Você está na página 1de 104

CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS – PMBA – JUNHO/2021 0

• Polícia Militar da Bahia - PMBA

• Centro de Formação e Aperfeiçoamento


de Praças - CFAP

• Divisão de Ensino

CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS

Apostila de Legislação Policial Militar – Módulo I

Salvador / Bahia - Brasil, 28 de Junho de 2021


CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS – PMBA – JUNHO/2021 1

Direitos desta edição reservados ao

CENTRO DE FORMAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO DE PRAÇAS - CFAP ©


ESTABELECIMENTO CEL PM JOSÉ IZIDRO DE SOUZA NETO
Criado em 06/03/1922, com missão de formar exclusivamente Graduados instituída
através de publicação do Estado da BAHIA, Lei nº 20.508 de 19/12/1967.

Direção do CFAP
Diretor - Cel PM Alfredo José Souza Nascimento
Diretor Adjunto -Ten Cel PM Lucas Miguez Palma

Equipe Pedagógica
Chefe da Divisão de Ensino: Maj PM Helena Carolina Jones da Cunha
Coordenadora dos Batalhões-Escola: Maj PM Karina Silva Seixas
Instrutor–Chefe: Cap PM Guttemberg Loiola de Carvalho dos Santos
Seção Técnica Pedagógica e Design: Sub Ten PM Karina da Hora Farias
Seção Técnica Pedagógica: Sub Ten PM Lindinalva Brito da Silva

Créditos de Autoria e Atualização


Apostila Revisada e Atualizada pelo Cap PM Zaqueu Vinagre de Lima e a Subten PM Karina
da Hora Farias. Colaboração anterior do Cb PM Antônio Marcos da Silva.

VENDA PROIBIDA. A reprodução e divulgação do material é permitida mediante citação da fonte;nenhuma


parte desta obra poderá ser reproduzida, copiada, transcrita ou mesmo transmitida por meios eletrônicos ou
gravações, para fins não educacionais, comerciais ou ilícitos. Os infratores serão punidos com base na Lei nº
9.610/98.

Impresso no Brasil / Printed in Brazil


CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS – PMBA – JUNHO/2021 2

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ............................................................................................................... 3
1. MISSÃO CONSTITUCIONAL DAS POLÍCIAS ......................................................... 4

2. ORGANIZAÇÃO DAS POLÍCIAIS MILITARES DO BRASIL ................................ 18

3. HIERARQUIA: POSTOS, GRADUAÇÕES E PRECEDÊNCIA................................. 45

4. REGULAMENTO DE CONTINÊNCIAS E SINAIS DE RESPEITO (R-2) .............. 52

5. ESTATUTO POLICIAL MILITAR: OBRIGAÇÕES E DEVERES ............................ 64

6 ÓRGÃOS DE CONTROLE DA ATIVIDADE POLICIAL ......................................... 71

7. LEGISLAÇÃO SOBRE OS SERVIÇOS INTERNOS DA PMBA (R-1) ..................... .78

8. PORTARIAS DO COMANDO GERAL........................................................................ 95

8.1 DISPENSA MÉDICA ...................................................................................................... 73

8.2 INFORMES EM MÍDIAS SOCIAIS ................................................................................ 74

8.3 MULTA DE TRÂNSITO À CONDUTORES ................................................................. 77

REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 104


APRESENTAÇÃO
LEGISLAÇÃO POLICIAL MILITAR

Seja bem vinda à disciplina Legislação PM, que se apresenta na verdade,


dividida em Legislação PM e Legislação Militar, visto que possui conteúdo de ambas
as áreas do conhecimento humano.
Deste modo, a disciplina é um concatenado de vários assuntos inerentes aos
diversos diplomas legais existentes e que devem ser obedecidos pelos policiais
militares, informações essas contidas em diversas normas esparsas e nas legislações
próprias da Polícia Militar do Estado da Bahia (PMBA), como de outras normas
pertencentes ao Exército brasileiro (EB), Instituição da qual somos reserva e força
auxiliar, por este motivo, reproduzimos muitos de seus regulamentos.
Todavia, a ideia principal é que o discente possa ter contato e estudar os
assuntos inerentes à Polícia Militar, conheceremos sobre os aspectos legais do
trabalho policial militar, a finalidade da Corporação, missão, visão e valores, além, de
começar a reconhecer as diferenças estruturais sobre os diversos níveis hierárquicos
(posto, graduações).
Também, se faz necessário conhecer os deveres e limitações da atividade
policial militar, os direitos, prerrogativas, sanções, atenuantes e agravantes,
fundamentos que se encontram no Estatuto PM, do Regulamento Disciplinar da
PMBA (RDPM) com diversos institutos ainda vigentes, dos Regulamentos Internos
que fundamentam a postura e comportamento do policial no ambiente de caserna e
fora dela, o Regulamento de Continência (Cont.), as instruções de Serviços Gerais
(RISG) e as Instruções Gerais contidas nas Portarias do Comando Geral.
Aproveite a oportunidade de estar em contato com a disciplina e se aplique no
aprendizado, ele é importante, e fará toda a diferença na forma de atuar e nas
responsabilizações que você terá daqui para frente; utilize a lei para o seu
desenvolvimento pessoal e profissional, com vistas a se tornar um policial militar que
pauta sua ação na legalidade. Bons Estudos.

Equipe CFAP
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 4

1. MISSÃO CONSTITUCIONAL DA POLÍCIA MILITAR DA BAHIA

A POLÍCIA MILITAR É UMA INSTITUIÇÃO ASERVIÇO DO CIDADÃO!


Slogan da PMBA (2021)

Deste modo, a função da Polícia Militar da Bahia tem por fundamento


principiológico a proteção da sociedade e à incolumidade e proteção das pessoas,
sendo que qualquer postura diferente desta, restará por ferir, essa máxima
institucional que a Corporação trabalha com afinco para alcançar na sua tarefa diária.

Nesse sentido, a MISSÃO DA PMBA define a razão de ser desta Corporação, ou


seja, o propósito pelo qual a PMBA existe e atua junto à sociedade, que é de
PRESERVAR A VIDA, A ORDEM PÚBLICA E A CIDADANIA, se encontra ao
interno da Constituição Federal, possuindo então status de ordem, de força maior,
visto que está na Carta Magna que rege o país, no artigo 144 da Constituição Federal
de 1988.

CONSTITUIÇÃO FEDERAL 1988


CAPÍTULO III
DA SEGURANÇA PÚBLICA

Art. 144. A segurança pública, DEVER DO ESTADO,


direito e responsabilidade de todos, é exercida PARA A
PRESERVAÇÃO DA ORDEM PÚBLICA e da
INCOLUMIDADE DAS PESSOAS e do PATRIMÔNIO,
através dos seguintes órgãos:

I - polícia federal;
II - polícia rodoviária federal;
III - polícia ferroviária federal;
IV - polícias civis;
V - POLÍCIAS MILITARES E CORPOS DE
BOMBEIROS MILITARES.
[...]
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 5

§ 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia


de carreira, incumbem, ressalvada a competência da
União, as funções de polícia judiciária e a apuração de
infrações penais, exceto as militares.

§ 5º ÀS POLÍCIAS MILITARES CABEM A POLÍCIA


OSTENSIVA E A PRESERVAÇÃO DA ORDEM
PÚBLICA; aos corpos de bombeiros militares, além das
atribuições definidas em lei, incumbe a execução de
atividades de defesa civil.

§ 6º As polícias militares e corpos de bombeiros militares,


forças auxiliares e reserva do Exército, subordinam-se,
juntamente com as polícias civis, aos Governadores dos
Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.
[...]

§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas


municipais destinadas à proteção de seus bens, serviços e
instalações, conforme dispuser a lei. (grifo nosso)

Logo, cabem às Polícias Militares a atividade de polícia ostensiva e a


preservação da ordem pública, logo, com a sua presença, vendo e sendo vista, deve
realizar o trabalho preventivo e repressivo de segurança pública. Assim, a
ostensividade, é, portanto, eminentemente PREVENTIVA e imediatamente
IDENTIFICÁVEL e está associada à PRESERVAÇÃO DA ORDEM PÚBLICA.

A Constituição de 1988 estabeleceu como fundamento para a atuação de todas


as pessoas, A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA como supraprincípio,
cobrando postura CIDADÃ por parte de todos, tanto da coletividade quanto das
instituições públicas e seus agentes, logo, impôs à Polícia Militar e a cada Policial
Militar a salvaguarda de direitos fundamentais, essenciais para a paz, convivência
pacífica e perpetuação da espécie humana.

Os bens essenciais a proteger são vários, contudo, sob risco de perder a


efetividade dos demais direitos fundamentais, é necessário prioritariamente defender
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 6

alguns direitos de grande relevância segundo a Carta Magna de 1988, sendo eles o
direito à:

 VIDA
É o estado de atividade incessante comum aos seres vivos, que decorre entre o
nascimento e a morte e, sem a qual o homem não existe no plano fático e social. No
plano jurídico, entretanto, a vida pode ser defendida desde a concepção ou gestação
intrauterina.

 ORDEM PÚBLICA
É a situação normal de estado de legalidade, com clima de convivência harmonioso e
pacífico, em que as autoridades exercem suas precípuas atribuições e os cidadãos as
respeitam e acatam, constituindo uma situação ou condição que conduza ao bem
comum

 CIDADANIA
É o exercício autônomo e com liberdade dos direitos e deveres civis, políticos e
sociais definidos a todas as pessoas da sociedade, em igualdade de condições,
estabelecidos na Constituição de um país.

Além das missões constitucionais das Policias Militares descritas na Constituição


Federal/88, no âmbito do Estado da Bahia, tem-se fundamentado e especificado
também a atuação policial consoante os artigos 46 a 48, da referida Carta
Constitucional.
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 7

1. 1. GOVERNANÇA E ALTO COMANDO1

A Governança Corporativa da PMBA visa dispor a instituição de tal forma que


possibilite realizar suas atribuições junto à sociedade, visando sempre o objetivo de
alcance das metas estipuladas pelo ente governamental. Neste tocante a PMBA
possui como atribuições o que se segue:

ATRIBUIÇÕES DA PMBA

I - executar, com exclusividade, ressalvadas as missões peculiares às Forças Armadas,


o policiamento ostensivo fardado, planejado pelas autoridades policiais militares
competentes, a fim de assegurar o cumprimento da lei, a preservação da ordem
pública e o exercício dos poderes constituídos;

II - exercer a missão de polícia ostensiva de segurança, de trânsito urbano e


rodoviário, de proteção ambiental, guarda de presídios e instalações vitais, além do
relacionado com a prevenção criminal, justiça restaurativa, proteção e promoção aos
direitos humanos, preservação e restauração da ordem pública;

III - atuar de maneira preventiva, como força de dissuasão em locais ou áreas


específicas, onde se presuma ser possível a perturbação da ordem, mediando
conflitos e gerenciando crises em segurança pública;

IV - atuar de maneira repressiva, em caso de perturbação da ordem, precedendo o


eventual emprego das Forças Armadas, e exercer a atividade de repressão criminal
especializada;

V - exercer a função de polícia judiciária militar, na forma da lei;

VI - promover e executar ações de inteligência, de forma integrada com o Sistema de


Inteligência, na forma da lei;

VII - promover e executar pesquisa, estatística e análise criminal, com vistas à eficácia
do planejamento e ação policial militar;

1
Disponível em http://intranet.pm.ba.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=16677&catid =120.
Publicado em Quinta, 06 Outubro 2016, 14:24 - Escrito por Administrador DMT.
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 8

VIII - garantir o exercício do poder de polícia aos órgãos públicos, especialmente os


da área fazendária, sanitária, de proteção ambiental, de uso e ocupação do solo e do
patrimônio cultural;

IX - atender à convocação, inclusive mobilização, do Governo Federal em caso de


guerra externa ou para prevenir ou reprimir grave perturbação da ordem ou ameaça
de sua irrupção, subordinando-se à Força Terrestre para emprego em suas
competências específicas de polícia militar e como participante da Defesa Interna e
da Defesa Territorial, na forma da legislação específica;

X - instruir e orientar, na forma da lei federal, as guardas municipais se assim convier


à Administração do Estado e dos respectivos Municípios;

XI - instaurar o inquérito policial militar;

XII - instaurar sindicâncias, processos disciplinares sumários e processos


administrativos disciplinares para apurar transgressões disciplinares atribuídas aos
policiais militares, sem prejuízo do disposto no § 1º do art. 57 desta Lei;

XIII - realizar vistorias e inspeções em estruturas e edificações utilizadas para eventos


públicos, com vistas à segurança publica;

XIV - exercer outras competências necessárias ao cumprimento da sua


finalidade institucional.

Contudo, para melhor gerenciar o desenvolvimento de suas atribuições, a Corporação


foi subdivida em órgãos especializados, estabelecendo uma cúpula que define
estrategicamente o planejamento e atuação operacional da Corporação, determinando a
execução de suas diretrizes. Nesse contexto, o ALTO COMANDO2 é a cúpula da PMBA,
sendo composto pelos seguintes órgãos:

A) COMANDO-GERAL(CG): órgão DIRETIVO SUPERIOR E


ESTRATÉGICO tem por finalidade planejar, dirigir, executar, avaliar, deliberar e
controlar as atividades da Polícia Militar da Bahia.
ATRIBUIÇÕES DO CG
I- realizar a administração geral da Polícia Militar;
II- apreciar e aprovar programas e projetos apresentados pelas demais unidades
da Corporação;

2
Para fins didáticos algumas atribuições foram suprimidas na apostila, contudo, podem ser acessadas na intranet da PMBA.
Disponível em http://intranet.pm.ba.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=16677&catid=120. Publicado
em Quinta, 06 Outubro 2016, 14:24 - Escrito por Administrador DMT.
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 9

III- viabilizar a elaboração da proposta orçamentária anual e plurianual, o plano


especial de aplicação e suas alterações, assim como as solicitações de créditos
adicionais, submetendo-os ao órgão competente;
IV- articular-se, permanentemente, com os órgãos e entidades municipais,
estaduais, federais, nacionais e internacionais, objetivando o cumprimento da
finalidade da Corporação;
V- formular as políticas e diretrizes básicas da Policia Militar, a programação
anual do trabalho, assim como fixar as suas prioridades;
VI- solicitar ao Governador do Estado a celebração de convênios, acordos de
cooperação técnica ou financeira do Estado com entidades municipais, estaduais,
nacionais e internacionais;
VII- propor alterações ao Regimento Interno do órgão submetendo-as a
autoridade competente;

VIII- por meio do Gabinete do Comando-Geral que tem por finalidade prestar
assistência ao Comandante-Geral em suas atribuições técnicas e administrativas e nas
relações de interesse da Polícia Militar, com órgãos e instituições dos Poderes
Executivo, Legislativo e Judiciário, em âmbito Federal, Estadual e Municipal, do
Ministério Público, dos Tribunais de Contas e de Organismos Internacionais.

B) SUBCOMANDO-GERAL(SCG): órgão de DIREÇÃO GERAL das atividades


da Polícia Militar, tem por finalidade assessorar o Comando-Geral na elaboração da
política e estratégia institucional, na integração e coordenação dos sistemas da Polícia
Militar, bem como na supervisão, controle e avaliação das atividades administrativas
e operacionais.

ATRIBUIÇÕES DO SCG
I - Assessorar o Comando-Geral na elaboração da política e estratégia
institucional.
II - Assessorar o Comando-Geral na integração e coordenação dos sistemas da
Polícia Militar.
III - Assessorar o Comando-Geral na supervisão, controle e avaliação das
atividades administrativas e operacionais.
IV - Coordenar a representação social e política do Comando-Geral e as relações
públicas de interesse da Corporação.
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 10

V - prestar assessoramento na formulação, proposição e atualização, das


diretrizes estratégicas referentes à Política Orçamentária e Financeira da Policia
Militar, bem como nos assuntos concernentes ao sistema de planejamento da
Corporação em estreita articulação com o Departamento de Planejamento,
Orçamento e Gestão, Departamento de Auditoria e Finanças e respectivas unidades
vinculadas;
VI - elaborar e manter atualizado o plano de segurança física e patrimonial do
Quartel do Comando-Geral.

C) COMANDO DE OPERAÇÕES POLICIAIS MILITARES: tem por finalidade


planejar, coordenar, controlar e supervisionar as atividades de polícia ostensiva, de
acordo com as necessidades de preservação da ordem pública, bem como
supervisionar as atividades realizadas pelos Comandos de Policiamento e pelas
Unidades Operacionais, no que concerne à eficiência nas missões de policiamento
ostensivo.

ATRIBUIÇÕES DO COPPM:
I - Planejar, coordenar, controlar, fiscalizar e definir o modelo de emprego do
policiamento ostensivo no âmbito do Estado;
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 11

II - Definir os pontos estratégicos para o emprego do policiamento ostensivo no


âmbito do Estado.
III - Elaborar relatórios críticos e operacionais sobre o emprego e a avaliação do
policiamento ostensivo no âmbito do Estado, para assessoramento operacional ao
Comando Geral.
IV - Elaborar diretrizes e planos específicos relativos ao emprego do
policiamento ostensivo em operações e/ou eventos de grande porte no âmbito do
Estado, articulando-se com os Comandos Regionais e Especializado.
V - Elaborar doutrina e padronização de procedimentos relativos à área
operacional, em conjunto com os Comandos Regionais e Especializado.
VI - Acompanhar o desempenho da todas as Unidades Operacionais do Estado
da Bahia, através da mensuração dos resultados alcançados dentro da esfera
operacional, notadamente na redução dos índices ligado aos Crimes Violentos Letais
e Intencionais e os Crimes Violentos contra o Patrimônio. [...]

D) COMANDO DE OPERAÇÕES DE INTELIGÊNCIA: tem por finalidade


planejar, coordenar, executar, fiscalizar, controlar, articular, supervisionar e gerenciar
as atividades de inteligência policial, no âmbito do Sistema de Inteligência da Polícia
Militar - SINPOM, dentro do território baiano, bem como assessorar o Alto Comando
da Corporação nos assuntos de cunho estratégico, tático e operacional que lhes forem
confiados, além de se inter-relacionar com os demais órgãos estaduais de inteligência
e do Sistema Brasileiro de Inteligência – SISBIN.

ATRIBUIÇÕES DO COORD. DE INTELIGÊNCIA:

I – Planejar, coordenar, controlar, fiscalizar e dirigir as Atividades de


Inteligência da PMBA, no planejamento e na articulação de operações de inteligência,
na participação em forças tarefas, no relacionamento com os órgãos da Secretaria de
Segurança Pública e do Sistema Estadual de Inteligência, bem como, no estreitamento
do relacionamento da rede de inteligência do Sistema de Inteligência da Policia
Militar.
II - elaborar o planejamento de emprego, bem como diretrizes para a atuação
das Unidades da Coordenação de Inteligência e das unidades de Inteligência, quando
do emprego nos grandes eventos.
III - coordenar a produção de conhecimento de Inteligência e de assuntos
internos no âmbito da Corporação.
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 12

IV – Propor, leis, decretos portarias e demais ordenamentos legais sobre o


funcionamento e atuação do Sistema de Inteligência da PMBA.
V - Planejar, coordenar, controlar, fiscalizar e dirigir as atividades de pesquisa,
estatística e análise criminal, em articulação com o Comando de Operações Policiais
Militares.
VI - Propor medidas de salvaguarda de dados, informações e conhecimentos
produzidos no Sistema de Inteligência da Policia Militar e de seus suportes; bem
assim, documentos sensíveis produzidos em outras Unidades PM, que precisem de
custódia e real proteção do conhecimento.
VII- Fiscalizar o fiel cumprimento da Doutrina Nacional de Inteligência de
Segurança Pública e das demais legislações aplicáveis a Inteligência. [...]

E) CORREGEDORIA: tem por finalidade assistir o Comandante-Geral e o


Subcomandante-Geral da Polícia Militar no desempenho de suas atribuições
constitucionais, políticas e administrativas, realizar a atividade correcional, zelando
pela justiça e disciplina dos integrantes da PMBA, bem como gerenciar as atividades
dos segmentos de correição descentralizados nas Organizações Policiais Militares.

ATRIBUIÇÕES DA CORREGEDORIA:

I - Receber e examinar requerimentos, representações e avaliações que


envolvam a atuação de integrantes da Corporação.
II – Planejar, coordenar, controlar e dirigir as atividades de instauração de
inquéritos, sindicâncias ou processos administrativos disciplinares.
III - Encaminhar ao Comando Geral o resultado das correições, representações e
outros procedimentos, propondo as medidas julgadas necessárias.
IV - Encaminhar documentação a órgãos externos para adotar medidas cabíveis,
quando o fato em apuração não for de responsabilidade desta Polícia Militar.
V - Editar minutas de soluções, homologando ou avocando as conclusões em
relatório pelos encarregados de Inquérito Policial Militar; e, determinar a adoção de
providências administrativas que não as requeridas pela legislação penal, material e
processual, castrense.
VI - Editar despachos saneadores dos inquéritos policiais militares, remetendo
os autos ao Ministério Público junto à Justiça Militar do Estado, para fins de
formação da suspeita do crime denunciado pelo Ministério Público.
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 13

VII - Baixar autos de Inquérito Policial Militar à autoridade de polícia judiciária


delegante ou delegada, para complementação de diligências inquisitoriais julgadas
necessárias ou convenientes, conforme preconiza a legislação penal castrense.
VIII – Assessorar o Comando Geral acerca da tramitação de inquéritos policiais
militares, orientando informar às demais autoridades competentes.
IX - Conhecer e adotar as providências preliminares elencadas no art. 12 do
Código de Processo Penal Militar, nos termos do seu regulamento;
X - Instaurar inquéritos policiais militares decorrentes ou não dos autos de
resistência e as que tenham resultado na morte de pessoas.
XI - Apurar em inquérito policial militar as condutas dos policiais militares em
ações e operações policiais.
XII - Executar as medidas cautelares deferidas pelo Poder Judiciário no âmbito
dos Inquéritos Policiais Militares.
XIII – Determinar de imediato a apuração qualquer problema disciplinar que
ocorra dentro do presídio, dando imediato conhecimento ao Comando Geral.
XIV- Dar cumprimento às solicitações da Justiça para apresentação dos
custodiados nas audiências forenses, solicitando escoltas para os deslocamentos
necessários. [...]

F) DEPARTAMENTO DE PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO


(DEPLAN): tem por finalidade elaborar o planejamento das políticas públicas e
estratégias institucionais, planejar, orientar e executar a programação orçamentária e
a consolidação dos planos, programas, projetos, acompanhamento, gestão e
atividades governamentais, no âmbito da Polícia Militar da Bahia – PMBA.

ATRIBUIÇÕES DE DEPLAN:

I - Assessorar o Alto Comando na elaboração do Plano Estratégico Institucional,


na formulação de políticas e diretrizes, e na definição de prioridades da Corporação.
II – Articular as ações de planejamento com a área sistêmica governamental no
processo de elaboração, execução e acompanhamento do Plano Plurianual - PPA, Lei
de Diretrizes Orçamentárias - LDO e Lei Orçamentária Anual – LOA.
III – Propor ao Comando Geral a formulação do Plano de Trabalho Anual da
Instituição, assessorando no estabelecimento das metas a serem alcançadas, com base
no planejamento governamental.
IV – Assessor o Comando Geral na formulação de políticas, diretrizes e na
definição de prioridades orçamentárias da Corporação.
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 14

V - Analisar as demandas das unidades organizacionais, estabelecendo


prioridades de atendimento de acordo com as metas estabelecidas pelo Alto
Comando e pelo Plano Estratégico da Corporação.
VI – Por meio do Gabinete do Comando Geral, remeter ao Tribunal de Contas
do Estado o relatório de gestão consolidado, relativo a prestação de contas anual da
PMBA e seus anexos. [...]

G) DEPARTAMENTO DE PESSOAL: tem por finalidade planejar, coordenar,


controlar e executar as atividades de administração de pessoal da Polícia Militar.

ATRIBUIÇÃO DO DP
I – Planejar, coordenar, controlar e executar as atividades referentes aos
processos de Recruta, Seleção e Desenvolvimento de Pessoal no âmbito da
Corporação.
II - Planejar, coordenar, controlar e executar as atividades as instruções sobre o
Sistema de Recursos Humanos e bem como das rotinas de práticas administrativas
para as Unidades Operacionais da PMBA.
III - Organizar e manter atualizado o cadastro de pessoal da Corporação.
IV - Preparar os atos de transferência para a reserva e reforma de Oficiais e
Praças da Corporação.
V - Encaminhar o processo à Procuradoria Geral do Estado - PGE, para análise e
emissão do competente parecer, no que tange à autorização para remessa ao Tribunal
de Contas do Estado – TCE.
VI - Encaminhar os processos autorizados pela Procuradoria Geral do Estado -
PGE ao Tribunal de Contas do Estado - TCE.
VII - Planejar, coordenar, controlar e executar as atividades referentes à folha de
pagamento da Corporação, examinando e elaborando os documentos necessários à
concessão de benefícios dos servidores policiais militares, civis e pensionistas.
VIII - Coordenar o cadastramento de novos servidores da PMBA no PIS/PASEP
e manter atualizado o referido cadastro.
IX - Planejar, coordenar, controlar e executar as atividades referentes
àexpedição senhas e controle de usuários do Sistema de Recursos Humanos do
Estado - SIRH com acesso às atualizações financeiras em folha de pagamento.
X - Coordenar e acompanhar o processo de seleção dos candidatos ao concurso
público, elaborando manuais, preparando e promovendo a divulgação de edital.
XI - providenciar a remessa às Forças Armadas das relações dos candidatos
matriculados, candidatos desligados e inclusões de reservistas.
XII - Coordenar as atividades do órgão e responder pelos serviços executados,
quanto ao recebimento, qualidade e expedição de documentos, processamento e
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 15

controle de microfilmes e arquivos digitais, assim como pelo perfeito funcionamento


sistêmico da Coordenação.

H) DEPARTAMENTO DE APOIO LOGÍSTICO (DAL): Departamento de Apoio


Logístico tem por finalidade planejar, coordenar, controlar e executar as atividades
de logística e de patrimônio da Polícia Militar.
ATRIBUIÇÕES:
I – Planejar, coordenar e executar as atividades referentes à aquisição,
manutenção, recebimento, distribuição e controle do material bélico da Polícia
Militar.
II - Coordenar e controlar o desenvolvimento de projetos nas áreas de
Arquitetura, Engenharia Civil, Elétrica, Geotécnica, Hidrosanitária, Estrutural e
Orçamentário;
V - Programar, coordenar, executar e acompanhar os serviços de manutenção,
reforma e vistoria dos imóveis pertencentes à Corporação.
VII – Planejar, coordenar, controlar e executar as atividades inerentes às
aquisições estratégicas de materiais e contração de serviços par a Corporação.

I) DEPARTAMENTO DE MODERNIZAÇÃO E TECNOLOGIA (DMT): tem por


finalidade planejar, coordenar, executar e controlar as atividades de tecnologia da
informação e telecomunicações, promovendo a elevação da qualidade de serviços e
das atividades da Polícia Militar, em estreita articulação com os órgãos estaduais de
tecnologia da informação e telecomunicações, compete:

ATRIBUIÇÕES:

I –Planejar, executar e coordenar as atividades de aquisição, desenvolvimento e


manutenção de sistemas de tecnologia da informação e mídias eletrônicas, adotando
métodos, técnicas e ferramentas que promovam sua eficiência.
II - Estabelecer a metodologia de desenvolvimento de sistemas e criação de
mídias eletrônicas.
III - Propor a melhoria contínua dos sistemas disponibilizados, com o objetivo
de aumentar a satisfação dos usuários da Corporação, por meio de documentação
técnica específica.
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 16

IV - Planejar e coordenar as atividades de pesquisas aplicadas com vistas à


modernização da Corporação, estabelecendo parcerias com outros centros de
pesquisa no âmbito interno e externo, viabilizando mecanismos de cooperação.
V - Propor soluções tecnológicas para aplicação em necessidades da
Corporação.
VI – Manter banco de dados de informações e de resultados dos projetos de
estudos, pesquisas e testes realizados pelo Departamento.
VII - Realizar levantamentos estatísticos relativos ao serviço policial militar,
analisando os dados e criando um banco de dados disponível para a tomada de
decisão estratégica do escalão superior. [...]

1.2 PLANO ESTRATÉGICO DA PMBA

O novo Plano Estratégico da PMBA (2017 a 2025) estabelece a missão, visão e


valores da PMBA rumo ao bicentenário da Corporação, definindo um norte de
conduta que deve ser arregimentado por todos os policiais militares em todos os
níveis, de modo que a gestão possa fazer frente aos intensos e sérios desafios que lhes
são impostos diariamente.
Visando aproveitar as oportunidades, minimizar as ameaças, utilizar suas
forças e mitigar suas fraquezas, para o cumprimento da sua missão e alcance da sua
visão de futuro, todos os policiais militares devem estar coadunados com as
perspectivas desse plano, para que a Corporação apresente resultados mais
satisfatórios, atendendo às demandas sociais por serviços de melhor qualidade.
No mapa estratégico da PMBA existem resultados a serem alcançados junto à
sociedade, relativo aos serviços finalísticos e quanto aos recursos organizacionais a
empregar, devendo a atuação policial militar no terreno, buscar a realização das
premissas contidas nesse plano estratégico da Corporação, para tal fim diversas
modalidades e métodos de policiamento é empregado.
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 17
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 18

2. ORGANIZAÇÃO DAS POLÍCIAS MILITARES NO BRASIL

O decreto definiu a organização das Polícias Militares e dos Corpos de


Bombeiros Militares dos Estados Federados, estabelecendo a divisão funcional dessas
instituições e sua relação como força reserva do exercito, além de estabelecer
subordinação destas aos órgãos de segurança pública, além de subordinação
administrativa aos Governadores dos Estados Federativos do Brasil.

DECRETO-LEI Nº 667, DE 2 DE JULHO DE 1969.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , usando das atribuições que lhe confere o § 1º do


artigo 2º do Ato Institucional nº 5, de 13 de dezembro de 1968,

DECRETA:
Art. 1º As Polícias Militares consideradas forças auxiliares, reserva do Exército,
serão organizadas na conformidade deste Decreto-lei.

Parágrafo único. O Ministério do Exército exerce o controle e a coordenação das


Polícias Militares, sucessivamente através dos seguintes órgãos, conforme se
dispuser em regulamento:

a) Estado-Maior do Exército em todo o território nacional;


b) Exércitos e Comandos Militares de Áreas nas respectivas jurisdições;
c) Regiões Militares nos territórios regionais.

Art. 2º A Inspetoria-Geral das Polícias Militares, que passa a integrar,


organicamente, o Estado-Maior do Exército incumbe-se dos estudos, da coleta e
registro de dados bem como do assessoramento referente ao controle e coordenação,
no nível federal, dos dispositivos do presente Decreto-lei.

Parágrafo único. O cargo de Inspetor-Geral das Polícias Militares será exercido


por um General-de-Brigada da ativa.
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 19

CAPÍTULO I
Definição e competência

Art. 3º Instituídas para a manutenção da ordem pública e segurança interna nos


Estados, nos Territórios e no Distrito Federal, compete as Polícias Militares, no
âmbito de suas respectivas jurisdições:

a) executar com exclusividade, ressalvadas as missões peculiares das Forças


Armadas e os casos estabelecidos em legislação específica, o policiamento ostensivo,
fardado planejado pelas autoridades policiais competentes, a fim de assegurar o
cumprimento da lei, a manutenção da ordem pública e o exercício dos poderes
constituídos;

b) atuar de maneira preventiva, como força de dissuasão, em locais ou áreas


específicas, onde se presuma ser possível a perturbação da ordem;

c) atuar de maneira regressiva, em caso de perturbação da ordem, precedendo o


eventual emprego das Forças Armadas;

d) atender à convocação do Governo Federal, em caso de guerra externa ou para


prevenir ou reprimir grave subversão da ordem ou ameaça de sua irrupção,
subordinando-se ao Comando das Regiões Militares para emprego em suas
atribuições específicas de polícia militar e como participante da Defesa Territorial.

Art. 4º As Polícias Militares subordinam-se ao órgão que, os governos dos


Estados, Territórios e no Distrito Federal, for responsável pela ordem pública e pela
segurança interna.

CAPÍTULO II
Estrutura e Organização

Art. 5º As Polícias Militares serão estruturadas em órgão de Direção, de Execução


e de Apoio de acordo com as finalidades essenciais do serviço policial e as
necessidades de cada Unidade da Federação.

§ 1º Considerados as finalidades essenciais e o imperativo de sua articulação pelo


território de sua jurisdição, as Polícias Militares deverão estruturar-se em grupos
policiais. Sendo essas frações os menores elementos de ação autônoma, deverão
dispor de um chefe e de um número de componentes habilitados indispensáveis ao
atendimento das missões básicas de polícia.
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 20

§ 2º De acordo com a importância da região o interesse administrativo e


facilidades de comando os grupos de que trata o parágrafo anterior poderão ser
reunidos, constituindo-se em Pelotões, Companhias e Batalhões ou em Esquadrões e
Regimento, quando se tratar de unidades montadas.

Art. 6º O Comando das Polícias Militares será exercido por oficial superior
combatente, do serviço ativo do Exército, preferencialmente do posto de Tenente-
Coronel ou Coronel, proposto ao Ministro do Exército pelos Governadores de Estado
e de Territórios ou pelo Prefeito do Distrito Federal.

§ 1º O provimento do cargo de Comandante será feito por ato dos Governadores


dos Estados Territórios ou pelo Prefeito do Distrito Federal após ser designado por
Decreto do Poder Executivo Federal o oficial que ficará à disposição do referido
Governo e Prefeito para esse fim.

§ 2º O oficial do Exército nomeado para o Cargo de Comandante da Polícia


Militar será comissionado no mais alto posto da Corporação, se sua patente for
inferior a esse posto.

§ 3º O oficial da ativa do Exército, nomeado para o Comando da Polícia Militar,


na forma deste artigo, é considerado em "cargo militar", para fins de satisfação de
requisitos legais exigidos para promoção, como se estivesse no exercício de cargo de
Comandante de Corpo de Tropa do Exército.

§ 4º Em caso excepcional e a critério do Presidente da República, à vista de


proposta do Ministro do Exército, o cargo de Comandante poderá ser atribuído a
General-de-Brigada da ativa.

§ 5º Em caráter excepcional, ouvido o Ministro do Exército, o cargo de


Comandante poderá ser exercido por oficial da ativa, do ultimo posto, da própria
Corporação.

§ 6º O oficial nomeado nos termos do parágrafo anterior, comissionado ou não,


terá precedência hierárquica sobre os oficiais de igual posto da Corporação.

§ 7º O Comandante da Polícia Militar, quando oficial do Exército não poderá


desempenhar outras funções no âmbito estadual, ainda que cumulativamente com
suas funções de comandante, por prazo superior a 30 (trinta) dias.

Art. 7º Oficiais do serviço ativo do Exército poderão servir no Estado-Maior ou


como instrutores das Polícias Militares, obedecidas para a designação as prescrições
do artigo anterior, salvo quanto ao posto.

CAPÍTULO IV

Instrução e Armamento
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 21

Art. 13. A instrução das Polícias Militares limitar-se-á a engenhos e controlada


pelo Ministério do Exército através do Estado-Maior do Exército, na forma deste
Decreto-lei.

Art. 14. O armamento das Polícias armas de uso individual inclusive automáticas,
e a um reduzido número de armas automáticas coletivas e lança-rojões leves para
emprego na defesa de suas instalações fixas, na defesa de pontos sensíveis e execução
de ações preventivas e repressivas nas Missões de Segurança Interna e Defesa
Territorial.

Art. 15. A aquisição de veículos sobre rodas com blindagem leve e equipados com
armamento nas mesmas especificações do artigo anterior poderá ser autorizada,
desde que julgada conveniente pelo Ministério do Exército.

Art. 16. É vedada a aquisição de engenhos, veículos, armamentos e aeronaves fora


das especificações estabelecidas.

Art. 17. As aquisições de armamento e munição dependerão de autorização do


Ministério do Exército e obedecerão às normas previstas pelo Serviço de Fiscalização
de Importação, Depósito e Tráfego de Produtos Controlados pelo Ministério do
Exército (SFIDT).

CAPÍTULO V

Justiça e Disciplina

Art. 18. As Polícias Militares serão regidas por Regulamento Disciplinar redigido à
semelhança do Regulamento Disciplinar do Exército e adaptado às condições
especiais de cada Corporação.

Art. 19. A organização e funcionamento da Justiça Militar Estadual serão


regulados em lei especial.

Parágrafo único. O foro militar é competente para processar e julgar o pessoal das
Polícias Militares nos crimes definidos em lei como militares.

Art. 20. A Justiça Militar Estadual de primeira instância é constituída pelos


Conselhos de Justiça previstos no Código de Justiça Militar. A de segunda instância
será um Tribunal Especial, ou o Tribunal de Justiça.

CAPÍTULO VI

Da competência do Estado-Maior do Exército, através da Inspetoria-Geral das


Polícias Militares
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 22

Art. 21. Compete ao Estado-Maior do Exército, através da Inspetoria-Geral das


Polícias Militares:

a) Centralizar todos os assuntos da alçada do Ministério do Exército relativos às


Polícias Militares, com vistas ao estabelecimento da política conveniente e à adoção
das providências adequadas.

b) Promover as inspeções das Políticas Militares tendo em vista o fiel cumprimento


das prescrições deste decreto-lei.

c) Proceder ao controle da organização, da instrução, dos efetivos, do armamento e


do material bélico das Polícias Militares.

d) Baixar as normas e diretrizes para a fiscalização da instrução das Polícias


Militares.

e) Apreciar os quadros de mobilização para as Polícias Militares de cada Unidade da


Federação, com vistas ao emprego em suas missões específicas e como participantes
da Defesa Territorial.

f) Cooperar no estabelecimento da legislação básica relativa às Polícias Militares.

CAPÍTULO III – Será abordado mais adiante, sobre hierarquia e disciplina.

CAPÍTULO VII
Prescrições Diversas

Art. 22. Ao pessoal das Polícias Militares, em serviço ativo, é vedado fazer parte de
firmas comerciais de empresas industriais de qualquer natureza ou nelas exercer
função ou emprego remunerados.

Art. 23. É expressamente proibido a elementos das Polícias Militares o


comparecimento fardado, exceto em serviço, em manifestações de caráter político-
partidário.

Art. 24. Os direitos, vencimentos, vantagens e regalias do pessoal, em serviço ativo


ou na inatividade, das Polícias Militares constarão de legislação especial de cada
Unidade da Federação, não sendo permitidas condições superiores às que, por lei ou
regulamento, forem atribuídas ao pessoal das Forças Armadas. No tocante a cabos e
soldados, será permitida exceção no que se refere a vencimentos e vantagens bem
como à idade-limite para permanência no serviço ativo.

Art. 25. Aplicam-se ao pessoal das Polícias Militares:


CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 23

a) as disposições constitucionais relativas ao alistamento eleitoral e condições de


elegibilidade dos militares;

b) as disposições constitucionais relativas às garantias, vantagens prerrogativas e


deveres, bem como todas as restrições ali expressas, ressalvado o exercício de cargos
de interesse policial assim definidos em legislação própria.

Art. 26. Competirá ao Poder Executivo, mediante proposta do Ministério do Exército


declarar a condição de "militar" e, assim, considerá-los reservas do Exército aos
Corpos de Bombeiros dos Estados, Municípios, Territórios e Distrito Federal.

Parágrafo único. Aos Corpos de Bombeiros Militares aplicar-se-ão as disposições


contidas neste Decreto-lei, exceto o disposto nos artigo 6º e artigo 7º e parágrafos.

Art. 27. Em igualdade de posto e graduação os militares das Forças Armadas em


serviço ativo e da reserva remunerada têm precedência hierárquica sobre o pessoal
das Polícias Militares.

Art. 28. Os oficiais integrantes dos quadros em extinção, de oficiais médicos,


dentistas, farmacêuticos e veterinários nas Polícias Militares, poderão optar pelo seu
aproveitamento nos efetivos a que se refere o artigo 10 deste Decreto-lei.

Art. 29. O Poder Executivo regulamentará o presente Decreto-lei no prazo de 90


(noventa) dias, a contar da data de sua publicação.

2.1- PRINCÍPIOS E NORMAS PARA APLICAÇÃO DO DECRETO-LEI Nº 667, DE


02 DE JULHO DE 1969: R-200.

Em 30 de setembro de 1983 através do Decreto nº 88.777, foi aprovado o


regulamento para as Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares,
estabelecendo conceitos, competências, finalidades, princípios e normas para a
aplicação Decreto-lei nº 667/1969 com as modificações do Decreto-lei nº 2.010/1983.
Não obstante, esta normativa ficou conhecida como R-200 ou apenas, Regulamento -
200, no âmbito do exercito e da PMBA.

DECRETO No 88.777, DE 30 DE SETEMBRO DE 1983

Aprova o regulamento para as policias


militares e corpos de bombeiros militares
(R-200).
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 24

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , usando da atribuição que lhe confere o


artigo 81, item III, da Constituição,

DECRETA:

Art. 1º Fica aprovado o Regulamento para as Polícias Militares e Corpos de


Bombeiros Militares (R-200), que com este baixa.

Art. 2º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação, revogados os Decretos
nº 66.862, de 08 de julho de 1970, e nº 82.020, de 20 de julho de 1978, e as demais
disposições em contrário.

REGULAMENTO PARA AS POLÍCIAS MILITARES E


CORPOS DE BOMBEIROS MILITARES
(R-200)

ÍNDICE DE ASSUNTOS Art.


CAPÍTULO I Das Finalidades 1º
CAPÍTULO II Da Conceituação e Competência 2º/6º
CAPÍTULO III Da Estrutura e Organização 7º/10
CAPÍTULO IV Do Pessoal das Polícias Militares 11/19
CAPÍTULO V Do Exercito de Cargo ou Função 20/25
CAPÍTULO VI Do Ensino, Instrução e Material 26/32
CAPÍTULO VII Do Emprego Operacional 33/36
CAPÍTULO VIII Da Competência do Estado-Maior do Exercito, através da
Inspetoria-Geral das Polícias Militares (IGPM) 37/39
CAPÍTULO IX Das Prescrições Diversas 40/48

CAPÍTULO I

DAS FINALIDADES

Art. 1º Este Regulamento estabelece princípios e normas para a aplicação do Decreto-


Lei nº 667, de 02 de julho de 1969, modificado pelo Decreto-Lei nº 1.406, de 24 de
junho de 1975, e pelo Decreto-Lei nº 2.010, de 12 de janeiro de 1983.

CAPÍTULO II

DA CONCEITUAÇÃO E COMPETÊNCIA
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 25

Art. 2º Para efeito do Decreto-Lei nº 667, de 02 de julho de 1969 modificado pelo


Decreto-Lei nº 1.406, de 24 de junho de 1975, e pelo Decreto-Lei nº 2.010, de 12 de
janeiro de 1983, e deste Regulamento, são estabelecidos os seguintes conceitos:

1) À disposição - É a situação em que se encontra o policial-militar a serviço de órgão


ou autoridade a que não esteja diretamente subordinado.

2) Adestramento - Atividade destinada a exercitar o policial-militar, individualmente


e em equipe, desenvolvendo-lhe a habilidade para o desempenho das tarefas para as
quais já recebeu a adequada instrução.

3) Agregação - Situação na qual o policial-militar da ativa deixa de ocupar vaga na


escala hierárquica do seu quadro, nela permanecendo sem número.

4) Aprestamento - Conjunto de medidas, incluindo instrução, adestramento e


preparo logístico, para tornar uma organização policial-militar pronta para emprego
imediato.

5) Assessoramento - Ato ou efeito de estudar os assuntos pertinentes, propor


soluções a cada um deles, elaborar diretrizes, normas e outros documentos.

6) Comando Operacional - Grau de autoridade que compreende atribuições para


compor forças subordinadas, designar missões e objetivos e exercer a direção
necessária para a condução das operações militares.

7) Controle - Ato ou efeito de acompanhar a execução das atividades das Polícias


Militares, por forma a não permitir desvios dos propósitos que lhe forem
estabelecidos pela União, na legislação pertinente.

8) Controle Operacional - Grau de autoridade atribuído à Chefia do órgão


responsável pela Segurança Pública para acompanhar a execução das ações de
manutenção da ordem pública pelas Polícias Militares, por forma a não permitir
desvios do planejamento e da orientação pré-estabelecidos, possibilitando o máximo
de integração dos serviços policiais das Unidades Federativas.

9) Coordenação - Ato ou efeito de harmonizar as atividades e conjugar os esforços


das Polícias Militares para a consecução de suas finalidades comuns estabelecidas
pela legislação, bem como de conciliar as atividades das mesmas com as do Exército,
com vistas ao desempenho de suas missões.
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 26

10) Dotação - Quantidade de determinado material, cuja posse pelas Polícias


Militares é autorizada pelo Ministério do Exército, visando ao perfeito cumprimento
de suas missões.

11) Escala Hierárquica - Fixação ordenada dos postos e graduações existentes nas
Policias Militares (PM).

12) Fiscalização - Ato ou efeito de observar, examinar e inspecionar as Polícias


Militares, com vistas ao perfeito cumprimento das disposições legais estabelecidas
pela União.

13) Graduação - Grau hierárquico da praça.

14) Grave Perturbação ou Subversão da Ordem - Corresponde a todos os tipos de


ação, inclusive as decorrentes de calamidade pública, que por sua, natureza, origem,
amplitude, potencial e vulto:

a) superem a capacidade de condução das medidas preventivas e repressivas


tomadas pelos Governos Estaduais;

b) sejam de natureza tal que, a critério do Governo Federal, possam vir a


comprometer a integridade nacional, o livre funcionamento de poderes constituídos,
a lei, a ordem e a prática das instituições;

c) impliquem na realização de operações militares.

15) Hierarquia Militar - Ordenação da autoridade, em níveis diferentes, dentro da


estrutura das Forças Armadas e Forças Auxiliares.

16) Inspeção - Ato da autoridade competente, com objetivo de verificar, para fins de
controle e coordenação, as atividades e os meios das Policias Militares.

17) Legislação Específica - Legislação promulgada pela União, relativa às Policias


Militares.

18) Legislação Peculiar ou Própria - Legislação da Unidade da Federação, pertinente


à Polícia Militar.

19) Manutenção da Ordem Pública - É o exercício dinâmico do poder de polícia, no


campo da segurança pública, manifestado por atuações predominantemente
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 27

ostensivas, visando a prevenir, dissuadir, coibir ou reprimir eventos que violem a


ordem pública.

20) Material Bélico de Polícia Militar - Todo o material necessário às Policias Militares
para o desempenho de suas atribuições especificas nas ações de Defesa Interna e de
Defesa Territorial.

Compreendem-se como tal:

a) armamento;
b) munição;
c) material de Motomecanização;
d) material de Comunicações;
e) material de Guerra Química;
f) material de Engenharia de Campanha.

21) Ordem Pública -.Conjunto de regras formais, que emanam do ordenamento


jurídico da Nação, tendo por escopo regular as relações sociais de todos os níveis, do
interesse público, estabelecendo um clima de convivência harmoniosa e pacífica,
fiscalizado pelo poder de polícia, e constituindo uma situação ou condição que
conduza ao bem comum.

22) Operacionalidade - Capacidade de uma organização policial-militar para cumprir


as missões a que se destina.

23) Orientação - Ato de estabelecer para as Polícias Militares diretrizes, normas,


manuais e outros documentos, com vistas à sua destinação legal.

24) Orientação Operacional - Conjunto de diretrizes baixadas pela Chefia do órgão


responsável pela Segurança Pública nas Unidades Federativas, visando a assegurar a
coordenação do planejamento da manutenção da ordem pública a cargo dos órgãos
integrantes do Sistema de Segurança Pública.

25) Perturbação da Ordem - Abrange todos os tipos de ação, inclusive as decorrentes


de calamidade pública que, por sua natureza, origem, amplitude e potencial possam
vir a comprometer, na esfera estadual, o exercício dos poderes constituídos, o
cumprimento das leis e a manutenção da ordem pública, ameaçando a população e
propriedades públicas e privadas.
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 28

As medidas preventivas e repressivas neste caso, estão incluídas nas medidas de


Defesa Interna e são conduzidas pelos Governos Estaduais, contando ou não com o
apoio do Governo Federal.

26) Planejamento - Conjunto de atividades, metodicamente desenvolvidas, para


esquematizar a solução de um problema, comportando a seleção da melhor
alternativa e o ordenamento contentemente avaliado e reajustado, do emprego dos
meios disponíveis para atingir os objetivos estabelecidos.

27) Policiamento Ostensivo - Ação policial, exclusiva das Policias Militares em cujo
emprego o homem ou a fração de tropa engajados sejam identificados de relance,
quer pela farda quer pelo equipamento, ou viatura, objetivando a manutenção da
ordem pública.

São tipos desse policiamento, a cargo das Polícias Militares ressalvadas as missões
peculiares das Forças Armadas, os seguintes:

- ostensivo geral, urbano e rural;


- de trânsito;
- florestal e de mananciais;
- rodoviária e ferroviário, nas estradas estaduais;
- portuário;
- fluvial e lacustre;
- de radiopatrulha terrestre e aérea;
- de segurança externa dos estabelecimentos penais do Estado;
- outros, fixados em legislação da Unidade Federativa, ouvido o Estado-Maior do
Exército através da Inspetoria-Geral das Polícias Militares.

28) Posto - Grau hierárquico do oficial.

29) Praças Especiais - Denominação atribuída aos policiais-militares não


enquadrados na escala hierárquica como oficiais ou praças.

30) Precedência - Primazia para efeito de continência e sinais de respeito.

31) Subordinação - Ato ou efeito de uma corporação policial-militar ficar, na


totalidade ou em parte, diretamente sob o comando operacional dos Comandantes
dos Exércitos ou Comandantes Militares de Área com jurisdição na área dos Estados,
Territórios e Distrito Federal e com responsabilidade de Defesa Interna ou de Defesa
Territorial.

32) Uniforme e Farda - Tem a mesma significação.


CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 29

33) Vinculação - Ato ou efeito de uma Corporação Policial-Militar por intermédio do


comandante Geral atender orientarão e ao planejamento global de manutenção da
ordem pública, emanados da Chefia do órgão responsável pela Segurança Pública
nas Unidades da Federação, com vistas a obtenção de soluções integradas.

34) Visita - Ato por meio do qual a autoridade competente estabelece contatos
pessoais com os Comandos de Polícias Militares, visando a obter, por troca de ideias
e informações, uniformidade de conceitos e de ações que facilitem o perfeito
cumprimento, pelas Polícias Militares, da legislação e das normas baixadas pela
União.

Art. 3º O Ministério do Exército exercerá o controle e a coordenação das Polícias


Militares, atendidas as prescrições dos § 3º, 4º e 6º do artigo 10 do Decreto-Lei nº 200,
de 25 de fevereiro de 1967 (Reforma Administrativa), por intermédio dos seguintes
órgãos:

1) Estado-Maior do Exército, em todo o território nacional;

2) Exércitos e Comandos Militares de Área, como grandes escalões de


enquadramento e preparação da tropa para emprego nas respectivas jurisdições;

3) Regiões Militares, como órgãos territoriais, e demais Grandes Comandos, de


acordo com a delegação de competência que lhes for atribuída pelos respectivos
Exércitos ou Comandos Militares de Área.

Parágrafo único. O controle e a coordenação das Polícias Militares abrangerão os


aspectos de organização e legislação, efetivos, disciplina, ensino e instrução,
adestramento, material bélico de Polícia Militar, de Saúde e Veterinária de
campanha, aeronave, como se dispuser neste Regulamento e de conformidade com a
política conveniente traçada pelo Ministério do Exército. As condições gerais de
convocação, inclusive mobilização, serão tratadas em instruções.

Art. 4º A Polícia Militar poderá ser convocada, total ou parcialmente, nas seguintes
hipóteses:

1) Em caso de guerra externa;

2) Para prevenir ou reprimir grave perturbação da ordem ou ameaça de sua irrupção,


e nos casos de calamidade pública declarada pelo Governo Federal e no estado de
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 30

emergência, de acordo com diretrizes especiais baixadas pelo Presidente da


República.

Art. 5º As Polícias Militares, a critério dos Exércitos e Comandos Militares de Área,


participarão de exercícios, manobras e outras atividades de instrução necessárias às
ações específicas de Defesa Interna ou de Defesa Territorial, com efetivos que não
prejudiquem sua ação policial prioritária.

Art. 6º Os Comandantes-Gerais das Polícias Militares poderão participar dos


planejamentos das Forças Terrestres, que visem a Defesa Interna e à Defesa
Territorial.

CAPÍTULO III

DA ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO

Art. 7º A criação e a localização de organizações policiais-militares deverão atender


ao cumprimento de suas missões normais, em consonância com os planejamentos de
Defesa Interna e de Defesa Territorial, dependendo de aprovação pelo Estado-Maior
do Exército.

Parágrafo único. Para efeito deste artigo, as propostas formuladas pelos respectivos
Comandantes-Gerais de Polícia Militar serão examinadas pelos Exércitos ou
Comandos Militares de Área e encaminhadas ao Estado-Maior do Exército, para
aprovação.

Art. 8º Os atos de nomeação e exoneração do Comandante-Geral de Polícia Militar


deverão ser simultâneos, obedecidas as prescrições do artigo 6º, do Decreto-Lei nº
667, de 02 de julho de 1969, na redação modificada pelo Decreto-Lei nº 2.010, de 12 de
janeiro de 1983. Proceder-se à da mesma for quanto ao Comandante-Geral de Corpo
de Bombeiro Militar.

§ 1º O policial do serviço ativo do Exército, nomeado para comandar Polícia Militar


ou Corpo de Bombeiro Militar, passará à disposição do respectivo Governo do
Estado, Território ou Distrito Federal, pelo prazo de 2 (dois) anos.

§ 2º O prazo a que se refere o parágrafo anterior poderá ser prorrogado por mais 2
(dois) anos, por proposta dos Governadores respectivos.
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 31

§ 3º Aplicam-se as prescrições dos § 1º e 2º, deste artigo, ao Oficial do serviço ativo do


Exército que passar à disposição, para servir no Estado-Maior ou como instrutor das
Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, obedecidas para a designação as
prescrições do art. 6º do Decreto-Lei nº 667, de 02 de julho de 1969, na redação dada
pelo Decreto-Lei nº 2.010, de 12 de janeiro de 1983, ressalvado quanto ao posto.

§ 4º Salvo casos especiais, a critério do Ministro do Exército, o Comandante


exonerado deverá aguardar no Comando o seu substituto efetivo.

Art. 9º O Comandante de Polícia Militar, quando Oficial do Exército, não poderá


desempenhar, ainda que acumulativamente com as funções de Comandantes, outra
função, no âmbito estadual, por prazo superior a 30 (trinta) dias em cada período
consecutivo de 10 (dez) meses.

Parágrafo único - A colaboração prestada pelo Comandante de Polícia Militar a


órgãos de caráter técnico, desde que não se configure caso de acumulação previsto na
legislação vigente e nem prejudique o exercício normal de suas funções, não constitui
impedimento constante do parágrafo 7º do Art. 6º do Decreto-Lei nº 667, de 02 de
julho de 1969.

Art. 10. Os Comandantes-Gerais das Polícias Militares são os responsáveis, em nível


de Administração Direta, perante os Governadores das respectivas Unidades
Federativas, pela administração e emprego da Corporação.

§ 1º Com relação ao emprego, a responsabilidade funcional dos Comandantes-Gerais


verificar-se-á quanto à operacionalidade, ao adestramento e aprestamento das
respectivas Corporações Policiais-Militares.

§ 2º A vinculação das Polícias Militares ao órgão responsável pela Segurança Pública


nas Unidades Federativas confere, perante a Chefia desse órgão, responsabilidade
aos Comandantes-Gerais das Polícias Militares quanto à orientação e ao
planejamento operacionais da manutenção da ordem pública, emanados daquela
Chefia.

§ 3º Nas missões de manutenção da ordem pública, decorrentes da orientação e do


planejamento do Órgão responsável pela Segurança Pública nas Unidades
Federativas, são autoridades competentes, para efeito do planejamento e execução do
emprego das Polícias Militares, os respectivos Comandantes-Gerais e, por delegação
destes, os Comandantes de Unidades e suas frações, quando for o caso.
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 32

CAPÍTULO IV

DO PESSOAL DAS POLÍCIAS MILITARES

Art. 11. Consideradas as exigências de formação profissional, o cargo de


Comandante-Geral da Corporação, de Chefe do Estado-Maior Geral e de Diretor,
Comandante ou Chefe de Organização Policial-Militar (OPM) de nível Diretoria,
Batalhão PM ou equivalente, serão exercidos por Oficiais PM, de preferência com o
Curso Superior de Polícia, realizado na própria Polícia Militar ou na de outro Estado.

Parágrafo único. Os Oficiais policiais-militares já diplomados pelos Cursos


Superiores de Polícia do Departamento de Policia Federal e de Aperfeiçoamento de
Oficiais do Exército terão, para todos os efeitos, o amparo legal assegurado aos que
tenham concluído o curso correspondente nas Polícias Militares.

Art. 12. A exigência dos Cursos de Aperfeiçoamento de Oficiais e Superior de Polícia


para Oficiais Médicos, Dentistas, Farmacêuticos e Veterinários, ficará a critério da
respectiva Unidade Federativa e será regulada mediante legislação peculiar, ouvido
o Estado-Maior do Exército.

Art. 13. Poderão ingressar nos Quadros de Oficiais Policiais-Militares, caso seja
conveniente à Polícia Militar, Tenentes da Reserva não Remunerada das Forças
Armadas, mediante requerimento ao Ministro de Estado correspondente,
encaminhado por intermédio da Região Militar, Distrito Naval ou Comando Aéreo
Regional.

Art. 14. O acesso na escala hierárquica, tanto de oficiais como de praças, será gradual
e sucessivo, por promoção, de acordo com a legislação peculiar de cada Unidade da
Federação, exigidos dentre outros, os seguintes requisitos básicos:

1) para todos os postos e graduações, exceto 3º Sgt e Cabo PM:

- Tempo de serviço arregimentado, tempo mínimo de permanência no posto ou


graduação, condições de merecimento e antiguidade, conforme dispuser a legislação
peculiar;

2) para promoção a Cabo: Curso de Formação de Cabo PM;


3) para promoção a 3º Sargento PM: Curso de Formação de Sargento PM;
4) para promoção a 1º Sargento PM: Curso de Aperfeiçoamento de Sargento PM;
5) para promoção ao posto de Major PM: Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais PM;
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 33

6) para promoção ao posto de Coronel PM: Curso Superior de Polícia, desde que haja
o Curso na Corporação.

Art. 15. Para ingresso nos quadros de Oficiais de Administração ou de Oficiais


Especialistas, concorrerão os Subtenentes e 1º Sargentos, atendidos os seguintes
requisitos básicos:

1) possuir o Ensino de 2º Grau completo ou equivalente;

2) possuir o Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos.

Parágrafo único. É vedada aos integrantes dos quadros de Oficiais de Administração


e de Oficiais Especialistas, a matrícula no Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais.

Art. 16. A carreira policial-militar é caracterizada por atividade continuada e


inteiramente devotada às finalidades precípuas das Polícias Militares, denominada
"Atividade Policial-Militar."

Art. 17. A promoção por ato de bravura, em tempo de paz, obedecerá às condições
estabelecidas na legislação da Unidade da Federação.

Art. 18. O acesso para as praças especialistas músicos será regulado em legislação
própria.

Art. 19. Os policiais-militares na reserva poderão ser designados para o serviço ativo,
em caráter transitório e mediante aceitação voluntária, por ato do Governador da
Unidade da Federação, quando:

1) se fizer necessário o aproveitamento de conhecimentos técnicos e especializados


do policial-militar;

2) não houver, no momento, no serviço ativo, policial-militar habilitado a exercer a


função vaga existente na Organização Policial-Militar.

Parágrafo único. O policial-militar designado terá os direitos e deveres dos da ativa


de igual situação hierárquica, exceto quanto à promoção, a que não concorrerá, e
contará esse tempo de efetivo serviço.
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 34

CAPÍTULO V

DO EXERCÍCIO DE CARGO OU FUNÇÃO

Art. 20. São considerados no exercício de função policial-militar os policiais-militares


da ativa ocupantes dos seguintes cargos:

1) os especificados nos Quadros de Organização da Corporação a que pertencem;

2) os de instrutor ou aluno de estabelecimento de ensino das Forças Armadas ou de


outra Corporação Policial-Militar, no país e no exterior; e

3) os de instrutor ou aluno da Escola Nacional de Informações e da Academia


Nacional de Polícia da Polícia Federal.

Parágrafo único. São considerados também no exercício de função policial-militar os


policiais-militares colocados à disposição de outra Corporação Policial-Militar.

Art. 21. São considerados no exercício de função de natureza policial-militar ou de


interesse policial-militar ou de bombeiro-militar, os militares dos Estados, do Distrito
Federal ou dos Territórios, da ativa, colocados à disposição do Governo Federal para
exercerem cargo ou função nos seguintes órgãos: (“Caput” do artigo com redação
dada pelo Decreto nº 5.896, de 20/9/2006)

I - da Presidência e da Vice-Presidência da República; (Inciso acrescido pelo Decreto


nº 8.377, de 15/12/2014)

II - Ministério ou órgão equivalente; (Inciso acrescido pelo Decreto nº 8.377, de


15/12/2014, com redação dada pelo Decreto nº 8.806, de 12/7/2016)

III - Secretaria Nacional de Segurança Pública, Secretaria Nacional de Justiça,


Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, Secretaria Extraordinária de Segurança
para Grandes Eventos e Conselho Nacional de Segurança Pública, do Ministério da
Justiça; (Inciso acrescido pelo Decreto nº 8.377, de 15/12/2014)

IV - Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil do Ministério da Integração


Nacional; (Inciso acrescido pelo Decreto nº 8.377, de 15/12/2014)

V - Supremo Tribunal Federal, Tribunais Superiores e Conselho Nacional de Justiça;


(Inciso acrescido pelo Decreto nº 8.377, de 15/12/2014)
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 35

VI - Ministério Público da União e Conselho Nacional do Ministério Público; (Inciso


acrescido pelo Decreto nº 8.377, de 15/12/2014)

VII, VIII, IX e X revogados.

§ 1º São ainda considerados no exercício de função de natureza policial-militar ou


bombeiro-militar ou de interesse policial-militar ou bombeiro-militar, na forma
prevista na legislação federal e estadual aplicável, os policiais-militares e bombeiros-
militares da ativa nomeados ou designados para: (“Caput” do parágrafo com
redação dada pelo Decreto nº 9.940, de 24/7/2019)

1) o Gabinete Militar, a Casa Militar ou o Gabinete de Segurança Institucional, ou


órgão equivalente, dos Governos dos Estados e do Distrito Federal; (Item com
redação dada pelo Decreto nº 4.531, de 19/12/2002)

2) o Gabinete do Vice-Governador; (Item com redação dada pelo Decreto nº 4.531, de


19/12/2002)

3) a Secretaria de Segurança Pública dos Estados e do Distrito Federal, ou órgão


equivalente; (Item acrescido pelo Decreto nº 4.531, de 19/12/2002)

4) órgãos da Justiça Militar Estadual e do Distrito Federal; (Primitivo item 3


renumerado e com nova redação dada pelo Decreto nº 4.531, de 19/12/2002)

5) a Secretaria de Defesa Civil dos Estados e do Distrito Federal, ou órgão


equivalente; (Item acrescido pelo Decreto nº 4.531, de 19/12/2002)

6) órgãos policiais de segurança parlamentar da Câmara Legislativa do Distrito


Federal; (Item acrescido pelo Decreto nº 5.416, de 7/4/2005)

7) Administrador Regional e Secretário de Estado do Governo do Distrito Federal, ou


equivalente, e cargos de Natureza Especial níveis DF-14 ou CNE-7 e superiores nas
Secretarias e Administrações Regionais de interesse da segurança pública, definidos
em ato do Governador do Distrito Federal; (Item acrescido pelo Decreto nº 6.745, de
19/1/2009)

8) Diretor de unidade da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, em áreas de risco


ou de interesse da segurança pública definidas em ato do Governador do Distrito
Federal; (Item acrescido pelo Decreto nº 6.745, de 19/1/2009)
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 36

9) a Secretaria de Estado de Ordem Pública e Social do Distrito Federal. (Item


acrescido pelo Decreto nº 7.292, de 1/9/2010)

10) as instituições de ensino públicas do sistema estadual, distrital ou municipal de


educação básica com gestão em colaboração com a Polícia Militar ou com o Corpo de
Bombeiros Militar; e (Item acrescido pelo Decreto nº 9.940, de 24/7/2019)

11) as unidades de conservação integrantes do Sistema Nacional de Unidades de


Conservação da Natureza, de que trata a Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. (Item
acrescido pelo Decreto nº 9.940, de 24/7/2019)

12) os órgãos do Poder Legislativo federal, estadual, distrital ou municipal; (Item


acrescido pelo Decreto nº 9.940, de 24/7/2019)

13) o Ministério Público dos Estados. (Item acrescido pelo Decreto nº 10.019, de
17/9/2019)

§ 2º Os policiais-militares e bombeiros-militares da ativa só poderão ser nomeados ou


designados para exercerem cargo ou função nos órgãos constantes dos itens 1 a 6 do
§ 1º na conformidade de vagas e cargos nos respectivos órgãos cessionários.
(Parágrafo com redação dada pelo Decreto nº 6.745, de 19/1/2009)

Art. 22. Os policiais-militares da ativa, enquanto nomeados ou designados para


exercerem cargo ou função em qualquer dos órgãos relacionados nos Art. 20 e 21,
não poderão passar à disposição de outro órgão.

Art. 23. Os Policiais Militares nomeados juízes dos diferentes Órgãos da Justiça
Militar Estadual serão regidos por legislação especial. (Artigo com redação dada pelo
Decreto nº 95.073, de 21/10/1987)

§ 1º (Revogado pelo Decreto nº 95.073, de 21/10/1987)

§ 2º (Revogado pelo Decreto nº 95.073, de 21/10/1987)

§ 3º (Revogado pelo Decreto nº 95.073, de 21/10/1987)

Art. 24. Os policiais-militares, no exercício de função ou cargo não catalogados nos


Art. 20 e 21 deste Regulamento, são considerados no exercício de função de natureza
civil.
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 37

Parágrafo único. Enquanto permanecer no exercício de função ou cargo público civil


temporário, não eletivo, inclusive da administração indireta, o policial-militar ficará
agregado ao respectivo quadro e somente poderá ser promovido por antiguidade,
constando-se-lhe o tempo de serviço apenas para aquela promoção e transferência
para a inatividade e esta se dará, ex-officio, depois de dois anos de afastamento,
contínuos ou não, na forma da lei.

Art. 25. As Polícias Militares manterão atualizada uma relação nominal de todos os
policiais-militares, agregados ou não, no exercício de cargo ou função em órgão não
pertencente à estrutura da Corporação.

Parágrafo único. A relação nominal será semestralmente publicada em Boletim


Interno da Corporação e deverá especificar a data de apresentação do serviço e a
natureza da função ou cargo exercido, nos termos deste Regulamento.

CAPÍTULO VI

DO ENSINO, INSTRUÇÃO E MATERIAL

Art. 26. O ensino nas Polícias Militares orientar-se-á no sentido da destinação


funcional de seus integrantes, por meio da formação, especialização e
aperfeiçoamento técnico-profissional, com vistas, prioritariamente, à Segurança
Pública.

Art. 27. O ensino e a instrução serão orientados, coordenados e controlados pelo


Ministério do Exército, por intermédio do Estado-Maior do Exército, mediante a
elaboração de diretrizes e outros documentos normativos.

Art. 28. A fiscalização e o controle do ensino e da instrução pelo Ministério do


Exército serão exercidos:

1) pelo Estado-Maior do Exército, mediante a verificação de diretrizes, planos gerais,


programas e outros documentos periódicos, elaborados pelas Polícias Militares;
mediante o estudo de relatórios de visitas e inspeções dos Exércitos e Comandos
Militares de Área, bem como por meio de visitas e inspeções do próprio Estado-
Maior do Exército, realizadas por intermédio da Inspetoria-Geral das Policias
Militares;
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 38

2) pelos Exércitos e Comandos Militares de Área, nas áreas de sua jurisdição,


mediante visitas e inspeções, de acordo com diretrizes e normas baixadas pelo
Estado-Maior do Exército;

3) pelas Regiões Militares e outros Grandes Comandos, nas respectivas áreas de


jurisdição, por delegação dos Exércitos ou Comandos Militares de Área, mediante
visitas e inspeções, de acordo com diretrizes e normas baixadas pelo Estado-Maior
do Exército.

Art. 29. As características e as dotações de material bélico de Polícia Militar serão


fixadas pelo Ministério do Exército, mediante proposta do Estado-Maior do Exército.

Art. 30. A aquisição de aeronaves, cuja existência e uso possam ser facultados às
Polícias Militares, para melhor desempenho de suas atribuições específicas, bem
como suas características, será sujeita à aprovação pelo Ministério da Aeronáutica,
mediante proposta do Ministério do Exército.

Art. 31. A fiscalização e o controle do material das Polícias Militares serão


procedidos:

1) pelo Estado-Maior do Exército, mediante a verificação de mapas e documentos


periódicos elaborados pelas Polícias Militares; por visitas e inspeções, realizadas por
intermédio da Inspetoria-Geral das Polícias Militares, bem como mediante o estudo
dos relatórios de visitas e inspeções dos Exércitos e Comandos Militares de Área;

2) pelos Exércitos e Comandos Militares de Área, nas respectivas áreas de jurisdição,


através de visitas e inspeções, de acordo com diretrizes e normas baixadas pelo
Estado-Maior do Exército;

3) pelas Regiões Militares e outros Grandes Comandos, nas respectivas áreas de


jurisdição, por delegação dos Exércitos e Comandos Militares de Área, mediante
visitas e inspeções, de acordo com diretrizes normas baixadas pelo Estado-Maior do
Exército.

Art. 32. A fiscalização e o controle do material das Polícias Militares far-se-ão sob os
aspectos de:

1) características e especificações;

2) dotações;
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 39

3) aquisições;

4) cargas e descargas, recolhimentos e alienações;

5) existência e utilização;

6) manutenção e estado de conservação.

§ 1º A fiscalização e controle a serem exercidos pelos Exércitos, Comandos Militares


de Área, Regiões Militares e demais Grandes Comandos, restringir-se-ão aos
aspectos dos números 4), 5) e 6).

§ 2º As aquisições do armamento e munição atenderão às prescrições da legislação


federal pertinente.

CAPÍTULO VII

DO EMPREGO OPERACIONAL

Art. 33. A atividade operacional policial-militar obedecerá a planejamento que vise,


principalmente, à manutenção da ordem pública nas respectivas Unidades
Federativas.

Parágrafo único. As Polícias Militares, com vistas à integração dos serviços policiais
das Unidades Federativas, nas ações de manutenção da ordem pública, atenderão às
diretrizes de planejamento e controle operacional do titular do respectivo órgão
responsável pela Segurança Pública.

Art. 34. As Polícias Militares, por meio de seus Estados-Maiores, prestarão


assessoramento superior à chefia do órgão responsável pela Segurança Pública nas
Unidades Federativas, com vistas ao planejamento e ao controle operacional das
ações de manutenção da ordem pública.

§ 1º A envergadura e as características das ações de manutenção da ordem pública


indicarão o nível de comando policial-militar, estabelecendo-se assim, a
responsabilidade funcional perante o Comandante-Geral da Polícia Militar.

§ 2º Para maior eficiência das ações, deverá ser estabelecido um comando policial-
militar em cada área de operações onde forem empregadas frações de tropa de
Polícia Militar.
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 40

Art. 35. Nos casos de perturbação da ordem, o planejamento das ações de


manutenção da ordem pública deverá ser considerado como de interesse da
Segurança Interna.

Parágrafo único. Nesta hipótese, o Comandante-Geral da Polícia Militar ligar-se-á ao


Comandante de Área da Força Terrestre, para ajustar as medidas de Defesa Interna.

Art. 36. Nos casos de grave perturbação da ordem ou ameaça de sua irrupção, as
Polícias Militares cumprirão as missões determinadas pelo Comandante Militar de
Área da Força Terrestre, de acordo com a legislação em vigor.

CAPÍTULO VIII
DA COMPETÊNCIA DO ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO,
ATRAVÉS DA INSPETORIA-GERAL DAS POLÍCIAS MILITARES

Art. 37. Compete ao Estado-Maior do Exército, por intermédio da Inspetoria-Geral


das Polícias Militares:

1) o estabelecimento de princípios, diretrizes e normas para a efetiva realização do


controle e da coordenação das Polícias Militares por parte dos Exércitos, Comandos
Militares de Área, Regiões Militares e demais Grandes Comandos;

2) a centralização dos assuntos da alçada do Ministério do Exército, com vistas ao


estabelecimento da política conveniente e à adoção das providências adequadas;

3) a orientação, fiscalização e controle do ensino e da instrução das Polícias Militares;

4) o controle da organização, dos efetivos e de todo material citado no parágrafo


único do artigo 3º deste Regulamento;

5) a colaboração nos estudos visando aos direitos, deveres, remuneração, justiça e


garantias das Polícias Militares e ao estabelecimento das condições gerais de
convocação e de mobilização;

6) a apreciação dos quadros de mobilização para as Polícias Militares;

7) orientar as Polícias Militares, cooperando no estabelecimento e na atualização da


legislação básica relativa a essas Corporações, bem como coordenar e controlar o
cumprimento dos dispositivos da legislação federal e estadual pertinentes.
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 41

Art. 38. Qualquer mudança de organização, aumento ou diminuição de efetivos das


Polícias Militares dependerá de aprovação do Estado-Maior do Exército, que julgará
da sua conveniência face às implicações dessa mudança no quadro da Defesa Interna
e da Defesa Territorial.

§ 1º As propostas de mudança de efetivos das Polícias Militares serão apreciadas


consoante os seguintes fatores, concernentes à respectiva Unidade da Federação:

1) condições geo-sócio-econômicas;
2) evolução demográfica;
3) extensão territorial;
4) índices de criminalidade;
5) capacidade máxima anual de recrutamento e de formação de policiais-militares,
em particular os Soldados PM;
6) outros, a serem estabelecidos pelo Estado-Maior do Exército.

§ 2º Por aumento ou diminuição de efetivo das Polícias Militares compreende-se não


só a mudança no efetivo global da Corporação mas, também, qualquer modificação
dos efetivos fixados para cada posto ou graduação, dentro dos respectivos Quadros
ou Qualificações.

Art. 39. O controle da organização e dos efetivos das Polícias Militares será feito
mediante o exame da legislação peculiar em vigor nas Polícias Militares e pela
verificação, dos seus efetivos, previstos e existentes, inclusive em situações especiais,
de forma a mantê-los em perfeita adequabilidade ao cumprimento das missões de
Defesa Interna e Defesa Territorial, sem prejuízos para a atividade policial prioritária.

Parágrafo único. O registro dos dados concernentes à organização e aos efetivos das
Polícias Militares será feito com a remessa periódica de documentos pertinentes à
Inspetoria-Geral das Polícias Militares.

CAPÍTULO IX

DAS PRESCRIÇÕES DIVERSAS

Art. 40. Para efeito das ações de Defesa Interna e de Defesa Territorial, nas situações
previstas nos Art. 4º e 5º deste Regulamento, as unidades da Polícia Militar
subordinar-se-ão ao Grande Comando Militar que tenha jurisdição sobre a área em
que estejam localizadas, independentemente do Comando da Corporação a que
pertençam ter sede em território jurisdicionado por outro Grande Comando Militar.
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 42

Art. 41. As Polícias Militares integrarão o Sistema de Informações do Exército,


conforme dispuserem os Comandantes de Exército ou Comandos Militares de Área,
nas respectivas áreas de jurisdição.

Art. 42. A Inspetoria-Geral das Polícias Militares tem competência para se dirigir
diretamente às Polícias Militares, bem como aos órgãos responsáveis pela Segurança
Pública e demais congêneres, quando se tratar de assunto técnico-profissional
pertinente às Polícias Militares ou relacionado com a execução da legislação federal
específica àquelas Corporações.

Art. 43. Os direitos, remuneração, prerrogativas e deveres do pessoal das Polícias


Militares, em serviço ativo ou na inatividade, constarão de legislação peculiar em
cada Unidade da Federação, estabelecida exclusivamente para as mesmas. Não será
permitido o estabelecimento de condições superiores às que, por lei ou regulamento,
forem atribuídas ao pessoal das Forças Armadas, considerada a correspondência
relativa dos postos e graduações.

Parágrafo único. No tocante a Cabos e Soldados, será permitido exceção no que se


refere à remuneração bem como à idade-limite para permanência no serviço ativo.

Art. 44. Os Corpos de Bombeiros, à semelhança das Polícias Militares, para que
passam ter a condição de "militar" e assim serem considerados forças auxiliares,
reserva do Exército, têm que satisfazer às seguintes condições:

1) serem controlados e coordenados pelo Ministério do Exército na forma do Decreto-


Lei nº 667, de 02 de julho de 1969, modificado pelo Decreto-Lei nº 2.010, de 12 de
janeiro de 1983, e deste Regulamento;

2) serem componentes das Forças Policiais-Militares, ou independentes destas, desde


que lhes sejam proporcionadas pelas Unidades da Federação condições de vida
autônoma reconhecidas pelo Estado-Maior do Exército;

3) serem estruturados à base da hierarquia e da disciplina militar;

4) possuírem uniformes e subordinarem-se aos preceitos gerais do Regulamento


Interno e dos Serviços Gerais e do Regulamento Disciplinar, ambos do Exército, e da
legislação específica sobre precedência entre militares das Forças Armadas e os
integrantes das Forças Auxiliares;

5) ficarem sujeitos ao Código Penal Militar;


CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 43

6) exercerem suas atividades profissionais em regime de trabalho de tempo integral.

§ 1º Caberá ao Ministério do Exército, obedecidas as normas deste Regulamento,


propor ao Presidente da República a concessão da condição de "militar" aos Corpos
de Bombeiros.

§ 2º Dentro do Território da respectiva Unidade da Federação, caberá aos Corpos de


Bombeiros Militares a orientação técnica e o interesse pela eficiência operacional de
seus congêneres municipais ou particulares. Estes são organizações civis, não
podendo os seus integrantes usar designações hierárquicas, uniformes, emblemas,
insígnias ou distintivos que ofereçam semelhança com os usados pelos Bombeiros
Militares e que possam com eles ser confundidos.

Art. 45. A competência das Polícias Militares estabelecida no artigo 3º, alíneas a, b e c
do Decreto-Lei nº 667, de 02 de julho de 1969, na redação modificada pelo Decreto-
Lei nº 2.010, de 12 de janeiro de 1983, e na forma deste Regulamento, é intransferível,
não podendo ser delegada ou objeto de acordo ou convênio.

§ 1º No interesse da Segurança Interna e a manutenção da ordem pública, as Polícias


Militares zelarão e providenciarão no sentido de que guardas ou vigilantes
municipais, guardas ou serviços de segurança particulares e outras organizações
similares, exceto aqueles definidos na Lei nº 7.102, de 20 de junho de 1983, e em sua
regulamentação, executem seus serviços atendidas as prescrições deste artigo.

§ 2º Se assim convier à Administração das Unidades Federativas e dos respectivos


Municípios, as Polícias Militares poderão colaborar no preparo dos integrantes das
organizações de que trata o parágrafo anterior e coordenar as atividades do
policiamento ostensivo com as atividades daquelas organizações.

Art. 46. Os integrantes das Polícias Militares, Corporações instituídas para a


manutenção da ordem pública e da segurança interna nas respectivas Unidades da
Federação, constituem uma categoria de servidores públicos dos Estados, Territórios
e Distrito Federal, denominado de "policiais-militares".

Art. 47. Sempre que não colidir com as normas em vigor nas unidades da Federação,
é aplicável às Polícias Militares o estatuído pelo Regulamento de Administração do
Exército, bem como toda a sistemática de controle de material adotada pelo Exército.
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 44

Art. 48. O Ministro do Exército, obedecidas as prescrições deste Regulamento,


poderá baixar instruções complementares que venham a se fazer necessárias à sua
execução.

1.3 CRIAÇÃO DO CORPO FEMININO NAS POLÍCIAS MILITARES

Para fins de conhecimento em 1984, foi lançada legislação sobre a reorganização


das Polícias Militares e os Corpos de Bombeiros Militares dos Estados, dos
Territórios e do Distrito Federal, a lei foi alterada (art. 8, §2º), estabelecendo
atualização da norma e um “divisor de águas”ao trazer avanços significativos para as
instituições policiais.

Aquela inovadora norma possibilitou a admissão do CORPO FEMININO, no


quadro dos Oficiais e Praças das Polícias Militares, trazendo também a supressão de
alguns cargos e hierarquias, como o cargo de Subtenente (que voltou a estar vigente
posteriormente), o de 2º Tenente (hierarquicamente subordinado ao primeiro
tenente).

Atualmente na PMBA os cargos de 2º e 3º sargentos (hierarquicamente


subordinado ao primeiro sargento) e Soldados 2ª e 3ª Classe (hierarquicamente
subordinados ao soldado primeira classe), também não existem, logo, atualmente
existem apenas os cargos de 1º Tenente PM, Subtenente PM, 1º Sargento PM e
Soldado 1ª Classe PM, diferentemente das outras forças militares.

DECRETO-LEI Nº 2106 DE 6 DE FEVEREIRO DE


1984

Art. 1º O § 2º do artigo 8º do Decreto-lei nº 667, de 02


julho de 1969, passa a vigorar com a seguinte
redação:
Art.8º .................................................................................

§2º Os Estados, Territórios e o Distrito Federal


poderão, se convier às respectivas Polícias Militares:
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 45

a) Admitir o ingresso de pessoal feminino em seus


efetivos de oficiais e praças, para atender
necessidades da respectiva Corporação em
atividades específicas, mediante prévia autorização
do Ministério do Exército; (Na PMBA, ocorreu em
1989, com a criação da Cia PFem)

b) Suprimir na escala hierárquica um ou mais postos


ou graduações das previstas neste artigo; e (Na
PMBA ocorreu em 1997 com a retirada dos 3º e 2º,
Subtenente e 2ºTenente)

3. HIERARQUIA: POSTOS, GRADUAÇÕES E PRECEDÊNCIA.

Conforme trata o DECRETO-LEI Nº 667, DE 2 DE JULHO DE 1969 que prevê a


organização das Polícias no Brasil a hierarquia está consubstanciada da seguinte
forma, sendo corroborado pelo Estatuto da Polícia Militar da Bahia, Lei 7.990 de 27
de dezembro de 2001.Logo, para o Decreto-Lei citado expressa-se:

CAPÍTULO III
Do Pessoal das Polícias Militares

Art. 8º A hierarquia nas Polícias Militares é a seguinte:


a) Oficiais de Polícia:

- Coronel - Tenente-Coronel
- Tenente-Coronel
- Major
- Capitão
- 1º Tenente
- 2º Tenente

b) Praças Especiais de Polícia:


- Aspirante-a-Oficial
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 46

- Alunos da Escola de Formação de Oficiais da Polícia.

c) Praças de Polícia:
- Graduados:
- Subtenente
- 1º Sargento
- 2º Sargento*
- 3º Sargento*
- Cabo
- Soldado.

*Notem que na PMBA, a graduação de Sargento não mais é aplicada desta forma.
§ 1º A todos os postos e graduações de que trata este artigo será acrescida a
designação "PM" equivalente a identificação desta instituição: “Polícia Militar”.

§ 2º Os Estados, Territórios e o Distrito Federal poderão, se convier às respectivas


Polícias Militares:
a) suprimir na escala hierárquica um ou mais postos ou graduações das
previstas neste artigo:
b)subdividir a graduação de soldado em classes, até o máximo de três.

Art. 9º O ingresso no quadro de oficiais será feito através de cursos de formação de


oficiais da própria Polícia Militar ou de outro Estado.

Parágrafo único. Poderão também, ingressar nos quadros de oficiais das Polícias
Militares, se convier a estas, Tenentes da Reserva de 2ª Classe das Forças Armadas
com autorização do Ministério correspondente.

Art. 10. Os efetivos em oficiais médicos, dentistas, farmacêuticos e veterinários,


ouvido o Estado-Maior do Exército serão providos mediante concurso e acesso
gradual conforme estiver previsto na legislação de cada Unidade Federativa.

Parágrafo único. A assistência médica às Polícias Militares poderá também ser


prestada por profissionais civis, de preferência oficiais da reserva ou mediante
contratação ou celebração de convênio com entidades públicas e privadas existentes
na comunidade, se assim convier à Unidade Federativa.
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 47

Art. 11. O recrutamento de praças para as Polícias Militares obedecerá ao


voluntariado, de acordo com legislação própria de cada Unidade da Federação,
respeitadas as prescrições da Lei do Serviço Militar e seu regulamento.

Art. 12. O acesso na escala hierárquica tanto de oficiais como de praça será
gradual e sucessivo, por promoção, de acordo com legislação peculiar a cada
Unidade da Federarão, exigidos os seguintes requisitos básicos:

a) para a promoção ao posto de Major: curso de aperfeiçoamento feito na própria


corporação ou em Força Policial de outro Estado;

b) para a promoção ao posto de Coronel: curso superior de Polícia, desde que


haja o curso na Corporação.

Não obstante, sendo o decreto-lei mais antigo, algumas mudanças foram realizadas
ao longo do tempo através de outros instrumentos legais da corporação, de modo a
ajustar e dar maior efetividade ao processo de organização do pessoal interno, assim,
os Postos dos Oficiais, as Graduações das Praças e a precedência entre policiais de
mesma hierarquia atualmente se dará com base no estabelecido na LEI 7.990 DE 27
DE DEZEMBRO DE 2001 (e suas alterações).

Este instrumento é denominado Estatuto dos Policiais Militares da Bahia (EPM) que
reforma a organização hierárquica da Corporação, conforme o artigo 9º que
estabelece a escala hierárquica da seguinte forma:

a. Oficiais:
a) Coronel PM;

b) Tenente Coronel PM;

c) Major PM;

d) Capitão PM;

e) 1º Tenente PM.

b. Praças Especiais:
a) Aspirante-a-Oficial PM;

b) Aluno-a-Oficial PM;
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 48

c) Aluno do Curso de Formação de Sargentos PM;

d) Aluno do Curso de Formação de Cabos PM; (incluído pela Lei n.º 11.356, de 2009)

e) Aluno do Curso de Formação de Soldados PM.

c. Praças:
a) Subtentente PM; (incluído pela Lei n.º 11.356, de2009)

b) 1º Sargento PM; (alterado pela Lei n.º 11.356, de2009)

c) Cabo PM; (incluído pela Lei n.º 11.356, de 2009)

d) Soldado 1ª Classe PM. (alterado pela Lei n.º 11.356, de 2009)

Art. 10 - Posto é o grau hierárquico do Oficial, conferido por ato do Governador do


Estado e registrado em Carta Patente; Graduação é o grau hierárquico do Praça
conferido pelo Comandante Geral da Polícia Militar.

§ 1º - A todos os postos e graduações de que trata este artigo será acrescida a


designação “PM”.

§ 2º - Quando se tratar de policial militar dos Quadros Complementar e Auxiliar, o


posto será seguido da designação policial militar e da abreviatura da especialidade.
(ex: CFOA – Curso de formação de Oficiais Auxiliares)

§ 3º - Sempre que o policial militar da RESERVA REMUNERADA ou reformado


fizer uso do posto ou graduação, deverá fazê-lo com as abreviaturas indicadoras de
sua situação.(ex: SD RR PM JOAO)

SEÇÃO II
DA PRECEDÊNCIA

Art. 11 - A precedência entre policiais militares da ativa, do mesmo grau hierárquico,


é assegurada pela ANTIGUIDADE no posto ou graduação e pelo Quadro, salvo nos
casos de precedência funcional estabelecida em Lei.
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 49

§ 1º - A antiguidade em cada posto ou graduação é contada a partir da data da


assinatura do ato da respectiva PROMOÇÃO OU NOMEAÇÃO, salvo quando for
fixada outra data.
§ 2º - No caso do parágrafo anterior, havendo igualdade (ex: nomeados ou
promovidos no mesmo ato), a antiguidade será estabelecida da seguinte forma:

a) entre policiais militares do mesmo Quadro, pela posição, nas respectivas


escalas numéricas ou registros existentes na Instituição;
b) nos demais casos, pela antiguidade no posto ou graduação anterior se, ainda
assim, subsistir a igualdade, recorrer-se-á, sucessivamente, aos graus
hierárquicos anteriores, à data de praça e à data de nascimento para definir a
precedência, sendo considerados mais antigos, respectivamente, os de data de
praça mais antiga e de maioridade;
c) entre os alunos de um mesmo órgão de formação de policiais militares, de
acordo com o regulamento do respectivo órgão, se não estiverem
especificamente enquadrados nas alíneas “a” e “b” deste parágrafo.
d) § 3º - Nos casos de nomeação coletiva por conclusão de curso e promoção ao
primeiro posto ou graduação, prevalecerá, para efeito de antiguidade, a ordem
de classificação obtida no curso. (Exemplo: quem tira a melhor nota fica mais
bem classificado e passa a ser o mais antigo da turma).

§ 4º - Em igualdade de posto ou graduação, os policiais militares DA ATIVA têm


precedência sobre os da INATIVIDADE.

§ 5º - Em igualdade de posto ou graduação, a precedência entre os policiais militares


de carreira na ativa e os convocados é definida pelo tempo de efetivo serviço no
posto ou graduação destes.

§ 6º - Em igualdade de posto, os Oficiais do Quadro de Segurança (QOPM) terão


precedência sobre os Oficiais do Quadro de Oficiais Auxiliares (QOAPM) da Polícia
Militar e estes terão precedência sobre os Oficiais do Quadro Complementar de
Oficiais Policiais Militares (não está em vigor).

ATENÇÃO: o parágrafo anterior foi prejudicado com o advento das leis estaduais
nº13.201/2014 e 13.588/2016. Estas normas revogaram o Quadro Complementar e criaram os
quadros de saúde. Entretanto, não houve ainda o esclarecimento devido quanto a precedência
entre eles.

§ 7º - A precedência entre as Praças Especiais e aos demais é assim regulada:


CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 50

a) o Aspirante Oficial é hierarquicamente superior aos praças;


b) o Aluno Oficial é hierarquicamente superior aos Subtenentes;
c) o Aluno do Curso de Formação de Sargentos é hierarquicamente superior ao
Cabo.

Note que há diferença hierárquica entre o “Sargento- Aluno” e o


“Aluno-a-Sargento”.

É importante salientar que existe ainda na perspectiva da antiguidade e


precedência, uma diferença entre alunos à sargentos em formação, visto que a PMBA
possui dois cursos distintos para esses graduados e este se encontram em hierarquias
diferentes no plano geral.

Os discentes do curso de formação de Sargentos se encontram em dois níveis, o


primeiro é o SARGENTO-ALUNO PM, que se encontra no Curso de
Aperfeiçoamento de Sargentos (CAS), atente que este já é um 1º Sargento e está se
aperfeiçoando visando promoção futura ao posto de Subtenente PM.

E o segundo discente é o ALUNO-A-SARGENTO PM que é menos antigo,


posto é que um discente em formação para almejar a graduação de Sargento, logo, o
mesmo está no Curso de Formação de Sargento especial ou regular para ser
promovido a graduação de sargento, deste modo, subordinando-se hierarquicamente
ao Sargento-aluno do CAS, apesar de ambos estarem em processo de formação.

3.1 DAS SITUAÇÕES INSTITUCIONAIS DA POLÍCIA MILITAR

Os policiais militares encontram-se organizados em carreira, nas situações de


atividade (quando atuando na função) e inatividade (reserva remunerada e não
remunerada), o respeito e às normas castrenses tanto para os que estão inativos são
as mesmas da atividade em termos de comportamento e cumprimentos castrenses,
conforme Lei 27.990 de 27/12/2001.
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 51

Logo, é importante dispensar ao público inativo toda a consideração respeitosa


aprendida na PMBA, usando obrigatoriamente os sinais de respeito e de continência,
além da cortesia e educação com os que estão na inatividade, inclusive, pelo fato de
que este público, já trouxera em outro momento histórico, a sua importante
contribuição a sociedade e à Corporação, atuando e preparando e melhorando a
organização para os da ativa que agora estão; nesse tocante, apresentam-se abaixo as
situações institucionais do servidor contidas na PMBA, para fins didáticos:

I - NA ATIVA:
a) os de carreira;
b) os convocados;
c) os praças especiais.
d) os agregados;
e) os excedentes;
f) os ausentes e desertores;
g) os desaparecidos e extraviados.

II - NA INATIVIDADE:
a) os da reserva remunerada;
b) os reformados.

III - NA RESERVA NÃO REMUNERADA

Nesse caso, podem estar na reserva NÃO REMUNERADA, por exemplo,


policiais militares que foram aprovados em concurso público, foram nomeados e
assumiram cargos em outros órgãos ou instituições.

Deste modo, não estão na reserva pelo advento do tempo de serviço, mas sim,
pela condição de uma nova profissão; possuem salário pago pelo novo órgão ao qual
servem, mas podem decidir voluntariamente se permanecem ou não fazendo parte
deste quadro para garantir seus direitos relativos à sua graduação, posto ou patente.
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 52

Art. 17 - O policial militar de carreira é aquele que se encontra no desempenho do


serviço policial militar a partir da CONCLUSÃO COM APROVEITAMENTO, DO
RESPECTIVO CURSO DE FORMAÇÃO.

Art. 18 - O policial militar da reserva remunerada, por conveniência da


Administração, em caráter transitório e mediante aceitação voluntária, PODERÁ
SER CONVOCADO para o serviço ativo, por ato do Governador do Estado.

4. REGULAMENTO DE CONTINÊNCIAS E SINAIS DE RESPEITO (R-2).

Conhecido também como R-CONT (Portaria nº 660/Ministério da


Defesa/2009), esta norma estabelece os sinais de respeito, as obrigações e os direitos
que envolvem os policiais militares na relação com seus superiores hierárquicos, bem
como, o cumprimento através da continência, a apresentação policial-militar e os
cerimoniais de passagem e assunção dos serviços.

CAPÍTULO I
DOS SINAIS DE RESPEITO E DA CONTINÊNCIA
GENERALIDADES

Art. 2º Todo militar, em decorrência de sua condição, obrigações, deveres,


direitos e prerrogativas, estabelecidos em toda a legislação militar, deve tratar
sempre:

I - com respeito e consideração os seus superiores hierárquicos, como tributo


à autoridade de que se acham investidos por lei;

II - com afeição e camaradagem os seus pares;

III- com bondade, dignidade e urbanidade os seus subordinados.

§ 1º Todas as formas de saudação militar, os sinais de respeito e a correção de


atitudes caracterizam, em todas as circunstâncias de tempo e lugar, o espírito de
disciplina e de apreço existentes entre os integrantes das Forças Armadas.
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 53

§ 2º As demonstrações de respeito, cordialidade e consideração, devidas entre os


membros das Forças Armadas, também o são aos integrantes das Policias Militares,
dos Corpos de Bombeiros Militares e aos Militares das Nações Estrangeiras.

Art. 3º O militar MANIFESTA RESPEITO E APREÇO aos seus superiores, pares e


subordinados:

I - PELA CONTINÊNCIA;

II - dirigindo-se a eles ou atendendo-os, de MODO DISCIPLINADO;

III - observando A PRECEDÊNCIA hierárquica;

IV - por outras demonstrações de DEFERÊNCIA.

§ 1º Os sinais regulamentares de respeito e de apreço entre os militares constituem


reflexos adquiridos mediante cuidadosa instrução e continuada exigência.

§ 2º A espontaneidade e a correção dos sinais de respeito são índices seguros do grau


de disciplina das corporações militares e da educação moral e profissional dos seus
componentes.

§ 3º Os sinais de respeito e apreço SÃO OBRIGATÓRIOS EM TODAS AS


SITUAÇÕES, inclusive, nos exercícios no terreno e em campanha. (igualmente em
atividades esportivas)

CAPÍTULO II
DOS SINAIS DE RESPEITO

Art. 4º Quando dois militares se deslocam juntos, o de menor antiguidade dá A


DIREITA AO SUPERIOR.

Parágrafo único. Se o deslocamento se fizer em via que tenha lado interno e lado
externo, o de menor antiguidade dá o lado interno ao superior.

Art. 5º Quando os militares se deslocam em grupo, o mais antigo fica no centro,


distribuindo- se os demais, segundo suas precedências, alternadamente à direita e à
esquerda do mais antigo.
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 54

CAPITULOIII
DA CONTINÊNCIA

Art. 14. A continência é a saudação prestada pelo militar e pode ser INDIVIDUAL
OU DA TROPA.

§1º A continência é impessoal; VISA A AUTORIDADE e não a pessoa.

§ 2º A continência parte sempre do militar de menor precedência hierárquica; em


igualdade de posto ou graduação, quando ocorrer dúvida sobre qual seja o de menor
precedência, deve ser executada simultaneamente.

§ 3º Todo militar deve, obrigatoriamente, RETRIBUIR A CONTINÊNCIA que lhe é


prestada; se uniformizado, presta a continência individual; se em trajes civis,
responde-a com um movimento de cabeça, com um cumprimento verbal ou
descobrindo-se, caso esteja de chapéu.

A CONTINÊNCIA É ANTES DE TUDO UMA MANIFESTAÇÃO DE RESPEITO E


EDUCAÇÃO POR PARTE DO POLICIAL MILITAR, SENDO UM MANIFESTO
CUMPRIMENTO A TERCEIROS.

Art. 15. Têm direito à continência:

I - A BANDEIRA NACIONAL:

a) ao ser hasteada ou arriada diariamente em cerimônia militar ou cívica;

b) por ocasião da cerimônia de incorporação ou desincorporarão, nas formaturas;

c) quando conduzida por tropa ou por contingente de Organização Militar;

d) quando conduzida em marcha, desfile ou cortejo, acompanhada por guarda ou


por organização civil, em cerimônia cívica;

e) quando, no período compreendido entre 08:00 horas e o pôr-do-sol, um militar


entra a bordo de um navio de guerra ou dele sai, ou, quando na situação de
"embarcado", avista-a ao entrar a bordo pela primeira vez, ou ao sair pela última vez;

II - O HINO NACIONAL, quando executado em solenidade militar ou cívica;


CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 55

III - o Presidente da República;


IV - o Vice-Presidente da República;
V - o Presidente do Senado Federal, da Câmara dos Deputados e do Supremo
Tribunal Federal;
VI - os Ministros de Estado;
VII - os Governadores de Estado, de Territórios Federais, e do Distrito Federal, nos
respectivos territórios, ou em qualquer parte do País em visita de caráter oficial;
VIII - os Ministros do Superior Tribunal Militar;
IX - os militares da ativa das Forças Armadas, mesmo em traje civil; neste último
caso, quando for obrigatório o seu reconhecimento em função do cargo que exerce
ou, para os demais militares, quando reconhecidos ou identificados;
X - os MILITARES DA RESERVA OU REFORMADOS, quando reconhecidos ou
identificados;
XI - a TROPA QUANDO FORMADA;
XII - as Bandeiras e os Hinos das NAÇÕES ESTRANGEIRAS, nos casos dos incisos
I e II deste artigo;
XIII - as autoridades civis estrangeiras, correspondentes às constantes dos incisos III a
VIII deste artigo, quando em visita de caráter oficial;
XIV - os militares das Forças Armadas estrangeiras, quando uniformizados e, se em
trajes civis, quando reconhecidos ou identificados;
XV - os integrantes das Polícias Militares e dos Corpos de Bombeiros Militares,
Corporações consideradas forças auxiliares e reserva do Exército.

Art. 16. O aperto de mão é uma forma de cumprimento que o superior pode conceder
ao mais moderno.

Parágrafo único. O militar não deve tomar a iniciativa de estender a mão para
cumprimentar o superior, mas se este o fizer, não pode se recusar ao cumprimento.

Art. 17. O militar deve responder com saudação análoga quando, ao cumprimentar o
superior, este, além de retribuir a continência, fizer uma saudação verbal.

SEÇÃO I
DO PROCEDIMENTO NORMAL
Art. 18. A continência individual É A FORMA DE SAUDAÇÃO QUE O MILITAR
ISOLADO, quando uniformizado, com ou sem cobertura, deve AOS SÍMBOLOS,
ÀS AUTORIDADES E À TROPA FORMADA, conforme estabelecido no Art. 15.
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 56

§ 1º A continência individual é, ainda, a forma pela qual os militares se saúdam


mutuamente, ou pela qual o superior responde à saudação de um mais moderno.

§ 2º A continência individual é devida a qualquer hora do dia ou da noite, só


podendo ser dispensada nas situações especiais regulamentadas por cada Força
Armada.

§ 3º QUANDO EM TRAJES CIVIS, o militar assume as seguintes atitudes:

I - nas cerimônias de hasteamento ou arriação da Bandeira, nas ocasiões em que esta


se apresentar em marcha ou cortejo, assim como durante a execução do Hino
Nacional, o militar deve tomar atitude de respeito, de pé e em silêncio, com a cabeça
descoberta;

II - nas demais situações, se estiver de cobertura, descobre-se e assume atitude


respeitosa;

III - ao encontrar um superior FORA de organização Militar, o subordinado faz a


saudação com um cumprimento verbal, de acordo com as convenções sociais.

Note-se que alguns superiores hierárquicos solicitam que não haja o cumprimento
em praça pública por questões de segurança diante da criminalidade, cabe ao
policial militar perguntar ao mesmo a sua preferência, ou cumprimentá-lo de modo
velado, ademais, o emprego da educação não deverá ser esquecido.

Art. 19. São elementos essenciais da continência individual: a atitude, o gesto e a


duração, variáveis conforme a situação dos executantes:

I - atitude - postura marcial e comportamento respeitoso e adequado às


circunstâncias e ao ambiente;
II - gesto - conjunto de movimento do corpo, braços e mãos, com ou sem armas;
III - duração - o tempo durante o qual o militar assume a atitude e executa o gesto
acima referido.

Art. 20. O militar, desarmado, ou armado de revólver ou pistola, de sabre-baioneta


ou espada embainhada, faz a continência individual de acordo com as seguintes
regras:

I - mais moderno parado e superior deslocando-se:

a) posição de sentido, frente voltada para a direção perpendicular à do deslocamento


do superior;
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 57

b) com cobertura: em movimento enérgico, leva a mão direita ao lado da cobertura,


tocando com a falangeta do indicador a borda da pala, um pouco adiante do botão da
jugular, ou lugar correspondente, se a cobertura não tiver pala ou jugular; a mão no
prolongamento do antebraço, com a palma voltada para o rosto e com os dedos
unidos e distendidos; o braço sensivelmente horizontal, formando um ângulo de 45º
com a linha dos ombros; olhar franco e naturalmente voltado para o superior. Para
desfazer a continência, baixa a mão em movimento enérgico, voltando à posição de
sentido;

c) sem cobertura: em movimento enérgico, leva a mão direita ao lado direito da


fronte, procedendo similarmente ao descrito na alínea "b" , no que couber;

d) a continência é feita quando o superior atinge a distância de três passos do mais


moderno e desfeita quando o superior ultrapassa o mais moderno de um passo;

II - mais moderno deslocando-se e superior parado, ou deslocando-se em sentido


contrário:

- se está se deslocando em passo normal, o mais moderno mantém o passo e a


direção do deslocamento; se em acelerado ou correndo, toma o passo normal, não
cessa o movimento normal do braço esquerdo; a continência é feita a três passos do
superior, como prescrito no inciso I, alíneas "b" e "c" , encarando-o com movimento
vivo de cabeça; ao passar por este, o mais moderno volta a olhar em frente e desfaz a
continência;

III - mais moderno e superior deslocando-se em direções convergentes:

- o mais moderno dá precedência de passagem ao superior e faz a continência como


prescreve o inciso I, alíneas "b" e "c" , sem tomar a posição de sentido;

IV - mais moderno, deslocando-se, alcança e ultrapassa o superior que se desloca no


mesmo sentido:

- o mais moderno, ao chegar ao lado do superior, faz-lhe a continência como


prescrito no inciso I, alíneas "b" e "c" , e o encara com vivo movimento de cabeça;
após três passos, volta a olhar em frente e desfaz a continência;

V - mais moderno deslocando-se, é alcançado e ultrapassado por superior que se


desloca no mesmo sentido:

- o mais moderno, ao ser alcançado pelo superior, faz-lhe a continência, como


prescrito no inciso I, alíneas "b" e "c" , desfazendo-a depois que o superior tiver se
afastado um passo;

VI - em igualdade de posto ou graduação, a continência é feita no momento em que


os militares passam um pelo outro ou se defrontam.
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 58

Art. 21. O militar armado de espada desembainhada faz a continência individual,


tomando a posição de sentido e em seguida perfilando a espada.

Parágrafo único. Na continência aos símbolos e autoridades mencionadas nos incisos


I a VIII e XII do Art. 15 e a oficiais-generais, abate a espada.

Art. 22. o militar, quando tiver as duas mãos ocupadas, faz a continência individual
tomando a posição de sentido, frente voltada para a direção perpendicular à do
deslocamento do superior.

§ 1º Quando apenas uma das mãos estiver ocupada, a mão direita deve estar livre
para executar a continência.

§ 2º O militar em deslocamento, quando não puder corresponder à continência por


estar com as mãos ocupadas, faz vivo movimento de cabeça.

Art. 23. O militar, isolado, armado de metralhadora de mão, fuzil ou arma


semelhante faz continência da seguinte forma:

I - quando estiver se deslocando:

a) leva a arma à posição de "Ombro Arma", à passagem do superior hierárquico;


b) à passagem de tropa formada, faz alto, volta-se para a tropa e leva a arma à
posição de

"Ombro Arma";

c) com a arma a tiracolo ou em bandoleira, toma a posição de sentido, com sua frente
voltada para a direção perpendicular à do deslocamento do superior.

II - quando estiver parado:

a) na continência aos símbolos e autoridades mencionadas nos incisos I a VIII do Art.


15 e a oficiais-generais, faz "Apresentar Arma";
b) para os demais militares, faz "Ombro Arma";
c) à passagem da tropa formada, leva a arma à posição de "Ombro Arma";
d) com a arma a tiracolo ou em bandoleira, toma apenas a posição de sentido.

Art. 24. Todo militar faz alto para a continência à Bandeira Nacional, ao Hino
Nacional e ao Presidente da República.
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 59

§ 1º Quando o Hino Nacional for tocado em cerimônia religiosa, o militar


participante da cerimônia não faz a continência individual, permanecendo em
atitude de respeito.

§ 2º Quando o Hino Nacional for cantado, a tropa ou militar presente não faz a
continência, nem durante a sua introdução, permanecendo na posição de "Sentido"
até o final de sua execução.

Art. 25. Ao fazer a continência ao Hino Nacional, o militar volta-se para a direção de
onde vem a música, conservando-se nessa atitude enquanto durar sua execução.

§ 1º Quando o Hino Nacional for tocado em cerimônia à Bandeira ou ao Presidente


da República, o militar volta-se para a Bandeira ou para o Presidente da República.

§ 2º Quando o Hino Nacional for tocado em cerimônia militar ou cívica, realizada em


ambiente fechado, o militar volta-se para o principal local da cerimônia e faz a
continência como estipulado no inciso I do Art. 20 ou nos Arts. 21, 22 ou 23,
conforme o caso.

Art. 26. Ao fazer a continência para a Bandeira Nacional integrante de tropa formada
e parada, todo militar que se desloca, faz alto, vira-se para ela e faz a continência
individual, retomando, em seguida, o seu deslocamento; a autoridade passando em
revista à tropa observa o mesmo procedimento.

Art. 27. No interior das Organizações Militares, a praça faz alto para a continência a
oficial- general e às autoridades enumeradas nos incisos III a VIII, inclusive, do Art.
15.

Art. 28. O Comandante, Chefe ou Diretor de Organização Militar tem, diariamente,


direito à continência prevista no artigo anterior, na primeira vez que for encontrado
pelas suas praças subordinadas, no interior de sua organização.

Art. 29. Os militares em serviço policial ou de segurança poderão ser dispensados


dos procedimentos sobre continência individual constantes deste Regulamento.
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 60

CAPÍTULO IV
DA APRESENTAÇÃO

Art. 41. O militar, para se apresentar a um superior, aproxima-se deste até a


distância do aperto de mão; toma a posição de "Sentido", faz a continência individual
como prescrita neste Regulamento e diz, em voz claramente audível, seu grau
hierárquico, nome de guerra e Organização Militar a que pertence, ou função que
exerce, se estiver no interior da sua Organização Militar; desfaz a continência, diz o
motivo da apresentação, permanecendo na posição de "Sentido" até que lhe seja
autorizado tomar a posição de "Descansar’ ou de "À Vontade".

§ 1º Se a superior estiver em seu Gabinete de trabalho ou outro local coberto, o


militar sem arma ou armado de revólver, pistola ou espada embainhada tira a
cobertura com a mão direita. Em se tratando de boné ou capacete, coloca-o debaixo
do braço esquerdo com o interior voltado para o corpo e a jugular para a frente; se de
boina ou gorro com pala, empunha-o com a mão esquerda, de tal modo que sua copa
fique para fora e a sua parte anterior voltada para a frente. Em seguida, faz a
continência individual e procede à apresentação.

§ 2º Caso esteja armado de espada desembainhada, fuzil ou metralhadora de mão, o


militar faz alto à distância de dois passos do superior e executa o "Perfilar Espada" ou
"Ombro Arma", conforme o caso, permanecendo nessa posição mesmo após
correspondida a saudação; se o superior for Oficial-General ou autoridade superior,
o militar executa o manejo de "Apresentar Arma", passando, em seguida, à posição
de "Perfilar Espada" ou "Ombro Arma", conforme o caso, logo após correspondida a
saudação.

§ 3º Em locais cobertos, o militar armado nas condições previstas no parágrafo


anterior, para se apresentar ao superior, apenas toma a posição de "Sentido".

Art. . 42. Para se retirar da presença de um superior, o militar faz-lhe a continência


individual, idêntica à da apresentação, e pede permissão para se retirar; concedida a
permissão, o oficial retira-se normalmente, e a praça, depois de fazer "Meia Volta",
rompe a marcha com o pé esquerdo.
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 61

DA CONTINÊNCIA DA GUARDA

Art. 70. A guarda formada presta continência:

I - aos símbolos, às autoridades e à tropa formada, referidos nos incisos I a VIII, XI e


XII do Art.15;
II - aos Almirantes-de-Esquadra, Generais-de-Exército e Tenentes-Brigadeiros, nas
sedes dos Ministérios da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, respectivamente;
III - aos Oficiais-Generais, nas sedes de Comando, Chefia ou Direção privativos dos
postos de Oficial-General;
IV - aos Oficiais-Generais, aos Oficiais Superiores e ao Comandante, Chefe ou
Diretor, qualquer que seja o seu posto, nas Organizações Militares;
V - aos Oficiais-Generais e aos Oficiais Superiores das Forças Armadas das Nações
Estrangeiras, quando uniformizados, nas condições estabelecidas nos incisos
anteriores;
VI - à guarda que venha rendê-la.

§ 1º - As normas para a prestação de continência, pela guarda formada, a Oficiais de


qualquer posto, serão reguladas pelo Cerimonial de cada Força.

§ 2º - A continência é prestada por ocasião da entrada e saída da autoridade.

Art. 71. Para a CONTINÊNCIA À BANDEIRA E AO PRESIDENTE DA


REPÚBLICA, a guarda forma na parte externa do edifício, à esquerda da sentinela
do portão das armas (sentinela da entrada principal), caso o local permita; o
corneteiro da guarda ou de serviço dá o sinal correspondente ("Bandeira" ou
"Presidente da República’), e o Comandante da guarda procede como estabelecido no
inciso III doArt. 53.

Art. 72. A guarda forma para prestar continência à tropa de efetivo igual ou superior
a subunidade, sem Bandeira, que saia ou regresse ao quartel.

Art. 73. Quando em uma Organização Militar entra ou sai seu Comandante, Chefe
ou Diretor, acompanhado de oficiais, a continência da guarda formada é prestada
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 62

apenas ao oficial de maior posto, ou ao Comandante, se de posto igual ou superior ao


dos que o acompanham.

Parágrafo único. A autoridade a quem é prestada a continência destaca-se das


demais para corresponder à continência da guarda; os acompanhantes fazem a
continência individual, voltados para aquela autoridade.

Art. 74. Quando a continência da guarda é acompanhada do Hino Nacional ou da


marcha batida, os militares presentes voltam a frente para a autoridade, ou à
Bandeira, a que se presta a continência, fazendo a continência individual no início do
Hino ou marcha batida e desfazendo-a ao término.

Art. 75. Uma vez presente em, uma Organização Militar autoridade cuja insígnia
esteja hasteada no mastro principal, apenas o Comandante, Diretor ou Chefe da
organização e os que forem hierarquicamente superiores à referida autoridade têm
direito à continência da guarda formada.

SEÇÃO VII
DA CONTINÊNCIA DA SENTINELA

Art. 76. A sentinela de posto fixo, armada, PRESTA CONTINÊNCIA:

I - APRESENTANDO ARMA:
- aos SÍMBOLOS E AUTORIDADES referidos no Art. 15;

II - tomando a posição de sentido:


- aos GRADUADOS E PRAÇAS especiais das Forças Armadas nacionais e
estrangeiras;

III - tomando a posição de sentido e, em seguida, fazendo Ombro Arma:


- à tropa não comandada por Oficial.
§ 1º O militar que recebe uma continência de uma sentinela faz a continência
individual para respondê-la.
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 63

§ 2º A sentinela móvel presta continência aos símbolos, autoridades e militares


constantes do Art. 15, tomando apenas a posição de sentido.

Art. 77. Os marinheiros e soldados, quando passarem por uma sentinela, fazem a
continência individual, à qual a sentinela responde tomando a POSIÇÃO DE
"SENTIDO".

Art. 78. No período compreendido entre o arriar da Bandeira e o toque de alvorada


do dia seguinte, a sentinela só apresenta armas à Bandeira Nacional, ao Hino
Nacional, ao Presidente da República, às bandeiras e hinos de outras nações e a tropa
formada, quando comandada por oficial.

Parágrafo único. No mesmo período, a sentinela toma a posição de "Sentido" à


passagem de um superior pelo seu posto ou para corresponder à saudação militar de
marinheiros e soldados.

Art. 79. Para prestar continência a uma tropa comandada por oficial, a sentinela
toma a posição de "Sentido", executando o "Apresentar Arma" quando a testa da
tropa estiver a 10 (dez) passos, assim permanecendo até a passagem do Comandante
e da Bandeira; a seguir faz "ombro Arma" até o escoamento completo da tropa,
quando volta às posições de "Descansar Arma" e "Descansar".

DA SUBSTITUIÇÃO DAS GUARDAS

Art. 196. Na substituição das guardas, além do que prescrevem os Regulamentos ou


Normas específicas de cada Força Armada, é observado o seguinte:

I - logo que a Sentinela das Armas der o sinal de aproximação da Guarda que vem
substituir a que está de serviço, esta entra em forma e, na posição de "Sentido",
aguarda a chegada daquela;
II - a Guarda que chega coloca-se à esquerda, ou em frente, se e local permitir, da
que vai substituir, e seu Comandante comanda: "Sem Intervalos, Pela Direita
(Esquerda) Perfilar" e, depois "Firme"; em seguida comanda: "Em Continência,
Apresentar Arma"; feito o manejo de armas correspondente, o Comandante da
Guarda que sai corresponde à saudação, comandando "Apresentar Arma" e, a seguir,
"Descansar Arma", no que é seguido pelo outro Comandante;
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 64

III - finda esta parte do cerimonial, os Comandantes da Guarda que entra e da que sai
dirigem-se um ao encontrado outro, arma na posição correspondente à de ombro
arma, fazem alto, à distância de dois passos, e, sem descansar a arma, apresentam-se
sucessivamente;
IV - a seguir, realiza-se a transmissão de ordens e instruções relativas ao serviço.

SEÇÃO II
DA SUBSTITUIÇÃO DAS SENTINELAS

Art. 197. São as seguintes as prescrições a serem observadas quando da rendição das
sentinelas:

I - a Cabo da Guarda forma de baioneta armada; os soldados que entram de


sentinela formam em "coluna por um" ou "por dois", na ordem de rendição, de
maneira que a Sentinela das Armas seja a última a ser substituída, no "passo
ordinário", o Cabo da Guarda conduz os seus homens até a altura do primeiro posto
a ser substituído;
II - ao se aproximar a tropa, a sentinela a ser substituída toma a posição de "Sentido"
e faz "Ombro Arma", ficando nessa posição;
III - à distância de dez passos do posto, o Cabo da Guarda comanda "Alto!" e dá a
ordem: "Avance Sentinela Número Tal!";
IV - a sentinela chamada avança no passo ordinário, arma na posição de "Ombro
Arma" e, à ordem do Cabo, faz "alto!" a dois passos da sentinela a ser substituída;
V - a seguir, o Cabo comanda "Cruzar Arma!" o que é executado pelas duas
sentinelas, fazendo-se, então sob a fiscalização do Cabo, que se conserva em "Ombro
Arma", e à voz de "Passar-Ordens!" e, depois, "Passar Munição!", a transmissão das
ordens e Instruções particulares relativas ao posto;
VI - cumprida esta prescrição, o Cabo dá o comando de "Ombro Arma!" e ordena à
sentinela substituída: "Entre em Forma!", esta coloca-se à retaguarda do último
homem da coluna, ao mesmo tempo que a nova sentinela com a posição no seu
posto, permanecendo em "Ombro Arma" até que a Guarda se afaste.

5. ESTATUTO POLICIAL MILITAR: DAS OBRIGAÇÕES E DOS DEVERES

A Lei 7.990 de 27 de dezembro de 2001, denominada como Estatuto da Polícia


Militar da Bahia, explicita em seu conteúdo os valores éticos e os deveres que todos
os policiais militares devem se balizar para bem efetivar o seu trabalho policial, tudo,
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 65

de modo a alcançar os objetivos de segurança pública e da incolumidade das pessoas


previstos na sua missão constitucional, portanto, é importante conhecê-los evitando
violar tais requisitos corporativos que p

TÍTULO III -
DA DEONTOLOGIA POLICIAL MILITAR

CAPÍTULO I
DAS OBRIGAÇÕES POLICIAIS MILITARES

Art. 37 - São VALORES INSTITUCIONAIS:


I - da organização:
a) a dignidade do homem;

b) a disciplina;
c) a hierarquia;

d) a credibilidade;
e) a ética;
f) a efetividade;

g) a solidariedade;
h) a capacitação profissional;

i) a doutrina;
j) a tradição.

II - do profissional:

a) a eficiência e a eficácia;
b) o espírito profissional;
c) a aparência pessoal;

d) a auto-estima;
e) o profissionalismo;

f) a bravura;
g) a solidariedade;
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 66

h) a dedicação.

Art. 38 - São manifestações essenciais dos VALORES POLICIAIS MILITARES:


I - o sentimento de servir à sociedade, traduzido pela vontade de cumprir o dever
policial militar e pelo integral devotamento à preservação da ordem pública e à
garantia dos direitos fundamentais da pessoa humana;

II - o civismo e o respeito às tradições históricas;


III - a fé na elevada missão da Polícia Militar;

IV - o orgulho do policial militar pela Instituição;


V - o amor à profissão policial militar e o entusiasmo com que é exercida;
VI - o aprimoramento técnico-profissional.

SEÇÃO II
DA ÉTICA POLICIAL MILITAR

Art. 39 - O sentimento do dever, a dignidade policial militar e o decoro da classe


impõem a cada um dos integrantes da Polícia Militar conduta moral e profissional
irrepreensíveis, tanto durante o serviço quanto fora dele, com observância dos
seguintes preceitos da ética policial militar:

I - amar a verdade e a responsabilidade como fundamento da dignidade pessoal;

II - exercer com autoridade, eficiência, eficácia, efetividade e probidade as funções


que lhe couberem em decorrência do cargo;

III - respeitar a dignidade da pessoa humana;

IV - cumprir e fazer cumprir as Leis, os regulamentos, as instruções e as ordens das


autoridades competentes, à exceção das manifestamente ilegais;

V - ser justo e imparcial no julgamento dos atos e na apreciação do mérito dos


subordinados;

VI - zelar pelo preparo moral, intelectual e físico próprio e dos subordinados, tendo
em vista o cumprimento da missão comum;

VII - praticar a solidariedade e desenvolver permanentemente o espírito de


cooperação;

VIII - ser discreto em suas atitudes e maneiras e polido em sua linguagem falada e
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 67

escrita;

IX - abster-se de tratar de matéria sigilosa, de qualquer natureza, fora do âmbito


apropriado;

X - cumprir seus deveres de cidadão;

XI - manter conduta compatível com a moralidade administrativa;

XII - comportar-se educadamente em todas as situações;

XIII - conduzir-se de modo que não sejam prejudicados os princípios da disciplina,


do respeito e do decoro policial militar;

XIV - abster-se de fazer uso do posto ou da graduação para obter facilidades pessoais
de qualquer natureza ou para encaminhar negócios particulares ou de terceiros;

XV - abster-se, na inatividade, do uso das designações hierárquicas quando:

a) em atividade político-partidária;

b) em atividade comercial ou industrial;

c) para discutir ou provocar discussões pela imprensa a respeito de assuntos políticos


ou policiais militares, excetuando-se os de natureza exclusivamente técnica, se
devidamente autorizado;

d) no exercício de funções de natureza não policiais militares, mesmo oficiais.

XVI - zelar pelo bom conceito da Polícia Militar;

XVII - zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público.

Art. 40 - Ao policial militar da ativa é vedado comerciar ou tomar parte na


administração ou gerência de sociedade ou dela ser sócio ou participar, exceto como
acionista ou quotista, em sociedade anônima ou por quotas de responsabilidade
limitada.

Parágrafo único - No intuito de aperfeiçoar a prática profissional é permitido aos


oficiais do Quadro Complementar de Oficiais Policiais Militares o exercício de sua
atividade técnico-profissional no meio civil, desde que compatível com as atribuições
do seu cargo e com o horário de trabalho, respeitadas as limitações constitucionais.

TÍTULO IV -
DO REGIME DISCIPLINAR
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 68

CAPÍTULO I
DOS DEVERES POLICIAIS MILITARES

SEÇÃO I
CONCEITUAÇÃO

Art. 41 - Os deveres policiais militares emanam de um conjunto de vínculos morais e


racionais, que ligam o policial militar à pátria, à Instituição e à segurança da
sociedade e do ser humano, e compreendem, essencialmente:

I - a dedicação integral ao serviço policial militar e a fidelidade à Instituição a que


pertence;

II - o respeito aos Símbolos Nacionais;

III - a submissão aos princípios da legalidade, da probidade, da moralidade e da


lealdade em todas as circunstâncias;

IV - a disciplina e o respeito à hierarquia;

V - o cumprimento das obrigações e ordens recebidas, salvo as manifestamente


ilegais;

VI - o trato condigno e com urbanidade a todos;

VII - o compromisso de atender com presteza ao público em geral, prestando com


solicitude as informações requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo;

VIII - a assiduidade e pontualidade ao serviço, inclusive quando convocado para


cumprimento de atividades em horário extraordinário.

SEÇÃO II
DO COMANDO E DA SUBORDINAÇÃO

Art. 42 - Comando é a soma de autoridade, deveres e responsabilidades de que o


policial militar é investido legalmente, quando conduz seres humanos ou dirige uma
organização policial militar, sendo vinculado ao grau hierárquico e constitui uma
prerrogativa impessoal, em cujo exercício o policial militar se define e se caracteriza
como chefe.

Parágrafo único - Aplica-se aos Comandantes de Operações Policiais Militares e de


Bombeiros Militares, Comandantes de Policiamento Regional e Comandante de
Policiamento Especializado, à Direção, à Coordenação, à Chefia de Organização
Policial Militar, no que couber o estabelecido para o comando.
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 69

Redação de acordo com o art. 6º da Lei nº 11.356, de janeiro de 2009.


Redação original: "Parágrafo único - Aplica-se à direção, à coordenação e à chefia de
organização policial militar, no que couber, o estabelecido para o comando."

Art. 43 - A subordinação é o respeito ao princípio da hierarquia, em face do qual as


ordens dos superiores, salvo as manifestamente ilegais, devem ser plena e
prontamente acatadas.

Parágrafo único - A subordinação não afeta, de modo algum, a dignidade pessoal do


policial militar e decorre, exclusivamente, da estrutura hierarquizada da Polícia
Militar.

Art. 44 - As funções de comando, de chefia, de coordenação e de direção de


organização policial militar são privativas dos integrantes do Quadro de Oficiais
Policiais Militares.
§ 1º - Compete aos Oficiais Auxiliares do Quadro de Oficiais Auxiliares da Polícia
Militar - QOAPM e do Quadro de Oficiais Auxiliares Bombeiros Militares - QOABM
o exercício de atividades operacionais e administrativas, excetuando-se o comando
de Unidades e Subunidades e o subcomando de Unidades.
Redação de acordo com o art. 3º da Lei nº 11.920, de 29 de junho de 2010.
Redação original: "§ 1º - Os integrantes do Quadro de Oficiais Auxiliares da Polícia
Militar exercerão funções auxiliares e complementares de Comando, de Chefia, de
Coordenação e de direção de organização policial militar."
§ 2º - Aos integrantes do Quadro Complementar de Oficiais Policiais Militares cabe,
ao longo da carreira, o exercício das funções técnicas de suas respectivas
especialidades.
Art. 44-A - O Quadro de Oficiais Auxiliares da Polícia Militar - QOAPM e o Quadro
de Oficiais Auxiliares Bombeiros Militares - QOABM serão integrados por policiais
militares oriundos do círculo de praças, cujo acesso ocorrerá por promoção,
preenchidos os requisitos previstos neste Estatuto e em regulamento de conclusão e
aprovação no respectivo Curso de Formação previsto em regulamento.

§ 1º - O maior grau hierárquico do Quadro de Oficiais Auxiliares da Polícia Militar -


QOAPM e do Quadro de Oficiais Auxiliares Bombeiros Militares - QOABM é o Posto
de Major.
§ 2º - Somente poderão concorrer à promoção ao posto de Major do QOAPM e do
QOABM os Capitães que possuam graduação em curso de nível superior
reconhecido pelo Ministério da Educação, preenchidos os demais requisitos legais,
inclusive conclusão com aproveitamento do Curso de Especialização no Serviço
Público - CESP promovido pela Polícia Militar.

Art. 44-A acrescido pelo art. 4º da Lei nº 11.920, de 29 de junho de 2010.


Art. 45 - Os graduados auxiliam e complementam as atividades dos Oficiais no
emprego de meios, na instrução e na administração da Unidade, devendo ser
empregados na supervisão da execução das atividades inerentes à missão
institucional da Polícia Militar.

Parágrafo único - No exercício das suas atividades profissionais e no comando de


subordinados, os Subtenentes, 1º Sargentos e Cabos deverão impor-se pela
capacidade técnico-profissional, pelo exemplo e pela lealdade, incumbindo-lhes
assegurar a observância minuciosa e ininterrupta das ordens, das regras de serviço e
das normas operativas, pelos Praças que lhes estiverem diretamente subordinados,
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 70

bem como a manutenção da coesão e do moral da tropa, em todas as circunstâncias.


Redação de acordo com o art. 6º da Lei nº 11.356, de janeiro de 2009.
Redação original: "Parágrafo único - No exercício das suas atividades profissionais e
no comando de subordinados, os Sargentos deverão impor-se pela capacidade
técnico-profissional, pelo exemplo e pela lealdade, incumbindo-lhes assegurar a
observância minuciosa e ininterrupta das ordens, das regras de serviço e das normas
operativas, pelos praças que lhes estiverem diretamente subordinadas, bem como a
manutenção da coesão e do moral da tropa, em todas as circunstâncias."
Art. 46 - Os soldados poderão, excepcional e temporariamente, exercer o comando de
fração de tropa em locais e situações que assim o exijam.
Art. 47 - Aos praças especiais, em curso de formação, cabe a rigorosa observância das
prescrições dos regulamentos que lhes são pertinentes, exigindo-se-lhes inteira
dedicação ao estudo e ao aprendizado técnico-profissional, ficando vedado o
emprego em atividade operacional ou administrativa, salvo em caráter de instrução.

CAPÍTULO II
DA VIOLAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES E DOS DEVERES POLICIAIS MILITARES
SEÇÃO I
DA ATRIBUIÇÃO DE RESPONSABILIDADES.
Art. 48 - O policial militar em função de comando responde integralmente pelas
decisões que tomar, pelas ordens que emitir, pelos atos que praticar, bem como pelas
conseqüências que deles advierem.

§ 1º - Cabe ao policial militar subordinado, ao receber uma ordem, solicitar os


esclarecimentos necessários ao seu total entendimento e compreensão.
§ 2º - Cabe ao executante que exorbitar no cumprimento de ordem recebida, a
responsabilidade pessoal e integral pelos excessos e abusos que cometer.
Art. 49 - A violação das obrigações ou dos deveres policiais militares poderá
constituir crime ou transgressão disciplinar, segundo disposto na legislação
específica.
Art. 50 - O policial militar responde civil, penal e administrativamente pelo exercício
irregular de suas atribuições.
§ 1º - A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou
culposo, que resulte em prejuízo do erário ou de terceiros, na seguinte forma:
a) a indenização de prejuízos causados ao erário será feita por intermédio de
imposição legal ou mandado judicial, sendo descontada em parcelas mensais não
excedentes à terça parte da remuneração ou dos proventos do policial militar;
b) tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o policial militar perante a
Fazenda Pública, em ação regressiva, de iniciativa da Procuradoria Geral do Estado.
§ 2º - A responsabilidade penal abrange os crimes militares, bem como os crimes de
competência da Justiça comum e as contravenções imputados ao policial militar
nessa qualidade.
§ 3º - A responsabilidade administrativa resulta de ato omissivo ou comissivo,
praticado no desempenho de cargo ou função capaz de configurar, à luz da
legislação própria, transgressão disciplinar.
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 71

§ 4º - As responsabilidades civil, penal e administrativa poderão cumular-se, sendo


independentes entre si.

§ 5º - A responsabilidade administrativa do policial militar policial militar sujeita-se


aos efeitos da elisão e da prescrição na seguinte forma:
a) será elidida no caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou de
sua autoria;

b) prescreverá:
1.em cinco anos, quanto às infrações puníveis com demissão;
2.em três anos, quanto às infrações puníveis com sanções de detenção;

3.em cento e oitenta dias, quanto às demais infrações.


c) o prazo de prescrição começa a correr da data em que o fato se tornou conhecido;
d) sendo a falta tipificada penalmente, prescreverá juntamente com o crime;
e) a abertura de sindicância ou a instauração de processo disciplinar interrompe a
prescrição até a decisão final por autoridade competente.

6. ÓRGÃOS DE CONTROLE DA ATIVIDADE POLICIAL

O Estado através dos policiais militares atua de modo coercitivo impondo sua
vontade aos particulares, com o objetivo de proteger a coletividade no cumprimento
da sua missão, nesse contexto, muitas vezes o policial militar ultrapassa suas
limitações legais e age sem a devida legitimidade e validade, no desenvolvimento
das suas atividades.

O advento da limitação constitucional no trabalho de segurança pública, obriga


aos servidores públicos a atuarem dentro da lei, com o uso da força em caráter
excepcional e necessário a contenção de determinada demanda, não ultrapassando o
princípio da razoabilidade e da proporcionalidade no uso do seu poder de polícia.

Ocorre que muitas vezes alguns profissionais atuam em desacordo com a


missão, visão e valores da PMBA e, violam ou abusam no uso dessa força coercitiva,
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 72

indo além das suas limitações legais, afetando de sobremodo o exercício da cidadania
e o fundamento da dignidade da pessoa humana, os direitos humanos individuais e
coletivos da sociedade e dos próprios policiais militares que se tornam juridicamente
vulneráveis às sanções legais, momento em que atuam os órgãos de controle para
evitar tal desregramento funcional.

6.1 CONTROLE INTERNO DA PMBA (CORREGEDORIAS)

Para a finalidade de controlar e regular os agentes policiais militares e evitar o


excesso no uso da força e dos recursos funcionais, a PMBA constituiu um órgão para
realizar o CONTROLE INTERNO da atividade de seus próprios agentes, atividade
jurisdicional realizada pela Corregedoria Geral da PMBA, tendo como subordinadas
as Corregedorias Setoriais (Corset), que se encontram na maioria das Unidades
Operacionais gestoras da Corporação, geograficamente distribuídas em todo o
Estado da Bahia.

As Corregedorias são responsáveis pela investigação e sanção dos policiais


militares, pela execução da investigação no processo penal militar, podendo fazer
processar o militar nas esferas administrativa (processo administrativo e processo
disciplinar sumário), penal (inquérito policial militar) e civil (processo de
ressarcimento de dano) e puni-lo disciplinarmente.

Este órgão se vale dos Oficiais e Graduados qualificados em feitos


investigatórios ou nos curso de formação da instituição, distribuindo nas mais
diversas Unidades da PMBA, para apurar as denúncias que são recepcionadas.

São abertos processos e procedimentos a fim de verificar a veracidade de fatos


ligados às infrações legais, ou ainda, transgressão disciplinar denunciadas contra
policiais militares, por tudo, visando analisar a veracidade dos fatos, se houve
excesso na atividade e, visando correção de comportamentos, tendo por base as
normas castrenses da corporação que servem de balizamento dos resultados das
apurações, sendo entretanto, obrigatório a apuração de toda denúncia devidamente
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 73

formalizada junto aquele órgão ou de conhecimento da Chefia que afete o preceitos


da Polícia Militar.

Note nessa análise, que há obrigatoriedade da Corregedoria de atuar nesses


casos, como também, nas apurações que tenham como objeto dano ao erário público,
a lei obriga o agente a ressarcir ao erário todo e qualquer dano a bens e objetos da
administração pública, não havendo mais o que questionar quanto a insignificância
daquele bem, logo, cabe a cada policial militar atuar de modo cauteloso com os bens
da Corporação, mesmo de pequena monta, pois estará sujeito ao ressarcimento
mencionado.

Não obstante, a Corregedoria também é o órgão responsável pela avaliação do


bom desempenho dos policiais em serviço, pelo acompanhamento do
comportamento do PM mesmo fora do espaço específico do trabalho, e por emitir o
Elogio de Praça / Oficial. É com base no comportamento do policial que são emitidos
os elogios e condecorações honrosas àqueles que se destacam por ações positivas no
advento de sua profissão, pelos serviços prestados à comunidade ou à corporação.

6.2 CONTROLE EXTERNO DA PMBA (MINISTÉRIO PÚBLICO)

Apesar da existência do controle interno, é realizado ainda, em relação a Polícia


o CONTROLE EXTERNO da atividade policial, tanto em relação à PMBA
objetivamente, quanto os policiais militares, subjetivamente por diversos órgãos
públicos de modo a coibir que agentes de segurança pública venham a ultrapassar
suas limitações constitucionais, em especial, quanto ao uso da força policial.

Diante da atual mazela da violência social que demonstram altos índices de


homicídios no Brasil, bem como, grande letalidade por parte das forças policiais
contra pessoas civis, cada vez mais se discute a questão das limitações ao poder do
polícia dos servidores da segurança pública, fato que deve ser levado a sério para
evitar irregularidades e responsabilidades advindas de atuações que possam
contrariar a política e valores do Estado Democrático de Direito, que por sua vez,
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 74

também é o fundamento desta Corporação Policial Militar e deve ser seguido pelos
seus agentes profissionais.

Nessa direção, diversos órgãos externos a PMBA realizam também o controle


externo das atividades policiais desta corporação, podendo submeter mediante
denúncia ou exigência de abertura de procedimento específico, qualquer policial
militar a processo por atos supostamente abusivos da função policial.

O Ministério Público Estadual (MPBA) é um desses órgãos, sendo formalmente


responsável pelo controle externo da atividade policial militar além de ter o papel de
FISCALIZADOR DAS INSTITUIÇÕES PÚBLICAS estaduais, nesse contexto, a
Polícia Militar do Estado da Bahia deve total obediência e observância às respectivas
requisições daquele órgão fiscalizador, visto que, possui status de recomendação.

Não obstante, guarda a PMBA, obediência à Corregedoria da Secretaria de


Segurança Pública (SSP), às quais qualquer cidadão pode fazer uma denúncia ou
reclamação, que são encaminhadas às respectivas Corregedorias Corregedoria Geral
e Setorial das Unidades da PMBA para apuração, não importando o quão distante é a
localidade do evento ocorrido. Ademais, as Ouvidorias de diversos órgãos
atualmente já trabalham com páginas de denuncias informatizadas, denúncias tais
que são recepcionadas pela Corregedoria Geral da PMBA.

Ademais, nos casos de atuação de policial militar culminando com morte de


pessoa civil em operações policiais, os trâmites relativos ao inquérito policial militar
continuam ocorrendo dentro da PMBA (Corregedoria), contudo, após a sua
conclusão este é encaminhado ao Ministério Público e posteriormente, se for o caso,
ao Tribunal do Júri que processará e julgará a demanda na Justiça Comum, fora do
meandro da presente Corporação.

Deste modo, deve o policial agir sob a égide da lei e dos regulamentos, a fim de
evitar ser demandado judicialmente tanto pelo responsável pelo controle interno
quanto pelo responsável pelo controle externo, de modo que sua atuação de vê ser
ilibada e coerente com os valores e princípios constitucionais.
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 75

6.2.1. O MINISTÉRIO PÚBLICO E SUAS ATRIBUIÇÕES

Sendo o Ministério Público o responsável legal pelo controle externo da PMBA


convém ressaltar um pouco mais sobre suas atribuições e atuação na defesa da
sociedade. É uma instituição responsável pela fiscalização das ações do Estado (todos
os órgãos da administração pública) com vistas ao cumprimento da lei, visando a
defesa da sociedade.
Suas atribuições encontram na Lei Complementar nº 40, de 14 de Dezembro de
1981, que estabelece normas gerais a serem adotadas na organização do Ministério
Público estadual.

CAPÍTULO I
Das Disposições Preliminares

Art. 1º - O Ministério Público, instituição permanente e essencial à


função jurisdicional do Estado, é responsável, perante o Judiciário,
pela defesa da ordem jurídica e dos interesses indisponíveis da
sociedade, pela fiel observância da Constituição e das leis, e será
organizado, nos Estados, de acordo com as normas gerais desta Lei
Complementar.

Art. 2º - São princípios institucionais do Ministério Público a


UNIDADE, A INDIVISIBILIDADE E A AUTONOMIA funcional.

Art. 3º - São funções institucionais do Ministério Público:

I - velar pela observância da Constituição e das leis, e promover-lhes


a execução;
II - promover a ação penal pública;
III - promover a ação civil pública, nos termos da lei.

No primeiro grau de jurisdição os Promotores de Justiça são os responsáveis pelo


trabalho de fiscalização e busca do cumprimento das leis. Quanto ao Procurador
Geral de Justiça nomeado pelo Governador do Estado, incumbe, além de outras
atribuições:

I - representar ao Tribunal de Justiça, para assegurar a observância


pelos Municípios dos princípios indicados na Constituição estadual,
bem como para prover a execução de lei, de ordem ou decisão
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 76

judicial, para o fim de intervenção, nos termos da Constituição


Federal;

II - integrar e presidir os órgãos colegiados;

III - representar ao Governador do Estado sobre a remoção de


membro do

[...]

VII - avocar, excepcional e fundamentadamente, inquéritos policiais


em andamento, onde não houver Delegado de carreira; (BRASIL,
1981)

Na função de fiscalizador da atividade dos agentes de segurança pública, entre eles,


dos policiais militares e com base nos artigos 3º e 9º da Lei Complementar nº 75, de
20 de maio de 1993 (norma subsidiaria) e, por força do disposto no artigo 80 da Lei nº
8.625, de 12 de fevereiro de 1993.

Cabe ao Ministério público COIBIR A LETALIDADE POLICIAL, competindo ao


mesmo no âmbito institucional e interinstitucional, no caso de morte decorrente de
intervenção policial, adotar medidas garantidoras, em especial, com fulcro na
Resolução n° 129, de 22 de setembro de 2015, do Conselho Nacional do Ministério
Público:

Art. 1º Compete ao Ministério Público, no âmbito institucional e


interinstitucional, no caso de morte decorrente de intervenção
policial, adotar medidas para garantir:

I- que a autoridade policial compareça pessoalmente ao local dos


fatos tão logo seja comunicada da ocorrência, providenciando o seu
pronto isolamento, a requisição da respectiva perícia e o exame
necroscópico (CPP, art. 6º, I);

II- que seja realizada perícia do local do suposto confronto, com ou


sem a presença física do cadáver (CPP, art. 6º, VII);

III- que no exame necroscópico seja obrigatória a realização de exame


interno, documentação fotográfica e a descrição minuciosa de todas
as demais circunstâncias relevantes encontradas no cadáver (CPP, art.
6º, VII);
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 77

IV- que haja comunicação do fato pela autoridade policial ao


Ministério Público, em até 24 (vinte e quatro) horas (CPP, art. 292 c/c
art. 306);
V- que seja instaurado inquérito policial específico, sem prejuízo de
eventual prisão em flagrante;

VI– que o inquérito policial contenha informações sobre os registros


de comunicação, imagens e movimentação das viaturas envolvidas
na ocorrência;

VII- que as armas de todos os agentes de segurança pública


envolvidos na ocorrência RESOLUÇÃO Nº 129, DE 22 DE
SETEMBRO DE 2015 2/3 CONSELHO NACIONAL DO
MINISTÉRIO PÚBLICO sejam apreendidas e submetidas à perícia
específica;

VIII- que haja uma denominação específica nos boletins de ocorrência


policial para o registro de tais fatos;

IX- que haja regulamentação, pelos órgãos competentes, da prestação


de socorro por agentes de segurança pública em situação de
confronto, visando coibir a eventual remoção indevida de cadáveres;

X- que seja designado um órgão ou setor no âmbito do Ministério


Público capaz de concentrar os dados relativos a tais ocorrências,
visando alimentar o “Sistema de Registro de Mortes Decorrentes de
Intervenção Policial”, criado pelo Conselho Nacional do Ministério
Público; (BRASIL, 2015)

Na mesma direção, se faz importante conhecer também na atuação do Ministério


Público nesse controle externo das atividades dos policiais militares, em situações
que envolvam morte decorrente de intervenção policial, o posicionamento deste
órgão que tem por finalidade atuar de modo a estimular à prevenção da letalidade
policial.

Art. 2º. Cabe ao Ministério Público fomentar políticas públicas de


prevenção à letalidade policial.

Art. 3º Compete ao órgão de execução do Ministério Público verificar


se as providências elencadas nos incisos I a IX do artigo 1º desta
Resolução foram devidamente observadas no caso concreto,
adotando-se as medidas cabíveis, se necessário.
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 78

Art. 4º É recomendável que o órgão de execução do Ministério


Público:

I- atente-se para eventual ocorrência de Fraude Processual


(CP, art. 347) decorrente da remoção indevida do cadáver e de
outras formas de inovação artificiosa do local do crime;

II- requisite a reprodução simulada dos fatos (CPP, art. 7º),


sobretudo na ausência de perícia do local;

III- observe a necessidade de se postular, administrativa e


judicialmente, a suspensão do exercício da função pública do
agente (CPP, art. 319, VI);

IV- diligencie no sentido de ouvir familiares da vítima e


testemunhas eventualmente não arroladas nos autos;

V- adote procedimentos investigativos próprios, caso


necessário. grifo nosso (BRASIL, 2015)

Por tudo, não lhes é adstrito a discricionariedade ou voluntariedade nesta tarefa de


fiscalização, sendo a essência de sua existência, há de fato, a obrigatoriedade de acompanhar
e agir de imediato para apurar fatos graves que envolvam afetação da vida e das normas
estabelecidas, a exemplo da vitimização de pessoas civis em razão de intervenção policial,
cabendo a este ente investigar a legitimidade ou não do uso da força policial.

7. LEGISLAÇÃO SOBRE OS SERVIÇOS INTERNOS DA PMBA (R-1)

A Lei estadual nº 13.201/2014, no artigo 63 (lei de reorganização da PMBA)


também estabeleceu peculiaridades da Corporação quanto ao Regulamento Interno e
de Serviços Gerais do Exército (R1 ou RISG), que trata do modelo de publicação
dos atos administrativos das Unidades da PMBA, seus serviços, escalas de
expediente e como se dará o desenvolvimento das atividades ao interior dos quartéis,
devendo esta normativa, ser objeto de profundo do Policial Militar, para
desenvolver com afinco as suas tarefas cotidianas.
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 79

7.1. CONFECÇÃO DO BOLETIM DIÁRIO

Inicialmente será abordado o RISG (Portaria do EB n.º 816/2003) quanto a


confecção do Boletim Interno (BI) Ostensivo (BIO) e Reservado (BIR) nas Unidades
da instituição, visa publicar em ato administrativo todas as ocorrências do serviço
policial militar, dando-lhe legalidade administrativa, bem como, sendo instrumento
de conhecimento da tropa as recomendações nesse contidas.

Note-e que todos os registros desses boletins (ou sua maioria) serão adicionados
a ficha de assentamentos do Policial Militar nos meios informatizados, ou seja, são
lançados pelas seções de recursos humanos em sua ficha pessoal na instituição ou
nos sistema do governo do estado.

Os Boletins em si, tratam dos trabalhos diários do quartel, ordens, alvorada,


instruções, faxinas, expediente, serviço interno, guarda sentinelas e plantões de
serviço, entre outros, a fim de organizar o funcionamento do quartel e dar
efetividade as atividades policiais militares.

É comum os LIVROS-DE-PARTE das Unidades serem subsídios para a


confecção de notas que estarão nos boletins internos, pois muitas ocorrências
relevantes e situações dignas de registro formal ali são lançados durante o serviço
PM, logo, devendo ser transcritos exatamente como constam nos livros-de-parte do
serviço através da nominada “cópia autêntica”; o Policial Militar que fizer o livro
deve ter atenção redobrada com a utilização da norma culta da língua portuguesa,
sinais de pontuação, clareza, objetividade e síntese para evitar distorções e duplo
sentido na escrita que pode gerar situações jurídicas desfavoráveis.

A Escrita do Livro-de-parte, bem como, os Boletins Ostensivos ou Reservados


propriamente ditos, são de vital importância à Corporação pois tratam-se de
instrumentos que podem se reverter em ato formal administrativo da PMBA,
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 80

podendo gerar direitos futuros em situações de reserva ou reclames dos policiais.


Não obstante, o Comando Geral da PMBA por sua vez, confeccionará seu Boletim
Geral Ostensivo (BGO) e o Boletim Geral Reservado (BGR) com alcance a toda a
Corporação, entretanto, o reservado será de conhecimento apenas dos Oficiais da
Corporação.

PORTARIA DO EXERCITO BRASILEIRO Nº 816, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2003

APROVA O REGULAMENTO INTERNO E DOS SERVIÇOS GERAIS (R-1).

CAPÍTULO I
DO BOLETIM INTERNO

Art. 173. O BI é o documento em que o Cmt U publica todas suas ordens, as ordens
das autoridades superiores e os fatos que devam ser do conhecimento de toda a
unidade.

§ 1º O BI é dividido em QUATRO PARTES:

I - 1ª – Serviços Diários;

II - 2ª – Instrução;

III - 3ª – Assuntos Gerais e Administrativos; e

IV - 4ª – Justiça e Disciplina.

§ 2º O BI é publicado diariamente ou não, conforme as necessidades e o vulto das


matérias a divulgar.

§ 3º Os assuntos classificados como SIGILOSOS SÃO PUBLICADOS EM


BOLETIM RESERVADO, organizado pelo S2, de forma semelhante à do boletim
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 81

ostensivo. (ex:são comuns assuntos relativos a material bélico e que envolva a segurança da
tropa)

Nota: S2 no quadro organizacional da PMBA atualmente é a seção de Inteligência PM, sua


nomenclatura é modificada ao longo do tempo.

§ 4º Nos sábados, domingos e feriados, havendo expediente na unidade, também


pode ser publicado o BI.

§ 5º Cópias autenticadas de BI, ou de partes deste, bem como cópias autênticas,


somente podem ser emitidas pelo ajudante- secretário, e conforme determinação do
Cmt U.

Art. 174. O BI contém, especialmente:

I - a discriminação do serviço a ser executado pela unidade;


II - as ordens e decisões do Cmt U, mesmo que já tenham sido executadas;
III - as determinações das autoridades superiores, mesmo que já cumpridas, com a
citação do documento da referência;
IV - as alterações ocorridas com o pessoal e o material da unidade;
V - as ordens e disposições gerais que interessam à unidade e referência sucinta a
novos manuais de instrução, regulamentos ou instruções, com indicação do órgão
oficial em que tiverem sido publicados;
VI - referências a oficiais e praças falecidos que, pelo seu passado e conduta, mereçam
ser apontados como exemplo;
VII - a apreciação do Cmt U ou da autoridade superior sobre a instrução da unidade
e referência a documentos de instrução recebidos ou expedidos;
VIII - os fatos extraordinários que interessam à unidade; e.
IX - os assuntos que devam ser publicados por força de regulamentos e outras
disposições em vigor.

Parágrafo único. NÃO SÃO publicados em BI:

I - os assuntos que tenham sido transmitidos à unidade em caráter sigiloso ou


quaisquer referências a esses mesmos assuntos; e.
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 82

II - as ocorrências ou os assuntos não relacionados com o serviço do Exército, salvo


se tiverem dado lugar à expedição de alguma ordem ou estiverem ligados a
comemoração de caráter cívico.

Art. 175. Do original do BI são extraídas tantas cópias, todas autenticadas pelo Cmt
U, quantas forem necessárias à distribuição às SU, às dependências internas e à
autoridade a que estiver a unidade imediatamente subordinada, observando-se, a
respeito, as seguintes disposições:

I - os Cmt SU incorporadas podem anexar ao BI um aditamento, com as minúcias


necessárias ao cumprimento das ordens nele contidas, acrescidas de suas próprias
ordens relativas à instrução, aos serviços especiais e ao emprego do tempo no dia
seguinte;
II - o BI e o aditamento são lidos à SU em formatura de todo o pessoal, ao toque
respectivo;
III - o Cmt U, em casos excepcionais, pode reunir os oficiais para ouvirem, em sua
presença, a leitura do BI;
IV - o BI deve ser conhecido no mesmo dia de sua publicação por todos os oficiais e
praças da unidade, e o aditamento pelos da respectiva SU, para isso, será aposto
ciente, pelos oficiais, na última página das cópias de sua SU ou dependência e as
praças que por qualquer motivo hajam faltado à leitura do BI devem informar-se dos
assuntos de seus interesses na primeira oportunidade.
V - as ordens urgentes que constarem do BI e interessarem aos oficiais ou às praças
em

serviço externo, ser-lhes-ão dadas a conhecer, imediatamente, pelo meio mais rápido
e por intermédio da SU a que pertencerem ou pelo S1, quando do EM;
VI - o desconhecimento do BI não justifica a falta ou o não cumprimento de ordens;
VII - mesmo informatizados, os originais dos boletins e seus aditamentos, com
assinatura de próprio punho do comandante são colecionados e periodicamente
encadernados ou brochados em um volume com um índice de nomes e outro por
assuntos, organizado pela 1ª seção, sendo guardados no arquivo da unidade; e
VIII - as SU procedem de modo análogo ao previsto no inciso VII deste artigo,
relativamente às cópias dos boletins e aos respectivos aditamentos que lhes forem
distribuídos.

Parágrafo único. Nas unidades em que os boletins são disponibilizados em rede, ou


por outros meios de informática:
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 83

I - o SCmt U autenticá-los-á eletronicamente; e

II - não é obrigatória a distribuição de cópias impressas para as SU e dependências


internas.
Art. 176. Normalmente, o BI deve estar pronto até uma hora antes do fim do
expediente; para isso, havendo acúmulo de matéria, a parte que não exija
conhecimento imediato pode constituir assunto do BI seguinte.

Parágrafo único. O BI é distribuído, no mínimo, meia hora antes do término do


expediente.

Nota: Por deliberação do comandante, alguns boletins, são realizados uma vez por semana.

CAPÍTULO II
DOS TRABALHOS DIÁRIOS

Art. 177. O horário da vida diária da unidade, compreendendo serviços, instrução,


expediente, rancho etc., é estabelecido pelo Cmt U, por períodos que podem variar
com as estações do ano, os interesses da instrução, e de acordo com determinações
superiores.

Art. 178. O horário correspondente a cada período deve ser publicado em BI, sempre
que possível com antecedência de uma semana, sendo igualmente publicadas, com a
antecedência devida, quaisquer alterações nele introduzidas.

SEÇÃO I
DA ALVORADA E DO SILÊNCIO

Art. 179. Em situação normal, o toque de alvorada, executado de acordo com o


horário da unidade e por ordem do Of. Dia, indica o despertar e o começo da
atividade diária.
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 84

§ 1º Ao terminar o toque de alvorada, a guarda de cada alojamento deve


providenciar para que todos os homens tenham deixado seus leitos.
§ 2º Nos dias sem expediente, as praças de folga podem permanecer no leito até a
hora fixada no horário da vida diária da unidade ou nas NGA/U.

Art. 180. O toque de silêncio, executado de acordo com o horário da unidade e por
ordem do Of. Dia, indica o fim da atividade diária.

SEÇÃO II
DA INSTRUÇÃO E DAS FAXINAS

Art. 181. A instrução, como objeto principal da vida da unidade, desenvolve-se nas
fases mais importantes da jornada, não devendo ser prejudicada pelos demais
trabalhos, serviços normais ou extraordinários, salvo o serviço de justiça e as
atividades decorrentes das situações anormais.

Parágrafo único. A militar gestante, salvo se for dispensada por recomendação


médica, participa de todas as atividades militares, exceto, das que envolvam esforços
físicos e jornadas ou exercícios em campanha.

Nota: Existe norma interna atualmente, de que a gestante deverá ser alocada para o serviço
administrativo a partir do conhecimento (formal) da sua condição de gestante pelo
Comandante da Unidade, ou ainda, atuando em atividades não insalubres ou de risco. Não
obstante, a licença maternidade na PMBA são de seis meses e, não, de quatro meses como a
norma geral do Brasil.

Art. 182. A instrução é ministrada de conformidade com os programas e quadros de


trabalho preestabelecidos e de acordo com os manuais, regulamentos e disposições
articulares em vigor.

Art. 183. Faxinas são todos os trabalhos de utilidade geral, executados no quartel ou
fora dele, compreendendo limpeza, lavagem, capinação, arrumação, transporte,
carga ou descarga de material e outros semelhantes regulados pelas NGA/U.
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 85

SEÇÃO III
DO EXPEDIENTE

Art. 184. O expediente é a fase da jornada destinada à preparação e execução dos


trabalhos normais da administração da unidade e ao funcionamento das repartições e
das dependências internas.

Parágrafo único. Os serviços de escala e outros de natureza permanente independem


do horário do expediente da unidade, assim como todos os trabalhos e serviços em
situações anormais.

Art. 185. O expediente começa normalmente com a formatura geral, da unidade ou


de SU, e termina depois da leitura do BI do dia, com o toque de “ordem”.

§ 1º O expediente é interrompido para a refeição do almoço, em horário fixado nas


NGA/U, reiniciando logo após, também em horário estabelecido nas NGA/U.
§ 2º A formatura geral da Unidade corresponde a um tempo de instrução.

Nota: Existem atualmente diversos modos de escalas de expediente, algumas com seis horas,
com sete, com oito horas diária com compensação de horas não trabalhadas, quando couber;
estas são reguladas por Portarias internas do Comando Geral.

Art. 186. Todos os oficiais e praças prontos para o serviço permanecem no quartel
durante o expediente, de onde só podem afastar-se:

I - os oficiais, mediante permissão do Cmt U, que poderá delegá-la ao SCmt; e


II - as praças com autorização dos respectivos Cmt SU ou chefes de repartição
interna.

§ 1º Durante o expediente, oficiais e praças devem manter-se com o uniforme


previsto.
§ 2º Durante as horas de expediente, todos os militares devotam-se, exclusivamente,
ao exercício de suas funções e aos misteres profissionais.
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 86

§ 3º A entrada e a permanência de civis no quartel, nos horários sem expediente, são


reguladas pelas NGA/U.

§ 4º As praças, para fins de controle, devem dar ciência à SU a que pertencem de sua
ausência do quartel, mesmo quando autorizadas pelos chefes de repartição interna
em que trabalham.

CAPÍTULO III
DAS ESCALAS DE SERVIÇO

Art. 187. A escala de serviço é a relação do pessoal ou das frações de tropa que
concorrem na execução de determinado serviço, tendo por finalidade principal a
distribuição equitativa de todos os serviços de uma OM.

§ 1º Em cada unidade ou SU, as escalas respectivas são reunidas em um só


documento, devendo cada uma delas conter os esclarecimentos necessários relativos
à sua finalidade.

§ 2º Todas as escalas são rigorosamente escrituradas e mantidas em dia pelas


autoridades responsáveis, sendo nelas convenientemente registrados os serviços
escalados e executados, bem como as alterações verificadas por ordem ou motivo
superior.

Art. 188. Serviço de escala é todo o serviço não atribuído permanentemente à mesma
pessoa, ou fração de tropa, e que não importe em delegação pessoal ou escolha,
obedecendo às seguintes regras:

I - o serviço de escala externo é escalado antes do interno e, em cada caso, o


extraordinário antes do ordinário, tendo-se bem em vista a perfeita equidade na
distribuição;
II - a designação para determinado serviço recai em quem, no mesmo serviço, tiver
maior folga;
III - em igualdade de folga, designa-se, primeiro, o de menor posto ou graduação,
ou mais moderno;
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 87

IV - as folgas são contadas separadamente para cada serviço;


V - sempre que possível, entre dois serviços de mesma natureza ou de natureza
diferente, observa-se, para o mesmo indivíduo, no mínimo a folga de quarenta e oito
horas;
VI - é considerado mais folgado o último incluído na escala, excetuados os casos de
reinclusão na mesma, quando não haja decorrido, ainda, o prazo dentro do qual lhe
houvesse tocado o serviço;
VII - a designação para o serviço ordinário é feita de véspera, levando-se em conta as
alterações desse dia e, para o extraordinário, de acordo com a urgência requerida;
VIII - quando qualquer militar tiver entrado de serviço num dia em que não haja
expediente, evitar-se-á, na medida do possível, que a sua imediata designação para o
serviço recaia em um desses dias, sendo que, para isto, podem ser organizadas
escalas especiais, paralelas à comum;
IX - a troca de serviço não altera as folgas da escala e, consequentemente, o critério
da designação;
X - o militar somente pode ser escalado para qualquer serviço depois de apresentado
pronto, ressalvado o disposto no parágrafo único deste artigo;
XI - para contagem de folga, o serviço individual é considerado como executado,
desde que o designado o tenha iniciado e, relativamente ao coletivo, desde que a
tropa tenha entrado em forma;
XII - em caso de restabelecimento de um serviço, deve-se levar em consideração,
para contagem das folgas, a escala anterior desse serviço;
XIII - a designação para os serviços da unidade é publicada, de véspera, em BI e a das
SU, nos respectivos aditamentos; e
XIV - durante o período de gravidez e até que a criança atinja a idade de seis meses,
militar não concorre aos serviços de escala.
Parágrafo único. No caso de movimentação, após apresentado pronto na unidade, o
militar passa a concorrer ao serviço de escala depois de cumprido um período de
ambientação determinado pelo Cmt U.

Art. 189. Ao serviço de escala concorrem:

I – Fiscal de Dia (Supervisor): os capitães, tenentes e aspirantes-a-oficial e, a juízo do


Cmt U, os adidos e os excedentes, exceto os oficiais que estiverem em função
privativa de major ou de posto superior a este;

II - Oficial de Dia:
a)nos corpos de tropa- os tenentes e aspirantes-a-oficial prontos e, a juízo do Cmt U,
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 88

os adidos, os excedentes e os tenentes do QAO, exceto o encarregado do setor de


aprovisionamento, os oficiais do Serviço de Saúde e os que estiverem em função
privativa de capitão ou de posto superior a este; e

b)nas demais OM- os tenentes e aspirantes-a-oficial prontos das Armas, dos Quadros
e.
dos Serviços e, a juízo do Cmt U, os adidos e os excedentes, exceto o encarregado do
setor de aprovisionamento e os oficiais que estiverem em função privativa de capitão
ou de posto superior a este;

CAPÍTULO IV
DO SERVIÇO INTERNO

Art. 192. O serviço interno abrange todos os trabalhos necessários ao funcionamento


da Unidade e compreende o serviço permanente e o serviço de escala.

§ 1º O serviço interno permanente é executado segundo determinações dos Cmt SU e


chefes das repartições e das dependências internas, de acordo com os preceitos e as
disposições deste e de outros regulamentos.

§ 2º O serviço interno de escala compreende:

I - Of. Dia à unidade e seu Adj. (ou Fisc. Dia, As e Adj.);

II - Med. Dia (a critério do Cmt U);

III - guarda do quartel;

IV - Set DiaSU;
V - guarda das SU (alojamentos, garagens, cavalariças, canis, quando for ocaso); VI -
serviço-de-dia ao rancho (Sgt Dia, cozinheiro, cassineiroetc);
VII - serviço-de-dia às enfermarias;

VIII - telefonista-de-dia;

IX - ordens;e
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 89

X - serviços extraordinários (patrulhas, reforços, faxinas etc.).


§ 3º O serviço de escala interno tem a duração de vinte e quatro horas, de Parada a
Parada, salvo o de faxina que será contado por jornada completa, do início até o
término do expediente.

Art. 195. O serviço de escala interno é atribuído, quando possível, à mesma fração de
tropa, em sua totalidade, excetuados o de Of. Dia e o Adj (auxiliar, se for o caso),
devendo este princípio estender-se às menores frações, de modo que os homens
reunidos em um mesmo serviço tenham o necessário entrosamento decorrente do
convívio diário.

Art. 196. A fiscalização dos serviços de escala incumbe:

I - ao SCmt U: o de Of. Dia ou Fisc Dia, o de Adj (Aux Fisc Dia, se for o caso) e os
serviços extraordinários determinados pela unidade;
II - ao Of. Dia: o de guarda do quartel, o de ordem respectivo e, na ausência das
autoridades competentes, todos os demais serviços de escala da unidade;
III - às demais autoridades, os serviços que lhes cabe escalar, salvo os determinados
por autoridade superior, à qual cabe a fiscalização.

Nota: A depender das Unidades o Oficial de Dia poderá ser substituído pelo Graduado de Dia
(Subtentente ou Sargento) que fará a função de fiscal na Unidade; poderá ainda, haver um
Oficial Supervisor de sobreaviso podendo ser acionado pelo graduado em caso de necessidade.

SEÇÃO IX
DOS SOLDADOS DA GUARDA E DAS SENTINELAS

Art. 219. Os soldados da guarda destinam-se ao serviço de sentinela, incumbindo-


lhes a observância de todas as ordens relativas ao serviço.

Art. 220. A sentinela é, por todos os títulos, respeitável e inviolável, sendo, por lei,
punido com severidade quem atentar contra a sua autoridade; por isso e pela
responsabilidade que lhe incumbe, o soldado investido de tão nobre função portar-
se-á com zelo, serenidade e energia, próprios à autoridade que lhe foi atribuída.
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 90

Art. 221. INCUMBE, PARTICULARMENTE, À SENTINELA:

I - estar alerta e vigilante, em condições de bem cumprir a sua missão;


II - não abandonar sua arma e mantê-la pronta para ser empregada, alimentada,
fechada e travada, e de acordo com as ordens particulares que tenha recebido;
III - não conversar nem fumar durante a permanência no posto de sentinela;
IV - evitar explicações e esclarecimentos a pessoas estranhas ao serviço, chamando,
para isso, o Cb Gd, quando se tornar necessário;
V - não admitir qualquer pessoa estranha ou em atitude suspeita nas proximidades
de seu posto;
VI - não consentir que praças ou civis saiam do quartel portando quaisquer
embrulhos, sem permissão do Cb Gd ou do Cmt Gd;
VII - guardar sigilo sobre as ordens particulares recebidas;
VIII - fazer parar qualquer pessoa, força ou viatura que pretenda entrar no quartel,
especialmente à noite, e chamar o militar encarregado da necessária identificação;
IX - prestar as continências regulamentares;
X - encaminhar ao Cb Gd os civis que desejarem entrar no quartel; e
XI - dar sinal de alarme:
a) toda vez que notar reunião de elementos suspeitos na circunvizinhança do
seu posto;
b) quando qualquer elemento insistir em penetrar no quartel antes de ser
identificado;
c) na tentativa de arrombamento de prisão ou fuga de presos;
d) na ameaça de desrespeito à sua autoridade e às ordens relativas ao seu posto;
e) ao verificar qualquer anormalidade de caráter alarmante; ou.
f) por ordem do Cb Gd, do Cmt Gd ou do Of. Dia. (ou ainda, Graduado de Dia)

§ 1º EM SITUAÇÃO QUE EXIJA MAIOR SEGURANÇA DA SENTINELA PARA O


CABAL DESEMPENHO DE SUA MISSÃO, INCUMBE-LHE, ESPECIALMENTE À
NOITE, e de conformidade com as instruções e ordens particulares recebidas, além das
prescrições normais estabelecidas, as seguintes:
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 91

I - fazer PASSAR AO LARGO de seu posto os transeuntes e veículos;


II - dar SINAL DE APROXIMAÇÃO de qualquer força, logo que a perceba; e
III - FAZER PARAR, a uma distância que permita o reconhecimento, pessoas,
viaturas ou força que pretendam entrar no quartel.

§ 2º Para o cumprimento das disposições constantes do § 1º deste artigo, a sentinela


deve adotar os seguintes procedimentos:

I - no caso do inciso I do § 1º deste artigo:


a) comandar “Passe ao largo”;
b) se não for imediatamente obedecido, abrigar-se, repetir o comando, dar o sinal de
chamada ou de alarme e preparar-se para agir pela força;
c) se ainda o segundo comando não for cumprido, intimar pela terceira vez, e
tratando-se de indivíduo isolado, mantê-lo imobilizado à distância, apontando-lhe
sua arma carregada e com a baioneta armada, até que ele seja detido pelos elementos
da guarda que tiverem acorrido ao sinal de alarme;
d) em caso de não obediência à terceira vez, fazer um disparo para o ar e somente
reagir
pelo fogo se houver, pelo indivíduo isolado, manifesta tentativa de agressão à sua
pessoa ou à integridade das instalações;
e) tratando-se de grupo ou de veículos, fazer um primeiro disparo para o ar e, em
seguida, caso não seja ainda obedecida, atirar no grupo ou nos veículos; e
f) no caso de ameaça clara de agressão, a sentinela fica dispensada das prescrições
citadas nas alíneas deste inciso;

II - na situação do inciso III do § 1º deste artigo:

a) perguntar à distância conveniente “Quem vem lá?”, se a resposta for “amigo”,


“de paz”, “oficial” ou “ronda”, deixá-lo prosseguir se pessoalmente o reconhecer
como tal;
b) em contrário ou na falta de resposta, comandar “Faça alto!” e providenciar para o
reconhecimento pelo Cb Gd;e
c) não sendo obedecida no comando “Faça alto!”, proceder como dispõe a alínea “e”
do inciso I deste parágrafo.
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 92

§ 3º Em situações excepcionais, o Cmt U pode dar ordens mais rigorosas às


sentinelas, particularmente quanto à segurança desses homens; estas ordens devem
ser transmitidas por escrito ao Of. Dia.

§ 4º Nos quartéis situados em zonas urbanas e de trânsito, o Cmt U deve estabelecer,


em
esboço permanentemente afixado no corpo da guarda, os limites em que devam ser
tomadas as medidas citadas nos parágrafos deste artigo.

Art. 222. A SENTINELA DO PORTÃO PRINCIPAL DENOMINA-SE


“SENTINELA DAS ARMAS” E AS DEMAIS, “SENTINELAS COBERTAS”.

§ 1º A sentinela das armas mantém-se durante o dia parada no seu posto e,


normalmente, na posição regulamentar de “descansar”, tomando a posição de
“sentido” no caso de interpelação por qualquer pessoa, militar ou civil e, nos demais
casos, como previsto no R-2.

§ 2º Depois de fechado o portão principal, a sentinela das armas posiciona-se no


interior do aquartelamento, movimentando-se para vigiar de forma mais eficaz a
parte daquele portão e arredores, fazendo- o com a arma cruzada.

§ 3º A sentinela coberta:

I - mantém-se com a arma em bandoleira ou cruzada, tomando a posição de


“sentido” no caso de interpelação por qualquer pessoa, civil ou militar, e também
como forma de saudação militar; e
II- pode deslocar-se nas imediações de seu posto, se não houver prejuízo para a
segurança.

Art. 223. As sentinelas podem abrigar-se em postos em que haja guarita, ficando,
porém, em condições de bem cumprir suas atribuições.
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 93

Art. 224. As sentinelas se comunicam com o corpo da guarda por meio de sinais, de
campainha ou de viva voz e, conforme o caso, podem dispor de telefones ou outros
meios de comunicação apropriados.

§ 1º Os sinais referidos neste artigo podem ser “de chamada” ou de “alarme”.

§ 2º No caso de sinal de viva voz, o de alarme será o brado de “Às armas!”.

Art. 225. O serviço em cada posto de sentinela é dado por três homens ou mais
durante as vinte e quatro horas, dividido em quartos, de modo que um mesmo
homem não permaneça de sentinela mais de duas horas consecutivas.

§ 1º As sentinelas não devem ocupar o mesmo posto durante o serviço, conforme


prescrição contida no inciso VI do art. 197 deste Regulamento.

§ 2º Em caso de necessidade, por motivos diversos, particularmente por razões de


segurança, a sentinela deve ser dupla e, neste caso, um dos homens mantém-se no
posto e o outro assegura permanente cobertura ao primeiro e ligação com os demais
elementos da guarda.

SEÇÃO XIV
DOS PLANTÕES

Art. 238. O plantão de serviço (plantão da hora) é a sentinela da SU, incumbindo-lhe:

I - estar atento a tudo o que ocorrer no alojamento, participando imediatamente ao


Cb Dia qualquer alteração que verificar;
II - proceder como estabelece o R-2 na entrada de qualquer oficial no alojamento,
apresentando-se a este quando ausente o Cb Dia;
III - não permitir que as praças detidas no alojamento dele se afastem, salvo por
motivo de serviço e com ordem do Cb. Dia;
IV - não consentir que seja prejudicado, por qualquer meio, o asseio do alojamento e
das dependências que lhe caiba guardar;
V - zelar para que as camas se conservem arrumadas;
VI - impedir, durante o expediente, a entrada de praças na dependência destinada a
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 94

dormitório, sempre que haja vestiário separado ou outro local apropriado à


permanência nas horas de folga;
VII - fazer levantar, nos dias com expediente, as praças ao findar o toque de
alvorada, coadjuvando a ação do Cb. Dia;
VIII - não consentir a entrada de civis no alojamento sem que estejam devidamente
acompanhados por um oficial ou sargento;
IX - examinar todos os volumes que forem retirados do alojamento, conduzidos por
praças e que não tenham sido verificados pelo Sgt Dia ou Cb Dia, impedindo a
retirada dos que não estejam devidamente autorizados;
X - impedir a retirada de qualquer objeto do alojamento sem a devida autorização do
dono ou responsável ou do Sgt Dia ou Cb Dia;
XI - não consentir que qualquer praça se utilize ou se apodere de objeto pertencente a
outrem sem a autorização do dono ou responsável;
XII - impedir a entrada de praças de outras SU que não possuam a autorização
necessária, principalmente após a revista do recolher;
XIII - não permitir conversa em voz alta, nem outra qualquer perturbação do
silêncio, depois do respectivo toque;
XIV - relacionar as praças que, estando no pernoite, se recolherem ao alojamento
depois do toque de silêncio e entregar a relação ao Cb Dia no momento oportuno;
XV - dar sinal de “silêncio” imediatamente após a última nota do respectivo toque;
e XVI - acender e apagar as luzes do alojamento nas horas determinadas.

Parágrafo único. Caso o plantão da hora não se aperceba da entrada de um oficial no


alojamento, qualquer praça pode dar o alerta (sinal ou voz) que àquele incumbe.

Art. 239. Os plantões são substituídos nas mesmas condições das sentinelas da
guarda do quartel, no que for cabível.

Art. 240. Os plantões fazem a limpeza do alojamento e das dependências a cargo da


Gd SU, sob a direção do Cb Dia.

Art. 241. O posto de plantão da hora se localiza, normalmente, na entrada do


alojamento, devendo aquele militar percorrer, algumas vezes, essa dependência, para
certificar-se de que o pessoal está usando corretamente as instalações, principalmente
as sanitárias.
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 95

Parágrafo único. O plantão da hora também é responsável por manter a limpeza e o


asseio das instalações sanitárias.

8. PORTARIAS DO COMANDO GERAL DA PMBA

O COMANDANTE-GERAL DA POLICIAMILITAR DA BAHIA, no uso de


suas atribuições e a vista do quanto disposto no art. 57 do inc. I da Lei n° 13.201,
de 9 de dezembro de 2014, visando regular atividades dos policiais militares no
âmbito da instituição edita os respectivos atos administrativos a fim de serem de
conhecimento e cumprimento de todos os policiais militares da Corporação.

8.1 PORTARIA Nº 026 -CG/2016 – DISPENSA MÉDICA

(BGO Nº 054 - 18/03/2016)

Estabelece diretriz para homologação de dispensas médicas ou odontológicas e dá


outras providências.

Art. 1 ° - A homologação de licença medica e odontológica concedida ao policial


militar devera seguir as diretrizes estabelecidas nesta Portaria para que
produzam os efeitos necessárias a regularização da sua situação funcional.
Art. 2° - O policial militar que, por problema de saúde, não puder
comparecer ao serviço devera comunicar o fato, prontamente, ao seu chefe
imediato.
Art. 3° - O abono da falta em decorrência de problemas de saúde de ate 15
(QUINZE) DIAS será feito através de atestado medico ou odontol6gico
apresentado pelo policial militar a sua Unidade, no prazo MAXIMO DE 48
(QUARENTA E OITO) HORAS, após a emissão pelo profissional de saúde
competente.
Art. 4° - Quando no período de 60 (SESSENTA) DIAS, o policial militar
ultrapassar 15 (quinze) dias de licença, contínuos ou intercalados, decorrente do
mesmo tipo de patologia, devera ser encaminhado para a Junta Medica de
Saúde.
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 96

Art. 5° - Havendo necessidade de melhor esclarecimento ou suspeição de


veracidade do atestado ou relatório apresentado, o referido policial militar
devera ser encaminhado, imediatamente, por oficio, a Junta Militar de Saúde.
Art. 6° -As informações constantes do atestado médico ou odontológico deverão
ser lançadas no aplicativo do Sistema de Atestado (SisAt).
Art. 7° - O atestado médico ou odontológico apresentado pelo militar estadual
deverá ser recolhido e arquivado na própria Unidade.
Art. 8° - Quando houver a necessidade de homologação do atestado medico
ou odontológico, por ultrapassar 15 (quinze) dias de dispensa, o militar estadual
DEVERÁ SER, obrigatoriamente, apresentado a JMS após o devido agendamento
pelo email marcacao.ds@pm.ba.gov. br.
§ 1 ° - As dispensas médicas ou odontol6gicas não poderão ser homologadas sem
a devida apresentação do policial militar ao Departamento de Saúde.
§ 2° - Quando o policial militar não puder comparecer na Unidade, por motivo
de saúde, inclusive em decorrência de internamento ou de risco eminente de
vida, o atestado medico ou odontológico devera ser acompanhado de relatório
informando o motivo da impossibilidade da locomoção.
§ 3° - Quando do término do prazo da dispensa m é d i c a o u odontológica o
policial militar será considerado, AUTOMATICAMENTE, pronto para o
serviço no âmbito da sua própria Unidade.
Art. 9° - Nos finais de semana e feriados, o atestado medico ou odontológico
deverá ser entregue na Unidade no primeiro dia ú til. (ainda poderá ser entregue ao
Oficial ou Graduado de dia de serviço na OPM nos finais de semana)
Art.10 - 0 descumprimento do quanto estabelecido nesta Portaria pelo policial
militar portador de licença medica ou odontológica poderá ensejar
responsabilização no âmbito administrativo, cível e/ou criminal.
Art. 11 - Os casos omissos serão resolvidos pelo Comandante Geral da PMBA.

8.2 PORTARIA Nº 020 -CG/2016 – INFORMES EM MÍDIAS SOCIAIS


(BGO Nº 051 – 15/03/2016)

Esta Portaria se reverte em um manual, guia geral, que visa orientar os


policiais militares responsáveis pela gestão de ferramentas de mídia
social na Polícia Militar da Bahia em relação às práticas estabelecidas pelo
Departamento de Comunicação Social (DCS), bem como, estabelecer
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 97

preceitos mínimos aos policiais no uso das mídias sociais que possam
envolver o nome da PMBA.

Diferentemente dos demais veículos de comunicação, as ferramentas


de mídia social caracterizam-se pela capacidade de interação entre o
público e os produtores de conteúdo. Aproveitar esse recurso é
fundamental para obter bons resultados, ao mesmo tempo que se deve
ter cuidado para algo da vida pessoal não extrapolar e prejudicar o
indivíduo em sua vida funcional.
Nesse sentido, vale a pena não apenas atentar para os elementos
básicos de conv ersação (respeito às normas gramaticais, atenção ao
interlocutor etc.), mas também aos princípios de Policiamento Comunitário
e das características próprias do ambiente virtual.
É bom lembrar que, na internet, as pessoas possuem a sensação de
anonimato, mesmo estando identificadas por foto e nome. Muitos
entendem erroneamente que as mídias sociais são um mundo apartado
da "vida real", e então dão vazão a sentimentos e expressões que não
utilizariam em seus cotidianos presenciais.
Cabe ao policial militar que utiliza a mídia social estar atento a esse
aspecto, e não envolver-se emocionalmente com críticas, xingamentos,
piadas, ironias e outras formas de violência verbal, bem como, se reservar
no encaminhamento de mensagens, fotografias, textos e notícias que não
podem ser comprovadas efetivamente, algumas delas com conteúdo gravoso
que pode colocar em risco a vida de diversas pessoas e perjurar a imagens de
diversos profissionais, até mesmo do próprio policial militar.
Por outro lado, a interação com gestão responsável, através de PÁGINAS
FORMAIS mantidas pelas Unidades e coordenadas pelo Departamento de
Comunicação Social (DCS), pode ser utilizada de modo virtuoso, republicando
e agradecendo menções positivas, encaminhando críticas construtivas e
denúncias aos setores competentes e divulgando publicações de
interesse da Corporação e da tropa (mídias sociais da PMBA, de uma
Unidade específica, de um Pelotão destacado etc.).
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 98

As mídias sociais devem ser utilizadas tanto na esfera profissional quanto


pessoal com bom senso, moderação, clareza e cortesia, além de ter um
objetivo notadamente virtuoso. Nesse contexto, de modo resumido
apresentamos seu conteúdo, para fins didáticos. Logo, o Comandante
Geral no uso de suas atribuições, resolve:

Parágrafo Único. As orientações gerais mencionadas


na presente norma interna tem por objetivo regular a
publicação e a interação da instituição com o público
interno e externo por meio das mídias sociais.
[CONHEÇA O MANUAL NA ÍNTEGRA!]

Art. 3º- O uso das mídias sociais no âmbito da PMBA observará os seguintes
princípios:

I- Confiabilidade e Responsabilidade
II- Sigilo e Segurança
III- Informalidade Moderada
IV- Objetividade Linguística
V- Registro e Notificação
VI- Periodicidade e Simultaneidade
VII- Impessoalidade

§ 1º- As publicações e relações estabelecidas através das mídias sociais policiais


militares deverão estar pautadas em critérios de confiança e responsabilidade,
garantindo a legitimidade do conteúdo e evitando desgastes institucionais.

§ 2º- Antes de ser publicado nas ferramentas de mídia social da PMBA, o conteúdo
deverá ser FILTRADO PELO COMANDANTE OU DIRETOR DA OPM, ou por
quem estes delegarem, quanto à segurança necessária ao desenvolvimento da
atividade policial militar, bem como, à SEGURANÇA DE ENVOLVIDOS EM
OCORRÊNCIAS e outras ações policiais militares, garantindo desta forma o sigilo de
determinados dados.

§ 3º- Sempre que conveniente, como estratégia de interação, os veículos de mídia


social poderão utilizar-se de linguagens informais multimídia, observando os
preceitos legais, os valores institucionais e a norma linguística vigente.
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 99

§ 7º- As publicações nas mídias sociais no âmbito da PMBA tem como finalidade o
interesse público devendo ter o caráter informativo, educativo ou de orientação
social sendo vedado o uso de nomes, imagens ou símbolos que caracterizem a
promoção pessoal.

Art. 4º- O conteúdo textual publicado deve seguir as normas gramaticais da Língua
Portuguesa, evitando-se, inclusive, abreviaturas típicas das comunicações realizadas
na Internet, devendo observar-se os ditames legais vigentes.

Art. 5º- NÃO DEVERÁ ser utilizados imagens, vídeo, áudio ou texto que possua
restrição de DIREITOS AUTORAIS.

Art. 6º- O conteúdo deve estar ISENTO DE POSICIONAMENTOS


IDEOLÓGICOS, RELIGIOSOS, ÉTNICOS, MORAIS E RACIAIS.

Art. 10- É vedada a publicação de fotografias e DADOS DE SUSPEITOS, MESMO


OS PRESOS EM FLAGRANTES, nos veículos de mídia social corporativos.

Parágrafo único. Excetuam-se a regra prevista no caput a divulgação de retrato


falado, divulgação de imagens de pessoas foragidas da justiça com ordem de prisão
decretada e a necessidade, devidamente fundamentada por escrito, pelo condutor
do inquérito policial, de divulgar, sempre utilizando de fotografia oficial, a imagem
de detido para fazer a convocação pública de eventuais testemunhas ou vítimas de
delitos que a ele possam ser imputados.

Art. 11- Nenhuma resposta às publicações de usuários das mídias sociais


corporativas deve ser feita sem plena certeza da veracidade, segurança e
conveniência desse retorno e sem aval do Comandante ou Diretor da OPM ou por
quem estes delegarem.
Art. 12- Antes da publicação de uma resposta é indispensável considerar que
usuários de mídias sociais tendem a ser menos ponderados em suas críticas e
afirmações do que no “mundo real”, pois estão influenciados pela sensação de
anonimato.
Art. 13- O gestor de mídias sociais da OPM deve afastar-se emocionalmente de
provocações, xingamentos e atitudes grosseiras dos usuários de mídias sociais,
evitando entrar em discussões polêmicas e que não tenham caráter informativo,
educativo ou de orientação social.
Art. 14- Todas as informações que digam respeito a qualquer OPM deverão ser
encaminhadas, via correio eletrônico, para as respectivas, que tomarão as medidas
necessárias.
Art. 15- Nenhuma ferramenta de mídia social, a princípio, pode ser usada como
Central de Operações, recebendo denúncias com a garantia de pronta resposta ao
cidadão, a não ser que haja planejamento e a estruturação anterior necessária.
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 100

Parágrafo único – Sempre que mensagens do tipo forem recebidas o gestor de


mídia social deve orientar o contato com a OPM da região.
Art. 16- Antes de criar qualquer perfil ou página em plataformas de mídia social
corporativa as OPM devem solicitar autorização ao Departamento de Comunicação
Social – DCS, especificando quais plataformas e o gestor de mídia social responsável
pelo gerenciamento.
Art. 20- As OPM que tenham criado perfis ou páginas anteriormente à edição desta
portaria devem informar ao DCS, para que seja analisada a viabilidade de
institucionalização ou exclusão do respectivo veículo.

Por fim, convêm-nos ressaltar, por dever de cuidado, a importância do policial


militar manter vigilância com as informações que postam ou reproduzem em suas
respectivas redes sociais ainda que de caráter pessoal, que porventura possam trazer
situações embaraçosas na vida profissional, ademais, devido a necessidade de se
proteger da marginalidade com seus dados pessoais e de familiares.

Atentar para a proibição de divulgação de escalas fora do âmbito da


Corporação, vídeos internos que exponham seus pares em situações íntimas ou
inadequadas, sem esquecer que todo ato ilegal deverá ser conduzido as instancias de
controle da Unidade ou da PMBA que estará atenta as violações, inclusive, a
intimidade, impetradas pelos profissionais policiais.

8.3 PORTARIA Nº 020 -CG/2016 – MULTA DE TRÂNSITO À CONDUTORES


(BGO Nº 233 - 13/12/2017)

Dispõe sobre procedimentos para identificação de condutores e apresentação de


defesa e/ou recursos decorrentes de notificações de trânsito, considerando a
importância de estabelecer procedimentos para identificação de condutores e
apresentação de defesa e recurso referente às notificações de infrações de trânsito
aplicadas às viaturas da frota da PMBA.
A Apresentação de condutores da PMBA para responder pelas multas advindas do
uso de viaturas policiais se fundamenta no constante na Lei n.º 9.503/1997, que instituiu o
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 101

Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e a Resolução nº 710/2017, de 25/10/2017, do


Conselho Nacional de Trânsito – CONTRAN, que regulamenta procedimentos
para imposição de penalidade de multa às pessoas jurídicas proprietárias de veículos,
em razão da não identificação do condutor quando da prática de infração de trânsito
(NIC) nos termos do Art.257, § 8º do CTB. O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) prevê
em seu art. 29 que:

O trânsito de veículos nas vias terrestres abertas à circulação


obedecerá às seguintes normas:
[...]

VII – os veículos destinados à socorro de incêndio e


salvamento, os de polícia, os de fiscalização e operação
de trânsito e as ambulâncias, além de prioridade de
trânsito, gozam de livre circulação, estacionamento e parada,
QUANDO em serviço DE URGÊNCIA e devidamente
identificados por dispositivos regulamentares DE ALARME
SONORO E ILUMINAÇÃO VERMELHA
INTERMITENTE, observadas as seguintes disposições:[...]

Apesar da exceção em obedecer as normas e sinalizações viárias e da prioridade


no trânsito, cabe a parte autora apresentar as justificativas e comprovar a existência
de circunstância de excepcional urgência apta a justificar a violação motivadora da
notificação de trânsito, assim, É OBRIGAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO E DO
CONDUTOR apresentarem as suas justificativas, dentro dos prazos estabelecidos.
A ausência da defesa ou de recurso resultará em dano ao erário, com a
aplicação da multa, bem como ao condutor, com perda de ponto na carteira, motivo
pelo qual se faz necessário estabelecer procedimentos para evitar tais incidências.
Por meio de processo administrativo de ressarcimento de danos ou regresso o
Policial Militar que não justificar a necessidade de ter infringido a norma de trânsito,
será levado a ressarcir ao erário público por ter dado margem a referida notificação
ou multa de trânsito desnecessariamente. Nesse contexto cabe o procedimento que
se apresenta:

a) Identificar de imediato o condutor, através de escala de serviço e/ou termo


de responsabilidade de carga do veículo, na data e horário da infração. Deverá
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 102

ser assim preenchido e assinado originalmente o respectivo formulário de


identificação de condutor (FICI);
b) Em caso de recusa de assinatura de condutor devidamente identificado, deverá
ser formalizado sua identificação por ofício, juntando o Termo de
Responsabilidade de Veículo e escala de serviço;
c) Ouvir o condutor para circunstanciar o fato;
d) Instruir a defesa ou recurso;
e) Juntar a documentação necessária ao protocolo do procedimento e adotar as
seguintes medidas:

I - Nos casos de Viatura Locada para uso da PMBA:

a) Quando a infração for emitida pelo DNIT, PRF, Detran, Seinfra ou


Transalvador, a Unidade terá prazo específico para encaminhar ao DAL a devida
identificação do condutor e a respectiva defesa ou recurso;
b) Caso a infração tenha sido emitida por Órgão de Trânsito Municipal do Interior
do Estado (Prefeituras) a Unidade terá prazo específico para protocolar a
identificação do condutor e o recurso junto ao respectivo órgão no município,
devendo enviar posteriormente o protocolo ao DAL;
c) O gestor da Unidade deverá instaurar FEITO INVESTIGATÓRIO compatível
para apuração de responsabilidade SE VENCER OS PRAZOS DAS NOTIFICAÇÕES.
Neste caso caberá a locadora liquidar o débito e emitir cobrança de ressarcimento
conforme cláusula contratual.

II. Nos casos de Viatura da PMBA


a)Deverá a unidade ser responsável pelo protocolo da identificação do
condutor e defesa/recurso junto ao Órgão de Trânsito, dentro dos prazos
estabelecidos. A remessa da documentação ao órgão deverá ser feito por ofício.

b)Em quaisquer dos casos, a ausência de identificação do condutor da viatura que


tenha sido notificada por infração de trânsito implicará em responsabilidade do gestor
da Unidade.

III- Para Defesa e/ou Recurso é possível utilizar:

a) Ofício da Unidade, encaminhando defesa / recurso ao Órgão de Trânsito;


b) Modelo de recurso (para os casos enquadrados no art.29, inciso VII);
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 103

c) Cópia de livro de parte ou registro de relatório de serviço, bem como


qualquer documento que auxilie a comprovação do fato descrito pelo condutor;
d) Na ausência de interesse do condutor em apresentar recurso ou não ou não
enquadramento da infração com a situação de emergência, deverá ser arquivado o termo de
oitiva onde estarão consignados os fatos para posterior apuração de ressarcimento

IV- Apuração de Responsabilidade


Quando existir o pagamento da multa pelo Estado, seja no licenciamento do veículo
próprio ou por força de ressarcimento contratual para veículo locado, deverá a
Unidade instaurar feito investigatório compatível para apurar a responsabilidade e
no caso específico de responsabilização do Estado.
O condutor poderá ser responsabilizado por infrações não enquadradas no Art.29,
inciso VII, ausência de defesa e/ou recurso, bem como, por indeferimento destes pelo
Órgão Autuador.
Ao gestor da Unidade poderá ser imputada responsabilidade por ausência da
adoção dos procedimentos aqui descritos, desde que existam prejuízos no processo
de defesa, bem como, multas por falta de identificação do condutor, logo, a atuação do
Diretor ou do Comandante do condutor é vinculada à legalidade e deverá ser
cumprida.

REFERÊNCIAS

Constituição da República Federativa do Brasil de 1988;


Decreto-Lei n. º 667 de 02 de julho de 1969;
Decreto federal n.º 88.777, de 30 de setembro de 1983 (R-200);
Lei Complementar nº 40, de 14 de Dezembro de 1981. Estabelece normas gerais a
serem adotadas na organização do Ministério Público Estadual.
Lei estadual nº7.990 de 27 de dezembro de 2001(Estatuto dos policiais militares da
Bahia atualizado até a Lei estadual nº 14.039 de 20 de dezembro de 2018);
PMBA. Portarias do Comandante Geral, Intranet da PMBA.
http://intranet.pm.ba.gov.br/
Portaria do Exercito Brasileiro nº 816 de 19 de Dezembro de 2003 (R-1).
Portaria do Ministério da Defesa nº 660/ de 19 maio de 2009 (R-2);

Você também pode gostar