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MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE

POLÍCIA JUDICIÁRIA
DO ESTADO DA BAHIA

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

B151m Bahia. Polícia Civil.


Manual de procedimentos de Polícia Judiciária do Estado da Bahia /
Polícia Civil do Estado da Bahia. – Salvador : P55 Edição, 2022.
232 p.

Manual de normas e procedimentos para execução das atividades de


Polícia Judiciária do Estado da Bahia.

1. Bahia - Polícia Civil. 2. Polícia Judiciária - manual. 3. Normas e


procedimentos. 4. Segurança Pública. I. Título.

CDD 363.2

Ficha catalográfica – Karina Ribeiro Barbosa CRB-5/1783


ANO 2022
RUI COSTA
Governador

RICARDO CÉSAR MANDARINO BARRETTO


Secretário da Segurança Pública

HÉLIO JORGE OLIVEIRA PAIXÃO


Subsecretário da Segurança Pública

HELOÍSA CAMPOS DE BRITO


Delegada-Geral

GESTÃO SUPERIOR
ELÂINE NOGUEIRA DA SILVA Delegada-Geral Adjunta – DGA
JOSÉ FERNANDO OLIVEIRA DOS SANTOS Corregedoria da Polícia Civil – CORREPOL

GESTÃO ESTRATÉGICA
JOELMA JEZLER FRANCO PALMEIRA Academia da Polícia Civil – ACADEPOL
GILDÉCIO JOSÉ DE SOUZA Departamento de Planejamento, Administração e Finanças – DEPAF
EDENIR DE MACÊDO CERQUEIRA Departamento de Inteligência da Polícia Civil - DIP

GESTÃO TÁTICA
ROGÉRIA DA SILVA ARAÚJO Departamento de Polícia do Interior – DEPIN
CHRISTHIANE INOCÊNCIA XAVIER RODRIGUES COELHO Departamento de Polícia Metropolitana – DEPOM
ANDRÉA BARBOSA RIBEIRO MAGALHÃES RIBEIRO Departamento de Homicídios e Proteção a Pessoa – DHPP
JOSÉ ALVES BEZERRA JÚNIOR Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado – DRACO
FLÁVIO AUGUSTO DE ANDRADE GOIS Departamento de Crimes Contra o Patrimônio – DCCP
MARCOS CESAR DA SILVA Coordenação de Operações Especiais – COE
ARTHUR JOSÉ PEDREIRA GALLAS E SOUZA Coordenação de Polícia Interestadual - POLINTER

SUPORTE OPERACIONAL
GESSÉ DE SOUZA SILVA Departamento Médico da Polícia Civil – DEMEP
OMAR ANDRADE LEAL Coordenação de Documentação e Estatística Policial – CDEP
VALTER SOUZA BARBOSA Coordenação de Tecnologia, Informática e Telecomunicações – CTIT
CLEANDRO PIMENTA BASTOS NETO Coordenação de Fiscalização de Produtos Controlados – CFPC
ANTÔNIO JORGE FERREIRA DOS SANTOS SILVA Assessoria de Comunicação - ASCOM
INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº. 04 de 31 de maio de 2022

A DELEGADA-GERAL DA POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DA BAHIA, no uso de uma de suas atribui-


ções, baseado no inciso XIII do art. 19 da Lei Estadual nº. 11.370/2009 – Lei Orgânica da Polícia
Civil do Estado da Bahia, e,

CONSIDERANDO a necessidade de normatizar e padronizar os procedimentos da atividade de


Polícia Judiciária no âmbito da Polícia Civil da Bahia;
CONSIDERANDO a necessidade de simplificar e dar maior celeridade aos feitos pré-processuais
afetos à competência da Polícia Judiciária;
CONSIDERANDO a exigência de maior transparência, qualidade, eficiência e eficácia das inves-
tigações criminais realizadas no âmbito estadual;
CONSIDERANDO os objetivos estratégicos de incrementar a capacidade de investigação crimi-
nal na elucidação de crimes e de aperfeiçoar a gestão das informações criminais como indutoras
de políticas públicas de segurança pública e sociais;
CONSIDERANDO a necessidade de instituir mecanismos de fiscalização, controle e avaliação
das atividades de Polícia Judiciária:

RESOLVE:

Art.1º - Instituir, no âmbito da Polícia Civil do Estado da Bahia, o Manual de Procedimentos de


Polícia Judiciária a ser observado em todos os seus termos pelos integrantes do Sistema Policial
Civil de Carreira Profissional.

§ 1º - O presente Manual de Procedimentos normatiza, disciplina e padroniza as atividades de


Polícia Judiciária;

§ 2º - São de uso obrigatório os modelos que compõem o Manual de Procedimentos, previsto


nesta instrução normativa;
§ 3º - O Manual de Procedimentos ficará disponibilizado no site da Polícia Civil (www.policiacivil.
ba.gov.br), devendo a Coordenação de Tecnologia da Informação e Telecomunicações inserir
em destaque na sua primeira página.
Art. 2º - Caberá à Corregedoria da Polícia Civil do Estado da Bahia – Correpol instituir mecanis- INTRODUÇÃO
mos de acompanhamento, fiscalização, orientação, controle e avaliação da adequada obediên-
cia ao previsto no presente ato normativo, zelando pela execução das etapas de todo o ciclo da O presente manual é o resultado do trabalho realizado pela Comissão instituída por meio da
investigação policial, com vistas à regularidade dos atos e procedimentos. Portaria nº 188 de 12 de março de 2021, com a finalidade de revisar a Instrução Normativa nº 1
de 17 de abril de 2013, que trata dos feitos pré-processuais afetos à competência da Polícia Judi-
Art. 3º - Deverá a Academia da Polícia Civil do Estado da Bahia – Acadepol promover as medidas ciária, tendo como colaboradores delegados, escrivães e investigadores, reconhecidos em razão
necessárias à ampla divulgação do Manual de Procedimentos de Polícia Judiciária, incrementan- da condição de docentes/especialistas. O documento foi identificado como um instrumento de
do a cultura, doutrina, normalização e protocolos técnicos da ação policial investigativa, através organização, padronização e direcionamento necessário à execução das atividades de Polícia
das atividades de formação e o desenvolvimento profissional, de forma a fortalecer a observação Judiciária, relacionadas aos processos organizacionais finalísticos e de apoio. No trabalho, os
do disposto nesta instrução. referidos servidores policiais foram organizados em subcomissões temáticas para facilitar o pro-
cesso de construção do manual. Coube à Comissão a organização, integração e alinhamento dos
Art. 4º - Esta Instrução entra em vigor na data de sua publicação. conteúdos construídos e revisados pelas equipes, com o apoio técnico do Escritório de Projetos
e Processos da Polícia Civil da Bahia.
Heloísa Campos de Brito
Delegada-Geral da Polícia Civil
AGRADECIMENTOS

A Comissão instituída pela Portaria nº 188 de 12 de março de 2021 agradece aos ilustres colabo-
radores cuja cooperação tornou possível a efetiva concretização do presente manual. É possível
conhecer um pouco mais sobre a trajetória destes servidores no anexo II do documento.

A escolha de organizar os atos normativos em forma de manual decorreu da necessidade de


realização de sucessivas revisões motivadas por alterações produzidas, ao longo dos anos, na le-
gislação processual penal e administrativa da própria Polícia Civil, com repercussão, notadamen-
te, na qualidade do inquérito policial e outros procedimentos de Polícia Judiciária, bem como
oferecer aos operadores de segurança pública um instrumento para embasamento das suas ati-
vidades operativas.

Com efeito, o manual em comento se apresenta como suporte básico que, efetivamente, aperfei-
çoará as atividades de Polícia Judiciária estadual, considerando, contudo, as particularidades de
sua realidade institucional.

Nesse sentido, busca-se proporcionar aos integrantes da Polícia Civil da Bahia uma visão básica e
geral de seu dever funcional, propiciando, assim, o melhor desempenho de suas atribuições com
a obtenção de melhores resultados, ao tempo em que se esclarecem papéis e responsabilidades.

O Manual de Procedimentos traduz um esforço inicial de reunião de experiências, cuja comple-


mentação, ao longo do tempo, deverá ser contínua, visando a que o seu conteúdo reflita sempre
práticas inovadoras, atualizadas e eficazes, indispensáveis à moderna e democrática Polícia Judi-
ciária.

Jorvane Andrade dos Santos


Delegada de Polícia Especial
Presidente da Comissão
SUGESTÕES DE MELHORIAS

Buscando o constante aperfeiçoamento desta publicação, sugestões relacionadas aos conceitos


e/ou à forma podem ser remetidas para a Corregedoria da Polícia Civil, pelo e-mail correpol.
pcba@pcivil.ba.gov.br ou via SEI. PCBA/correpol-corregedoria da policia civil

O quadro abaixo apresenta a indicação de como o colaborador poderá registrar suas sugestões
de melhoria.

Manual Justificativa
Redação Atual Redação Sugerida
(Edição Ano) (observação/comentário)
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ACADEPOL – Academia de Polícia Civil


AIAI – Auto de Investigação de Ato Infracional
ASCOM – Assessoria da Comunicação
BO – Boletim de Ocorrência
BOC – Boletim de Ocorrência Circunstanciada de Ato Infracional
CDEP – Coordenação de Documentação e Estatística Policial
CFPC – Coordenação de Fiscalização de Produtos Controlados
CNJ – Conselho Nacional de Justiça
COE – Coordenação de Operações Especiais
CORREPOL – Corregedoria da Polícia Civil da Bahia
CTIT – Coordenação de Tecnologia da Informação e Telecomunicações
DAI – Delegacia para o Adolescente Infrator
DEAM – Delegacia Especial de Atendimento à Mulher
DEATI – Delegacia Especial de Atendimento ao Idoso
DECARGA – Delegacia de Repressão e Furtos e Roubos de Cargas em Rodovias
DEMEP – Departamento Médico da Polícia Civil
DEPAF – Departamento de Planejamento, Administração e Finanças
DEPIN – Departamento de Polícia do Interior
DEPOM – Departamento de Polícia Metropolitana
DERCCA – Delegacia de Repressão a Crimes Contra a Criança e o Adolescente
DG – Delegado-Geral
DGA – Delegado-Geral Adjunto
DHPP – Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa
DIP – Departamento de Inteligência
DPA – Delegacia de Proteção Ambiental
DPT - Departamento de Polícia Técnica
DRACO – Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado
EPP – Escritório de Projetos e Processos
FAC - Folha de Antecedentes Criminais
GME – Grupo Especializado de Repressão aos Crimes por Meio Eletrônico
IP – Inquérito Policial
LOPC – Lei Orgânica da Polícia Civil
POLINTER - Coordenação de Polícia Interestadual
PPE – Procedimento Policial Eletrônico
TCO – Termo Circunstanciado de Ocorrência;
VPI – Verificação Preliminar de Informações
61 • CAPÍTULO VII: DAS INFRAÇÕES PENAIS DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO
SUMÁRIO 64 • CAPÍTULO VIII: DA CONCESSÃO E DO RECOLHIMENTO DA FIANÇA

65 • CAPÍTULO IX: DOS LIVROS CARTORÁRIOS

23 TÍTULO I: DISPOSIÇÕES PRELIMINARES 68 . Seção I: Apreensão de bens

24 • CAPÍTULO I: DA NOTÍCIA DE CRIME 70 . Seção II: Drogas e bem apreendido na repressão ao tráfico de drogas

26 • CAPÍTULO II: DA VERIFICAÇÃO PRELIMINAR DE INFORMAÇÕES 70 . Seção III: Dinheiro

71 . Seção IV: Armas de fogo

31 TÍTULO II: INQUÉRITO POLICIAL 72 . Seção V: Veículos

31 • CAPÍTULO I: DA INSTAURAÇÃO 74 . Seção VI: Bens perecíveis

32 • CAPÍTULO II: DA CAPA 74 . Seção VII: Objetos contrafeitos

34 • CAPÍTULO III: DA MOVIMENTAÇÃO 74 . Seção VIII: Explosivos

34 • CAPÍTULO IV: DA INSTRUÇÃO 75 . Seção IX: Joias

34 . Seção I: Disposições gerais 75 • CAPÍTULO X: DOS PROCEDIMENTOS DE BUSCA E CAPTURAS

39 . Seção II: Das intimações 80 • CAPÍTULO XI: DAS MEDIDAS ASSECURATÓRIAS

41 . Seção III: Das inquirições 80 • CAPÍTULO XII: DA COLABORAÇÃO PREMIADA

43 . Seção IV: Das testemunhas 83 • CAPÍTULO XIII: DA IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL

44 . Seção V: Do reconhecimento e da acareação

45 . Seção VI: Da busca domiciliar ou pessoal 85 TÍTULO III: DAS INVESTIGAÇÕES ESPECIALIZADAS
47 . Seção VII: Do pedido de exame pericial 85 • CAPÍTULO I: DAS PROVIDÊNCIAS RELACIONADAS A OCORRÊNCIAS ENVOLVENDO CRIANÇAS

48 . Seção VIII: Da carta precatória E ATOS INFRACIONAIS PRATICADOS POR ADOLESCENTES

50 . Seção IX: Da interceptação das comunicações telefônica, telemática e de imagem 88 • CAPÍTULO II: DOS PROCEDIMENTOS INERENTES À PROTEÇÃO E À APURAÇÃO DOS CRIMES

51 . Seção X: Do interrogatório e do indiciamento PRATICADOS CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES

52 . Seção XI: Do relatório 88 . Seção I: Dos fundamentos legais e dos princípios

54 . Seção XII: Dos prazos para a conclusão do inquérito policial 89 . Seção II: Do papel da polícia judiciária no sistema de garantia de direitos

54 • CAPÍTULO V: DOS INCIDENTES 94 • CAPÍTULO III: DAS PROVIDÊNCIAS RELACIONADAS AO ATENDIMENTO

56 • CAPÍTULO VI: DA PRISÃO EM FLAGRANTE E MEDIDAS ASSEGURADAS À PROTEÇÃO DO IDOSO


96 • CAPÍTULO IV: DOS PROCEDIMENTOS POLICIAIS RELACIONADOS AOS CRIMES 125 . Seção I: Do suporte à tomada de decisões policiais
DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER 126 . Seção II: Do suporte de contrainteligência

97 • CAPÍTULO V: DOS PROCEDIMENTOS RELACIONADOS AOS CRIMES ELEITORAIS 126 . Seção III: Da regulamentação procedimental operacional

98 • CAPÍTULO VII: DAS APURAÇÕES DECORRENTES DA RELAÇÃO DE CONSUMO 129 . Seção IV: Da extração de dados

99 • CAPÍTULO VIII: INVESTIGAÇÃO DE CRIMES CONTRA VIDA E PROTEÇÃO À PESSOA LOCAL DE CRIME 130 . Seção V: Do cyberlab-dip

104 • CAPÍTULO IX: DOS PROCEDIMENTOS A SEREM ADOTADOS EM CASOS DE REGISTROS DE 132 . Seção VI: Do laboratório de tecnologia contra corrupção e lavagem de dinheiro (lab-ld)

DESAPARECIMENTO DE PESSOAS

106 • CAPÍTULO X: DA BAIXA DA OCORRÊNCIA 134 TÍTULO V: DOS PROCEDIMENTOS RELACIONADOS A CRIMES FUNCIONAIS
107 • CAPÍTULO XI: INVESTIGAÇÃO POLICIAL ENVOLVENDO CONFLITOS FUNDIÁRIOS DAS CORREIÇÕES NAS ATIVIDADES DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
108 • CAPÍTULO XII: INVESTIGAÇÃO POLICIAL ENVOLVENDO TURISTA 134 • CAPÍTULO I: CORREIÇÃO ORDINÁRIA

109 • CAPÍTULO XIII: INVESTIGAÇÃO DE CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO 135 • CAPÍTULO II: DA PUBLICIDADE DA CORREIÇÃO

109 . Seção I: Furtos e roubos de celular: 135 • CAPÍTULO III: DA ORGANIZAÇÃO DOS TRABALHOS DA CORREIÇÃO

110 . Seção II: Furtos e roubos de estabelecimentos/residências 136 • CAPÍTULO IV: DA REALIZAÇÃO DOS TRABALHOS CORREICIONAIS

111 . Seção III: Furtos e roubos de veículos 138 • CAPÍTULO V: DA CORREIÇÃO EXTRAORDINÁRIA

113 . Seção IV: Estelionato 138 • CAPÍTULO VI: RECOMENDAÇÕES FINAIS DAS CORREIÇÕES

114 • CAPÍTULO XIV: OCORRÊNCIAS ENVOLVENDO ROUBO A COLETIVOS 139 • CAPÍTULO VI: DO ABUSO DE AUTORIDADE

115 • CAPÍTULO XV: COMBATE AOS CRIMES DE CORRUPÇÃO, LAVAGEM OU OCULTAÇÃO DE BENS,

DIREITOS E VALORES, CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA E A 146 TÍTULO VI: ATENDIMENTO E TRATAMENTO DE OCORRÊNCIAS ENVOLVENDO

ORDEM ECONÔMICA REFÉNS TOMADOS E DEMAIS SITUAÇÕES DE CRISES INSTALADAS

118 • CAPÍTULO XVI: DOS PROCEDIMENTOS RELACIONADOS A CRIMES CONTRA A CORRUPÇÃO,

LAVAGEM OU OCULTAÇÃO DE BENS, DIREITOS E VALORES, CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E 150 TÍTULO VII: DO PLANEJAMENTO OPERACIONAL DE POLÍCIA JUDICIÁRIA

CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA E A ORDEM ECONÔMICA

• CAPÍTULO XVII: ATENDIMENTO E TRATAMENTO DE OCORRÊNCIAS ENVOLVENDO EXTORSÃO 155 TÍTULO VIII: DA DOCUMENTAÇÃO E ESTATÍSTICA POLICIAL
123
MEDIANTE SEQUESTRO

TÍTULO IV: DOS PROCEDIMENTOS DE INTELIGÊNCIA POLICIAL 157 TÍTULO IX: DA COMUNICAÇÃO SOCIAL POLICIAL
124
124 • CAPÍTULO I: DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
160 TÍTULO X: DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E FINAIS
165 ANEXO I DA INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº. 04 DE 01º DE MARÇO DE 2022 199 Termo de Depoimento da Segunda Testemunha
MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA 200 Termo de Declarações da Vítima
201 Termo de Interrogatório do Conduzido
202 Nota de Culpa
166 Capa de Autos de Inquérito Policial
203 Termo de Recusa/Impossibilidade de Assinatura
167 Portaria de Inquérito Policial
204 Padrão para Divulgação de Pessoa Desaparecida
168 Mandado de Intimação
205 Termo Circunstanciado de Ocorrência
169 Ordem de Missão – OM
206 Identificação de Testemunhas
170 Instruções de Preenchimento da Ordem de Missão – OM
207 Termo de Declarações
171 Relatório de Investigação Criminal – RIC
208 Termo de Declarações com Representação
172 Instruções de Preenchimento do Relatório de Investigação Criminal – RIC
209 Termo de Declarações - Delitos de Ação Penal Privada
173 Termo de Declarações
210 Termo de Declarações - Autor do Fato - TCO
174 Termo de Declarações com Representação (inquirição por videoconferência/audiência telepresencial)
211 Termo de Depoimento
175 Termo de Declarações com Representação
212 Remessa
176 Termo de Depoimento
213 Ficha de Atendimento - DEATI
177 Termo de Acareação
214 Modelo de Ofício de Encaminhamento Formulários
178 Ofício de Expedição de Carta Precatória
215 Mandado de Intimação Adolescente - ECA
179 Auto de Reconhecimento
216 Auto de Apreensão em Flagrante (De Adolescente Infrator)
180 Auto de Reconhecimento Fotográfico
217 Nota de Ciência da Imputação da Prática de Ato Infracional
181 Relatório Circunstanciado de Ingresso em Domicílio
218 Termo de Compromisso e Responsabilidade (Do Responsável)
182 Auto Circunstanciado de Busca Domiciliar com Arrecadação de Provas
220 Capa de Investigação Policial Infracional - ECA
183 Auto Circunstanciado de Busca Domiciliar sem Arrecadação de Provas
221 Boletim de Ocorrência - ECA
184 Termo de Consentimento de Busca Domiciliar
222 Certidão Informação de Ocorrência
185 Auto de Exibição e Apreensão
223 Ofício Modelo - Identificação Compulsória de Adolescente - ECA
186 Auto de Entrega (De Coisas Somente Arrecadadas)
224 Termo de Declarações de Vítima "com ou sem representação"
187 Auto de Restituição (De Coisas Formalmente Apreendidas)
225 Requerimento de Medidas Protetivas de Urgência
188 Auto de Qualificação E Interrogatório
226 Termo de Interrogatório - DEAM
189 Boletim Individual (Do Indiciado)
227 Modelo Envio de MPU
191 Ofício à Cdep de Comunicação de Indiciamento de Solicitação de Antecedentes Criminais
228 Ofício Modelo - Casa De Abrigo
192 Termo de Traslado
229 Roteiro de Plano Pré-Operacional
193 Relatório Final
231 Roteiro de Plano Operacional
195 Auto de Prisão em Flagrante (Capa)
234 Modelo de Plano Operacional
196 Recibo de Entrega do Preso (Ao Condutor do Preso em Flagrante)
197 Termo de Depoimento do Condutor
239 ANEXO II
198 Termo de Depoimento da Primeira Testemunha
EQUIPE DE COLABORADORES DAS PRODUÇÕES TEXTUAIS, INTEGRANTES DE SUBCOMISSÕES TEMÁTICAS
CONSTITUÍDAS PARA ELABORAÇÃO DO MANUAL DE PROCEDIMENTOS DA POLÍCIA CIVIL DA BAHIA – EDIÇÃO 001/2022
TÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

1. As atividades de Polícia Judiciária e de investigação de infrações penais exercidas pela Polícia


Civil do Estado da Bahia seguirão os procedimentos estabelecidos neste manual, sem prejuízo
das disposições constitucionais, processuais penais e penais aplicáveis.

2. No âmbito da Polícia Civil do Estado da Bahia, a investigação criminal será exercida por meio
dos seguintes procedimentos policiais:

I. inquérito policial (IP);


II. termo circunstanciado de ocorrência (TCO);
III. auto de investigação de ato infracional (AIAI);
IV. boletim de ocorrência circunstanciada de ato infracional (BOC);
V. auto de prisão em flagrante (APF);
VI. auto de apreensão em flagrante de adolescente infrator (AAFAI);
VII. verificação preliminar de informações (VPI).

3. Ao delegado de polícia, na qualidade de autoridade policial, dentre outras atribuições priva-


tivas previstas no art. 50 da Lei Estadual nº. 11.370/2009, caberá condução da investigação cri-
minal, no âmbito de sua competência, por meio de inquérito policial, termo circunstanciado de
ocorrência ou outros procedimentos legais, instrumentos e atos oficiais.

Parágrafo único – Compete à autoridade policial, encarregada de apurar infrações penais,


cumprir os prazos legais e manter atualizados os registros de todas as atividades de Polícia
Judiciária e Investigativa nos sistemas corporativos.

4. A fim de viabilizar o exercício da atividade investigativa típica da Polícia Civil, o delegado, o es-
crivão ou o investigador de polícia que primeiro tomar conhecimento de uma ocorrência policial
deverá proceder ao devido atendimento, providenciando o correspondente registro da ocorrên-
cia, adotando outras medidas iniciais de Polícia Judiciária pertinentes, independentemente da
base territorial ou especialidade. Entende-se por medidas iniciais:
a) providências previstas no art. 6º do CPP, se o local e o fato forem de sua atribuição fun-
cional, ou;

23 TÍTULO I • DISPOSIÇÕES PRELIMINARES x


b) providências previstas no art. 6º do CPP, quando possíveis e cabíveis, remetendo todas as f) o registro, com a maior precisão possível, das coordenadas geográficas do cometi-
peças produzidas diretamente para a delegacia competente, em razão do lugar do crime mento do crime;
ou da natureza do delito praticado; g) a identificação de pessoas e objetos que interessem à prova da infração penal;
c) lavratura do Auto de Prisão em Flagrante, se configurada situação de flagrante delito, h) sempre que possível, os endereços eletrônicos (e-mails) e números de telefone celu-
encaminhando, logo após, o inquérito policial à delegacia competente, em razão do lu- lar, do comunicante e/ou da vítima, com a indicação do funcionamento de Short Mes-
gar do crime ou da natureza do delito praticado, observados os limites das legislações sage Service (SMS) e de aplicativos de mensagem instantânea, tais como WhatsApp e
extravagantes. Telegram;
i) o registro da concordância expressa do comunicante e/ou da vítima quanto à cita-
ção, notificação e intimação por meio eletrônico, em qualquer processo, ou proce-
CAPÍTULO I dimento policial, observando a política de modernização institucional para atendi-
DA NOTÍCIA DE CRIME mento policial ao cidadão, envolvendo os princípios de celeridade, transparência,
segurança, eficiência e redução de custos, bem como as recomendações do Conse-
5. A notícia de crime, no âmbito da Polícia Civil do Estado da Bahia, será formalizada por meio de lho Nacional de Justiça – CNJ, no bojo dos acordos de cooperação firmados com as
boletim de ocorrência no sistema eletrônico oficial da PCBA. instituições policiais;
j) a indicação das providências preliminares adotadas.
§ 1º Quando a notícia de crime for apresentada verbalmente na delegacia de polícia, deverá
o servidor policial civil, ou outro servidor designado, reduzi-la a termo eletronicamente. § 4º Antes do registro do boletim de ocorrência, deverá o servidor policial civil ou outro servi-
dor designado efetuar pesquisa acerca da existência prévia de registro do fato.
§ 2º Na hipótese de notícia de crime encaminhada à delegacia de polícia em petição escrita,
deverá o delegado de polícia, preliminarmente, determinar: § 5º Sempre que, no curso da investigação, for promovida alteração, acréscimo ou
a) o cadastro eletrônico do boletim de registro de ocorrência – BO. ajustes no registro originário do boletim de ocorrência, estes deverão ser consigna-
b) a digitalização da petição, bem como de eventuais documentos que a instruam e sua dos na aba aditamento.
juntada ao referido BO.
§ 6º Durante o registro de objetos, o servidor da Polícia Civil deve atentar-se para preencher o
§ 3º O boletim de registro de ocorrência – BO deverá conter: maior número de campos possíveis à individualização dos objetos, sendo vedada a descrição
a) as qualificações completas do(s) comunicante(s), da(s) vítima(s), testemunha(s) e de apenas no campo do histórico da ocorrência.
outros envolvidos;
b) todos os dados disponíveis sobre o autor do fato, incluindo a sua descrição física; § 7º Após registrado o boletim de ocorrência, este deverá ser encaminhado, incontinenti, ao
c) a tipificação provisória da infração penal, nos casos de ocorrências delituosas; delegado de Polícia Civil, que deverá adotar as medidas imediatas que o caso requerer.
d) a descrição do fato, de modo a demonstrar suficientemente que ele se adequa à tipi-
ficação informada, preenchendo todos os campos obrigatórios existentes no sistema 6. Notícia de crime dirigida à unidade administrativa da Secretaria da Segurança Pública deverá
eletrônico oficial da PCBA; ser encaminhada ao delegado-geral da Polícia Civil que providenciará sua distribuição para a
e) a identificação pormenorizada do local, do horário e dos instrumentos utilizados na delegacia competente, observadas a especificidade e a estrutura hierárquica.
prática da infração penal;

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 24 25 TÍTULO I • DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Parágrafo único – As notícias de infração penal endereçada diretamente aos órgãos de dire- II. A VPI aplica-se a quaisquer demandas dirigidas direta ou indiretamente às Unidades Ope-
ção superior e aos órgãos de gestão tática, por meio de requerimentos, representações ou rativas da Polícia Civil, competindo ao delegado de polícia a deliberação sobre a instaura-
requisições, resguardadas as atribuições do delegado-geral, depois de protocoladas, serão ção do procedimento.
encaminhadas às unidades operativas competentes, definidas no art. 13 da Lei Estadual nº. III. A VPI poderá ser iniciada na unidade policial, motivada por notícia formulada presencialmente
11.370/2009, para registro e cumprimento. ou de forma eletrônica, apresentada por meio da Ouvidoria da Polícia Civil, registradas por
meio de ferramenta “Disque Denúncia”, ou ainda, recepcionadas através de notícias veiculadas
7. Os expedientes referidos no artigo anterior, quando diretamente endereçados a uma Coorde- em quaisquer meios de comunicação, por meio de autos de processos judiciais, documentos,
nadoria de Polícia do Interior – Coorpin, serão registrados e despachados para uma Delegacia de requerimentos ou representações, declarações ou interrogatórios colhidos nos autos de proce-
Polícia Territorial ou Especializada competente. dimentos investigatórios em andamento, ou quaisquer outros meios de provas lícitas, devendo
o fato sempre ensejar o registro de boletim de ocorrência correspondente à ciência do fato.
§ 1º Nas Delegacias de Polícia Territoriais e Especializadas, o registro e o atendimento dos re- IV. A VPI será instaurada mediante ato do delegado de polícia, na forma de Despacho VPI,
querimentos, representações ou requisições serão providenciados pelo respectivo delegado tombada em instrumento próprio, físico (livro) ou eletrônico, quando possível, identifican-
de polícia titular da unidade, delegado de polícia plantonista ou substituto. do-se pela sua denominação, numeração em série pelo cartório, com renovação anual,
seguida da sigla da unidade policial e com a identificação dos envolvidos, aplicando-se,
§ 2º Quando a notícia de crime for registrada pela rede mundial de computadores, por inter- no que couber, conforme o art. 3º do CPP e o disposto no Título II, capítulos II e IV, e título
médio do sítio da Delegacia Virtual ou por aplicativo, será encaminhada à delegacia de po- das infrações penais de menor potencial ofensivo.
lícia competente, observada a estrutura hierárquica, para homologação/validação e demais V. No curso da VPI, a fim de angariar elementos mínimos justificadores da instauração de
providências pertinentes. procedimento para a apuração de infrações penais, a autoridade policial apenas poderá:
a) expedir ordem de missão a fim de se procederem levantamentos de locais, produção
de dados, informações e conhecimentos, ou identificação de pessoas envolvidas;
CAPÍTULO II b) requisitar informações, documentos e dados que auxiliem na definição dos fatos, ou
DA VERIFICAÇÃO PRELIMINAR DE INFORMAÇÕES identificação de pessoas;
c) colher declarações de indivíduos, a fim de aclarar situações fáticas;
8. Deverá o delegado de polícia providenciar a instauração de Verificação Preliminar de Informa- d) colher as provas que servirem para melhor definição do fato e suas circunstâncias;
ções – VPI, na forma do art. 5º, § 3º, do Código de Processo Penal – CPP, sempre que as informa- e) proceder ao reconhecimento de pessoas e coisas.
ções noticiadas não apresentem elementos suficientes para base empírica idônea e elementos
indiciários mínimos da materialidade delitiva e identificação de autoria; ensejando a necessidade 9. A VPI será apreciada no prazo de 30 (trinta) dias, a contar do recebimento da notícia do fato,
de levantamentos preliminares a justificar a instauração do inquérito policial, lavratura de termo prorrogável por até 90 (noventa) dias, ao final do qual deverá o delegado de polícia adotar uma
circunstanciado de ocorrência ou outro procedimento legal, em cumprimento das funções de das seguintes providências:
Polícia Judiciária da Polícia Civil do Estado da Bahia.
I. Convocar a VPI em um dos procedimentos investigatórios previstos no presente manual;
I. No decorrer da VPI, será averiguada a procedência da informação, com vistas à identifica- II. Arquivá-la, nos termos do art. 11 deste manual;
ção de justa causa fundamentada, e de indícios mínimos da prática de crime, atendendo III. Remeter a VPI ao seu superior hierárquico, quando pelos fatos preliminarmente apurados,
às exigências da Lei nº. 13.869/2019, nos seus art. 27 e 30. entender que não dispõe de atribuição para prosseguir na investigação a que se refere,

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 26 27 TÍTULO I • DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
indicando, de forma fundamentada, qual seria a autoridade com atribuições legais para 15. O recurso será protocolado no cartório da unidade que indeferiu a instauração do procedi-
prosseguir na investigação. mento e juntado à respectiva VPI, que deverá ser remetida, no prazo de 5 (cinco) dias úteis, ao
diretor do respectivo departamento para apreciação em 10 (dez) dias, caso não haja reconside-
10. Existindo conflito de atribuição acerca da presidência do procedimento cabível do quanto ração da autoridade policial presidente do feito, nesse mesmo prazo.
apurado na VPI, a autoridade policial promoverá a remessa do feito ao departamento a que está
subordinado. 16. Não havendo recurso, a VPI será arquivada pela delegacia de origem que a concluiu, regis-
trando-se no sistema respectivo, em ordem cronológica, ficando a documentação digitalizada à
a) O conflito entre unidades do mesmo departamento será dirimido pelo seu diretor; disposição do órgão ministerial competente para realizar vistorias nas unidades policiais, pelo
b) O conflito entre departamentos diversos será dirimido pela Corregedoria da Polícia Civil. prazo de prescrição previsto na Lei Penal.

11. A VPI será arquivada, mediante despacho fundamentado do delegado de polícia que a pre- 17. Na estruturação dos autos da VPI, deverão ser levados em consideração os modelos apresen-
side, quando: tados no anexo I.

I. A notícia narrada não constituir fato típico ou for incompreensível; 18. Estando a notícia crime devidamente instruída, e apresentando justa causa, a autoridade policial
II. O fato narrado já tiver sido objeto de investigação ou de ação judicial ou já se encontrar competente para presidir o inquérito procederá à sua instauração, tão logo tome conhecimento.
solucionado;
III. A lesão ao bem jurídico tutelado for manifestamente insignificante, nos termos de juris- 19. Nos afastamentos do presidente do feito por mais de 30 (trinta) dias, a respectiva autoridade
prudência consolidada nos tribunais superiores; policial deverá, previamente, indicar em despacho as diligências por realizar, sanear os autos, se
IV. For desprovida de elementos de prova ou de informações mínimas para o início de uma necessário, e fazê-los conclusos a quem couber a redistribuição.
apuração, e o noticiante não atender à intimação para complementá-los;
V. Findo o prazo, a sua apuração não resultar na coleta de elementos justificadores para o 20. Na hipótese prevista no artigo anterior, a VPI retornará à autoridade policial de origem tão
prosseguimento da investigação, ou sua conversão em inquérito policial. logo ocorra o seu regresso à atividade.

12. Requisições de perícias, representações por ordem judicial para medidas cautelares, interro- 21. As investigações policiais devem substanciar os autos do inquérito policial, utilizando recur-
gatórios e depoimentos, quando necessários ao esclarecimento formal dos fatos investigados, sos técnico-científicos, por meio de procedimentos metodológicos, tornando-o capaz de fomen-
deverão ocorrer no bojo de inquérito policial ou outro procedimento investigativo previsto em lei. tar o conhecimento acadêmico, servindo como fonte de estudos dos fenômenos criminológicos,
com suas causas e consequências.
13. No caso do procedimento policial relativo a direitos individuais indisponíveis, o noticiante
será cientificado da decisão de arquivamento, da qual caberá recurso ao diretor do respectivo 22. As infrações penais atribuídas aos integrantes da Polícia Civil serão apuradas por meio de
departamento, no prazo de 10 (dez) dias. inquérito policial – IP, ou termo circunstanciado de ocorrência – TCO instaurados na Correpol, na
forma do inciso III do art. 23 da LOPC.
14. A cientificação do arquivamento no caso de a VPI ter sido instaurada mediante provocação de
órgão público deverá ser acompanhada do despacho fundamentador do arquivamento. 23. Na hipótese de lavratura de auto de prisão em flagrante em desfavor de integrante da Polícia
Civil, nas unidades operativas do interior do estado, o fato deverá ser imediatamente comunica-

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 28 29 TÍTULO I • DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
do à Correpol e, após a conclusão do feito, cópia integral dos autos deverá ser remetida àquele
órgão, para a adoção das medidas disciplinares. TÍTULO II
INQUÉRITO POLICIAL
24. Quando da ocorrência de prisão em flagrante de integrante da Polícia Civil, este ficará reco-
lhido em sala especial da repartição em que sirva, sob a responsabilidade do seu chefe imediato, CAPÍTULO I
até a finalização do procedimento, sendo-lhe defeso exercer qualquer atividade funcional, ou sair DA INSTAURAÇÃO
da repartição sem expressa autorização do juízo, cuja disposição se encontre, até que sua transfe-
rência ocorra para instalações da Correpol, nos termos do art. 1º da Lei no 5.350/67, c/c o art. 40 28. O inquérito policial – IP será iniciado por:
da Lei no 4.878/65 do art. 58, inciso IV, da Lei no 11.370/2009.
I. Auto de prisão em flagrante, quando estiverem presentes os pressupostos do art. 302
25. Tratando-se de indiciado integrante de outra força policial ou de servidor público não perten- do CPP, observando-se as formalidades previstas nos artigos 304 e seguintes do mesmo
cente ao Sistema Policial Civil de Carreira Profissional, a autoridade policial presidente do feito diploma legal, assim como os direitos e garantias indicados no art. 5º da Constituição Fe-
deverá remeter cópia dos autos ao órgão corregedor de vinculação do servidor, sem prejuízo de deral – CF;
que a Corregedoria-Geral também seja comunicada. II. Portaria, nos casos de ação pública incondicionada, de ação pública condicionada a re-
presentação, de requisição, de requerimento do ofendido, ou quando convolada a VPI.
26. A investigação criminal por meio de inquérito policial ou outro procedimento previsto em
lei deve tramitar pelo sistema eletrônico oficial da Polícia Civil do Estado do Bahia, adotando-se Parágrafo único – No caso da lavratura do auto de oposição a intervenção policial com
como modelos as peças nele constantes. resultado morte ou lesão grave seguida de morte, no âmbito de atribuição da Polícia Civil,
conforme previsto na Instrução Normativa Conjunta SSP/PM/CBM/PC/DPT n° 01, de 08
27. Na impossibilidade de tramitação do feito por meio eletrônico, a confecção das peças que de julho de 2019, é obrigatória a instauração de inquérito policial, mediante a lavratura
compõem os autos deve seguir os padrões apresentados no anexo I da presente Instrução Nor- de portaria.
mativa.
29. As infrações de menor potencial ofensivo serão objeto de termo circunstanciado de ocorrên-
cia – TCO, na forma da Lei nº 9.099/95 e do Título II deste manual.

30. A portaria instauradora deverá conter o número do protocolo do documento base da notícia
do crime, o relato sucinto do fato delituoso, a tipificação ainda que provisória e, quando possível,
a suposta autoria, bem como as diligências de cumprimento imediato.

I. A portaria será acompanhada do boletim de registro de ocorrência, autos da VPI, ou de-


mais documentos e elementos que tenham justificado a instauração do inquérito policial.

31. Nas unidades operativas sem protocolo eletrônico, deverá constar na portaria a indicação do
número do ofício ou do documento noticiador da infração.

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 30 31 TÍTULO II • INQUÉRITO POLICIAL
32. Nos casos de crimes cuja ação penal seja de iniciativa pública condicionada à representação V. A autuação, contendo data e assinatura do escrivão de carreira ou ad hoc, devendo, pre-
ou de iniciativa privada, a autoridade policial não exigirá a apresentação do instrumento formal ferencialmente, ser lavrada por meio computadorizado.
respectivo, podendo a manifestação de vontade ser consignada em termo de declarações, con-
tendo informações suficientes para que a vítima, ou seu representante legal, manifeste de forma Parágrafo único – Na ausência do escrivão de Polícia Civil, a autuação e demais atos pro-
inequívoca sua intenção de ver apurada a infração penal. cedimentais poderão ser realizados por quaisquer outros servidores da Polícia Civil ou
pessoa devidamente indicada para a função.
Parágrafo único – O mero registro do boletim de ocorrência ou a notícia do fato por quais-
quer outros meios não justificam o início da persecução penal, nos crimes cuja ação penal 36. No termo de autuação, sempre que possível, serão discriminados todos os documentos au-
seja de iniciativa pública condicionada à representação ou de iniciativa privada. tuados.

33. Nos crimes de natureza privada, a vítima, ou seu representante legal, será orientada pela auto- 37. O inquérito policial sob segredo de justiça será identificado como tal, apondo-se na capa dos
ridade policial sobre o prazo de que dispõe para formalizar sua pretensão em juízo, na forma do autos uma etiqueta contendo a inscrição “SEGREDO DE JUSTIÇA”.
previsto no art. 103 do Código Penal – CP e no art. 398 do CPP, devendo tal conhecimento ser de-
vidamente registrado no seu termo de declarações, podendo ser consignado desde o momento 38. Quando o indiciado estiver preso, será colocada na capa dos autos do inquérito uma etiqueta
do registro da certidão de ocorrência policial. com a expressão “INDICIADO PRESO”, que será removida tão logo seja ele libertado.

34. Os conflitos de atribuição, positivo ou negativo, serão dirimidos pelo superior hierárquico 39. O inquérito policial em que um idoso figure como vítima deverá ser assim identificado, para
comum. o fim previsto no inciso I do parágrafo único do art. 3º da Lei nº 10.741/2003 – Estatuto do Idoso,
apondo-se na capa dos autos uma etiqueta contendo a inscrição “ESTATUTO DO IDOSO”.

CAPÍTULO II 40. A capa dos autos do inquérito policial com apenso conterá etiqueta com a expressão “INQUÉ-
DA CAPA RITO COM APENSO”.

35. A capa dos autos do inquérito policial conterá, obrigatoriamente: 41. Os apensos serão constituídos por assunto, com numeração independente dos autos prin-
cipais. Se for necessário mais de um volume para determinado apenso, a sua numeração será
I. O Brasão da Polícia Civil, na forma prevista no Decreto Estadual n°. 19.349/19, na Reso- sequencial.
lução nº 01/2017 do Conselho Nacional de Chefes de Polícia – CONCPC, e na Portaria nº
754/2019, da lavra do Exmo. delegado-geral, e o cabeçalho com a designação “ESTADO 42. A capa de cada novo volume do apenso conterá apenas os dados previstos nos incisos I e II
DA BAHIA”, “SECRETARIA DA SEGURANÇA PÚBLICA” e “POLÍCIA CIVIL DA BAHIA”; do item 35, e o número do volume, devendo ser observado os itens deste manual.
II. O número do inquérito em destaque e a área especializada (indicação do departamento),
quando for o caso; 43. Os autos destinados à apuração das infrações de menor potencial ofensivo definidas em lei
III. O(s) nome(s) do(s) indiciado(s), se conhecido(s), e da(s) vítima(s), além do respectivo en- terão capa específica, de acordo com o previsto no capítulo VII, item 173 deste manual.
quadramento penal;
IV. Os nomes da autoridade policial e do escrivão;

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 32 33 TÍTULO II • INQUÉRITO POLICIAL
CAPÍTULO III a) legitimar e disciplinar as ações policiais;
DA MOVIMENTAÇÃO b) facilitar o planejamento e a execução da missão;
c) designar o chefe e os demais integrantes da equipe;
44. Na movimentação dos autos do inquérito policial, somente serão utilizados os termos de d) estabelecer a data de início e a previsão de término da missão;
CERTIDÃO, CONCLUSÃO, DATA, JUNTADA, REMESSA e RECEBIMENTO, podendo, para tanto, e) informar os dados conhecidos e os necessários ao cumprimento da missão;
adotar carimbos e formulários padronizados, na hipótese de o procedimento não ocorrer em f) informar as técnicas, cuidados e detalhes que devem ser observados;
meio eletrônico. g) especificar os armamentos, as munições e os equipamentos necessários;
h) determinar o vestuário que deverá ser empregado (padronizado ou velado);
45. Os autos do inquérito policial ficarão sob a guarda do escrivão do feito. i) informar sobre o pagamento de diárias e o custeio de eventuais despesas, indicando a
fonte pagadora e a forma de pagamento, quando for o caso;
46. Ao receber os autos, o escrivão cumprirá de imediato os despachos dos casos urgentes, fa- j) estabelecer as recomendações e as demais medidas de segurança para a equipe.
zendo-os conclusos em seguida.
51. O resultado de investigações realizadas no curso de inquérito policial, conforme o previsto no
47. Os autos, quando no aguardo de diligências não atendidas em prazo previamente estabele- inciso XI do art. 52 da LOPC, será trazido aos autos mediante Relatório de Investigação Criminal –
cido pela autoridade policial, lhes serão conclusos para análise e providências. RIC, sem a juntada de OM ou informações que contenham dados operacionais e administrativos
de exclusivo interesse da Administração Pública.

CAPÍTULO IV I. Excepcionalmente, se não houver tempo ou condições de expedir a OM antes do início da


DA INSTRUÇÃO missão, o policial designado para cumpri-la ou o chefe da equipe deverá comunicar o fato
ao plantão da unidade, para registro. Se a missão for sigilosa, a autoridade que a determi-
SEÇÃO I nou deverá comunicá-la, logo que possível, ao Departamento de Inteligência Polícia – DIP.
DISPOSIÇÕES GERAIS II. Quando, na investigação criminal, for necessária a realização de diligência fora da cir-
cunscrição do delegado de polícia ou com o auxílio de outra unidade policial, deverá ser
48. As atribuições da autoridade policial são exclusivas na direção e na supervisão operacional
precedida de comunicação à chefia comum das unidades envolvidas, que decidirá sobre
da atividade de investigação criminal e do exercício da Polícia Judiciária, como disposto no inciso
o afastamento dos policiais da sua sede de lotação e sobre o emprego de recursos de
VI do art. 50 da LOPC, sendo, portanto, indelegáveis. O descumprimento deste artigo, tanto pelo
outras unidades.
delegado de polícia quanto pelo investigador ou escrivão, pode configurar as infrações discipli-
III. A comunicação de que trata o item II deste capítulo deverá observar os canais hierárquicos.
nares previstas nos incisos IV, X ou XXVIII do art. 90 da LOPC.
IV. O RIC tem por objetivo registrar o resultado da missão e os fatos relevantes para a inves-
tigação que tenham ocorrido durante o seu cumprimento, devendo ser elaborado pelo
49. As ordens de serviço previstas na alínea a) do inciso V do art. 50 da LOPC são divididas em
ordem de missão – OM e ordem de serviço administrativo – OSA. policial designado para executá-la ou pelo chefe de equipe, o que deverá ser feito logo
após o fim da missão ou em até 2 (dois) dias úteis.
50. A OM é um documento sigiloso de natureza policial, de uso interno da Polícia Civil, expedido V. Fatos e providências de ordem administrativa e de interesse estrito da Polícia Civil não
por autoridade policial competente para ordenar o cumprimento de missões determinadas aos devem ser registrados no RIC, e sim comunicados via memorando à autoridade policial
integrantes das carreiras policiais previstas nos artigos 47 e 48 da LOPC, a fim de: que expediu a OM, objetivando a adoção das medidas cabíveis.

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 34 35 TÍTULO II • INQUÉRITO POLICIAL
VI. O descumprimento reiterado do previsto no artigo anterior deve ser comunicado à Cor- 57. Os procedimentos policiais serão elaborados na forma eletrônica.
repol, para análise de eventual ocorrência de falta disciplinar, especialmente as previstas
nos incisos V e XV do art. 90 da LOPC. I. Os procedimentos policiais iniciados na forma física serão confeccionados em uma única
VII. Cada OM deverá ser numerada e cada RIC deverá receber a numeração correspondente. via, sendo remetidos digitalmente ao Judiciário, competindo a sua guarda ao cartório da
Havendo mais de um RIC para uma mesma OM, deverá ser acrescentada uma letra à nu- unidade.
meração dele, começando pela letra “A”. II. Os dossiês dos procedimentos policiais concluídos e remetidos ao Judiciário deverão
VIII. A OM e o RIC serão expedidos de acordo com os modelos contidos no anexo deste manual. permanecer sob a guarda do cartório até o seu respectivo descarte, em 5 anos.
IX. Se a OM for expedida a fim de instruir os autos de sindicância ou de processo administra-
tivo disciplinar, o resultado da diligência será informado por meio de Relatório de Investi- 58. O desentranhamento e o reentranhamento de qualquer peça dos autos do inquérito policial
gação Disciplinar – RID, que deve ser elaborado de acordo com as mesmas regras do RIC, serão antecedidos de despacho da autoridade policial e atestados por certidão lavrada pelo
mudando-se apenas a sua denominação. escrivão.

52. A Ordem de Serviço Administrativo – OSA é um documento de natureza administrativa, de 59. Os autos do inquérito policial serão compostos por volumes contendo em média 200 (du-
uso interno da Polícia Civil, de caráter obrigatório para a realização de serviços de apoio adminis- zentas) folhas, aceitando-se pequena variação para mais ou para menos, a depender das últimas
trativo fora da sede de lotação do servidor designado para a execução da tarefa, expedido por peças produzidas ou dos últimos documentos juntados, devendo ser lavrados os respectivos
autoridade competente. termos de encerramento e de abertura.

53. O resultado do cumprimento da OSA deve ser informado por meio de Relatório de Serviço Parágrafo único – No volume inicial dos autos do inquérito policial, a capa será considera-
Administrativo – RSA. da a folha de nº 1.

54. A OSA e o RSA devem ter regulação própria, diversa deste manual, que versa acerca de atos 60. Cada novo volume terá numeração de folhas sequencial à do anterior, excluindo-se a contra-
de Polícia Judiciária, entretanto, as regras relativas à OM e ao RIC lhes são aplicáveis, no que cou- capa deste e a capa do novo volume.
ber, enquanto não for publicada a normatização pertinente.
61. Os processados de natureza administrativa necessários à instrução do inquérito policial serão
55. As diligências e as providências necessárias à instrução do inquérito policial serão ordenadas apensados aos autos principais, lavrando-se termo próprio.
pela autoridade policial, mediante despachos, visando à formação do conjunto probatório.
Parágrafo único – Se for necessária a continuidade da instrução do processado, o apensa-
Parágrafo único – As informações, os indícios, as circunstâncias e os elementos de prova mento deve ser da sua cópia integral.
serão colhidos pela autoridade policial e pelos investigadores de polícia, que deverão
estar vinculados à apuração e ser expressamente indicados nos autos, no caso destes 62. É vedada a juntada de qualquer objeto aos autos, devendo ser encaminhado para a Central
últimos se houver a juntada de RIC. de Custódia de Prova, prevista no art. 158-E, do CPP, e nela permanecer, conforme previsão do art.
158-F do CPP, observando-se as regras da cadeia de custódia de prova, instituída pelos artigos 158-
56. Os documentos a serem encartados nos autos do inquérito policial deverão ser indicados em A a 158-F, do CPP.
despacho da autoridade policial e no termo de juntada a ser lavrado pelo escrivão.

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 36 37 TÍTULO II • INQUÉRITO POLICIAL
63. Toda documentação que constituir materialidade de delito será apreendida, por força do in- o acesso do advogado aos elementos de prova a elas relacionados, conforme § 11 do art. 7º, da
ciso II do art. 6º do CPP, observadas as regras da cadeia de custódia de prova. Lei no 8.906/94.

64. Quando do afastamento definitivo, o presidente do inquérito saneará os autos, facilitando o 72. As cópias de peças, quando requeridas pelos interessados, serão fornecidas às suas expen-
trabalho daquele que o substituir. sas, observando-se as restrições legais e lavrando-se certidão.

65. A autoridade policial, no caso de indiciado solto, envidará todos os esforços para concluir Parágrafo único – Preferencialmente, deverão ser utilizados os meios eletrônicos, para a
o inquérito policial no prazo previsto no art. 10 do CPP, exceto quanto aos prazos previstos em concessão de cópias dos autos.
legislação extravagante.

66. Na impossibilidade da conclusão do inquérito no prazo previsto no item 65 deste capítulo, SEÇÃO II
o presidente do feito, em despacho fundamentado, indicará as diligências reputadas imprescin- DAS INTIMAÇÕES
díveis para o término da investigação e requererá a prorrogação do prazo ao juiz, conforme o
previsto no § 3º do art. 10 do CPP. 73. O chamamento de pessoas à unidade policial para a prática de atos do inquérito será for-
malizado por meio de mandado de intimação, podendo ser feito também via postal, com aviso
67. Enquanto os autos do inquérito policial estiverem na Justiça, a autoridade policial poderá de recebimento – AR, por telefone, fax, Short Message Service (SMS), correio eletrônico (e-mail),
praticar os atos necessários para a instrução do feito. aplicativo de mensagens instantâneas, redes sociais, ou qualquer outro meio hábil, conforme
Programa Justiça 4.0 do CNJ, certificando-se nos autos.
68. As diligências requisitadas na forma do art. 16 do CPP deverão ser cumpridas de imediato ou
no prazo estabelecido. 74. O mandado de intimação deverá conter:

69. O advogado poderá assistir a todos os atos do inquérito policial, podendo, inclusive, apresen- I. o nome da autoridade policial que o expedir;
tar razões e quesitos, devendo a sua presença ser consignada após a qualificação da pessoa a ser II. o nome, ou alcunha do intimado;
ouvida, firmando no final o respectivo ato, desde que: III. o endereço do intimado, se for conhecido, com indicação de pontos de referência, se houver;

I. devidamente identificado com a apresentação da carteira da Ordem dos Advogados do IV. a unidade policial, o número da ocorrência, do inquérito policial ou do termo circunstan-
Brasil – OAB; ciado, o lugar, o dia e a hora em que o intimado deverá comparecer;
II. reconhecido pelo investigado como seu defensor, mesmo sem procuração. V. a condição do intimado (indiciado, testemunha, declarante ou vítima);
VI. a subscrição do escrivão e a assinatura de um servidor policial civil;
70. Nos autos sujeitos a sigilo, o advogado deverá apresentar procuração a fim de ser credencia- VII. a transcrição dos artigos 330 e 331 do CP.
do o seu acesso aos autos, conforme § 10 do art. 7º, da Lei no 8.906/94.
75. O mandado de intimação será expedido em duas vias, ficando uma delas com o intimado,
71. Na hipótese de diligências em andamento e ainda não documentadas nos autos, a fim de evi- devendo a outra ser devolvida ao servidor policial civil, com a assinatura do intimado e a data do
tar risco da eficiência, eficácia ou finalidade da investigação, a autoridade policial poderá limitar recebimento.

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 38 39 TÍTULO II • INQUÉRITO POLICIAL
76. Se o intimado se recusar a dar recibo no mandado, o policial responsável pela intimação cer- SEÇÃO III
tificará tal situação no verso do instrumento. DAS INQUIRIÇÕES

77. Caso não seja possível dar cumprimento ao mandado de intimação, o policial responsável 81. As inquirições serão prestadas na unidade policial, presencialmente ou por videoconferência,
pela diligência certificará no verso do mandado as razões da impossibilidade, após descrever podendo em situações justificadas ser realizada no lugar em que a pessoa a ser inquirida se en-
todas as providências adotadas na tentativa de efetuar a intimação. contre, ou por meio de audiência telepresencial, observando-se:

78. Não haverá intimação no caso das pessoas relacionadas no art. 221 do CPP e de membros do I. o disposto nos artigos 3º, 185, 220 e 222, § 3º, do Código de Processo Penal, os quais
Ministério Público, devendo ser expedido ofício à autoridade a ser ouvida, solicitando-se a de- admitem a interpretação extensiva e aplicação analógica na Lei Processual Penal, e disci-
signação de dia, hora e local para a inquirição na condição de testemunha, declarante ou vítima. plinam a colheita de depoimentos e interrogatórios por videoconferência;
II. as disposições do art. 385, § 3º, art. 453, § 1º, art. 461, § 2º, e art. 460, todos do Código de
79. Os servidores públicos civis serão intimados por meio de ofício endereçado ao dirigente do Processo Civil, aplicáveis de forma supletiva e subsidiária ao processo penal, nos termos
órgão da sua lotação, indicando a condição do intimado, o motivo e a natureza do fato. do art. 3º do CPP.

I. Quando deixarem de comparecer sem justificativa, serão intimados pessoalmente, dan- 82. A partir das definições dadas pelas Resoluções 341/2020 e 354/2020 do Conselho Nacional
do-se ciência ao dirigente do órgão. de Justiça, entende-se por:
II. Os militares serão requisitados por intermédio de ofício, conforme estabelece o § 2º do
art. 221 do CPP, devendo a autoridade policial fundamentar o seu pedido na forma da I. Videoconferência: comunicação a distância realizada em ambientes de unidades policiais;
alínea h) do art. 8º do Código de Processo Penal Militar – CPPM. II. Audiência telepresencial: a audiência realizada a partir de ambiente físico externo às uni-
dades policiais.
80. Se pessoalmente intimada a testemunha não comparecer, sem motivo justificado, a autorida-
de policial, atentando para o art. 10 da Lei no 13.869/19, deverá representar ao juiz pela expedi- 83. A participação por videoconferência, via rede mundial de computadores, ocorrerá:
ção de mandado de condução coercitiva.
I. Em unidade policial diversa da que preside a audiência;
I. A ausência não justificada do servidor público intimado poderá ensejar a aplicação do II. Em estabelecimento prisional.
quanto dispõe o § 3º do art. 221 do CPP.
II. O mandado de condução coercitiva não autoriza o ingresso em domicílio ou qualquer 84. A audiência telepresencial será determinada pela autoridade policial, por requerimento das
outro local que exija prévia expedição de mandado judicial. partes, se conveniente e viável, ou, por ofício, nos casos do art. 220 do CPP, por questões de ur-
III. Havendo expedição e execução do mandado de condução coercitiva de testemunha, de- gências, ou indisponibilidade temporária da unidade policial, calamidade pública ou força maior.
verá a autoridade policial adotar as medidas pertinentes à apuração do crime previsto no
art. 330 do CP. 85. As inquirições serão formalizadas por meio de:

I. termo de depoimento, no qual as testemunhas serão compromissadas, observando-se os


artigos 203, 206, 207 e 208 do CPP;

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 40 41 TÍTULO II • INQUÉRITO POLICIAL
II. auto de qualificação e interrogatório, para investigados; do o recurso tecnológico gratuito de tradução, a exemplo do Google Tradutor. Para tanto,
III. termo de declarações, nas demais hipóteses; utilizando o navegador Google Chrome deverão ser adotadas as seguintes medidas:
IV. termo de acareação.
1. Acesse a página do Google Tradutor.
86. A qualificação de todos os envolvidos em procedimentos policiais deve abranger, sempre que 2. Escolha a entrada de idioma.
possível, os endereços eletrônicos (e-mails) e números de telefone celular, com a indicação do 3. No canto inferior esquerdo da caixa de texto, clique no microfone.
funcionamento de Short Message Service (SMS) e de aplicativos de mensagem instantânea, além 4. Quando aparecer a mensagem “Fale agora”, diga o que quer traduzir.
do registro da eventual anuência expressa quanto à citação, notificação e intimação por meio deles 5. Para interromper a gravação, clique no microfone.
em qualquer processo, ou procedimento policial, em alinhamento ao Programa Justiça 4.0 do CNJ.
88. Quando a pessoa ouvida não souber ler e nem escrever, o termo ou o auto será assinado por
I. Quando houver necessidade, devidamente justificada, de ouvir novamente qualquer pes- testemunha, a rogo, e por duas testemunhas de leitura.
soa, a autoridade policial formalizará o ato mediante termo de reinquirição ou reinterro-
gatório.
II. Se a nova inquirição recair em pessoa a ser indiciada, deverá ser formalizada em auto de SEÇÃO IV
qualificação e interrogatório. DAS TESTEMUNHAS
III. Sempre que possível, em especial, nas hipóteses de videoconferência ou audiência tele-
presencial, o registro do depoimento, do interrogatório, das declarações e da reinquirição 89. A autoridade policial deverá tomar o depoimento da testemunha com objetividade e clareza
será feito pelos meios ou recursos de gravação audiovisual disponíveis, a fim de obter e observar a seguinte rotina:
maior fidelidade das informações, de acordo com o previsto no art. 405 do CPP.
IV. A gravação audiovisual não dispensará a lavratura dos termos e dos autos referidos acima, I. certificar-se da identidade da testemunha, mediante a verificação do respectivo documento;
servindo como um meio adicional de prova das inquirições realizadas, visando registrar II. verificar a possível vinculação com o indiciado e com o fato, para fins de compromisso
em detalhes como a medida foi conduzida pela autoridade policial e como o inquirido se legal ou não;
comportou. III. advertir acerca do compromisso de dizer a verdade, estabelecido no art. 203 do CPP, e do
crime de falso testemunho, previsto no art. 342 do CP.
87. Quando a pessoa a ser ouvida não souber se expressar na língua portuguesa, ser-lhe-á no-
meado intérprete no próprio ato, mediante compromisso de bem e fielmente desempenhar o 90. A autoridade policial ouvirá as testemunhas que efetivamente tiverem conhecimento do fato,
encargo, observando-se, no que tange aos impedimentos, as prescrições dos artigos 279 a 281 devendo limitá-las, se possível, ao número estabelecido no art. 401 do CPP, mencionando as de-
do CPP. mais no relatório do inquérito.

I. No caso de estrangeiro não residente no Brasil e não originário de país de língua por- 91. Nos depoimentos serão reproduzidas, sempre que possível, as expressões empregadas pelas
tuguesa, a autoridade policial atentará para a conveniência da nomeação de intérprete, testemunhas.
mesmo que ele, o alienígena, alegue conhecer o idioma nacional.
II. É vedada a nomeação de preso para funcionar como intérprete. 92. As apreciações subjetivas feitas pela testemunha não serão transcritas, salvo quando insepa-
III. Na ausência de intérprete e caso a providência a ser adotada seja urgente, poderá ser usa- ráveis da narrativa do fato.

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 42 43 TÍTULO II • INQUÉRITO POLICIAL
93. A autoridade policial manterá a testemunha na unidade apenas durante o tempo estritamente I. A acareação não será uma mera transcrição das versões inicialmente apresentadas pelas
indispensável à realização do ato, evitando adiar a audiência. pessoas acareadas. É importante que conste do termo, detalhes observados pela auto-
ridade policial responsável pela presidência da audiência que sejam capazes de revelar
94. As pessoas intimadas serão ouvidas pela autoridade policial que as intimou, no dia e horário o comportamento emocional de cada um dos acareados e as reações diante dos pontos
fixados. conflitantes.
II. Caso um dos acareados seja o investigado, ele não será obrigado a participar da audiên-
95. Para efeito do artigo anterior e celeridade da investigação, no impedimento da autoridade cia e será advertido que tem o direito de permanecer em silêncio e, caso opte pelo exer-
intimadora, excepcionalmente será permitida a oitiva por autoridade policial diversa, justifican- cício desta faculdade, a audiência de acareação não poderá ser realizada, sequer deverão
do-se nos autos. constar as perguntas.

98. No termo de acareação, deverá a autoridade policial reproduzir os pontos divergentes dos
SEÇÃO V depoimentos, das declarações e do(s) interrogatório(s).
DO RECONHECIMENTO E DA ACAREAÇÃO
99. A autoridade policial não deverá se satisfazer com a simples ratificação dos depoimentos,
96. No reconhecimento de pessoas ou coisas, serão imperiosamente observados os requisitos declarações ou interrogatório(s), mas procurar esclarecer, pela perquirição insistente e pelas rea-
contemplados nos artigos 226 a 228 do CPP. ções emotivas dos acareados, qual deles falta com a verdade.

I. Para o regular indiciamento, a prova obtida por meio do auto de reconhecimento deve
estar em consonância com outras provas produzidas nos autos, como forma de robuste- SEÇÃO VI
cer o lastro probatório do inquérito policial, e de se evitar a nulidade da instrução penal, DA BUSCA DOMICILIAR OU PESSOAL
baseada exclusivamente neste meio de prova.
II. Sempre que possível, o registro do reconhecimento será feito pelos meios ou recursos 100. A busca domiciliar será feita mediante mandado judicial, precedida de investigação sobre
de gravação audiovisual disponíveis, a fim de obter maior fidelidade da sua realização e o morador do local onde será realizada, visando colher elementos sobre sua pessoa (atividades,
constatação da sua regularidade. periculosidade e contatos), sempre que possível com a presença da autoridade policial e de tes-
III. A gravação audiovisual não dispensará a lavratura do auto de reconhecimento, servindo temunhas que não sejam policiais, observando-se as regras estabelecidas nos artigos 240 a 250
como um meio adicional de prova da regularidade com que o reconhecimento fora pro- do CPP.
cessado, e como o reconhecedor se comportou.
IV. Em todo caso, deverão ser anexadas ao auto de reconhecimento fotografias de todas I. É obrigatória a leitura do mandado antes do início da busca. Em caso de circunstância que
as pessoas submetidas ao reconhecimento, conforme previsão do art. 226, II, do CPP, in- impossibilite a leitura, esta ocorrerá tão logo a situação esteja sob o controle dos policiais.
dicando qual a fotografia da pessoa eventualmente reconhecida, contida em banco de II. Se o mandado de busca tiver de ser cumprido em endereço de integrante da Polícia Mi-
dados oficial da Polícia Civil, sob administração da área de inteligência policial. litar – PM, do Corpo de Bombeiros Militares – BM ou do Departamento de Polícia Técnica
– DPT, Polícia Penal ou Guarda Municipal, é recomendável que o corregedor da respectiva
97. A acareação, na forma do art. 229 do CPP, somente será realizada quando fundamental para o es- instituição seja previamente avisado, a fim de avaliar a possibilidade de enviar um repre-
clarecimento de divergências sobre fatos ou circunstâncias relevantes acerca do delito que se apura. sentante para acompanhar a diligência.

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 44 45 TÍTULO II • INQUÉRITO POLICIAL
101. O ingresso em casa sem consentimento do morador somente poderá ocorrer nas hipóteses II. A busca pessoal obedecerá ao prescrito no § 2º do art. 240, no art. 244 e no art. 249 do CPP.
de extrema necessidade por força de situação flagrancial e eventual perecimento da prova ou III. Uma via original do auto de exibição e apreensão, devidamente preenchida e assinada,
materialidade delitiva, além das hipóteses de desastre ou para prestar socorro, conforme previ- será fornecida ao detentor do material apreendido.
são do inciso XI do art. 5º da CF.
107. Havendo apreensão, o resultado da diligência será imediatamente comunicado à autori-
I. A diligência será pautada por elementos que comprovem a sua justa causa, lastreados dade judiciária, analisada a pertinência de representação antecipada pelo perdimento do bem,
em circunstâncias objetivas, de atual ou iminente cometimento de crime no local onde a considerando o risco de deterioração e falta de ambiente apropriado para sua guarda.
diligência vai ser cumprida, registrados por meio de relatório circunstanciado.
II. No caso de consentimento do morador, a diligência também deverá ser registrada pelos 108. A busca em sedes de órgãos públicos, quando necessária, será antecedida de contato com
meios e recursos disponíveis, e presenciada por duas testemunhas que não sejam poli- o respectivo dirigente, salvo se ele for alvo da investigação.
ciais, que assinarão o respectivo termo de consentimento de busca domiciliar, conforme
modelo previsto no anexo desta IN.
SEÇÃO VII
102. Ao representar perante a autoridade judiciária pela expedição de mandado de busca domi-
DO PEDIDO DE EXAME PERICIAL
ciliar, a autoridade policial deverá fazê-lo de forma fundamentada, indicando o local onde será
109. É indispensável o exame pericial sempre que a infração penal deixar vestígios, conforme o
cumprido, os fins da diligência e, sempre que possível, o nome do morador e/ou sua alcunha.
previsto no art. 158 do CPP.

103. No curso da busca domiciliar, os executores adotarão providências para resguardar os bens,
110. Os documentos, instrumentos e objetos relacionados com o crime, após apreendidos, serão
valores e numerários existentes no local, para preservar a dignidade e evitar constrangimentos
imediatamente encaminhados a exame pericial, observando-se as regras da cadeia de custódia
desnecessários aos moradores.
de prova, prevista pelos artigos 158-A a 158-F, do CPP, salvo se a medida for dispensável, a crité-
104. Os executores da busca providenciarão que o morador e as testemunhas acompanhem a rio da autoridade policial, observando-se o anterior.
diligência em todas as dependências do domicílio.
111. Quando se tratar de exame de local, a autoridade policial providenciará de imediato o isola-
105. Ocorrendo entrada forçada em virtude da ausência dos moradores, os executores adotarão mento da área onde houver sido praticada a infração penal, objetivando a preservação do estado
medidas para que o imóvel seja fechado e lacrado após a realização da busca, que será assistida das coisas até a chegada dos peritos, em cumprimento aos artigos 158-B, II, 158-C, e 169 do CPP.
por duas testemunhas que não sejam policiais.
112. Em situações de flagrância ou de comprovada urgência, a requisição de perícia poderá ser
106. Após a realização da busca, mesmo quando resultar negativa, será lavrado auto circunstancia- feita oralmente e formalizada posteriormente.
do, assinado por duas testemunhas presenciais, conforme modelo contido no anexo deste manual.
113. As requisições de exames periciais serão feitas ao instituto específico do DPT ou às suas
I. O auto de exibição e apreensão deverá conter a descrição completa do que foi apreendi- Coordenadorias Regionais no interior.
do, bem como a data, o local e a pessoa em poder de quem foi encontrado o respectivo
objeto da medida, devendo conter também a indicação do número da ocorrência ou do I. Os exames periciais devem ser realizados com a máxima celeridade, atentando-se para o
inquérito policial a que se refira, e, quando possível, a assinatura do detentor. prazo de conclusão do inquérito policial.

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 46 47 TÍTULO II • INQUÉRITO POLICIAL
II. No caso de indiciado preso, a perícia há de ser realizada com prioridade, devendo constar 120. Cabe à autoridade policial deprecante explicar brevemente o objeto da sua investigação
esta observação na guia. e formular as perguntas a serem feitas e fornecer, na medida do possível, o máximo de dados
III. Para a elaboração do laudo pericial, deve ser observado o disposto no parágrafo único do pessoais, profissionais e referenciais indispensáveis à identificação e à localização da pessoa a
art. 160 do CPP. ser ouvida, além de informações do que se pretende na oitiva, observados os seguintes proce-
IV. As transcrições fonográficas – quando não houver questionamentos sobre a autenticidade, dimentos:
identificação do locutor ou não caracterizarem a materialização do delito – serão realizadas,
sempre que possível, por servidores policiais, que serão designados pelo presidente do I. A numeração das folhas da carta precatória será feita no canto inferior direito, quando do
feito mediante a elaboração de respectivo termo, sem prejuízo de eventual exame pericial. procedimento físico, sem uso de carimbo, para não prejudicar a numeração dos autos do
V. No caso de apurações que tenham como vítima criança ou idoso, a perícia deverá ser inquérito policial quando da sua juntada.
realizada com prioridade, devendo constar esta observação na guia. II. A expedição da carta precatória será sempre através do Sistema Eletrônico de Informa-
ções – SEI, podendo, excepcionalmente, ser encaminhada através de e-mail institucional
114. Na impossibilidade de realização do exame de corpo de delito, a prova testemunhal deve ou qualquer outro meio idôneo, que possibilite a confirmação de recebimento pela auto-
suprir a sua falta, de acordo com os artigos 158 e 167 do CPP. ridade policial deprecada.
115. A coleta dos vestígios a serem examinados será realizada, preferencialmente, pelo perito, III. A carta precatória oriunda de outros estados da Federação deverá ser sempre encaminha-
sendo facultado à autoridade policial, acaso entenda necessário, solicitar aos peritos orientação da para a Polinter, para ciência e controle, antes de ser conhecida pela autoridade policial,
ou auxílio na coleta do material, assim como para a correta formulação de quesitos. na unidade deprecada.
IV. É dispensável o envio para a Polinter de carta precatória oriunda do próprio estado da
116. É proibido o serviço de entrega por malote para o transporte de substância tóxica e/ou Bahia.
entorpecente, material explosivo ou perigoso, armas, munições e acessórios, valores e coisas
perecíveis, deterioráveis, inflamáveis e nauseantes que devam ser submetidas a exame pericial. § 1º No caso do envio da carta precatória por meio eletrônico, seja através do SEI ou mesmo
através de e-mail institucional, os documentos produzidos pela autoridade policial depreca-
117. Ao requisitar o exame pericial, a autoridade policial determinará o encaminhamento das peças da deverão ser todos autenticados, através de assinatura, e, após serem digitalizados, na or-
a serem examinadas, prosseguindo-se nos demais atos e observando-se o item 62 deste manual. dem cronológica dos acontecimentos, deverão ser encaminhados, em sede de retorno, para
o delegado deprecante.
118. A nomeação de perito não oficial será procedida nos termos previstos nos parágrafos 1º e
2º do art. 159 do CPP. § 2º Cabe ao delegado deprecante encaminhar para a autoridade policial deprecada cópia
do boletim de ocorrência, cópia da Portaria de instauração de procedimento investigatório,
além de qualquer outro documento produzido durante a investigação, que auxilie a com-
SEÇÃO VIII preensão do objeto da carta precatória.
DA CARTA PRECATÓRIA
§ 3º Cabe à autoridade policial deprecante formular as perguntas a serem feitas à vítima, tes-
119. A carta precatória, visando à inquirição de indiciado, vítima ou testemunha e a realização de temunha ou interrogado, da forma mais objetiva e clara possível, a fim de evitar a repetição
diligência, será expedida em forma de ofício, devendo ser transmitida por meio eletrônico, com- do ato, assim como também fornecer a maior quantidade de informações possíveis à pessoa
provado o recebimento pela autoridade deprecada. a ser ouvida em termo próprio, no que diz respeito aos seus dados pessoais, dados profis-

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 48 49 TÍTULO II • INQUÉRITO POLICIAL
sionais, além de informações atualizadas a respeito de seu endereço ou local onde possa ser 123. As interceptações requeridas pelas unidades policiais serão operacionalizadas pelo Depar-
encontrada, isto, para efeito de intimação. tamento de Inteligência da Polícia Civil, podendo ser utilizada a estrutura do sistema de inteligên-
cia existente, por meio da Superintendência de Inteligência da Secretaria da Segurança Pública
§ 4º Quando o Delegado de Polícia deprecante solicitar da Autoridade Policial deprecadaa – SI/SSP/BA.
realização de busca e apreensão de bens deverá acostar à carta precatória a respectiva or-
dem judicial. 124. O ofício expedido ao DIP será acompanhado dos seguintes documentos:

§ 5º Na impossibilidade de cumprimento da diligência deprecada, a autoridade policial deve- I. representação da autoridade policial;
rá devolver a carta no menor prazo possível, indicando as razões do não atendimento. II. decisão judicial;
III. alvarás ou ofícios;
§ 6º Qualquer omissão no procedimento deverá ser suprida de forma complementar pelo IV. cópia autenticada, pelo escrivão de polícia, do ofício encaminhado ao Ministério Público,
Código de Processo Penal. conforme o art. 6º da Lei nº. 9.296/96, com o devido recibo.

SEÇÃO X
SEÇÃO IX
DO INTERROGATÓRIO E DO INDICIAMENTO
DA INTERCEPTAÇÃO DAS COMUNICAÇÕES TELEFÔNICA, TELEMÁTICA E DE IMAGEM

125. O indiciamento, ato privativo do delegado de polícia, poderá ser feito por meio de despa-
121. As interceptações telefônica, telemática e de imagem para prova em investigação criminal,
cho fundamentado autônomo, ou no relatório final do inquérito, previsto no capítulo IV, seção
na forma da Lei nº 9.296/96, dependerão de decisão judicial e correrão em autos apartados, não
XI, mediante análise técnico-jurídica do fato, que deverá indicar a autoria, materialidade, suas
devendo constar nos autos principais, em virtude da exigência legal de sigilo.
circunstâncias, e a tipificação do delito.

122. A representação por qualquer das interceptações acima citadas deverá conter a demons-
126. Quando houver comprovação da ofensa ao bem jurídico protegido ou, se for caso, a materiali-
tração de que sua realização é necessária à apuração da infração penal investigada, devendo a dade do delito e prova suficiente da autoria, o indiciamento exigirá a realização dos seguintes atos:
autoridade policial:
I. ato fundamentado, na forma de relatório ou despacho fundamentado;
I. descrever com clareza a situação objeto da investigação; II. termo de qualificação e interrogatório (sempre que possível);
II. apresentar a qualificação dos investigados ou justificar a impossibilidade de fazê-lo; III. elaboração do boletim individual e sua juntada aos autos;
III.
indicar os meios a serem empregados; IV. expedição de ofício à Coordenação de Documentação e Estatística Policial – CDEP, comu-
IV. instruir a representação com as cópias das peças dos autos do inquérito policial que en- nicando o indiciamento e solicitando os antecedentes criminais do indiciado.
tender necessárias à comprovação da necessidade da medida;
V. indicar a impossibilidade de produção da prova por outros meios disponíveis. 127. A identificação criminal será feita nas hipóteses e forma definidas na Lei nº. 12.037/2009.

Parágrafo único – Cumprida a diligência, a autoridade policial encaminhará o resultado da 128. Quando se tratar de ação praticada por organizações criminosas, as pessoas indiciadas tam-
interceptação ao juiz, na forma de relatório técnico ou de autocircunstanciado, que deverá bém serão criminalmente identificadas pelo sistema datiloscópico, nos termos do art. 5º da Lei nº
conter o resumo das operações realizadas. 9.034/95, independentemente da identificação civil.

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 50 51 TÍTULO II • INQUÉRITO POLICIAL
129. Durante o interrogatório, é proibido consignar as perguntas ao interrogado, e considerando § 1º No caso de não identificação da autoria da infração penal investigada, deverão ser expli-
a nova sistemática da Lei de Abuso de Autoridade, basta consignar que o acusado usará o direito citados os motivos pelos quais não foi possível determinar a autoria, bem como a informação
constitucional ao silêncio, se assim desejar, e estando acompanhado de advogado, este poderá sobre a realização de todas as diligências possíveis para esta finalidade.
informar que o seu cliente permanecerá em silêncio e, ao final do ato, estando presentes, assi-
nem o termo. § 2º O indiciamento, identificada a autoria do homicídio, consiste numa formalidade neces-
sária à conclusão do inquérito policial, devendo dele constar inclusão da tipificação penal
130. No interrogatório e demais depoimentos poderão ser utilizados meios eletrônicos para re- infringida, assim como também ajuntada do boletim individual respectivo.
gistrar o ato, de acordo com o padrão, a conveniência e importância dos fatos investigados, con-
forme previsto no capítulo IV, seção III do presente manual. § 3º A inserção do laudo médico-legal e do laudo pericial no procedimento investigatório
consiste numa medida necessária e indispensável à conclusão do inquérito policial.
131. No caso de qualificação na forma indireta, deverá ser expedido ofício à CDEP, com os dados
disponíveis. § 4º Sempre que possível, deverá ser feita a juntada de documentação produzida pelo Dis-
que-Denúncia, relacionada com o autor e/ou com o fato.
132. Se antes da conclusão do inquérito for verificado que o indiciado é autor de outros delitos
não conhecidos quando do indiciamento, e que tenham conexão ou continência com o quanto 134. No relatório, a autoridade policial fará um histórico do fato, discorrendo acerca das diligên-
originalmente apurado nos autos, a autoridade policial deverá ouvi-lo sobre os novos fatos, em cias realizadas, mencionando o destino das coisas apreendidas e concluindo sobre a ofensa ao
outro auto de qualificação e interrogatório. bem jurídico protegido (ou a materialidade, se for o caso), suas circunstâncias, a autoria do delito,
e a tipificação do delito.
I. Na hipótese deste artigo, a autoridade policial oficiará à CDEP, informando a nova inci-
dência penal, devendo o ofício conter a qualificação completa do indiciado e o número 135. O cabeçalho do relatório do inquérito policial conterá:
do inquérito.
II. Se não houve conexão ou continência, ou na hipótese de eventual prejuízo à investigação I. o número do inquérito;
ou instrução do feito, os fatos novos deverão ser apurados em inquérito policial autôno- II. as datas de início e término;
mo, sendo possível o translado de peças que sejam pertinentes à nova apuração. III. o nome do indiciado e a indicação da sua qualificação;
IV. a incidência penal.
V. indicação da vítima
SEÇÃO XI
DO RELATÓRIO 136. Deverão ser evitadas no relatório transcrições extensas de termos de inquirições, cumprindo
à autoridade policial. Quando necessário, repetir apenas os trechos essenciais ao esclarecimento
133. O relatório conclusivo é peça de lavra exclusiva do delegado de polícia, cabendo a este de sua exposição.
profissional, antes de sua remessa, o saneamento do inquérito policial, a fim de se evitar lacu-
nas na investigação, objetivando registrar todas as circunstâncias relevantes para a investigação, 137. A autoridade policial não deverá registrar no relatório adjetivações desnecessárias relativas
tais como causas de aumento ou diminuição de pena circunstâncias atenuantes ou agravantes, ao indiciado e ao entendimento do fato apurado.
buscando o exaurimento de todas as possibilidades investigativas.

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 52 53 TÍTULO II • INQUÉRITO POLICIAL
138. Concluído o inquérito, a autoridade policial fará relatório de tudo o que foi apurado, redi- 143. Quando no curso de investigação policial, houver indício de prática de infração penal por
gindo-o com objetividade, clareza e concisão e aplicando o disposto nos parágrafos 1º e 2º do membro da Defensoria Pública do Estado, a autoridade policial comunicará imediatamente o
art. 10 do CPP. fato ao defensor público-geral, que designará membro da Defensoria Pública para acompanhar
a apuração de forma sigilosa, conforme dispõe o art. 64, parágrafo único, inciso XII da Lei Com-
139. Ao final do relatório, o delegado de polícia deverá determinar ao escrivão de polícia, o de- plementar Estadual nº 6, de 1997.
vido registro de remessa do procedimento.
144. Quando do extravio ou destruição dos autos originais de inquérito policial, será feita a res-
tauração, aplicando-se, no que couber, o disposto nos artigos 541 e seguintes do Código de
SEÇÃO XII
Processo Penal.
DOS PRAZOS PARA A CONCLUSÃO DO INQUÉRITO POLICIAL

145. Quando o delegado titular verificar a ocorrência de irregularidade na condução do inquérito


140. A autoridade policial deverá envidar todos os esforços para concluir os inquéritos policiais
policial, comunicará à autoridade superior, para fins de avocação, na forma do VI do art. 19 da LOPC.
no prazo de 30 (trinta) dias, não havendo indiciado preso, valendo-se de pedidos de prorroga-
ção, fundamentadamente, nos casos de comprovada complexidade para a elucidação do fato,
§ 1º Em qualquer caso, o delegado-geral poderá avocar autos de inquérito, desde que moti-
conforme a lei.
vadamente.

Parágrafo único – Se o indiciado tiver sido preso em flagrante ou preventivamente, o inquéri-


§ 2º Tratando-se de avocação motivada por irregularidades, a autoridade a que se refere o §
to policial deverá ser remetido no prazo de 10 (dez) dias, contado a partir do dia em que se
1º deste artigo encaminhará à Corregedoria cópia do respectivo auto para medidas discipli-
executar a ordem de prisão.
nares cabíveis.

141. O inquérito policial de que trata a Lei n° 11.343/06 deverá ser concluído no prazo de 30
146. O inquérito transferido e oriundo de outras instituições policiais será, obrigatoriamente,
(trinta) dias, se o indiciado estiver preso, e de 90 (noventa) dias, quando solto, podendo a auto-
registrado no livro de tombo, ou sistema eletrônico, sem necessidade de renumeração do feito,
ridade policial, mediante pedido justificado, requerer ao juiz a duplicação dos referidos prazos,
capa e autuação, dispensando-se nova portaria e renumeração das folhas.
conforme tabela de prazo (anexo II), deste manual.

Parágrafo único – Para efeito de controle, a capa anterior será mantida no procedimento.

CAPÍTULO V
147. Quando do retombamento de procedimentos policiais, será observado o disposto no item 57
DOS INCIDENTES
e seguintes deste manual.

142. Quando no curso da investigação houver indícios da prática de crime imputado a magistra-
148. Os desmembramentos e junções de inquéritos policiais já aforados dependerão de anuên-
do ou a membro do Ministério Público, a autoridade policial, mediante despacho fundamentado,
cia do juiz competente.
remeterá imediatamente os autos ao tribunal competente ou ao procurador-geral de Justiça,
para as providências de sua competência.
149. Os pedidos de informações de habeas corpus e de mandados de segurança serão atendi-
dos, com a devida celeridade, pelo presidente do inquérito.

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 54 55 TÍTULO II • INQUÉRITO POLICIAL
Parágrafo único – Na ausência da autoridade coatora e não tendo havido redistribuição do 155. Quando o conduzido não estiver em condições físicas ou psíquicas de ser prontamente in-
inquérito, caberá ao superior imediato prover as informações. terrogado, a autoridade policial adotará uma das seguintes medidas:

150. Surgindo, em qualquer fase do inquérito, dúvidas quanto à higidez mental do indiciado, a I. Lavrar o auto, ouvindo o condutor e as testemunhas, aguardando a recuperação do con-
autoridade policial representará ao juiz competente no sentido de submetê-lo a exame médico- duzido para interrogá-lo no prazo de até 24 horas, quando possível, atentando-se para o
-legal, consoante o disposto nos artigos 149, § 1º e 150 do Código de Processo Penal. estabelecido no caput e no parágrafo único do art. 306 do CPP;
II. Concluir o auto sem ouvir o preso, que, neste caso, será apenas qualificado, devendo a
impossibilidade de seu interrogatório ser consignada nos autos.
CAPÍTULO VI
DA PRISÃO EM FLAGRANTE 156. Na hipótese do inciso II do 155, a autoridade policial ouvirá o conduzido posteriormente, em
auto de qualificação e interrogatório, na presença de testemunhas.
151. Ocorrendo apresentação de condução em flagrante, o conduzido será imediatamente apre-
sentado à autoridade policial, que decidirá sobre a autuação do conduzido, mediante despacho
157. Durante a lavratura do auto de prisão em flagrante o preso poderá ser devidamente escol-
fundamentado, observando o quanto estabelecido nos artigos 302 e ss do CPP.
tado pelos policiais designados pela autoridade policial.

152. Entendendo haver fundada suspeita contra o conduzido, e decidindo pela sua autuação, a au-
I. Após a lavratura do auto de prisão em flagrante, a autoridade policial expedirá ao preso a
toridade policial ouvirá o condutor e colherá, desde logo, sua assinatura, entregando a este cópia do
nota de culpa, conforme o § 2º do art. 306 do CPP.
termo e recibo de entrega do preso. Em seguida, procederá à oitiva das testemunhas que o acompa-
II. A nota de culpa será expedida em 2 (duas) vias, sendo uma entregue ao preso e a outra
nharem, a vítima, se houver, e ao interrogatório do acusado sobre a imputação que lhe é feita, colhen-
juntada aos autos do respectivo inquérito policial.
do, após cada oitiva, suas respectivas assinaturas, lavrando a autoridade, ao final, o auto.
III. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediata-
I. Na autuação, a autoridade policial atentará para as formalidades essenciais da prisão em mente ao juiz competente, ao Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por ele
flagrante, em especial ao disposto nos incisos III, LVIII, LXI, LXII, LXIII, LXIV, LXV e LXVI do indicada e, quando couber, à Defensoria Pública, na forma do que dispõe o art. 306 do
art. 5º da CF. CPP.
II. Se a autoridade policial decidir, também mediante despacho fundamentado, pela não IV. Entendendo presentes os requisitos constantes nos artigos 312 e 313 do Código de Pro-
autuação, ouvirá, da mesma forma, o condutor, testemunhas, conduzido e vítima, bem cesso Penal, a autoridade policial representará pela prisão preventiva do(s) indiciado(s) ou
como adotará todas as providências necessárias para resguardar as provas, colocando o por outra medida cautelar, encaminhando o pedido juntamente com a comunicação da
conduzido em liberdade ao final do procedimento. prisão em flagrante ao juiz.

153. Na lavratura do auto de prisão em flagrante, o conduzido somente será qualificado no mo- 158. Não havendo a presença física de delegado de Polícia Civil de plantão na unidade policial
mento de seu interrogatório, após o depoimento da última testemunha do respectivo auto. onde a ocorrência foi apresentada, e considerando que a comunicação a distância realizada en-
tre ambientes de unidades policiais e estabelecimentos prisionais é autorizada e regulamentada
154. Antes de iniciar o interrogatório, a autoridade policial cientificará o preso de seus direitos pelo Conselho Nacional de Justiça, pelas resoluções nº 341/2020 e 354/2020, a lavratura do auto
e garantias constitucionais, inclusive o de permanecer calado e o de indicar a quem deverá ser de prisão em flagrante pode ocorrer por meio de videoconferência, seguindo as especificações
comunicada a sua prisão, o que deve constar no termo de interrogatório. da seção III deste manual.

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 56 57 TÍTULO II • INQUÉRITO POLICIAL
159. Na hipótese da lavratura de auto de prisão em flagrante por meio de videoconferência, este 164. Os juízes e os membros do Ministério Público e os defensores públicos não poderão ser pre-
será instruído, também, com o despacho justificador, de acordo com modelo constante no anexo sos, senão por ordem judicial escrita do tribunal competente ou em flagrante de crime inafiançá-
I deste manual. vel, como rezam, respectivamente, o inciso II do art. 33 da Lei Complementar nº. 35/79 e a alínea
d) do inciso II do art. 18 da Lei Complementar nº 75/93, e na Lei estadual nº 26/2006.
160. Em todos os casos de prisão, a autoridade policial deverá adotar as medidas necessárias à
preservação da integridade física e moral do preso, em estrita observância aos direitos e garan- I. No caso de prisão por crime inafiançável, a autoridade policial limitar-se-á a proceder à
tias fundamentais previstos no art. 5º da CF e às prescrições do inciso IX do art. 4º da Constituição imediata apresentação do magistrado ou membro do Ministério Público ao presidente do
do Estado da Bahia e da Lei nº. 9.455/97, que define o crime de tortura. tribunal, ou ao procurador-geral respectivamente, devendo ser observado o disposto nas
Leis Complementares nº 35/79 e nº 75/93, e na Lei nº 8.625/93
I. Acaso entenda necessário, a autoridade policial poderá transferir o preso para local mais II. Se o fato ocorrer no interior do estado, a autoridade policial deverá manter contato com o
adequado (seguro), podendo, inclusive, autuá-lo em outra circunscrição, comunicando a coordenador regional de polícia a fim de que este trate do assunto com diretor do Depar-
providência ao juiz competente, ao Ministério Público, ao advogado constituído, se hou- tamento de Polícia do Interior visando a uma definição de como se dará a apresentação
do magistrado ou do membro do Ministério Público
ver, ou à defensoria pública, e à família ou pessoa indicada pelo autuado.
III. A prisão de defensor público, por ordem judicial escrita ou em flagrante delito de crime
II. O preso será sempre submetido a exame de lesões corporais para verificação das suas
inafiançável, deverá ser imediatamente comunicada ao defensor público-geral, conforme
condições físicas, antes de seu ingresso na área de custódia.
o inciso II do art. 44 da Lei Complementar nº 80/94, e Lei estadual nº 26/2006.
III. O preso manterá o seu direito a imagem, consoante o disposto no art. 5º, inciso XXVIII da
IV. Em qualquer das hipóteses previstas acima, o delegado-geral da Polícia Civil deve ser
Constituição Federal, bem como não poderá ser exposto à curiosidade pública, ou sub-
imediatamente comunicado, observando-se a hierarquia da instituição.
metido a situação vexatória, mediante violência, grave ameaça ou redução de sua capaci-
dade de resistência, conforme art. 13, I e II da Lei nº 13.869/19.
165. Em se tratando de crime afiançável, não haverá prisão ou autuação; apenas será feita a
respectiva comunicação do fato ao tribunal ou ao procurador-geral, ao Tribunal de Justiça, ao
161. Em caso de prisão de advogado por crime inafiançável, por motivo relacionado ao exercício
Ministério Público e à Defensoria Pública.
da profissão, observar-se-á o previsto no inciso IV do art. 7º da Lei nº. 8.906/94, que dispõe sobre
o Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil – OAB. Nas demais hipóteses, a 166. Quando da prisão em flagrante de integrantes das Forças Armadas, da Polícia Militar, do
autoridade policial providenciará a comunicação expressa à seccional local da OAB. Corpo de Bombeiros Militares, da Polícia Federal ou da Polícia Rodoviária Federal, a autoridade
policial solicitará a presença de um membro da respectiva corporação para acompanhar a lavra-
162. A prisão em flagrante de parlamentares federais ou estaduais apenas ocorrerá em caso de tura do auto, findo o qual o preso será entregue à sua instituição, para fins de custódia, após a
crime inafiançável, devendo a autoridade policial, no prazo de vinte e quatro horas, remeter os comunicação ao respectivo comando ou chefia, lavrando-se certidão.
autos do inquérito à respectiva Casa Legislativa, conforme o disposto no § 2º do art. 53 da CF e
no § 2º do art. 84 da Constituição do Estado da Bahia. 167. Concluída a autuação, cópia do auto de prisão em flagrante será encaminhada à corporação
a que pertencer o autuado.
163. Os vereadores não poderão ser presos em flagrante delito quando se tratar de crimes de
opinião cometidos no exercício do mandato e na circunscrição de seu município, de acordo com 168. Presos provisoriamente, os integrantes das carreiras da Polícia Civil do Estado da Bahia per-
o previsto no inciso VIII do art. 29 da CF. manecerão recolhidos em cela especial, na sede da Correpol, conforme disposto no inciso IV do
art. 58 da LOPC.

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 58 59 TÍTULO II • INQUÉRITO POLICIAL
169. Os agentes, os funcionários diplomáticos e os seus respectivos familiares não poderão ser 172. Na impossibilidade do comparecimento de representante da Funai ou do Ministério Público
presos ou detidos, por estarem imunes à jurisdição penal do Estado acreditado, como previsto Federal, a autoridade policial providenciará defensor público e, na falta deste, defensor junto à
nos artigos 31 e 37 da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, de 1961, promulgada seccional da OAB.
no Brasil por meio do Decreto Federal nº 56.435/65.
173. A prisão em flagrante de estrangeiro sempre deverá ser comunicada à unidade mais próxi-
I. O agente diplomático não é obrigado a prestar depoimento como testemunha, como ma da Polícia Federal, para fins de deportação e/ou expulsão, independentemente de o crime
indicado no art. 31 da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas. ser da competência da Justiça Federal ou Estadual.
II. A imunidade de jurisdição de um agente diplomático no Estado acreditado não o isenta
da jurisdição do Estado acreditante, devendo o fato delituoso ser imediatamente comuni-
cado à unidade mais próxima da Polícia Federal. CAPÍTULO VII
DAS INFRAÇÕES PENAIS DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO
170. Os funcionários consulares e os empregados consulares não estão sujeitos à jurisdição das
autoridades judiciárias e administrativas do Estado receptor pelos atos realizados no exercício 174. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo as contravenções penais e os
das funções consulares, porém, podem ser presos em flagrante ou por ordem judicial nas demais crimes a que a lei comine pena máxima não superior a dois anos, cumulada ou não com multa,
hipóteses de crimes graves e praticados sem relação com o exercício das suas funções consula- conforme o disposto no art. 61 da Lei nº 9.099/95, excetuados os crimes praticados com violên-
res, de acordo com o previsto nos artigos 41 e 43 da Convenção de Viena para Relações Consu- cia doméstica e familiar contra a mulher, na forma dos artigos 5º e 7º da Lei nº 11.340/2006, por
lares, de 1963, promulgada pelo Decreto Federal nº. 61.078/67. expressa proibição do seu art. 41.

I. Os membros de uma repartição consular poderão ser chamados a depor como testemu- 175. A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência de infração penal de menor
nhas no decorrer de um processo judiciário ou administrativo. potencial ofensivo providenciará a lavratura do termo circunstanciado de ocorrência – TCO, na
II. Um empregado consular ou um membro do pessoal de serviço não poderá negar-se a forma do art. 69 da Lei nº. 9.099/95, observando-se os princípios da oralidade, informalidade,
depor como testemunha, exceto sobre fatos relacionados com o exercício de suas fun- economia processual e celeridade.
ções, não podendo também ser obrigado a exibir correspondência e documentos oficiais
que a elas se refiram. 176. O TCO será numerado sequencialmente, registrado em livro próprio, em caso de não ser
III. Se um funcionário consular se recusar a prestar depoimento, nenhuma medida coercitiva eletrônico, lançando-se o(s) nome(s) do(s) infrator(es), autor do fato da(s) vítima(s) e o enquadra-
ou qualquer outra sanção ser-lhe-á aplicada. mento penal, a partir dos modelos constantes do anexo I do presente manual, e encaminhado ao
IV. Os cônsules e funcionários consulares honorários somente gozarão de imunidades com juiz competente imediatamente após sua formalização sendo composto por:
relação aos atos praticados no exercício das funções consulares.
I. capa;
171. No caso de prisão de índio não integrado, será solicitada a presença de um representante II. boletim de ocorrência;
da Fundação Nacional do Índio – Funai para prestar assistência, inclusive jurídica, na forma do III. autos da VPI (se houver);
previsto no art. 35 da Lei nº 6.001/73, comunicando-se ao Ministério Público Federal, em obe- IV. termos de declarações;
diência ao inciso II do art. 37 da Lei Complementar nº 75/93, e à Defensoria Pública Estadual. V. identificação de testemunhas, e local onde possam ser encontradas;

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 60 61 TÍTULO II • INQUÉRITO POLICIAL
VI. demais elementos de prova (se houver); zação de videoconferência, ou audiência telepresencial para realização de oitiva, nos ter-
VII. termo de remessa. mos do Capítulo IV, seção III deste manual, a autoridade policial poderá juntar aos autos
declaração escrita e assinada, ou o encaminhamento de e-mail, originário de conta regis-
177. O TCO em que um idoso figure como vítima deverá ser assim identificado, seguindo o insti- trada em nome da declarante, em ambos os casos contendo seus dados de qualificação e
tuído no item 182, IV previsto no capítulo IV, seção VII deste manual. o relato do que tenha conhecimento acerca do fato investigado.

178. As testemunhas deverão ser pormenorizadamente qualificadas, em observância ao § 3º do 184. A representação da vítima, nos crimes em que se faça necessária, e a ciência de prazo de-
art. 78 c/c o art. 67 da Lei nº 9.099/95, constando, no mínimo os seguintes parâmetros: nome cadencial por parte desta nos delitos de ação penal privada serão inseridas no respectivo termo
completo, RG, telefone, endereço residencial, endereço eletrônico. de declarações.

179. Os autos do TCO ficarão sob a guarda do escrivão do feito. 185. A requisição dos exames periciais eventualmente imprescindíveis à comprovação da mate-
rialidade do delito investigado e a realização das demais diligências que se fizerem necessárias à
180. Nos casos de delitos de ação penal pública condicionada à representação do ofendido, o instrução do TCO serão imediatamente providenciadas.
TCO não será lavrado sem essa condição de procedibilidade conforme disposto no artigo 88 da
Lei nº 9.099/95. I. Na hipótese em que o laudo pericial não tenha sido recepcionado na unidade policial até
a data da remessa do procedimento, a autoridade policial requisitante deverá encaminhá-
181. Nas hipóteses de condução em flagrante de delitos de menor potencial ofensivo, sempre se -lo ao juízo competente imediatamente após recebê-lo.
colherão as declarações do condutor, e em caso de o autor do fato ser imediatamente encami- II. Após a conclusão do TCO, é dispensada a realização de relatório final, devendo ser lavra-
nhado ao juizado ou assumir o compromisso de a ele comparecer, não lhe será imposta a prisão do termo de remessa ao juízo competente, mediante despacho da autoridade policial.
nem lhe será exigida fiança, nos termos do art. 69 § único da Lei no 9.099/95. III. Sempre que possível, o TCO deverá ser remetido ao juízo competente, logo após a lavra-
tura e as providências do cartório, ou em até 30 (trinta) dias do registro da ocorrência na
182. O compromisso de comparecimento do autor ao juizado deverá constar do respectivo ter- unidade policial.
mo de declarações. IV. O procedimento policial em que um idoso, criança ou adolescente figure como vítima
deverá ser assim identificada, para o fim previsto no inciso I do parágrafo único do art.
183. Quando extremamente necessário, o TCO será instruído com oitivas de 4 (quatro) testemu- 3º da Lei nº 10.741/2003 – Estatuto do Idoso, art. 4º, inciso b), da Lei nº 8.069, de 13 de
nhas por procedimento, indicadas pelos envolvidos. julho de 1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente, apondo-se na capa dos autos uma
etiqueta física ou eletrônica, contendo a inscrição “ESTATUTO DO IDOSO” ou “ESTATUTO
I. As testemunhas que poderão ser ouvidas para instrução dos autos do TCO são as diretas, DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE”.
que assistiram ao fato, e próprias, quais sejam aquelas cujos depoimentos relacionam-se
ao fato principal que se constitui objeto do procedimento. 186. As inquirições serão prestadas na unidade policial, presencialmente, ou por videoconferên-
II. A eventual falta de indicação de testemunhas pelos envolvidos será informada nos autos cia, podendo em situações justificadas serem realizadas no lugar em que a pessoa a ser inquirida
mediante lavratura de certidão. se encontre, ou por meio de audiência tele presencial, observando-se o disposto nos artigos 3º,
III. Caso não seja possível o comparecimento da testemunha à unidade policial, nem a reali- 185, 220 e 222, § 3º, do Código de Processo Penal.

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 62 63 TÍTULO II • INQUÉRITO POLICIAL
CAPÍTULO VIII CAPÍTULO IX
DA CONCESSÃO E DO RECOLHIMENTO DA FIANÇA DOS LIVROS CARTORÁRIOS

187. Quando do exame de afiançabilidade da infração penal, a autoridade policial deverá atentar 196. Apesar da geração automática de livro de controle pelo próprio Sinesp PPE, é facultado à
para o disposto nos incisos XLII, XLIII e XLIV do art. 5º da CF, no art. 322 do CPP, observando-se unidade policial manter livros físicos de controle interno de registros com números sequenciais
também o disposto nos artigos 24-A e 41 da Lei nº. 11.340/2006. da unidade referente a procedimentos (VPI, IP, APF, TCO, BOC, AIAI, AAFAI), com equivalência
respectiva aos números de controle dos procedimentos gerados no Sinesp PPE, sendo estes o
188. Nos casos de crimes afiançáveis na esfera policial, a autoridade policial arbitrará a fiança controle oficial nos diversos expedientes aos órgãos do Judiciário.
independentemente de requerimento, desde que não haja qualquer das restrições previstas nos
§ 1º São livros cartorários físicos de uso facultativo, referentes a procedimentos policiais:
artigos 323 e 324 do CPP.

I. Livro de Registro de Inquérito Policial, destinado ao registro de autos de inquéritos poli-


189. A autoridade policial arbitrará a fiança nos limites e nas condições previstas nos artigos 325
ciais instaurados na unidade;
e 326 do CPP.
II. Livro de Registro de Termo Circunstanciado de Ocorrência, destinado ao registro de au-
tos de infrações penais de menor potencial ofensivo, na forma da Lei nº 9.099/95;
190. A decisão que denegar a fiança será devidamente fundamentada nos autos e certificada no III. Livro de Registro de Ato Infracional praticado por criança e/ou adolescente, destinado ao
verso da nota de culpa. registro de autos envolvendo crianças e adolescentes em conflito com a lei;
IV. Livro de Registro de Laudos de Exames Médico-Legal;
191. O recolhimento da fiança será feito na instituição bancária autorizada, com preenchimento V. Livro de Registro de Laudos de Perícias Outras;
da respectiva guia, salvo orientação diversa emanada do órgão competente. VI. Livro de Verificação Preliminar de Investigação – VPI;
VII. Livro de Remessa de Inquéritos Policiais;
192. Na impossibilidade do cumprimento do anterior, o recolhimento da fiança se dará com a VIII. Livro de Remessa de Termos Circunstanciados;
guia específica fornecida pela instituição bancária autorizada. IX. Livro de Remessa de Atos Infracionais.

193. Quando a lavratura do auto de prisão em flagrante ocorrer em local distante da unidade po- § 2º São livros cartorários físicos de uso obrigatório, referentes a controle de expedientes
administrativos:
licial e houver arbitramento de fiança, o escrivão deverá certificar nos autos o seu recebimento,
lavrando, posteriormente, o termo no livro próprio, com emissão de recibo ao beneficiário da
I. Livro Interno de Recebimento e Distribuição de expedientes diversos (oriundos de unida-
fiança.
des componentes da Polícia Civil).
II. Livro Externo de Recebimento e Distribuição de expedientes diversos (Requisições Minis-
194. O depósito de valores referentes à fiança será feito em até três dias após o seu recebimento, con-
teriais e Judiciais, Mandados de Prisão, Vara de Execuções Penais, Petições Representa-
forme o parágrafo único do art. 331 do CPP, ressalvados os casos de comprovada impossibilidade.
ções e Solicitações diversas);

195. A certidão do termo de fiança e o comprovante do recolhimento serão juntados aos autos § 3º Os livros cartorários destinados a expedientes administrativos deverão conter o número
do inquérito policial.
dos ofícios e documentos com a equivalência respectiva aos números de controle dos proce-

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 64 65 TÍTULO II • INQUÉRITO POLICIAL
dimentos gerados no Sistema Eletrônico de Informações – SEI, com acesso através do www. 204. O Livro de Remessa de Inquéritos Policiais deve conter, obrigatoriamente: autor(es), víti-
portalseibahia.saeb.ba.gov.br. O SEI é o sistema oficial para tramitação de procedimentos ma(s), infração penal, delegado de polícia, data(s) da(s) remessa(s), data(s) do(s) retorno(s).
administrativos.
205. O Livro de Remessa de Termo Circunstanciado de Ocorrência – TCO e o Livro de Remessa
197. O Livro de Registro de Inquérito Policial deve conter, obrigatoriamente: nº do inquérito; de Atos Infracionais devem conter, obrigatoriamente: autor(es), vítima(s), infração penal, delega-
data de instauração; data do registro; espécie; infração penal; autor(es); vítima(s) com qualifi- do de polícia, data de remessa.
cação; local do fato; data do fato; nº do boletim de ocorrência; data do boletim de ocorrência;
data do fato; condução; delegado de polícia e escrivão de polícia; data de remessa(s); data de 206. Os livros cartorários obrigatórios deverão conter folhas tipograficamente numeradas, de-
retorno(s). vendo o coordenador do cartório da unidade lavrar Termos de Abertura e Encerramento (anexo
I), na contracapa e folha final, respectivamente. Na impossibilidade ou falta de livros com folhas ti-
198. O Livro de Registro de Termo Circunstanciado de Ocorrência deve conter obrigatoriamen- pograficamente numeradas, o coordenador de cartório deverá numerar e rubricar todas as folhas.
te: número do TCO; data de lavratura; data do registro; infração penal; autor(es) e vítimas(s), com
qualificação; local do fato; data do fato; número do boletim de ocorrência; delegado de polícia; 207. O Termo de Encerramento será lavrado somente após o integral preenchimento do livro, o
escrivão de polícia; data de remessa(s) e data de retorno(s). que ser feito de forma contínua até sua finalização.

199. O Livro de Ato Infracional deve conter, obrigatoriamente: número do registro; data de lavra- 208. A guarda e atualização dos livros são de responsabilidade do coordenador de cartório, po-
tura; data do registro; infração penal; autor(es) e vítimas(s), com qualificação; local do fato; data dendo a escrituração ser efetuada por servidor do cartório, sob sua supervisão.
do fato; nº do boletim de ocorrência; delegado de polícia; escrivão de polícia; data de remessa(s)
e data de retorno(s); 209. Na ausência de coordenador de cartório na unidade, a atribuição prevista no artigo anterior
recairá, obrigatoriamente, por outro escrivão em substituição formal.
200. O Livro de Registro de Laudos de Exames Médico-Legal deve conter número do laudo, nú-
mero da ocorrência policial e/ou ofício, infração penal, local do fato, partes envolvidas, número 210. Os registros lavrados nos livros cartorários não poderão ser rasurados ou cancelados. Caso
do inquérito policial e/ou TCO e/ou ato infracional, número do processo e da vara criminal; haja erro no lançamento do registro, será feito novo registro com a retificação necessária, fazen-
do-se menção ao lançamento anterior. Nos registros eletrônicos será por aditamento.
201. O Livro de Registro de Laudos Periciais deve conter número do laudo, número da ocor-
rência policial e/ou ofício, infração penal, local do fato, partes envolvidas, número do inquérito 211. As capas dos livros cartorários deverão conter identificação da unidade policial, a destina-
policial e/ou TCO e/ou ato infracional, número do processo e da vara criminal. ção do livro, data de início e de encerramento.

202. O Livro Interno de Recebimento e Distribuição de expedientes diversos deve conter, obriga- 212. No anexo I desta instrução, constam modelos obrigatórios das capas dos Livros Cartorários
toriamente: data do recebimento, origem, descrição do fato, observação. e dos Termos de Abertura e de Encerramento.

203. O Livro Externo de Recebimento e Distribuição de expedientes diversos deve conter, obri- 213. O cartório de cada unidade policial terá, obrigatoriamente, pastas físicas ou eletrônicas des-
gatoriamente: data do recebimento, origem, descrição do fato, observação. tinadas ao arquivo de instruções normativas, portarias, ofícios, memorandos e demais expedien-
tes provenientes da administração superior da Polícia Civil; de inventário patrimonial da unidade;

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 66 67 TÍTULO II • INQUÉRITO POLICIAL
de registro das informações dos servidores da unidade; de controle de afastamentos legais dos 221. Quando a coisa apreendida, por sua natureza ou volume, não puder ser acondicionada no
servidores da unidade; de escalas de serviço; de dossiês dos inquéritos e demais procedimentos depósito, será guardada em local apropriado, juntando-se aos autos a documentação compro-
de Polícia Judiciária, registrados na unidade. batória de seu destino.

214. As pastas poderão ser substituídas por sistema informatizado de registro ou arquivo digital, 222. Realizada a perícia, o delegado providenciará a remessa das coisas apreendidas ao órgão
mediante autorização do delegado-geral, desde que assegurada sua inviolabilidade e imutabili- competente, juntando ao procedimento policial o comprovante da remessa.
dade dos assentamentos;
223. Quando cabível, a restituição de coisas apreendidas será feita mediante termo próprio, ob-
SEÇÃO I servando-se o disposto no art. 120 e parágrafos do Decreto-Lei nº 3.689/1941, o Código de Pro-
APREENSÃO DE BENS cesso Penal – CPP.

215. Nos cartórios das unidades policiais haverá depósito e armário com chave privativa para 224. O termo de restituição deverá conter a descrição completa do bem que se está restituindo,
guarda provisória das coisas apreendidas, observado o previsto no processo de “cadeia de cus- bem como a data, local e qualificação da pessoa a quem se faz a restituição, e ainda a indicação
tódia de evidências”. do procedimento policial a que se refira.

216. As coisas apreendidas e recolhidas, até remessa ao órgão competente, ficarão sob a inteira 225. Não se evidenciando a infração penal e, como consequência, não havendo indiciamen-
responsabilidade do coordenador de cartório ou, na falta deste, de servidor expressamente de- to, ou nas hipóteses em que não for conhecida a vítima ou proprietário, os bens e valores
signado pela autoridade policial, o que deverá ser feito mediante lavratura de ocorrência em livro apreendidos ou arrecadados deverão ser guardados provisoriamente no depósito de cada
administrativo (físico ou eletrônico), a qual deverá ser encaminhada à chefia imediata, conforme delegacia, com etiquetas contendo identificação do procedimento policial a que se referem,
art. 51, III, da Lei Estadual nº 11.370/2009, a Lei Orgânica da Polícia Civil – LOPC. aguardando as possíveis vítimas ou proprietários e os trâmites relacionados à “cadeia de cus-
tódia”, quando for o caso.
217. As coisas apreendidas deverão ser identificadas por meio de etiquetas, nas quais deverão
constar a data, características do objeto e referência ao número do boletim de ocorrência ou do Parágrafo único – Na hipótese de caracterização de bens vagos, o delegado deverá divul-
procedimento policial respectivo.
gar nos órgãos de imprensa e no site da PCBA a disponibilidade de bens na delegacia, a
fim de se localizar eventuais proprietários, afixando o prazo para a sua recuperação, sob
218. A chave do depósito/sala de evidências da delegacia ficará com o coordenador do cartório
pena de virem a ser perdidos, mantendo as informações atualizadas na base de dados de
ou, na falta deste, com o servidor designado.
bens arrecadados e apreendidos.

219. As coisas arrecadadas somente serão recolhidas ao depósito após a lavratura do respectivo 226. É expressamente vedado o uso de objetos apreendidos por servidores policiais, salvo auto-
auto de apreensão. rização legal ou judicial, sob pena de responsabilidade,criminal e administrativa.

220. Por ocasião do recolhimento, o responsável pelo depósito conferirá o material recebido e o
227. Cópias da decisão judicial que autorizar o uso de bem apreendido deverão ser encaminha-
guardará em lotes devidamente numerados, arquivando cópia do auto de apreensão, que será
das ao departamento ao qual se vincula a unidade à Corregedoria da Polícia Civil – Correpol.
identificado pelo número do lote e, quando for o caso, pelo número do procedimento.

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 68 69 TÍTULO II • INQUÉRITO POLICIAL
228. As coisas arrecadadas e não apreendidas por não interessarem à investigação serão de- de Depósito Judicial – DAJ, juntando-se o comprovante de recolhimento ao inquérito policial. No
volvidas, desde que não haja dúvida quanto à sua propriedade, lavrando-se o respectivo auto cumprimento dos mandados de busca e apreensão, se forem apreendidos valores em moedas
de entrega, ou, sendo bem vago, deve ser encaminhado para providências administrativas de estrangeiras, seguir o seguinte trâmite:
leilão.
Oficiar o Banco Central, na pessoa do gerente técnico regional do Departamento de Meio Cir-
229. Havendo apreensão fora do horário administrativo, a responsabilidade das coisas apreendi- culante do Banco Central do Brasil – Bahia, localizado na 1ª Avenida localizada no Centro Admi-
das será do coordenador de plantão, com base no art. 52, XII, da LOPC, que as receberá por meio nistrativo da Bahia, 160, Salvador (BA), CEP 41.745-001, Telefone: (71) 2109-4500, e-mail gtsal.
de guia de remessa, ou, na falta deste, de servidor expressamente designado pela autoridade mecir@bcb.gov.br,solicitando o depósito judicial dos valores apreendidos em moeda estrangei-
policial, o que deverá ser feito mediante lavratura de ocorrência em livro administrativo, a qual ra, especificando valor total, bem como o fracionamento por cédulas. Por fim, informar que os
deverá ser encaminhada à chefia imediata. valores apreendidos estão sendo entregues ao Banco Central do Brasil pela autoridade policial
presidente do inquérito policial, no ato como representante da Polícia Civil da Bahia, CNPJ n°
SEÇÃO II 33390921/0001-67, para que tal numerário em moeda estrangeira, em espécie, seja encaminha-
DROGAS E BEM APREENDIDO NA REPRESSÃO AO TRÁFICO DE DROGAS do para a condigna custódia em juízo, com respectivo termo, com fulcro na Resolução do Banco
Central nº 428, em especial ao artigo 1º, IV.
230. Na apreensão e incineração de drogas, deverá ser observado o disposto na Lei Federal nº
11.343/2006 e os procedimentos de preservação da “cadeia de custódia” da prova.
SEÇÃO IV
231. No caso de bens relacionados com o tráfico ilícito e uso indevido de drogas, a autoridade ARMAS DE FOGO
policial adotará as providências estabelecidas no art. 62 da Lei Federal nº. 11.343/2006 e reali-
zará o acionamento obrigatório da Comissão Permanente de Avaliação e Alienação de Bens da 234. O armamento apreendido será imediatamente encaminhado à perícia, observadas as regras
PCBA. do art. 158 A do CPP.

232. A Comissão Permanente de Avaliação e Alienação de Bens – CPPAB, criada através da Por- Parágrafo único – As ocorrências que envolvam armamento apreendido e outros materiais de
taria nº 272/2020, da PCBA, promove os atos necessários à avaliação, classificação, formação de uso controlado pelo Exército Brasileiro devem ser também informadas, por meio de comuni-
lotes e leilão de bens com determinação judicial de alienação antecipada ou judicialmente de- cação eletrônica, à Coordenação de Produtos Controlados da Polícia Civil – CFPC, esclarecen-
clarados perdidos em favor da União/Fundo Nacional Antidrogas – Funad, e deverá ser instada do a destinação dada ao armamento ou produto controlado.
através do endereço eletrônico cpaab.pcba@pcivil.ba.gov.br.
235. O transporte de armamento e outros materiais classificados como controlado, apreendi-
SEÇÃO III do para envio ao Exército Brasileiro será realizado pela Coordenação de Operações Especiais
DINHEIRO – COE, conforme art. 34 da LOPC.

233. Os valores apreendidos em moeda nacional deverão ser depositados em conta do Estado
e os apreendidos em moedas estrangeiras somente serão depositados após a conversão em
moeda nacional, ao Fundo Especial de Aperfeiçoamento dos Serviços Policiais – Feaspol ou Guia

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 70 71 TÍTULO II • INQUÉRITO POLICIAL
SEÇÃO V I. O veículo abandonado deverá ser encaminhado para o Detran, que, por sua vez pro-
VEÍCULOS moverá o leilão, destinando os valores arrecadados das multas aplicadas e do leilão dos
veículos abandonados, ao Fundo Especial de Aperfeiçoamento dos Serviços Policiais –
236. Somente poderá ser veículo apreendido em procedimento policial e depositado em uni- Feaspol, observada a exclusão da competência da Comissão Permanente de Avaliação e
dades da Polícia Civil até remessa ao DPT, veículo que seja produto ou instrumento de crime, Alienação de Bens da PCBA.
conforme Lei Estadual nº 13.352/2015, observadas as regras de “cadeia de custódia”. II. O gerenciamento e a estruturação do acautelamento dos veículos devem observar o dis-
posto no Termo de Cooperação Técnica nº 01/2016, firmado entre Secretaria da Seguran-
237. Após a sua apreensão, o veículo deve ser apresentado ao juízo e ficar depositado na unida- ça Pública – SSP/BA e o Departamento de Trânsito do Estado – Detran, a fim de cumprir as
de policial até sua entrega ao DPT, devendo ser analisada a regra de “cadeia de custódia”, obser- disposições do Código de Trânsito Brasileiro – CTB.
vada a conformidade do art. 11 do CPP. III. Para atender aos objetivos do instrumento de cooperação apontado no inciso anterior
compete ao Detran/BA contratar, mediante credenciamento ou licitação, empresas para a
I. Após a sua apreensão, o veículo será encaminhado ao ICAP, onde será periciado, logo prestação de apoio logístico e operacional às atividades de guarda e destinação de veícu-
em seguida retirado do ICAP pela respectiva unidade requisitante, encaminhado ao pátio los, em regime de tempo integral, disponibilizando inclusive espaço para acautelamento
credenciado e formalizada representação ao juiz para verificação da possibilidade de alie- dos veículos.
nação antecipada, pelo Departamento Estadual de Trânsito – Detran. IV. Os pátios credenciados devem encaminhar reboque para remoção dos veículos apreen-
didos, transportando-os do local indicado pela autoridade policial até o depósito apro-
238. Na hipótese do juízo competente recusar o recebimento do veículo, a autoridade policial priado, ficando à disposição para perícia.
deverá representar judicialmente pela alienação antecipada, juntamente com o pedido de au-
torização para que o bem seja leiloado pelo Departamento Estadual de Trânsito – Detran, com 240. A direção, planejamento, supervisão, coordenação, controle, diagnostico, fiscalização e exe-
o valor arrecadado depositado à disposição do juízo que autorizou a alienação antecipada do cução do cumprimento da Lei nº 13.352/2015 compete a comissão especialmente constituída,
bem, observados os seguintes procedimentos: no âmbito da Polícia Civil, através da Portaria nº 308/2015.

I. A representação ao juízo competente deverá ser instruída com Laudo de Avaliação ou 241. Cabe ao delegado de polícia observar de maneira subsidiária a Lei Federal nº 9.503/1997,
Informação Técnica do veículo apreendido, devendo ser observado valor mínimo para sua a Instrução Normativa Conjunta nº 01/2014, SSP/SAEB/PGE/Detran, e a Portaria nº. 669/2014 da
alienação e se a ocorrência não se enquadra na competência da Comissão Permanente de SSP/BA, embora sejam normativas anteriores à edição da Lei Estadual nº. 13.352/2015.
Avaliação e Alienação de Bens da PCBA.
II. Antes da conclusão do inquérito policial, a autoridade policial providenciará, quando ca- 242. Nos casos em que o bem estiver relacionado ao tráfico ilícito e uso indevido de drogas, a au-
bível, a restituição do veículo, mediante auto de restituição. toridade policial adotará as providências estabelecidas no art. 62 da Lei Federal nº. 11.343/2006,
devendo ser acionada através do endereço eletrônico cpaab.pcba@pcivil.ba.gov.br, a Comissão
239. A autoridade policial convidará o proprietário do veículo, por qualquer meio hábil de comu- Permanente de Avaliação e Alienação de Bens – CPPAB, criada através da Portaria nº 272/2020,
nicação, para comparecer à delegacia, no prazo de 5 (cinco) dias úteis, a fim de receber o seu veí- da PCBA, visando ao procedimento de leilão, por alienação antecipada ou judicialmente decla-
culo. O não comparecimento do proprietário devidamente convidado no prazo fixado ensejará a rados perdidos, em favor da União/Fundo Nacional Antidrogas – Funad.
expedição de notificação, fixando-lhe o prazo de 10 (dez) dias corridos para retirada do bem, sob
pena de incorrer em infração administrativa.

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 72 73 TÍTULO II • INQUÉRITO POLICIAL
SEÇÃO VI SEÇÃO IX
BENS PERECÍVEIS JOIAS

243. Quando da apreensão de bens perecíveis, a requisição de exame pericial deve ser realizada 247. Em caso de apreensão de joias, deverá ser representada ao juízo a nomeação de fiel depo-
por amostragem, representando-se imediatamente ao Poder Judiciário para que autorize o des- sitário, com indicação preferencial da Caixa Econômica Federal – CEF.
carte do restante do material.
I. Diante da impossibilidade de guarda segura do bem ou indicação de fiel depositário, a
244. No caso de produtos com prazo de validade vencido, será desnecessária a realização de autoridade policial poderá solicitar a determinação judicial de alienação antecipada ou
exame pericial, sendo suficiente o exame realizado na forma do art. 159, § 1º, do CPP. que sejam judicialmente declarados perdidos em favor do Estado, indicando que sejam
os valores recolhidos em favor do Feaspol.
SEÇÃO VII II. Nos casos em que o bem estiver relacionado ao tráfico ilícito e uso indevido de drogas,
OBJETOS CONTRAFEITOS a autoridade policial adotará as providências estabelecidas no art. 62 da Lei Federal nº
11.343/2006, devendo ser acionada através do endereço eletrônico cpaab.pcba@pcivil.
245. Quando da apreensão de objetos contrafeitos ou falsificados, o delegado deverá requisitar ba.gov.br, a Comissão Permanente de Avaliação e Alienação de Bens – CPPAB, criada
exame pericial e representar ao Poder Judiciário para que autorize a destruição do material, man- através da Portaria nº 272/2020, da PCBA, visando ao procedimento de leilão, por aliena-
tendo quantidade suficiente para contraprova. Da destruição será lavrado auto de destruição. ção antecipada ou judicialmente declarados perdidos, em favor da União/Fundo Nacional
Antidrogas – Funad.
SEÇÃO VXIII
EXPLOSIVOS
CAPÍTULO X
246. Quando da apreensão de explosivos, observar-se-ão as regras da Norma Reguladora – NR nº DOS PROCEDIMENTOS DE BUSCA E CAPTURAS
19, da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, e a COE deverá ser acionada para fazer
o imediato transporte. 248. Quando da apresentação de indivíduos nas unidades operativas da Polícia Civil, o delegado
de polícia que primeiro tomar conhecimento da ocorrência deverá proceder a identificação civil
I. Considera-se explosivo material ou substância que, quando iniciada, sofre decomposição dos envolvidos.
muito rápida em produtos mais estáveis, com grande liberação de calor e desenvolvimen-
to súbito de pressão. I. Quando a identificação civil dos envolvidos não se mostrar capaz ou suficiente para esse
II. As ocorrências que envolvam explosivos e outros materiais de uso controlado devem ser fim, deverá solicitar a identificação criminal, de acordo com as regras apostas na Lei nº
informadas, por meio de comunicação eletrônica, à Coordenação de Produtos Controla- 12.037, de 1º de outubro de 2009.
dos da Polícia Civil – CFPC, esclarecendo a destinação dada ao material ou substância. II. Após a identificação dos envolvidos na ocorrência policial apresentada, o delegado de
polícia deverá determinar aos investigadores de Polícia Civil a realização de consulta aos
seguintes bancos de dados oficiais acerca da existência de mandados de prisão em seu
desfavor:
a) Portal SSP/BA: https://www.portalssp.ba.gov.br;

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 74 75 TÍTULO II • INQUÉRITO POLICIAL
b) SINESP PPE: https://seguranca.sinesp.gov.br/sinesp-seguranca/login.jsf; a) No caso de recusa ou impossibilidade de assinatura pelo preso, proceder-se-á a
c) BNMP2 – Banco Nacional de Mandados de Prisão: https://portalbnmp.cnj.jus.br; assinatura a rogo ou por 2 (duas) testemunhas presenciais devidamente qualifi-
d) INFOSEG: http://seguranca.sinesp.gov.br; cadas, acrescido da certidão exarada pelo escrivão de polícia em relação ao caso
e) ESAJ/TJBA: http://esaj.tjba.jus.br; concreto;
f) SEEU – Sistema Eletrônico de Execução Unificado: http://seeu.pje.jus.br; II. Registrar boletim de ocorrência não delituosa, tipificando como “cumprimento de manda-
g) SAIPRO/TJBA: http://www2.tjba.jus.br; do de prisão (cível ou criminal)” e constando, obrigatoriamente, as seguintes informações:
h) PJE/TJBA: https://pje.tjba.jus.br. a) Qualificação completa do capturado (civil ou criminal);
b) Tipo da prisão: preventiva, temporária, por inadimplência alimentar (prisão civil)
249. Restando dúvidas, suspeitas de qualquer natureza ou necessidade de confirmação e auten- ou por condenação definitiva, devendo, nesta última hipótese, descriminar o tem-
ticidade em relação a mandados de prisão em desfavor dos apresentados na ocorrência policial, po de pena imposta e o regime de cumprimento da pena;
o delegado de polícia deverá, por cautela, solicitar informações à Coordenação de Polícia Inte- c) Infração penal;
restadual – Polinter, mediante pedido de pesquisa. d) Número do processo que originou o mandado;
e) Juízo ou vara expedidora do mandado de prisão;
I. A formalização de pedido de pesquisa à Polinter acerca da existência e/ou validade de f) Nome do Juiz de Direito que assinou a ordem de prisão;
mandados de prisão deverá ser, prioritariamente, solicitada pela autoridade policial, ou g) Validade do mandado;
outro servidor policial por ela designado, por ofício/formulário próprio, enviado para o h) Nome de parente e/ou representante legal a quem a prisão foi informada;
e-mail: polinter.cartorio@pcivil.ba.gov.br, contendo: i) Prazo da prisão, quando houver, discriminando o prazo e a data de liberação;
a) nome, lotação e matrícula da autoridade policial; j) Guia de exame de lesões corporais, ao qual se deve submeter o conduzido;
b) dados do pesquisado (nome completo, RG, filiação, nascimento, naturalidade). k) Aferição de temperatura e preenchimento de formulário para casos de pandemia.
l) A informação de que uma cópia do mandado foi entregue ao preso, que funciona-
250. Se a autoridade policial solicitante estiver cumprindo escala de serviço extraordinário, de- rá como nota de culpa.
verá constar no ofício a unidade na qual está cumprindo a escala, bem como a lotação efetiva do III. Após o efetivo cumprimento do mandado de prisão por parte da autoridade policial, esta
solicitante. deverá providenciar, impreterivelmente:
a) Comunicação, por ofício, à vara expedidora do mandado;
251. A partir do pedido de pesquisa, a Polinter procederá, nos moldes do ofício/formulário so- b) Comunicação da prisão a qualquer pessoa indicada pelo próprio preso, mediante
licitante, busca em todos os meios e bases de dados disponíveis, produzindo-se, ao final, um documento ou meio que possibilite a devida comprovação do ato;
informe em resposta à solicitação, o qual subsidiará a autoridade policial requisitante na tomada c) Comunicação à Polinter, à Coordenação de Documentação e Estatística Policial –
de decisões, inclusive com o fornecimento do exemplar do mandado de prisão. CDEP e ao Instituto de Identificação Pedro Mello – IIPM, objetivando atualizar suas
bases de dados, anexando os seguintes documentos:
252. Acaso reste comprovada a existência, autenticidade e/ou validade de mandado de prisão 1. Cópia do mandado de prisão datado e assinado pelo preso;
pendente em desfavor do consultado, o delegado de polícia deverá adotar as seguintes provi- 2. Boletim de ocorrência referente ao cumprimento do mandado de prisão,
dências: devidamente validado pela autoridade policial;
3. Cópia do ofício de comunicação enviado à vara expedidora com compro-
I. Coletar a assinatura do preso com a data em todas as vias do mandado de prisão; vação de recebimento, podendo ser suprida por meio de extrato de e-mail,

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 76 77 TÍTULO II • INQUÉRITO POLICIAL
protocolo de AR (aviso de recebimento), carimbo de recebido ou entregue, 255. Na hipótese de captura de indivíduo por força de mandado de prisão expedido por juízo
dentre outros documentos necessários apenas à Polinter; desta Capital ou Região Metropolitana de Salvador – RMS, a apresentação poderá ser feita à
Coordenação de Polícia Interestadual – Polinter, que providenciará a consulta em bancos informa-
Parágrafo único – Em observação ao Decreto Estadual nº 17.983 de 24 de outubro de 2017, a cionais quanto à existência de mandado de prisão válido e pendente de cumprimento. Em situa-
comunicação acerca do cumprimento do mandado de prisão deverá ser realizada, prioritaria- ção que enseje a confirmação de validade do decreto prisional, a Polinter tomará as providências
mente, pelo Sistema SEI, destinando-se à Polinter, pela unidade SEI (PCBA/Polinter/COORD/ da custódia temporária, até que seja disponibilizada vaga no sistema prisional ao qual o preso
Cartorio), à CDEP pela unidade SEI (PCBA/CDEP/ARQCriminaldeprisao) e ao IIPM/DPT pela será recambiado, também sob responsabilidade dessa coordenação.
unidade SEI (DPT/DGPDT/IIPM/CICRI). No caso de impossibilidade de fazê-lo via SEI, a comu-
nicação à Polinter poderá ser remetida, tempestivamente, para o e-mail: polinter.cartorio@ 256. Quanto à movimentação de cartas precatórias – CP ou boletins de ocorrências de outras
pcivil.ba.gov.br. Unidades da Federação, o procedimento relacionado ao respectivo procedimento deverá conter
a síntese do fato apurado, bem como os esclarecimentos pretendidos, e será instruída com a
253. Na hipótese de captura de indivíduo por força de mandado de prisão expedido por juízo de documentação necessária ao seu pleno cumprimento. O delegado de polícia deprecado deverá
outros estados da Federação, ocorrida nas Unidades Operativas da Polícia Civil da Capital e RMS, sempre dar a indispensável prioridade ao cumprimento das cartas precatórias e boletins de ocor-
a custódia temporária poderá ser feita pela Polinter, até que seja disponibilizada vaga no sistema rências, conforme descrito a seguir:
prisional, ao qual o preso será recambiado, também sob responsabilidade dessa coordenação. I. Elaborar o ofício para a Polinter, solicitando remessa da CP ou BO para a unidade de destino,
sinalizando o envio de CP ou BO para cumprimento ou a devolvendo cumprida ou informada;
I. A apresentação do preso para custódia na Polinter deverá ser acompanhada da seguinte II. Juntar ao ofício da CP ou do BO as peças necessárias para realizar as oitivas (informando
documentação: o nome completo e o endereço de localização da pessoa a ser ouvida (averiguado, vítima
a) Ofício de apresentação do preso, endereçado à Polinter; ou testemunha), termo de declaração, portaria e outros;
b) Cópia do mandado de prisão datado e assinado pelo preso; III. Caso a unidade policial não queira formalizar uma CP, pode mencionar no próprio ofício,
c) Boletim de ocorrência referente ao cumprimento do mandado de prisão, devida- o texto de precatória, que será considerado como um ofício precatório;
mente validado pela autoridade policial; IV. No caso da carta precatória for relacionada a crimes contra crianças e adolescentes, é
d) Cópia do ofício de comunicação enviado à vara expedidora com comprovação de fundamental anexar o boletim de ocorrência do fato narrado, termo de declaração dos
recebimento (extrato de e-mail, protocolo de AR, carimbo de recebido ou entre- genitores e do menor envolvido;
gue, dentre outros); V. Preferencialmente, o boletim de ocorrência deverá acompanhar o termo de declaração
e) Exame de corpo de delito realizado na data da entrega/transferência do custodia- da vítima e de representação;
do à Polinter. VI. Quando ocorrer devolução de CP ou BO cumprido, deve-se verificar se os termos de de-
claração estão assinados pelo delegado, escrivão e declarante;
254. Caso a prisão ocorra por força do cumprimento de mandados de prisão expedidos por co- VII. Caso a CP ou BO sejam relacionados à solicitação de cumprimento de exame grafotéc-
marcas do interior do estado da Bahia, a custódia temporária do preso ficará a cargo do departa- nico, se faz necessária a devolução com o cumprimento por meio físico e não por e-mail
mento ao qual a unidade operativa da Polícia Civil que deu cumprimento ao respectivo mandado (polinter.prec@pcivil.ba.gov.br) ou Sistema Eletrônico de Informações – SEI;
de prisão está vinculada, competindo a esta última a obrigação de promover as devidas comuni- VIII. Estando a CP ou o BO relacionados ao cumprimento de apreensão de objetos (exemplo:
cações, conforme disposto na presente Portaria. aparelho celular), deve-se somente encaminhar a carta precatória cumprida, juntamente
com o respectivo objeto apreendido.

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 78 79 TÍTULO II • INQUÉRITO POLICIAL
CAPÍTULO XI IX. representação ao juízo, consubstanciado no resultado das diligências anteriores ou de
DAS MEDIDAS ASSECURATÓRIAS outros elementos cognitivos, acerca da concessão ou não do benefício atinente à colabo-
ração, nos limites expressos da lei invocada para o ato.
257. A autoridade policial poderá se valer de um conjunto de medidas cautelares para assegu-
rar os direitos do ofendido e a responsabilização pecuniária do criminoso. Destinam-se a evitar 259. A negociação dos termos de colaboração deverá ser feita entre o delegado de polícia, o
o prejuízo que adviria da demora na conclusão da ação penal, garantindo, por meio da guarda colaborador, com a orientação, em todos os casos, do defensor por este constituído.
judicial das coisas, o ressarcimento do prejuízo causado pelo delito, na forma dos artigos 125
ao 144 do CPP. 260. No termo circunstanciado de colaboração premiada, a ser lavrado pelo escrivão de polícia,
deverá conter:

CAPÍTULO XII a) relato esmiuçado da colaboração dada e os resultados pretendidos em relação à obten-
DA COLABORAÇÃO PREMIADA ção probatória;
b) a proposta dos prêmios negociais dada pelo delegado de polícia;
258. A colaboração premiada, como meio de obtenção da prova, será admitida em qualquer fase c) a declaração expressa de aceite do colaborador subscrita por seu defensor;
do inquérito policial, de acordo com as leis penais e processuais vigentes, devendo conter as d) a renúncia do direito ao silêncio expressa pelo colaborador junto a anuência do defensor
seguintes etapas: presente no ato;
e) as condições expressas pelo delegado de polícia o aceite do colaborador quanto à nego-
I. ato voluntário ou espontâneo por parte do colaborador, formalizado em termo próprio na ciação;
presença do delegado de polícia do advogado do colaborador; f) as assinaturas do delegado de polícia, escrivão, colaborador, defensor;
II. assinatura do termo de colaboração pelo delegado de polícia, escrivão, colaborador e g) se necessário, a critério do delegado de polícia, as medidas adotadas para a segurança
seu advogado; do colaborador, seus familiares e pessoas que possam correr riscos em razão do ato;
III. sempre que possível, o registro dos atos de colaboração será feito pelos meios ou recur- h) a personalidade do colaborador, a natureza, as circunstâncias, a gravidade e a repercus-
sos de gravação magnética, estenotipia, digital ou técnica similar, inclusive audiovisual, são social do fato criminoso e a eficácia da colaboração.
destinados a obter maior fidelidade das informações;
IV. consignação do colaborador acerca da renúncia ao direito ao silêncio e concomitante 261. O termo circunstanciado de colaboração premiada será autuado em apartado, devendo
compromisso de dizer a verdade, sob pena de perda dos benefícios eventuais da colabo- tramitar em sigilo nos sistemas SINESP PPE e PJ-e.
ração prestada;
V. depoimento do colaborador; 262. Como consequência da celebração do acordo, o colaborador se torna obrigado a compa-
VI. despacho da autoridade fundamentando os motivos que levaram à colaboração; recer, sempre que intimado, junto ao delegado de polícia para novas oitivas ou esclarecimentos
VII. remessa imediata do termo, bem como as demais peças ao juiz competente para aprecia- sobre pontos relevantes atinentes ao acordo, sob pena de, não comparecendo injustificadamen-
ção e eventual homologação do termo; te, perder os benefícios atrelados a ele.
VIII. verificação, por meio da expedição de ordem de missão policial, da efetividade da cola-
boração prestada; 263. O delegado de polícia não se baseará tão somente no termo circunstanciado de colabora-
ção premiada para o indiciamento de corréus citados, buscando sempre a confirmação das infor-

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 80 81 TÍTULO II • INQUÉRITO POLICIAL
mações com outros elementos informativos ou provas antecipadas, cautelares e não repetíveis § 1º A providência a que se refere o caput deste artigo também será adotada quando da co-
que consubstanciem a narração do colaborador. municação do auto de prisão em flagrante delito.

264. Ao final da confirmação da colaboração, o delegado de polícia poderá pedir a ampliação § 2º Na impossibilidade da juntada de cópia da identificação a que se refere este artigo, o
ou a redução dos benefícios inicialmente solicitados, a depender da eficácia final da colaboração escrivão de polícia deverá justificá-la mediante certidão exarada nos autos ou por outro meio
prestada. idôneo.

Parágrafo único – Em todo caso, qualquer alteração do acordo a pedido do delegado de polí- § 3º Na hipótese do parágrafo anterior, deverá o escrivão de polícia oficiar o Instituto de Iden-
cia será precedida de comunicação ao defensor do colaborador e a sua prévia defesa formal, tificação para solicitar extrato da ficha de identificação existente no instituto ou informação
nos prazos estipulados pelo delegado de polícia. sobre a sua existência.

268. A despeito de apresentado documento de identificação, poderá ocorrer identificação crimi-


CAPÍTULO XIII nal nas seguintes hipóteses:
DA IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL
a) o documento apresentar rasura ou tiver indício de falsificação;
265. O civilmente identificado não será submetido à identificação criminal, conforme preconiza- b) o documento apresentado for insuficiente para identificar cabalmente o indiciado;
do na Lei nº 12.037/09. c) o indiciado portar documentos de identidade distintos, com informações conflitantes en-
266. A identificação civil é atestada por qualquer dos seguintes documentos: tre si;
d) a identificação criminal for essencial às investigações policiais, segundo despacho da au-
a) carteira de identidade; toridade judiciária competente, que decidirá de ofício ou mediante representação da au-
b) carteira de trabalho; toridade policial, do Ministério Público ou da defesa;
c) carteira profissional; e) constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificações;
d) passaporte; f) o estado de conservação ou a distância temporal ou da localidade da expedição do do-
e) carteira de identificação funcional civil ou militar; cumento apresentado impossibilite a completa identificação dos caracteres essenciais.
f) outro documento público que permita a identificação do indiciado, inclusive no formato
digital, autenticado eletronicamente. Parágrafo único – As cópias dos documentos apresentados deverão ser juntadas aos autos do
inquérito, ou outra forma de investigação, ainda que consideradas insuficientes para identifi-
Parágrafo único – O Portal SSP é ferramenta subsidiária para coleta de informações acerca da car o indiciado.
identificação de pessoas no curso de investigações, embora não seja documento próprio de
identificação, capaz de suprir documento público oficial. 269. Quando houver necessidade de identificação criminal, a autoridade encarregada tomará as
providências necessárias para evitar o constrangimento do identificado.
267. A autoridade policial providenciará para que seja anexada cópia da identificação civil e/ou
criminal do indiciado aos autos do procedimento policial. 270. A identificação criminal incluirá o processo datiloscópico e o fotográfico, que serão juntados,
se possível, aos autos do procedimento policial respectivo.

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 82 83 TÍTULO II • INQUÉRITO POLICIAL
271. É vedado mencionar a identificação criminal do indiciado em atestados de antecedentes
ou em informações não destinadas ao juízo criminal, antes do trânsito em julgado da sentença TÍTULO III
condenatória. DAS INVESTIGAÇÕES ESPECIALIZADAS

272. A autoridade policial deve atentar para a coleta do perfil genético como forma de identifica-
ção criminal, conforme preconizado na Lei nº 12.654/12. CAPÍTULO I
DAS PROVIDÊNCIAS RELACIONADAS A OCORRÊNCIAS ENVOLVENDO CRIANÇAS
273. Quando da impossibilidade de identificação do indiciado, com o seu verdadeiro nome ou E ATOS INFRACIONAIS PRATICADOS POR ADOLESCENTES
outros qualificativos, a autoridade policial deverá, se descoberta sua qualificação, retificá-la, por
termo nos autos, sem prejuízo da validade dos atos precedentes. 275. Para a aplicação do disposto neste capítulo, a autoridade policial observará o art. 2º da Lei nº
8.069/90, Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, que considera criança a pessoa até doze
274. Com vistas à atualização dos bancos de dados civis ou criminais, nada obsta a coleta de ima- anos de idade incompletos e adolescente aquela entre doze e dezoito anos incompletos.
gens dos investigados, que poderá ser inserida nos autos.
276. A criança envolvida numa ocorrência policial e o adolescente na prática de ato infracional
estão sujeitos a procedimento próprio, estabelecido na Lei Federal nº 8.069/90, Estatuto da
Criança e do Adolescente – ECA, observando-se princípios e regras de Direito Processual, direi-
tos fundamentais, estabelecidos na Constituição Federal, e ainda, os princípios da prioridade
absoluta e proteção integral.

277. A criança envolvida numa ocorrência policial será imediatamente entregue aos pais ou ao
responsável legal, mediante termo de responsabilidade, conforme o previsto nos artigos 101 e
105 da Lei nº 8.069/90.

278. Na falta de pais ou responsável legal, a criança será entregue ao juiz da Infância e da Juven-
tude, ao juiz que exerça essa função ou ao Conselho Tutelar, onde houver.

279. As ocorrências que envolvam crianças e/ou adolescentes como vítimas são de atribuição
concorrente entre as unidades policiais, devendo ser preferencialmente conduzidas à Delegacia
Especializada de Repressão a Crimes contra a Criança e o Adolescente, onde houver, aquelas em
que a condição de criança ou adolescente tenha sido preponderante para a prática do crime, ou
componham elementar do tipo penal, salvo em garantia do seu melhor interesse manifestado
por seu representante em permanecer na delegacia territorial relacionada ao seu endereço, de-
vendo a referida unidade adotar as medidas de polícia judiciária adequadas ao caso.

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 84 TÍTULO III • DAS INVESTIGAÇÕES ESPECIALIZADAS
280. As ocorrências que envolvam adolescente em conflito com a Lei, na prática de ato infracio- encaminhada e despachá-la, adotando as medidas cabíveis ao caso, determinando a la-
nal, em concurso com maiores de idade, deverão ser conduzidas, primeiramente à Delegacia do vratura do procedimento policial pertinente, e prosseguindo na confecção das peças ne-
Adolescente Infrator, onde houver, sob pena de responsabilidade administrativa, a qual adotará cessárias à instrução do feito;
as medidas de Polícia Judiciária iniciais, observando: V. Havendo dúvida quanto à menoridade do conduzido, a autoridade policial imediatamen-
te determinará diligências visando verificar essa situação e, na impossibilidade de solução
I. A natureza da ocorrência policial deverá, sempre que possível, identificar com precisão os do impasse em tempo hábil, procederá como se ele adolescente fosse.
fatos e, havendo dúvida, ser utilizada inicialmente a natureza de maior proteção à criança
e/ou ao adolescente; 281. Em caso de registro de ocorrência na unidade policial ou quando apresentado o adolescen-
II. Após o preenchimento do BO, o delegado deverá proceder aos seguintes passos: te e, afastada a hipótese de flagrante, houver indícios de participação na prática de ato infracio-
a) Formar o seu convencimento acerca do procedimento a ser adotado, e antes de nal, a autoridade policial poderá instaurar auto de investigação de ato infracional (AIAI) por meio
formalizar o despacho físico ou eletrônico, por meio do Sinesp PPE, elaborar, a par- de Portaria, encaminhando ao representante do Ministério Público, juntamente com os demais
tir da aba “peças” a coleta dos depoimentos e declarações dos envolvidos, bem documentos que o instruem.
como a realização das demais peças que julgar necessárias à instrução do feito
referente ao maior de idade envolvido; 282. Fica vedada a divulgação de atos judiciais, policiais ou administrativos referentes a criança
b) Após elaborar as peças que acompanharão o BO a ser remetido à unidade policial ou adolescente por prática de ato infracional, conforme estabelecido nos artigos 143 e 144 do
com atribuição para a lavratura do procedimento em relação ao maior de idade, ECA.
iniciar o despacho da ocorrência, selecionando como uma das medidas do Des-
pacho em relação ao BO a opção “Encaminhar Cópia de BO”, indicando qual a 283. O adolescente apreendido por prática de ato infracional, em caso de não liberação, será
unidade policial com atribuição para a lavratura do procedimento em relação ao encaminhado desde logo para o Ministério Público.
maior de idade;
c) Selecionar dentre as outras opções de despacho quais as medidas que o próprio 284. Em caso de permanência do adolescente em unidade policial não especializada, este deve-
delegado adotará em relação à ocorrência que está presidindo; rá ser colocado em dependência separada dos demais custodiados, não podendo permanecer
d) Após remeter a cópia do BO devidamente instruída com as peças necessárias à por mais de cinco dias sob pena de responsabilidade, conforme estabelecido no artigo 185, § 2º,
instrução do feito referente ao maior de idade envolvido para a unidade com atri- c/c o artigo 235 do Estatuto da Criança e do Adolescente.
buição para tanto, sinalizar o sigilo do procedimento, e prosseguir na confecção
das demais peças que se fizerem necessárias à instrução do feito relativo ao ado- Parágrafo Único – As terminologias a serem utilizadas estão estabelecidas no Estatuto da
lescente em conflito com a Lei, na prática de ato infracional, sob sua presidência, Criança e do Adolescente, como: criança/adolescente, ato infracional, adolescente em práti-
mas que não interessem ao feito relativo ao maior de idade envolvido no fato; ca de ato infracional, assim como as siglas a serem utilizadas para os procedimentos policiais
III. Após a adoção de todos os procedimentos necessários envolvendo o adolescente em referentes a adolescente em prática de ato infracional devem ser AAFAI (Auto de Apreensão
questão, o maior de idade envolvido na ocorrência deverá ser conduzido à presença do em Flagrante de Ato Infracional), Auto de Investigação de Ato Infracional (AIAI) e BOC (Bole-
delegado de polícia com atribuição para prosseguir com a investigação em relação aos tim de Ocorrência Circunstanciada).
atos por ele praticados;
IV. O delegado da unidade policial com atribuição para prosseguir com a investigação em
relação aos atos praticados pelo maior de idade deverá aceitar a cópia da ocorrência

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 86 87 TÍTULO III • DAS INVESTIGAÇÕES ESPECIALIZADAS
CAPÍTULO II nos assuntos que lhes digam respeito, inclusive nos procedimentos administrativos e ju-
DOS PROCEDIMENTOS INERENTES À PROTEÇÃO E À APURAÇÃO DOS CRIMES rídicos, consideradas a sua idade e a sua maturidade, garantido o direito de permanecer
PRATICADOS CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES em silêncio;
VI. A criança e o adolescente têm o direito de não serem discriminados em função da cor,
SEÇÃO I sexo, idioma, crença, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou
DOS FUNDAMENTOS LEGAIS E DOS PRINCÍPIOS regional, étnica ou social, posição econômica, deficiência, nascimento ou outra condição,
de seus pais ou de seus responsáveis legais;
285. As atividades de Polícia Judiciária da Bahia, como integrante do sistema de garantia de di- VII. A criança e o adolescente devem ter sua dignidade individual, suas necessidades, seus
reitos da criança e do adolescente vítima ou testemunha de violência, nos termos do art. 227 da interesses e sua privacidade respeitados e protegidos, incluída a inviolabilidade da inte-
Constituição Federal, da Convenção sobre os Direitos da Criança e seus protocolos adicionais, gridade física, psíquica e moral e a preservação da imagem, da identidade, da autonomia,
da Resolução nº 20/2005 do Conselho Econômico e Social das Nações Unidas e de outros diplo- dos valores, das ideias, das crenças, dos espaços e dos objetos pessoais.
mas internacionais, e, principalmente, lastreadas na Lei nº 8069/1990 (Estatuto da Criança e do
Adolescente), na Lei nº 13.431/2017, no Decreto nº 9603/2018 e na Resolução n° 02/2019, do SEÇÃO II
Conselho Nacional dos Chefes de Polícia Civil, seguirão as diretrizes para o atendimento e de- DO PAPEL DA POLÍCIA JUDICIÁRIA NO SISTEMA DE GARANTIA DE DIREITOS
senvolvimento dos procedimentos inerentes à criança e ao adolescente em situação de violência.
287. As unidades policiais, órgãos integrantes do sistema de garantia de direitos, deverão intervir
286. As atividades de Polícia Judiciária serão regidas pelos seguintes princípios previstos nos nas situações de violência contra crianças e adolescentes com a finalidade de:
artigos 1º, 4º e 100 do ECA, dentre eles:
I. prevenir os atos de violência contra crianças e adolescentes;
II. fazer cessar a violência quando esta ocorrer;
I. A criança e o adolescente são sujeitos de direito e pessoas em condição peculiar de de-
III.
prevenir a reiteração da violência já ocorrida;
senvolvimento e gozam de proteção integral, quando os seus direitos forem violados ou
IV. promover o atendimento de crianças e adolescentes para minimizar as sequelas da vio-
ameaçados;
lência sofrida;
II. A criança e o adolescente têm o direito de ter seus melhores interesses avaliados e consi-
V. investigar e elucidar a incidência de crimes praticados contra a criança e o adolescente.
derados nas ações ou nas decisões que lhe dizem respeito, resguardada a sua integrida-
de física e psicológica;
288. É dever da autoridade policial garantir o acolhimento da criança e do adolescente vítima ou
III. Em relação às medidas adotadas pela Polícia Civil a criança e o adolescente têm preferên-
testemunha de violência, coibindo qualquer ação que incorra na prática de violência institucional
cia:
e/ou revitimização, cabendo aos servidores policiais civis observar e respeitar todas as regras e
a) em receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;
procedimentos previstos em lei e no presente manual, a fim de evitar, na medida do possível, a
b) em receber atendimento em serviços públicos ou de relevância pública;
necessidade de novas diligências de apuração dos fatos envolvendo criança ou adolescente.
c) na formulação e na execução das políticas sociais públicas; e
d) na destinação privilegiada de recursos públicos para a proteção de seus direitos.
289. A Polícia Civil, sempre que possível, assegurará o atendimento à criança e ao adolescente
IV. A criança e o adolescente devem receber intervenção precoce, mínima e urgente das au-
vítima ou testemunha de violência, em qualquer unidade policial, devendo ser realizado em um
toridades competentes tão logo a situação de perigo seja conhecida;
espaço adequado, devidamente adaptado, garantindo à criança e ao adolescente seus direitos
V. A criança e o adolescente têm assegurado o direito de exprimir suas opiniões livremente

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 88 89 TÍTULO III • DAS INVESTIGAÇÕES ESPECIALIZADAS
fundamentais inerentes a sua pessoa em desenvolvimento, colocando-os a salvo de discrimina- VI. Representar pela antecipação da prova judicial do depoimento especial nos casos pre-
ção ou qualquer conduta que venha incorrer em revitimização, dando preferência à abordagem vistos na lei, quando envolver crianças menores de 7 anos de idade, como vítimas ou
de questionamentos mínimos e estritamente necessários ao atendimento. testemunhas, ou quando se tratar de crimes contra a dignidade sexual, ressalvando-se as
situações de flagrante delito, nos moldes do art. 11 da Lei no 13431/2017;
I. Onde houver delegacia especializada, a criança e o adolescente deverão ser encaminha- VII. Adotar as medidas de Polícia Judiciária iniciais, registrando BO do atendimento realizado,
dos ao atendimento especializado, salvo na condição de vítimas, em garantia do seu me- ainda que a vítima esteja desacompanhada, hipótese em que se limitará ao relato espon-
lhor interesse manifestado por seu representante em permanecer na delegacia territorial tâneo da criança ou adolescente, deixando as demais informações para, posteriormente,
relacionada ao seu endereço. serem coletadas em depoimento especial. O registro de ocorrência deverá conter:
II. Nos casos que envolvam crimes de natureza sexual e quando se tratar de criança menor a) a descrição preliminar das circunstâncias em que se deram o fato;
de 7 anos de idade, o atendimento deverá ocorrer na delegacia especializada, salvo nos b) sempre que possível, será elaborado a partir de documentação remetida por ou-
casos de impedimento de deslocamento dos envolvidos, quando tal condição deverá ser tros serviços, programas e equipamentos públicos;
expressamente manifestada pelo representante legal e formalizada na ocorrência policial. c) relato do acompanhante da criança ou do adolescente, de forma a preservá-lo,
observado o disposto na Lei nº 13.431, de 2017;
290. O fluxo de atendimento de crianças e adolescentes vítimas ou testemunhas de violência nas VIII. Deverá constar no registro de ocorrência: os dados completos, telefones, e-mails, uni-
unidades policiais deverá ser articulado com os demais serviços, órgãos, programas e equipa- dade de ensino onde está matriculada a vítima, assim como os dados do comunicante, e
mentos públicos conforme a necessidade da criança e do adolescente, evitando superposição tudo o que for necessário para posterior localização da vítima em caso de mudança de
de tarefas, compartilhando informações, resguardado o respeito à sua dignidade e o sigilo, po- endereço, além dos encaminhamentos e providências adotados durante o atendimento;
dendo ser feitos os seguintes encaminhamentos, sem exaurir outras possibilidades: IX. Sempre que possível, a descrição do fato não será realizada diante da criança ou do ado-
lescente;
I. Solicitar o acompanhamento pelo Conselho Tutelar local; X. A descrição do fato não será realizada em lugares públicos que ofereçam exposição dos
II. Encaminhar ou conduzir à unidade de saúde de referência, para tratamentos e medidas fatos ou da identidade da criança ou do adolescente vítima ou testemunha de violência;
urgentes de profilaxia, que demandam prazo exíguo para evitar doenças, gravidez, an- XI. O depoimento especial, procedimento especial de oitiva de criança e adolescente para
ticoncepção de emergência, orientações, quando houver necessidade, além da coleta, fins de investigação, será realizado apenas por profissional capacitado, utilizando as dire-
da identificação, da descrição e da guarda de vestígios que sirvam à elucidação de cri- trizes e os protocolos orientados na forma da Resolução nº 02/2019, do Conselho Nacio-
mes; nal dos Chefes de Polícia Civil – CONCP, primando pela não revitimização e pelos limites
III. Providenciar exames periciais, ressalvando que a perícia física será realizada somente nos etários e psicológicos de desenvolvimento da criança ou do adolescente, e, sempre que
casos em que se fizer necessária a coleta de vestígios, evitada a perícia para descarte da possível, em horário que lhe for mais adequado e conveniente, com a avaliação pelo de-
ocorrência de fatos; legado de polícia quanto à conveniência e a oportunidade para a sua realização;
IV. Encaminhar a centros de referência especializados de assistência social (CREAS) ou CRAS, XII. A autoridade policial deverá avaliar se é indispensável a oitiva da criança ou do adoles-
e, na ausência desses serviços, à instituição considerada como referência pela comunida- cente, vítima ou testemunha, consideradas as demais provas existentes, de forma a pre-
de; servar sua saúde física e mental e seu desenvolvimento moral, intelectual e social;
V. Representar por medida protetiva de urgência que dispor na Lei no 13827/2019, que ati- XIII. Identificada a necessidade da oitiva da criança ou do adolescente vítima ou testemunha,
ne à aplicação das medidas protetivas no âmbito da Lei Maria da Penha por delegado de esta deverá ocorrer na forma de depoimento especial, observadas as condições previstas
polícia ou por policiais, nas hipóteses previstas. no art. 11 da Lei no 13431/17.

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 90 91 TÍTULO III • DAS INVESTIGAÇÕES ESPECIALIZADAS
291. O depoimento especial se caracteriza pela oitiva especializada com uso de recursos tecno- II. os questionamentos que atentem contra a dignidade da criança ou do adolescente ou,
lógicos de gravação, protocolo próprio, espaço específico e profissional devidamente qualifica- ainda, que possam ser considerados violência institucional deverão ser evitados;
do para o procedimento; III. o profissional responsável conduzirá livremente a oitiva sem interrupções, garantida a sua
autonomia profissional e respeitados os códigos de ética e as normas profissionais;
292. Na impossibilidade estrutural para tomada do depoimento especial, o delegado de polícia IV. as perguntas demandadas serão realizadas após a conclusão da oitiva e adaptadas à lin-
deverá adotar todas as medidas de Polícia Judiciária cabíveis, encaminhando ao Ministério Pú- guagem da criança ou do adolescente e ao nível de seu desenvolvimento cognitivo e
blico, juntamente com a formalização do pedido de representação cautelar de antecipação de emocional, de acordo com o seu interesse superior; e
prova, o inquérito policial. V. durante a oitiva, deverão ser respeitadas as pausas prolongadas, os silêncios e os tempos
de que a criança ou o adolescente necessitarem.
293. No curso da investigação poderá o delegado de polícia realizar procedimento de escuta es-
pecializada de criança e adolescente, maior de 7 anos de idade e quando não se tratar de crimes 298. O depoimento especial deverá ser registrado na sua íntegra desde o começo.
contra a dignidade sexual, na impossibilidade insuperável de concretizar o depoimento especial,
condição que deverá ser autorizada pela vítima ou testemunha, demonstrada a imprescindibili- 299. Em casos de ocorrência de problemas técnicos impeditivos ou de bloqueios emocionais
dade para o esclarecimento dos fatos apurados nos procedimentos investigativos, com o objeti- que impeçam a conclusão da oitiva, ela deverá ser reagendada, respeitadas as particularidades
vo de assegurar o acompanhamento da vítima ou da testemunha de violência, para a superação da criança ou do adolescente.
das consequências da violação sofrida, limitado ao estritamente necessário para o cumprimento
da finalidade de proteção social e de provimento de cuidados. 300. É permitido o compartilhamento de informações referentes à criança e ao adolescente com
os órgãos de serviços de atendimento, limitado ao estritamente necessário, com o fim de facilitar
294. A criança ou o adolescente deve ser informado em linguagem compatível com o seu desen- o conhecimento dos fatos e atenção que deve ser dispensada em cada serviço, órgão, institui-
volvimento acerca dos procedimentos formais pelos quais terá de passar e sobre a existência de ção que venha a atender essa criança ou adolescente, garantindo o sigilo dos dados e dessas
serviços específicos da rede de proteção, de acordo com as demandas de cada situação. informações, considerando-as de caráter confidencial, sendo vedada a utilização ou o repasse a
terceiro das declarações feitas pela criança e pelo adolescente vítima.
295. O profissional envolvido no atendimento primará pela liberdade de expressão da criança ou do
adolescente e sua família e evitará questionamentos que fujam aos objetivos da escuta especializada. 301. A criança ou o adolescente será resguardado de qualquer contato, ainda que visual, com o su-
posto autor ou acusado, ou com outra pessoa que represente ameaça, coação ou constrangimento.
296. O depoimento especial deverá ser gravado com equipamento que assegure a qualidade
audiovisual, regido por protocolo de oitiva, devendo a sala de depoimento especial ser reserva- 302. Constatado que a criança ou o adolescente está em risco, a autoridade policial requisitará
da, silenciosa, com decoração acolhedora e simples, para evitar distrações, fazendo adequação à autoridade judicial responsável, em qualquer momento dos procedimentos de investigação e
nas unidades territoriais. responsabilização dos suspeitos, as medidas de proteção pertinentes, entre as quais:

297. A condução do depoimento especial ou da escuta especializada deverá observar o seguinte:


I. evitar o contato direto da criança ou do adolescente vítima ou testemunha de violência
com o suposto autor da violência;
I. os repasses de informações ou os questionamentos que possam induzir o relato da criança
II. solicitar o afastamento cautelar do investigado da residência ou local de convivência, em
ou do adolescente deverão ser evitados em qualquer fase da oitiva;
se tratando de pessoa que tenha contato com a criança ou o adolescente;

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 92 93 TÍTULO III • DAS INVESTIGAÇÕES ESPECIALIZADAS
III. requerer a prisão preventiva do investigado, quando houver suficientes indícios de amea- II. Compete à autoridade policial observar os crimes previstos na Lei nº 10.741/03, cuja pena
ça à criança ou ao adolescente vítima ou testemunha de violência; máxima privativa de liberdade não seja superior a 4 (quatro) anos, aplicando-se o procedi-
IV. solicitar aos órgãos socioassistenciais a inclusão da vítima e de sua família nos atendimen- mento previsto na Lei nº 9.099/95 e, subsidiariamente, no que couber, as disposições do
tos a que têm direito; Código de Processo Penal.
V. requerer a inclusão da criança ou do adolescente em programa de proteção a vítimas ou III. Não se aplica o disposto nos artigos 181 e 182 do Código Penal aos crimes definidos no
testemunhas ameaçadas; e Título II do referido diploma e nos demais praticados contra idoso, em conformidade com
VI. representar por ação cautelar de antecipação de prova, resguardados os pressupostos
a Lei nº 10.741/03. Os crimes definidos no referido diploma legal são de ação pública
legais e as garantias previstas na Lei no 13431/2017, sempre que a demora possa causar
incondicionada.
prejuízo ao desenvolvimento da criança ou do adolescente.

308. As pessoas idosas estão sujeitas a protocolo de atendimento próprio, observando-se além
303. Os órgãos policiais envolvidos envidarão esforços investigativos para que o depoimento
especial não seja o único meio de prova para o julgamento do réu. da Lei Especial, princípios e regras de direito processual, direitos fundamentais, estabelecidos na
Constituição Federal, e ainda, os princípios da prioridade absoluta e proteção integral.
304. Poderá incorrer em violência institucional permitir que o depoimento especial seja assistido
por pessoa estranha ao inquérito policial, ou reproduzido, devendo ser garantido o respeito à 309. O inquérito policial em que um idoso figure como vítima deverá ser assim identificado,
dignidade da vítima. para o fim previsto no inciso I do parágrafo único do art. 3º da Lei nº 10.741/2003 – Estatuto
do Idoso, apondo-se na capa dos autos uma etiqueta contendo a inscrição “ESTATUTO DO
305. O profissional que ouvir a criança e o adolescente deve garantir os meios necessários de IDOSO”.
manter o sigilo quanto ao declarado por essa vítima ou testemunha, garantindo a cadeia de
custódia dessa prova produzida, providenciando a sua entrega imediata a autoridade policial 310. O idoso deverá receber atendimento especializado em unidade policial própria, onde hou-
responsável pela apuração. ver, podendo ter o BO registrado em qualquer delegacia de polícia.

306. A realização do depoimento especial deverá constar nas planilhas de atividades da delega-
Parágrafo único – No local onde não houver Delegacia Especial de Atendimento ao Idoso, o
cia e serem encaminhadas à CDEP mensalmente para efeito de estatística.
procedimento será realizado na delegacia territorial ou delegacia especializada, com atribui-
ção para apuração do fato, observando o que estabelece a Lei Especial.
CAPÍTULO III
DAS PROVIDÊNCIAS RELACIONADAS AO ATENDIMENTO 311. No atendimento especializado ao idoso, ocorrerá o procedimento inicial de triagem e enca-
E MEDIDAS ASSEGURADAS À PROTEÇÃO DO IDOSO minhamento ao setor psicossocial, com objetivo de acolhimento, entendimento das demandas
do idoso e orientação acerca do serviço proporcionado pela delegacia especializada.
307. Para a aplicação do disposto neste capítulo, a autoridade policial observará o disposto na Lei
nº 10.741/2003 – Estatuto do Idoso. Parágrafo único – Verificado que a ocorrência não corresponde à atividade policial, deverá
o idoso ser encaminhado ao serviço necessário para solução do seu problema, por meio do
I. É assegurada a prioridade na tramitação dos procedimentos e na execução dos atos de acionamento da Rede de Atenção ao Idoso, tais como Defensoria Pública, Centros de Refe-
diligências que compõem o procedimento policial em que figure como vítima pessoa rência, ou ainda Instituições Asilares.
com idade igual ou superior a 60 anos.

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 94 95 TÍTULO III • DAS INVESTIGAÇÕES ESPECIALIZADAS
312. A unidade especializada manterá serviço de plantão composto por investigadores de Polícia 316. A autoridade policial que tomar conhecimento de ocorrência envolvendo a prática de vio-
Civil, qualificados especialmente com a função de atendimento para formalização do BO, por lência doméstica e familiar contra a mulher, preso em flagrante delito o agressor, adotará, de ime-
meio de entrevista e escuta sensível para coleta de dados e informações necessárias que subsi- diato, sem prejuízo de outras medidas, os procedimentos previstos no art. 12 da Lei nº. 11.340/06,
diem o devido procedimento policial, além de também prestar as orientações necessárias. observando o que dispõe o art. 11 do mesmo Diploma Legal.

I. Após o registro da ocorrência, havendo impedimento da formalização da oitiva de ime- 317. A autoridade policial, nos casos de ocorrência de que trata este capítulo e que não configure
diato, o idoso deverá receber um protocolo com o número do BO e a data de sua oitiva prisão em flagrante delito, expedirá, de imediato, requerimento ao Juizado da Violência Domés-
com o(a) delegado(a) de polícia que presidirá da investigação, relacionada ao seu regis- tica e Familiar contra a Mulher, solicitando medidas protetivas constantes dos artigos 22 a 24 da
tro. Lei nº 11.340/06.
II. Na hipótese de a vítima apresentar lesões, ela receberá guia para exame médico legal, a
fim de submeter-se ao exame de corpo delito, em unidade do DPT; ou ainda será expedi- 318. A autoridade policial, em caso de descumprimento por parte do agressor de medida pro-
da guia para exame pericial ou laboratorial, conforme o caso concreto. tetiva de urgência deferida, lavrará, sempre que possível auto de prisão em flagrante delito por
infração ao art. 330 do Código Penal Brasileiro.
313. Para instrução do inquérito policial, o(a) delegado(a) de polícia conduzirá as oitivas neces-
Parágrafo único – Quando não for o caso de prisão em flagrante, a autoridade policial deverá
sárias, encaminhando, sempre que necessário, requerimento de medida protetiva de urgência,
instaurar inquérito policial e poderá representar, fundamentadamente, sobre a prisão pre-
e demais providências até a sua conclusão com indícios suficientes de autoria e materialidade,
ventiva do agressor ao Juizado da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher relatando o
e consequente remessa dos autos à Justiça, esgotando assim os trabalhos de Polícia Judiciária.
fato, anexando cópia da Portaria e do boletim de ocorrência do novo registro.

314. Havendo formalização de termo circunstanciado de ocorrência – TCO: o (a) delegado(a) de


319. Concluído inquérito policial com indiciamento de servidor policial civil como incurso nas pe-
polícia conduzirá as oitivas necessárias para a formalização do procedimento.
nas da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 ou caso seja denunciado em decorrência de Proce-
dimento Investigatório Criminal – PIC instaurado pelo MP será instaurado Processo Administrativo
Parágrafo único – Ocorrendo a ausência de uma das partes, haverá nova intimação para data e Disciplinar por violação ao disposto no art. 90, LIII, da Lei 11370/2009, dentre outros dispositivos
hora previamente aprazados e, se ainda assim, não comparecer, a autoridade policial utilizará eventualmente violados, a depender do caso concreto.
os recursos e ferramentas que a lei lhe autoriza, visando à apresentação e/ou identificação
do(a) agressor(a) para, se necessário, empreender com maior celeridade a conclusão do pro-
cedimento investigativo com sua consequente remessa ao Juizado Especial Criminal – Jecrim. CAPÍTULO V
DOS PROCEDIMENTOS RELACIONADOS AOS CRIMES ELEITORAIS

CAPÍTULO IV 320. Em se tratando de crime eleitoral, quando no local da infração não existir órgão da Polícia
DOS PROCEDIMENTOS POLICIAIS RELACIONADOS AOS CRIMES Federal, a Polícia Judiciária Estadual terá atuação supletiva (Resolução TSE nº 11.494/82 e Acór-
DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER dãos nº 16.048, de 16 de março de 2000 e 439, de 15 de maio de 2003).

315. Para a aplicação no que dispõe este capítulo, a autoridade policial observará o que preceitua § 1° Quando tiver conhecimento da prática da infração penal eleitoral, a autoridade policial
a Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006. deverá informar, imediatamente, ao Juiz Eleitoral.

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 96 97 TÍTULO III • DAS INVESTIGAÇÕES ESPECIALIZADAS
§ 2º No caso de flagrante delito, após lavrar o respectivo auto, a autoridade policial deverá co- 325. O delegado de polícia deve requisitar duas perícias técnicas em caso de produtos lacrados
municar imediatamente a prisão do autuado ao juiz eleitoral, ao Ministério Público Eleitoral, à com suspeita de corpo estranho em alimentos. A primeira perícia é a verificação do lacre para
Defensoria Pública, caso o infrator não tenha advogado legalmente constituído, bem como à averiguação de possível rompimento e com o retorno do produto do Departamento de Polícia
família do preso ou a pessoa por ele indicada, conforme previsto no art. 306, § 1º, do Código Técnica, juntamente com o laudo pericial, a autoridade policial deve requisitar uma nova perícia
de Processo Penal. para averiguação se o produto é impróprio ao consumo.

§ 3º O procedimento policial, nos crimes eleitorais, com exceção do previsto no § 1º deste 326. Em se tratando de crimes contra a saúde pública, contra o meio ambiente e contra as rela-
artigo, somente será instaurado mediante requisição escrita do Ministério Público Eleitoral ou ções de consumo, com o objetivo de averiguar denúncias anônimas ou notícias-crime, a Polícia
do Juiz Eleitoral. Civil atuará com auxílio dos órgãos detentores de poder de Polícia Administrativa para que estes
elaborem a autuação e interdição do estabelecimento, se for o caso, certificando que o produto
321. Durante o processo eleitoral, é vedado ao servidor policial civil participar de comício, reu- está impróprio ou a existência de risco para a coletividade, bem como a apreensão dos objetos
niões, palestras, lives ou quaisquer outros atos que indiquem uma postura política partidária na para comprovação da materialidade.
cidade onde trabalha, sob pena de incorrer em falta funcional, que terá o seu devidamente en-
quadramento após a análise do caso concreto.
CAPÍTULO VIII
INVESTIGAÇÃO DE CRIMES CONTRA VIDA
CAPÍTULO VII E PROTEÇÃO À PESSOA LOCAL DE CRIME
DAS APURAÇÕES DECORRENTES DA RELAÇÃO DE CONSUMO
327. A realização de investigação preliminar de local de crime, nos municípios onde houver Dele-
322. O delegado de polícia, ao verificar tratar-se de infrações penais, constantes nos artigos 61 a gacia de Homicídio, quando for identificada a existência de morte por homicídio, excetuando-se
74, da Lei Federal nº 8.078, de 11 de setembro de 1990 (CDC), procederá a formalização do termo os crimes de natureza militar, é de exclusividade do DHPP.
circunstanciado de ocorrência e, quando se tratar de crimes contra as relações de consumo, defi-
nidos no artigo 7º da Lei Federal nº 8.137, de 1990, procederá a formalização do inquérito policial 328. Antes de iniciar o registro da ocorrência, caberá ao servidor pesquisar no sistema Sinesp
que, dentre outras formas, pode se iniciar por meio da prisão em flagrante do agente criminoso. PPE pelas suas características: dados da vítima, horário aproximado, dia e local, meio emprega-
do, dentre outros; a existência de registros anteriores visando evitar a duplicidade de registros
323. As condutas tipificadas nos artigos 63, § 1º, 64, 65 e 73, todos constantes da Lei Federal nº de uma mesma ocorrência;
8.078, de 11 de setembro de 1990 (CDC), não exigem, para sua configuração, dano efetivo ao
consumidor, basta à exposição do consumidor ao perigo. 329. Ao identificar a existência de registro anterior de boletim sobre a mesma ocorrência que
pretendia registrar, o servidor responsável pela identificação deve aprimorar as informações
324. O delegado de polícia, dentre outras medidas, deverá realizar a requisição de perícia téc- constantes do primeiro boletim sempre que possível, em especial, acrescentar detalhes ou in-
nica, que pode ser requisitada às empresas, inclusive quando se tratar de produtos falsos para a formações fornecidos pelas pessoas que vieram relatar o fato que ainda não constem no BO
realização da devida comparação com os autênticos, a apreensão de objetos, a oitiva dos envol- principal, utilizando-se da aba de anexos para a inclusão de ilustrações fotográficas, imagens,
vidos e demais providências necessárias à colheita de provas úteis ao esclarecimento dos fatos e documentos e vídeos, necessários a subsidiar futura investigação;
suas circunstâncias.

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 98 99 TÍTULO III • DAS INVESTIGAÇÕES ESPECIALIZADAS
I. Não havendo registro anterior, o servidor deve assinalar o máximo de informações possí- b) fornecer o número do boletim de ocorrência;
veis quanto ao tipo de local, e sempre que possível, cadastrar coordenadas geográficas, c) Fornecer o número da guia de exame médico-legal;
tais como latitude e longitude do local onde o fato ocorreu, bem como discriminar os d) Fornecer o número da guia de exame pericial;
objetos e o meio empregado no fato; e) Manter contato com a equipe do DPT e repassar o nome e número do contato do perito,
II. Consignar o maior número possível de informações sobre a vítima, o suposto autor/in- para a equipe direcionada para o atendimento da ocorrência;
frator e eventuais testemunhas, em especial: endereço, telefones, aplicativos de troca de f) Manter contato com a equipe da Polícia Militar e repassar o nome e número do contato do
mensagens, redes sociais, documentos e e-mail; perito, para a equipe direcionada para o atendimento da ocorrência;
III. Identificar, se possível, o local de trabalho de todas as partes envolvidas, bem como os g) Encerrar a ocorrência do CICOM.
telefones de contato, tanto o residencial quanto o comercial e contatos alternativos;
IV. Cadastrar nas abas correspondentes eventuais veículos, armas e objetos envolvidos no fato; e 331. A equipe empregada no trabalho de investigação preliminar deverá, no menor tempo pos-
V. Indicar nas abas próprias e no histórico do boletim de ocorrência: sível, deslocar para o local de crime, a fim de realizar o seu trabalho, devidamente equipada com
a) Informar, sempre que possível, o tipo de relacionamento existente entre o possível os equipamentos de segurança e os tecnológicos, destinados ao trabalho.
autor e a vítima;
b) Consignar, quando não houver a indicação de autoria, se a vítima sofria ameaças, 332. No local de crime, a autoridade policial e a sua equipe deverão manter diálogo com as equi-
se teria adotado alguma postura que indicasse ser alvo de tal prática, ou se já havia pes da Polícia Militar e de perícia técnica, no sentido de levantar a maior quantidade de informa-
sofrido tentativas de homicídio anteriores; ções possíveis sobre o fato investigado, o que, inclusive, auxiliará, na confecção do relatório de
c) Descrever o ambiente em que o fato ocorreu, consignando indicações sobre a rua, investigação sobre o local do crime.
imóveis próximos, iluminação e condição da via, localização de objetos e pessoas,
disposição de móveis, dentre outros elementos dignos de nota, utilizando-se da § 1º No local de crime, os policiais deverão realizar tantas entrevistas quanto possíveis para a
aba de anexos para a inclusão de ilustrações fotográficas obtidas pela equipe que elucidação dos fatos a serem apurados, realizar as intimações e identificar possíveis pontos
atendeu a ocorrência; de captação de imagens, seja em via pública ou privada.
d) Características da vítima e como foi encontrada, preenchendo os campos de iden-
tificação visual com fotografias de tatuagens, cicatrizes, sinais ou marcas que a víti- § 2º Em se tratando de empreendimento industrial e comercial, já intimar o responsável da
ma eventualmente possua; necessidade da preservação das imagens captadas pelo CFTV.
e) Informar as lesões aparentes; e
f) Informar e relacionar todas as arrecadações feitas no local, em conformidade com § 3º Sendo possível e autorizado pelo proprietário do equipamento de captação de imagens
a proteção da cadeia de custódia nos termos do Código de Processo Penal. e armazenamento, ele poderá ser retirado e encaminhado para o DHPP, devendo esta autori-
zação ser dada através de formulário próprio, cujo modelo será disponibilidade pela Coorde-
330. Quando do acionamento da equipe do Serviço de Investigação de Local de Crime – SILC, o nação do Serviço de Investigação de Local de Crime – SILC/ DHPP.
servidor policial que mantiver contato com o Centro Integrado de Comunicação – CICOM da SSP
deverá proceder da seguinte forma: § 4ª Qualquer material relacionado com o local de crime que não foi recolhido pela equipe
de perícia e que seja de interesse da investigação deverá ser coletado pela equipe de pronto
a) acionar a equipe de pronto atendimento da área integrada correspondente para a realiza- atendimento em local de crime, depois de autorizado pela autoridade policial presente, e
ção do trabalho no sítio do crime; acondicionado de maneira a preservar a cadeia de custódia, devendo ser, posteriormente,

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 100 101 TÍTULO III • DAS INVESTIGAÇÕES ESPECIALIZADAS
enviado ao DPT, para perícia, através de guia de acompanhamento de vestígios própria ou II. Se a autoridade policial que primeiro tomar conhecimento do fato for o delegado de uma
por meio de ofício, com a narrativa sobre a importância da apreensão para a investigação. unidade policial do Departamento de Homicídios e Proteção a Pessoa – DHPP, este deve,
além de determinar as diligências cabíveis ao caso de homicídio consumado, despachar
333. O fato de a vítima ter sido localizada em hospital ou instituição congênere não excluirá a a ocorrência selecionando a opção “Encaminhar Cópia de BO”, e indicar qual é a unidade
realização do levantamento no local da ação violenta, devendo esta impossibilidade ser relatada de polícia territorial (ou especializada), com atribuição para prosseguir com a investigação
circunstancialmente. referente ao homicídio tentado;
III. O delegado da unidade policial com atribuição para prosseguir com a investigação em
334. A ocorrência relacionada ao local de crime de homicídio consumado atendida pelo DHPP relação aos demais fatos deverá aceitar a cópia da ocorrência encaminhada e despachá-
somente se conclui, com a assinatura eletrônica da ocorrência e o protocolo do relatório especí- -la, sem a necessidade do registro de uma nova ocorrência, adotando as medidas cabíveis
fico para este fim, que deverá acontecer ao final do turno, ambos de responsabilidade do dele- ao caso, determinando a lavratura do procedimento policial pertinente, e prosseguindo
gado de polícia responsável pela investigação preliminar de local de crime. na confecção das peças necessárias à instrução do feito.

335. A informação posterior que esclareça a qualificação do autor e da vítima deverá constar do 338. A inobservância de qualquer dos procedimentos previstos na Portaria no 219, de 2 de junho
BO, por meio de aditamento, a qualquer tempo. de 2011 SSP/BA, que dispõe sobre diretrizes a serem seguidas no local de crime de homicídio,
deverá constar do relatório SILC DHPP.
336. Durante a formalização da ação da equipe SILCH, esta deve observar o quanto descrito no
artigo 332 e seguintes, preenchendo os campos lacunosos da ocorrência com as informações e 339. As informações sobre os homicídios e os respectivos locais de crime serão passadas para
observações colhidas em campo, além de proceder o preenchimento dos dados da equipe na os órgãos de imprensa, por meio da diretoria do DHPP ou por quem for indicado por ela, por
aba “Dados do Registro”. intermédio da Ascom PCBA, estando vedado a qualquer policial repassar qualquer informação
em local de crime ou conceder entrevista a qualquer meio de comunicação.
§ 1º Para a confecção do relatório de local de crime de homicídio deve ser utilizado o modelo
do “Relatório de Investigação de Local de Crime” disponível na aba “Peças” da ocorrência. 340. Finalizada a investigação, considerando que o relatório final é a peça de conclusão do in-
quérito policial e, por isso, deverá conter o histórico da investigação, em ordem cronológica,
337. Nas hipóteses em que a ocorrência versar sobre homicídio tentado e consumado numa pontuando os elementos levantados que motivaram o indiciamento do investigado, assim como
única cena de crime, a autoridade policial com atribuição para prosseguir na investigação de determinaram pela materialidade, da seguinte forma:
ao menos um dos crimes que primeiro tomar conhecimento deve, após elaborar as peças que
acompanharão o BO, proceder da seguinte forma: I. Exposição do fato delituoso, com todas as suas circunstâncias (local, data, hora, meios de
execução, motivos, consequências);
I. Se a autoridade policial que primeiro tomar conhecimento do fato for o delegado de uma II. A qualificação do autor da infração, acompanhada da informação constante no Portal SSP/
unidade territorial (ou especializada), este deve, além de determinar as diligências cabí- BA;
veis ao caso de homicídio tentado, despachar a ocorrência selecionando a opção “Enca- III. A qualificação da vítima da infração;
minhar Cópia de BO”, e indicar qual é a unidade policial do Departamento de Homicídios IV. A indicação de apreensões, se houver;
e Proteção a Pessoa – DHPP com atribuição para prosseguir com a investigação referente V. Relação das oitivas das testemunhas;
ao homicídio consumado; VI. Identificação da norma penal infringida, com as suas circunstâncias.

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 102 103 TÍTULO III • DAS INVESTIGAÇÕES ESPECIALIZADAS
CAPÍTULO IX § 1º A pessoa que desapareceu deve ser qualificada no sistema Sinesp PPE, como desapare-
DOS PROCEDIMENTOS A SEREM ADOTADOS EM CASOS DE cido.
REGISTROS DE DESAPARECIMENTO DE PESSOAS
§ 2º Antes do registro do boletim de ocorrência, deverá o investigador, escrivão ou servidor
341. Nas ocorrências envolvendo desaparecimento de pessoas, deve ser observado o teor dos designado efetuar pesquisa junto ao Sinesp PPE, a fim de verificar se o fato já foi registrado
Decretos nº 5.948/2006 e nº 7.901/2013, que tratam da Política Nacional de Enfrentamento ao ou se o desaparecido se encontra preso ou em situação adversa.
Tráfico de Pessoas, que tem por finalidade estabelecer princípios, diretrizes e ações de prevenção
e repressão ao tráfico de pessoas e de atenção às vítimas, além da Lei Federal nº 13.812/2019, § 3º Depois de registrado o BO, este deverá ser encaminhado, incontinenti, ao delegado de
que cria o Cadastro Nacional de Pessoas Desaparecidas. polícia, que deverá tomar as declarações mais detalhadas e reduzi-las a termo, no documento
Registro de Pessoa Desaparecida – RPD, e adotar as medidas imediatas que o caso requer:
342. Nas hipóteses em que a ocorrência versar sobre desaparecimento em conexão com algum a) Determinar diligências no sentido de identificação de câmeras no último local em
fato delituoso, a autoridade policial com atribuição para prosseguir na investigação de ao menos que a pessoa foi vista;
b) Determinar a intimação de pessoas, parentes e amigos que possam dar alguma
um dos fatos que primeiro tomar conhecimento deve, após elaborar as peças que acompanha-
informação pertinente;
rão o BO, proceder da forma instruída no item 337 deste manual, no que couber.
c) Determinar a divulgação da imagem nas redes sociais;
d) Outras informações previstas em regulamento.
343. No caso de o desaparecimento ocorrer em Salvador (BA), o registro se dará na Delegacia
de Proteção à Pessoa – DPP.
347. Nos casos de registro de desaparecimento de criança e adolescente, a autoridade policial
deverá comunicar, através de e-mail, ao Conselho Tutelar e ao juiz da Infância e Juventude do
344. No caso de o desaparecimento ocorrer fora da Capital, o registro deverá ser feito na cidade
Estado da Bahia, anexando o boletim de ocorrência e imagem de divulgação.
de origem, podendo a DPP auxiliar na divulgação da imagem da pessoa desaparecida, fornecida
pelo comunicante.
348. Quando no decorrer das investigações for constatado que o desaparecido está morto, deve-
rá informar ao comunicante que compareça ao Instituto Médico Legal – IML, para reconhecimen-
345. O boletim de ocorrência deverá ser registrado em fato não delituoso. to do corpo e posteriormente deverá levar a certidão de óbito à delegacia para a devida baixa
da ocorrência policial.
346. O boletim de ocorrência deverá conter:
Parágrafo único – Nos casos em que, no decorrer da investigação, for constatado indício de
I. Qualificação completa do comunicante (nome, RG, CPF, endereço, telefone (preferencial- fato delituoso, o procedimento será relatado e encaminhado para a delegacia da área, onde
mente dois); ocorreu o fato, para que esta possa prosseguir nas investigações.
II. Qualificação completa do desaparecido (nome, RG, CPF, endereço, telefone, característi-
cas físicas (altura, cor do cabelo, cor dos olhos, sinais particulares, tatuagens, próteses); 349. Quando da apresentação de imagem de pessoa desaparecida para divulgação, o comunican-
III. Descrição do desaparecimento – vestes utilizadas, data e horário do desaparecimento; te deverá assinar termo de autorização de divulgação de imagem, disponibilizado pela delegacia.
IV. Local do fato – que desapareceu (última vez em que foi visto);
V. Outras informações que se achar relevante para a investigação. I. O termo de autorização e a imagem a ser divulgada deverão ser anexados ao BO no Si-
nesp PPE.

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 104 105 TÍTULO III • DAS INVESTIGAÇÕES ESPECIALIZADAS
350. A divulgação poderá ser veiculada em: a) Qualificação completa do comunicante (nome, RG, CPF, endereço, telefone (preferencial-
mente dois);
I. Página Institucional Facebook – Delegacia de Proteção à Pessoa – DPP; b) Qualificação do desaparecido (nome, RG, CPF, endereço, telefone);
II. Página Institucional Instagram – @desaparecidospcba; c) Descrição de como sucedeu seu encontro, horário e data;
III. Site da Delegacia de Proteção à Pessoa – DPP; d) Local do fato – que foi encontrado;
IV. Site do Disque-Denúncia; e) Outras informações previstas em regulamento.
V. Aplicativo SIPP;
VI. Mídias de TV, programas, jornais e diversos meios de comunicação. § 1º A pessoa que desapareceu deve ser qualificada no sistema Sinesp PPE como pessoa
reencontrada.
351. Na hipótese de a ocorrência de desaparecimento ter sido registrada em unidade policial
fora da capital, a delegacia de registro deverá, após juntar ao BO o termo de autorização e a 357. Deverá o comunicante assinar um termo de baixa de ocorrência policial.
imagem a ser divulgada, e elaborar as peças que o acompanharão, e despachar a ocorrência
358. Quando o registro for realizado em cidade distinta da cidade de Salvador, o comunicante
selecionando a opção “Encaminhar Cópia de BO”, indicando a Delegacia de Proteção à Pessoa
deverá comparecer à delegacia da qual é responsável pelo registro do fato, para que esta faça
para recebimento;
todo o procedimento de baixa.

352. Quando identificado o paradeiro do desaparecido, o comunicante deverá entrar em contato


Parágrafo único – Quando constatado óbito da pessoa desaparecida, o comunicante deve
com a Delegacia de Proteção à Pessoa, para solicitar a exclusão da imagem nos locais que foram
apresentar cópia da certidão de óbito à delegacia, para que seja dada a devida baixa da
divulgados.
ocorrência policial.

CAPÍTULO X
DA BAIXA DA OCORRÊNCIA CAPÍTULO XI
INVESTIGAÇÃO POLICIAL ENVOLVENDO CONFLITOS FUNDIÁRIOS
353. Identificado o paradeiro da pessoa desaparecida, o comunicante deverá retornar a delega-
359. A especificidade e relevância da vertente penal dos conflitos agrário-fundiários, que cuidem
cia onde foi registrado o boletim de ocorrência e solicitar a devida baixa.
de posse coletiva, em especial, aqueles que envolvam movimentos sociais, comunidades tradi-
cionais e pequenos agricultores, notadamente no interior do Estado, exigem a adoção de instru-
354. A notícia da localização da pessoa desaparecida deverá ser apresentada verbalmente na de-
mentos capazes de ampliar a eficácia das ações que empreende, visando a prevenção criminal,
legacia de polícia, pelo comunicante do boletim de ocorrência registrado. Deverá o investigador,
por meio da mediação de conflitos e o combate aos delitos que se produzirem.
escrivão ou outro servidor designado reduzi-lo a termo no sistema Sinesp PPE.

360. As atividades relacionadas aos conflitos agrário-fundiários estão disciplinadas na Portaria do


355. O boletim de ocorrência deverá ser registrado em fato não delituoso e classificado como
Delegado-Geral nº. 357 de 9 de setembro de 2010, que instituiu o Grupo Especial de Mediação
reencontro de pessoa.
e Acompanhamento de Conflitos Agrários e Urbanos – Gemacau, com a incumbência, em todo o
território do estado, de prevenir e monitorar as infrações penais caracterizadas como decorren-
356. O boletim de ocorrência deverá conter: tes de conflitos fundiários.

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 106 107 TÍTULO III • DAS INVESTIGAÇÕES ESPECIALIZADAS
361. O Grupo Especial de Mediação e Acompanhamento de Conflitos Agrários e Urbanos – Ge- investigativa específica. Durante o período de emprego no Grupo Especial, estará o servido
macau atuará, funcionalmente, sob a coordenação de um delegado de polícia, competindo-lhe: recrutado dispensado se seu labor.

a) Planejar, coordenar e executar as ações que objetivem a prevenção de práticas criminais


relativas a conflitos agrários; CAPÍTULO XII
b) Atuar, subsidiariamente, na formalização das apurações decorrentes da prática de crimes INVESTIGAÇÃO POLICIAL ENVOLVENDO TURISTA
relacionados a conflitos fundiários agrários e urbanos, respeitando-se as atribuições das
autoridades policiais locais; 362. O atendimento policial envolvendo turista deverá ser sempre que necessário acompanhado
c) Manter banco de dados sobre as ocorrências pertinentes a conflitos fundiários, moni- por um policial tradutor/intérprete, tendo o boletim de ocorrência o seguinte conteúdo:
torando ocorrências e procedimentos policiais, confeccionando relatórios semestrais, a
partir de dados extraídos in loco, além dos fornecidos pelo Departamento de Polícia do I. Quando se tratar de turista nacional ou visitante, figurando como vítima ou autor;
Interior e pela Coordenação de documentação e estatística Policial; a) a cidade ou país de origem;
d) Promover intercâmbio técnico com as demais unidades policiais do estado e do país, di- b) endereço de hospedagem;
retamente, ligadas a conflitos fundiários; c) data de chegada e previsão de partida;
e) Atuar em parceria com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária — INCRA, d) número de telefone e e-mail se houve.
bem como, com a Ouvidoria Agrária Nacional – OAN, as Superintendências Regionais II. Quando a pessoa a ser ouvida não souber se expressar na língua portuguesa, ser-lhe-á
– SR e as Ouvidorias Agrárias Regionais, a ele vinculadas; com a Secretaria Estadual de nomeado intérprete no próprio ato, preferencialmente policial civil que domine o idioma,
Desenvolvimento Rural – SDR, em especial, com a Coordenação de Desenvolvimento mediante compromisso de bem e fielmente desempenhar o encargo, observando-se, no
Agrário – CDA; com a Secretaria Estadual de Promoção da Igualdade Racial — SEPROMI e que tange aos impedimentos, as prescrições dos artigos 279 a 281 do CPP.
com as equipes especializadas em práticas de mediação e acompanhamento de conflitos III. Em caso de visitante não originário de país de língua portuguesa, mesmo que alegue
fundiários na Bahia, atuantes na Polícia Militar Casa Militar do Governador - CMG; conhecer o idioma nacional, a autoridade policial atentará para a conveniência da nomea-
f) Participar de Operações Policiais Civis que tratem de conflitos fundiários, confeccionan- ção de intérprete.
do, ao final, relatório circunstanciado;
g) Difundir, ao efetivo policial civil, o conhecimento específico adquirido, no tratamento de Parágrafo único – É vedada a nomeação de preso para funcionar como intérprete.
conflitos fundiários agrários e urbanos.
363. A prisão em flagrante de visitante ou imigrante sempre deverá ser comunicada à unidade
§ 1º Os servidores integrantes do GEMACAU terão suas lotações no Gabinete do Delega- mais próxima da Polícia Federal, independentemente de o crime cometido ser da competência
do-Geral e, de forma exclusiva, laborarão no cumprimento das atividades executadas pelo da Justiça federal ou estadual.
Grupo Especial.
Parágrafo único – Entende-se por imigrante pessoa nacional de outro país ou apátrida que
§ 2º Poderá presidir investigação quando determinado pelo Delegado-Geral. trabalha ou reside e se estabelece temporária ou definitivamente no Brasil, e por visitante
pessoa nacional de outro país ou apátrida que vem ao Brasil para estadas de curta duração,
§ 3º Excepcionalmente e, por tempo determinado, integrará o GEMACAU, servidor lotado sem pretensão de se estabelecer temporária ou definitivamente no território nacional. Con-
em outra Unidade Policial, desde que motivada a necessidade de sua atuação em atividade forme a Lei nº 13.445/2017, Lei de Migração, em seu art. 1º.

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 108 109 TÍTULO III • DAS INVESTIGAÇÕES ESPECIALIZADAS
CAPÍTULO XIII SEÇÃO II
INVESTIGAÇÃO DE CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO FURTOS E ROUBOS DE ESTABELECIMENTOS/RESIDÊNCIAS

SEÇÃO I 371. Nos crimes cometidos com destruição, rompimento de obstáculo à subtração da coisa, es-
FURTOS E ROUBOS DE CELULAR: calada, com arrombamento de caixas eletrônicos, estabelecimentos comerciais, órgãos públicos,
danos materiais ao patrimônio público e privado deverá o delegado de polícia providenciar o
364. A Polícia Civil ao tomar conhecimento do crime de roubo ou furto de aparelho de telefonia isolamento do local e requisitar o exame pericial correspondente.
móvel deverá registrar o número do IMEI, exclusivamente com seus 15 primeiros dígitos. Nos ca- 372. O delegado de polícia ao requisitar perícia criminalística para exame de local de furto deve
sos dos registros feitos na delegacia pela internet, deve o policial civil responsável pela liberação se atentar as quesitações quanto à natureza do local examinado, o momento em que se presume
do boletim de ocorrência também verificar o preenchimento do IMEI. o delito, o meio usado para o acesso a esse local, especificar se foi com destruição ou rompimen-
to de obstáculo, mediante escalada, uso de chave falsa ou outro meio tendente à subtração de
365. Quando do registro da ocorrência de roubo/furto de celular, se a vítima não apresentar o coisas, se houve emprego de instrumento e se encontrou vestígios, marcas, objetos, documentos
número do IMEI, o policial civil deverá orientá-la no sentido de obter tal número registrado na ou outros que venham a permitir a futura identificação dos autores.
nota fiscal do aparelho, a qual pode ser adquirida na loja onde foi efetuada a compra.
373. Ao realizar o registro do boletim de ocorrência no Crime de Roubo (art. 157 do Código Penal)
366. Caso a vítima não informe o número do IMEI, a autoridade policial deverá fazer o registro e oficiar é necessário que o policial civil descreva com detalhes, precisão e clareza a ação dos marginais, o
as operadoras de telefonia com o nome e CPF da vítima para que esta informe o número do IMEI. planejamento utilizado para cometimento dos delitos, a dinâmica do crime, o georreferenciamento
(local que os agentes entraram e saíram na ação criminosa), o número de agentes, suas caracterís-
367. A Polícia Civil deverá registrar as ocorrências de recuperação de celular roubado/furtado ticas físicas e fisionômicas, vestuário, se autores trocaram de roupas após o delito, armas utilizadas,
nos sistemas de registros de boletins de ocorrências, quando esses aparelhos forem produtos como chegaram ao local e dele saíram, rota de fuga, se empregavam motocicletas, automóveis e
desses ilícitos e recuperados. aparelhos de intercomunicação e outras particularidades, o modus operandi e se restringiram a li-
berdade da vítima (antes, durante e depois do delito) e o tempo da restrição.
368. Após o registro de recuperação do celular roubado/furtado, a Polícia Civil deverá restituir o
aparelho ao legítimo proprietário consoante os dados do boletim de ocorrência de roubo/furto 374. O policial civil deve se atentar no mapeamento dos perfis dos autores, identificação da
já registrado. quadrilha e dos possíveis receptadores e sempre se resguardar para manter um banco de dados
na Polícia Civil referente a esses agentes e as quadrilhas, especificando o modus operandi e a
369. Na devolução de bens apreendidos, a autoridade policial exigirá a apresentação de nota finalidade dos delitos.
fiscal ou de outro documento idôneo que comprove a propriedade. Na impossibilidade, poderá
formalizar um auto de reconhecimento de objeto ou coisa.
SEÇÃO III
370. No momento do registro de ocorrência de furto e roubo de celular, o policial civil deverá soli- FURTOS E ROUBOS DE VEÍCULOS
citar que a vítima informe outro meio de comunicação como e-mail ou outro telefone para contato
e inserir os dados na ocorrência para facilitar a devolução do aparelho em caso de recuperação. 375. O policial civil deve proceder à verificação no sistema do Detran, Portal SSP e Infoseg se
os dados do veículo correspondem às informações prestadas pelo interessado para registro da

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 110 111 TÍTULO III • DAS INVESTIGAÇÕES ESPECIALIZADAS
ocorrência policial, que envolva veículo, principalmente, quando o interessado não apresenta 383. Ao ser cientificado da localização de um veículo suspeita de objeto delituoso, o policial civil
documentação comprobatória que é proprietário do veículo. que for comunicado da localização deve proceder com a verificação do Sistema da Polícia Civil
(Sinesp PPE) pelas características do veículo, chassi, placa policial, se este possui registro de blo-
376. Na identificação da propriedade do veículo, deve-se se exigir da vítima o Certificado de Re- queio de furto/roubo.
gistro de Licenciamento de Veículo (CRLV) ou Certificado de Registro de Veículo (CRV) e verificar
a situação do turista. 384. Confirmado o registro de bloqueio de furto/roubo, deve ser solicitado o guincho do veículo
e deslocamento para a delegacia responsável por apurar os delitos de furto e roubo de veícu-
377. Posterior à verificação da documentação do veículo, deve-se verificar se o proprietário ou los da circunscrição, juntamente com os apresentantes do veículo. Nesses casos, o policial civil
possuidor do veículo se encontra presente para registro do impedimento, que são permitidos deve realizar boletim de ocorrência não delituoso, especificando as condições em que o veículo
apenas nos delitos de furto (art. 155 do CP) e roubo do veículo (art. 157 do CP). foi encontrado, localização, horário, condições do pneu, se se encontrava fechado, entre outras
informações.
378. Na identificação do proprietário pessoa física, o policial civil deve verificar os documentos
pessoais, como RG, CNH ou outro documento legalmente válido em que conste o número do 385. Após o registro da ocorrência, o veículo deve ser vistoriado e, em seguida, encaminhado ao
registro civil e o CPF ou pesquisar no portal SSP ou Infoseg. pátio da delegacia responsável na circunscrição pelo depósito dos veículos.

379. Em caso de pessoa jurídica, a identificação do proprietário será pela apresentação de docu- 386. O delegado de Polícia Civil deve providenciar a baixa da restrição do veículo com laudo
mento ou pesquisa do CNPJ ou Declaração Simplificada emitida pela Junta Comercial, indicando pericial, confirmando a identificação do veículo, após vistoria.
o responsável pela gestão dos bens da empresa.
387. O policial civil irá providenciar o auto de entrega e a certidão de baixa da restrição para o
380. Nos casos de falecimento do proprietário, faz-se necessária a apresentação do Termo proprietário do veículo.
de Inventário, e o representante do espólio será o responsável pelas medidas necessárias em
relação ao veículo, podendo a autoridade policial analisar se a comprovação do parentesco é 388. O delegado de Polícia Civil deverá requisitar perícia de veículos com suspeita de adulte-
satisfatória. ração de caracteres da placa, da identificação do chassi e/ou os caracteres de identificação do
motor.
381. Caso o veículo esteja em nome de terceiro, para que seja registrado o impedimento do veí-
culo de furto/roubo, o interessado deverá apresentar uma procuração pública ou particular com SEÇÃO IV
reconhecimento de firma por autenticidade, outorgando poderes específicos ao procurador. ESTELIONATO

382. Nas delegacias presentes no interior do estado que não possuam acesso ao sistema de blo- 389. A inclusão do parágrafo 5º, no artigo 171 do Código Penal, crime de estelionato, passou
queio de veículos, é necessário que o delegado de Polícia Civil oficie o coordenador da respec- a exigir a formalização da representação da vítima, portanto, é necessário o consentimento da
tiva Coorpin, solicitando o registro do bloqueio por furto ou roubo do veículo. Nas delegacias da vítima para formalização do auto de prisão em flagrante e investigação do delito, exceto se a
capital, é necessário oficiar a DRFRV, via processo SEI (Sistema Eletrônico de Informações), com situação envolver outro crime de ação penal pública incondicionada ou envolver associação cri-
o encaminhamento das documentações. minosa/organização criminosa.

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 112 113 TÍTULO III • DAS INVESTIGAÇÕES ESPECIALIZADAS
390. Em se tratando de apuração de crime de estelionato, caso o investigado confesse a prática 393. Obrigatoriamente deve-se informar o endereço e as respectivas coordenadas geográficas
da infração penal, se preenchidos os requisitos prescritos no art. 28-A do Código Processo Penal, do local onde o(s) perpetrador(es) desembarcaram do coletivo, fazendo, sempre que possível,
e não sendo o caso de arquivamento, deve a autoridade policial, no momento do interrogatório, menção ao local do embarque e do anúncio (início da execução) do crime.
informar e instruir o investigado acerca da possibilidade de Acordo de Não Persecução Penal
(ANPP) com o Ministério Público e fazer constar em ata que o investigado foi informado e se ele I. A combinação dos preenchimentos do campo obrigatório “Tipo de Local*” com “Em veículo”,
tem ou não interesse no ANPP. e do “Subgrupo do Local*” com “Transporte Coletivo (Ônibus)” é exclusiva para registro de
ocorrências referentes à prática de roubo a/em transporte coletivo, nas seguintes hipóteses:
II. O comunicante informa o número de ordem e o nome da linha do transporte coletivo onde
CAPÍTULO XIV o roubo se deu, bem como dada, local, e horário do fato.
OCORRÊNCIAS ENVOLVENDO ROUBO A COLETIVOS
III. Um grupo de pessoas vítimas do mesmo roubo ocorrido no interior do transporte coletivo
391. Na investigação de crimes e/ou infrações que versem sobre a prática de roubo a/em trans- se dirige conjuntamente à unidade policial para o registro da ocorrência única.
porte coletivo, o boletim de ocorrência e os procedimentos subsequentes na realizado na ferra-
menta Sinesp PPE deverão ser adotados da seguinte forma: IV. A utilização da combinação de campos descritas no inciso I do item 393 para o registro
em outros tipos de ocorrência é passível de responsabilização disciplinar do servidor que
Parágrafo único – Antes de iniciar o registro da ocorrência que envolva a prática de roubo a/ o fez fora das hipóteses cabíveis.
em transporte coletivo, caberá ao servidor pesquisar no sistema, pelas suas características:
número identificador do transporte coletivo, modelo, marca, horário aproximado, dia e local,
meio empregado, dentre outros; a existência de ocorrências anteriores visando evitar a dupli- CAPÍTULO XV
cidade de registros de uma mesma ocorrência. COMBATE AOS CRIMES DE CORRUPÇÃO, LAVAGEM OU OCULTAÇÃO DE BENS,
DIREITOS E VALORES, CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E CONTRA A
392. Ao identificar a existência de registro anterior de boletim sobre a mesma ocorrência que ORDEM TRIBUTÁRIA E A ORDEM ECONÔMICA
pretendia registrar, o servidor responsável pela identificação deve, sempre que possível, enri-
quecer o primeiro boletim, em especial, cadastrando as novas vítimas que vieram a relatar o fato,
além de acrescentar detalhes ou informações por elas fornecidos que ainda não constem no BO 394. As atividades de repressão integrada e uniforme aos crimes de corrupção, lavagem ou ocul-
principal, utilizando-se da aba de anexos para a inclusão de ilustrações fotográficas, imagens, tação de bens, direitos e valores, contra a Administração Pública, contra a Ordem Tributária e a
documentos e vídeos, necessários a subsidiar futura investigação. Ordem Econômica serão exercidas pelo Departamento de Repressão e Combate ao Crime Or-
ganizado – Draco, incumbindo-lhe o planejamento, coordenação e avaliação das investigações e
I. Não havendo registro anterior, o servidor deve solicitar o número de ordem e o nome da operações nas matérias de sua competência.
linha do transporte coletivo onde o roubo se deu, e no momento do cadastro de objetos,
incluir o transporte coletivo, informando os seus dados, e a sua situação como “envolvido” Parágrafo único – Para efeito da atuação conjunta necessária à prevenção e repressão à práti-
II. No momento do preenchimento da aba “Dados do Fato”, ao definir o campo obrigatório ca de crimes de corrupção, lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores, contra a Admi-
“Tipo de Local*” o policial deverá selecionar “Em veículo”, e o “Subgrupo do Local*”, de- nistração Pública, contra a Ordem Tributária e a Ordem Econômica são considerados órgãos
verá ser marcado com “Transporte Coletivo (Ônibus)”. parceiros, entre outros:

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 114 115 TÍTULO III • DAS INVESTIGAÇÕES ESPECIALIZADAS
a) a Controladoria-Geral da União; IX. elaborar plano anual das atividades da Coordenação Especializada para Combate à Cor-
b) a Controladoria-Geral do Estado; rupção e Lavagem ou Ocultação de Bens, Direitos e Valores, até a última quinzena do mês
c) a Polícia Federal; de janeiro de cada ano, bem como o relatório das ações do ano anterior, encaminhando
d) o Tribunal de Contas da União; para aprovação do diretor do Draco/LD;
e) o Tribunal de Contas do Estado; X. articular-se com unidades policiais congêneres, objetivando a troca de informações e o
f) o Ministério Público Federal; apoio operacional, necessários ao desempenho de suas atividades, bem como o aperfei-
g) o Ministério Público do Estado; çoamento dos métodos e técnicas aplicadas no exercício de suas atividades.
h) o Ministério da Fazenda;
i) a Secretaria da Fazenda do Estado. 396. As atividades de investigação dos crimes de corrupção, lavagem, ocultação de bens, direitos
e valores, contra a Administração Pública e contra a Ordem Tributária e a Ordem Econômica se-
395. O processo de investigação especializada para repressão integrada e uniforme aos crimes rão exercidas por delegacia especializada e organizadas por Núcleos de Atuação Especial, sendo
de corrupção e lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores, aos crimes contra a Adminis- utilizados métodos, técnicas, procedimentos e protocolos que visem à eficiência e aprimoramen-
tração Pública e contra a Ordem Tributária será coordenado pela Coordenação Especializada de to de seus serviços.
Combate à Corrupção e Lavagem de Dinheiro – Ceccor/LD do Draco, com atuação em todo es-
tado da Bahia para o planejamento, coordenação e avaliação das investigações e das operações I. Caberá à delegacia especializada investigar e reprimir as ações que importem em “lava-
nas matérias de sua competência, desenvolvendo as seguintes atividades: gem” ou ocultação de bens, direitos e valores decorrentes dos crimes de corrupção, con-
tra a Administração Pública, contra a Ordem Tributária e a Ordem Econômica, bem como
I. planejar, orientar, executar e fiscalizar as atividades operacionais das suas unidades internas; os crimes previstos na Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993.
II. coletar, registrar, analisar e avaliar as informações técnicas relativas às atividades desem- II. As notícias de crime, as requisições judiciais e as requisições ministeriais que versem sobre
penhadas pelas unidades operativas da Polícia Civil; delitos praticados contra a Administração Pública quando perpetrados por um só agen-
III. realizar, com exclusividade, as investigações dos crimes de corrupção, lavagem, ocultação te ou em concurso eventual de pessoas, ocorridos em quaisquer municípios do interior
de bens, direitos e valores contra a Administração Pública e contra a Ordem Tributária, do estado da Bahia e na Região Metropolitana de Salvador serão recebidas, registradas,
referentes a fatos ocorridos na capital, por meio das suas unidades operativas; autuadas e devidamente apuradas pela unidade onde ocorreu o fato, devendo ser comu-
IV. promover a distribuição dos procedimentos entre as unidades operativas no âmbito da nicada a instauração à Cecoor/LD.
coordenação; III. Os Núcleos de Atuação Especial conduzirão as investigações que envolvam maior com-
V. gerenciar os atos processuais e investigatórios previstos em lei e necessários à elucidação plexidade fática, participação de agentes e/ou autoridades públicas ou políticas, associa-
dos fatos delituosos de sua competência; ção ou organização criminosa, expressivo dano ao erário e a moralidade administrativa,
VI. gerenciar as medidas voltadas à recuperação de ativos de origem ilícita como estratégia vultosos desvios de recursos públicos, “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores,
no combate às causas e efeitos dos crimes de sua competência, especialmente quando
bem como corrupção de agentes e/ou autoridades públicas ou políticas, respeitadas as
envolvam corrupção e lavagem de dinheiro;
disposições da legislação em vigor, cabendo ao coordenador da Ceccor/LD analisar e
VII. propor ações que objetivem a orientação e melhoria do desempenho das delegacias ter-
distribuir os procedimentos no âmbito da coordenação.
ritoriais e delegacias especializadas da Polícia Civil, nas matérias de sua competência;
IV. A distribuição das investigações e os procedimentos que tramitarão nos Núcleos de Atua-
VIII. gerenciar, como interveniente do Draco, devidamente autorizado pelo delegado-geral,
ção Especial seguirão as diretrizes e os critérios definidos no Plano Anual previsto no inci-
os convênios estaduais e federais em sua área de atuação;
so IX do art. 3º desta Portaria.

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 116 117 TÍTULO III • DAS INVESTIGAÇÕES ESPECIALIZADAS
V. Poderá ocorrer a avocação da investigação pelo delegado-geral da Polícia Civil e a sua 398. A Coordenação Especializada de Combate à Corrupção e Lavagem de Dinheiro /Ceccor-LD
redistribuição, garantida orientação técnica padronizada e a sequência das investigações realiza, com exclusividade, as investigações dos crimes de corrupção, lavagem, ocultação de
pelas Unidades Operativas e/ou pelos Núcleos de Atuação Especial. bens, direitos e valores contra a Administração Pública e contra a Ordem Tributária, referentes a
VI. No curso das investigações, sempre que houver indícios suficientes da prática dos cri- fatos ocorridos na capital, por meio das suas unidades operativas. Entretanto, compete à Ceccor-
mes previstos na Lei nº 9.613/98, a autoridade policial poderá representar ao juiz para -LD articular-se com unidades policiais do estado da Bahia, objetivando a troca de informações
a decretação de medidas assecuratórias de bens, direitos ou valores do investigado, ou e o apoio operacional, necessários ao desempenho de suas atividades, bem como o aperfeiçoa-
existentes em nome de interpostas pessoas, que sejam instrumento, produto ou proveito mento dos métodos e técnicas aplicadas no exercício de suas atividades, prestando todo apoio
dos crimes, bem como a sua alienação antecipada para preservação do valor dos bens necessário, conforme Portaria n° 636 de 24 de novembro de 2020.
sempre que estiverem sujeitos a qualquer grau de deterioração ou depreciação, ou quan-
do houver dificuldade para sua manutenção, nos termos da legislação pertinente. 399. Em relação aos crimes contra a Ordem Tributária, foram designados delegados de polícia
VII. Tratando-se da apuração de crime que importe em atos de improbidade administrativa, específicos, e a sua respectiva região de atuação no interior do estado da Bahia, para auxiliar o
que cause lesão ao patrimônio público ou enseje enriquecimento ilícito, a autoridade po- Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos – CIRA, conforme Portaria n° 203 de 6 de abril
licial representará ao Ministério Público para a indisponibilidade dos bens do indiciado, de 2021.
nos termos do art. 7º da Lei n° 8.429, de 2 de junho de 1992.
VIII. O Draco deverá mobilizar e capacitar continuamente as equipes de trabalho, visando ao 400. No que concerne aos crimes contra a Administração Pública, além das adoções das pro-
pleno funcionamento das atividades de coordenação e de investigação especializada no vidências comuns a qualquer investigação criminal, é importante que a autoridade policial, ao
Combate à Corrupção e Lavagem de Dinheiro. analisar o caso, se atente acerca da possibilidade de:
IX. O Departamento de Inteligência Policial – DIP deverá selecionar e capacitar continuamen-
te servidores indicados pelos Órgãos de Gestão Tática da Polícia Civil, para implantação a) Caso se trate de requisição relativa a fatos ilícitos em análise ou já analisados em processo
de Núcleos de Inteligência nas Regiões Integradas de Segurança Pública – RISP do interior administrativo/sindicância, oficiar o órgão competente, requerendo a cópia do procedi-
do estado, na Capital e Região Metropolitana de Salvador, para atuação em rede e forta- mento;
lecimento do sistema de informações e inteligência da segurança púbica. b) Em caso de crimes em licitações e contratos administrativos, analisar o processo licitató-
rio (principalmente o objeto do contrato, data da assinatura, valor do contrato, prazo de
execução, possíveis aditivos, apresentação de todos os documentos exigidos em edital,
CAPÍTULO XVI possibilidade de subcontratação no edital); realizando, ainda, levantamentos acerca da
DOS PROCEDIMENTOS RELACIONADOS A CRIMES CONTRA A CORRUPÇÃO, pessoa jurídica contratante e a contratada, estatuto respectivo (caso seja uma sociedade
LAVAGEM OU OCULTAÇÃO DE BENS, DIREITOS E VALORES, CONTRA A de ações ou entidade sem fins lucrativos). Orienta-se oficiar a Junta Comercial Estadual,
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA E A ORDEM ECONÔMICA no sentido de solicitar os contratos sociais e demais alterações contratuais das empresas
investigadas, no intuito de verificar qual é a pessoa física responsável no período investi-
397. Para a aplicação do que dispõe este capítulo, a autoridade policial observará o que precei- gado. Também se considera necessário fazer o levantamento das empresas concorrentes
tua o Título XI do Código Penal; a Lei nº 8.137, de 27 de dezembro de 1990, exceto os crimes (se efetivamente existem ou são de “fachada”).
contra as relações de consumo; art. 1º da Lei nº 8.176, de 8 de fevereiro de 1991; a Lei nº 7.492,
de 16 de junho de 1986; o Decreto-Lei 201, de 27 de fevereiro de 1967, na forma do art. 2º, § 1º;
a Lei nº 9.613, de 3 de março de 1998, e a Lei nº 12.850, de 2 de agosto de 2013.

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 118 119 TÍTULO III • DAS INVESTIGAÇÕES ESPECIALIZADAS
401. Tratando-se da apuração de crime que importe em atos de improbidade administrativa, que II. Caso se constate que não houve a inscrição em dívida ativa, deve-se verificar a possibilidade
cause lesão ao patrimônio público ou enseje enriquecimento ilícito, a autoridade policial repre- de instauração de inquérito policial ou termo circunstanciado de ocorrência por outro
sentará ao Ministério Público para a indisponibilidade dos bens do indiciado, nos termos do art. crime tributário (art. 1º, V ou art. 2º da Lei no 8.137, de 27 de dezembro de 1990) ou de
7º da Lei n° 8.429, de 2 de junho de 1992. infração delituosa disposta em outra lei penal especial, e/ou no Código Penal.
III. Em se tratando de denúncia anônima, sobre a sonegação fiscal por determinada
402. A autoridade policial que tomar conhecimento de ocorrência envolvendo a prática de cri- empresa, recomenda-se instaurar VPI (Verificação Preliminar de Informações), a fim de
mes mencionados na Lei nº 8.137, de 27 de dezembro de 1990, relacionados aos crimes contra a constatar a veracidade dos fatos relatados, bem como encaminhar, desde logo, ofícios
Ordem Tributária e Econômica, poderá adotar, de imediato, as seguintes providências: à Inspetoria Fazendária de Investigação e Pesquisa (Sefaz/SAT/INFIP) ou à Secretaria da
Fazenda Municipal do respectivo município, a depender da natureza do débito tributário,
I. Das medidas que poderão ser requisitadas sem a necessidade de autorização judicial, com o intuito de verificar se foram lavrados autos de infração em desfavor da empresa
conforme art. 2º, § 2º, da Lei nº 12.830, de 20 de junho de 2013: denunciada.
a) Oficiar a Inspetoria Fazendária de Investigação e Pesquisa (Sefaz/SAT/INFIP) ou a IV. Instaurado inquérito policial, recomenda-se:
Secretaria da Fazenda do respectivo município, a depender da natureza do débito a) Oficiar à Junta Comercial do Estado da Bahia – Juceb – ou de estado diverso, a
tributário, solicitando dados da dívida ativa do contribuinte, e acesso aos dados depender do caso concreto, solicitando o contrato social das empresas investiga-
cadastrais, tais como: inscrição estadual/municipal, regime de apuração, tributo das, e as respectivas alterações, a fim de identificar os sócios-gestores no período
investigado;
sujeito, responsável pela organização contábil, local de funcionamento da empre-
b) Proceder os interrogatórios do sócios-gestores das empresas, contador responsá-
sa, sócios proprietários e suas cotas, bem como a situação das dívidas da socie-
vel, bem como de empregados ou ex-empregados da empresa investigada, a fim
dade empresarial. Ressalta-se que é de extrema importância analisar a data de
de se apurar quem tinha o poder de gestão daquela pessoa jurídica à época dos
ocorrência dos fatos geradores, pois o prazo da prescrição da pretensão punitiva
fatos delituosos.
estatal, em relação aos crimes constantes no art. 1º, incisos I a IV, da Lei no 8.137,
de 27 de dezembro de 1990, só começa a transcorrer a partir do lançamento de-
403. No que concerne aos crimes contra a Ordem Econômica, especificados no art. 1º, da Lei nº
finitivo do tributo (ou seja, com a respectiva inscrição em dívida ativa), conforme a
8.176, de 8 de fevereiro de 1991, ao se verificar indícios suficientes de autoria e materialidade,
Súmula Vinculante nº 24 do STF;
com a consequente instauração de inquérito policial, poder-se-á adotar como medidas iniciais:
b) Oficiar a Inspetoria Fazendária de Investigação e Pesquisa (Sefaz/SAT/INFIP) ou a
Secretaria da Fazenda do respectivo município, a depender da natureza do débito a) Oficiar à Junta Comercial do Estado da Bahia – Juceb – ou de estado diverso, a depender
tributário, solicitando o auto de infração, que deverá conter: fato, pessoas envol- do caso concreto, solicitando o contrato social das empresas investigadas, e as respecti-
vidas, recebimento por pessoa responsável, período, documentos e informações vas alterações, a fim de identificar os sócios-gestores no período investigado;
utilizadas na auditoria; b) Oficiar à Agência Nacional do Petróleo – ANP, solicitando a presença da autoridade au-
c) Oficiar a Inspetoria Fazendária de Investigação e Pesquisa (Sefaz/SAT/INFIP) ou a tuante da empresa investigada, constante no procedimento administrativo e documento
Secretaria da Fazenda do respectivo município, a depender da natureza do débito de fiscalização apresentados, a fim de prestar declarações, caso a comunicação do fato
tributário, solicitando julgamento administrativo dos autos de infração: onde cons- tenha se originado a partir de procedimento fiscalizatório deste órgão;
tará a tese de defesa utilizada a época, demonstrando conhecimento dos fatos e c) Colher o interrogatório do sócio-gestor, questionando acerca das irregularidades identifi-
os argumentos utilizados contra auditoria, pessoas responsáveis pela impugnação cadas nas fiscalizações;
e contratação de contabilistas e advocacia. d) Na identificação de indícios de cartéis no mercado de revenda de combustíveis, a au-

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 120 121 TÍTULO III • DAS INVESTIGAÇÕES ESPECIALIZADAS
toridade policial poderá enviar ofício ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica b) Representar cautelarmente pelo afastamento do sigilo de dados bancários e fiscais;
(CADE), para obtenção de informações sobre os mercados de combustíveis, notadamen- c) Representar cautelarmente pelas quebras de sigilo telefônico, telemático, dados dos ce-
te, ao atendimento de demandas específicas, tais como: informações de preços, análise lulares e recuperação de dados apagados;
do comportamento dos preços de combustíveis, atribuições legais referentes à defesa da d) Solicitar pedido de auxílio de intercâmbio internacional para localização de responsável
concorrência, histórico de liberalização de preços, com fulcro na Lei no 12.529/2011. pelas empresas investigadas, bens ou de sites sediados fora do Brasil, através do Departa-
mento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional – DRCI/ Ministério
404. Ao se tratar dos crimes constantes neste capítulo, diante das informações recebidas já da Justiça.
sugeridas, caso haja elementos que indiquem indícios suficientes de materialidade e autoria, a
autoridade policial poderá, em regra:

a) Instaurar inquérito policial; CAPÍTULO XVII


b) Expedir ordem de missão aos investigadores do serviço de investigação, solicitando buscas, ATENDIMENTO E TRATAMENTO DE OCORRÊNCIAS
em redes sociais disponíveis, no sentido de localizar bens e sinais externos de riqueza ENVOLVENDO EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO
incompatíveis e desproporcionais às condições financeiras formais dos investigados;
c) Utilizar as demais técnicas de investigação policial, como vigilância, e a utilização de 406. Na Capital e RMS, a unidade operativa ou o serviço de Central de Flagrantes deverá, tão
história-cobertura, com o intuito de esclarecer quem é o proprietário de determinada logo tomar conhecimento de ocorrência envolvendo extorsão mediante sequestro, registrar o
empresa ou local e outras circunstâncias importantes, bens ou veículos; respectivo boletim de ocorrência e imediatamente levar ao conhecimento do plantão do Draco,
d) Oficiar os Cartórios de Registro de Imóveis e Tabelionato de Notas, também no sentido de via telefone e realizar a transferência da ocorrência, por meio do sistema eletrônico existente para
identificar o patrimônio dos investigados; registro de BO, Sinesp PPE, para a Coordenação de Repressão a Roubo de Instituição Financeira/
e) Oficiar o Banco Central, requisitando os dados cadastrais dos investigados constantes Sequestro, que adotará as providências de Polícia Judiciária.
no Cadastro de Clientes do Sistema Financeiro Nacional – CCS, os quais constam os
responsáveis pela movimentação financeira e bancária da empresa; 407. No interior do estado, as delegacias territoriais e/ou especializadas deverão, após o registro
f) Solicitar informações ao COAF acerca de pessoas e movimentações financeiras suspeitas, do fato, comunicar ao Draco e ao coordenador regional e solicitar apoio técnico operacional
através do endereço eletrônico: https://www.coaf.sei.fazenda.gov.br/, por meio de para o tratamento da ocorrência e adoção das medidas assecuratórias de Polícia Judiciária.
certificado digital;
g) Solicitar ao DIP/LAB/LD consulta ao Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – Parágrafo único – Em eventos críticos de extorsão mediante sequestro, onde haja a necessida-
Caged, informações sobre os investigados. de de negociação envolvendo familiares, ou interlocutores com os perpetradores da crise, a
autoridade policial que tomar conhecimento desta condição deverá solicitar o apoio técnico
405. Caso a autoridade policial entenda necessário, em se verificando tratar-se de uma possível especializado com o acionamento de policiais com expertise nesse tipo de negociação.
associação ou organização criminosa, com possível prática de crime de corrupção, dentre outros,
de difícil elucidação pelos meios normais de investigação, poderá adotar as seguintes medidas,
após autorização judicial:

a) Representar cautelarmente pela busca e apreensão;

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 122 123 TÍTULO III • DAS INVESTIGAÇÕES ESPECIALIZADAS
extermínio ou milícia armada; furto e roubo de veículos, roubo e furto de cargas,
TÍTULO IV extorsão mediante sequestro, fluxo migratório de infratores, movimentação em
DOS PROCEDIMENTOS DE INTELIGÊNCIA POLICIAL unidades prisionais, rebelião em unidades prisionais, roubo a banco, lavagem de
dinheiro, corrupção, desvio de conduta policial e as ações criminosas que envol-
vam a participação de associações criminosas, agremiações criminosas, facções
CAPÍTULO I criminosas, seitas ou similares;
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES b) foco secundário – segurança interna – fatos relativos à dinâmica social que possam
atentar contra a segurança interna;
408. A atividade de inteligência policial está regulada no âmbito do Decreto nº 3.695/2001, que c) foco político e administrativo – fatos relativos à demanda social.
instituiu o Subsistema de Inteligência de Segurança Pública, e introduziu no espectro nacional o
conceito de security intelligence, expressão que designa a atividade de inteligência doméstica, 411. A informação técnica é o documento externo não classificado, que será requerida pelo de-
destinada a detectar, prevenir e neutralizar ameaças no âmbito interno de cada país. legado de polícia e operacionalizada pelo Departamento de Inteligência da Polícia Civil – DIP,
devendo o expediente constar o pedido específico à análise técnica e de dados a ser realizada
409. Na Polícia Civil, a atividade de inteligência está organizada através da Instrução Normativa para subsidiar as provas em inquérito policial ou outros procedimentos policiais.
nº 1/2021 de 11 de setembro 2021, na forma de Rede de Inteligência Policial Judiciária – RIPJ,
estrutura de gestão sistêmica, constituída pelo conjunto de unidades de inteligência voltadas ao SEÇÃO I
exercício permanente e sistemático de ações especializadas na produção e salvaguarda de co- DO SUPORTE À TOMADA DE DECISÕES POLICIAIS
nhecimento para tomada de decisão, instrumentos estes necessários à antecipação de fatos po-
tencialmente lesivos, prevenção e repressão de atos delituosos de qualquer natureza ou relativos 412. Quando solicitado pelo delegado de polícia, o pedido de suporte à tomada de decisões
aos demais temas de interesse da PCBA e do Sistema Estadual de Segurança Pública, realizando policiais será encaminhado via ofício ao DIP que elaborará o documento externo de inteligência
o assessoramento da instituição, promovendo a articulação e integração institucional com as de- policial, observada a doutrina de inteligência de segurança pública do estado.
mais agências de inteligência que compõe o Sistema Brasileiro de Inteligência – SISBIN.
413. A solicitação de conhecimentos ao DIP terá como objetivo subsidiar a tomada de decisão do
Parágrafo único – Considera-se unidade de inteligência qualquer unidade da PCBA cuja missão delegado de polícia especificamente sobre:
esteja relacionada ao exercício de atividades de inteligência, ou seja, ações destinadas à produ-
ção e salvaguarda de conhecimento, bem como excepcionalmente à produção de prova. I. conhecimentos específicos em outros estados ou outros órgãos de inteligência policial;
II. busca de dados negados;
410. Compete à inteligência de segurança da pública, essencialmente, planejar, executar, coor- III. outros pedidos de informação, como buscas eletrônicas e análise de vínculos, com o fim
denar, supervisionar e controlar as ações para identificar, detectar e neutralizar ameaças à segu- de subsidiar procedimentos formais de investigação previstos na legislação federal.
rança pública com os seguintes focos prioritários:
414. O DIP encaminhará informações de inteligência, comunicados, sumários de inteligência ou
I. Foco principal – Segurança Pública: documentos que sejam pertinentes à circunscrição ou atribuição das delegacias de polícia, sem-
a) crime organizado, tráfico de drogas, armas e explosivos; tráfico de seres huma- pre que a ciência dos dados ou informações consignados se revelarem necessários ou oportunos
nos e de órgãos; homicídios, especialmente quando envolver ações de grupos de para atuação da unidade policial local.

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 124 125 TÍTULO IV • DOS PROCEDIMENTOS DE INTELIGÊNCIA POLICIAL
415. Os documentos de inteligência descritos neste artigo são destinados ao subsídio de provas e execução de políticas de segurança pública, bem como ações para prevenir, neutralizar
em inquérito policial ou em outros procedimentos policiais, servindo como suporte para a toma- e reprimir atos criminosos de qualquer natureza, de forma integrada e em subsídio à in-
da de decisões e estratégias de ação policial. vestigação e à produção de conhecimentos;
II. Inteligência policial judiciária: é o exercício permanente e sistemático de ações especializadas
SEÇÃO II para identificar, avaliar e acompanhar ameaças reais ou potenciais na esfera de segurança pú-
DO SUPORTE DE CONTRAINTELIGÊNCIA blica, orientadas para produção e salvaguarda de conhecimentos necessários para assesso-
rar o processo decisório no planejamento, execução e acompanhamento de uma política de
416. Quando solicitado pelo delegado de polícia, o DIP realizará levantamento na unidade poli- segurança pública; nas investigações policiais; e nas ações para prever, prevenir, neutralizar e
cial da autoridade, com o objetivo de neutralizar ações adversas e proteger a atividade da unida- reprimir atos criminosos de qualquer natureza que atentem à ordem pública e à incolumidade
de administrativa policial. das pessoas e do patrimônio, sendo exercida pelas agências de inteligência.
IV. Dado: é qualquer representação de um fato ou de uma situação, passível de estruturação,
Parágrafo único – O DIP fará ao final da ação informação sobre a atividade realizada e os resul- obtenção, quantificação e transferência, sem exame e processamento pelo profissional de
tados dela apurado, que será encaminhada ao delegado de polícia que a solicitou. inteligência de segurança pública;
V. Informação: é o conjunto de dados que possui relevância e aplicação útil, exige unidade
SEÇÃO III de análise e consenso em relação ao seu conteúdo;
DA REGULAMENTAÇÃO PROCEDIMENTAL OPERACIONAL VI. Conhecimento: é a representação de um fato ou de uma situação, real ou hipotético, de
interesse para a atividade de inteligência de segurança pública, com exame e processa-
417. A atividade de inteligência é o exercício permanente de ações especializadas, voltadas para mento pelo profissional de inteligência.
a produção e difusão de conhecimentos, com vistas ao assessoramento das autoridades go- VII. Classificação: é a atribuição, pela autoridade competente, de grau de sigilo a dado, co-
vernamentais nos respectivos níveis e áreas de atribuição, para o planejamento, a execução, o nhecimento, documento, material, área ou instalação.
acompanhamento e a avaliação das políticas de Estado. A atividade de inteligência divide-se,
fundamentalmente, em dois grandes ramos: 418. O conhecimento de inteligência será produzido por meio de metodologia própria prevista
na Doutrina Nacional de Inteligência de Segurança Pública (DNISP) em que deverá ser observado
a) Inteligência: atividade que objetiva produzir e difundir conhecimentos às autoridades necessariamente o Ciclo de Produção de Conhecimento (CPC), composto pelas seguintes fases:
competentes, relativos a fatos e situações que ocorram dentro e fora do território nacio- planejamento, reunião de dados, processamento, formalização e difusão.
nal, de imediata ou potencial influência sobre o processo decisório, a ação governamental
e a salvaguarda da sociedade e do Estado; 419. Uma vez produzidos de acordo com a metodologia própria já precitada, os conhecimentos
de inteligência serão distintos entre si de acordo com o grau de certeza expressado, bem como
b) Contrainteligência: atividade que objetiva prevenir, detectar, obstruir e neutralizar a inteli- com a projeção no tempo por ele realizada – passado, presente e futuro, da forma seguinte:
gência adversa e as ações que constituam ameaça à salvaguarda de dados, conhecimen-
tos, pessoas, áreas e instalações de interesse da sociedade e do Estado. I. Informe: é o conhecimento resultante de juízo(s) formulado(s), que expressa o estado de
I. Inteligência de segurança pública: é a atividade permanente e sistemática via ações espe- certeza, opinião ou de dúvida frente à verdade, sobre fato ou situação passado e/ou pre-
cializadas que visa identificar, acompanhar e avaliar ameaças reais ou potenciais sobre a sente. A sua produção exige o domínio de metodologia própria e tem como objeto ape-
segurança pública e produzir conhecimentos e informações que subsidiem planejamento nas fatos e situações pretéritos ou presentes.

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 126 127 TÍTULO IV • DOS PROCEDIMENTOS DE INTELIGÊNCIA POLICIAL
II. Informação: é o conhecimento resultante de raciocínio(s), que expressa o estado de III. Inteligência de dados: envolve a obtenção de dados por meio de dispositivos ou siste-
certeza frente à verdade, sobre fato ou situação passados e/ou presentes. A informação mas de informática. Implica, ainda, no processamento de grandes volumes de dados, cuja
decorre da operação mais apurada da mente, o raciocínio. Portanto, extrapola os limites complexidade para análise exige metodologia especializada.
da simples narração dos fatos ou das situações, contemplando interpretação dos mes-
mos. A sua produção requer, ainda, o pleno domínio da metodologia de produção do SEÇÃO IV
conhecimento. DA EXTRAÇÃO DE DADOS
III. Apreciação: é o conhecimento resultante de raciocínio(s), que expressa o estado de
opinião frente à verdade, sobre fato ou situação passados e/ou presentes. Apesar de 423. A extração de dados telemáticos de aparelhos celulares e outros dispositivos móveis, não
ter essencialmente como objeto fatos ou situações presentes ou passados, a apreciação apenas se restringindo ao acesso à agenda e chamadas efetuadas e recebidas, será realizada
admite a realização de projeções. Porém, diferente do conhecimento “estimativa”, as pelo Departamento de Inteligência Policial (DIP) por meio do equipamento previamente adqui-
projeções da apreciação resultam tão somente da percepção, pelo profissional de ISP, rido para esta finalidade.
de desdobramentos dos fatos ou situações objeto da análise e não da realização de
estudos especiais, necessariamente auxiliados por métodos prospectivos. 424. A ferramenta tem por finalidade assessorar a Polícia Civil nas investigações criminais de
IV. Estimativa: é o conhecimento resultante de raciocínio(s) elaborado(s), que expressa o organizações criminosas e, em casos excepcionais, de crimes de alta gravidade envolvendo a
estado de opinião sobre a evolução futura de um fato ou de uma situação. A sua produ- criminalidade complexa e a macrocriminalidade;
ção requer não só o pleno domínio da metodologia própria da atividade de inteligên-
cia, mas também o domínio de métodos prospectivos complementares ao processo de 425. Para a utilização do equipamento, a autoridade policial deve encaminhar a mensagem para
produção. o endereço eletrônico do DIP munido da decisão judicial na qual deve constar expressamente
autorização para a extração de todos os dados coletados no equipamento.
420. O conhecimento de inteligência, via de regra, será formalizado em documento denominado
Relatório de Inteligência (Relint), documento classificado com grau de sigilo, que, bem por isso, § 1º No pedido, deve ser encaminhado também ofício constando a solicitação formal da ex-
não se presta a instruir procedimento de persecução penal (pré-processual ou processual). tração, natureza do crime sob investigação, número do IP, a identificação do servidor policial
responsável pela entrega e retirada do dispositivo móvel.
421. De forma excepcional, a agência de inteligência pode atuar para subsidiar a investigação
criminal com a prospecção de elementos de prova a partir da elaboração de análises técnicas e § 2º Se acaso for solicitada também a realização de análise dos dados extraídos, a autoridade
de dados. O conhecimento de inteligência deverá ser formalizado em Relatório Técnico (RT), que policial deverá indicar um servidor policial com quem o analista de inteligência responsável
pode, excepcionalmente, de acordo com a conveniência, ser objeto de classificação. pela extração compartilhará os dados oriundos dos dispositivos móveis.

422. Tradicionalmente, o conhecimento de inteligência pode ser classificado em: § 3º Quando entregues, os dispositivos móveis devem estar acompanhados de ofício onde es-
tejam descritos de forma explícita a sua identificação e o detalhamento de suas características.
I. Inteligência de sinais: é responsável pela interceptação e análise de comunicações, tele-
comunicações, telemática, radares, telemetria, dentre outros.
II. Inteligência de imagens: envolve a obtenção e o processamento de imagens por meio de
fotografias, satélites, sensores infravermelhos, dentre outros.

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 128 129 TÍTULO IV • DOS PROCEDIMENTOS DE INTELIGÊNCIA POLICIAL
SEÇÃO V juízo criminal pelo afastamento do sigilo pretendido deve haver contato com o Cyberlab
DO CYBERLAB-DIP onde os pedidos a serem formulados serão sugeridos de forma técnica a fim de evitar o
acesso a dados desnecessários e que não tragam ao procedimento criminal informações
426. O Laboratório de Tecnologia e Inteligência Cibernética – Cyberlab/DIP, inserido na estrutura relevantes.
organizacional do Departamento de Inteligência Policial (DIP), será responsável pela extração e
análise de dados e informações obtidas no ambiente virtual em fontes abertas ou fechadas. 430. No momento de abertura do caso no Cyberlab/DIP, será confeccionado e entregue à auto-
ridade policial um termo de abertura de caso, contendo as seguintes informações:
427. O Cyberlab/DIP tem como missão precípua a elaboração de relatórios de análises de dados,
com a finalidade de assessorar o trabalho de investigação desenvolvido pelas unidades operati- a) Nome dos investigados, pessoa física e/ou jurídica;
vas da Polícia Civil. b) CPF e/ou CNPJ dos investigados;
c) Período em que se deseja a análise para todos os investigados, ou individualizado;
428. A utilização da estrutura do Cyberlab/DIP está condicionada aos seguintes requisitos de d) Número da ocorrência policial ou inquérito policial ou processo ou procedimento, uni-
admissibilidade a serem verificados antecipadamente pela autoridade policial que titulariza a dade solicitante e nome da autoridade, presidente do feito, constando telefones para
gestão da ferramenta: contato e e-mail institucional;

I. Que se trate de investigação criminal que envolva informações sensíveis e relevantes 431. Para cada representação ao juízo, o Cyberlab/DIP deverá efetuar registro no Sistema de
onde as buscas administrativas e/ou judiciais realizadas pela autoridade policial originária Controle do DIP, gerando o “número de relatório” a ser incorporado à representação da autori-
não foram suficientes para alcançar a finalidade pretendida. dade demandante.
II. Que se trate de procedimento formal como uma ocorrência policial, inquérito policial ou
ação penal que pelas características seja entendida como portadora de elevado grau de Parágrafo único – Quando houver necessidade de nova representação judicial referente ao
complexidade, na qual a análise dos dados se revele imprescindível para a elucidação da mesmo inquérito policial, processo, deverá ser utilizado um novo “número de relatório”, en-
autoria e comprovação da materialidade delitiva. fatizando-se, contudo, o nome da “operação” e/ou o número do inquérito policial, processo.

429. Qualquer unidade policial interessada poderá acionar o Cyberlab, através do seu endere- 432. A representação deverá conter o “número do relatório” gerado no Cyberlab e a solicitação
ço eletrônico, observando, de logo, as seguintes prescrições a serem adicionadas ao termo de para que o número seja citado na decisão judicial, a fim de ser utilizado como referência na de-
abertura de caso: cisão judicial.
I. Autoridade policial deve encaminhar representação para o endereço eletrônico do Cyber-
lab/DIP narrando de forma sucinta e objetiva a respectiva demanda a ser atendida. 433. A representação pela interceptação telemática de dados e/ou o afastamento judicial do sigi-
II. A representação deve estar instruída com o boletim de ocorrência registrado na unidade lo telemático deve conter o número de controle do Relatório Técnico (RT) do Cyberlab.
operativa, e, se acaso houver, o número do inquérito policial instaurado para dar início à
investigação criminal. 434. Os dados relacionados à análise das informações serão recebidos e encaminhados por
meio de comunicação interna ou encaminhamento de mensagem eletrônica institucional, per-
Parágrafo único - Quando houver reserva de jurisdição, situação em que a atuação eficaz manecendo no DIP os dados que foram reunidos e tratados, ficando centralizada no Cyberlab.
demanda autorização judicial, em momento anterior à apresentação da representação ao

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 130 131 TÍTULO IV • DOS PROCEDIMENTOS DE INTELIGÊNCIA POLICIAL
435. Durante o período de análise dos dados, o analista designado deverá efetuar o acompanha- a aplicação de soluções de análise tecnológica de grande volume de dados para a difusão sobre
mento e a conferência dos arquivos remetidos e recebidos pelos provedores de aplicação e/ou as melhores práticas em hardware, software e adequação de perfis profissionais.
conexão, devendo verificar:
439. Como produtos de sua atuação, o Lab-LD auxilia as autoridades policiais fornecendo mode-
I. A lisura dos arquivos encaminhados, a fim de garantir a integridade da cadeia de custó- los próprios de representações de quebras de sigilos bancários e fiscais, possuidoras de termos
dia; técnicos próprios (uma vez que se utiliza do Sistema de Investigação de Movimentações Bancá-
II. O cumprimento das formalidades estabelecidas na decisão judicial e no que determina o rias – Simba).
Marco Civil da Internet e/ou leis correlacionadas ao procedimento;
III. A integridade e a completude dos dados. 440. Obtendo-se êxito na solicitação de quebra de dados, o Lab-LD confecciona o Relatório de
Análise correlato (Relatórios Técnicos de análise sobre as quebras de sigilos bancários e fiscais)
§ 1º Ocorrendo inconsistência nos arquivos encaminhados pelos provedores de aplicação para remessa à autoridade demandante, trazendo importantes dados sobre a dinâmica das mo-
e/ou conexão deverá ser comunicada e instada pelo analista designado a fornecer um novo vimentações financeira, atuando no conceito follow the money esclarecendo o modus operandi
arquivo completo. daqueles indivíduos que são alvo de investigação.

§ 2º Havendo descumprimento da decisão judicial pelos provedores de aplicação e/ou cone- 441. O Lab-LD também realiza análises de Relatórios de Inteligência Financeira (RRIIFFII) forne-
xão, o responsável pela recepção e análise dos dados deverá comunicar o fato à autoridade cidos pelo Conselho de Controle de Atividade Financeira (COAF). Esta análise envolve o uso
policial responsável pelo “CASO”, para adoção das medidas cabíveis. de soluções tecnológicas para a verificação de dados estruturados, agregando funcionalidades
de ferramentas de business intelligence (BI) para esclarecimentos das dinâmicas dos dados em
436. Após o período de análise prévia, os arquivos considerados íntegros serão transferidos para apuração.
a base de dados do Cyberlab, tornando-se disponíveis para emissão de relatórios estatísticos,
bem como para realização do Relatório Técnico (RT).

SEÇÃO VI
DO LABORATÓRIO DE TECNOLOGIA CONTRA CORRUPÇÃO
E LAVAGEM DE DINHEIRO (LAB-LD)

437. O Laboratório de Tecnologia contra Lavagem de Dinheiro (Lab-LD) da Polícia Civil do Esta-
do da Bahia é órgão integrante da estrutura do Departamento de Inteligência Policial – DIP.

438. O Lab-LD é responsável por auxiliar as autoridades policiais do estado da Bahia em investi-
gações que envolvam grandes volumes de informações, referentes a delitos de lavagem de ca-
pitais, corrupção ou outros que envolvam grandes somas. Este assessoramento engloba, ainda,

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 132 133 TÍTULO IV • DOS PROCEDIMENTOS DE INTELIGÊNCIA POLICIAL
Parágrafo único – Para a execução dos trabalhos, serão disponibilizados todos os meios e re-
TÍTULO V cursos necessários, assim como o material a ser utilizado na correição, cujos modelos estão
DOS PROCEDIMENTOS RELACIONADOS A CRIMES FUNCIONAIS anexados a este manual, podendo ser providenciados outros diante da necessidade do serviço.
DAS CORREIÇÕES NAS ATIVIDADES DE POLÍCIA JUDICIÁRIA

CAPÍTULO II
CAPÍTULO I DA PUBLICIDADE DA CORREIÇÃO
CORREIÇÃO ORDINÁRIA
446. A publicidade da correição será feita por qualquer meio de comunicação, inclusive por meio
442. As correições ordinárias serão realizadas anualmente pela Corregedoria da Polícia Civil, eletrônico ou redes sociais, assim como pelas notificações expedidas pelo corregedor-chefe da
ou, por delegação, pela Coordenadoria Regional de Polícia do Interior, constituindo-se em Polícia Civil.
ação fiscalizadora das atividades de Polícia Judiciária, objetivando a verificação da regula-
ridade do serviço, o aperfeiçoamento profissional e o fiel cumprimento das normas legais e Parágrafo único – A notificação de que trata o § 2º do art. 1º será realizada por meio do siste-
regulamentares. ma SEI ou por qualquer meio de comunicação, inclusive por meio eletrônico ou redes sociais
e encaminhada ao titular da unidade a ser visitada, ou à autoridade policial que a substituir,
443. A correição será realizada por uma equipe composta por 1 (um) delegado de Polícia Civil, 1 bem como ao seu superior hierárquico imediato, sendo obrigação do responsável pela refe-
(um) escrivão de Polícia Civil e 2 (dois) investigadores de Polícia Civil, designados pelo correge- rida unidade policial cientificar os servidores que nela estão lotados, devendo tal notificação
dor-chefe da Polícia Civil, no uso de suas atribuições previstas no art. 23 da Lei nº 11.370/2009; conter como itens essenciais os seguintes requisitos:

444. O titular da unidade policial a ser visitada, ou o seu substituto legal, será notificado formal- I. A unidade policial objeto da correição;
mente da correição pelo corregedor-chefe da Polícia Civil, no prazo de 3 (três) dias de antece- II. O dia, local e hora do início dos trabalhos;
dência do ato correicional. III. A finalidade dos trabalhos a serem desenvolvidos no que concerne às correições;
IV. Cópia da Portaria ou do ato de comunicação que instituiu a correição.
445. Por determinação do corregedor-chefe da Polícia Civil, a autoridade policial responsável
pela correição autuará o despacho que determinou a sua realização, formando o respectivo pro-
cesso SEI, devendo constar dos autos: CAPÍTULO III
DA ORGANIZAÇÃO DOS TRABALHOS DA CORREIÇÃO
I. despacho do corregedor-chefe da Polícia Civil, acompanhado dos documentos que ense-
jaram a correição; 447. O titular da unidade policial a ser visitada, ou seu substituto, deve:
II. documentos produzidos pela equipe responsável pela correição, inclusive anexando rela-
tório final; I. cientificar os servidores da unidade onde irá ocorrer a correição, colocando a portaria ou
III. recomendação ou outras deliberações do corregedor-chefe da Polícia Civil. o ato de comunicação que a determinou em local visível;
II. apresentar aos membros da equipe de correição, quando do início dos trabalhos, a última
transmissão de titularidade da unidade policial, contendo informações a respeito do seu

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 134 135 TÍTULO V • DOS PROCEDIMENTOS RELACIONADOS A CRIMES FUNCIONAIS DAS CORREIÇÕES NAS ATIVIDADES DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
inventário de todo mobiliário e demais bens do seu patrimônio, bem como a relação dos I. a denominação da unidade policial;
servidores nela lotados, com cópias das portarias de lotação, e, ainda, a relação nominal II. o nome da autoridade policial e de todos aqueles que, efetivamente ou eventualmente,
dos procedimentos policiais adotados por aquela unidade, especialmente aqueles refe- estejam prestando serviços na unidade que foi visitada;
rentes aos Crimes Violentos Letais Intencionais – CVLI, disponibilizando-os para análise III. nomes dos estagiários e auxiliares, inclusive de empresas terceirizadas, se houver;
dos representantes da Corregedoria da Polícia Civil; IV. as atribuições da autoridade policial que foi objeto da correição;
III. disponibilizar uma sala, de preferência reservada e com as condições necessárias, para V. a média de ocorrências por mês, tendo como referência o último ano, na respectiva uni-
que a equipe correicional possa realizar os seus trabalhos; dade policial;
IV. tratar os membros da comissão de correição com urbanidade, presteza e respeito, aten- VI. a média entre o número de procedimentos policiais instaurados e concluídos e as ocor-
dendo às suas solicitações; rências registradas, tendo como referência o último ano, na respectiva unidade policial;
V. realizar correções e outros procedimentos de apuração previstos na Lei 12.209/2011 e VII. a observância de prazos;
Decreto nº 15.805/2014. VIII. avaliação dos trabalhos realizados pela unidade policial objeto de correição, sobretudo a
legalidade, regularidade, eficiência e qualidade.
IX. Sugestão de instauração de investigação preliminar, sindicância, PAD ou apenas um ofício
CAPÍTULO IV
correicional para a regularização da eventual inconformidade encontrada na unidade.
DA REALIZAÇÃO DOS TRABALHOS CORREICIONAIS

450. Com base no relatório circunstanciado apresentada pela equipe responsável pela correição,
448. Serão analisados:
o corregedor-chefe da Polícia Civil fará as recomendações que entender necessárias ao aprimo-
ramento dos serviços e encaminhará uma cópia do mesmo ao superior imediato do responsável
I. livros das repartições policiais ou, em sua falta, de registros e assentamentos de instaura-
pela unidade correicionada, anunciando que dentro de 30 (trinta) dias será cobrada a regulariza-
ção, remessa e devolução de autos de inquéritos policiais e termos circunstanciados de
ção da inconformidade encontrada procedida nova correição para comprovar se as falhas foram
ocorrências;
sanadas.
II. pastas e expedientes obrigatórios, como ofícios recebidos e enviados, comunicações in-
ternas, laudos periciais, requisições ministeriais e judiciais, e outros expedientes;
451. Na hipótese de constatação de infração de dever funcional, o corregedor-chefe da Polícia
III. procedimentos policiais instaurados e tramitando na repartição policial, e outros procedi-
Civil determinará a instauração de feito apuratório adequado, bem como ordenará as diligências
mentos de qualquer natureza, cujo exame se torne necessário, incluindo as Verificações
necessárias à sua instrução.
Preliminares de Informações (VPIs);
IV. material objeto de apreensão policial;
452. Serão arquivadas em pasta própria da Corregedoria da Polícia Civil as atas de instauração
V. todo o mobiliário da repartição policial e quaisquer bens à sua disposição;
dos trabalhos de correição realizados nas unidades policiais, para controle interno.
VI. o efetivo policial da repartição;
VII. ocorrências pendentes de validação no sistema;
453. Cópia do relatório circunstanciado será juntada aos autos do processo instaurado em torno
VIII. laudos periciais não remetidos para a Justiça.
da correição.

449. Concluída a correição, serão elaborados o termo de encerramento respectivo e relatório


final circunstanciado, do qual deverá constar:

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 136 137 TÍTULO V • DOS PROCEDIMENTOS RELACIONADOS A CRIMES FUNCIONAIS DAS CORREIÇÕES NAS ATIVIDADES DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
CAPÍTULO V 460. O não cumprimento das solicitações da Corregedoria da Polícia Civil pelo responsável da
DA CORREIÇÃO EXTRAORDINÁRIA unidade policial constitui infração a dever funcional, sujeitando-o às sanções disciplinares cabíveis.

454. As correições extraordinárias serão determinadas pelo corregedor-chefe da Polícia Civil, de 461. Segue, em anexo, a este capítulo destinado à correição, modelos de relatório de análise e
ofício, ou por recomendação do delegado-geral da Polícia Civil, para a imediata apuração de: providências a serem adotados nos procedimentos analisados, bem como o de relatório final das
correições.
I. abusos, erros ou omissões que incompatibilizem os servidores da Polícia Civil da Bahia
para o exercício do cargo ou função;
II. atos que comprometam o prestígio ou a dignidade da instituição; CAPÍTULO VII
III. descumprimento de dever funcional ou procedimento incorreto. DO ABUSO DE AUTORIDADE

455. Nos casos previstos no caput deste artigo, o corregedor-chefe da Polícia Civil poderá desig- 462. Não existe o crime de abuso de autoridade na modalidade culposa, admite-se apenas o
nar o corregedor adjunto ou quaisquer umas das autoridades corregedoras lotadas na Correpol dolo direto.
ou nas comissões setoriais para o desempenho das funções especificadas acima, relativas às
correições extraordinárias. I. A negligência, imprudência ou imperícia poderá, em tese, configurar ilícito funcional e/ou
responsabilização civil.
456. Excepcionalmente, o coordenador regional de polícia do interior poderá determinar a reali- II. O dolo eventual e o crime preterdoloso são incompatíveis com a tipificação dos crimes de
zação de correições extraordinárias, devendo cientificar, com antecedência, o corregedor-chefe abuso de autoridade.
da Polícia Civil sobre a realização do ato de fiscalização.
463. O crime de abuso de autoridade só poderá ser tipificado na sua forma dolosa, acrescido de
457. Aplicam-se à correição extraordinária, no que couberem, as normas estatuídas para a cor- finalidade específica, trata-se do antigo dolo específico.
reição ordinária.
Parágrafo único – A finalidade e específica consiste em prejudicar outrem ou beneficiar a si
mesmo ou a terceiro, ou, ainda, por mero capricho ou satisfação pessoal.
CAPÍTULO VI
RECOMENDAÇÕES FINAIS DAS CORREIÇÕES 464. O crime de hermenêutica não foi contemplado na nova Lei de Abuso de Autoridade, tam-
pouco em qualquer outro instrumento normativo vigente no ordenamento jurídico nacional.
458. A correição poderá ser suspensa ou interrompida por motivo justificável, que poderá inclu- Logo, a divergência de interpretação da lei, da avaliação de fatos ou das provas não configura o
sive ser divulgado para conhecimento de terceiros, por determinação do corregedor-chefe da crime de abuso de autoridade.
Polícia Civil.
Parágrafo único – Ressalvados os casos de interpretação teratológicas, absolutamente anor-
459. Sempre que conveniente, o corregedor-chefe da Polícia Civil transmitirá aos demais ór- mais, absurdas e incompatíveis com os direitos fundamentais e as garantias constitucionais.
gãos da Polícia Judiciária sugestões para o aprimoramento dos serviços, resultantes das apura-
ções obtidas em correições. 465. O crime de abuso de autoridade gera responsabilização nas seguintes esferas: penal, civil
e administrativa.

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 138 139 TÍTULO V • DOS PROCEDIMENTOS RELACIONADOS A CRIMES FUNCIONAIS DAS CORREIÇÕES NAS ATIVIDADES DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
466. O sujeito ativo do crime de abuso de autoridade são aqueles descritos no art. 2º da Lei no 469. No caso de indiciado preso em decorrência de prisão preventiva, a autoridade policial de-
13.869/2019. verá concluir, relatar e remeter os autos do inquérito policial no mesmo prazo atribuído para a
prisão em flagrante delito.
§ 1º Se o agente público invocar a sua condição de servidor público policial e descrever algu-
ma das condutas típicas prevista na Lei no 13.869/2019, poderá ser considerado sujeito ativo Parágrafo único – O retardamento indevido, acrescido da finalidade especial do art. 1º, § 1º,
de uma das condutas descritas como crime na Lei de Abuso de Autoridade mesmo que não configurará o crime de abuso de autoridade.
esteja no exercício do cargo ou função.
470. Cumprido o mandado de prisão temporária ou preventiva, o juiz que determinou a prisão
§ 2º Ainda que esteja de férias ou licença, o agente público poderá ser considerado sujeito deverá ser informado, imediatamente, do cumprimento da ordem judicial.
ativo do crime de abuso de autoridade.
Parágrafo único – A comunicação não pode ultrapassar o prazo de 24 horas, similar ao prazo
§ 3º Os atos da vida privada praticados pelo servidor policial civil, em regra, não configuram da prisão em flagrante delito.
abuso de autoridade, ressalvada a hipótese de infração administrativa por violação do decoro
ou da imagem da instituição. 471. Quando, excepcionalmente, a remessa da comunicação da prisão em flagrante, da prisão
temporária e da prisão preventiva ocorrer fora do prazo de 24 horas, deverá ser justificada no
§ 4º As excludentes de ilicitude, a inexistência do fato e a negativa de autoria, quando reco- mesmo ato da comunicação tardia.
nhecidas por sentença penal, vinculam a apuração disciplinar da conduta apontada como
configuradora de abuso de autoridade I. A ausência, injustificada, da comunicação da prisão flagrante, da prisão temporária e da
prisão preventiva configura o delito normativo do art. 12 da Lei no 13.869/2019.
II. A finalidade é evitar que o preso seja prejudicado, no caso de futura condenação, em
§ 5º Nos demais casos de absolvição na esfera criminal, não haverá vinculação direta com a
face da detração.
apuração disciplinar por abuso de autoridade.

472. A comunicação à família do preso aplica-se nos casos de prisão em flagrante, preventiva,
§ 6º Na hipótese de necessidade sacrificar o bem jurídico de terceiro que não seja o causador
temporária ou em virtude do não pagamento de pensão alimentícia. A finalidade é a de informar
do perigo, caberá ao Estado a reparação do dano, na forma prevista na Lei no 12.209/2011.
à família o local onde o preso encontra-se custodiado.

467. A condução coercitiva da testemunha ou do acusado representa restrição temporária da


473. A ausência da nota de culpa, no prazo de 24 horas, pode configurar o crime de abuso de
liberdade de locomoção e poderá configurar o tipo de art. 10 da Lei no 13.869/2019.
autoridade.

468. Vencido o prazo da prisão temporária, sem prorrogação, o preso provisório deverá ser pos-
474. Na forma do art. 13, o constrangimento, a exibição, a exposição vexatória ou ordem para
to em liberdade, independente de alvará, ofício ou quaisquer outras autorizações judiciais.
que o investigado produza prova contra si mesmo configura o crime de abuso de autoridade.
Parágrafo único – Vencido o prazo da prisão temporária, o encarceramento passa a ser ilegal
Parágrafo único – Não serão admitidas como excludente de ilicitude as alegações de que o
e acrescido da finalidade especial do art. 1º, § 1º, em tese, configurará o crime de abuso de
constrangimento imposto ao preso decorre da necessidade: de informação à sociedade; da
autoridade previsto no art. 12.
prevenção geral e/ou da transparência da ação policial.

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 140 141 TÍTULO V • DOS PROCEDIMENTOS RELACIONADOS A CRIMES FUNCIONAIS DAS CORREIÇÕES NAS ATIVIDADES DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
475. As condutas tipificadas no art. 13 da Lei no 13.869/2019 não se confunde com a hipóteses § 2º Na hipótese da existência do risco para o preso, seu advogado ou fundadas razões do
da Lei de Tortura, apesar da linha tênue. Em regra, na Lei de Tortura (9.455/1997) a vítima sofrerá iminente perigo de resgate por facções criminosas, a autoridade policial, ou na ausência
física ou mentalmente. deste, o servidor responsável pela custódia, antes de indeferir a entrevista pessoal, deverá
solicitar o apoio da Polícia Militar ou Guarda Municipal para assegurar o direito de entre-
Parágrafo único – O enquadramento na Lei de Abuso de Autoridade ou na Lei de Tortura vista do preso e a prerrogativa do advogado.
dependerá do caso concreto.
§ 3º O legislador inseriu o art. 7-B na Lei no 7.210, de 11 de julho de 1984 em flagrante confli-
476. O interrogatório tem a natureza jurídica de meio de defesa. to, na quantidade da pena, com o art. 20 da Lei no 13.869/2019. A falha do legislador deve
ser solucionada com a aplicação da norma mais benéfica. Na hipótese, o art. 7-B na Lei no
§ 1º Será assegurado ao interrogado o direto ao silêncio. 7.210, que prevê pena de detenção de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.

§ 2º Admitir-se-á o interrogatório seletivo, a critério da defesa técnica e/ou do interrogado. 480. O prazo razoável para esta entrevista será de 30 minutos. A entrevista pessoal tem a natureza
jurídica de autodefesa e consiste em um dos consectários lógicos da garantia constitucional da
§ 3º Na hipótese do interrogatório seletivo, é possível consignar as perguntas que serão res- ampla defesa.
pondidas ou não a exclusivo critério da defesa técnica e/ou do interrogado.
§ 4º Ressalvada a hipótese do interrogatório seletivo, não poderá a autoridade policial cons- 481. Invasão de domicílio praticada por servidor público no uso das prerrogativas do cargo ou
tar no termo do interrogatório nenhuma pergunta formulada ao investigado que invocar o sob a alegação de ser ocupante do cargo público caracteriza o crime de abuso de autoridade
direito ao silêncio, sob pena de tipificar o delito previsto no art. 15, parágrafo único, inciso previsto no art. 22 da Lei no 13.869/2019.
1º, da Lei no 13.869/2019.
§ 1º O crime do art. 22 da Lei no 13.869/2019 não se limita à residência, casa ou local de tra-
477. Em regra, o interrogatório na fase inquisitorial não exige a presença de advogado ou defen- balho, uma vez que usa a expressão imóvel. Logo quaisquer edificações, construções e
sor público, ressalvada a hipótese do indiciado ou conduzido optar pelo direito de ser acompa- terrenos, murados ou não, podem configurar o delito sobredito.
nhado por um defensor técnico.
§ 2º O consentimento para ingresso no imóvel, para ser válido, exige a declaração voluntária
478. Ressalvada a hipótese de flagrante delito, os interrogatórios serão feitos no período diurno. do morador ou proprietário.

479. A entrevista pessoal com o seu defensor técnico é direito do preso e prerrogativa do ad- § 3º A voluntariedade, referida no parágrafo anterior, exige declaração escrita e assinada da
vogado, logo o preso não pode ser impedido de exercer este direito, sob pena de configurar o pessoa maior e capaz que autorizou a entrada.
delito de abuso de autoridade previsto no art. 20 da Lei no 13.869/2019, desde que seja indicado
o elemento normativo especial previsto no dispositivo 2.1. 482. O procedimento investigatório que obtém ou utiliza prova adquirida por meio ilícito gera a
nulidade desta prova e das demais que sejam decorrentes da ilicitude, por derivação.
§ 1º Existindo risco para o preso, seu advogado ou fundadas razões do iminente perigo de
resgate por facções criminosas, a entrevista pessoal poderá ser indeferida e postergada Parágrafo único – A conduta descrita no 23 tipifica o crime capitulado no art. 25 da Lei no
para momento específico, desde que seja fundamentada por escrito. 13.869/2019.

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 142 143 TÍTULO V • DOS PROCEDIMENTOS RELACIONADOS A CRIMES FUNCIONAIS DAS CORREIÇÕES NAS ATIVIDADES DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
483. A produção e o uso da prova obtida por meio ilícito configuram o crime tipificado no art. 25 486. O retardamento que tipifica o delito do art. 31 da Lei no 13.869/2019 precisa ser despropor-
da Lei no 13.869/2019. cional quando cotejado com o objeto da investigação, a complexidade do caso, suas diligências
e a acessibilidade dos meios de provas necessários para confirmar ou afastar a veracidade dos
§ 1º Considera-se como prova ilícita aquela que viola de princípio constitucional ou norma fatos e circunstâncias apuradas art. 157 do CPP, alterado pela Lei no 11.690/2008; “São inadmissí-
legal. veis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em
§ 2º A produção e o uso da prova obtida por meio ilegítimo resultam na nulidade da prova violação a normas constitucionais ou legais. Trata-se de uma positivação do princípio da duração
e das demais que lhe sejam resultantes por derivação e devem ser banidas dos autos do razoável dos processos, que tem sede constitucional.
inquérito policial.
487. É direito do interessado e/ou do seu advogado ter acesso aos elementos, provas e docu-
§ 3º Considera-se como prova ilegítima aquela que viola norma processual. mentos que lhes digam respeito e juntados nos autos dos procedimentos de Polícia Judiciária. O
retardamento ou a negativa de acesso tipifica o delito do art. 33 da Lei13.869/2019.
§ 4º Excepcionalmente, admite-se que o indiciado utilize a prova ilegal, para provar a sua ino-
cência, hipótese na qual não será expurgada dos autos do inquérito policial. § 1º Ressalvados os elementos, provas e documentos que digam respeito exclusivamente
a terceiro ou às diligências em curso e submetidas ao sigilo. 28.2 Concluída a diligência
§ 5º A prova ilegal é gênero, das quais são espécies a prova ilícita e a prova ilegítima. sigilosa, o interessado ou seu defensor, este mediante procuração, terá acesso às provas,
elementos e documentos sigilosos.
484. Diante da notícia de um ilícito penal ou administrativo, é dever da autoridade policial agir.
O delito do art. 27 da Lei no 13.869/2019 só estará configurado na hipótese de absoluta ausência § 2º As peças não sigilosas dispensam apresentação de procuração para o acesso do defensor.
de indícios de crime ou de infração administrativa.
488. O art. 33 da Lei no 13.869/2019 tipifica como crime de abuso de autoridade a violação ao
§ 1º Considera-se indício a prova indireta ou a prova semiplena. princípio da legalidade. Trata-se de uma forma especial de constrangimento ilegal.
§ 2º A prova indireta é aquela que serve para confirmar ou negar uma afirmação.
§ 3º A prova semiplena consiste em um elemento de menor valor de convencimento. § 1º A conduta conhecida como “carteirada”, na qual o servidor público policial civil, valendo-
-se do cargo que ocupa, pretende eximir-me de obrigação imposta a todos, obtenção de
485. O art. 30 da Lei no 13.869/2019 traz como elemento do tipo o conceito aberto de “justa causa”. vantagem ou de privilégio indevido configura o crime previsto no art. 33, parágrafo único,
da Lei no 13.869/2019.
§ 1º A justa causa consiste em um suporte fático mínimo capaz de justificar o início da perse-
cução penal. A apuração não pode ser temerária, para tanto exige-se indício de autoria, § 2º Para a tipificação do art. 33 da Lei no 13.869/2019, caput e do parágrafo único do mesmo
existência material do fato típico e prova da antijuridicidade. artigo exige-se o nexo funcional.
§ 2º Dar início à persecução penal capaz de configurar o delito do art. 30 da Lei no 13.869/2019
consiste na instauração abusiva e consciente da inocência ou ausência da justa causa. 489. O art. 38 da Lei no 13.869/2019 pune criminalmente a conduta afoita e de má-fé do servidor
§ 3º Proceder à persecução penal capaz de configurar o delito do art. 30 da Lei no 13.869/2019 policial responsável pela investigação que antecipar a atribuição de culpa ao investigado, antes
consiste na hipótese de iniciar uma persecução penal de boa-fé, durante a investigação des- de concluída a investigação. Pune-se o pré-julgamento inquisitorial.
cobre, claramente, a ausência da justa causa, contudo conclui com uma tese acusatória.

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 144 145 TÍTULO V • DOS PROCEDIMENTOS RELACIONADOS A CRIMES FUNCIONAIS DAS CORREIÇÕES NAS ATIVIDADES DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
e) outras crises de natureza policial julgadas igualmente graves e complexas pelo Delegado Ge-
TÍTULO VI ral da Polícia Civil, especialmente quando possuidoras das características descritas.
ATENDIMENTO E TRATAMENTO DE OCORRÊNCIAS ENVOLVENDO
REFÉNS TOMADOS E DEMAIS SITUAÇÕES DE CRISES INSTALADAS II. ACIONAR a COORDENAÇÃO DE OPERAÇÕES ESPECIAIS – COE e ato continuo informar ao
CICOM sobre a ocorrência em andamento, para cidades onde não tem CICOM deverá informar
490. Para fins de aplicação do que dispõe este capítulo do manual de procedimentos, conside- ao órgão responsável pelas comunicações, o Coordenador Geral da COE informará a Delegada
ra-se situações de crise como “eventos cruciais que exige uma resposta especial da Polícia a fim Geral da Polícia Civil sobre a ocorrência e deslocará para atendimento a mesma, com especia-
de assegurar uma solução aceitável”, são complexas e imprevisíveis, apresentam compressão de listas nas 04 (quatro) alternativas táticas, (NEGOCIADORES, ARMAMENTOS MENOS LETAL, ATI-
tempo (urgência) para as medidas iniciais, entre outras características peculiares. Por isso devem RADORES DE PRECISÃO E EQUIPES DE OPERAÇÕES TÁTICAS ESPECIAIS), além do Gerente de
receber tratamento diferenciado por parte da polícia com o objetivo de preservar as vidas das Crises para realizar o atendimento a ocorrência de crítica instalada.
pessoas envolvidas (policiais, reféns e causadores), bem como promover a aplicação da lei e o
restabelecimento da normalidade. III. CONTER a crise, impedindo que ela se alastre e que o Causador tenha acesso a mais armas
de fogo ou branca, munições, faça novas vítimas, consiga fugir ou conquiste posição vantajosa
491. Em todo o estado, a primeira equipe que chegar ao local onde está ocorrendo a situação de sobre a polícia.
crise será denominada como equipe de 1ª INTERVENÇÃO que é responsável por:
IV. ISOLAR a crise e o Causador, impedindo o acesso de terceiros curiosos, da imprensa, policiais
I. IDENTIFICAR; Civis e Militares estranhos a operação ao centro da crise, além de isolar o causador, sobretudo
II. ACIONAR; por meio da interrupção ou bloqueio das comunicações dele com o mundo exterior, restringindo
III. CONTER; seus contatos de modo que o único canal de comunicação seja com o policial negociador. O iso-
IV. ISOLAR; lamento deve ser feito dentro de perímetros, utilizando-se de materiais de sinalização como co-
V. VERBALIZAR. nes, fitas zebradas, cavaletes ou outros meios de fortuna. Sendo que no perímetro de isolamento
interno só deverá permanecer a equipe de 1ª Intervenção, o causador da crise e as vítimas. Esse
I. IDENTIFICAR a suposta Crise de modo a colher o maior número possível de informações a ela perímetro deve ter tamanho suficiente para manter as pessoas anteriormente descritas em uma
relacionadas como o número de causadores da crise, motivação do ato, armas de fogo, armas distância de segurança e para que não atrapalhe a condução da crise.
brancas, presença de artefatos explosivos, número de reféns, pessoas feridas, local de confina-
mento, vias de fuga, entre outras informações julgadas necessárias; V. VERBALIZAÇÃO com o (s) causador (es) da crise, que deve ser conduzida sempre de forma a
garantir a integridade física do policial 1º interventor, o qual, valendo-se de termos tranquilos e
Para fins deste manual de procedimentos, consideram-se ocorrências críticas as seguintes: objetivos, visará a desestimular o ato delituoso e a não potencializar os ânimos já exaltados, não
permitindo em hipótese alguma concessões de qualquer natureza ao(s) causadores(es), como
a) ocorrências que envolvam reféns; deixar ele fugir ou transferir a crise de local, ceder coletes balísticos, falar com parentes, falar com
b) ocorrências com artefatos explosivos; a imprensa, dá acesso a drogas de uso controlados ou restritos ou bebidas alcoólicas, alimentos
c) ocorrências que envolvam pessoas com propósitos suicidas de posse de armas de fogo ou em geral, entre outros.
brancas; a) Ao chegar a equipe especializada da Coordenação de Operações Especiais – COE, a mesma
d) ações de vulto praticadas por organizações criminosas; assumirá a ocorrência e o 1º interventor deverá de pronto passar todas as informações colhidas

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 146 147 TÍTULO VI • ATENDIMENTO E TRATAMENTO DE OCORRÊNCIAS ENVOLVENDO REFÉNS TOMADOS E DEMAIS SITUAÇÕES DE CRISES INSTALADAS
durante a verbalização inicial aos negociadores da COE e informar ao causador a chegada da a) O Gerente da Crise é o responsável por designar o policial que irá prestar esclarecimentos e
equipe especializada para aquele tipo de situação que irá passar a conversar com o mesmo, essa informações sobre a ocorrência para a imprensa, sob sua orientação do que falar, não devendo
ação será realizada mediante orientação dos negociadores da COE. nenhum outro policial que não o designado fazer declarações a qualquer veículo de mídia. De-
ve-se ainda ter cautela nas informações prestadas de forma a não agregar ou potencializar novos
Parágrafo único: O Negociador Trata-se de policial Civil habilitado pela COE, formado em curso elementos a situação crítica e de noticiar fatos que porventura possam comprometer a segurança
específico que utiliza de técnicas de negociação para estabelecer vínculo direto de mediação ou aspectos técnicos e sigilosos da operação, bem como a integridade de todos os envolvidos
com o(s) causador(es) da crise na tentativa de persuadi-lo(s) à libertação do(s) refém(ns) e à ren- na ocorrência.
dição, bem como procura coletar o maior número de informações acerca do ambiente e do de-
senvolvimento da ocorrência. 494. Após o término da ocorrência todos os envolvidos deverão ser levados à Delegacia Territo-
rial, para que a autoridade policial tome as medidas cabíveis a ocorrência.
492. Estrutura básica de equipe de 1ª Intervenção será formada por:

I. Interventor Principal: Policial que irá deparar-se com a ocorrência em andamento e iniciará uma
verbalização com o causador de forma clara e calma, com o intuito de coletar o máximo de infor-
mações para solução da ocorrência.

II. Interventor Secundário: Irá direcionar, apoiar e aconselhar o primeiro interventor. Poderá subs-
tituí-lo caso haja necessidade. Poderá acumular as funções de anotador e segurança.

III. Interventor anotador: Coletará o maior número de informações possível no transcorrer da cri-
se. Registrar o que é positivo/negativo para o causador.

IV. Segurança: O quarto policial envolvido ficará com a responsabilidade de promover a segu-
rança dos integrantes da equipe de primeira intervenção, zelando pela integridade física e a
dignidade de todos à sua volta. De acordo com as peculiaridades de cada área, considerar o uso
de escudo balístico.

V. Na ausência de policiais na equipe de intervenção as funções deverão ser acumuladas, só não


podendo acumular a de Interventor Principal, com qualquer outra função, pois é o mesmo quem
verbaliza com o causador da crise.

493. Os órgãos de imprensa serão instados a se abster de transmitir imagens e/ou manter conta-
to com os envolvidos na ocorrência, se os responsáveis pela operação tática especial vislumbra-
rem a existência de riscos da respectiva intervenção.

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 148 149 TÍTULO VI • ATENDIMENTO E TRATAMENTO DE OCORRÊNCIAS ENVOLVENDO REFÉNS TOMADOS E DEMAIS SITUAÇÕES DE CRISES INSTALADAS
num universo antagônico, de difícil obtenção. As Ações de Busca: Infiltração, Entrada e Intercep-
TÍTULO VII tação de Sinais e de Dados, que necessitam de autorização judicial, são classificadas como ações
DO PLANEJAMENTO OPERACIONAL DE POLÍCIA JUDICIÁRIA de Inteligência Policial Judiciária. Tais ações são de natureza sigilosa e envolvem o emprego de
técnicas especiais visando à obtenção de dados (indícios, evidências ou provas de autoria ou
CAPÍTULO I materialidade de um crime).
DEFINIÇÕES
500. Alvo. É o objetivo principal das ações policiais. Pode ser um objeto, uma pessoa, uma orga-
495. Entende-se por operação as ações que demandam a reunião de recursos extraordinários, nização, um local ou um evento de interesse da Segurança Pública.
notadamente, humanos e materiais, desde que submetidas a um processo de gestão padroniza-
do (planejamento, execução, controle e avaliação), para fins de potencialização dos resultados 501. Operações de Inteligência. É o conjunto de ações desenvolvidas com o emprego de técni-
organizacionais, dentre as quais se destacam: cas e meios especializados, ordinariamente de caráter sigiloso, executadas de forma planejada,
com vistas à obtenção de dados e informações negadas ou protegidas, necessários para a pro-
I. Cumprimento de Mandado de Prisão; dução de conhecimento de Inteligência visando o auxílio em investigação criminal e planejamen-
II. Cumprimento de Mandado de Busca e Apreensão; to operacional.
III. Cumprimento de Mandado de Condução Coercitiva;
IV. Transporte de alvos sensíveis e proteção de dignitários; CAPÍTULO II
DO PLANEJAMENTO OPERACIONAL E SUAS ETAPAS
496. A Inteligência deve atuar em todas as fases da operação, inclusive após a sua deflagração,
quando desenvolverá ações para implantar e estimular a consciência situacional a fim de forne- 502. O planejamento operacional de polícia judiciária é etapa fundamental a ser observada para
cer ao órgão de comando e controle a exata percepção do ambiente externo e suas circunstân- o cumprimento das diligências necessárias à instrução probatória no curso da investigação crimi-
cias, além dos eventos excepcionais que devem ser levados em consideração para o exercício nal, devendo ser utilizado em:
da decisão.
I. Ações de rotina e levantamento de dados preliminares;
497. O planejamento envolve o gerenciamento da utilização dos recursos da Agência de Inteli- II. Deflagração de medidas assecuratórias.
gência (AI) e dos aspectos essenciais a conhecer, visando atender orientar a produção de conhe-
cimentos úteis, sensíveis e relevantes, necessários à tomada de decisão. 503. Na atividade de planejamento operacional deverá ser observado, no que couber, roteiro e
modelo de Plano Pré-Operacional e o Plano Operacional estabelecidos no ANEXO do presente
498. Ambiente Operacional. É o local onde são desenvolvidas ações especializadas voltadas para Manual, levando-se necessariamente em consideração os seguintes elementos, os quais deverão
a obtenção de dados e informações de Inteligência, o qual deve ser previamente delimitado vi- ser detalhados caso a caso:
sando identificar circunstâncias e fatores que dificultem a execução do plano operacional.
I. Objetivo da Operação, definindo os alvos e seu grau de periculosidade, a coleta de documen-
499. Ações de Busca. São todos os procedimentos realizados pelo conjunto ou parte dos agentes tos e dados, ou a apreensão de materiais de interesse da investigação, atentando-se rigorosa-
do Elemento de Operações (ELO) de uma AI, a fim de reunir dados protegidos e/ou negados, mente para as regras de cadeia de custódia da prova;

151 TÍTULO VII • DO PLANEJAMENTO OPERACIONAL DE POLÍCIA JUDICIÁRIA


II. Ambiente operacional, estabelecendo o local, data, horário e circunstâncias em que se dará a jamento em concreto, devendo ser considerada a sua finalidade, relevância e necessidade de
operação; difusão dos dados.

III. Efetivo a ser empregado, considerando as atividades que envolvem a operação, e buscando 507. Quando houver utilização de recurso típico da Atividade de Inteligência, ou, de outro modo,
minorar a ocorrência de confrontos, ou exposição de terceiros a danos colaterais; a característica intrínseca da operação assim demandar, a Agência Central do Sistema de Inteli-
gência da Polícia Civil, ou a estrutura orgânica desta natureza da unidade operativa, mobilizará
IV. Recursos materiais, informacionais e tecnológicos que auxiliarão no alcance do objetivo da recursos humanos para participação visando alcançar os seguintes objetivos:
operação;
I. Proceder à análise de inteligência visando o processo de integração dos conhecimentos de
V. Logística operacional, prevendo papéis e responsabilidades sobre as equipes e os alvos, além inteligência previamente produzidos pelos órgãos operativos envolvidos na operação;
do roteiro para briefing e debriefing;
II. Coordenar as atividades de inteligência da operação a fim de contribuir para o intercâmbio e
VI. Limites à atuação do Estado e produção da prova impostos legalmente durante a execução difusão de informações úteis e relevantes para sua execução;
das ações operacionais.
III. Apresentar ao coordenador informações úteis e relevantes para auxiliar no processo decisório
504. O presidente da investigação deve, considerando a complexidade da diligência e objetivos em todas as fases da operação;
pretendidos, analisar a necessidade de utilização do modelo padrão, ou a sua adaptação para as
dimensões da ação planejada. IV. Manter a Direção Superior da Polícia Civil informada de todas as fases da Operação;

Parágrafo único. As operações que se enquadrem nas diretrizes da Portaria nº 210/2021, devem V. Contribuir para a implantação e manutenção da consciência situacional em auxílio aos servido-
ser previamente comunicadas à AEXPJ, para acompanhamento, apoio técnico e avaliação de res sobre os quais recaem as atribuições de comando e controle;
resultados, assim como ao Departamento de Inteligência Policial (DIP), diretamente, ou por meio
da estrutura orgânica desta natureza que integra a unidade operativa, que promoverá o assesso- VI. Levantar os pontos sensíveis, as vulnerabilidades e os riscos potenciais e concretos à execução
ramento dos decisores estratégicos. da Operação;

505. Serão enquadradas como Operações Padronizadas de Polícia Judiciária do Estado da Bahia VII. Elaborar Plano Pré-Operacional para a fase de execução da Operação;
aquelas que adotarem como base o modelo ora apresentado em anexo, e atendam ao requisito
previsto na Portaria nº 210/2021. VIII. Estabelecer a ligação com as agências de Inteligência dos órgãos de Inteligência do Sistema
Estadual de Inteligência de Segurança Pública;
Parágrafo único. Ato do Delegado-Geral regulamentará operações de interesse estratégico/ins-
titucional para fins de acompanhamento e controle da AEXPJ. IX. Estabelecer a ligação com os órgãos de Inteligência que integram o Subsistema de Inteligên-
cia de Segurança Pública.
506. O Roteiro e o Plano Operacional em anexo são modelos. O sigilo da operação, que não se
confunde com o sigilo aplicado a documentos públicos, deverá ser classificado com o plane- X. Entende-se por:

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 152 153 TÍTULO VII • DO PLANEJAMENTO OPERACIONAL DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
a. ATIVIDADE DE INFORMAÇÃO: é a que tem por finalidade a produção de conhecimento que TÍTULO VIII
habilite as autoridades governamentais, nos respectivos níveis e áreas de atribuição, à oportuna DA DOCUMENTAÇÃO E ESTATÍSTICA POLICIAL
tomada de decisões ou elaboração de planos, fornecendo subsídios à administração institucio-
nal para a formulação, execução e acompanhamento de políticas próprias. 508. Cabe à CDEP a gestão do arquivo criminal do estado da Bahia, de modo a proceder inser-
ção e exclusão de dados, bem como a emissão dos certificados e Folha de Antecedentes Crimi-
b. ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA DE SEGURANÇA PÚBLICA: é a atividade técnico especializada, nais - FAC, após a realização de consultas e pesquisas.
permanentemente exercida e orientada para a produção e salvaguarda de conhecimentos de
interesse da segurança pública que, por seu sentido velado e alcance estratégico, configurem 509. O Certificado de Antecedentes Criminais poderá ser solicitado pelo interessado, presen-
segredos de interesse do Estado e das instituições, objetivando assessorar as respectivas chefias cialmente na CDEP ou nos postos SACs, via web, no sítio da SSP ou pelo e-mail institucional da
em qualquer nível hierárquico. CDEP,

c. COMANDO E CONTROLE: Constitui-se no exercício da autoridade e da direção que um co- 510. A Folha de Antecedentes Criminais - FAC, solicitada por autoridades que não tenham aces-
mandante tem sobre as forças sob o próprio comando, para o cumprimento da missão designa- so ao SEI, será efetuada preferencialmente via e-mail institucional da CDEP, ou, excepcionalmen-
da. Viabiliza a coordenação entre a emissão de ordens e diretrizes e a obtenção de informações te, pelos Correios e Telégrafos ou presencialmente, sempre por meio de ofício, cabendo a CDEP
sobre a evolução da situação e das ações desencadeadas. a remessa nesses mesmos moldes.

d. CONHECIMENTO: é a representação de um fato ou de uma situação, real ou hipotético, de 511. A estatística policial será efetuada de acordo com o quanto descrito na forma na Instrução
interesse para a atividade de inteligência de segurança pública, com exame e processamento Normativa nº 001, de 11 de julho de 2019, enquanto perdurar o processo de implantação de
pelo profissional de inteligência; procedimento policial eletrônico nas unidades policiais.

e. CONSCIÊNCIA SITUACIONAL: Percepção precisa dos fatores e condições que afetam a execu- I. Os órgãos da Polícia Civil do Estado da Bahia deverão observar os procedimentos pre-
ção da tarefa durante um período determinado de tempo, permitindo ou proporcionando ao seu vistos na legislação pertinente e o disposto na instrução que regulamenta o SGE, para o
decisor, estar ciente do que se passa ao seu redor e assim ter condições de focar o pensamento registro de dados e informações necessários para a produção das estatísticas criminais,
à frente do objetivo. É a perfeita sintonia entre a situação percebida e a situação real. enquanto perdurar as condições do caput deste artigo.
II. São responsáveis pelo cumprimento desta Instrução os órgãos que integram a estrutura
f. DADO: é qualquer representação de um fato ou de uma situação, passível de estruturação, organizacional da Polícia Civil do Estado da Bahia, instituída nos termos da Lei nº 11.370,
obtenção, quantificação e transferência, sem exame e processamento pelo profissional de inteli- de 4 de fevereiro de 2009.
gência de segurança pública; III. Compete aos gestores dos órgãos da Polícia Civil a supervisão do cumprimento das orien-
tações para documentação e registro de dados e informações necessários para a pro-
g. INFORMAÇÃO: é o conjunto de dados que possui relevância e aplicação útil, exige unidade dução das estatísticas criminais, emissão dos Certificados e das Folhas de Antecedentes
de análise e consenso em relação ao seu conteúdo. Criminais, no âmbito dos mesmos e das unidades operativas vinculadas ao órgão sob sua
gestão, responsabilidade dos seus titulares, quando for o caso.

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 154


512. Para fins de organizar e manter atualizado banco de dados com informações coletadas e
as estatísticas respectivas, relativo a ocorrências policiais e a infrações penais, de interesse da TÍTULO IX
investigação criminal, no âmbito da PCBA, o registro de dados e informações acerca de ocorrên- DA COMUNICAÇÃO SOCIAL POLICIAL
cias e procedimentos policiais e de possíveis alterações nos mesmos obedecerá aos seguintes
conceitos: 514. A comunicação social da Polícia Civil do Estado da Bahia é desenvolvida pela Assessoria de
Comunicação Social – Ascom, conforme dispositivo da Lei Orgânica da PCBA, que deverá seguir
I. Por registro de ocorrência entende-se a inserção em sistema eletrônico ou manual de os seguintes preceitos:
dados ou informações relativos à comunicação de fato de interesse policial, que gera do-
cumento devidamente validado pela autoridade policial, denominado BO. I. disseminação de informações sobre assuntos essenciais ao interesse público;
II. Por registro de procedimento policial entende-se a inserção em sistema eletrônico ou II. preservação da intimidade e a garantia da presunção de não culpa constitucional;
manual de dados e informações sobre procedimentos técnicos afins à atividade de Polícia III. o sigilo necessário à elucidação do fato e o interesse da sociedade;
Judiciária, tais quais inquéritos, termos e autos diversos. IV. zelar para o uso adequado das regras contidas na Portaria GDG 754, 6/12/2019, que ins-
III. Sistema manual, aquele utilizado para fins de registro manual de BO, em livro cartorário tituiu a padronização de identidade visual, no âmbito da PCBA.
de ocorrência, e de procedimentos policiais, com o uso de livro de ocorrências adminis-
trativas. Parágrafo único – É vedada a publicidade que, direta ou indiretamente, caracterize promoção
IV. Sistema de Gestão Estatística – SGE, utilizado para fins de inserção de dados e informa- pessoal de autoridade ou de servidor público.
ções sobre ocorrências e procedimentos policiais relevantes e registros complementares
para a produção de estatísticas de interesse da segurança pública, oriundos dos sistemas 515. Deverão ser adotadas as seguintes condutas na divulgação de informações sobre investiga-
corporativos até a plena implantação do procedimento policial eletrônico. ções e procedimentos policiais executados nas unidades policiais:
V. Consideram-se ocorrências e procedimentos policiais relevantes e registros comple-
mentares todos aqueles que resultem na necessidade de lançamento de dados no I. Toda e qualquer operação que possa gerar repercussão nos meios de comunicação de-
SGE. verá ser informada à Ascom, antecipadamente para acompanhamento das diligências
VI. Sinesp PPE é o principal sistema utilizado pela PCBA para fins do registro de ocorrên- decorrentes, ressalvados os cuidados com o sigilo policial, para que, juntamente com o
cias e procedimentos policiais, até o pleno funcionamento de procedimento policial delegado-geral, decidam a estratégia de comunicação relacionada à divulgação e reper-
eletrônico, admitindo-se o uso de livros em unidades policiais que eventual e tempo- cussão dos fatos de interesse público envolvidos na investigação;
rariamente não reúnam as condições técnicas ou operativas necessárias para o seu II. A Assessoria Executiva de Planejamento de Operações de Polícia Judiciária – AEXPJ en-
funcionamento. viará para a Ascom calendário permanente e/ou eventual, das operações de caráter fisca-
lizatório/preventivo, de interesse social;
513. À autoridade presidente do inquérito policial ou do TCO compete remeter à CDEP, quando III. Nos casos em que o delegado de polícia entender por pertinente o acompanhamento de
da solicitação da inclusão do nome do investigado no banco de dados do arquivo criminal, para veículos de mídia externos em operações policiais, deverá ser o pedido encaminhado à
fins de indiciamento, cópias do relatório do inquérito policial e do boletim individual, contendo Ascom, que por meio de despacho fundamentado analisará a pertinência da participação,
a infração penal que lhe é imputada e a sua qualificação. equipamentos necessários à segurança dos envolvidos, bem como prévia participação do
setor de comunicação na seleção de imagens a serem utilizadas para divulgação, ouvido
o delegado-geral.

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 156


IV. Está autorizado a falar em nome da Polícia Civil do Estado da Bahia o delegado de polícia Parágrafo único – O delegado-geral poderá, em qualquer caso que entender necessário, avo-
que conduz a investigação, ou pessoa especificamente designada para este fim. car a divulgação sobre as atividades policiais, bem como delegá-la.
V. É vedado ao delegado de polícia, quando de entrevistas, a emissão de opiniões pessoais
sobre investigados e investigações em andamento, devendo sempre ser preservada a 516. A Ascom elaborará estatística mensal de participação, visibilidade e divulgação institucional,
posição oficial e institucional. bem como sobre as páginas em redes sociais, a prática de “ações sociais” pela PCBA, perfis públicos,
VI. As entrevistas coletivas serão sempre convocadas pelo setor de comunicação, sendo ve- blogs e sites, a fim de consubstanciar o processo de acompanhamento de indicadores de desempe-
dado ao delegado de polícia a convocação de coletivas sem a prévia anuência do dele- nho relacionado à área, e correspondente processo decisório quanto à imagem institucional.
gado-geral da Polícia Civil.
VII. É vedada a exposição de material arrecadado e apreendido como resultados de opera-
ção policial, sem a observância do processo de controle envolvendo as embalagens, eti-
quetas e artefato para lacre do material, observadas as adequações à cadeia de custódia
da prova.
VIII. Nas entrevistas que conceder, o delegado de polícia limitar-se-á a informar sobre os cri-
mes que estão sendo investigados, os recursos empregados e outras informações que
digam respeito aos atos não sigilosos da operação, devendo se abster de divulgar:
a) o nome dos investigados;
b) as técnicas de investigação utilizadas;
c) informações sigilosas que constem dos autos;
d) outras informações que possam comprometer as investigações.
IX. Serão observadas em relação aos investigados as mesmas prescrições contidas em rela-
ção à imagem dos presos.
X. É vedada a difusão de releases e informações relativas a prisões e investigações policiais
sem a prévia revisão do setor de comunicação da Ascom.
XI. É vedada a criação, na rede mundial de computadores, de sítios, páginas em redes sociais,
perfis públicos, blogs e correlatos, relacionados às unidades administrativas da Polícia Ci-
vil do Estado da Bahia, devendo as divulgações institucionais publicitárias e informativas
serem feitas de forma centralizada por meio do setor de comunicação, utilizando os meios
e canais oficiais da Polícia Civil.
XII. Durante entrevista aos meios de comunicação, deverá ser adotada a seguinte vestimenta:
a) para os delegados de polícia, terno e gravata ou padrão de uniforme operacional,
conforme a situação;
b) para as delegadas de polícia, traje social ou padrão uniforme operacional, confor-
me a situação.

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 158 159 TÍTULO VIII • DA COMUNICAÇÃO SOCIAL POLICIAL
519. As autoridades policiais deverão abster-se da divulgação, pelos órgãos de comunicação, de
TÍTULO X imagens de pessoas tidas como suspeitas ou indiciadas em inquéritos policiais, face aos princí-
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E FINAIS pios estatuídos nos incisos X, XLI, XLIX e LVII, do art. 5º da Constituição Federal, salvo quando por
elas formalmente autorizada.
517. É dever do policial civil trajar-se de forma compatível com o decoro da função, usar unifor-
me padronizado quando previsto, especialmente em operações ostensivas, e dispensar trata- 520. A autoridade policial designada para instaurar ou dar prosseguimento a inquérito policial
mento adequado, célere e eficiente ao cidadão e/ou usuário em geral dos serviços prestados em caráter especial ficará vinculada ao feito até sua efetiva conclusão, independentemente de
pela instituição, bem como observar o uso adequado das regras contidas na Portaria GDG 754, lotação, salvo por determinação em contrário do delegado-geral da Polícia Civil.
6/12/2019, que instituiu a padronização de identidade visual, no âmbito da PCBA.
Parágrafo único – Concluído o procedimento, a autoridade policial remeterá cópia do seu
relatório à autoridade resignante.
518. Em conformidade com as orientações dos órgãos de controle externo, e na legislação que
rege a matéria, as diárias a que faz jus o servidor em deslocamento serão solicitadas pelo delega- 521. A autoridade policial, antes de iniciar o interrogatório, cientificará o investigado, quando
do titular da sua unidade, em requerimento padrão dirigido ao diretor do departamento a cuja couber, acerca dos benefícios da confissão e da delação premiada.
unidade policial seja subordinada.
522. O escrivão diligenciará para arquivar em pasta própria todos os documentos expedidos ou
§ 1º Deverá ser utilizado o requerimento padrão a que se refere o caput deste artigo, que se recebidos na sua unidade, excetuando-se aqueles vinculados aos procedimentos policiais.
encontra no anexo deste manual, disponível no site http://www.policiacivil.ba.gov.br/down-
loads/solicitacao-de-diarias.pdf. 523. Nas inquirições de servidores públicos efetivos, especialmente policiais, bastará consignar
o endereço da unidade de lotação, dispensando-se o endereço de residência, nos termos do art.
§ 2º As diárias serão solicitadas antes do deslocamento do servidor, exceto em casos urgen- 76, parágrafo único, do Código Civil Brasileiro.
tes, dentre outros, como o deslocamento para a lavratura de auto de prisão em flagrante e
de termo circunstanciado de ocorrência, cumprimento de mandados de prisão e diligências 524. As notícias de crimes registradas em outras unidades, cuja apuração é de atribuição espe-
requeridas pelo Poder Judiciário, desde que assinalado o caráter de urgência da diligência cífica de delegacias especializadas, a estas deverão ser comunicadas com toda brevidade, por
pela autoridade requisitante. meio de ofício, fax ou e-mail institucional ou outro meio digital institucional, para a adoção das
pertinentes providências.
§ 3º A autoridade policial providenciará para que seja preenchido o formulário do mapa diá-
rio de controle de viatura, necessário ao devido registro do deslocamento de viaturas de 525. A autoridade policial comunicará à Polícia Federal o extravio, perda, furto, roubo, recupera-
qualquer natureza, cujo modelo se encontra disponibilizado no site eletrônico: http://www. ção ou apreensão de armamento em procedimentos policiais no prazo de 48 horas.
policiacivil.ba.gov.br/downloads/mapa-diario-de-controle-dviaturas.pdf.
526. Quando a autoridade policial, no curso de investigação, se deparar com vítima ou testemu-
506. Compete ao investigador de polícia alimentar sistemas corporativos e elaborar relatórios de nha sob ameaça, e exposta a grave e a atual perigo em virtude de colaboração ou de informa-
suas atividades, especificando os resultados das diligências por ele realizadas, de forma a atestar
sua produtividade e possibilitar a retomada das diligências por outro policial.

161 TÍTULO IX • DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E FINAIS


ções prestadas, deverá encaminhá-la ao Programa de Proteção à Vítima e à Testemunha Amea-
çada (Provita), ou a outro programa oficial similar, visando a seu ingresso.

Parágrafo único – A solicitação será dirigida ao Departamento de Homicídio e Proteção à Pes-


soa (DHPP), que a encaminhará ao respectivo programa.

527. Todos os órgãos e unidades deverão rever e atualizar os fluxogramas, rotinas e árvore de
documento no SEI e outros sistemas corporativos, visando possibilitar a efetivação de todos os
atos procedimentais previstos neste manual.

528. Os casos omissos serão resolvidos pelo Delegado-Geral, que poderá consultar o Conselho
Superior de Polícia Civil.

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 162


A N EX O I D A I N S T R U Ç Ã O N O R M A T I V A
Nº. 04 DE 1º DE MARÇO DE 2022

MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA


CAPA DE AUTOS DE INQUÉRITO POLICIAL PORTARIA DE INQUÉRITO POLICIAL

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 166 167 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
MANDADO DE INTIMAÇÃO ORDEM DE MISSÃO – OM

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 168 169 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
INSTRUÇÕES DE PREENCHIMENTO DA ORDEM DE MISSÃO – OM RELATÓRIO DE INVESTIGAÇÃO CRIMINAL – RIC

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 170 171 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
INSTRUÇÕES DE PREENCHIMENTO DO RELATÓRIO DE INVESTIGAÇÃO CRIMINAL – RIC TERMO DE DECLARAÇÕES

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 172 173 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
TERMO DE DECLARAÇÕES COM REPRESENTAÇÃO TERMO DE DECLARAÇÕES COM REPRESENTAÇÃO
(INQUIRIÇÃO POR VIDEOCONFERÊNCIA/AUDIÊNCIA TELEPRESENCIAL)

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 174 175 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
TERMO DE DEPOIMENTO TERMO DE ACAREAÇÃO

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 176 177 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
OFÍCIO DE EXPEDIÇÃO DE CARTA PRECATÓRIA AUTO DE RECONHECIMENTO

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 178 179 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
AUTO DE RECONHECIMENTO FOTOGRÁFICO RELATÓRIO CIRCUNSTANCIADO DE INGRESSO EM DOMICÍLIO

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 180 181 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
AUTO CIRCUNSTANCIADO DE BUSCA DOMICILIAR COM ARRECADAÇÃO DE PROVAS AUTO CIRCUNSTANCIADO DE BUSCA DOMICILIAR SEM ARRECADAÇÃO DE PROVAS

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 182 183 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
TERMO DE CONSENTIMENTO DE BUSCA DOMICILIAR AUTO DE EXIBIÇÃO E APREENSÃO

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 184 185 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
AUTO DE ENTREGA (DE COISAS SOMENTE ARRECADADAS) AUTO DE RESTITUIÇÃO (DE COISAS FORMALMENTE APREENDIDAS)

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 186 187 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
AUTO DE QUALIFICAÇÃO E INTERROGATÓRIO BOLETIM INDIVIDUAL (DO INDICIADO)

(CONTINUA)

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 188 189 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
(CONTINUAÇÃO) OFÍCIO À CDEP DE COMUNICAÇÃO DE INDICIAMENTO DE
BOLETIM INDIVIDUAL (DO INDICIADO) SOLICITAÇÃO DE ANTECEDENTES CRIMINAIS

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 190 191 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
TERMO DE TRASLADO RELATÓRIO FINAL

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 192 193 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
(CONTINUAÇÃO) AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE (CAPA)
RELATÓRIO FINAL

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 194 195 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
RECIBO DE ENTREGA DO PRESO (AO CONDUTOR DO PRESO EM FLAGRANTE) TERMO DE DEPOIMENTO DO CONDUTOR

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 196 197 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
TERMO DE DEPOIMENTO DA PRIMEIRA TESTEMUNHA TERMO DE DEPOIMENTO DA SEGUNDA TESTEMUNHA

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 198 199 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
TERMO DE DECLARAÇÕES DA VÍTIMA TERMO DE INTERROGATÓRIO DO CONDUZIDO

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 200 201 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
NOTA DE CULPA TERMO DE RECUSA/IMPOSSIBILIDADE DE ASSINATURA

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 202 203 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
PADRÃO PARA DIVULGAÇÃO DE PESSOA DESAPARECIDA TERMO CIRCUNSTANCIADO DE OCORRÊNCIA

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 204 205 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
IDENTIFICAÇÃO DE TESTEMUNHAS TERMO DE DECLARAÇÕES

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 206 207 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
TERMO DE DECLARAÇÕES COM REPRESENTAÇÃO TERMO DE DECLARAÇÕES - DELITOS DE AÇÃO PENAL PRIVADA

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 208 209 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
TERMO DE DECLARAÇÕES - AUTOR DO FATO - TCO TERMO DE DEPOIMENTO

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 210 211 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
REMESSA FICHA DE ATENDIMENTO - DEATI

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 212 213 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
MODELO DE OFÍCIO DE ENCAMINHAMENTO FORMULÁRIOS MANDADO DE INTIMAÇÃO ADOLESCENTE - ECA

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 214 215 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
AUTO DE APREENSÃO EM FLAGRANTE (DE ADOLESCENTE INFRATOR) NOTA DE CIÊNCIA DA IMPUTAÇÃO DA PRÁTICA DE ATO INFRACIONAL

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 216 217 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
TERMO DE COMPROMISSO E RESPONSABILIDADE (DO RESPONSÁVEL)

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 218 219 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
CAPA DE INVESTIGAÇÃO POLICIAL INFRACIONAL - ECA BOLETIM DE OCORRÊNCIA - ECA

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 220 221 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
CERTIDÃO INFORMAÇÃO DE OCORRÊNCIA OFÍCIO MODELO IDENTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA DE ADOLESCENTE - ECA

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 222 223 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
TERMO DE DECLARAÇÕES DE VÍTIMA "COM OU SEM REPRESENTAÇÃO" REQUERIMENTO DE MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 224 225 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
TERMO DE INTERROGATÓRIO - DEAM MODELO ENVIO DE MPU

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 226 227 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
OFÍCIO MODELO - CASA DE ABRIGO ROTEIRO DE PLANO PRÉ-OPERACIONAL

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 228 229 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
ROTEIRO DE PLANO OPERACIONAL

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 230 231 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 232 233 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
MODELO DE PLANO OPERACIONAL

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 234 235 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 236 237 ANEXO I / MODELOS OBRIGATÓRIOS DE PEÇAS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
A N EX O I I

EQUIPE DE COLABORADORES DAS PRODUÇÕES TEXTUAIS, INTEGRANTES DE


SUBCOMISSÕES TEMÁTICAS CONSTITUÍDAS PARA ELABORAÇÃO DO MANUAL DE
PROCEDIMENTOS DA POLÍCIA CIVIL DA BAHIA – EDIÇÃO 001/2022.
INQUÉRITO POLICIAL PARTE GERAL TERMO CIRCUNSTANCIADO DE OCORRÊNCIA - TCO

MARCELO COSTA SANSÃO ANNA PAULA GARCIA OLIVEIRA


Nomeado Delegado de Polícia em 19 de dezembro de 2001, sendo designado para 16ª COOR- Delegada de Polícia Civil do Estado da Bahia desde outubro de 1995, exercendo a carreira como
PIN/Jacobina. Em 2011, assumiu como Delegado Titular da 28ª DT/ Nordeste, no ano de 2013 fez Delegada Plantonista na DEAM, de 1995 a 2003; assessora na Corregedoria da Polícia Civil; no
parte da 1ª DH pertencente ao DHPP, passando para Coordenador Técnico em 2015. No ano de Departamento de Polícia do Interior - DEPIN, como assessora técnica e coordenadora I. Também
2017, assumiu como Diretor do Departamento de Repressão ao Combate ao Crime Organizado atuou na Delegacia de Repressão a Crimes Contra Criança e Adolescente – DERCCA, de 2007 a
– DRACO. No ano de 2021, foi removido para a Academia da Polícia Civil da Bahia – ACADEPOL, 2008, como Delegada Titular e atualmente na Corregedoria Geral da SSP-BA – COGER, como As-
onde exerce suas atividades atualmente como Diretor Adjunto. sessora desde 2019. Instrutora da Acadepol, desde 2001, em cursos de formação de Delegados,
Escrivães e Investigadores de Polícia, mestre em Ciência da família com dissertação defendida
ARTUR FERNANDO GUIMARÃES DE JESUS COSTA em 2005 - UCSal e especialista em segurança pública pela UFBA, em 2004/2005.
Graduado em Direito pela Universidade Católica do Salvador (2005). Pós Graduado em Ciên-
cias Criminais pela Universidade Federal da Bahia, através da Fundação Faculdade de Direito. ARTUR FERNANDO GUIMARÃES DE JESUS COSTA
Professor universitário. Ex-Coordenador do Núcleo de Pratica Jurídica. Consultor do Núcleo de Idem - Inquérito Policial - Parte Geral
Justiça Restaurativa de 2° Grau TJBA. Foi Delegado da Polícia Civil do Estado do Espírito Santo,
tendo atuado na 4° Central de Flagrantes-Cariacica, Central de Flagrantes - Guarapari, Delegacia MIUCHA DE FREITAS ISENSEE ABREU
de Crimes Eletrônicos, Delegacia de Armas, Munições e Explosivos, Delegacia de Repressão ao Escrivã de Polícia Civil, pós-graduanda em Gestão Pública pela Faculdade de Ciências da Bahia.
Roubo de Cargas e Passageiros, além de cumprir Missão Especial no Núcleo de Repressão a Tomou posse como escrivã de polícia no ano de 2017, tendo sido designada para atuar na cida-
Organizações Criminosas e Corrupção da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Espírito de de Itapetinga, sede da 21ª COORPIN, laborando nos setores de cartório e plantão da dele-
Santo até 2016, onde foi condecorado com a Medalha de Mérito Policial. Atualmente é Delegado gacia territorial. No ano de 2019, foi removida para o Gabinete do Delegado – Geral, exercendo,
de Polícia Civil do Estado da Bahia, lotado no Gabienete do Delegado Geral, tendo atuado no até então, suas atividades laborais como Assessora Técnica. Foi destacada como presidente de
DEPOM, inicialmente como Delegado Titular da 19° DT - Itaparica, e Coordenado as ações ope- comissões como a Comissão de Inventário de bens permanentes, e como membro da Comissão
racionais da Região Metropolitana de Salvador/BA. de Processo Seletivo de Remoção Extraordinário, no âmbito da Polícia Civil da Bahia.

DJIVALDO SANTOS DE SOUZA ISABELLE LAUAR GANEM


Concluiu sua formação em Direito, em 2016. Atuou como Auxiliar Judiciário no Sistema dos Jui- Formada em Direito no ano 2000, na FENORD. É pós-graduada em Gestão da Investigação pela
zados Especiais Cíveis e Criminais, entre 1999 e 2005. Desde 2005, é Servidor da Polícia Civil da UNIFACS desde 2015. Ingressou na Polícia Civil do Estado da Bahia no ano de 2004, como Dele-
Bahia, exercendo suas funções como Escrivão de Polícia e, atualmente, ocupa o Cargo de Coor- gada de Polícia, atuando até o ano de 2006 no município de Teixeira de Freitas/Ba, após o que
denador de Cartório na 14ª DT/Barra. passou a exercer suas funções na DEAM/Camaçari e em outras unidades operativas, estando,
desde o ano de 2013, lotada na Corregedoria da Polícia Civil do Estado da Bahia, atualmente em
atuação no setor de investigação criminal.

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 240 241 ANEXO II / EQUIPE DE COLABORADORES
INVESTIGAÇÃO E INTELIGÊNCIA POLICIAL ORGANIZAÇÃO E PRÁTICA CARTORIAL (LIVROS CARTORÁRIOS)

EDENIR DE MACEDO CERQUEIRA ANA MARIA CRISTINA DE FREITAS SANTANA


Nomeado Delegado de Polícia Civil em 03 de novembro de 1995, sendo designado para 19ª Escrivã de Polícia Civil, há 15 anos. Atualmente exerce a função de Coordenadora do Setor de
COORPIN/Serrinha. Realizou “Curso Superior de Inteligência Estratégica” da Escola Superior de Cadastro do GDG. Foi Coordenadora de Cartório/Expediente da sede do Departamento de Po-
Guerra – ESG, em agosto de 2010. Atuou na Corregedoria Geral, em 21 de maio de 2015, sendo lícia do Interior (2011-2021). Laborou na Assessoria Técnica do Gabinete do Delegado-Geral
removido para o Departamento de Inteligência Policial – DIP, na data de 27 de janeiro de 2021, (2009-2011), na Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos/DRFRV (2006-2009) e
atuando como Diretor do Departamento atualmente. Também atuou como Diretor do DEPIN. na Superintendência de Inteligência/SSP (2009); Instrutora Interna do Estado da Bahia, formada
pela Universidade Coorporativa do Servidor/UCS/SAEB. Atua na ACADEPOL/PCBA nos cursos
MARCELO SANFRONT MATTOS de Formação de Novos Policiais Civis, lecionando os componentes: Prática Cartorial, Redação
Delegado de Polícia Civil no Estado da Bahia, desde 2001, atuando em delegacias territoriais e Técnica Policial e Visualização do Inquérito Policial. Bacharela em Ciências Contábeis. Cursando
especializadas. Atual Coordenador da Contrainteligência do Departamento de Inteligência da Direto. Cursando Pós-graduação em Direito Penal e Processual Penal.
Polícia Civil/BA. Pós-Graduado em Curso de Especialização em Segurança Pública pela Progesp/
UFBA. Em 2008, passou a ser Coordenador Executivo da Superintendência de Inteligência da JUSSARA MARIA DE FIGUEREDO PAIXÃO
SSP. Em 2015, retornou para a Polícia Civil e fez parte do Departamento de Repressão e Combate Nomeada Escrivã de Polícia em 17 de maio de 2006, designada para a Delegacia de Atendimen-
ao Crime Organizado – DRACO. to ao Menor Infrator – DAÍ, sendo Coordenador de Cartório desde 20 de maio de 2008, estando
atuante na Delegacia até a data atual.
ANA KARINA SAMPAIO GUERRA
Nomeada Delegada de Polícia em 18 de setembro de 2009, sendo designada para 25ª COOR- KRISTIANNE LIMA MOSCOVITS
PIN/Nova Soure. Atuou no Departamento de Narcóticos – DENARC, em janeiro de 2013, e na De- Escrivã de Polícia Civil, há 14 anos. Atualmente exerce a função de Coordenadora de Processos
legacia de Crimes Econômicos e Contra a Administração Pública – DECECAP. Em 01 de fevereiro Organizacionais do Escritório de Projetos e Processo da Polícia Civil, Graduada em secretariado
de 2020, passou a integrar o Departamento de Polícia do Interior – DEPIN e atualmente atua no executivo pela UCSal; Pós-graduada em Gestão da Segurança Pública pela UFBA, Formanda em
Departamento de Inteligência Policial – DIP, exercendo o cargo de Assessora Técnica. Direito pela Faculdade Estácio de Sá, Consultora Interna do Estado da Bahia em gerenciamento
de projetos e auditora de certificação de sistemas de qualidade. Atuou como escrivão na DEAM
ALEXINALDO SILVEIRA MOTA de Brotas, 14 DT e no DHPP, onde ainda desenvolve a atividade de prática de cartório e atividade
Graduação em Administração pela UNEB, Investigador de Polícia, nomeado em 01/04/2000, de campo no serviço investigação de local de crime – SILC, em regime de plantão. Instrutora In-
com cursos em análise de riscos, ABI, Workshop em técnico em negociação e situações policiais, terna do Estado da Bahia, formada pela Universidade Coorporativa do Servidor/UCS/SAEB. Atua
extensão universitária em capacitação de inteligência em Segurança Pública/UFBA, CINTEPOL, como instrutora da ACADEPOL/PCBA.
Academia de Polícia Federal, Busca Eletrônica, Subsecretaria de Inteligência do Rio de Janeiro.
Em 2005, atuou na Superintendência de Telecomunicações da Secretaria da Segurança Pública. NORMA DE ARAUJO SIQUEIRA DOS SANTOS
Ficou à disposição do Ministério da Justiça e Segurança Pública, junto à Secretaria de Operações Escrivã de Polícia Civil do Estado da Bahia há aproximadamente 11 (onze) anos, Tecnóloga em
Integradas – SEOPI, em 2019. Segurança Pública, Universidade Estácio FIB – exerceu a função de Coordenadora de Cartório

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 242 243 ANEXO II / EQUIPE DE COLABORADORES
na Sede da 8ª COORPIN/Teixeira de Freitas e DEPOM/1ª DT – Barris, estando, atualmente, como Polícia do Interior – DEPIN, Diretor do Departamento de Narcóticos – DENARC, Diretor do De-
Coordenadora de Expediente – DEPIN/Sede. Atuou na Corregedoria da Polícia Civil – CORRE- partamento de Homicídios e Proteção à Pessoa - DHPP e Diretor do Departamento de Combate
POL, por aproximadamente 04 (quatro) anos, com experiência nas áreas de Processo Administra- ao Crime Organizado - DRACO. Coautor do livro Tratado de Investigação Criminal Tecnológica e
tivo Disciplinar – PAD, com curso ministrado pela COGER; Curso Ouvida Especial e Inteligência Enfrentamento da Corrupção e Investigação Criminal Tecnológica.
Policial, ministrados pela Acadepol.
CLEANDRO PIMENTA BASTOS NETO
PLANEJAMENTO OPERACIONAL Nomeado Delegado de Polícia em outubro de 1995, iniciou sua carreia na 12ª DT. Atuou na
Coordenação de Operações Especiais - COE 1999, no Departamento de Tóxico e Entorpecente
– DTE, em 2005. Integrou a equipe do Departamento de Narcótico – DENARC, em 2009, sendo
ARTUR FERNANDO GUIMARÃES DE JESUS COSTA nomeado Diretor do Departamento de Crimes contra o Patrimônio – DCCP, em 2011. Em feverei-
Graduado em Direito pela Universidade Católica do Salvador (2005). Pós Graduado em Ciên- ro de 2013, assumiu o cargo de Coordenador da Coordenação de Operações Especiais – COE e
cias Criminais pela Universidade Federal da Bahia, através da Fundação Faculdade de Direito. posteriormente assumiu o Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado – DRA-
Professor universitário. Ex-Coordenador do Núcleo de Pratica Jurídica. Consultor do Núcleo de CO. Atualmente, coordena a Coordenação de Fiscalização de Produtos Controlados - CFPC.
Justiça Restaurativa de 2° Grau TJBA. Foi Delegado da Polícia Civil do Estado do Espírito Santo,
tendo atuado na 4° Central de Flagrantes-Cariacica, Central de Flagrantes - Guarapari, Delegacia ISAO MATSUMOTO JUNIOR
de Crimes Eletrônicos, Delegacia de Armas, Munições e Explosivos, Delegacia de Repressão ao Nomeado Delegado de Polícia em 2016, sendo designado para a 22ª DT/Simões Filho e na se-
Roubo de Cargas e Passageiros, além de cumprir Missão Especial no Núcleo de Repressão a quência a 5ª DT/Periperi. A partir de 04 de fevereiro de 2017, passou a integrar ao Departamento
Organizações Criminosas e Corrupção da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Espírito de Repressão e Combate ao Crime Organizado – DRACO. Realizou curso de Gerenciamento de
Santo até 2016, onde foi condecorado com a Medalha de Mérito Policial. Atualmente é Delegado Crise – PMESP em 02 de outubro de 2020. Em 01 de agosto de 2021, passou a integrar o quadro
de Polícia Civil do Estado da Bahia, lotado no Gabienete do Delegado Geral, tendo atuado no da Coordenação de Operações Especiais – COE.
DEPOM, inicialmente como Delegado Titular da 19° DT - Itaparica, e Coordenado as ações ope-
racionais da Região Metropolitana de Salvador/BA. GIOVANNA DE ANDRADE BOMFIM
Nomeada Delegada de Polícia em 31 de outubro de 1995, sendo designada para a 7ª DT e pos-
EDENIR DE MACEDO CERQUEIRA teriormente para a 13ª DT. Em 15 de julho de 1999, foi Assessora Técnica do Gabinete do Delega-
Idem - Investigação e Inteligência Policial do-Chefe e em 2007 foi nomeada Coordenadora Técnica da Superintendência de Gestão Tecno-
lógica e Organizacional - SGTO da SSP. Em 20 de novembro de 2007, é designada para atuar no
JORGE FIGUEIREDO JÚNIOR Grupo Especial de Mediação e Acompanhamento de Conflitos Agrários e Urbanos – GEMACAU.
Delegado de Polícia Civil da Bahia há 14 anos. Atualmente Assistente do Gabinete do Delegado Em 11 de abril de 2008, foi Delegada Chefe do Gabinete. Em 2010, passou a integrar o quadro do
Geral chefiando a Assessoria Executiva de Operações de Polícia Judiciária - AEXPJ. É especialista Departamento de Polícia do Interior – DEPIN, servindo também na Superintendência de Gestão In-
em Ciências Criminais e possui MBA em Gerenciamento de Projetos, graduado em Cybercrime tegrada da Ação Policial da SSP e na Coordenação de Polícia Interestadual – POLINTER. A partir de
e Cybersecurity. É instrutor interno do Estado e professor da Academia de Polícia da Polícia Civil 28 de julho de 2017, retornou ao GEMACAU, sendo Coordenadora do Grupo até a data de hoje.
do Estado da Bahia. Ganhador do prêmio Boas Práticas 2014, da Secretaria da Administração
do Estado da Bahia (Saeb). Atuou como Coordenador do Grupo de Repressão a Crimes Contra
Instituições Financeiras - GARCIF, Coordenador do Núcleo de Inteligência do Departamento de

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 244 245 ANEXO II / EQUIPE DE COLABORADORES
ESTATÍSTICA POLICIAL JORVANE ANDRADE DOS SANTOS
IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL Delegada de Polícia há 25 anos, tem formação em Pedagogia pela Faculdade Olga Mettig (1991),
Direito, UFBA (1993). É pós-graduada em Direito Público pela UNIFACS (2003), tem Especializa-
ção em Gestão de Política e Estratégia, pela ADESG (2015), participou de diversos cursos e pa-
OMAR ANDRADE LEAL lestras sobre Processo Administrativo Disciplinar. Faz parte do quadro de instrutores da ACADE-
Delegado de Polícia há 21 anos, é bacharel em Direito pela Universidade Federal da Bahia – UFBA, POL, exerceu o cargo de Coordenadora Assistente na Corregedoria da Polícia Civil (2004/2008),
com especialização em Segurança Pública – CESP. Atuou como Delegado Titular de Jaguarari, onde também atuou como Coordenadora Técnica (2008/2012), exercendo o cargo de Delegada
Pojuca, Vila de Abrantes, 1 DT - Barris, 4 DT São Caetano, Delegacia do Consumidor – DECON. Titular (2012/2015) e atualmente encontra-se na Corregedoria da Polícia Civil como Coordena-
Também foi designado Diretor Adjunto do Departamento de Polícia Metropolitana - DEPOM, dora Técnica.
Coordenador do Departamento de Narcóticos - DENARC/BTS, Coordenador do DEPOM/RMS.
Atualmente, é Coordenador da Coordenação de Documentação e Estatística Policial - CDEP. RICARDO MENDES DE BARROS
Graduado na Faculdade de Direito pela Universidade Católica do Salvador (UCSal, 1994/1997).
MARIA DA PAIXÃO SILVA Ocupante do cargo efetivo de Delegado de Polícia Civil do Estado da Bahia desde 19.12.2001.
Delegada de Polícia, Bacharel em Direito, Especialista em Metodologia do Ensino Superior, Habilitada Pós-Graduado no Curso de Especialização de Prevenção da Violência, Promoção da Segurança e
em Instrutoria Interna atualmente atua na Coordenação de Documentação e Estatística Policial - CDEP. Cidadania – CEPREV, realizado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA, 2011/2012). Assessor
Técnico da Corregedoria-Geral da Secretaria da Segurança Pública (2007/2013). Atualmente, é
MARCOS SACRAMENTO OLIVEIRA Coordenador da Corregedoria-Geral da Secretaria da Segurança Pública do Estado da Bahia.
Marcos Sacramento Oliveira Escrivão de Polícia Civil Especialista em Logística Empresarial
Habilitado em Instrutoria Interna.
ABUSO DE AUTORIDADE

ATIVIDADES DE CORREGEDORIA JOSÉ FERNANDO OLIVEIRA DOS SANTOS


Idem - Atividades de Corregedoria
JOSE FERNANDO OLIVEIRA DOS SANTOS
Delegado de Polícia, bacharel em Direito pela Faculdade de Direito da UFBA e pós-graduado JACKSON CARVALHO DA SILVA
em Gestão da Investigação, Planejamento de Operações Policiais Integradas e Análise Criminal Nomeado Delegado de Polícia em 19 de dezembro de 2001, integrando a 14ª COORPIN/Irecê.
pela Universidade Salvador – UNIFACS. Tem curso de Formação de Instrutores da Secretaria da Participou do curso de especialização em Ciências Criminais (2004.2), pela UFAB. Em 2005, foi
Administração do estado da Bahia – SAEB e professor da Academia de Polícia - ACADEPOL. Delegado Titular da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos – DRFR, do município de Feira de
Atualmente, atua como Corregedor-Chefe da Polícia Civil da Bahia. Antes de iniciar na gestão da Santana. Atuou na 1ª DT; 28ª DT e na Delegacia de Crimes Fazendários. Em 12 de março de 2011,
Corregedoria da Polícia Civil, trabalhou 12 (doze) anos como assessor da Corregedoria-Geral da integrou o quadro da Corregedoria da Polícia Civil – CORREPOL, como Coordenador Técnico. Em
SSP/BA e como presidente de comissão permanente de PAD. Atuou 11 (onze) anos em unidades 2012, assumiu a Delegacia de Crimes Econômicos e Contra a Administração Pública e no mesmo
operacionais da linha de frente da PCBA, tendo colaborado na elaboração da instrução norma- ano passou a exercer as atividades na Delegacia de Homicídios Múltiplos. Em abril de 2014, exer-
tiva Nº. 01, de 17 de abril de 2013, base para elaboração do atual Manual de Procedimentos de ceu suas atividades no Departamento de Narcótico – DENARC, quando em 27 de março do mesmo
Polícia Judiciária do estado da Bahia. ano retorna para Corregedoria de Polícia Civil – CORREPOL, atuando até a data de hoje.

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 246 247 ANEXO II / EQUIPE DE COLABORADORES
INVESTIGAÇÃO DE OCORRÊNCIAS LARISSA LAGE DE BARROS
ENVOLVENDO CRIMES CIBERNÉTICOS Delegada de Polícia Civil da Bahia desde o ano de 2016, atualmente lotada na sede do Depar-
tamento de Crimes contra o Patrimônio - DCCP, no Núcleo de Inteligência. Atuou no DHPP, em
Delegacias Territoriais, em Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher em Salvador/BA
JORGE FIGUEIREDO JÚNIOR e na Coordenação Especializada de Combate à Corrupção e Lavagem de Dinheiro, CECCOR-LD/
Idem - Planejamento Operacional DRACO. Graduada em direito pelas Faculdades Milton Campos de Minas Gerais. Especialista em
Ciências Criminais pela UCSal e especialista em Direito Público pela UNIASSELVI. Ex-Procuradora
DELMAR ARAUJO BITTENCOURT Jurídica de Sabará/MG.
Delegado de Polícia, é graduado em Direito, pós-graduado em CyberCrime e Cybersecurity, Pre-
venção e Investigação em Crimes Digitais. Pós-graduando em Direito Digital na Escola Brasileira MARCELO SIMOES TANNUS
de Direito EBRADI. Coautor do livro “Tratado de Investigação Criminal Tecnológica”. Coautor do Delegado de Polícia em 2001, formado pela UCSal em 1994, pós-graduado em Gestão e Análi-
livro “Enfretamento da Corrupção e Investigação Criminal Tecnológico”. Instrutor da Academia se Criminal pela UNIFACS, em 2015. Instrutor da ACADEPOL na matéria de prática da ativida-
de Polícia da Bahia - ACADEPOL e da Associação de Delegados de Polícia da Bahia – ADPEB nas de policial. Iniciou sua carreira no Departamento de Polícia do Interior - DEPIN, passando pela
matérias relacionadas à investigação tecnológica e a crimes cibernéticos. Ex-coordenador do Nú- 9ª COORPIN JEQUIÉ e 4ª COORPIN SANTO ANTÔNIO DE JESUS. Em 2007, foi removido para
cleo de Análise de Dados – NAD da Superintendência de Inteligência da Secretaria de Segurança Salvador sendo lotado na 12ª DT de Itapuã, em seguida, passou a coordenar o GRREF (Grupo
Pública. Atualmente, é coordenador do Ciberlab do Departamento de Inteligência Policial – DIP de Repressão a Roubo a Banco) e posteriormente o GEPPI (Grupo de Combate à Pirataria),
da Polícia Civil da Bahia. todos vinculados ao DCCP. Em 2011, assumiu a titularidade da Região Atlântico do DHPP e
um dos coordenadores do Serviço de Investigação de Local de Crime – SILC. Retornando ao
INVESTIGAÇÃO DE CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO DCCP, foi Delegado Titular de todas as unidades que compõem o departamento. Atualmente,
chefia a DRFRV.

FLAVIO AUGUSTO DE ANDRADE GOIS


Delegado de Polícia da Polícia Civil da Bahia, nomeado em 2001. Bacharel em Direito. Pós- INVESTIGAÇÃO DE CRIMES CONTRA VIDA
graduado em Direito Penal e Processo Penal pela faculdade Estácio de Sá/RJ. Coordenou inúmeras
operações policiais de alta complexidade, desde o ano de 2011, no combate ao crime organizado,
crimes contra a vida e contra o patrimônio, além de crimes contra administração pública estadual e ANDRÉA BARBOSA RIBEIRO MAGALHÃES RIBEIRO
municipal. Atuou como Delegado de Polícia nas regiões de Jequié, Euclides da Cunha, Alagoinhas Delegada de Polícia, Bacharel em Direito, com especialização em Direito Penal e Processo Penal
e região. Foi Delegado Titular nos seguintes municípios: Santa Inês; Crisópolis; Olindina; Heliópolis; pela Unifacs. Com 19 anos de atividade policial, dez dos quais dedicados à investigação de homi-
Alagoinhas/1DT; Alagoinhas/DRFR; Rio Real e Jandaíra. Foi ainda Coordenador Regional da 2ª cídios. Integrou o extinto Grupo Especial de Repressão a Crimes de Extermínio - Gerce. Em 2011,
COORPIN/ALAGOINHAS no período de 2015/2017. Vice-diretor e Diretor do DEPIN. Dirigiu mais foi delegada assistente do DHPP, posteriormente titular e coordenadora da 01 DH/ATLÂNTICO.
de 403 municípios no DEPIN durante o período de 2017 a janeiro 2021. Coordenou a Narcóticos e a força-tarefa de combate a organizações criminosas voltadas ao trá-
fico de drogas no estado. Foi responsável pela deflagração de importantes operações policiais
na capital e RMS. Ainda no Draco, representou a PCBA no curso Anticorrupção e Recuperação
de Ativos na Internacional Law Enforcement Academy-ILEA, na cidade de Gaborone, na África,

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 248 249 ANEXO II / EQUIPE DE COLABORADORES
assim como, em maio de 2020, foi nomeada presidente da Comissão Permanente de Avaliação IOLA DE ASSUNÇÃO NOLASCO FARIAS
e Alienação de Bens da PCBA. Atualmente, é diretora do DHPP. Delegada de Polícia, graduada em Direito/ UCSal, Delegada Titular em Boa Vista do Tupim, Plan-
tonista na 12ª COORPIN de Itaberaba e COORPIM, de Feira de Santana. Delegada Titular da
ANDRÉ SILVA GARCIA DEAM de Candeias e atual Titular da DEAM de Periperi. Pós-graduada Latu-sensu em Direito Civil
Nomeado Delegado de Polícia em 19 de dezembro de 2001, integrando 23ª COORPIN. Atuou pela UFBA, em Direitos Humanos pelo convênio entre o MP e a UNEB e Administração Pública
na 6ª COORPIN, na 4ª COORPIN, na Delegacia de Tóxico e Entorpecente – DTE. Em 02 de agosto pela UFBA. Possui pós-graduação stricto senso - doutorado em Direito Penal pela Universidade
de 2016, integrou o quadro do Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado Nacional de Lomas de Zamora – Buenos Aires – Argentina (sem a recepção do título até o momen-
– DRACO, sendo nomeado Assessor Técnico em 06 de fevereiro de 2020. A partir de 23 de feve- to). Fluente em Inglês e Espanhol.
reiro de 2021, tornou-se Diretor Adjunto do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa
– DHPP até a data de hoje. ERICA FERNANDA GUIMARÃES DE JESUS COSTA
Graduada em Direito pela Universidade Católica de Salvador (2012); pós-graduada em Direito e
MARTA KARINE MENEZES DE AGUIAR magistratura pela Escola de Magistrados da Bahia, em associação com a Universidade Federal da
Nomeada Delegada de Polícia em 15 de maio de 2010, sendo designada para a 9ª COORPIN/ Bahia (2014); pós-graduada em Criminologia pela Escola de Magistrados da Bahia, em associa-
Apuarema, seguindo para Santa Inês na mesma COORPIN. Em seguida, foi para a 15ª COORPIN/ ção com a Universidade Fernando Pessoa de Portugal (2016). Ingressou na Polícia Civil da Bahia
Araci. Em 18 de maio de 2013, passou a integrar a 3ª Delegacia de Homicídios/DHPP. Em 07 de no cargo de Delegada de Polícia, em 2016, tendo iniciado suas funções na Delegacia de Repres-
janeiro de 2017, passou a ser Coordenadora Técnica do Departamento de Homicídios e Prote- são aos Crimes Contra a Criança e ao Adolescente - DERCCA. Atuou na DEAM/Periperi e, no ano
ção à Pessoa – DHPP. Em 2021, foi nomeada Diretora Adjunta do Departamento de Repressão e de 2017, passou a trabalhar na DEAM/Brotas. Em 2020, assumiu a titularidade da Delegacia de
Combate ao Crime Organizado, até a data de hoje. Repressão aos Crimes Contra a Criança e ao Adolescente - DERCCA. Atualmente, é Delegada
Titular da Delegacia de Proteção à Mulher - DEAM/Candeias.
MARILENE SANTOS LIMA PEREIRA
Nomeada Delegada de Polícia em 23 de dezembro de 2010, designada para a 12ª COORPIN/Ibi-
quera, seguindo para Andaraí nesta mesma COORPIN, em 13 de agosto de 2011. Em 02 de março INVESTIGAÇÃO DE OCORRÊNCIAS ENVOLVENDO
de 2013, serviu na sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa – DHPP, e a partir de ADOLESCENTE INFRATOR
12 de março de 2021, passou a assumir o cargo de Coordenador no mesmo Departamento.

ITANA DOS SANTOS COELHO


INVESTIGAÇÃO DE CRIMES CONTRA A MULHER Graduada em Direito - UCSal. Pós-Graduação: FESMIP – Fundação Escola Superior do Ministério
Público. Delegada de Polícia desde 2001. Realizou curso de Atividade de Inteligência pelo SI.
Atuou como Delegada Titular nas cidades de Queimadas, Lamarão, Nova Ibia, Cairu e Teodo-
BIANCA TORRES ANDRADE
ro Sampaio – BA. Também atuou na por 08 (oito) anos na DRFRV e posteriormente no DRACO.
Delegada de Polícia, atualmente Delegada Titular da Delegacia Especial de Atendimento à Mu-
Atualmente, coordena as Delegacias Territoriais do DEPOM.
lher - Deam/Brotas. Formada pela Faculdade Ruy Barbosa e Pós-Graduanda em Ciências Crimi-
nais pela Universidade Católica do Salvador, atuou dois anos na cidade de Feira de Santana, à
frente da 2ª Delegacia Territorial e hoje desenvolve suas atividades no enfrentamento à violência
doméstica, na Delegacia da Mulher.

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 250 251 ANEXO II / EQUIPE DE COLABORADORES
ANA VIRGÍNIA CAVALCANTE PAIM KÁTIA MARIA BRASIL ABUDE
Possui graduação em Direito pela Universidade Estadual de Santa Cruz (1999), especialização Delegada de Polícia, aposentada em 2019, tendo a DERCA como uma das unidades de referên-
em Direito Processual pela Fundação Faculdade de Direito da Bahia - UFBA (2002), especiali- cia na atuação de sua atividade laboral (de 2000 a 2006). Foi coordenadora I do DEPIN (2007
zação em Prevenção da Violência e Promoção da Segurança e Cidadania pela Universidade Fe- a 2011), Diretora da ACADEPOL (2015 a 2017) e Corregedora-Chefe da Polícia Civil da Bahia
deral da Bahia - UFBA. Mestrado Profissional em Segurança Pública, Justiça e Cidadania - UFBA (2017 a 2019). No âmbito da Infância e Juventude, participou de projetos importantes como
(2013). Atuou como professora substituta na Universidade Estadual de Feira de Santana - UEFS o projeto “Viver” e o projeto de “Crianças e Adolescentes Desaparecidos”. Instrutora da ACA-
durante quatro anos. Atualmente, é Delegada de Polícia Civil do Estado da Bahia, exercendo a DEPOL. É docente desde 2003, exercendo o cargo de Professora da Universidade Católica do
titularidade da Delegacia para o Adolescente Infrator. Salvador - UCSal, Além de bacharelado em Direito e mestrado pela Universidade Federal da
Bahia - UFBA, possui pós-graduação em Violência Doméstica contra Crianças e Adolescentes
pela Universidade de São Paulo - USP e pós-graduação em Direito Penal e Processo Penal pela
CLAUDENICE TEIXEIRA CERQUEIRA MAYO Universidade Estácio de Sá.
Com formação em História e em Direito pela UFBA. Delegada de Polícia aposentada, da Polícia
Civil da Bahia. Instrutora da ACADEPOL, com especialização em Direitos Humanos pela UNEB, ANA CRICIA DE ARAÚJO ALMEIDA MACEDO
com a temática de trabalho de conclusão de curso, sobre o adolescente em conflito com a lei. Bacharela em Direito pela Universidade Católica do Salvador (1994), pós-graduada Lato Sensu
Possui Mestrado em Segurança Pública Direito e Cidadania, pela UFBA. Atuou na área da crian- em Ciências Criminais pela Faculdade Jorge Amado – Jus Podium (2004); Especialista em Di-
ça e adolescente por 11 anos. Apresentou trabalho técnico: “Criminalidade Juvenil, Tráfico de reitos Humanos e Cidadania pela Universidade do Estado da Bahia - UNEB (2010). Delegada
Drogas e Território em Salvador” no VI Seminário do Programa de Pós- Graduação em Ciências de Polícia Civil no estado da Bahia (1995-2020). Atuou como Delegada Titular da DERCCA
Sociais – UFRB, em Cachoeira/Ba. Publicação de artigo na Revista Juventude-Ba. Edição 18, com - Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Criança e o Adolescente (2012-2020). Atuou
o título “Jovens e Adolescentes em Situação de Risco e Tráfico de Drogas em Salvador". como Conselheira do Conselho Estadual da Criança e do Adolescente – CECA-BA (2012-2020).
Conselheira do PPCAAM – Programa de Proteção à Criança e Adolescente Ameaçado de Mor-
te. Instrutora da Academia da Polícia Civil da Bahia. 2019 – COMPUTER AND NETWORK IN-
TRUSION COURSE (Carga horária: 40h). INTERNATIONAL LAW ENFORCEMENT ACADEMY,
ILEA, El Salvador. 2018 – Curso de curta duração em CURSO DE DEPOIMENTO ESPECIAL, O
INVESTIGAÇÃO DE OCORRÊNCIAS ENVOLVENDO CRIANÇA OU Procedimento de Oitiva de Criança e Adolescentes (Carga horária: 30h). Academia de Polícia
ADOLESCENTE VÍTIMA OU TESTEMUNHA DE VIOLÊNCIA Civil do Distrito Federal, PCDF, Brasil, 2012 – Extensão universitária em Curso de Extensão a
Distância VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES (Carga horária: 60h).
Universidade Estadual do Ceará, UECE, Fortaleza, Brasil, 2010 – Extensão universitária em curso
SIMONE MARIA FIGUEIREDO MOUTINHO BORGES de capacitação em Direitos Humanos na Atuação Policial (Carga horária: 80h). Empresa Alberto
Delegada de Polícia, atualmente titular da Dercca, atuou como Delegada Titular da DEAM (Ca- Granato-UNIFEL, Brasil, 2009 – Extensão universitária em Curso de Extensão em Capacitação
maçari e Periperi), tendo inaugurado a primeira. Especialista em Segurança Pública pela UNEB, de Inteligência de Segurança Pública. (Carga horária: 120h). Universidade Federal da Bahia,
Doutoranda em ciências criminais pela UFBA, com estudo voltado a vulneráveis. UFBA, Salvador, Brasil, 2003 – Crianças e Adolescentes desaparecidos (Carga horária: 130h).
Academia da Polícia Civil da Bahia, ACADEPOL (BA), Brasil.

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 252 253 ANEXO II / EQUIPE DE COLABORADORES
INVESTIGAÇÃO DE OCORRÊNCIAS ENVOLVENDO IDOSO de 2012, tornou-se Delegada Titular da Delegacia de Proteção ao Turista – DELTUR, em 20 de
julho de 2017, teve exercício na Coordenação de Polícia Interestadual – POLINTER. A partir de
27 de janeiro de 2021, tornou-se Diretora do Departamento de Polícia Metropolitana – DEPOM,
SUSY ANNE LIMA BRANDÃO exercendo sua função até a data de hoje.
Delegada da Polícia Civil da Bahia. Especialista em Gestão de Segurança Pública. Especialista em
Direitos Humanos, com monografia, cujo tema foi Direito da Pessoa Idosa. Delegada da DEATI MARITTA SILVA DE SOUZA
por 6 anos, sendo Delegada Titular por 3 anos. Há seis anos Corregedora da Polícia Civil da Bahia. Graduada em Direito pela Universidade Federal da Bahia, atuou como Delegada Coordenadora
nas COORPINS de Ilhéus e Valença foi Delegada Titular na 7a Delegacia Territorial e na Unidade
HELENECI SOUSA NASCIMENTO DE JESUS Especializada de Proteção ao Turista em duas gestões, Diretora de Direitos Humanos na Superin-
Graduada em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia, Especialista tendência de Prevenção à Violência, especializou-se em Gestão em Direitos Humanos, participou
em Gestão Estratégica em Segurança Pública pela Universidade do Estado da Bahia. Membro de Cursos de Segurança Turística.
titular por 2 (duas) gestões no Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Mulher. Represen-
tante da Bahia por indicação da SSP/BA na XIII Jornada da Lei Maria da Penha realizada no CNJ LUIS HENRIQUE COSTA FERREIRA
Titular por 2 (duas) gestões da DEAM/Brotas. Atual titular da Delegacia Especial de Atendimento Mestre em Segurança Pública, Justiça e Cidadania, pela UFBA, Engenheiro Civil, Licenciado em
ao Idoso. Matemática e Bacharel em Direito pela UCSal. Especialista em Gestão Pública, pela UNILAB, Es-
pecialista em Direitos Humanos, pela UNEB, Especialista em Gestão de Política de Segurança
LAURA MARIA DE ARGOLLO CAMPOS Pública, pela UFBA, Especialista em Análise de Sistemas, pela FIESA. Exerceu, por concurso, ati-
Graduações: Letras Vernáculas c Língua inglesa; Sec. Executivo; e Direito (todos UFBA). Pós grad: vidade de Analista de Sistemas do TJBA, obtendo experiência em projeto e desenvolvimento de
- CESP / UNEB; - Dir.Penal e Processual Penal/UNIFACS; - Ciências Criminais/Jus Podium. Curso sistemas informatizados de grandes e médios portes. Atualmente, atua Delegado de Polícia Civil,
Atividade de Inteligência na vertente Análise/ ABIN-DF ( maio a julho de 2002). DPC TITULAR: Classe Especial, condição na qual atuou na Capital e no interior do Estado da Bahia, em delega-
ALAGOINHAS/ 2ª. COORPIN; DPA/Praia do Forte; 25a DT/ Dias D'Ávila; 10º. DT/Pau da Lima; cias territoriais e especializadas.
DERCCA; DEATI. DPC PLANTÀO: na 8a DT/CIA. DPC ADM na 2ª DH e 3ª DH /DHPP. Ora, na
Coordenação das Especializadas - CODESP/DEPOM. Curso completo de inglês e espanhol até o MARCOS ANTONIO DE SOUZA
avançado/ superior (Ebec/Acbeu; Caballeros de Santiago). Instrutora da ACADEPOL (Português/ Formação: - Licenciatura Plena em Educação Física - Faculdade de Educação Física/ UCSal – 1985
Estatuto do Idoso). - Curso de Formação Para Agente de Polícia – Academia da Polícia Civil da Bahia - 2000 - Coordena-
dor de Plantão: 12ª DT. Pós-Graduações em: - Especialização em Metodologia do Ensino Superior
– Fundação de Ensino Superior de Pernambuco - FESP/UPE – 1989, - Especialização em Prevenção
INVESTIGAÇÃO DE OCORRÊNCIAS ENVOLVENDO TURISTA da Violência, Promoção da Segurança e da Cidadania - Escola de Administração – UFBA/ NPGA/CPA
– 2009, - Especialização em planejamento estratégico – ADESG/BA – 2013, - MBA em Inteligência
Estratégica – ADESG/BA – 2013 - Mestrando do curso Profissional em Segurança Pública, Justiça e
CRISTIANE INOCÊNCIA XAVIER RODRIGUES COELHO Cidadania – UFBA – Em fase de conclusão da dissertação. Atividades Acadêmicas Relacionadas: - Cur-
Nomeada Delegada de Polícia em 31 de outubro de 1995, designada para Seabra. Prestou servi- so de Instrutoria Interna do Estado - Curso de Capacitação em Atendimento aos Grupos de Vítimas
ço em seguida na COORPIN de Bom Jesus da Lapa, Casa Nova, 7ª DT, 12ª DT. Em 06 de janeiro Vulneráveis – UNIFEL/ACADEPOL – 2010. - Gestão da Investigação Policial, do Programa de Desen-

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 254 255 ANEXO II / EQUIPE DE COLABORADORES
volvimento Permanente para Gestores da Polícia Civil e da Polícia Técnica – Fundação Luís Eduardo ATENDIMENTO POLICIA E INVESTIGAÇÃO ENVOLVENDO EXTORSÃO
Magalhães/Academia de Polícia Civil- 2010 - Curso Capacitação em Direitos Humanos na Atuação MEDIANTE SEQUESTRO, ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS
Policial – Academia de Polícia Civil - 2010 - Curso Formação de Formadores/ Secretaria Nacional E RECUPERAÇÃO DE ATIVOS
de Segurança Pública - SENASP – EAD - 2008 - Treinamento em Mediação de Casos Reais Supervi-
sionados – Secretaria Nacional de Segurança Pública - SENASP/PNUD – 2007. - Curso de Resolução JOSÉ ALVES BEZERRA JÚNIOR
Pacífica de Conflitos – Secretaria Nacional de Segurança Pública - SENASP – 2007 - Curso Nacional de Nomeado Delegado de Polícia em 19 de dezembro de 2021, sendo designado para 8ª COORPIN/
Promotor de Polícia Comunitária – Secretaria Nacional de Segurança Pública - SENASP/ Instituto de Teixeira de Freitas, indo para o Departamento de Narcótico – DENARC, em 23 de setembro de
Segurança Pública – ISP/RJ - 2007 - Qualidade no Atendimento ao Público – Prefeitura Municipal de 2009, em Teixeira de Freitas e, em 12 de maio de 2011, passou a servir no DENARC em Salvador.
Salvador - 1996 - Curso de Sistemas de Gestão da Qualidade – SGQ – Instituto Brasileiro da Qualida- A partir da data de 02 de março de 2013, passou a ser Diretor Adjunto do Departamento de Homi-
de Nuclear – IBQN - 1994 Outros Eventos Acadêmicos: - Palestra Programa Nacional de Proteção ao cídios e Proteção à Pessoa – DHPP, em 28 de fevereiro de 2015, assume como Diretor do Departa-
Conhecimento – ACADEPOL – 2013 - Seminário Segurança Pública e Relações Raciais – Salvador/BA mento. Atualmente, é o Diretor do Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado.
11/11/2009 – Plenária. - 1ª Conferência Nacional de Segurança Pública – Brasília/DF – 27 a 30/08/2009
– Representante. - 1ª Conferência Estadual de Segurança Pública – Salvador/ BA – 09 e 10/07/2009 CLEANDRO PIMENTA BASTOS NETO
– Plenária. - Gestão Temática “As tendências contemporâneas do controle penal”: uma abordagem Idem - Planejamento Operacional
criminológica - Salvador/BA – 11/08/2008 – Plenária. - Membro da Equipe da Secretaria Nacional
de Segurança Pública, na Coordenação das Ações de Segurança dos XV Jogos Pan-Americanos e MARCELO COSTA SANSÃO
III Jogos Parapan-Americanos – Rio de Janeiro 2007. - Seminário Tecendo a Rede – Fazendo agora, Idem - Inquérito Policial Parte Geral
Pensando no Futuro – Rio de Janeiro/RJ – 04 e 05/08/2007 – Plenária. - Seminário Pan Americano de
Polícia Comunitária e Segurança Cidadã – Rio de Janeiro/RJ – Junho de 2007- Plenária. - 1ª Encontro MARTA KARINE MENEZES DE AGUIAR
Carioca de Segurança Urbana Preventiva – Rio de Janeiro/RJ – 14 e 15/12/2006 – Plenária. - Mem- Idem - Investigação de Crimes Contra Vida
bro do Grupo de Trabalho Denominado “Plenária de Modernização” para Elaboração de Estudos
de Proposta de Organograma Estrutural e de Lei Orgânica Nacional – Portaria SENAS/MJ nº 8 de
02/03/2006 – D.O.U. Seção 2 de 03/03/2006. - Ciclo de Palestras Sobre as Ações do Sistema Único INVESTIGAÇÃO ENVOLVENDO CRIMES CONTRA
de Segurança Pública, com enfoque na Modernização da Polícia Civil – Brasília/DF – 01 e 02/09/2005 A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
– Participante. - Membro da Comissão Executiva de Elaboração de Anteprojeto da Lei de Organiza-
ção Básica da Polícia Civil da Bahia, Portaria Conjunta SSP/SAEB nº 654 de 23/09/2005 – D.O.E. Data MILENA LIMA CALMON DE SIQUEIRA
24/25 de setembro de 2005. - Seminário Políticas Municipais para Superação da Violência Urbana – Graduada em direito pela UESC (Universidade Estadual de Santa Cruz), em 1999; Procurada Ju-
Salvador/BA – 06 e 07/08/2003. - Delegado da Comissão Estadual Criança e Constituinte – II Encontro rídica dos Municípios de Cadeias/BA e São Francisco do Conde/BA, de 2002 a 2004; gerente re-
Nacional Criança e Constituinte 1988 – Brasília/DF Publicação: - Cartilha da Criança e do Adolescente gional do Ministério Público da Bahia, de 2005 a 2008; Delegada de Polícia Civil da Bahia desde
– “Fazendo agora Pensando no Futuro “– MJ/SENASP – Rio 2007. 2009; pós-graduada em ciências criminais lato sensu pela EMAB/UCSal, em 2013; pós-graduada
em inteligência de segurança pública – Unifacs, em 2017; Áreas de atuação na PC/BA- DEPIN,
ANGELA DOS SANTOS DHPP (FSA e SSA), DAI e DRACO, atualmente, servindo a CECCOR/LD-DRACO.
Escrivã, bacharel em Direito, pós graduada em ciências criminais na Faculdade 2 de Julho, Coor-
denadora de Cartório em algumas unidades.

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 256 257 ANEXO II / EQUIPE DE COLABORADORES
MARCIA PEREIRA DOS SANTOS VIEIRA – DTE, seguindo após para a sede do Departamento de Polícia do Interior – DEPIN e em 10 de maio
Graduada em Direito pela UESC em 08/1998 (Universidade Estadual de Santa Cruz), Advocacia de 2014 teve seu exercício iniciado no Grupo Especial de Mediação e Acompanhamento de Conflitos
Civil e Trabalhista - Escritório Graça Torres - Itabuna 2000 a 2002, Subscrivã do Tribunal de Jus- Agrários e Urbanos – GEMACAU. Em 06 de março de 2015 serviu na Polícia Interestadual – POLINTER,
tiça da Bahia - Concursada - 2000 a 2002, Delegada de Polícia Civil do Estado da Bahia desde e em 05 de agosto de 2017, retornou para o GEMACAU, onde está lotada até a data de hoje.
2004, - Integrante da Força Tarefa de Combate a Corrupção - 2016 a 2017, pós-graduanda em
Direito Processual Penal com Habilitação em docência no Ensino Superior.
INVESTIGAÇÃO ENVOLVENDO AS RELAÇÕES DE CONSUMO
NAYARA GRACIELA SALES BRITO
Delegada de polícia civil desde o ano de 2016, atualmente lotada no DRACO, exercendo ativida- MARIA APARECIDA GUERRA DE SANTANA
des no Núcleo Fiscal da DECECAP/CIRA. Atuou na PCBA na 4ª COORPIN, bem como na antiga Delegada de Polícia Civil lotada na DECON. Trabalhou nas Delegacias de Macajuba, Santo Antô-
Coordenação dos Crimes Econômicos e contra a Administração Pública – CCOEAP do DRACO. nio de Jesus, Santo Amaro, Delegacia dos Crimes Econômicos e Contra a Administração Pública.
Mestre em Direito Público pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP). Pós-Gra- Pós-graduada em Direito Público pela Unifacs. Ex-procuradora Fiscal do Município de Lauro de
duada em Direito Processo Civil – IBDP /LFG. Graduação em Direito na Universidade Católica do Freitas, ex-professora do Estado da Bahia.
Salvador. Ex-oficial da Defensoria Pública do Estado de São Paulo, tendo atuado na Coordenação
Criminal da Defensoria, situada no Fórum Criminal da Barra Funda/SP. ROBERTA SALUSTIANO COSTA SOUZA
Nomeada Delegada de Polícia Civil em 30 de junho de 2006, nomeada para 9ª COORPIN. Em
CAMILA ALBUQUERQUE DE FARIAS GUIMARAES 31 de outubro de 2006, exerceu atividades na 3ª COORPIN. Em 20 de junho de 2012, passou a
Graduada em Direito pela Universidade Católica de Pernambuco (2010). Pós-graduada em Di- integrar ao Departamento de Polícia do Interior – DEPIN, em 12 de junho de 2018, assumiu como
reito e Processo do Trabalho pela Universidade Anhanguera-UNIDERP (2011). Foi advogada nos Assessoria Técnica deste Departamento. Em 19 de fevereiro de 2021, passou a fazer parte do
anos de 2011 a 2016. Atualmente, é Delegada de Polícia Civil do Estado da Bahia, lotada na Departamento de Crimes Contra o Patrimônio – DCCP, atualmente como Assessora Técnica.
Coordenação Especializada de Combate à Corrupção e Lavagem de Dinheiro – CECCOR/LD -
DRACO, tendo atuado, inicialmente, no DEPIN (na Delegacia de Proteção ao Turista (DELTUR) LARISSA LAGE DE BARROS
– Lençóis e na Delegacia Territorial de Santo Estevão), e, posteriormente, no DRACO, perante à Nomeada Delegada de Polícia Civil, em 04 de agosto de 2016, homologado por meio da Portaria
Delegacia Dos Crimes Econômicos E Contra A Administração Pública - DECECAP. Conjunta SAEB/PC nº 001, de 13 de abril de 2015, publicado no D.O.E., de 14 de abril de 2015,
em conformidade com a Republicação do Edital – SAEB/01/2013, publicada no D.O.E de 19 de
março de 2013, designada para a Delegacia de Atendimento à Mulher – DEAM de Periperi, em 26
INVESTIGAÇÃO ENVOLVENDO CRIMES FUNDIÁRIOS de novembro de 2016, passou a servir na Delegacia de Homicídios em Feira de Santana. A partir
da data de 12 de maio de 2017, passou a fazer parte do quadro da 1ª COORPIN. Em, 05 de julho
GIOVANNA DE ANDRADE BOMFIM de 2017, passa a ter exercício na 25ª DT, em 19 de setembro de 2017, vem fazer parte da Delega-
Idem - Planejamento Operacional cia de Atendimento da Mulher em Brotas. Na data de 16 de outubro de 2019 integra o quadro da
Delegacia Especial de Crimes Econômicos contra a Administração Pública, e em 23 de fevereiro de
MÁRCIA CRISTINA MATOS DOS SANTOS 2021, passa a exercer sua função no Departamento de Crimes contra o Patrimônio – DCCP.
Nomeada Agente de Polícia em 24 de abril de 2004, sendo designada para a 22ª COORPIN/Guanam-
bi. Em 19 de maio de 2009 passou a integrar o quadro do Departamento de Tóxico e Entorpecente

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 258 259 ANEXO II / EQUIPE DE COLABORADORES
PROCEDIMENTOS PARA CUMPRIMENTO E CONTROLE DE MANDADOS Segurança Pública/NPGA/UFBA, curso básico de Espanhol Centro Cultura Hispânica Caballeros
DE PRISÃO E CARTAS PRECATÓRIA/ POLINTER de Santiago. Instrutora de Metodologia da Investigação Policial, Procedimentos pré-processual
e Direito Penal (ACADEPOL). Em sua trajetória, foi Delegada Adjunta da PCABA, Chefe de Gabi-
ARTHUR JOSÉ PEDREIRA GALLAS E SOUZA nete da Polícia Civil e da Secretaria da Segurança Pública - SSP); atuou na DRFR como Delegada
Oficial da Reserva do Exército Brasileiro (NPOR/ 19° BC); Bacharel em Direito pela Universidade Plantonista e Titular, na 6ª DT e 12ª DT, na Delegacia Especializada de Homicídio e outras uni-
Católica de Salvador; Especialista em Gestão de Segurança Pública pelo Programa de Desenvol- dades operativas da Polícia Civil. Atuou ainda como coordenadora da Cdep e Coordenadora da
vimento de Gestores Integrais - PDGI / FLEM; Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais e Delegados Central de Flagrantes da Capital.
na Academia da Polícia Militar da Bahia (CAO/PMBA); Especialista em Gestão Estratégica em Se-
gurança Pública pela Universidade Estadual da Bahia (CEGESP/ UNEB) Operador Tático formado ARTUR FERNANDO GUIMARÃES DE JESUS COSTA
pela Academia da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (CAT/ PCERJ). Idem Inquérito Policial Parte Geral

FABRINA ALMEIDA LOPES DE CARVALHO DÉBORA NEVES DOS SANTOS SILVA


Graduou-se em Direito na Universidade Federal da Bahia, turma de 1998. Possui Especializações Escrivã de Polícia desde 2015, Coordenadora de Cartório do serviço de Central de Flagrantes
em Direitos Humanos (FESMIP/UNEB) e em Penal e Processo Penal (Universidade Estácio de Sá). CENFLAG/Salvador, desde 2014; Graduada em Direito; Instrutora da Acadepol.
Delegada de Polícia do Estado da Bahia desde 200. Atuou em Delegacias Territoriais do interior
do Estado e da Capital e em unidades especializadas (DECECAP e GERRC). Atuou por 11 anos
como Assessora Técnica da Secretaria da Segurança Pública da Bahia. Foi Presidente da Comis- INVESTIGAÇÃO DE CRIMES AMBIENTAIS
são de Investigação Social da ACADEPOL por dois anos. Atualmente, coordena o Setor de Inves-
tigação, buscas e capturas da Polinter. ALDACIR FERREIRA DOS SANTOS
Nomeado Delegado de Polícia em 11 de janeiro de 2002, designado para a 1ª Coorpin/Feira de
JAINILDO CARNEIRO DE ARAUJO
Santana; atuou na 15ª Coorpin/Serrinha em 2006; DEAM de Camaçari em 2010; 18DTª de Cama-
Escrivão de Polícia Civil desde 2003, atualmente servindo na Polinter, com Graduação em Licen-
çari em 2012, 11ª DT de Tancredo Neves em 2013; Delegacia de Proteção Ambiental em 2015 e
ciatura em Filosofia - Universidade Católica do Salvador; com graduação em Ciências Contábeis
para a 33ª DT de Monte Gordo, em 2019.
– Faculdade Visconde de Cairu; com Especialização em Gestão em Administração e Desenvolvi-
mento em Recursos Humanos – Faculdade Visconde Cairu; Especialização em Análise Criminal
– Faculdade Maurício De Nassau. Desempenhou suas atividades de Coordenador de Cartório
PROCEDIMENTO DE APREENSÃO E LEILÃO DE BENS E VALORES
em unidades policiais de Feira de Santana e Salvador, Especializada de Tóxicos e atualmente na
Coordenação de Polícia Interestadual – POLINTER.
FABIANA CARDOSO PINHEIRO
Delegada de Polícia Civil do Estado da Bahia, nomeada em 20 de março de 2004graduada em
AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE Direito pela Universidade Federal da Bahia – UFBA, com especialização em Direito do Estado. Ini-
ciou sua carreira no interior, onde trabalhou em unidades operativas territoriais, e, posteriormen-
EMILIA MARGARIDA BLANCO DE OLIVEIRA te, passou a exercer suas funções na Capital, também em delegacias territoriais e especializadas.
Delegada de Polícia, nomeada em 15 de novembro de 1986; graduada em Direito, com Espe- Atualmente, lotada na Corregedoria da Polícia Civil – CORREPOL, presidente da 4ª Comissão Per-
cialização em Direito Penal, Processual Penal e Civil/UFBA, Especialização em Política, Gestão e manente de Processo Administrativo Disciplinar e Sindicância – CPPAD e membro da Comissão

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 260 261 ANEXO II / EQUIPE DE COLABORADORES
Permanente de Avaliação e Alienação de Bens – CPAAB, apreendidos em repressão ao tráfico de
drogas.

JOMAR JOSÉ DE OLIVEIRA JÚNIOR


Escrivão de Polícia Civil do Estado da Bahia, graduado em Direito pela Universidade Católica do
Salvador – UCSal, com especialização em Inteligência Policial e pós-graduando em Direito de
Trânsito. Designado para servir na CORREPOL para prestar suporte à Comissão instituída pela
portaria de nº 308, de 30 de julho de 2015. Membro da Comissão Permanente de Avaliação e
Alienação de Bens – CPAAB, apreendidos em repressão ao tráfico de Drogas; desempenhou o
cargo de Assessor Técnico na Diretoria Geral do Departamento Estadual de Trânsito da Bania,
possuindo como atribuição o aconselhamento técnico e jurídico no âmbito do DETRAN-BA.

ATENDIMENTO DE OCORRÊNCIAS ENVOLVENDO PESSOAS


DESAPARECIDA E EM SITUAÇÃO DE VULNERÁVEIS

HELOÍSA SIMÕES DE FREITAS ALMEIDA


Delegada de Polícia, aposentada em 30 de junho de 2020. Formação em Direito pela UCSA de Sal-
vador. Curso de Especialização em Segurança Pública na Polícia Militar da Bahia (Curso de Aper-
feiçoamento de Oficiais), Pós-graduação em Direito Penal e Processo Penal pela Estácio de Sá, IV
Treinar no Estado do Rio de janeiro (Combate ao tráfico ilegal de armas), Curso de especialização em
Direito Público pela associação classista da Bahia. Curso tráfico de pessoas em Brasília /DF. Atuou
na Delegacia de Homicídios, no complexo dos Barris; no Centro de Operações Especiais – COE e no
Departamento de Polícia do Interior. Foi Coordenadora de Fiscalização de Produtos Controlados e
Titular da Delegacia de Proteção à Pessoa/DHPP.

JUSSARA MARIA ANDRADE GOMES


Nomeada Delegada de Polícia em 20 de março 2003, servindo na 20ª COORPIN/Brumado, em 17 de
março de 2007 na 2ª Coorpin/Alagoinhas; em 21 de julho de 2011, passa a servir na Corregedoria da
Polícia Civil – CORREPOL. Em 06 de março de 2013, passou a exercer o cargo de Assessora Técnica
no Departamento de Polícia Metropolitana – DEPOM. Em 08 de março de 2014, passou a atuar na 7ª
DT e, em 19 de março de 2015, passou a integrar o quadro do Departamento de Homicídios e Prote-
ção à Pessoa – DHPP, estando lotada na data de hoje.

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA • 2021 262


Coordenação Editorial
Gabinete do Delegado Geral – GDG
Escritório de Projetos e Processos - EPP

Produção e organização dos textos


Equipe de colaboradores na Produçao textual – Sub comissões temáticas ( Anexo II)
Jorvane Andrade dos Santos, Delegada de Polícia/Corregedora-Correpol - Presidente da Comissão
Daniella Andrade Monteiro de Queiroz, Delegada de Polícia/Acadepol – 1º Membro da Comissão
Ilma Leonor Magarão Paiva, Delegada de Polícia/Coordenadora Geral – EPP/GDG – 2º Membro da Comissão
Kristianne Moscovits, Escrivã de Polícia/Coordenadora de Processos – EPP/GDG

Revisão de textos
Elâine Nogueira da Silva, Delegada - Geral Adjunta/GDG
José Fernando Oliveira dos Santos, Delegado de Polícia/Corregedor Chefe-Correpol
Artur Fernando Guimarães de Jesus Costa, Delegado de Polícia/GDG
Anísio Amaral Vianna Filho, Delegado de Polícia/Assessor Técnico/GDG
Pollyanna Pedreira Silva, Delegada de Polícia/Coordenadora de Tecnologia de Gestão-EPP/GDG

Diagramação
P55 Edição

Impressão e acabamento
Empresa Gráfica da Bahia

POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DA BAHIA


Telefone: (71) 3116-6500 / FAX: (71) 3116-6483
Rua 13 de Maio, s/n – Piedade
Prédio-Sede da Polícia Civil
CEP: 40.070-010 – Salvador – Bahia
http://www.policiacivil.ba.gov.br/

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