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POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO

MANUAL DE INSTRUÇÃO DA
ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR DO BARRO BRANCO
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA
SECRETARIA NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO
COMANDO GERAL

PORTARIA Nº PMX-XX/XX/24

1. O Comandante Geral da Polícia Militar do Estado de São Paulo, nos termos do


artigo 19, I, aprovado pelo decreto nº 7.290, de 15 de dezembro de 1975, aprova o
Manual de Instrução da Academia de Polícia Militar do Barro Branco - 1ᵃ edição,
autoriza sua publicação ao Boletim Geral PM e sua divulgação pela intranet da
Instituição.

2. Estas instruções entram em vigor na data de sua publicação, revogando-se as


disposições em contrário

São Paulo, 07 de janeiro de 2024

MARCOS MANCINI
Cel PM Comandante Geral

______________________________________________________________________
“Nós, Policiais Militares, sob a proteção de Deus, estamos compromissados com a Defesa da Vida, da Integridade Física e da Dignidade da Pessoa Humana”
SUMÁRIO

TÍTULO I
PARTE GERAL........................................................................................................................5
CAPÍTULO I
DA POLÍCIA MILITAR........................................................................................................ 5
Seção I
Da História da Polícia Militar........................................................................................ 5
Seção II
Da Estrutura da Polícia Militar...................................................................................... 6
Seção III
Do 23º BPM/I................................................................................................................7
CAPÍTULO II
DA ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR DO BARRO BRANCO..........................................7
Seção I
Da História da APMBB................................................................................................. 7
Seção II
Do Objetivo da APMBB................................................................................................ 8
TÍTULO II
DO ENSINO TEÓRICO DISCIPLINAR....................................................................................9
CAPÍTULO I
DA LEI DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO.......................................... 9
CAPÍTULO II
DO REGULAMENTO DISCIPLINAR DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO......................10
CAPÍTULO III
DA DEONTOLOGIA DO POLICIAL MILITAR...................................................................15
Seção I
Dos Valores Policiais-Militares................................................................................... 15
Seção II
Dos Direitos e Deveres dos Militares......................................................................... 15
Seção III
Da Violação dos Valores, dos Deveres e da Disciplina..............................................15
CAPÍTULO IV
DA APLICAÇÃO DO CÓDIGO PENAL............................................................................ 17
TÍTULO III
DO ENSINO TEÓRICO OPERACIONAL.............................................................................. 17
CAPÍTULO I
DO ALFABETO FONÉTICO E O CÓDIGO QUEBEC......................................................17
CAPÍTULO II
DAS MODALIDADES DE PATRULHAMENTO................................................................ 18
CAPÍTULO III
DO GUIA DE PATRULHA.................................................................................................20
SEÇÃO I
DO PROCEDIMENTO DE SAÍDA.............................................................................. 20
SEÇÃO II
DAS FUNÇÕES NA VIATURA................................................................................... 20
CAPÍTULO IV
VIATURA PRIMÁRIA E MODULAÇÃO............................................................................ 22
CAPÍTULO V
DOS DIREITOS DO CIDADÃO........................................................................................23
CAPÍTULO VI
DA ABORDAGEM E PÓS-ABORDAGEM....................................................................... 23
MANUAL DE INSTRUÇÃO DA ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR DO BARRO BRANCO

TÍTULO I
PARTE GERAL

CAPÍTULO I
DA POLÍCIA MILITAR

Seção I
Da História da Polícia Militar

A Guarda Real de Polícia de Portugal, no Porto e em Lisboa, evidentemente inspirada na


Gendarmerie. A vinda da família real portuguesa para o Brasil acabou por levar Dom João VI a
criar, em 13 de maio de 1809, a Divisão Militar da Guarda Real de Polícia, ou simplesmente
Guarda Real de Polícia, à exemplo daquela existente em Lisboa, tornando-se o embrião da
polícia militar fluminense, a começar pela Corte, à época a cidade do Rio de Janeiro.

A independência desorganizou a Guarda Real de Polícia, que era composta em sua maioria
por portugueses, neste momento através da Regência Provisória, foi criada
provisoriamente, em 14 de junho de 1831 o corpo de Guarda Municipal provisória, ficando a
segurança da cidade sob sua competência. Com a Regência Trina estabelecida, em 10 de
outubro de 1831, mediante lei foi então criado o Corpo de Guardas Municipais Permanentes
da Corte, e autorizava que fosse feito o mesmo nas províncias. Era a inovação da antiga
Guarda Real de Polícia, agora com integrantes brasileiros e não mais os portugueses que
integravam a extinta Guarda Real de Polícia.

Em São Paulo, a 15 de dezembro de 1831, por lei da Assembleia Provincial, proposta pelo
Presidente da Província, Brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar, foi criado o Corpo de Guardas
Municipais Permanentes, composto de cem praças a pé, e trinta praças a cavalo; eram os
"cento e trinta de trinta e um". Estava fundada a Polícia Militar do Estado de São Paulo, em
atendimento ao decreto Imperial baixado pelo Regente Feijó, que se tornou o patrono da
corporação. Dentro da Província e, futuramente do Estado de São Paulo, a Polícia Militar,
assim como o Corpo de Bombeiros, a Guarda Nacional, a Marinha e Exército Fixo, faziam
parte da Força Pública de São Paulo.

Em 1871, cria-se o Inquérito Policial e separa-se a função judicante da policial,


estabelecendo-se uma linha divisória entre justiça e polícia, cujas jurisdições vinham se
confundido desde épocas remotas. Assim, o julgamento de crimes passou a ser atribuição
apenas de juízes, enquanto aos Delegados e Chefes de Polícia coube o preparo dos
processos de crimes. Do início da república até 1896, as "forças militarizadas" de São Paulo
eram compostas pela Brigada Policial (contando com o Corpo Policial Permanente e o
Provisório) e pelo Corpo de Guardas Cívicos da Capital. Em 1897, é criado o Corpo de
Guardas Cívicos do Interior (futuro Corpo Policial do Interior). Em 1901, as três forças
seriam unificadas, constituindo formalmente Força Pública.

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Em 1926, é criada a Guarda Civil do Estado, como auxiliar da Força Pública, mas sem o
caráter militar desta. Às vésperas da Revolução de 1930, a Força Pública do Estado de São
Paulo já era o segundo maior corpo armado da América Latina, somente superada pelo
próprio Exército Brasileiro. Possuía desde infantaria até aeronáutica militar. No entanto, a
oposição de São Paulo contra essa Revolução levou a cortes drásticos no poderio bélico da
Força por parte do Governo Provisório de Getúlio Vargas, devido ao medo do presidente de
uma possível reação paulista ao golpe dado contra o Governo Washington Luís. Com São
Paulo ocupado pelo governo provisório, Vargas nomeou interventores militares de outros
lugares do país para comandar o estado e a Força Pública, da qual retiravam
destacamentos, armas e veículos. Com o descontentamento da população, Vargas -
auxiliado por Góis Monteiro e Miguel Costa - chegou a forjar revoltas dentro da Força
Pública para justificar os cortes. Mesmo com seu poderio drasticamente reduzido, a Força
Pública, hoje Polícia Militar, foi, com seus 10 mil homens restantes, o cerne do exército
revolucionário paulista durante os três meses de guerra civil do levante constitucionalista de
1932.

Em 1970, a Força Pública se fundiria com Guarda Civil, originando a denominação atual de
Polícia Militar. Desde então, a PMESP é uma organização fardada e organizada
militarmente. Fica subordinada ao Governador do Estado, por meio da Secretaria da
Segurança Pública e do Comando Geral da Corporação. A PMESP tem a obrigação
constitucional, assim como todas as outras PMs brasileiras, de prestar seus serviços dentro
dos limites do rigoroso cumprimento do dever legal. A Polícia Militar do Estado de São
Paulo, possui sua corregedoria, que dispõe de meios e ferramentas para coibir excessos de
sua tropa. Ela tem poder para punir os infratores, e também deve inibir e desestimular
atitudes anti-sociais. A PMESP apresenta anualmente as estatísticas de sua atuação,
incluindo os desvios de seu pessoal e as punições sofridas pelos maus. O atual
Comandante Geral da Polícia Militar do Estado de São Paulo é o Coronel PM Cássio Araújo
de Freitas, nomeado pelo Governador do Estado, Tarcísio de Freitas.

Seção II
Da Estrutura da Polícia Militar

A Polícia Militar do Estado de São Paulo é dividida em 23 comandos, 9 dos quais estão
sediados na capital. O Comando de Policiamento da Capital (CPC) é subdividido em 8
Comandos de Policiamento de Área

O Comando de Policiamento Metropolitano (CPM) é subdividido em quatro Comandos de


Policiamento de Área, distribuídos por regiões metropolitanas.

Outros comandos são o Comando do Policiamento de Choque (CPChq); o Comando do


Policiamento Rodoviário (CPRv); o Comando do Policiamento Ambiental (CPAmb); o
Comando do Policiamento de Trânsito (CPTran) e o Comando do Grupamento de
Radiopatrulha Aérea (GRPAe).

O Comando de Policiamento do Interior tem 10 subdivisões, com suas sedes distribuídas


pelas principais cidades do interior do estado: São José dos Campos, Campinas, Ribeirão
Preto, Bauru, São José do Rio Preto, Santos, Sorocaba, Presidente Prudente, Piracicaba e
Araçatuba.

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Além disso, a estrutura administrativa da Polícia Militar organiza-se da seguinte forma:

I. COMANDANTE-GERAL
a. ESTADO MAIOR PM
i. CORREGEDORIA DA POLÍCIA MILITAR (Correg PM)
ii. COMPANHIA DE AÇÕES ESPECIAIS DE POLÍCIA (CAEP)
b. CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DA POLÍCIA MILITAR (CCOMSOC)
c. COMANDO DE AVIAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR (CAvPM)
d. 23º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR DO INTERIOR (23º BPM/I)
i. COMANDO DE POLICIAMENTO DE TRÂNSITO (CPTran)
ii. 2º BATALHÃO DE POLÍCIA DE CHOQUE (2º BPCHQ)

Seção III
Do 23º BPM/I

O 23º Batalhão de Polícia Militar do Interior é a Organização Policial Militar responsável pela
manutenção da ordem pública e pela prevenção e combate ao crime em toda a cidade de
Campos do Jordão.

Atualmente, o 23º BPM/I é composto pelo Comando de Policiamento de Trânsito (CPTran) e


pelo 2º Batalhão de Polícia de Choque, além das unidades comuns de radiopatrulha. O 23º
BPM/I atua em conjunto com a Companhia de Ações Especiais de Polícia (CAEP), a fim de
assegurar a segurança pública em toda a circuncisão de sua competência.

CAPÍTULO II
DA ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR DO BARRO BRANCO

Seção I
Da História da APMBB

pós a Proclamação da República, o presidente do estado Campos Sales reorganizou a


Força Pública Paulista através da Lei nº 491 de 29 de dezembro de 1896. A Força Pública
passou a ser dividida em duas forças: Brigada Policial e Guarda Cívica.[5]

A nova lei ainda regulamentou as nomeações e promoções de oficiais:

"...Artigo 16. - As nomeações, promoções e transferências de oficiais


da brigada policial se farão por decreto do Presidente do Estado e
sob proposta do Secretário da Justiça."
— Trecho da Lei Estadual de São Paulo número 491 de 29 de
dezembro de 1896.

Ao final daquele ano a Força Pública contava com 89 oficiais na Brigada Policial e a Guarda
Cívica com 34 oficiais, totalizando 123 oficiais para comandar 4493 soldados. A nomeação
de oficiais por parte do secretário fez com que critérios políticos norteassem as escolhas,
prejudicando o funcionamento da Força Pública. Menos de três anos depois o novo
presidente do estado, Fernando Prestes de Albuquerque, aprovou a Lei nº 653 de 16 de
Agosto de 1899 que em seu artigo terceiro dispensou da Força Pública e indenizou todos os

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oficiais e praças agregados por conta da lei anterior e determinou promoções de soldados
para alferes somente por necessidade organizacional apresentada pelos comandantes de
batalhões.

A nova lei permitiu que fossem promovidos a oficialidade soldados como o Tenente Galinha,
conhecido por sua brutalidade, vigilantismo e desrespeito às leis vigentes. A falta de
estrutura e a pouca disciplina, principalmente encontrada nos batalhões do interior do
estado, passou a pressionar a infraestrutura administrativa existente ao ponto do presidente
Rodrigues Alves cita-la em seu Relatório Anual para 1900.

Em 1904 o governo admitiu que o regulamento da Força Pública precisava ser atualizado
para tornar mais céleres o julgamento de oficiais e praças envolvidos em delitos.[10] No ano
seguinte uma nova lei é editada para a reorganização da força, limitando o número de
oficiais para cada destacamento

O governo do estado contratou em 1905 o Exército Francês para reorganizar e adestrar a


Força Pública, originando a Missão Militar Francesa na Força Pública de São Paulo. Em
1907 foram criados dois cursos de formação: um para praças e outro para oficiais, ambos
ministrados com supervisão da Missão Francesa. Posteriormente foram criados novos
cursos teóricos e práticos, exigindo cada vez mais espaço em quartéis e estações de
policiamento.

A partir de 1909 todo soldado ou oficial só poderia ser promovido após aprovação nos
cursos de formação. Os cursos foram reunidos em 1913 sob o Corpo Escolar da Força
Pública, sediado no Aquartelamento da Luz, com apenas algumas atividades de tiro e
cavalaria realizadas no Acampamento da Invernada do Barro Branco desde 1904. Após um
surto de meningite no Corpo Escolar em 1919, uma turma foi transferida para o
acampamento.

Com a inclusão da Guarda Civil à Força Pública, após reestruturação de currículos, passa a
denominar-se Academia de Polícia Militar. Mais recentemente, por força do Decreto nº
11.241, de 09 de março de 1978, esta Academia, por tradição, e por assim já ser conhecida,
passou a denominar-se Academia de Polícia Militar do Barro Branco – APMBB – sendo
consagrada uma instituição voltada à formação do Oficial em nível superior.

Seção II
Do Objetivo da APMBB

A Academia de Polícia Militar do Barro Branco (APMBB) é o estabelecimento de ensino


superior localizado na capital do estado, destinado a formar e aperfeiçoar os Oficiais da
Polícia Militar do Estado de São Paulo .

Sua missão oficial é "Promover com excelência as atividades de ensino aos integrantes da
Polícia Militar que se preparam para o exercício do Oficialato, tendo por referência a ciência
pedagógica, a técnica policial e as relações humanas."

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TÍTULO II
DO ENSINO TEÓRICO DISCIPLINAR

CAPÍTULO I
DA LEI DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO

A Polícia Militar do Estado de São Paulo foi oficialmente criada em 04 de fevereiro de 2023
(dentro do roleplay), quando o então Presidente da República, eduaerdok, enviou a Lei da
Polícia Militar do Estado de São Paulo ao Congresso Nacional, oficializando a criação da
corporação destinada a preservação da ordem e da segurança pública em toda a
circuncisão do Estado de São Paulo e especialmente em Campos do Jordão.

É essencialmente importante que todos aqueles que almejam se tornar um Oficial PM.
A legislação estabeleceu os seguintes pontos como funções institucionais da PMESP:

a. Executar o policiamento ostensivo, fardado e armado, para a preservação da


ordem pública;
b. Garantir a segurança de autoridades e dignitários, bem como de eventos e locais de
interesse público;
c. Realizar o policiamento comunitário e de proximidade, com a finalidade de
estreitar o relacionamento entre a Polícia Militar e a população;
d. Coibir a prática de crimes, contravenções penais e outras infrações;
e. Colaborar com outras instituições na preservação da ordem pública e da
segurança da população;
f. Controle de distúrbios;
g. Perseguição e captura dos foragidos à justiça civil;
h. Garantia da segurança pública em áreas sujeitas a administração civil e militar.

Conforme observa-se no inciso a, a lei estabeleceu que compete à Polícia Militar realizar o
patrulhamento ostensivo, obrigatoriamente fardado e armado, com fins de preservação da
ordem pública. Nesse sentido, observa-se que é estritamente proibido patrulhar sem o
fardamento adequado ou sem portar os equipamentos adequados. No inciso c, a legislação
ressalta outro ponto importante: a importância da realização do patrulhamento comunitário e
de proximidade, com a finalidade de estreitar o relacionamento entre a Polícia Militar e a
população.

É impossível que a Polícia Militar cumpra com suas atribuições se a sociedade civil não
possuir confiança na corporação. Em serviço, todo servidor policial-militar representa a
instituição PM, o que reforça a importância de não cometer excessos, seguir os
procedimentos e acima de tudo, respeitar os civis. O inciso d trata novamente sobre a
atribuição da PM na coibição de crimes, contravenções penais e outras infrações, mas
atenção: a Polícia Militar não exerce nenhuma atribuição relativa a Polícia Judiciária civil.

O inciso e fala sobre a importância de colaborar com outras instituições na preservação da


ordem pública, tópico importante de ser ressaltado, em razão de repetitivas brigas e
discussões entre corporações. A missão de garantir a segurança da população só pode ser
alcançada com a efetiva cooperação entre as organizações que compõem o sistema de
segurança pública.

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O último ponto destacado dentre as funções institucionais é o que trata sobre o controle de
distúrbios. A Polícia Militar não é um órgão de repressão a manifestações. Como instituição
pública é nosso papel apoiar para que elas sejam pacíficas, organizadas e acima de tudo,
ocorram dentro do que manda a lei.

A legislação trata ainda superficialmente sobre a Estrutura, o Comando-Geral, o


Estado-Maior e organiza a hierarquia policial-militar.

CAPÍTULO II
DO REGULAMENTO DISCIPLINAR DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO

O Regulamento Disciplinar da Polícia Militar do Estado de São Paulo (RDPM) é o guia


máximo de conduta para todo servidor policial-militar, especialmente para um Oficial PM.
Ele reforça que a hierarquia e a disciplina são as bases da organização da Polícia Militar e
dispõe que a hierarquia policial-militar é a ordenação progressiva da autoridade, em graus
diferentes, da qual decorre a obediência, dentro da estrutura da Polícia Militar, culminando
no Presidente da República, Chefe Supremo da Polícia Militar.

Como Oficial PM, é importante ter em mente conhecimentos específicos, como por
exemplo, as Sanções Administrativas Disciplinares que podem ser impostas a um policial
militar. São elas:

I - advertência;
II - repreensão;
III - permanência disciplinar;
IV - detenção;
V - reforma administrativa disciplinar;
VI - demissão;
VII - expulsão;
VIII - proibição do uso do uniforme.

As sanções disciplinares aplicáveis aos militares do Estado, independentemente do posto,


graduação ou função que ocupem. Atenção: Todo fato que constituir transgressão deverá
ser levado ao conhecimento da autoridade competente para as providências disciplinares.O
policial militar que não fizer a comunicação de transgressão disciplinar da qual tiver ciência
incorre em igual transgressão.

A advertência é a forma mais branda de sanção. Pode ser aplicada verbalmente ao


transgressor, podendo ser feita particular ou ostensivamente, sem constar de publicação ou
dos assentamentos individuais. Ela é aplicada em transgressões de natureza leve.

A repreensão é a sanção feita por escrito ao transgressor, publicada de forma reservada ou


ostensiva, devendo sempre ser averbada nos assentamentos individuais. Ela é aplicada em
transgressões de natureza leve e média.

A permanência disciplinar é a sanção em que o transgressor ficará na OPM, sem estar


circunscrito a determinado compartimento. Resumidamente, o policial é privado de sua

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liberdade e obrigado a ficar dentro da Organização Policial Militar (Batalhão, por exemplo).

A pedido do transgressor, o cumprimento da sanção de permanência disciplinar poderá, a


juízo devidamente motivado, da autoridade que aplicou a punição, ser convertido em
prestação de serviço extraordinário, desde que não implique prejuízo para a manutenção da
hierarquia e da disciplina.

A detenção consiste na retenção do militar do Estado no âmbito de sua OPM, sem participar
de qualquer serviço, instrução ou atividade. A detenção somente poderá ser aplicada
quando da reincidência no cometimento de transgressão disciplinar de natureza grave. Essa
sanção só pode ser aplicada pelo Comandante Geral e pelos demais oficiais ocupantes de
funções próprias do posto de coronel.

Para a pena de detenção é possível interpor recurso à Corregedoria da Polícia Militar. Ao


Corregedor Geral da Polícia Militar compete conhecer desta sanção disciplinar em grau de
recurso, quando tiver sido aplicada pelo Comandante Geral e ao Comandante Geral quando
ela tiver sido aplicada por outros Coronéis.

A reforma administrativa disciplinar é uma pena aplicada:

I - ao oficial julgado incompatível ou indigno profissionalmente para com o oficialato,


após sentença passada em julgado no tribunal competente, ressalvado o caso de
demissão;
II - à praça que se tornar incompatível com a função policial-militar, ou nociva à
disciplina, e tenha sido julgada passível de reforma.

Basicamente, diferentemente da reserva, neste caso o policial é definitivamente afastado do


serviço policial-militar.

Os policiais militares serão demitidos nos seguintes casos:

I - se oficial, quando:
a) for condenado a pena restritiva de liberdade superior a 5 mil segundos, por
sentença passada em julgado;
b) for condenado a pena de perda da função pública, por sentença passada em
julgado;
c) for considerado moral ou profissionalmente inidôneo para a promoção ou revelar
incompatibilidade para o exercício da função policial-militar, por sentença passada
em julgado no tribunal competente;

II - se praça, quando:
a) for condenada, por sentença passada em julgado, a pena restritiva de liberdade
por tempo superior a 2.5 mil segundos;
b) for condenada, por sentença passada em julgado, a pena de perda da função
pública;
c) praticar ato ou atos que revelem incompatibilidade com a função policial-militar,
comprovado mediante processo regular;
d) cometer transgressão disciplinar grave, estando há mais de 4 semanas

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consecutivas ou 8 semanas alternadas no mau comportamento, apurado mediante
processo regular;
e) houver cumprido a pena conseqüente do crime de deserção;
f) considerada desertora e capturada ou apresentada, tendo sido submetida a
exame de saúde, for julgada incapaz definitivamente para o serviço policial-militar.

O oficial demitido perderá o posto e a patente, e a praça, à graduação. É uma das penas
mais duras que pode ser imposta a um policial militar.

A expulsão será aplicada, mediante processo regular, à praça que atentar contra a
segurança das instituições nacionais ou praticar atos desonrosos ou ofensivos ao decoro
profissional.

A proibição do uso de uniformes policiais-militares será aplicada, nos termos do RDPM,


temporariamente, ao inativo que atentar contra o decoro ou a dignidade policial-militar, até o
limite de 3 meses.

O recolhimento disciplinar de qualquer transgressor à prisão, sem nota de punição


publicada em boletim, poderá ocorrer quando:

I - houver indício de autoria de infração penal e for necessário ao bom andamento


das investigações para sua apuração;
II - for necessário para a preservação da ordem e da disciplina policial-militar,
especialmente se o militar do Estado mostrar-se agressivo, embriagado ou sob ação
de substância entorpecente.

As decisões de aplicação do recolhimento disciplinar serão sempre fundamentadas e


comunicadas à Corregedoria da Polícia Militar. Um militar só pode ficar preso por no
máximo 5 dias ou 30.000 segundos de prisão.

Falaremos agora sobre a comunicação disciplinar, tema já citado anteriormente acima. A


comunicação disciplinar dirigida à autoridade policial-militar competente destina-se a relatar
uma transgressão disciplinar cometida por subordinado hierárquico. Ela deve ser clara,
concisa e precisa, contendo os dados capazes de identificar as pessoas ou coisas
envolvidas, o local, a data e a hora do fato, além de caracterizar as circunstâncias que o
envolveram, bem como as alegações do faltoso, quando presente e ao ser interpelado pelo
signatário das razões da transgressão, sem tecer comentários ou opiniões pessoais.

Informações importantes sobre esse documento: ser apresentada no prazo de 5 (cinco)


dias, contados da constatação ou conhecimento do fato, ressalvadas as disposições
relativas ao recolhimento disciplinar, que deverá ser feita imediatamente; deve ser a
expressão da verdade, cabendo à autoridade competente encaminhá-la ao acusado para
que, por escrito, manifeste-se preliminarmente sobre os fatos, no prazo de 3 (três) dias.

A solução do procedimento disciplinar é da inteira responsabilidade da autoridade


competente, que deverá aplicar sanção ou justificar o fato, de acordo com o RDPM.

Resumidamente, como Oficial PM cabe a você fazer a comunicação disciplinar por meio da

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Ouvidoria Geral da Corregedoria da Polícia Militar. O resto cabe aos corregedores, que vão
apurar os fatos e decidir qual sanção aplicar, caso seja o caso.

Trataremos agora sobre a competência, quem pode punir quem?

A competência disciplinar é inerente ao cargo, função ou posto, sendo autoridades


competentes para aplicar sanção disciplinar:

I - o Comandante Geral: a todos os militares do Estado sujeitos a este Regulamento;


II - o Corregedor Geral: a todos os militares do Estado sujeitos a este Regulamento,
exceto ao Estado Maior;
III - os oficiais da ativa da Polícia Militar do posto de coronel a capitão: aos militares
do Estado que estiverem sob seu comando;
§ 1º - Ao Comandante Geral da Polícia Militar compete conhecer das sanções
disciplinares aplicadas aos inativos, em grau de recurso, respectivamente, se oficial
ou praça.

O Comandante Geral é competente para aplicar todas as sanções disciplinares previstas no


RDPM, cabendo às demais autoridades as seguintes competências:

I - ao Corregedor Geral: todas as sanções disciplinares exceto a demissão de


oficiais;
II - aos oficiais do posto de coronel: as sanções disciplinares de advertência,
repreensão, permanência disciplinar de até 5 (cinco) e detenção de até 3 (três) dias;
IV - aos oficiais do posto de tenente-coronel: as sanções disciplinares de
advertência, repreensão e permanência disciplinar de até 3 (três) dias;
V - aos oficiais do posto de major: as sanções disciplinares de advertência,
repreensão e permanência disciplinar de até 2 (dois) dias;
VI - aos oficiais do posto de capitão: as sanções disciplinares de advertência,
repreensão e permanência disciplinar de até 1 (um) dia.

Na aplicação das sanções disciplinares serão sempre considerados a natureza, a


gravidade, os motivos determinantes, os danos causados, a personalidade e os
antecedentes do agente, a intensidade do dolo ou o grau da culpa. Não haverá aplicação de
sanção disciplinar quando for reconhecida qualquer das seguintes causas de justificação:

I - motivo de força maior ou caso fortuito, plenamente comprovados;


II - benefício do serviço, da preservação da ordem pública ou do interesse público;
III - legítima defesa própria ou de outrem;
IV - obediência a ordem superior, desde que a ordem recebida não seja
manifestamente ilegal;
V - uso de força para compelir o subordinado a cumprir rigorosamente o seu dever,
no caso de perigo, necessidade urgente, calamidade pública ou manutenção da
ordem e da disciplina.

São circunstâncias atenuantes:

I - estar, no mínimo, no bom comportamento;

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II - ter prestado serviços relevantes;
III - ter admitido a transgressão de autoria ignorada ou, se conhecida, imputada a
outrem;
IV - ter praticado a falta para evitar mal maior;
V - ter praticado a falta em defesa de seus próprios direitos ou dos de outrem;
VI - ter praticado a falta por motivo de relevante valor social;
VII - não possuir prática no serviço;
VIII - colaborar na apuração da transgressão disciplinar.

São circunstâncias agravantes:

I - mau comportamento;
II - prática simultânea ou conexão de duas ou mais transgressões;
III - reincidência específica;
IV - conluio de duas ou mais pessoas;
V - ter sido a falta praticada durante a execução do serviço;
VI - ter sido a falta praticada em presença de subordinado, de tropa ou de civil;
VII - ter sido a falta praticada com abuso de autoridade hierárquica ou funcional.

Já sobre as recompensas. As recompensas policiais-militares constituem reconhecimento


dos bons serviços prestados pelo militar do Estado e consubstanciam-se em prêmios
concedidos por atos meritórios e serviços relevantes. São recompensas policiais-militares:

I - elogio;
II - cancelamento de sanções.

A dispensa do serviço não é uma recompensa policial-militar e somente poderá ser


concedida quando houver, a juízo do Comandante da Unidade, motivo de força maior.

O cancelamento de sanções disciplinares consiste na retirada dos registros realizados nos


assentamentos individuais do militar do Estado, relativos às penas disciplinares que lhe
foram aplicadas.

Por fim, falaremos agora sobre o Procedimento Administrativo Disciplinar. O Procedimento


Administrativo Disciplinar (PAD) será instaurado sempre que houver indícios de prática de
infrações disciplinares por parte de policial militar. A instauração do PAD ficará a cargo da
Corregedoria da Polícia Militar, mediante ato fundamentado, indicando o motivo da
instauração, os fatos a serem apurados, e o nome do policial investigado. O policial
investigado será notificado da instauração do PAD e terá o direito de apresentar sua defesa
no prazo de 5 dias úteis, contados da data da ciência da notificação.

O recurso contra decisão da Corregedoria da Polícia Militar será submetido ao Corregedor


Geral, do qual caberá recurso somente ao Comandante Geral, que emitirá decisão final da
qual não caberá recurso.

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CAPÍTULO III
DA DEONTOLOGIA DO POLICIAL MILITAR

A deontologia policial-militar é constituída pelos valores e deveres éticos, traduzidos em


normas de conduta, que se impõem para que o exercício da profissão policial-militar atinja
plenamente os ideais de realização do bem comum, mediante a preservação da ordem
pública.

Seção I
Dos Valores Policiais-Militares

Os valores fundamentais, determinantes da moral policial-militar, são os seguintes:

I - o patriotismo;
II - o civismo;
III - a hierarquia;
IV - a disciplina;
V - o profissionalismo;
VI - a lealdade;
VII - a constância;
VIII - a verdade real;
IX - a honra;
X - a dignidade humana;
XI - a honestidade;
XII - a coragem.

Todo policial deve ter consigo os valores acima referidos.

Seção II
Dos Direitos e Deveres dos Militares

Os deveres éticos, emanados dos valores policiais-militares e que conduzem a atividade


profissional sob o signo da retidão moral. Eles podem ser conferidos no Regulamento
Disciplinar.

Aos militares do Estado da ativa são proibidas manifestações coletivas sobre atos de
superiores, de caráter reivindicatório e de cunho político-partidário, sujeitando-se às
manifestações de caráter individual aos preceitos deste Regulamento.

Ao militar do Estado em serviço ativo é vedado exercer atividade de segurança particular,


comércio ou tomar parte da administração ou gerência de sociedade comercial ou dela ser
sócio ou participar, exceto como acionista, cotista ou comanditário.

Seção III
Da Violação dos Valores, dos Deveres e da Disciplina

A ofensa aos valores e aos deveres vulnera a disciplina policial-militar, constituindo infração

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administrativa, penal ou civil, isolada ou cumulativamente.

§ 1º - O militar do Estado é responsável pelas decisões ou atos que praticar,


inclusive nas missões expressamente determinadas, bem como pela
não-observância ou falta de exação no cumprimento de seus deveres.
§ 2º - O superior hierárquico responderá solidariamente, na esfera administrativa
disciplinar, incorrendo nas mesmas sanções da transgressão praticada por seu
subordinado quando:
1 - presenciar o cometimento da transgressão deixando de atuar para fazê-la
cessar imediatamente;
2 - concorrer diretamente, por ação ou omissão, para o cometimento da
transgressão, mesmo não estando presente no local do ato.
§ 3º - A violação da disciplina policial-militar será tão mais grave quanto mais
elevado for o grau hierárquico de quem a cometer.

Todo policial é responsável pelas suas próprias decisões, inclusive quando estiver
cumprindo uma ordem superior. O superior hierárquico responde solidariamente, incorrendo
nas mesmas sanções da transgressão praticada por seu subordinado quando presenciar o
cometimento da transgressão e não fazer nada para fazê-la cessar e quando tomar
atitudes, ou deixar de tomar, que propiciaram o cometimento da sanção, mesmo se não
estiver presente Quanto mais alta a patente, mais grave a violação da disciplina
policial-militar.

A transgressão disciplinar é a infração administrativa caracterizada pela violação dos


deveres policiais-militares, cominando ao infrator as sanções previstas no RDPM. As
transgressões disciplinares compreendem todas as ações ou omissões contrárias à
disciplina policial-militar, especificadas ou não no artigo 13 do Regulamento Disciplinar, mas
que também violem os valores e deveres policiais-militares.

As transgressões disciplinares são classificadas de acordo com sua gravidade em graves


(G), médias (M) e leves (L). Verifique o RDPM para ler todas as transgressões disciplinares.

PRINCÍPIOS GERAIS PARA ATUAÇÃO:


a. Quando em serviço, o policial-militar tem o dever de cumprir com todas as leis as
quais ele serve e aplica. O policial não está acima da lei, caso seja observado algum
desrespeito nesse sentido, será aplicada devida punição.

b. Nunca favoreça uma pessoa. A lei se aplica a todos.

c. A hierarquia policial deve ser respeitada acima de tudo. Para o bom funcionamento
da corporação, cada patente tem seus deveres alinhados com suas
responsabilidades e cabe a todos estarem alinhados com a doutrina Militar.

d. É proibido a realização de disparos nas dependências de áreas policiais.

e. Todo o interior de uma Organização Policial Militar é restrita para civis, salvo as
áreas de recepção e as calçadas.

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f. Sempre aja de forma profissional com civis, tratando-os com o devido respeito. O
policial não deve agir com agressividade de forma infundada para com qualquer
cidadão.

CAPÍTULO IV
DA APLICAÇÃO DO CÓDIGO PENAL

a. Nunca se deve favorecer uma pessoa por ser um conhecido. A lei se aplica a todos
igualmente. Incorre em infração disciplinar o policial que praticar o favorecimento
pessoal ou real.
b. Nunca deverá ser aplicada pena por um crime que a pessoa não cometeu, se não
há prova suficiente para enquadrar um indivíduo por um crime, na dúvida, não
aplique.
c. A responsabilidade do procedimento de prisão é da viatura primária da ação, ou
seja, a primeira que obteve o visual da QRU. Caso haja algum problema, é
responsabilidade dos mesmos solicitar a outros policiais disponíveis que realizem o
procedimento da prisão.
d. Caso outro policial que não foi primária esteja conduzindo a prisão, deve seguir
exatamente o indicado pela primária, não podendo retirar quaisquer acusações que
tenham sido determinadas pela primária.
e. Todo processo de prisão deve ser registrado. O registro do relatório é de extrema
importância e quaisquer faltas são passíveis de punição.

TÍTULO III
DO ENSINO TEÓRICO OPERACIONAL

CAPÍTULO I
DO ALFABETO FONÉTICO E O CÓDIGO QUEBEC

O alfabeto fonético é um sistema de notação fonética é um sistema de notação fonética


composto por 157 caracteres, baseado no alfabeto latino, criado em 1886 no projeto
orientado pelo linguista francês Paul Passy, com objetivo de ter uma representação
padronizada dos sons do idioma falado.

Cada palavra no alfabeto fonético representa uma letra específica ou um som distintivo,
ajudando a evitar confusão na transmissão de informações, especialmente em situações
onde a qualidade da comunicação pode ser prejudicada, como em ambientes ruidosos ou
com conexões de áudio deficientes.

17
O código Quebec do alfabeto fonético foi desenvolvido em 1990, tem origem britânica. Era
uma maneira dos navios se comunicarem junto aos militares. Com o passar do tempo esse
método de linguagem se tornou universal e continua sua utilização atualmente.

É um sistema de representação de sons da fala por meio de símbolos específicos. É


amplamente utilizado em contextos onde a comunicação precisa e clara é essencial, como
nas forças armadas, aviação, na rádio policial, etc.

Contém mais de 30 siglas com uma combinação de 3 letras

Exemplos:
Q.A.P = Na Escuta;
Q.A.R = Desligar;
Q.R.N = Interferência;
Q.R.A = Identificação do operador;
Q.R.L = Estou ocupado;
Q.R.M = Interferência humana;
Q.R.Q = Transmita mais depressa;
Q.R.S = Transmita mais devagar;
Q.R.T = Fora do ar;
Q.R.U = Novidade, problema;
Q.S.L = Entendido

CAPÍTULO II
DAS MODALIDADES DE PATRULHAMENTO
Este capítulo visa especificar aos futuros oficiais as modalidades de patrulhamento
presentes na Polícia Militar do Estado de São Paulo.

Unidades de Patrulhamento
1. Radiopatrulha
- Unidade de patrulhamento padrão, responsável pelo patrulhamento
PREVENTIVO na área do seu pelotão, caracterizada por ter dois
operacionais, armamento padrão sendo pistolas.
2. Comando Grupo Patrulha
- Viatura comando dos pelotões, também responsável pelo patrulhamento
PREVENTIVO/OSTENSIVO, comandada por um Sargento ou mais, ela é a
unidade responsável por administrar, comandar, orientar, supervisionar e
auxiliar as unidades de radiopatrulhamento designadas dos pelotões da
companhia, subordinada à COMPANHIA, é caracterizada por ser uma
unidade com três operacionais, podendo portar armamento de baixo calibre,
como submetralhadoras, calibre 12 etc.
3. Comando Força Patrulha
- Viatura de comando das companhias, podendo realizar o patrulhamento
PREVENTIVO/OSTENSIVO, é comandada por um Tenente ou mais
(Aspirantes também podem comandar uma CFP), sua função é administrar,
comandar, orientar, supervisionar as unidades das demais companhias, e, se
necessário, auxiliar as unidades que requisitarem a sua presença isso inclui
entrevistas com a mídia e etc. Subordinada ao BATALHÃO, é caracterizada

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por três operacionais embarcados com a utilização de armamentos longos,
fuzis, carabinas, etc.
4. Subárea
- Viatura do comandante da companhia, sendo ele Capitão ou mais,
responsável por supervisionar as demais unidades da sua companhia, realiza
patrulhamento PREVENTIVO/OSTENSIVO, caracterizada por três/quatro
operacionais com armas longas, fuzis, carabinas, é subordinado a
COMPANHIA na qual ele comanda, porém, poderá patrulhar pelas demais
áreas do batalhão sem supervisionar as demais companhias que não estão
sob seu comando.
5. Comando Batalhão
- Viatura do comandante do batalhão, sendo ele um oficial superior, realiza a
supervisão das suas companhias, sendo ela uma viatura grande
normalmente com três/quatro operacionais, portam armamentos longos e são
subordinados ao seu batalhão.
6. Supervisor Regional
- Viatura do Comando de Policiamento do Interior (CPI) ou do Comando de
Policiamento de Área (CPA), comandada por um Capitão ou mais, sendo ele
o mais antigo ou um tenente caso não haja Capitão. Realiza todo o papel de
supervisão sobre todos os batalhões na qual abrange o CPA/CPI, sendo
cada Comando de Policiamento responsável por 4 batalhões ou mais.
Caracterizado por uma viatura com ¾ operacionais portando armamento
longo.
7. Comando Regional
- Viatura comando do CPI/CPA, comandada pelo Coronel comandante do
CPI/CPA, é responsável pelo comando fiscalização e supervisão de toda
área que abrange o seu comando de policiamento.

Modalidades
1. Patrulhamento Preventivo
- É todo e qualquer patrulhamento na qual a presença policial é reforçada, com
o uso de giroflex modo ronda, policiais e viaturas caracterizadas,
normalmente designadas em locais de evento ou patrulhamento
convencional em áreas determinadas pelo comando, normalmente uma
viatura de RP, não combatem diretamente o crime mas agem de forma a
prevenir o mesmo.
2. Patrulhamento Ostensivo
- Patrulhamento comumente realizado por viaturas especializadas ou
comando, patrulhamento que tem como foco caçar a criminalidade,
normalmente conhecido e praticado por viatura de ROTA, barca apagada,
incursionando em favelas etc. Atuam em áreas de maior risco e estão mais
bem preparados para combater a criminalidade.
3. Patrulhamento de Alto Risco
- O brevê referente ao Patrulhamento de Alto Risco é possuído pelos
Comandos e Operações Especiais. Apesar da denominação
"Patrulhamento", as unidades que executam essa modalidade não realizam

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patrulhas convencionais. A função primordial é a retomada, resgate, reforço e
intervenção em ocorrências de extrema gravidade.

CAPÍTULO III
DO GUIA DE PATRULHA

Este capítulo visa especificar o padrão necessário para que a viatura dos futuros oficiais
entre em patrulhamento.

SEÇÃO I
DO PROCEDIMENTO DE SAÍDA

1. Vista o seu fardamento de acordo com o Regulamento de Uniformes da Polícia


Militar (RUPM)
2. Pegue o seu armamento no arsenal de acordo com os regulamentos, apresente-se à
maior patente presente para obter as ordens de serviço
3. Retire sua viatura e module a rede COPOM para informar a situação
- Exemplo de Modulação:
“COPOM, [UNIDADE] saindo para patrulhamento, QSL? Área da 1°
Companhia do 23° BPM, bom patrulhamento aos demais.”

- Nunca há patrulha com um único policial militar. Sempre ter outro policial disponível para
seu apoio é essencial para a rotina de patrulha, devido aos riscos que há na profissão.

SEÇÃO II
DAS FUNÇÕES NA VIATURA

1º Homem/Comandante de equipe:
Em unidades especializadas é o que porta a arma longa; Coordena as atividades
administrativas e operacional da equipe;
Decide a dinâmica do patrulhamento, local de patrulhamento da equipe, fiscaliza os
documentos produzidos pela equipe, todas atividades realizadas pela equipe é necessário o
consentimento do 1º Homem;
Em unidades especializadas é necessário ser Sargento para poder exercer a função de 1º
Homem.
Em unidades denominadas 01 um soldado pode exercer essa função, mas não poderá
portar um fuzil.

Área de Patrulhamento:

O 1º Homem/Comandante de equipe é responsável por patrulhar a lateral direita e a parte


frontal da equipe;

Observações:
Responsável por acionar giroflex, sirene;
Em abordagens permanece fazendo a segurança da equipe ao lado do abordado com seu
armamento em punho;

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Responsável por verbalizar com os suspeitos;
Gerencia a viatura;
Para fazer uma abordagem não é necessário ter "permissão" do Comandante de equipe;
(Pelo fato do tirocínio policial)

2º Homem/Motorista da equipe: (Poderá ser Soldado ou Cabo)


Responsável por conduzir as manutenções da viatura;
Responsável pela limpeza da viatura;
Responsável por conduzir a viatura com segurança;
Deverá sempre ficar próximo à viatura para evitar que ocorram furtos aos pertences ou até
mesmo do armamento equipado no porta armas longas;
A "babá" da viatura;
Responsável por posicionar a viatura em 45° na calçada;
Ficar atento ao rádio durante uma abordagem; Ter conhecimento sobre as áreas de
patrulhamento, como: Pontos de referências, Delegacias, Prontos Socorros, Avenidas
principal, Dentre outros locais ;
Ser habilitado para conduzir veículos e ter os devidos treinos aplicados pela instituição
Polícia Militar;

Área de patrulhamento:

Frontal, lateral esquerda e utilizar os espelhos para auxiliar no patrulhamento

3º Homem/Segurança de equipe: (Poderá ser Soldado, Cabo) Obs:


Na ROTA ele deverá ser mais antigo de BRAÇAL que o 4º Homem. (Independente da sua
Graduação)
Responsável por equipar a viatura com as armas longa, granadas, escudo;
Braço direito do Comandante de equipe;
Em abordagens sempre ficar próximo ao Comandante de equipe;
Responsável pela segurança do Comandante de equipe;
Ao final dos serviços auxiliar os 4º e 5º Homem na desequipagem na viatura;
Responsável por fazer o relatório de serviço; (Anota o número de abordades, ocorrências,
quantas prisões foram efetuadas, etc)
Responsável pela busca pessoal nos abordados;
Sempre em uma divisão da equipe deverá se permanecer junto com o 1º
Homem/Comandante de equipe;

Área de patrulhamento:

Lateral esquerda e a retaguarda esquerda da viatura;

Observação:

Sempre ficar atento aos veículos que cruzam com a viatura.

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4º Homem/Segurança de equipe:
Responsável por anotar os dados das ocorrências atendidas pela viatura;
Responsável por manusear a prancheta que é anotado a placa dos veículos roubados na
data anterior;
Manusear o guia da cidade (GPS);
Responsável por passar o itinerário da equipe; Os locais onde a equipe deve
passar/patrulhar
Responsável por citar os locais onde ocorrem crimes na região;
Responsável por falar os locais das denúncias recebidas;
Responsável por fazer o relatório da equipe;
Anotar alertas gerais.

Área de patrulhamento:

Lateral direita e retaguarda direita.

5º Homem/Estagiário: Responsável por fazer a parte administrativa e as anotações que o


4º Homem faria; Prestar o máximo de atenção no trabalho desempenhado pelos policiais ali
presentes;

Área de patrulhamento:

360º Ficar atento a todos os lados da equipe.

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CAPÍTULO IV
VIATURA PRIMÁRIA E MODULAÇÃO

A viatura primária desempenha um papel crucial no início e resolução de ocorrências. Ao se


deparar com uma situação, é essencial seguir procedimentos específicos para garantir
eficiência e conformidade com a lei.

1. Sinalização de Abordagem
- Ao iniciar o acompanhamento, é necessário ativar as luzes da viatura e sua
sirene deve ser ativada por um breve momento. Esses sinais visuais e
sonoros têm o propósito de indicar claramente a intenção de abordagem
policial, agindo como medidas dissuasórias e reduzindo riscos.
2. Comunicação com o COPOM
- Informe ao COPOM que está sendo iniciada uma abordagem ao veículo,
especifique cor, modelo, ocupantes (se possível identificar). Caso o veículo
não acate as instruções, é crucial informar imediatamente o Centro de
Operações da Polícia Militar (COPOM). Essa comunicação permite
orientação e supervisão, contribuindo para uma resposta coordenada e
segura.
Exemplo de modulação:
“COPOM, iniciando abordagem a um [MODELO DO VEÍCULO], no
[PONTO DE REFERÊNCIA PRÓXIMO], QSL?”
“COPOM, iniciando acompanhamento a um [MODELO DO
VEÍCULO], no [PONTO DE REFERÊNCIA PRÓXIMO] sentido [PONTO DE
REFERÊNCIA QUE O VEÍCULO ESTÁ SE DIRIGINDO], QSL?”
3. Iniciar o acompanhamento
- Faça o uso do sistema de luzes e sonoros para que seja possível transmitir a
informação para outros condutores que está havendo algum tipo de
ocorrência que necessite de caminho livre. Module o acompanhamento ao
COPOM especificando os locais que o indivíduo está se locomovendo, seja
pelo seu nome ou algum ponto de referência

CAPÍTULO V
DOS DIREITOS DO CIDADÃO

1. O cidadão tem o direito de saber a identificação do policial condutor da


abordagem/entrevista, caso solicitado;
2. O cidadão abordado tem o direito de ter o motivo da abordagem esclarecido;
3. O cidadão tem o direito de saber que estará sendo revistado;
4. Um cidadão só poderá ser preso por ordem judicial ou flagrante delito;
5. O cidadão tem o direito de saber quais multas estão sendo aplicadas contra ele.

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CAPÍTULO VI
DA ABORDAGEM E PÓS-ABORDAGEM

O procedimento de abordagem padrão consiste em um conjunto de regras e doutrinas


necessárias para que uma abordagem eficiente seja empregada no trabalho rotineiro da
Polícia Militar do Estado de São Paulo.

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