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MUNICIPAL
AULA 1
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Com a chegada da "nova população" de colonizadores que passaram a
se instalar no país em busca de riquezas, este grupo de profissionais foi
progressivamente substituído por pedestres, guardas municipais, corpos de
milícias e serviços de ordenanças. Ao instalar a Corte Portuguesa no Brasil, foi
criado o cargo de Intendente Geral de Polícia.
Por conseguinte, o policiamento ostensivo preventivo passou a ser
realizado no ano seguinte, pela recém criada Divisão Militar da Guarda Real de
Polícia da Corte, formada por 218 guardas, homologando, assim, a existência
das forças policiais no Brasil.
Com a abdicação de D. Pedro I, a Guarda Real de Polícia, composta na
sua maioria por profissionais de naturalidade portuguesa, acabou se insurgindo
contra o novo sistema de governo, vindo com isso a ser extinta.
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No período de instabilidade na Nação, o contingente das guardas
municipais eram constantemente incorporados às fileiras da Guarda Nacional,
para o emprego nos campos de batalha. Com isso, esses profissionais passaram
a assumir uma postura mais militarizada, distanciando-se das origens do
policiamento cidadão.
Em 4 de fevereiro de 1836, com o intuito de reestabelecer esse vínculo de
policiamento nas cidades, voltado para o cidadão, foi criada a Guarda Urbana.
Seu contingente inicial foi composto por duzentos guardas municipais, que
tinham a missão de fazer o serviço de polícia na cidade.
Essa iniciativa tinha o condão de impulsionar a organização de uma
polícia que pudesse oferecer maior garantia à propriedade e à segurança
individual e tornar mais profícuo e menos oneroso o serviço que prestavam para
a população local.
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Guarda Urbana e ficou subordinado ao Chefe de Polícia local, resgatando a
terminologia de 1836.
A Guarda Municipal, após mais de 50 anos compondo a força auxiliar do
exército, passou a ser conhecida também como Corpo Policial Militar, muito
embora mantivesse sua denominação original.
Em 9 de outubro de 1889, foi criada a Guarda Cívica, com a finalidade de
auxiliar o patrulhamento da capital do Império.
No ano de 1892, em razão de o contingente do corpo de guardas
municipais ser equivalente a uma brigada, essa instituição passou a ser
conhecida como Brigada Militar.
Nesse novo momento político, após a Proclamação da República, vários
municípios reorganizaram as suas guardas municipais, como: a cidade de Porto
Alegre, em 3 de novembro de 1892, a cidade de Recife, em de 22 de fevereiro
de 1893, e a cidade de Curitiba, em 22 de novembro de 1895.
Assim, as guardas municipais mantiveram suas atribuições no
policiamento das cidades, somando a estas a competência de fiscalizar as
posturas municipais, atribuição que anteriormente havia sido transferida aos
guardas urbanos.
No ano de 1902, o sistema policial existente foi novamente dividido, sendo
agora um ramo civil e outro militar. Com isso, a atividade de polícia civil passou
ser subordinada ao chefe de polícia, sendo constituído, em seus quadros, um
corpo de profissionais uniformizados denominado Guarda Civil, o qual tinha as
atribuições semelhantes e suplementares às da polícia militar. Por sua vez, a
função de polícia militar continuou sendo exercida pela Brigada Militar.
No ano de 1905, toda a força policial estadual existente no país foi
reorganizada mantendo essa divisão, bem como preservando a existência da
guarda municipal nos municípios.
Na cidade de Curitiba, no ano de 1932, a guarda municipal deixou de
exercer o patrulhamento ostensivo na cidade, vindo o seu contingente a transitar
para o cargo de guarda fiscal e assumindo a nova função de fiscalizar somente
parques, praças, bosques e o trânsito da capital paranaense.
A partir de 1935, com a retração da autonomia dos municípios, algumas
Constituições Estaduais começaram a tratar da manutenção da ordem pública
como competência exclusiva dos estados, transferindo para os municípios a
competência da fiscalização do trânsito. Assim, no de 1935, os integrantes da
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Guarda Civil do Paraná, conhecida como Guarda Cívica, que atuavam na
fiscalização de trânsito, foram incorporados ao município de Curitiba, vindo a
agregar ao contingente dos guardas fiscais.
No chamado Estado Novo, os estados e os municípios perderam suas
respectivas autonomias, com a implantação do sistema totalitário no país.
Após Constituição da República de 1946, as polícias dos estados, dos
territórios e do Distrito Federal passaram a ser oficialmente denominadas
polícias militares, instituídas para a segurança interna e a manutenção da ordem
nos Estados, sendo consideradas força auxiliar e reserva do exército.
Com o início do regime militar, foram reorganizadas as polícias militares
e os corpos de bombeiros militares dos estados, dos territórios e do Distrito
Federal.
Esta reorganização teve como consequência a extinção das demais
polícias fardadas, tais como: guardas municipais, guardas civis, Corpo de Fiscais
do DET, guardas rodoviários do DER e vigilantes municipais.
NA PRÁTICA
A instalação da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) no estado do Rio
de Janeiro e a Unidade Paraná Seguro (UPS) no estado do Paraná são
exemplos clássicos do distanciamento das unidades policiais com a
comunidade. Assim, em uma tentativa de resgatar essa aproximação com a
população, ambos os programas foram implantados.
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Vemos na sua essência a característica de polícia de proximidade ou
polícia comunitária, sempre procurando trabalhar de forma integrada com os
órgãos governamentais, em especial com os pertencentes ao município, bem
como em parceria com a comunidade local e diferentes atores da sociedade civil
organizada.
FINALIZANDO
Ao estudarmos os aspectos históricos da segurança pública, podemos
constatar que, à medida que as instituições policiais passam a exercer uma
função mais voltada à repressão e/ou seu corpo profissional passa a ser utilizado
para a manutenção da soberania nacional ou para o emprego como força de
dissuasão contra a população dissidente, consequentemente, teremos uma
instituição policial mais distante da população, bem como uma comunidade local
mais insegura e carente da presença do Estado, enquanto gestor.
Por sua vez, o aumento da criminalidade, a ineficiência policial, o
surgimento de milícias e o crime organizado passam a ser destaques diários nos
meios de comunicação.
Manter a filosofia e praticar na sua essência os princípios do policiamento
comunitário ou de aproximação é a forma mais eficaz para que juntos possamos
ter uma diminuição significativa no índice de criminalidade, maior respeito e
confiança nas instituições de segurança pública e, em especial, uma população
mais segura e amparada pelo poder estatal.
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REFERÊNCIAS
AMARAL, L. O. de O. Direito e segurança pública: a juridicidade operacional
da polícia. Brasília: Consulex, 2003.