ SE ENVOLVEU COM O CRIME?
☐ NÃO ☐ SIM NOME: Clique ou toque aqui para inserir o texto. PARENTESCO / RELAÇÃO COM A VÍTIMA: Clique ou
Clique ou toque aqui para inserir o texto. toque aqui para inserir o texto.
ALGUM RELACIONAMENTO AMOROSO? NOME E HÁ QUANTO TEMPO? DATA DE NASCIMENTO: Clique ou toque aqui para inserir o texto. IDADE: Clique ou toque aqui
☐ NÃO ☐ SIM para inserir o texto. NATURALIDADE: Clique ou toque aqui para inserir o texto.
Clique ou toque aqui para inserir o texto.
PAI: Clique ou toque aqui para inserir o texto. MAE: Clique ou toque aqui para inserir o texto.
ESTAVA SOFRENDO AMEAÇAS? DESCREVER
RG: Clique ou toque aqui para inserir o texto. CPF: Clique ou toque aqui para inserir o texto.
☐ NÃO ☐ SIM
ESCOLARIDADE: Clique ou toque aqui para inserir o texto.
Clique ou toque aqui para inserir o texto.
RELIGIÃO: Clique ou toque aqui para inserir o texto. ORIENTAÇÃO SEXUAL: Clique ou toque aqui
POSSUI CÂMERAS NA CASA? ☐ NÃO ☐ SIM para inserir o texto.
VIU ALGUMA MOVIMENTAÇÃO SUSPEITA? DESCREVER ENDERECO RESIDENCIAL Clique ou toque aqui para inserir o texto.
☐ NÃO ☐ SIM
TELEFONES Clique ou toque aqui para inserir o texto.
Clique ou toque aqui para inserir o texto.
ALGUM OUTRO FAMILIAR JÁ HAVIA SOFRIDO SEQUESTRO ANTES? ENDEREÇO COMERCIAL: Clique ou toque aqui para inserir o texto. TELEFONES COMERCIAIS:
☐ NÃO ☐ SIM Clique ou toque aqui para inserir o texto.
Clique ou toque aqui para inserir o texto. RAMO DE ATIVIDADE PROFISSIONAL: Clique ou toque aqui para inserir o texto.
A FAMILIA SUSPEITA DE ALGUÉM? RENDA MENSAL: R$ Clique ou toque aqui para inserir o texto.
☐ NÃO ☐ SIM
Clique ou toque aqui para inserir o texto. FAZ USO DE ALGUM MEDICAMENTO ? ☐ NÃO ☐ SIM
DESCREVER O PERFIL PSICOLÓGICO DA VITIMA QUAIS ? Clique ou toque aqui para inserir o texto. QUAL A COMORBIDADE? Clique ou toque
Clique ou toque aqui para inserir o texto. aqui para inserir o texto.
QUAL O TETO MAXIMO QUE A FAMILIA POSSUI PARA PAGAMENTO? POSSUI ALGUMA PASSAGEM POLICIAL ? MOTIVO?
R$ Clique ou toque aqui para inserir o texto. ☐ NÃO ☐ SIM
EXISTEM ARMAS NA CASA ? A VITIMA SABE ? Clique ou toque aqui para inserir o texto.
☐ NÃO ☐ SIM FAZ USO DE SUBSTANCIAS ENTORPECENTES?
Clique ou toque aqui para inserir o texto. ☐ NÃO ☐ SIM
ALGUEM DA FAMILIA JÁ FOI PRESO ANTERIORMENTE OU ENCONTRA-SE PRESO? Clique ou toque aqui para inserir o texto.
☐ NÃO ☐ SIM
Clique ou toque aqui para inserir o texto.
EXISTE DINHEIRO OU JÓIAS NA CASA ? A VITIMA SABE ?
☐ NÃO ☐ SIM
Clique ou toque aqui para inserir o texto.

2 3

(CONTINUA) (CONTINUA)

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2023


228 229 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
(CONTINUAÇÃO) (CONTINUAÇÃO)

FICHA DE ACOMPANHAMENTO INICIAL EM SEQUESTROS FICHA DE ACOMPANHAMENTO INICIAL EM SEQUESTROS

DADOS DO ARREBATAMENTO QUAIS AS CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DOS ENVOLVIDOS NO ARREBATAMENTO?


Clique ou toque aqui para inserir o texto.
FAZER UM BREVE HSITÓRICO CRONOLÓGICO DO ARREBATAMENTO:
DATA: Clique ou toque aqui para inserir uma data. HORARIO: Clique ou toque aqui para inserir o Clique ou toque aqui para inserir o texto.
texto. DIA DA SEMANA: Clique ou toque aqui para inserir o texto.
LOCAL Clique ou toque aqui para inserir o texto.
FOI NO PERCURSO DIÁRIO DA VITIMA? ☐ NÃO ☐ SIM
HOUVE TESTEMUNHAS? NOMES E CONTATOS INFORMAÇÕES DOS CONTATOS INICIAIS E DA NEGOCIAÇÃO
☐ NÃO ☐ SIM
Clique ou toque aqui para inserir o texto.
A VITIMA ESTAVA A BORDO DE VEÍCULO ? DESCREVER
☐ NÃO ☐ SIM
Clique ou toque aqui para inserir o texto.
RESPONSÁVEL PELA NEGOCIAÇÃO (FAMILIAR):
POSSUI CAMERAS NO LOCAL DO ARREBATAMENTO OU NO PERCURSO DA VÍTIMA?
☐ NÃO ☐ SIM
NOME: Clique ou toque aqui para inserir o texto. PARENTESCO / RELAÇÃO COM A VÍTIMA: Clique ou
QUANTAS PESSOAS PARTICIPARAM DO ARREBATAMENTO? Clique ou toque aqui para inserir o toque aqui para inserir o texto.
texto.
DATA DE NASCIMENTO: Clique ou toque aqui para inserir o texto. IDADE: Clique ou toque aqui
QUAL O VEÍCULO USADO? Clique ou toque aqui para inserir o texto. para inserir o texto. NATURALIDADE: Clique ou toque aqui para inserir o texto.
HOUVE APOIO DE OUTROS VEÍCULOS NO ARREBATAMENTO? PAI: Clique ou toque aqui para inserir o texto. MAE: Clique ou toque aqui para inserir o texto.
☐ NÃO ☐ SIM
RG: Clique ou toque aqui para inserir o texto. CPF: Clique ou toque aqui para inserir o texto.
Clique ou toque aqui para inserir o texto.
ESCOLARIDADE: Clique ou toque aqui para inserir o texto.
QUAIS AS ARMAS UTILIZADAS? Clique ou toque aqui para inserir o texto.
RELIGIÃO: Clique ou toque aqui para inserir o texto. ORIENTAÇÃO SEXUAL: Clique ou toque aqui
HOUVE RESISTÊNCIA DA VITIMA? para inserir o texto.
☐ NÃO ☐ SIM ENDERECO RESIDENCIAL Clique ou toque aqui para inserir o texto.
Clique ou toque aqui para inserir o texto.
TELEFONES Clique ou toque aqui para inserir o texto.
A VÍTIMA FOI FERIDA NO MOMENTO DO ARREBATAMENTO?
☐ NÃO ☐ SIM ENDEREÇO COMERCIAL: Clique ou toque aqui para inserir o texto. TELEFONES COMERCIAIS:
Clique ou toque aqui para inserir o texto. Clique ou toque aqui para inserir o texto.

HOUVE DISPAROS DE ARMA DE FOGO? RAMO DE ATIVIDADE PROFISSIONAL: Clique ou toque aqui para inserir o texto.
☐ NÃO ☐ SIM RENDA MENSAL: R$ Clique ou toque aqui para inserir o texto.
Clique ou toque aqui para inserir o texto.
FAZ USO DE ALGUM MEDICAMENTO ? ☐ NÃO ☐ SIM
AS FORÇAS DE SEGURANÇA FORAM INFORMADAS DO FATO? QUEM INFORMOU E A QUEM ?
☐ NÃO ☐ SIM QUAIS ? Clique ou toque aqui para inserir o texto. QUAL A COMORBIDADE? Clique ou toque
Clique ou toque aqui para inserir o texto. aqui para inserir o texto.
HOUVE REGISTRO DE OCORRENCIA ? NUMERO? POSSUI ALGUMA PASSAGEM POLICIAL ? MOTIVO?
☐ NÃO ☐ SIM ☐ NÃO ☐ SIM
Clique ou toque aqui para inserir o texto. Clique ou toque aqui para inserir o texto.
QUAL DESTINO TOMADO PELOS SEQUETRADORES?Clique ou toque aqui para inserir o texto. FAZ USO DE SUBSTANCIAS ENTORPECENTES?
☐ NÃO ☐ SIM
O QUE FOI DITO NO MOMENTO DO ARREBATAMENTO?Clique ou toque aqui para inserir o texto.
Clique ou toque aqui para inserir o texto.
A CIDADE TEM CONHECIMENTO DOS FATOS? ☐ NÃO ☐ SIM
DATA E HORÁRIO DO CONTATO INICIAL: Clique ou toque aqui para inserir o texto.
HOUVE ALGUM OBJETO DEIXADO OU ESQUECIDO PELOS SEQUESTRADORES?
☐ NÃO ☐ SIM QUAL A FORMA DO PRIMEIRO CONTATO? Clique ou toque aqui para inserir o texto.
Clique ou toque aqui para inserir o texto.
QUEM DA FAMILIA FOI O RESPONSÁVEL PELO PRIMEIRO CONTATO? Clique ou toque aqui para
4 5

(CONTINUA) (CONTINUA)

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2023


230 231 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
(CONTINUAÇÃO) (CONTINUAÇÃO)

FICHA DE ACOMPANHAMENTO INICIAL EM SEQUESTROS FICHA DE ACOMPANHAMENTO INICIAL EM SEQUESTROS

inserir o texto.
O QUE EXATAMENTE FOI DITO PELOS CRIMINIOSOS NO MOMENTO DO PRIMEIRO CONTATO ?
Clique ou toque aqui para inserir o texto.
DADOS DA NEGOCIAÇÃO ACOMPANHADA
O QUE EXATAMENTE FOI DITO PELA FAMILIA NO MOMENTO DO PRIMEIRO CONTATO ? Clique
ou toque aqui para inserir o texto.
DATA E HORÁRIO DE CHEGADA DA EQUIPE DE ORIENTAÇÃO: Clique ou toque aqui para inserir o
O QUE FOI EXIGIDO? Clique ou toque aqui para inserir o texto. texto.
O QUE FOI OFERECIDO? Clique ou toque aqui para inserir o texto. HAVIA ALGUM POLICIAL QUE JÁ ESTAVA ORIENTANDO A FAMILIA ? NOME/LOTAÇÃO/ CARGO/
CONTATO.
OS CRIMINOSOS POSSUIAM CONHECOMENTO DA VITIMA E FAMILIA? O QUE FOI DITO?
☐ NÃO ☐ SIM
☐ NÃO ☐ SIM
Clique ou toque aqui para inserir o texto.
Clique ou toque aqui para inserir o texto.
POSSUIAM SOTAQUE OU VÍCIOS DE LINGUAGEM? QUEM ERAM AS PESSOAS QUE SE ENCONTRAVAM NA CASA NO MOMENTO DA CHEGADA DA
EQUIPE ?
☐ NÃO ☐ SIM
Clique ou toque aqui para inserir o texto.
Clique ou toque aqui para inserir o texto.
HAVIA RUIDOS DE FUNDO? QUAIS? NO MOMENTO DA CHEGADA DA EQUIPE DE ORIENTAÇÃO QUANTOS CONTATOS HOUVERAM?
HORARIOS / FORMAS
☐ NÃO ☐ SIM
Clique ou toque aqui para inserir o texto.
Clique ou toque aqui para inserir o texto.
HOUVE CONVERSA OU CONTATO DIRETO COM A VITIMA ? O QUE FOI DITO? QUALO VALOR INICIAL EXIGIDO?
Clique ou toque aqui para inserir o texto.
☐ NÃO ☐ SIM
Clique ou toque aqui para inserir o texto. HOUVE OFERTA POR PARTE DA FAMILIA ?
HOUVE PROVA DE VIDA? QUAL ? Clique ou toque aqui para inserir o texto.
☐ NÃO ☐ SIM HOUVE REDUÇÃO DE VALOR POR PARTE DOS SEQUESTRADORES ?
Clique ou toque aqui para inserir o texto. ☐ NÃO ☐ SIM
HOUVERAM QUANTAS LIGAÇÕES ATE A CHEGADA DA EQUIPE POLICIAL? O QUE FOI DITO ? Clique ou toque aqui para inserir o texto.
Clique ou toque aqui para inserir o texto. HOUVE PROVA DE VIDA? DE QUE FORMA ?
HOUVE MUDANCA NO MEIO DE CONTATO? ☐ NÃO ☐ SIM ☐ NÃO ☐ SIM
INFORMAR TODAS AS FORMAS DE CONTATO: TELEFONES , EMAILS ETC Clique ou toque aqui para inserir o texto.
Clique ou toque aqui para inserir o texto. HORA E DATA DO PRIMEIRO CONTATO APÓS A CHEGADA DA EQUIPE DE ORIENTAÇÃO:
QUAIS AS PESSOAS ESTAVAM NA CASA NA HORA DO PRIMEIRO CONTATO? RELATAR CONVERSA , PROVA DE VIDA ETC.
Clique ou toque aqui para inserir o texto. Clique ou toque aqui para inserir o texto.
ALGUEM MAIS FALOU COM OS SEQUESTRADOES?
☐ NÃO ☐ SIM
Clique ou toque aqui para inserir o texto.

FAZER UM BREVE RELATO DA NEGOCIAÇÃO ENTRE A FAMIIA E OS SEQUETRADORES ANTES


DA CHEGADA DA POLICIA.
Clique ou toque aqui para inserir o texto.

6 7

(CONTINUA)

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2023


232 233 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
FICHA DE ATENDIMENTO - DEATI MODELO DE OFÍCIO DE ENCAMINHAMENTO FORMULÁRIOS

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2023


234 235 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
MANDADO DE INTIMAÇÃO ADOLESCENTE - ECA AUTO DE APREENSÃO EM FLAGRANTE (DE ADOLESCENTE INFRATOR)

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2023


236 237 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
NOTA DE CIÊNCIA DA IMPUTAÇÃO DA PRÁTICA DE ATO INFRACIONAL TERMO DE COMPROMISSO E RESPONSABILIDADE (DO RESPONSÁVEL)

(CONTINUA)

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2023


238 239 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
(CONTINUAÇÃO) CAPA DE INVESTIGAÇÃO POLICIAL INFRACIONAL - ECA
TERMO DE COMPROMISSO E RESPONSABILIDADE (DO RESPONSÁVEL)

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2023


240 241 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
BOLETIM DE OCORRÊNCIA - ECA CERTIDÃO INFORMAÇÃO DE OCORRÊNCIA

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2023


242 243 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
OFÍCIO MODELO IDENTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA DE ADOLESCENTE - ECA TERMO DE DECLARAÇÕES DE VÍTIMA "COM OU SEM REPRESENTAÇÃO"

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2023


244 245 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
REQUERIMENTO DE MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA TERMO DE INTERROGATÓRIO - DEAM

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2023


246 247 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
MODELO ENVIO DE MPU OFÍCIO MODELO - CASA DE ABRIGO

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2023


248 249 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
ROTEIRO DE PLANO PRÉ-OPERACIONAL (CONTINUAÇÃO)

ROTEIRO DE PLANO PRÉ-OPERACIONAL

(CONTINUA)

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2023


250 251 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
ROTEIRO DE PLANO OPERACIONAL (CONTINUAÇÃO)

ROTEIRO DE PLANO OPERACIONAL

(CONTINUA)

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2023


252 253 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
(CONTINUAÇÃO)
MODELO DE PLANO OPERACIONAL
ROTEIRO DE PLANO OPERACIONAL

(CONTINUA)

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2023


254 255 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
(CONTINUAÇÃO) (CONTINUAÇÃO)

MODELO DE PLANO OPERACIONAL MODELO DE PLANO OPERACIONAL

(CONTINUA)

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2023


256 257 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
(CONTINUAÇÃO)

MODELO DE PLANO OPERACIONAL

A N EX O I I

EQUIPE DE COLABORADORES DAS PRODUÇÕES TEXTUAIS, INTEGRANTES DE


SUBCOMISSÕES TEMÁTICAS CONSTITUÍDAS PARA ELABORAÇÃO DO MANUAL DE
PROCEDIMENTOS DA POLÍCIA CIVIL DA BAHIA – EDIÇÃO 001/2022.

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2023


258
INQUÉRITO POLICIAL PARTE GERAL Bahia, exercendo suas funções como Escrivão de Polícia e, atualmente, ocupa o Cargo de Coor-
denador de Cartório na 14ª DT/Barra.

LUIZ HENRIQUE MACHADO DE PAULA


Especilista em Direito de Polícia Judiciária pela Academia Nacional de Polícia da Polícia Federal TERMO CIRCUNSTANCIADO DE OCORRÊNCIA - TCO
Brasileira. Especialista em Direito Constitucional pelo CERS. Bacharel em Direito pela FDSM/MG.
Membro da Clínica de Direitos Humanos da UESB. Delegado de Polícia Judiciária da Bahia.
ANNA PAULA GARCIA OLIVEIRA
MARCELO COSTA SANSÃO Delegada de Polícia Civil do Estado da Bahia desde outubro de 1995, exercendo a carreira como
Nomeado Delegado de Polícia em 19 de dezembro de 2001, sendo designado para 16ª COOR- Delegada Plantonista na DEAM, de 1995 a 2003; assessora na Corregedoria da Polícia Civil; no
PIN/Jacobina. Em 2011, assumiu como Delegado Titular da 28ª DT/ Nordeste, no ano de 2013 fez Departamento de Polícia do Interior - DEPIN, como assessora técnica e coordenadora I. Também
parte da 1ª DH pertencente ao DHPP, passando para Coordenador Técnico em 2015. No ano de atuou na Delegacia de Repressão a Crimes Contra Criança e Adolescente – DERCCA, de 2007 a
2017, assumiu como Diretor do Departamento de Repressão ao Combate ao Crime Organizado 2008, como Delegada Titular e atualmente na Corregedoria Geral da SSP-BA – COGER, como As-
– DRACO. No ano de 2021, foi removido para a Academia da Polícia Civil da Bahia – ACADEPOL, sessora desde 2019. Instrutora da Acadepol, desde 2001, em cursos de formação de Delegados,
onde exerce suas atividades atualmente como Diretor Adjunto. Escrivães e Investigadores de Polícia, mestre em Ciência da família com dissertação defendida
em 2005 - UCSal e especialista em segurança pública pela UFBA, em 2004/2005.
ARTUR FERNANDO GUIMARÃES DE JESUS COSTA
Graduado em Direito pela Universidade Católica do Salvador (2005). Pós Graduado em Ciên- ARTUR FERNANDO GUIMARÃES DE JESUS COSTA
cias Criminais pela Universidade Federal da Bahia, através da Fundação Faculdade de Direito. Idem - Inquérito Policial - Parte Geral
Professor universitário. Ex-Coordenador do Núcleo de Pratica Jurídica. Consultor do Núcleo de
Justiça Restaurativa de 2° Grau TJBA. Foi Delegado da Polícia Civil do Estado do Espírito Santo, MIUCHA DE FREITAS ISENSEE ABREU
tendo atuado na 4° Central de Flagrantes-Cariacica, Central de Flagrantes - Guarapari, Delegacia Escrivã de Polícia Civil, pós-graduanda em Gestão Pública pela Faculdade de Ciências da Bahia.
de Crimes Eletrônicos, Delegacia de Armas, Munições e Explosivos, Delegacia de Repressão ao Tomou posse como escrivã de polícia no ano de 2017, tendo sido designada para atuar na cida-
Roubo de Cargas e Passageiros, além de cumprir Missão Especial no Núcleo de Repressão a de de Itapetinga, sede da 21ª COORPIN, laborando nos setores de cartório e plantão da dele-
Organizações Criminosas e Corrupção da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Espírito gacia territorial. No ano de 2019, foi removida para o Gabinete do Delegado – Geral, exercendo,
Santo até 2016, onde foi condecorado com a Medalha de Mérito Policial. Atualmente é Delegado até então, suas atividades laborais como Assessora Técnica. Foi destacada como presidente de
de Polícia Civil do Estado da Bahia, lotado no Gabienete do Delegado Geral, tendo atuado no comissões como a Comissão de Inventário de bens permanentes, e como membro da Comissão
DEPOM, inicialmente como Delegado Titular da 19° DT - Itaparica, e Coordenado as ações ope- de Processo Seletivo de Remoção Extraordinário, no âmbito da Polícia Civil da Bahia.
racionais da Região Metropolitana de Salvador/BA.
ISABELLE LAUAR GANEM
DJIVALDO SANTOS DE SOUZA Formada em Direito no ano 2000, na FENORD. É pós-graduada em Gestão da Investigação pela
Concluiu sua formação em Direito, em 2016. Atuou como Auxiliar Judiciário no Sistema dos Jui- UNIFACS desde 2015. Ingressou na Polícia Civil do Estado da Bahia no ano de 2004, como Dele-
zados Especiais Cíveis e Criminais, entre 1999 e 2005. Desde 2005, é Servidor da Polícia Civil da gada de Polícia, atuando até o ano de 2006 no município de Teixeira de Freitas/Ba, após o que

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2023


260 261 ANEXO II / EQUIPE DE COLABORADORES
passou a exercer suas funções na DEAM/Camaçari e em outras unidades operativas, estando, Academia de Polícia Federal, Busca Eletrônica, Subsecretaria de Inteligência do Rio de Janeiro.
desde o ano de 2013, lotada na Corregedoria da Polícia Civil do Estado da Bahia, atualmente em Em 2005, atuou na Superintendência de Telecomunicações da Secretaria da Segurança Pública.
atuação no setor de investigação criminal. Ficou à disposição do Ministério da Justiça e Segurança Pública, junto à Secretaria de Operações
Integradas – SEOPI, em 2019.

INVESTIGAÇÃO E INTELIGÊNCIA POLICIAL


ORGANIZAÇÃO E PRÁTICA CARTORIAL (LIVROS CARTORÁRIOS)

EDENIR DE MACEDO CERQUEIRA


Nomeado Delegado de Polícia Civil em 03 de novembro de 1995, sendo designado para 19ª ANA MARIA CRISTINA DE FREITAS SANTANA
COORPIN/Serrinha. Realizou “Curso Superior de Inteligência Estratégica” da Escola Superior de Escrivã de Polícia Civil, há 15 anos. Atualmente exerce a função de Coordenadora do Setor de
Guerra – ESG, em agosto de 2010. Atuou na Corregedoria Geral, em 21 de maio de 2015, sendo Cadastro do GDG. Foi Coordenadora de Cartório/Expediente da sede do Departamento de Po-
removido para o Departamento de Inteligência Policial – DIP, na data de 27 de janeiro de 2021, lícia do Interior (2011-2021). Laborou na Assessoria Técnica do Gabinete do Delegado-Geral
atuando como Diretor do Departamento atualmente. Também atuou como Diretor do DEPIN. (2009-2011), na Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos/DRFRV (2006-2009) e
na Superintendência de Inteligência/SSP (2009); Instrutora Interna do Estado da Bahia, formada
MARCELO SANFRONT MATTOS pela Universidade Coorporativa do Servidor/UCS/SAEB. Atua na ACADEPOL/PCBA nos cursos
Delegado de Polícia Civil no Estado da Bahia, desde 2001, atuando em delegacias territoriais e de Formação de Novos Policiais Civis, lecionando os componentes: Prática Cartorial, Redação
especializadas. Atual Coordenador da Contrainteligência do Departamento de Inteligência da Técnica Policial e Visualização do Inquérito Policial. Bacharela em Ciências Contábeis. Cursando
Polícia Civil/BA. Pós-Graduado em Curso de Especialização em Segurança Pública pela Progesp/ Direto. Cursando Pós-graduação em Direito Penal e Processual Penal.
UFBA. Em 2008, passou a ser Coordenador Executivo da Superintendência de Inteligência da
SSP. Em 2015, retornou para a Polícia Civil e fez parte do Departamento de Repressão e Combate JUSSARA MARIA DE FIGUEREDO PAIXÃO
ao Crime Organizado – DRACO. Nomeada Escrivã de Polícia em 17 de maio de 2006, designada para a Delegacia de Atendimen-
to ao Menor Infrator – DAÍ, sendo Coordenador de Cartório desde 20 de maio de 2008, estando
ANA KARINA SAMPAIO GUERRA atuante na Delegacia até a data atual.
Nomeada Delegada de Polícia em 18 de setembro de 2009, sendo designada para 25ª COOR-
PIN/Nova Soure. Atuou no Departamento de Narcóticos – DENARC, em janeiro de 2013, e na De- KRISTIANNE LIMA MOSCOVITS
legacia de Crimes Econômicos e Contra a Administração Pública – DECECAP. Em 01 de fevereiro Escrivã de Polícia Civil, há 14 anos. Atualmente exerce a função de Coordenadora de Processos
de 2020, passou a integrar o Departamento de Polícia do Interior – DEPIN e atualmente atua no Organizacionais do Escritório de Projetos e Processo da Polícia Civil, Graduada em secretariado
Departamento de Inteligência Policial – DIP, exercendo o cargo de Assessora Técnica. executivo pela UCSal; Pós-graduada em Gestão da Segurança Pública pela UFBA, Formanda em
Direito pela Faculdade Estácio de Sá, Consultora Interna do Estado da Bahia em gerenciamento
ALEXINALDO SILVEIRA MOTA de projetos e auditora de certificação de sistemas de qualidade. Atuou como escrivão na DEAM
Graduação em Administração pela UNEB, Investigador de Polícia, nomeado em 01/04/2000, de Brotas, 14 DT e no DHPP, onde ainda desenvolve a atividade de prática de cartório e atividade
com cursos em análise de riscos, ABI, Workshop em técnico em negociação e situações policiais,
extensão universitária em capacitação de inteligência em Segurança Pública/UFBA, CINTEPOL,

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262 263 ANEXO II / EQUIPE DE COLABORADORES
de campo no serviço investigação de local de crime – SILC, em regime de plantão. Instrutora In- EDENIR DE MACEDO CERQUEIRA
terna do Estado da Bahia, formada pela Universidade Coorporativa do Servidor/UCS/SAEB. Atua Idem - Investigação e Inteligência Policial
como instrutora da ACADEPOL/PCBA.
JORGE FIGUEIREDO JÚNIOR
NORMA DE ARAUJO SIQUEIRA DOS SANTOS Delegado de Polícia Civil da Bahia há 14 anos. Atualmente Assistente do Gabinete do Delegado
Escrivã de Polícia Civil do Estado da Bahia há aproximadamente 11 (onze) anos, Tecnóloga em Geral chefiando a Assessoria Executiva de Operações de Polícia Judiciária - AEXPJ. É especialista
Segurança Pública, Universidade Estácio FIB – exerceu a função de Coordenadora de Cartório em Ciências Criminais e possui MBA em Gerenciamento de Projetos, graduado em Cybercrime
na Sede da 8ª COORPIN/Teixeira de Freitas e DEPOM/1ª DT – Barris, estando, atualmente, como e Cybersecurity. É instrutor interno do Estado e professor da Academia de Polícia da Polícia Civil
Coordenadora de Expediente – DEPIN/Sede. Atuou na Corregedoria da Polícia Civil – CORRE- do Estado da Bahia. Ganhador do prêmio Boas Práticas 2014, da Secretaria da Administração
POL, por aproximadamente 04 (quatro) anos, com experiência nas áreas de Processo Administra- do Estado da Bahia (Saeb). Atuou como Coordenador do Grupo de Repressão a Crimes Contra
tivo Disciplinar – PAD, com curso ministrado pela COGER; Curso Ouvida Especial e Inteligência Instituições Financeiras - GARCIF, Coordenador do Núcleo de Inteligência do Departamento de
Policial, ministrados pela Acadepol. Polícia do Interior – DEPIN, Diretor do Departamento de Narcóticos – DENARC, Diretor do De-
partamento de Homicídios e Proteção à Pessoa - DHPP e Diretor do Departamento de Combate
ao Crime Organizado - DRACO. Coautor do livro Tratado de Investigação Criminal Tecnológica e
PLANEJAMENTO OPERACIONAL Enfrentamento da Corrupção e Investigação Criminal Tecnológica.

CLEANDRO PIMENTA BASTOS NETO


ARTUR FERNANDO GUIMARÃES DE JESUS COSTA Nomeado Delegado de Polícia em outubro de 1995, iniciou sua carreia na 12ª DT. Atuou na
Graduado em Direito pela Universidade Católica do Salvador (2005). Pós Graduado em Ciên- Coordenação de Operações Especiais - COE 1999, no Departamento de Tóxico e Entorpecente
cias Criminais pela Universidade Federal da Bahia, através da Fundação Faculdade de Direito. – DTE, em 2005. Integrou a equipe do Departamento de Narcótico – DENARC, em 2009, sendo
Professor universitário. Ex-Coordenador do Núcleo de Pratica Jurídica. Consultor do Núcleo de nomeado Diretor do Departamento de Crimes contra o Patrimônio – DCCP, em 2011. Em feverei-
Justiça Restaurativa de 2° Grau TJBA. Foi Delegado da Polícia Civil do Estado do Espírito Santo, ro de 2013, assumiu o cargo de Coordenador da Coordenação de Operações Especiais – COE e
tendo atuado na 4° Central de Flagrantes-Cariacica, Central de Flagrantes - Guarapari, Delegacia posteriormente assumiu o Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado – DRA-
de Crimes Eletrônicos, Delegacia de Armas, Munições e Explosivos, Delegacia de Repressão ao CO. Atualmente, coordena a Coordenação de Fiscalização de Produtos Controlados - CFPC.
Roubo de Cargas e Passageiros, além de cumprir Missão Especial no Núcleo de Repressão a
Organizações Criminosas e Corrupção da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Espírito ISAO MATSUMOTO JUNIOR
Santo até 2016, onde foi condecorado com a Medalha de Mérito Policial. Atualmente é Delegado Nomeado Delegado de Polícia em 2016, sendo designado para a 22ª DT/Simões Filho e na se-
de Polícia Civil do Estado da Bahia, lotado no Gabienete do Delegado Geral, tendo atuado no quência a 5ª DT/Periperi. A partir de 04 de fevereiro de 2017, passou a integrar ao Departamento
DEPOM, inicialmente como Delegado Titular da 19° DT - Itaparica, e Coordenado as ações ope- de Repressão e Combate ao Crime Organizado – DRACO. Realizou curso de Gerenciamento de
racionais da Região Metropolitana de Salvador/BA. Crise – PMESP em 02 de outubro de 2020. Em 01 de agosto de 2021, passou a integrar o quadro
da Coordenação de Operações Especiais – COE.

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264 265 ANEXO II / EQUIPE DE COLABORADORES
GIOVANNA DE ANDRADE BOMFIM ATIVIDADES DE CORREGEDORIA
Nomeada Delegada de Polícia em 31 de outubro de 1995, sendo designada para a 7ª DT e pos-
teriormente para a 13ª DT. Em 15 de julho de 1999, foi Assessora Técnica do Gabinete do Delega-
do-Chefe e em 2007 foi nomeada Coordenadora Técnica da Superintendência de Gestão Tecno- JOSE FERNANDO OLIVEIRA DOS SANTOS
lógica e Organizacional - SGTO da SSP. Em 20 de novembro de 2007, é designada para atuar no Delegado de Polícia, bacharel em Direito pela Faculdade de Direito da UFBA e pós-graduado
Grupo Especial de Mediação e Acompanhamento de Conflitos Agrários e Urbanos – GEMACAU. em Gestão da Investigação, Planejamento de Operações Policiais Integradas e Análise Criminal
Em 11 de abril de 2008, foi Delegada Chefe do Gabinete. Em 2010, passou a integrar o quadro do pela Universidade Salvador – UNIFACS. Tem curso de Formação de Instrutores da Secretaria da
Departamento de Polícia do Interior – DEPIN, servindo também na Superintendência de Gestão In- Administração do estado da Bahia – SAEB e professor da Academia de Polícia - ACADEPOL.
tegrada da Ação Policial da SSP e na Coordenação de Polícia Interestadual – POLINTER. A partir de Atualmente, atua como Corregedor-Chefe da Polícia Civil da Bahia. Antes de iniciar na gestão da
28 de julho de 2017, retornou ao GEMACAU, sendo Coordenadora do Grupo até a data de hoje. Corregedoria da Polícia Civil, trabalhou 12 (doze) anos como assessor da Corregedoria-Geral da
SSP/BA e como presidente de comissão permanente de PAD. Atuou 11 (onze) anos em unidades
operacionais da linha de frente da PCBA, tendo colaborado na elaboração da instrução norma-
ESTATÍSTICA POLICIAL tiva Nº. 01, de 17 de abril de 2013, base para elaboração do atual Manual de Procedimentos de
IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL Polícia Judiciária do estado da Bahia.

JORVANE ANDRADE DOS SANTOS


OMAR ANDRADE LEAL Delegada de Polícia há 25 anos, tem formação em Pedagogia pela Faculdade Olga Mettig (1991),
Delegado de Polícia há 21 anos, é bacharel em Direito pela Universidade Federal da Bahia – UFBA, Direito, UFBA (1993). É pós-graduada em Direito Público pela UNIFACS (2003), tem Especializa-
com especialização em Segurança Pública – CESP. Atuou como Delegado Titular de Jaguarari, ção em Gestão de Política e Estratégia, pela ADESG (2015), participou de diversos cursos e pa-
Pojuca, Vila de Abrantes, 1 DT - Barris, 4 DT São Caetano, Delegacia do Consumidor – DECON. lestras sobre Processo Administrativo Disciplinar. Faz parte do quadro de instrutores da ACADE-
Também foi designado Diretor Adjunto do Departamento de Polícia Metropolitana - DEPOM, POL, exerceu o cargo de Coordenadora Assistente na Corregedoria da Polícia Civil (2004/2008),
Coordenador do Departamento de Narcóticos - DENARC/BTS, Coordenador do DEPOM/RMS. onde também atuou como Coordenadora Técnica (2008/2012), exercendo o cargo de Delegada
Atualmente, é Coordenador da Coordenação de Documentação e Estatística Policial - CDEP. Titular (2012/2015) e atualmente encontra-se na Corregedoria da Polícia Civil como Coordena-
dora Técnica.
MARIA DA PAIXÃO SILVA
Delegada de Polícia, Bacharel em Direito, Especialista em Metodologia do Ensino Superior, Habilitada RICARDO MENDES DE BARROS
em Instrutoria Interna atualmente atua na Coordenação de Documentação e Estatística Policial - CDEP. Graduado na Faculdade de Direito pela Universidade Católica do Salvador (UCSal, 1994/1997).
Ocupante do cargo efetivo de Delegado de Polícia Civil do Estado da Bahia desde 19.12.2001.
MARCOS SACRAMENTO OLIVEIRA Pós-Graduado no Curso de Especialização de Prevenção da Violência, Promoção da Segurança e
Marcos Sacramento Oliveira Escrivão de Polícia Civil Especialista em Logística Empresarial Cidadania – CEPREV, realizado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA, 2011/2012). Assessor
Habilitado em Instrutoria Interna. Técnico da Corregedoria-Geral da Secretaria da Segurança Pública (2007/2013). Atualmente, é
Coordenador da Corregedoria-Geral da Secretaria da Segurança Pública do Estado da Bahia.

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266 267 ANEXO II / EQUIPE DE COLABORADORES
ABUSO DE AUTORIDADE cleo de Análise de Dados – NAD da Superintendência de Inteligência da Secretaria de Segurança
Pública. Atualmente, é coordenador do Ciberlab do Departamento de Inteligência Policial – DIP
da Polícia Civil da Bahia.
JOSÉ FERNANDO OLIVEIRA DOS SANTOS
Idem - Atividades de Corregedoria INVESTIGAÇÃO DE CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO

JACKSON CARVALHO DA SILVA


Nomeado Delegado de Polícia em 19 de dezembro de 2001, integrando a 14ª COORPIN/Irecê. FLAVIO AUGUSTO DE ANDRADE GOIS
Participou do curso de especialização em Ciências Criminais (2004.2), pela UFAB. Em 2005, foi Delegado de Polícia da Polícia Civil da Bahia, nomeado em 2001. Bacharel em Direito. Pós-
Delegado Titular da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos – DRFR, do município de Feira de graduado em Direito Penal e Processo Penal pela faculdade Estácio de Sá/RJ. Coordenou inúmeras
Santana. Atuou na 1ª DT; 28ª DT e na Delegacia de Crimes Fazendários. Em 12 de março de 2011, operações policiais de alta complexidade, desde o ano de 2011, no combate ao crime organizado,
integrou o quadro da Corregedoria da Polícia Civil – CORREPOL, como Coordenador Técnico. Em crimes contra a vida e contra o patrimônio, além de crimes contra administração pública estadual e
2012, assumiu a Delegacia de Crimes Econômicos e Contra a Administração Pública e no mesmo municipal. Atuou como Delegado de Polícia nas regiões de Jequié, Euclides da Cunha, Alagoinhas
ano passou a exercer as atividades na Delegacia de Homicídios Múltiplos. Em abril de 2014, exer- e região. Foi Delegado Titular nos seguintes municípios: Santa Inês; Crisópolis; Olindina; Heliópolis;
ceu suas atividades no Departamento de Narcótico – DENARC, quando em 27 de março do mesmo Alagoinhas/1DT; Alagoinhas/DRFR; Rio Real e Jandaíra. Foi ainda Coordenador Regional da 2ª
ano retorna para Corregedoria de Polícia Civil – CORREPOL, atuando até a data de hoje. COORPIN/ALAGOINHAS no período de 2015/2017. Vice-diretor e Diretor do DEPIN. Dirigiu mais
de 403 municípios no DEPIN durante o período de 2017 a janeiro 2021.

INVESTIGAÇÃO DE OCORRÊNCIAS
ENVOLVENDO CRIMES CIBERNÉTICOS
LARISSA LAGE DE BARROS
Delegada de Polícia Civil da Bahia desde o ano de 2016, atualmente lotada na sede do Depar-
JORGE FIGUEIREDO JÚNIOR tamento de Crimes contra o Patrimônio - DCCP, no Núcleo de Inteligência. Atuou no DHPP, em
Idem - Planejamento Operacional Delegacias Territoriais, em Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher em Salvador/BA
e na Coordenação Especializada de Combate à Corrupção e Lavagem de Dinheiro, CECCOR-LD/
DELMAR ARAUJO BITTENCOURT DRACO. Graduada em direito pelas Faculdades Milton Campos de Minas Gerais. Especialista em
Delegado de Polícia, é graduado em Direito, pós-graduado em CyberCrime e Cybersecurity, Pre- Ciências Criminais pela UCSal e especialista em Direito Público pela UNIASSELVI. Ex-Procuradora
venção e Investigação em Crimes Digitais. Pós-graduando em Direito Digital na Escola Brasileira Jurídica de Sabará/MG.
de Direito EBRADI. Coautor do livro “Tratado de Investigação Criminal Tecnológica”. Coautor do
livro “Enfretamento da Corrupção e Investigação Criminal Tecnológico”. Instrutor da Academia MARCELO SIMOES TANNUS
de Polícia da Bahia - ACADEPOL e da Associação de Delegados de Polícia da Bahia – ADPEB nas Delegado de Polícia em 2001, formado pela UCSal em 1994, pós-graduado em Gestão e Análi-
matérias relacionadas à investigação tecnológica e a crimes cibernéticos. Ex-coordenador do Nú- se Criminal pela UNIFACS, em 2015. Instrutor da ACADEPOL na matéria de prática da ativida-
de policial. Iniciou sua carreira no Departamento de Polícia do Interior - DEPIN, passando pela

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268 269 ANEXO II / EQUIPE DE COLABORADORES
9ª COORPIN JEQUIÉ e 4ª COORPIN SANTO ANTÔNIO DE JESUS. Em 2007, foi removido para MARTA KARINE MENEZES DE AGUIAR
Salvador sendo lotado na 12ª DT de Itapuã, em seguida, passou a coordenar o GRREF (Grupo Nomeada Delegada de Polícia em 15 de maio de 2010, sendo designada para a 9ª COORPIN/
de Repressão a Roubo a Banco) e posteriormente o GEPPI (Grupo de Combate à Pirataria), Apuarema, seguindo para Santa Inês na mesma COORPIN. Em seguida, foi para a 15ª COORPIN/
todos vinculados ao DCCP. Em 2011, assumiu a titularidade da Região Atlântico do DHPP e Araci. Em 18 de maio de 2013, passou a integrar a 3ª Delegacia de Homicídios/DHPP. Em 07 de
um dos coordenadores do Serviço de Investigação de Local de Crime – SILC. Retornando ao janeiro de 2017, passou a ser Coordenadora Técnica do Departamento de Homicídios e Prote-
DCCP, foi Delegado Titular de todas as unidades que compõem o departamento. Atualmente, ção à Pessoa – DHPP. Em 2021, foi nomeada Diretora Adjunta do Departamento de Repressão e
chefia a DRFRV. Combate ao Crime Organizado, até a data de hoje.

MARILENE SANTOS LIMA PEREIRA


INVESTIGAÇÃO DE CRIMES CONTRA VIDA Nomeada Delegada de Polícia em 23 de dezembro de 2010, designada para a 12ª COORPIN/Ibi-
quera, seguindo para Andaraí nesta mesma COORPIN, em 13 de agosto de 2011. Em 02 de março
de 2013, serviu na sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa – DHPP, e a partir de
ANDRÉA BARBOSA RIBEIRO MAGALHÃES RIBEIRO 12 de março de 2021, passou a assumir o cargo de Coordenador no mesmo Departamento.
Delegada de Polícia, Bacharel em Direito, com especialização em Direito Penal e Processo Penal
pela Unifacs. Com 19 anos de atividade policial, dez dos quais dedicados à investigação de homi-
cídios. Integrou o extinto Grupo Especial de Repressão a Crimes de Extermínio - Gerce. Em 2011, INVESTIGAÇÃO DE CRIMES CONTRA A MULHER
foi delegada assistente do DHPP, posteriormente titular e coordenadora da 01 DH/ATLÂNTICO.
Coordenou a Narcóticos e a força-tarefa de combate a organizações criminosas voltadas ao trá-
fico de drogas no estado. Foi responsável pela deflagração de importantes operações policiais PATRÍCIA BARRETO OLIVEIRA
na capital e RMS. Ainda no Draco, representou a PCBA no curso Anticorrupção e Recuperação Possui graduação em Direito pela Universidade Católica do Salvador (1995). Possui graduação
de Ativos na Internacional Law Enforcement Academy-ILEA, na cidade de Gaborone, na África, em Psicologia pela UNIJORGE (2021). Cursando o Mestrado em Psicologia na UFBA. Especiali-
assim como, em maio de 2020, foi nomeada presidente da Comissão Permanente de Avaliação zação em Neurociência, Psicologia Positiva e Mindfulness na PUC PR (2021). Especialização Saú-
e Alienação de Bens da PCBA. Atualmente, é diretora do DHPP. de Mental e Desenvolvimento Humano PUC PR (2021). Especialização em Psicologia Jurídica
e Mediação de Conflitos pela UCSAL (2021). Especialização em Desenvolvimento Infantil pela
ANDRÉ SILVA GARCIA UNIVASF (2019). Especialização em Inteligência de Segurança Pública (UNIFACS/2017). Especia-
Nomeado Delegado de Polícia em 19 de dezembro de 2001, integrando 23ª COORPIN. Atuou lização Internacional em Segurança Pública (2015) e Master Universitario Internazionale di secon-
na 6ª COORPIN, na 4ª COORPIN, na Delegacia de Tóxico e Entorpecente – DTE. Em 02 de agosto do livello in Sicurezza Pubblica. Especialização em Política Estratégica - COPPEAD/UFRJ (2010).
de 2016, integrou o quadro do Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado Especialização em Polícia Comunitária - UNISUL/SENASP (2010). Especialização em Políticas e
– DRACO, sendo nomeado Assessor Técnico em 06 de fevereiro de 2020. A partir de 23 de feve- Gestão de Segurança Pública - CEGESP/UFBA (2008). Especialização em Segurança Pública -
reiro de 2021, tornou-se Diretor Adjunto do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa UNEB/PMBA (2004). Membro do Conselho Fiscal da Associação Brasileira de Psicologia Organi-
– DHPP até a data de hoje. zacional e do Trabalho - SBPOT. Atualmente é Diretora do Departamento de Proteção a Mulher,
Cidadania e Pessoas Vulneráveis da Polícia Civil no Estado da Bahia.

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270 271 ANEXO II / EQUIPE DE COLABORADORES
LUIZ HENRIQUE MACHADO DE PAULA INVESTIGAÇÃO DE OCORRÊNCIAS ENVOLVENDO
Especilista em Direito de Polícia Judiciária pela Academia Nacional de Polícia da Polícia Federal ADOLESCENTE INFRATOR
Brasileira. Especialista em Direito Constitucional pelo CERS. Bacharel em Direito pela FDSM/MG.
Membro da Clínica de Direitos Humanos da UESB. Delegado de Polícia Judiciária da Bahia.
ITANA DOS SANTOS COELHO
BIANCA TORRES ANDRADE Graduada em Direito - UCSal. Pós-Graduação: FESMIP – Fundação Escola Superior do Ministério
Delegada de Polícia, atualmente Delegada Titular da Delegacia Especial de Atendimento à Mu- Público. Delegada de Polícia desde 2001. Realizou curso de Atividade de Inteligência pelo SI.
lher - Deam/Brotas. Formada pela Faculdade Ruy Barbosa e Pós-Graduanda em Ciências Crimi- Atuou como Delegada Titular nas cidades de Queimadas, Lamarão, Nova Ibia, Cairu e Teodo-
nais pela Universidade Católica do Salvador, atuou dois anos na cidade de Feira de Santana, à ro Sampaio – BA. Também atuou na por 08 (oito) anos na DRFRV e posteriormente no DRACO.
frente da 2ª Delegacia Territorial e hoje desenvolve suas atividades no enfrentamento à violência Atualmente, coordena as Delegacias Territoriais do DEPOM.
doméstica, na Delegacia da Mulher.

IOLA DE ASSUNÇÃO NOLASCO FARIAS ANA VIRGÍNIA CAVALCANTE PAIM


Delegada de Polícia, graduada em Direito/ UCSal, Delegada Titular em Boa Vista do Tupim, Plan- Possui graduação em Direito pela Universidade Estadual de Santa Cruz (1999), especialização
tonista na 12ª COORPIN de Itaberaba e COORPIM, de Feira de Santana. Delegada Titular da em Direito Processual pela Fundação Faculdade de Direito da Bahia - UFBA (2002), especiali-
DEAM de Candeias e atual Titular da DEAM de Periperi. Pós-graduada Latu-sensu em Direito Civil zação em Prevenção da Violência e Promoção da Segurança e Cidadania pela Universidade Fe-
pela UFBA, em Direitos Humanos pelo convênio entre o MP e a UNEB e Administração Pública deral da Bahia - UFBA. Mestrado Profissional em Segurança Pública, Justiça e Cidadania - UFBA
pela UFBA. Possui pós-graduação stricto senso - doutorado em Direito Penal pela Universidade (2013). Atuou como professora substituta na Universidade Estadual de Feira de Santana - UEFS
Nacional de Lomas de Zamora – Buenos Aires – Argentina (sem a recepção do título até o momen- durante quatro anos. Atualmente, é Delegada de Polícia Civil do Estado da Bahia, exercendo a
to). Fluente em Inglês e Espanhol. titularidade da Delegacia para o Adolescente Infrator.

ERICA FERNANDA GUIMARÃES DE JESUS COSTA


Graduada em Direito pela Universidade Católica de Salvador (2012); pós-graduada em Direito e CLAUDENICE TEIXEIRA CERQUEIRA MAYO
magistratura pela Escola de Magistrados da Bahia, em associação com a Universidade Federal da Com formação em História e em Direito pela UFBA. Delegada de Polícia aposentada, da Polícia
Bahia (2014); pós-graduada em Criminologia pela Escola de Magistrados da Bahia, em associa- Civil da Bahia. Instrutora da ACADEPOL, com especialização em Direitos Humanos pela UNEB,
ção com a Universidade Fernando Pessoa de Portugal (2016). Ingressou na Polícia Civil da Bahia com a temática de trabalho de conclusão de curso, sobre o adolescente em conflito com a lei.
no cargo de Delegada de Polícia, em 2016, tendo iniciado suas funções na Delegacia de Repres- Possui Mestrado em Segurança Pública Direito e Cidadania, pela UFBA. Atuou na área da crian-
são aos Crimes Contra a Criança e ao Adolescente - DERCCA. Atuou na DEAM/Periperi e, no ano ça e adolescente por 11 anos. Apresentou trabalho técnico: “Criminalidade Juvenil, Tráfico de
de 2017, passou a trabalhar na DEAM/Brotas. Em 2020, assumiu a titularidade da Delegacia de Drogas e Território em Salvador” no VI Seminário do Programa de Pós- Graduação em Ciências
Repressão aos Crimes Contra a Criança e ao Adolescente - DERCCA. Atualmente, é Delegada Sociais – UFRB, em Cachoeira/Ba. Publicação de artigo na Revista Juventude-Ba. Edição 18, com
Titular da Delegacia de Proteção à Mulher - DEAM/Candeias. o título “Jovens e Adolescentes em Situação de Risco e Tráfico de Drogas em Salvador".

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272 273 ANEXO II / EQUIPE DE COLABORADORES
INVESTIGAÇÃO DE OCORRÊNCIAS ENVOLVENDO CRIANÇA OU Procedimento de Oitiva de Criança e Adolescentes (Carga horária: 30h). Academia de Polícia
ADOLESCENTE VÍTIMA OU TESTEMUNHA DE VIOLÊNCIA Civil do Distrito Federal, PCDF, Brasil, 2012 – Extensão universitária em Curso de Extensão a
Distância VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES (Carga horária: 60h).
Universidade Estadual do Ceará, UECE, Fortaleza, Brasil, 2010 – Extensão universitária em curso
SIMONE MARIA FIGUEIREDO MOUTINHO BORGES de capacitação em Direitos Humanos na Atuação Policial (Carga horária: 80h). Empresa Alberto
Delegada de Polícia, atualmente titular da Dercca, atuou como Delegada Titular da DEAM (Ca- Granato-UNIFEL, Brasil, 2009 – Extensão universitária em Curso de Extensão em Capacitação
maçari e Periperi), tendo inaugurado a primeira. Especialista em Segurança Pública pela UNEB, de Inteligência de Segurança Pública. (Carga horária: 120h). Universidade Federal da Bahia,
Doutoranda em ciências criminais pela UFBA, com estudo voltado a vulneráveis. UFBA, Salvador, Brasil, 2003 – Crianças e Adolescentes desaparecidos (Carga horária: 130h).
Academia da Polícia Civil da Bahia, ACADEPOL (BA), Brasil.

KÁTIA MARIA BRASIL ABUDE


Delegada de Polícia, aposentada em 2019, tendo a DERCA como uma das unidades de referên- INVESTIGAÇÃO DE OCORRÊNCIAS ENVOLVENDO IDOSO
cia na atuação de sua atividade laboral (de 2000 a 2006). Foi coordenadora I do DEPIN (2007
a 2011), Diretora da ACADEPOL (2015 a 2017) e Corregedora-Chefe da Polícia Civil da Bahia
(2017 a 2019). No âmbito da Infância e Juventude, participou de projetos importantes como SUSY ANNE LIMA BRANDÃO
o projeto “Viver” e o projeto de “Crianças e Adolescentes Desaparecidos”. Instrutora da ACA- Delegada da Polícia Civil da Bahia. Especialista em Gestão de Segurança Pública. Especialista em
DEPOL. É docente desde 2003, exercendo o cargo de Professora da Universidade Católica do Direitos Humanos, com monografia, cujo tema foi Direito da Pessoa Idosa. Delegada da DEATI
Salvador - UCSal, Além de bacharelado em Direito e mestrado pela Universidade Federal da por 6 anos, sendo Delegada Titular por 3 anos. Há seis anos Corregedora da Polícia Civil da Bahia.
Bahia - UFBA, possui pós-graduação em Violência Doméstica contra Crianças e Adolescentes
pela Universidade de São Paulo - USP e pós-graduação em Direito Penal e Processo Penal pela HELENECI SOUSA NASCIMENTO DE JESUS
Universidade Estácio de Sá. Graduada em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia, Especialista
em Gestão Estratégica em Segurança Pública pela Universidade do Estado da Bahia. Membro
ANA CRICIA DE ARAÚJO ALMEIDA MACEDO titular por 2 (duas) gestões no Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Mulher. Represen-
Bacharela em Direito pela Universidade Católica do Salvador (1994), pós-graduada Lato Sensu tante da Bahia por indicação da SSP/BA na XIII Jornada da Lei Maria da Penha realizada no CNJ
em Ciências Criminais pela Faculdade Jorge Amado – Jus Podium (2004); Especialista em Di- Titular por 2 (duas) gestões da DEAM/Brotas. Atual titular da Delegacia Especial de Atendimento
reitos Humanos e Cidadania pela Universidade do Estado da Bahia - UNEB (2010). Delegada ao Idoso.
de Polícia Civil no estado da Bahia (1995-2020). Atuou como Delegada Titular da DERCCA
- Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Criança e o Adolescente (2012-2020). Atuou LAURA MARIA DE ARGOLLO CAMPOS
como Conselheira do Conselho Estadual da Criança e do Adolescente – CECA-BA (2012-2020). Graduações: Letras Vernáculas c Língua inglesa; Sec. Executivo; e Direito (todos UFBA). Pós grad:
Conselheira do PPCAAM – Programa de Proteção à Criança e Adolescente Ameaçado de Mor- - CESP / UNEB; - Dir.Penal e Processual Penal/UNIFACS; - Ciências Criminais/Jus Podium. Curso
te. Instrutora da Academia da Polícia Civil da Bahia. 2019 – COMPUTER AND NETWORK IN- Atividade de Inteligência na vertente Análise/ ABIN-DF ( maio a julho de 2002). DPC TITULAR:
TRUSION COURSE (Carga horária: 40h). INTERNATIONAL LAW ENFORCEMENT ACADEMY, ALAGOINHAS/ 2ª. COORPIN; DPA/Praia do Forte; 25a DT/ Dias D'Ávila; 10º. DT/Pau da Lima;
ILEA, El Salvador. 2018 – Curso de curta duração em CURSO DE DEPOIMENTO ESPECIAL, O DERCCA; DEATI. DPC PLANTÀO: na 8a DT/CIA. DPC ADM na 2ª DH e 3ª DH /DHPP. Ora, na

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274 275 ANEXO II / EQUIPE DE COLABORADORES
Coordenação das Especializadas - CODESP/DEPOM. Curso completo de inglês e espanhol até o MARCOS ANTONIO DE SOUZA
avançado/ superior (Ebec/Acbeu; Caballeros de Santiago). Instrutora da ACADEPOL (Português/ Formação: - Licenciatura Plena em Educação Física - Faculdade de Educação Física/ UCSal – 1985
Estatuto do Idoso). - Curso de Formação Para Agente de Polícia – Academia da Polícia Civil da Bahia - 2000 - Coordena-
dor de Plantão: 12ª DT. Pós-Graduações em: - Especialização em Metodologia do Ensino Superior
– Fundação de Ensino Superior de Pernambuco - FESP/UPE – 1989, - Especialização em Prevenção
INVESTIGAÇÃO DE OCORRÊNCIAS ENVOLVENDO TURISTA da Violência, Promoção da Segurança e da Cidadania - Escola de Administração – UFBA/ NPGA/CPA
– 2009, - Especialização em planejamento estratégico – ADESG/BA – 2013, - MBA em Inteligência
Estratégica – ADESG/BA – 2013 - Mestrando do curso Profissional em Segurança Pública, Justiça e
CRISTIANE INOCÊNCIA XAVIER RODRIGUES COELHO Cidadania – UFBA – Em fase de conclusão da dissertação. Atividades Acadêmicas Relacionadas: - Cur-
Nomeada Delegada de Polícia em 31 de outubro de 1995, designada para Seabra. Prestou servi- so de Instrutoria Interna do Estado - Curso de Capacitação em Atendimento aos Grupos de Vítimas
ço em seguida na COORPIN de Bom Jesus da Lapa, Casa Nova, 7ª DT, 12ª DT. Em 06 de janeiro Vulneráveis – UNIFEL/ACADEPOL – 2010. - Gestão da Investigação Policial, do Programa de Desen-
de 2012, tornou-se Delegada Titular da Delegacia de Proteção ao Turista – DELTUR, em 20 de volvimento Permanente para Gestores da Polícia Civil e da Polícia Técnica – Fundação Luís Eduardo
julho de 2017, teve exercício na Coordenação de Polícia Interestadual – POLINTER. A partir de Magalhães/Academia de Polícia Civil- 2010 - Curso Capacitação em Direitos Humanos na Atuação
27 de janeiro de 2021, tornou-se Diretora do Departamento de Polícia Metropolitana – DEPOM, Policial – Academia de Polícia Civil - 2010 - Curso Formação de Formadores/ Secretaria Nacional
exercendo sua função até a data de hoje. de Segurança Pública - SENASP – EAD - 2008 - Treinamento em Mediação de Casos Reais Supervi-
sionados – Secretaria Nacional de Segurança Pública - SENASP/PNUD – 2007. - Curso de Resolução
MARITTA SILVA DE SOUZA Pacífica de Conflitos – Secretaria Nacional de Segurança Pública - SENASP – 2007 - Curso Nacional de
Graduada em Direito pela Universidade Federal da Bahia, atuou como Delegada Coordenadora Promotor de Polícia Comunitária – Secretaria Nacional de Segurança Pública - SENASP/ Instituto de
nas COORPINS de Ilhéus e Valença foi Delegada Titular na 7a Delegacia Territorial e na Unidade Segurança Pública – ISP/RJ - 2007 - Qualidade no Atendimento ao Público – Prefeitura Municipal de
Especializada de Proteção ao Turista em duas gestões, Diretora de Direitos Humanos na Superin- Salvador - 1996 - Curso de Sistemas de Gestão da Qualidade – SGQ – Instituto Brasileiro da Qualida-
tendência de Prevenção à Violência, especializou-se em Gestão em Direitos Humanos, participou de Nuclear – IBQN - 1994 Outros Eventos Acadêmicos: - Palestra Programa Nacional de Proteção ao
de Cursos de Segurança Turística. Conhecimento – ACADEPOL – 2013 - Seminário Segurança Pública e Relações Raciais – Salvador/BA
11/11/2009 – Plenária. - 1ª Conferência Nacional de Segurança Pública – Brasília/DF – 27 a 30/08/2009
LUIS HENRIQUE COSTA FERREIRA – Representante. - 1ª Conferência Estadual de Segurança Pública – Salvador/ BA – 09 e 10/07/2009
Mestre em Segurança Pública, Justiça e Cidadania, pela UFBA, Engenheiro Civil, Licenciado em – Plenária. - Gestão Temática “As tendências contemporâneas do controle penal”: uma abordagem
Matemática e Bacharel em Direito pela UCSal. Especialista em Gestão Pública, pela UNILAB, Es- criminológica - Salvador/BA – 11/08/2008 – Plenária. - Membro da Equipe da Secretaria Nacional
pecialista em Direitos Humanos, pela UNEB, Especialista em Gestão de Política de Segurança de Segurança Pública, na Coordenação das Ações de Segurança dos XV Jogos Pan-Americanos e
Pública, pela UFBA, Especialista em Análise de Sistemas, pela FIESA. Exerceu, por concurso, ati- III Jogos Parapan-Americanos – Rio de Janeiro 2007. - Seminário Tecendo a Rede – Fazendo agora,
vidade de Analista de Sistemas do TJBA, obtendo experiência em projeto e desenvolvimento de Pensando no Futuro – Rio de Janeiro/RJ – 04 e 05/08/2007 – Plenária. - Seminário Pan Americano de
sistemas informatizados de grandes e médios portes. Atualmente, atua Delegado de Polícia Civil, Polícia Comunitária e Segurança Cidadã – Rio de Janeiro/RJ – Junho de 2007- Plenária. - 1ª Encontro
Classe Especial, condição na qual atuou na Capital e no interior do Estado da Bahia, em delega- Carioca de Segurança Urbana Preventiva – Rio de Janeiro/RJ – 14 e 15/12/2006 – Plenária. - Mem-
cias territoriais e especializadas. bro do Grupo de Trabalho Denominado “Plenária de Modernização” para Elaboração de Estudos
de Proposta de Organograma Estrutural e de Lei Orgânica Nacional – Portaria SENAS/MJ nº 8 de

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276 277 ANEXO II / EQUIPE DE COLABORADORES
02/03/2006 – D.O.U. Seção 2 de 03/03/2006. - Ciclo de Palestras Sobre as Ações do Sistema Único MARTA KARINE MENEZES DE AGUIAR
de Segurança Pública, com enfoque na Modernização da Polícia Civil – Brasília/DF – 01 e 02/09/2005 Idem - Investigação de Crimes Contra Vida
– Participante. - Membro da Comissão Executiva de Elaboração de Anteprojeto da Lei de Organiza-
ção Básica da Polícia Civil da Bahia, Portaria Conjunta SSP/SAEB nº 654 de 23/09/2005 – D.O.E. Data
24/25 de setembro de 2005. - Seminário Políticas Municipais para Superação da Violência Urbana – INVESTIGAÇÃO ENVOLVENDO CRIMES CONTRA
Salvador/BA – 06 e 07/08/2003. - Delegado da Comissão Estadual Criança e Constituinte – II Encontro A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Nacional Criança e Constituinte 1988 – Brasília/DF Publicação: - Cartilha da Criança e do Adolescente
– “Fazendo agora Pensando no Futuro “– MJ/SENASP – Rio 2007.
MILENA LIMA CALMON DE SIQUEIRA
ANGELA DOS SANTOS Graduada em direito pela UESC (Universidade Estadual de Santa Cruz), em 1999; Procurada Ju-
Escrivã, bacharel em Direito, pós graduada em ciências criminais na Faculdade 2 de Julho, Coor- rídica dos Municípios de Cadeias/BA e São Francisco do Conde/BA, de 2002 a 2004; gerente re-
denadora de Cartório em algumas unidades. gional do Ministério Público da Bahia, de 2005 a 2008; Delegada de Polícia Civil da Bahia desde
2009; pós-graduada em ciências criminais lato sensu pela EMAB/UCSal, em 2013; pós-graduada
em inteligência de segurança pública – Unifacs, em 2017; Áreas de atuação na PC/BA- DEPIN,
ATENDIMENTO POLICIA E INVESTIGAÇÃO ENVOLVENDO EXTORSÃO DHPP (FSA e SSA), DAI e DRACO, atualmente, servindo a CECCOR/LD-DRACO.
MEDIANTE SEQUESTRO, ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS
E RECUPERAÇÃO DE ATIVOS
MARCIA PEREIRA DOS SANTOS VIEIRA
Graduada em Direito pela UESC em 08/1998 (Universidade Estadual de Santa Cruz), Advocacia
JOSÉ ALVES BEZERRA JÚNIOR Civil e Trabalhista - Escritório Graça Torres - Itabuna 2000 a 2002, Subscrivã do Tribunal de Jus-
Nomeado Delegado de Polícia em 19 de dezembro de 2021, sendo designado para 8ª COORPIN/ tiça da Bahia - Concursada - 2000 a 2002, Delegada de Polícia Civil do Estado da Bahia desde
Teixeira de Freitas, indo para o Departamento de Narcótico – DENARC, em 23 de setembro de 2004, - Integrante da Força Tarefa de Combate a Corrupção - 2016 a 2017, pós-graduanda em
2009, em Teixeira de Freitas e, em 12 de maio de 2011, passou a servir no DENARC em Salvador. Direito Processual Penal com Habilitação em docência no Ensino Superior.
A partir da data de 02 de março de 2013, passou a ser Diretor Adjunto do Departamento de Homi-
cídios e Proteção à Pessoa – DHPP, em 28 de fevereiro de 2015, assume como Diretor do Departa- NAYARA GRACIELA SALES BRITO
mento. Atualmente, é o Diretor do Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado. Delegada de polícia civil desde o ano de 2016, atualmente lotada no DRACO, exercendo ativida-
des no Núcleo Fiscal da DECECAP/CIRA. Atuou na PCBA na 4ª COORPIN, bem como na antiga
CLEANDRO PIMENTA BASTOS NETO Coordenação dos Crimes Econômicos e contra a Administração Pública – CCOEAP do DRACO.
Idem - Planejamento Operacional Mestre em Direito Público pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP). Pós-Gra-
duada em Direito Processo Civil – IBDP /LFG. Graduação em Direito na Universidade Católica do
MARCELO COSTA SANSÃO Salvador. Ex-oficial da Defensoria Pública do Estado de São Paulo, tendo atuado na Coordenação
Idem - Inquérito Policial Parte Geral Criminal da Defensoria, situada no Fórum Criminal da Barra Funda/SP.

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278 279 ANEXO II / EQUIPE DE COLABORADORES
CAMILA ALBUQUERQUE DE FARIAS GUIMARAES ROBERTA SALUSTIANO COSTA SOUZA
Graduada em Direito pela Universidade Católica de Pernambuco (2010). Pós-graduada em Di- Nomeada Delegada de Polícia Civil em 30 de junho de 2006, nomeada para 9ª COORPIN. Em
reito e Processo do Trabalho pela Universidade Anhanguera-UNIDERP (2011). Foi advogada nos 31 de outubro de 2006, exerceu atividades na 3ª COORPIN. Em 20 de junho de 2012, passou a
anos de 2011 a 2016. Atualmente, é Delegada de Polícia Civil do Estado da Bahia, lotada na integrar ao Departamento de Polícia do Interior – DEPIN, em 12 de junho de 2018, assumiu como
Coordenação Especializada de Combate à Corrupção e Lavagem de Dinheiro – CECCOR/LD - Assessoria Técnica deste Departamento. Em 19 de fevereiro de 2021, passou a fazer parte do
DRACO, tendo atuado, inicialmente, no DEPIN (na Delegacia de Proteção ao Turista (DELTUR) Departamento de Crimes Contra o Patrimônio – DCCP, atualmente como Assessora Técnica.
– Lençóis e na Delegacia Territorial de Santo Estevão), e, posteriormente, no DRACO, perante à
Delegacia Dos Crimes Econômicos E Contra A Administração Pública - DECECAP. LARISSA LAGE DE BARROS
Nomeada Delegada de Polícia Civil, em 04 de agosto de 2016, homologado por meio da Portaria
Conjunta SAEB/PC nº 001, de 13 de abril de 2015, publicado no D.O.E., de 14 de abril de 2015,
INVESTIGAÇÃO ENVOLVENDO CRIMES FUNDIÁRIOS em conformidade com a Republicação do Edital – SAEB/01/2013, publicada no D.O.E de 19 de
março de 2013, designada para a Delegacia de Atendimento à Mulher – DEAM de Periperi, em 26
de novembro de 2016, passou a servir na Delegacia de Homicídios em Feira de Santana. A partir
GIOVANNA DE ANDRADE BOMFIM da data de 12 de maio de 2017, passou a fazer parte do quadro da 1ª COORPIN. Em, 05 de julho
Idem - Planejamento Operacional de 2017, passa a ter exercício na 25ª DT, em 19 de setembro de 2017, vem fazer parte da Delega-
cia de Atendimento da Mulher em Brotas. Na data de 16 de outubro de 2019 integra o quadro da
MÁRCIA CRISTINA MATOS DOS SANTOS Delegacia Especial de Crimes Econômicos contra a Administração Pública, e em 23 de fevereiro de
Nomeada Agente de Polícia em 24 de abril de 2004, sendo designada para a 22ª COORPIN/Guanam- 2021, passa a exercer sua função no Departamento de Crimes contra o Patrimônio – DCCP.
bi. Em 19 de maio de 2009 passou a integrar o quadro do Departamento de Tóxico e Entorpecente
– DTE, seguindo após para a sede do Departamento de Polícia do Interior – DEPIN e em 10 de maio
de 2014 teve seu exercício iniciado no Grupo Especial de Mediação e Acompanhamento de Conflitos PROCEDIMENTOS PARA CUMPRIMENTO E CONTROLE DE MANDADOS
Agrários e Urbanos – GEMACAU. Em 06 de março de 2015 serviu na Polícia Interestadual – POLINTER, DE PRISÃO E CARTAS PRECATÓRIA/ POLINTER
e em 05 de agosto de 2017, retornou para o GEMACAU, onde está lotada até a data de hoje.

ARTHUR JOSÉ PEDREIRA GALLAS E SOUZA


INVESTIGAÇÃO ENVOLVENDO AS RELAÇÕES DE CONSUMO Oficial da Reserva do Exército Brasileiro (NPOR/ 19° BC); Bacharel em Direito pela Universidade
Católica de Salvador; Especialista em Gestão de Segurança Pública pelo Programa de Desenvol-
vimento de Gestores Integrais - PDGI / FLEM; Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais e Delegados
MARIA APARECIDA GUERRA DE SANTANA na Academia da Polícia Militar da Bahia (CAO/PMBA); Especialista em Gestão Estratégica em Se-
Delegada de Polícia Civil lotada na DECON. Trabalhou nas Delegacias de Macajuba, Santo Antô- gurança Pública pela Universidade Estadual da Bahia (CEGESP/ UNEB) Operador Tático formado
nio de Jesus, Santo Amaro, Delegacia dos Crimes Econômicos e Contra a Administração Pública. pela Academia da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (CAT/ PCERJ).
Pós-graduada em Direito Público pela Unifacs. Ex-procuradora Fiscal do Município de Lauro de
Freitas, ex-professora do Estado da Bahia.

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280 281 ANEXO II / EQUIPE DE COLABORADORES
FABRINA ALMEIDA LOPES DE CARVALHO ARTUR FERNANDO GUIMARÃES DE JESUS COSTA
Graduou-se em Direito na Universidade Federal da Bahia, turma de 1998. Possui Especializações Idem Inquérito Policial Parte Geral
em Direitos Humanos (FESMIP/UNEB) e em Penal e Processo Penal (Universidade Estácio de Sá).
Delegada de Polícia do Estado da Bahia desde 200. Atuou em Delegacias Territoriais do interior DÉBORA NEVES DOS SANTOS SILVA
do Estado e da Capital e em unidades especializadas (DECECAP e GERRC). Atuou por 11 anos Escrivã de Polícia desde 2015, Coordenadora de Cartório do serviço de Central de Flagrantes
como Assessora Técnica da Secretaria da Segurança Pública da Bahia. Foi Presidente da Comis- CENFLAG/Salvador, desde 2014; Graduada em Direito; Instrutora da Acadepol.
são de Investigação Social da ACADEPOL por dois anos. Atualmente, coordena o Setor de Inves-
tigação, buscas e capturas da Polinter.
INVESTIGAÇÃO DE CRIMES AMBIENTAIS
JAINILDO CARNEIRO DE ARAUJO
Escrivão de Polícia Civil desde 2003, atualmente servindo na Polinter, com Graduação em Licen-
ciatura em Filosofia - Universidade Católica do Salvador; com graduação em Ciências Contábeis
ALDACIR FERREIRA DOS SANTOS
– Faculdade Visconde de Cairu; com Especialização em Gestão em Administração e Desenvolvi-
Nomeado Delegado de Polícia em 11 de janeiro de 2002, designado para a 1ª Coorpin/Feira de
mento em Recursos Humanos – Faculdade Visconde Cairu; Especialização em Análise Criminal
Santana; atuou na 15ª Coorpin/Serrinha em 2006; DEAM de Camaçari em 2010; 18DTª de Cama-
– Faculdade Maurício De Nassau. Desempenhou suas atividades de Coordenador de Cartório
çari em 2012, 11ª DT de Tancredo Neves em 2013; Delegacia de Proteção Ambiental em 2015 e
em unidades policiais de Feira de Santana e Salvador, Especializada de Tóxicos e atualmente na
para a 33ª DT de Monte Gordo, em 2019.
Coordenação de Polícia Interestadual – POLINTER.

AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE PROCEDIMENTO DE APREENSÃO E LEILÃO DE BENS E VALORES

EMILIA MARGARIDA BLANCO DE OLIVEIRA FABIANA CARDOSO PINHEIRO


Delegada de Polícia, nomeada em 15 de novembro de 1986; graduada em Direito, com Espe- Delegada de Polícia Civil do Estado da Bahia, nomeada em 20 de março de 2004graduada em
cialização em Direito Penal, Processual Penal e Civil/UFBA, Especialização em Política, Gestão e Direito pela Universidade Federal da Bahia – UFBA, com especialização em Direito do Estado. Ini-
Segurança Pública/NPGA/UFBA, curso básico de Espanhol Centro Cultura Hispânica Caballeros ciou sua carreira no interior, onde trabalhou em unidades operativas territoriais, e, posteriormen-
de Santiago. Instrutora de Metodologia da Investigação Policial, Procedimentos pré-processual te, passou a exercer suas funções na Capital, também em delegacias territoriais e especializadas.
e Direito Penal (ACADEPOL). Em sua trajetória, foi Delegada Adjunta da PCABA, Chefe de Gabi- Atualmente, lotada na Corregedoria da Polícia Civil – CORREPOL, presidente da 4ª Comissão Per-
nete da Polícia Civil e da Secretaria da Segurança Pública - SSP); atuou na DRFR como Delegada manente de Processo Administrativo Disciplinar e Sindicância – CPPAD e membro da Comissão
Plantonista e Titular, na 6ª DT e 12ª DT, na Delegacia Especializada de Homicídio e outras uni- Permanente de Avaliação e Alienação de Bens – CPAAB, apreendidos em repressão ao tráfico de
dades operativas da Polícia Civil. Atuou ainda como coordenadora da Cdep e Coordenadora da drogas.
Central de Flagrantes da Capital.

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282 283 ANEXO II / EQUIPE DE COLABORADORES
JOMAR JOSÉ DE OLIVEIRA JÚNIOR
Escrivão de Polícia Civil do Estado da Bahia, graduado em Direito pela Universidade Católica do
Salvador – UCSal, com especialização em Inteligência Policial e pós-graduando em Direito de
Trânsito. Designado para servir na CORREPOL para prestar suporte à Comissão instituída pela
portaria de nº 308, de 30 de julho de 2015. Membro da Comissão Permanente de Avaliação e
Alienação de Bens – CPAAB, apreendidos em repressão ao tráfico de Drogas; desempenhou o
cargo de Assessor Técnico na Diretoria Geral do Departamento Estadual de Trânsito da Bania,
possuindo como atribuição o aconselhamento técnico e jurídico no âmbito do DETRAN-BA.

ATENDIMENTO DE OCORRÊNCIAS ENVOLVENDO PESSOAS


DESAPARECIDA E EM SITUAÇÃO DE VULNERÁVEIS

HELOÍSA SIMÕES DE FREITAS ALMEIDA


Delegada de Polícia, aposentada em 30 de junho de 2020. Formação em Direito pela UCSA de Sal-
vador. Curso de Especialização em Segurança Pública na Polícia Militar da Bahia (Curso de Aper-
feiçoamento de Oficiais), Pós-graduação em Direito Penal e Processo Penal pela Estácio de Sá, IV
Treinar no Estado do Rio de janeiro (Combate ao tráfico ilegal de armas), Curso de especialização em
Direito Público pela associação classista da Bahia. Curso tráfico de pessoas em Brasília /DF. Atuou
na Delegacia de Homicídios, no complexo dos Barris; no Centro de Operações Especiais – COE e no
Departamento de Polícia do Interior. Foi Coordenadora de Fiscalização de Produtos Controlados e
Titular da Delegacia de Proteção à Pessoa/DHPP.

JUSSARA MARIA ANDRADE GOMES


Nomeada Delegada de Polícia em 20 de março 2003, servindo na 20ª COORPIN/Brumado, em 17 de
março de 2007 na 2ª Coorpin/Alagoinhas; em 21 de julho de 2011, passa a servir na Corregedoria da
Polícia Civil – CORREPOL. Em 06 de março de 2013, passou a exercer o cargo de Assessora Técnica
no Departamento de Polícia Metropolitana – DEPOM. Em 08 de março de 2014, passou a atuar na 7ª
DT e, em 19 de março de 2015, passou a integrar o quadro do Departamento de Homicídios e Prote-
ção à Pessoa – DHPP, estando lotada na data de hoje.

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284
Coordenação Editorial
Gabinete do Delegado Geral – GDG
Escritório de Projetos e Processos - EPP

Produção e organização dos textos


Equipe de colaboradores na Produçao textual – Sub comissões temáticas ( Anexo II)
Jorvane Andrade dos Santos, Delegada de Polícia/Corregedora-Correpol - Presidente da Comissão
Daniella Andrade Monteiro de Queiroz, Delegada de Polícia/Acadepol – 1º Membro da Comissão
Ilma Leonor Magarão Paiva, Delegada de Polícia/Coordenadora Geral – EPP/GDG – 2º Membro da Comissão
Kristianne Moscovits, Escrivã de Polícia/Coordenadora de Processos – EPP/GDG

Revisão de textos
Elâine Nogueira da Silva, Delegada - Geral Adjunta/GDG
José Fernando Oliveira dos Santos, Delegado de Polícia/Corregedor Chefe-Correpol
Artur Fernando Guimarães de Jesus Costa, Delegado de Polícia/GDG
Anísio Amaral Vianna Filho, Delegado de Polícia/Assessor Técnico/GDG
Pollyanna Pedreira Silva, Delegada de Polícia/Coordenadora de Tecnologia de Gestão-EPP/GDG

Diagramação
P55 Edição

Impressão e acabamento
Empresa Gráfica da Bahia

POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DA BAHIA


Telefone: (71) 3116-6500 / FAX: (71) 3116-6483
Rua 13 de Maio, s/n – Piedade
Prédio-Sede da Polícia Civil
CEP: 40.070-010 – Salvador – Bahia
http://www.policiacivil.ba.gov.br/

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