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CURSO SUPERIOR DE TÉCNICO DE

POLÍCIA OSTENSIVA E PRESERVAÇÃO


DA ORDEM PUBLICA

HISTÓRIA DA PM

FEVEREIRO-2023

1º CICLO DE ENSINO
A FAMÍLIA REAL NO BRASIL
Em 1807, Napoleão Bonaparte decreta o Bloqueio Continental na Europa e força a
Família Real Portuguesa a deixar Lisboa em direção às terras da colônia. A Corte traz
consigo um efetivo com cerca de 600 homens com a finalidade de realizar a segurança da
família Real O decreto de 13 de maio de 1809 regulamentaria a Guarda Real Portuguesa, ,
criando a Divisão Militar da Guarda Real de Polícia da Corte, cerne da atual Polícia Militar
do estado do Rio de Janeiro4.

INDEPENDÊNCIA
Em 1815 o Brasil é elevado a Vice-Reino de Portugal Brasil e Algarves, colocando
nosso território nas mesmas condições da Metrópole.

Pedro I rompe com Portugal em 7 de setembro de 1822, declarando o Brasil independente,


dando fim ao período colonial.

PRIMEIRO IMPÉRIO

Destaca-se nesse período a promulgação de nossa Primeira Constituição Federal


datada de 25 de março de 1824 que instituía o Poder Moderador exercido pelo Imperador.,
o regime político adotado passaria a ser o Monárquico Constitucional,
Em 1829 iniciam-se reformas conceituais nas polícias de vários países. O maior foi a
modernização da força metropolitana de Londres, Tais mudanças gerariam resultados tão
bons que muitas forças policiais adotariam sua doutrina. Em 7 de abril de 1831, D. Pedro I
abdicou, retornando a Portugal e pôs fim dessa forma ao Primeiro Reinado. Tinha início
dessa forma o PERÍODO REGENCIAL que durou até 1840.

ORIGEM DE PM ANTERIORES
Em 1775, foi criada a primeira instituição policial com características militares que
daria origem à atual Polícia Militar do estado de Minas Gerais,

PERÍODO REGENCIAL
foi chamado de Regência, uma vez que o país foi “Regido” por figuras políticas até
a maioridade antecipada do Imperador D. Pedro II em 1840 Foi um dos períodos mais
turbulentos de nossa história, estando no centro dos debates da organização das Forças
Armadas 8 tema provocaria condições para a criação de 14 das atuais Polícias Militares do
país mais da metade das Províncias criariam suas forças de segurança neste tumultuado
período.

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PRINCIPAIS EXPOENTES POLÍTICOS DO PERÍODO
Para ocupar a pasta do Ministério Justiça, foi nomeado o padre paulista Diogo
Antônio Feijó11 que, tomando posse no Ministério em 6 de julho de 1831, seria o responsável
direto pela criação das instituições cernes das Polícias Militares provinciais.

A GUARDA NACIONAL
criação da Guarda Nacional em 18 de agosto de 1831 com a missão de “defender a
Constituição, a Liberdade, a Independência e a Integridade do Império”. Inspirada nos
moldes da Guarda Nacional francesa, composta de amadores: caçadores, fuzileiros,
sertanejos e voluntários. Os cargos de oficiais eram obtidos mediante eleições na localidade.
Suas principais características foram: a) uma forte base municipal; b) altíssimo grau de
politização; c) a organização baseada nas elites políticas locais; d) demonstravam
claramente a falta de confiança do governo regencial no Exército brasileiro.

ORIGEM DAS GUARDAS MUNICIPAIS PERMANENTES


Feijó propôs à Assembleia a criação de uma Guarda Municipal Permanente, Decreto
de 22 de outubro de 1831 deu Regulamento ao Corpo de Guardas Municipais Permanentes
da Corte, na cidade do Rio De Janeiro,.

15 DE DEZEMBRO DE 1831: CORPO POLICIAL PERMANENTE – SÃO PAULO


Presidente da Província de São Paulo, Brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar 13,
determinou em 15 de dezembro de 1831 à Assembleia Provincial que se criasse em São
Paulo, um Corpo de Guardas Municipais formados por um efetivo de centro e trinta homens
divididos em 100 infantes e 30 cavalarianos. GUARDA MUNICIPAL PERMANENTE.

AQUARTELAMENTO E CARACTERÍSTICAS INICIAIS


GUARDA MUNICIPAL PERMANENTE (na Província de São Paulo) suas principais
características iniciais foram:
 Todos os graus hierárquicos serem preenchidos por voluntários;
 subordinação era direta ao chefe do Executivo Provincial
 Baixos vencimentos;
 Falta de aquartelamento adequado (Convento do Carmo);
 Dificuldade para o preenchimento de efetivos fixados (pela distância das vilas,
mobilidade de seus habitantes e hábitos de se internarem nas matas
 Dificuldade de alistamento (predomínio de alcoólatras e pessoas de reputação
duvidosa);;
 Envolvimento criminal

Para comandar os 100 homens a pé, foi designado o Alferes 15José Gomes de
Almeida, que pertencia ao 6º Batalhão de Caçadores do Exército brasileiro, no posto de
Capitão. Para comandar os 30 (trinta) homens da tropa a cavalo foi designado o Capitão
3
Pedro Alves de Siqueira, já um veterano à época.

HERÁLDICA E BRASÃO DE ARMAS

Em 1958, por proposta do então Tenente Olavo Soares, a Instituição adotou seu
brasão de armas. é um Escudo Português, perfilado em ouro , tendo uma bordadura vermelha
carregada de “19 (dezenove) estrelas” de 5 (cinco) pontas em prata, representando os Marcos
Históricos da Corporação. No Centro, em listras vermelhas verticais e horizontais, as cores
representativas da Bandeira Paulista, também perfiladas em ouro. Como timbre, um leão
rampante em ouro, apoiado sobre um virol em vermelho e prata, empunhando um gládio
(espada curta), com punho em ouro e lâmina em prata. À direita do Brasão um ramo de
carvalho e à esquerda um ramo de louro, cruzados em sua base. Como tenentes 17, à direita,
a figura de um Bandeirante com bacamarte e espada, e à esquerda um Soldado da época da
criação da Milícia, empunhando um fuzil com baioneta; ambos em posição de sentido. Num
Listel em azul, a legenda em prata "LEALDADE E CONSTÂNCIA" 18.

DENOMINAÇÕES HISTÓRICAS

GUARDA MUNICIPAL PERMANENTE, CORPO POLICIAL PERMANENTE,


CORPO POLICIAL PROVISÓRIO, BRIGADA POLICIAL, FORÇA MILITAR DE
POLÍCIA, FORÇA POLICIAL, FORÇA PÚBLICA e POLÍCIA MILITAR.

MARCO HISTÓRICO 1 - CRIAÇÃO DO CORPO POLICIAL PERMANENTE


É proposta a criação de uma Companhia de Infantaria, com efetivo de 100 praças e
oficiais necessários, e 30 soldados de cavalaria, comandados por um tenente.

MARCO HISTÓRICO 2 - GUERRA DOS FARRAPOS


Um desacerto entre os estancieiros e os produtores de charque, detona a Revolução
Farroupilha e em 19 de setembro de 1835, governo abandona a capital e os revolucionários
ocupam a cidadeexpandiu-se por toda a região sul do país.

A 1º de março de 1845, Caxias consegue a assinatura da proclamação da pacificação,


encerrando oconflito.
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MARCO HISTÓRICO 3 - CAMPO DAS PALMAS
Capitão Hermógenes Carneiro Lobo Ferreira para organizar e comandar uma
companhia de Guardas Municipais que deveria estacionar nos Campos de Palmas, composta
pelo capitão e 50 praças, cruzou a região fazendo levantamento topográfico, abrindo
estradas e melhorando as comunicações terrestres e fluviais. Todo esse trabalho foi realizado
sob os constantes ataques dos índios coroados do Cacique Vitorino Condá que, após
entendimentos foram pacificados pela ação daquele oficial e seus homens. O Capitão Lobo
Ferreira fez o primeiro mapa da região e pacificou a região permitindo o surgimento da
povoação de Palmas,. Em 1845 a Companhia foi extinta.

O INÍCIO DA INSTRUÇÃO À TROPA


Data de 1837 o início da Instrução à tropa pronta de nossa Instituição. visando atingir
dois objetivos: Tirá-los do ócio, prejudicando as atividades do quartel e a disciplina e para
que estes alcançassem maior respeito perante a comunidade a qual prestavam serviços.,
estava descoberta a “fórmula da longevidade” de nossa Instituição.

A PMESP DURANTE O II REINADO: VOCAÇÃO LEGALISTA


Tem início com o “Golpe da Maioridade” em 23 de julho de 1840 e termina com a
Proclamação da República em 15 de novembro de 1889, abrangendo, portanto, 49 anos de
duração.
Foi também um importante período para a solidificação do Exército e Marinha como
Instituições da Segurança Nacional, culminando na Guerra do Paraguai, com o estudaremos
mais adiante.

MARCO HISTÓRICO 4 – Revolução Liberal Sorocabana


A dissolução da Assembleia Geral provocou os levantes liberais nas províncias de
Minas Gerais e São Paulo, chefiados, respectivamente, por Teófilo Otoni (MG) e Rafael
Tobias de Aguiar (SP).
Em 28 de maio de 1842, na região do Jaguaré, os legalistas comandados pelo Barão
de Caxias infligiram aos revoltosos uma grande derrota. O Tenente Coronel José Vicente
Amorim Bezerra aniquilou os revoltosos de Boaventura do Amaral, em 7 de junho de 1842,
Nesse combate a Seção de Cavalaria da Guarda Municipal Permanente, sob o comando do
Capitão Pedro Alves de Siqueira (veterano da fundação), teve o seu batismo de fogo.
Em 20 de junho de 1842, o Barão de Caxias entrou vitorioso em Sorocaba, prendendo
os chefes revoltosos, entre eles o Padre Diogo Antônio Feijó.

7 DE ABRIL DE 1857 - CMus (CORPO MUSICAL)


O CORPO MUSICAL (CMus), tendo seu início histórico contando com 17 (dezessete)
5
componentes e 1 (um) Sargento Mestre 22, e que tinha como função a missão de levar
entretenimento às Praças aquarteladas.

MARCO HISTÓRICO 5 – GUERRA DO PARAGUAI:


Maior conflito armado travado na América do Sul, tem seu início com a invasão da
província brasileira do Mato Grosso pelo exército paraguaio sobre as ordens de seu então
presidente, Francisco Solano Lopez e o aprisionamento do vapor brasileiro “Marques de
Olinda”, em Mato Grosso, como resposta daquele ditador à intervenção armada que o Brasil
fizera no Uruguai, em 1863, dando fim a uma guerra civil que já perdurava há dois anos26.
No dia 14 de janeiro de 1865, o Tenente Coronel José Maria Gavião Peixoto
comunicava ao Governo Provincial que o Corpo Municipal Permanente, voluntariamente,
partiria para campanha do Paraguai. Em 10 de abril do mesmo ano, o Corpo Municipal
Permanente, com todo o seu efetivo (273 homens incluindo a banda de música), sob o
comando do Tenente Coronel José Maria Gavião Peixoto. Após diversos combates, a coluna
brasileira retrocedeu para o Brasil, dando inícioà epopéia da retirada de Laguna (8 de maio
de 1867).
Nessa época, oriunda em razão da Guerra do Paraguai, foi criada a fundação da
Companhia Especial de Menores (mais tarde chamada de Instituto de Menores Artífices)
que funcionou de 1876 a 1884 em São Paulo, tendo como objetivo preparar crianças e

adolescentes para o exercício de atividades profissionais e até mesmo para o ingresso


desses na Instituição. Sua função era dar amparo aos órfãos dos combatentes do conflito.

CRIAÇÃO DO CORPO DE BOMBEIROS


Ocorre em 1880 um grande incêndio na biblioteca da Faculdade de Direito do Largo
de São Francisco, destruindo quase por completo seu grande acervo. decide então contratar
o Tenente José Severino Dias para a criação do que seria o CORPO DE BOMBEIROS do
Estado de São Paulo o que veio a se efetivar no mesmo ano. Em 10 de março de 1880,
começaram oficialmente os trabalhos de extinção de incêndio na Capital do Estado de São
Paulo, com a criação da Seção de Bombeiros composta de 20 homens.

MUDANÇAS REPUBLICANAS
Em face do novo projeto nacional desenhado pelas lideranças paulistas, é atribuído à
Força o papel de braço armado do poder político estadual, instrumento essencial à estratégia
dos dirigentes paulistas, no cenário brasileiro da época.
A Força se expande e surgem os primeiros Quartéis. Através de um projeto elaborado
pelo arquiteto Ramos de Azevedo, o Quartel da Luz (hoje sede do 1º Batalhão de Polícia de Choque–
Tobias de Aguiar) é erguido e inaugurado em 1892. Em estilo Neoclássico Pós Napoleônico, foi
criado em princípio para abrigar o 1º Batalhão de Infantaria.

MARCO HITÓRICO 6 - REVOLTA DA ARMADA E REVOLUÇÃO


FEDERALISTA
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Em fevereiro de 1893, o político Gumercindo Saraiva revolta-se no Rio Grande do Sul, dando
início à Revolução Federalista. Por precaução, o governo do Estado havia mandado para o litoral
paulista o 3º Batalhão de Infantaria, sob o comando do Coronel Antônio Eugênio Ramalho.

MARCO HISTÓRICO 7 - QUESTÃO DOS PROTOCOLOS - 1896.


No fim do século XIX a colônia italiana já era numerosa em São Paulo. A cidade
inicia sua primeira fase de industrialização, onde os imigrantes teriam papel crucial nos
primeiros empregos gerados pela incipiente indústria, gerando conflitos em relação ao
mercado de trabalho nesse cenário urbano 34. Os "protocolos" foram correspondências oficiais
trocadas entre as autoridades brasileiras e italianas, para o ressarcimento pecuniário dos
familiares dos que perderam a vida na Revolta de 1893/94 (Armada e Federalista).

MARCO HISTÓRICO 8 - CANUDOS (SERTÃO DA BAHIA)


Surge no sertão da Bahia, a figura messiânica de Antônio Mendes Maciel, o Antônio
Conselheiro. Para restabelecer a ordem, sucederam-se 4 expedições policiais e militares ao
interior da Bahia:

1. a primeira formada pela Força Policial baiana, em 1893, comandada pelo


Capitão Vergílio Ferreira de Almeida em conjunto com a da companhia do
Exército, com 107 homens, sob o comando do 1º Tenente do Exército
PiresFerreira;

2. em novembro de 1896; um agrupamento de 560 homens do Exército forma


a 2ª Expedição com a Força Policial da Bahia, sob o comando do Major do
Exército Febrónio de Brito, que comandará a Brigada Mista do Exército;
3. a terceira e trágica formada com 1.300 homens, sob o comando do Coronel
Moreira Cesar do Exército, em março de 1897;
4. em junho de 1897, um agrupamento de tropas do Exército e de polícias
estaduais, com aproximadamente 4.000 homens, reunidos em Canudos, sob
o comando do General Artur Oscar Andrade Guimarães, conseguiu em
outubro do mesmo ano debelar a revolta de Conselheiro35.

REVOLTA DA VACINA OU QUEBRA LAMPIÕES


A Revolta da Vacina aconteceu no Rio de Janeiro em 5 de novembro de 1904 é também
conhecida como quebra lampiões. A Revolta da Vacina foi a manifestação popular contra a
obrigatoriedade da vacinação contra a varíola e quebra lampiões porque as pessoas revoltosas
quebravam os lampiões que serviam de iluminação pública. Quando Rodrigues Alves assumiu a
presidência em 1902, nas ruas da cidade do Rio de Janeiro acumulavam-se toneladas de lixo.
Desta maneira, o vírus da varíola se espalhava causando uma epidemia na população.
Proliferavam ratos e mosquitos transmissores de doenças fatais como a peste bubônica e a febre
amarela, que matavam milhares de pessoas anualmente.
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O então Presidente tomou medidas urgentes para isso nomeou o médico Oswaldo Cruz
para Diretor da Saúde Pública.
Ainda em 1904 Oswaldo Cruz motivou o governo a enviar ao Congresso um projeto para
reinstaurar a obrigatoriedade da vacinação em todo o território nacional já que os laboratórios
estavam produzindo a vacina. Uma das medidas desse projeto consistia em determinar que
somente quem provasse ser vacinado conseguiria contratação de trabalho, matrícula em escola,
certidão de casamento e autorização para viajar. O que provocou mais animosidade do povo em
relação ao Governo.
DELINQUENCIA NO SERTÃO

“Tenente Galinha”
Criada para perseguir os delinquentes que buscando esses rincões acreditavam na
impunidade como prêmio, a “Seção de Capturas” da Força Pública, teve no Tenente João Antônio
de Oliveira o “Tenente Galinha” seu maior expoente, primeiro chefe e a figura mais conhecida e
temida desde o início do século XX. Violento e cruel contra os bandidos, João Antônio de
Oliveira, o Tenente galinha foi temido em todo o estado de São Paulo até o seu assassinato.

CAIXA BENEFICENTE DA FORÇA PÚBLICA


Em setembro de 1894, o então Ten Cel José Feliciano Lobo Viana, com dramático
apelo, sugeriu ao Comandante-Geral da Milícia a criação de uma Caixa de Socorros para as
famílias dos bombeiros. Em 1902, o Ten. Cel. Francisco Alves do Nascimento Pinto, propôs
a instituição de uma caixa beneficente" para socorrer pecuniariamente as viúvas e filhas dos
oficiais e praças da Força Pública que viviam em situação de penúria". Não existia, na época,
qual quer organização previdenciária.

A GRANDE REFORMA DA POLÍCIA CIVIL


Criada em 1841, a Polícia Civil do Estado de São Paulo, O Secretário de Justiça (pasta
à qual as Polícias eram subordinadas), era na ocasião Washington Luís (futuro Presidente do
estado e eleito Presidente da República em 1930, cargo o qual não chegaria a tomar posse)41.

PRIMEIRA MISSÃO FRANCESA E O INÍCIO DA FORMAÇÃO DENTRO


DAINSTITUIÇÃO
8
Em razão da necessidade da reformulação da Instituição, é contratada auma Missão
Militar Francesa. Assim, em 21 de março de 1906, chegou a São Paulo a primeira Missão
Francesa de Instrução Militar que era chefiada pelo Cel Paul Balagny tendo como auxiliares
o Ten Cel Rauol Négrel e o Ten André Honeix De La Brousse.
As principais foram: simplificar a parada diária das oito horas da manhã para torná -
la mais rápida; reduzir à metade as guardas, guarnições dos edifícios públicos, palácios,
penitenciária, etc. e suprimi-las onde não fossem indispensáveis e; reduzir a um, os oficiais
que pernoitavam no quartel.
Ademais, percebeu que aqui havia uma grande diversidade de fardamentos, mas o
ideal seria um uniforme básico sobre o qual acrescentasse adereços para indicar promoções
e atividades. Balagny ministrou o primeiro curso de armeiro em São Paulo,
Sob o ponto de vista francês, era essencial cuidar também do preparo físico. Seguindo
estamentalidade, foi criada a primeira escola de ensino superior em Educação Física no País,
pois acreditava-se ser preciso dotar os homens de técnicas não letais. Graças

a isso, a Missão introduziu oficialmente no Brasil o boxe savate (boxe francês), a esgrima, a
ginástica sueca e o 'bailado de Joinville Le Pont'. A Quadrilha de Monitores de Joinville Le
Pont é uma atividade aeróbica de lazer e condicionamento que tem por objetivo a manutenção
do controle físico. Dança camponesa francesa, foi sistematizada pela Escola de Joinville,

No seio da própria Força Pública, no entanto, houve resistência à renovação


promovida pela Missão Francesa. Nesse clima, ocorreu a “Tragédia do Quartel da Luz”, no
dia 11 de junho de 1906, quando o Sgt Augusto José de Mello, que havia participado da
Campanha de Canudos, julgando-se humilhado durante uma instrução, disparou contra o
oficial francês Ten Cel Rauol Negrel. Além de matar o Oficial francês, seus disparos matam
também o alferes Manoel de Moraes Magalhães 44.
Foi a Missão Francesa de Instrução da Força Pública que deu início às precursoras
da ESSgt. (Escola Superior de Sargentos) e da APMBB (Academia de Polícia Militar do
Barro Branco). Dentre as principais decisões tomadas, estava a estruturação de escolas de
formação de soldados, cabos, sargentos e oficiais. Em 1914 devido a Primeira Grande Guerra,
a Primeira Missão retirou-se.
MARCO HISTÓRICO 9 - REVOLTA DA CHIBATA OU DO MARINHEIRO
JOÃOCÂNDIDO
Ocorrida de 22 a 27NOV1910, na cidade do Rio de Janeiro.
Revolta: foi um motim naval, onde uma parte da Marinha de Guerra tomou os
couraçados recém comprados da Inglatera : São Paulo, Minas Gerais, Deodoro e o Cruzador
Bahia.
Líder da revolta: Marinheiro João Cândido.
Causa: protestos contra os castigos físicos (o resultado direto do uso das chibatas) que
os militares de baixa patente recebiam como punição disciplinar.

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Reivindicações: o fim dos castigos físicos, melhores condições de alimentação e trabalho
e anistia para todos os envolvidos.
Participação da PM: o Governo mandou deslocar para Santos uma ala do 1º Batalhão
de Infantaria da Força Pública sob o comando do Major Pedro Dias de Campos, para evitar
qualquer desembarque dos revoltosos.

ESQUADRILHA DE AVIAÇÃO
1913 – a criação da Esquadrilha de Aviação;
1925 - a Esquadrilha, cede ao País seu primeiro paraquedista militar, o então Tenente
Antônio Pereira Lima;
1927 - o Tenente da Força Pública João Negrão faz parte da tripulação do hidroavião
Jahú, como copiloto na travessia do Atlântico inédita para brasileiros;
Por força de Lei, em 1913, foi criada a Escola de Aviação que teria por fim preparar na
Força Pública aviadores militares, na sede do primeiro campo de pouso militar do país, o Campo
do Guapira (zona Norte da capital de SP), onde militares e civis, tiveram como instrutor o
primeiro piloto a voar no Brasil, o aviador Edu Chaves, brevetado na França.

A Escola teve que paralisar suas atividades devido a I Guerra Mundial (1914 a 1918),
o próprio Edu Chaves lutou no posto de 1º Tenente da aviação francesa.

PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL


Por conhecerem bem nossa organização militar, os franceses indicam a Força
Pública de São Paulo para que, sob o comando do Capitão Miguel Costa, compusesse uma
Força Expedicionária para lutar na Europa, contudo a tropa não chega a embarcar. Para
suprir essa previsível carência que o Ten Cel José Espíndola de Magalhães organizou, no
campo do Canindé, um curso preparatório de emergência de formação de oficiais, ao qual
acorreu a elite universitária paulistana e que se constituiu na experiência pioneira dos futuros
CPOR/NPOR das ForçasArmadas.

MARCO HISTÓRICO 10 - GREVE OPERÁRIA DE 1917


Uma das mais importantes foi a greve de 1917 em São Paulo, onde milhares de operários cruzaram
os braços exigindo melhores condições de trabalho, como direito a férias, aposentadoria ou
indenizações e aumentos salariais, também protestaram contra crianças trabalhando como adultos
e reivindicavam a regulamentação do trabalho de mulheres e dessas crianças. A greve durou uma
semana e foi duramente reprimida pelo governo paulista. Finalmente chegou-se a umacordo que
garantiu 20% de aumento para os trabalhadores.

SEGUNDA MISSÃO FRANCESA


seguintes atividades: Organizar o Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais, criar uma
escola de automobilismo; criar um curso interno de alfabetização; criar um curso de
10
radiotelegrafia e aperfeiçoar a escola de aviação.
A obra mais importante que as Missões Francesas nos deixou foi uma sólida
estrutura de formação, buscando o aperfeiçoamento intelectual e o aprimoramento da
técnica profissional. O Slogan adotado pela Missão foi: “Do valor dos quadros, depende o
valor das tropas”.

O TENENTISMO - O MOVIMENTO E SUA REPERCUSSÃO NO CONTEXTO


POLÍTICO DO PAÍS
Tenentismo foi o nome que se deu ao movimento político desencadeado durante a
década de 1920 por jovens oficiais do Exército brasileiro e Forças Públicas, a maioria
tenentes e capitães, em oposição ao governo e à alta oficialidade, que defendia os interesses
da oligarquia governante. Em linhas gerais os tenentes reivindicavam maior centralização
dos Estados, uniformização da legislação, do sistema tributário, e a implantação do voto
secreto.

MARCO HISTÓRICO 11 - OS 18 DO FORTE E A SEDIÇÃO DE MATO GROSSO


Em 5 de julho de 1922 ocorre a primeira revolta que tem uma forte influência dos
tenentes, conhecida como os 18 do Forte, que se opunha à posse do presidente eleito Arthur
Bernardes. Em 5 de julho de 1922, em consequência do levante da guarnição do Forte de
Copacabana, no Rio de Janeiro, uma companhia do 1º Batalhão de Infantaria, sob o comando
do Capitão José Ferreira Leal, segue para a região de Itararé, para guarnecer a divisa São
Paulo-Paraná.
MARCO HISTÓRICO 12 - A REVOLUÇÃO DE 1924
Na madrugada de 5 de julho de 1924 (exatamente dois anos após os 18 do Forte de
Copacabana), iniciou-se o movimento revolucionário na cidade de São Paulo, chefiado pelo
Gen do Exército Isidoro Dias Lopes e pelo Major da Força Pública Miguel Costa, tratando-
se de uma contestação armada ao imobilismo sócio-político vigente. A Ordem do dia nº 78,
de 21 de outubro de 1924, publicou a exoneração do Major Miguel Costa e mais 4 capitães,
2 primeiros-tenentes e 18 segundos-tenentes do quadro do efetivo da Força Pública, todos
declarados desertores.

DIVISÃO REVOLUCIONÁRIA MIGUEL COSTA-PRESTES


Como consequência do movimento revolucionário de Miguel Costa (Força Pública
de São Paulo) e Luís Carlos Prestes (Exército Brasileiro), em sua marcha pelo Brasil, os
integrantes da Coluna denunciavam a pobreza da população e a exploração das camadas
menos favorecidas pelos líderes políticos. Sob o comando de Miguel Costa (comandante)
e Luís Carlos Prestes (Chefe do Estado-Maior), o movimento enfrentou as tropas regulares
do Exército ao lado de Forças Policiais de vários estados,
Aqui deu-se o registro da primeira ação de guerra psicológica na história militar
11
brasileira. O Tenente revolucionário João Cabanas, fez circular pela rede telegráfica falsas
informações sobre o efetivo e o poderio bélico da coluna. Da tática, resultou o esperado.
Temendo o confronto com forças numérica e belicamente superiores, as autoridades das
cidades pelas quais a coluna passou, deixou-a seguir incólume ganhando o terreno
necessário para seu avanço até as divisas do país. O movimento contribui para disseminar
os problemas do poder concentrador oligárquico da República Velha, culminando na
Revolução de 1930. Prestes foi chamado por esta marcha de Cavaleiro da Esperança na
luta contra os poderes dominadores da burocracia.

CRUZ AZUL
Conforme estatuto no dia 28 de julho de 1925, a Associação das Damas da Cruz
Azul de São Paulo foi criada. A ideia de se organizar uma Instituição nesse sentido surgiu
em 1924. Com isso, as famílias dos soldados muitas vezes ficavam desamparadas, o que
sensibilizou uma comissão de damas da sociedade da época a fundar a Instituição,
juntamente com o Coronel Pedro Dias de Campos, Comandante- Geral da Força Pública.

CRIAÇÃO DA GUARDA CIVIL


A Guarda Civil do Estado de São Paulo, foi criada através da Lei nº 2.141, de
22OUT1926. Foi uma corporação uniformizada de caráter civil para realizar o policiamento
ostensivo das áreas urbanas do estado, zelando pela segurança pública e pela incolumidade
pessoal e patrimonial dos cidadãos. Hoje é considerada o embrião da Guarda Civil

Metropolitana da Capital do Estado e de todas as Guardas Municipais das cidades do interior.


1955 – Corpo de Policiamento Feminino, criado como corporação autônoma para zelar,
especialmente pelas mulheres, crianças e idosos, o qual mais tarde unificou com a Guarda Civil
e depois, com a Polícia Militar, na unificação da Guarda Civil e Força Pública em 08ABR1970.
MARCO HISTÓRICO 13 - CAMPANHA DE GOIÁS EM 1926

Os revoltosos de 1924 formaram a célebre Coluna Miguel Costa-Prestes, que cruzou


o Brasil do Rio Grande do Sul ao Ceará, e do Ceará ao Mato Grosso.: Cel Pedro
Dias de Campos e Major Miguel Costa que, internando-se na Bolívia, seguiu posteriormente
com Prestes para Buenos Aires, onde permaneceriam até a revolução de 1930.

O VOO DO JAHÚ
A travessia impossível. Visando uma travessia aérea transatlântica inédita por
brasileiros, João Ribeiro de Barros (jaúense), inicia sua epopeia. Apesar de todos os percalços,
foi estabelecido um recorde de velocidade - 190 quilômetros por hora que, somente anos mais
tarde seria batido por outra aeronave. Os aeronautas partiram de Gênova na Itália, fazendo
escalas na Espanha, Gibraltar, Cabo Verde e Fernando de Noronha, já em território brasileiro.

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Após a travessia, foram pousando em cidades marginais ao litoral brasileiro até
atingir a capital do Estado de São Paulo onde foram recebidos com grandes honras.

A PMESP DURANTE A ERA VARGAS


Dentro dos 15 anos do Governo Vargas (1930-1945), destaca-se a modernização do
país, criação de ministérios, nomeação de interventores para os estados alinhados ao governo
federal, criação de políticas de valorização do café, instituiu Legislação trabalhista e sindical,
buscando inspiração na República italiana de Mussolini, promoveu uma reforma política e
eleitoral no país e instituiu o voto para as mulheres na Constituição de 1934.

MARCO HISTÓRICO 14 - REVOLUÇÃO DE 1930


Retomando aos momentos de 1930, em 3 de outubro a Aliança Liberal, sob a
liderança de Oswaldo Aranha, organizou um movimento revolucionário em Porto Alegre,
que culminoucom a derrubada do Presidente Washington Luís.

CEL PEDRO ÁRBUES RODRIGUES XAVIER


Um dos personagens mais importantes da Força Pública durante a Revolução de
1930, foi o Cel Pedro Arbues Rodrigues Xavier.. Combateu nas campanhas da Revolução
Federalista.

Ao eclodir a Revolução de 1930, já contava com 61 anos apresentou-se como voluntário à


Força Pública . Em 23 de outubro sofreu um ataque pelas forças sulistas e sua rendição foi
exigida pelo Capitão. Negando-se a se entregar, e terminada a munição, transforma seu
revólver em projétil, e o lança sobre seus atancantes bradando ao inimigo: “Um velho soldado
da Força Pública morre, mas não se entrega” e cai varado por uma saraivada de
metralhadora.

CONSEQUÊNCIA DA POLÍTICA FEDERAL EM RELAÇÃO À FORÇA PÚBLICA


DE SÃO PAULO
As consequências do Governo Provisório de Vargas para a Força Pública de São
Paulo foram terrivelmente danosas. Algumas dessas medidas visavam o desmantelamento
bélico afim de garantir às Forças Federais a neutralidade necessária do “Exército Paulista”
(garantia essa que duraria menos de 1 ano). Instaurada a intervenção federal em nosso Estado,
eis algumas das medidas que foram tomadas em relação à Instituição:
 Supressão da artilharia;
 Supressão da aviação;
 Supressão de Motomecanização;
 Intervenção nas escolas de formação (perda considerável dos ganhos
adquiridos durante as missões francesas).
Como se não bastassem as medidas tomadas pelo Governo Provisório, visando o
aumento do controle sobre o poderio bélico da Força Pública, cria-se a SECRETARIA DE
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SEGURANÇA PÚBLICA, que, desmembrada da Secretaria de Justiça do Estado,

empossou para o cargo de primeiro secretário da nova pasta, o Gen. MIGUELCOSTA52.

TEN CEL EDGARD PEREIRA ARMOND


Sensibilizado pelo isolamento das comunidades que habitavam o litoral norte
paulista, comprometeu-se com lideranças locais a emprestar seus conhecimentos de
engenharia e seu prestígio político para que fosse aberto um caminho terrestre que rompesse
a exclusão geográfica daquela região, a abertura do primeiro caminho terrestre carroçável,
ligando o vale do Paraíba a Caraguatatuba, que, mais tarde, viria a ser a principal artéria
alimentadora do progresso do litoral norte, atual rodovia dos Tamoios que viria a ser
finalizada em 1934 no trecho Paraibuna – São Sebastião.

MMDC
A sigla MMDC foi composta com as iniciais dos nomes de quatro paulistas mortos
pelas forças ditatoriais em um confronto ocorrido no dia 23 de maio de 1932 na Praça da
República no centro de São Paulo. Três morreram no local: Martins, Miragaia e Camargo.
Dráusio, um menino de 14 anos, faleceu no dia seguinte, em consequência dos ferimentos
sofridos.
Com as iniciais de seus nomes foi formada a sigla MMDC, que representava a
disposição de São Paulo para enfrentar a ditadura. Mas, além desses quatro, Orlando Oliveira
Alvarenga foi ferido gravemente, vindo a falecer durante a Revolução, 81 (oitenta e um) dias
após. Com isso, foi relegado ao esquecimento.
M Mário Martins de Almeida – 31 anos – Fazendeiro em Sertãozinho – SP.
M Euclydes Bueno Miragaia – 21 anos – Auxiliar de Cartório em São Paulo – SP.
D Dráusio Marcondes de Souza – 14 anos – Ajudante de Farmácia em São Paulo – SP.
C Antônio Américo de Camargo Andrade – 30 anos – Comerciário em São Paulo – SP.

MARCO HISTÓRICO 15 - REVOLUÇÃO DE 1932


Resposta à Revolução de 1930, em 9 de julho de 1932, o povo paulista numa atitude
consciente e nobre, exige o retorno do Brasil à constitucionalidade, aclamando-se Pedro de
Toledo como governador do Estado de São Paulo. O movimento envolveu os chefes militares
sediados em solo paulista: General Bertoldo Klinger, o Coronel Euclides Figueiredo e o
Coronel Júlio Marcondes Salgado, o Comandante da Força Pública e os dois primeiros do
Exército.
São Paulo, após lutas intensas, perdeu militarmente a luta, mas ganhou no seu ideal,
com a convocação subseqüente de uma Constituinte e a promulgação da Carta Magna da
República em 1934.

AS CONSTITUIÇÕES DE 1934 E DE 1937


Em 1934 a nova Constituição Varguista que acolheu as Forças de Segurança em seu
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artigo 167 trazia que: “As POLÍCIAS MILITARES são consideradas reserva do Exército
e gozarão das mesmas vantagens a este atribuídas quando mobilizadas ou a serviço da
União58. Outro ganho foi a sujeição dessas instituições à Justiça Militar Estadual e sua
revitalização focada nas ações de Segurança Pública e não mais na arte bélica, reflexo direto
do Primeiro “Congressinho brasileiro das Polícias Militares” organizado no Rio de Janeiro
chefiado pelo Deputado Federal Ten. Cel. PM Monsenhor Miguel Câmara cujo objetivo era
o acolhimento das forças estaduais no texto constitucional conforme de fato ocorreu.
A GERAÇÃO FREITAS ALMEIDA
Em 1935 é criado efetivamente o serviço de radiopatrulha na cidade de São Paulo,
concorrendo ao mesmo, os efetivos da Força Pública e da Guarda Civil. Inicia-se então
entre os anos de 1935 e 1938 uma renovação Institucional durante o Comando Geral do
Coronel Milton de Freitas Almeida, oriundo do Exército Brasileiro. Tal renovação gerou
reflexos que perduram até os dias de hoje, tamanho seu brilhantismo.
Como demonstração de autoridade e poder, a ditadura Vargas promoveu em 1940 a
queima cerimonial da bandeira Paulista (para pensar), perante a presença de milhares de
estudantes. Outra medida tomada pelo ditador, foi a mudança do nome de nossa Corporação
de Força Pública para FORÇA POLICIAL, numa tentativa de desarraigar da memória dos
paulistas, sua Corporação de segurança pública.
Concluindo essa fase de renovação institucional, data de 1943, um dos grandes divisores
de águas em nossa história. Segundo o Cel Eduardo Assumpção foi a partir dessa data que os exames
de admissão para o ingresso à Força, passaram a exigir ao candidato a Soldado, a redação de um
ditado escrito e a realização das quatro operações básicas da matemática. Era o fim da era dos
analfabetos e a Instituição poderia caminhar pelos trilhos da qualidade do ensino para as Praças 59.

MARCO HISTÓRICO 16 - MOVIMENTOS EXTREMISTAS


Em 1935, os simpatizantes do comunismo (na verdade membros do Partido
Comunista Brasileiro, cujo representante maior era Luís Carlos Prestes), provocaram, no mês
de novembro, lutas no Nordeste e na cidade do Rio de Janeiro.
Na cidade de São Paulo ocorreram confrontos entre os extremistas e a Força Pública
e também com a Guarda Civil: em 1935 com os comunistas, em 1938 com os integralistas.
A Força Pública e a Guarda Civil debelaram os movimentos sediciosos e garantiram a
manutenção da ordem pública.

MARCO HISTÓRICO 17 – SEGUNDA GUERRA MUNDIAL


A Polícia Militar de São Paulo participou da Segunda Guerra Mundial atuando em
duas frentes: uma interna, no estado de São Paulo, e outra externa, na Itália. A atuação da
então Força Pública impossibilitou inúmeros atos de sabotagens.
O governo brasileiro organizou também a Força Expedicionária Brasileira, que em
1944 deslocou-se para a Itália, onde a 1ª Divisão Expedicionária combateu até o fim da guerra
sob o comando do General de Exército João Batista Mascarenhas de Moraes. Dos 79 guardas
civis que participaram da Campanha da Itália, em 1990 (último dado estatístico acerca do
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efetivo), 44 eram oficiais reformados da Polícia Militar, um era oficial reformado do Exército
brasileiro, 2 eram praças reformadas da Polícia Militar, 2 faleceram na Itália, 23 faleceram
após o regresso ao Brasil e 7 eram civis61.

OS TRÊS GENERAIS DA FORÇA PÚBLICA


A Polícia Militar do Estado de São Paulo, possuiu três generais oriundos das suas
fileiras, sendo estes: Francisco Alves do Nascimento Pinto, Miguel Costa e Júlio Marcondes
Salgado.

GENERAL FRANCISCO ALVES DO NASCIMENTO PINTO


Veterano da Guerra do Paraguai, em 1877 o Capitão Nascimento ingressou no Corpo
Policial Permanente. Galgou todos os postos até Tenente Coronel. Estava no comando do 2º
Batalhão de Infantaria quando foi reformado em 1907. Sendo Coronel Honorário do Exército
foi reformado como General de Brigada em virtude da legislação imperial aplicável aos militares
participantes da Guerra do Paraguai. Foi um dos fundadores da Caixa Beneficente da Força
Pública do Estado de São Paulo.
GENERAL MIGUEL ALBERTO CRISPIM RODRIGO DA COSTA

Em julho de 1924, aliado ao General Isidoro Dias Lopes, sublevando o quartel do


Regimento, assumiu o comando dos rebeldes da Força Pública durante a Revolução de São
Paulo. Em 4 de setembro de 1924 foi excluído do quadro efetivo do Regimento de Cavalaria
por deserção. Em 21 de outubro de 1924 foi excluído da Força Pública.
Como uma das grandes figuras da Revolução, Miguel Costa assumiu o comando da
Divisão Revolucionária Miguel Costa-Prestes. revoltosos internaram-se na Bolívia e no
Paraguai. Miguel Costa fixou residência em Buenos Aires.. Em 4 de novembro de 1930
assumiu o cargo de Inspetor Geral e reorganizador da Força Pública. Conforme publicação
no Diário Oficial da União e no Boletim do Exército nº 5, foi nomeado General Honorário
do Exército. Em 6 de maio de 1931 foi reincluído na Força Pública como General de
Brigada. Foi para a reserva da Força Pública em 23 de maio de1932. Em 6 de abril de 1937
foi reformado, tendo falecido em 2 de setembro de 1959.

GENERAL JÚLIO MARCONDES CÉSAR SALGADO


Em 23 de maio de 1932 assumiu o comando da Força Pública e participou ativamente
da Revolução Constitucionalista. No dia 23 de julho, em pleno conflito, o Coronel com o
seu Estado-Maior, dirigiu-se a Santo Amaro, na Capital paulista, para

observar os testes com morteiros e Bombardeios. Durante um dos testes, a granada explodiu
na boca da arma e provocou sua morte instantânea além de ferimentos no Tenente Coronel
Salvador Moya e Major Marcelino da Fonseca 62. O Coronel Marcondes Salgado faleceu aos
42 anos, morto em cumprimento do dever. O Governador do Estado, Dr. Pedro de Toledo,
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considerando seus méritos, quer como miliciano da Força quer como líder militar, resolveu,
nos termos do Decreto nº 5.602 de 23 de julho de 1932, considerar promovido "post mortem"
ao posto de General, este comandante da Força Pública do Estado de São Paulo.

CONSTITUIÇÕES (FEDERAL E PAULISTA) E O PAPEL DA FORÇA PÚBLICA


De modo geral, os governadores do período democrático objetivaram aumentar a
eficiência do trabalho policial, através da expansão e descentralização dos serviços, pois tinham
ciência do desafio de acompanhar a demanda por serviços policiais.
Como alguns oficiais já pensavam, chegara o momento de a Força Pública passar a se
especializar em realizar policiamento. Já não mais se admitia um gasto enorme de orçamento para
se manter uma tropa aquartelada, quando tantos crimes já ocorriam na metrópole.
Em 1947, é promulgada a nova Constituição Paulista e a Instituição volta a resgatar
seu histórico nome de FORÇA PÚBLICA. O efetivo da Guarda Civil aumenta e começam
a abraçar o interior do Estado. Em princípio cidades próximas à capital até atingir os rincões
paulistas. O impacto desta nova carta magna na atividade policial militar foi significativo64
fazendo com que todos os cursos, estágios e atualizações profissionais da Força Pública tivessem
seus currículos adequados a nova realidade constitucional, ou seja, realizar patrulhamento. Nesta
mesma época era fortalecido o radiopatrulhamento como atividade padrãopela PM.

NOVO REGULAMENTO PARA A FORÇA


Em 1951 é aprovado novo regulamento para a Força Pública. Tendo por foco o
policiamento ostensivo, Tal avanço se configura no teor do Decreto nº. 20.910, de 5 de novembro
de 1951 que resumidamente tratava sobre a finalidade da Força Pública, seus objetivos
estratégicos, competência de cada integrante, modo de fiscalização, modo de atuação, entre outros,
tudo para adequar, padronizar e regular a forma de se executar o policiamento à época. Teríamos
a partir de então uma espécie de manual de conduta policial e também um regulamento interno69.

O SALTO NA AMAZÔNIA
Em 10 e 11 de maio de 1952, tendo à testa da missão o Capitão Djanir Caldas, um grupo de
paraquedistas da Força Pública saltou sobre a floresta amazônica, em evento de repercussão mundial,
resgatando os corpos e pertences das 60 vítimas da sinistrada aeronave “President”, da empresa Pan
American70.

CRIAÇÃO DO CORPO DE POLICIAMENTO FEMININO


A partir de então, percorridos os óbices legais, em 12 de maio de 1955 foi criado
pioneiramente na América do Sul, o Corpo de Policiamento Especial Feminino, instituído junto
à Guarda Civil de São Paulo, um pequeno grupo de mulheres passou a exercer oficialmente a
atividade de agente do monopólio da violência do Estado: a atividade policial.

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AS CAMPANHAS DO CANCRO CÍTRICO, MAL DE CHAGAS
Ao final da década de 50, é a Força Pública convocada para combater uma praga
vegetal denominada de CANCRO CÍTRICO que, ameaçando a citricultura no interior do
estado, colocava em risco a produção de laranja e seu suco (matéria de exportação da
agricultura paulista). Embora não fosse sua missão, a Força Pública troca então armas por
facões e ruma ao interior do estado derrubar laranjais e livrar as terras paulistas desta praga.

O RELACIONAMENTO COM A MÍDIA NOS ANOS 1960


No início dos anos 50, iniciaram os relacionamentos travados entre a Instituição e a mídia,
através do treinamento equestre proporcionado aos atores e cavaleiros do filme “O Cangaceiro”
que recebeu a Palma de Ouro em Cannes no ano de 1953 como melhor filme de aventura.
A primeira delas foi sem dúvida a de Carlos Miranda (O Vigilante Rodoviário)

A UNIFICAÇÃO DE 1970
Foi nesse cenário que em 8 de abril de 1970 o governo estadual decidiu unificar a
Força Pública e a Guarda Civil do Estado de São Paulo, transformando as duas Corporações
em Polícia Militar do Estado de São Paulo, assumindo dessa forma o controle e todo o sistema
de policiamento ostensivo e preservação da ordem pública, incluindo o Corpo de Bombeiros
e suas atribuições definidas em lei 77. Ainda em 1970 é criado o CSP (Curso Superior de
Polícia) atual Doutorado em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública, oferecido pelo
CAES (Centro de Altos Estudos de Segurança) visando a qualificação para o último posto
do oficialato (Cel PM).

Em 1970, como resposta à Guerrilha urbana, foram criadas as “Rondas Ostensivas


Tobias de Aguiar” com sede no 1º Batalhãode Choque (Quartel da Luz). Tropa de elite de
nossa Instituição tinha a missão de combater essa recente prática no estado todo.
Instaura-se a partir do final da década de 1960 o COPOM (Centro de Operações da
Polícia Militar), atribuindo à Instituição o gerenciamento das comunicações de emergência,

A GUERRILHA FAZ NOSSA MAIOR VÍTIMA

saiu em missão no dia 8 de maio de 1970 do quartel do 1º BPChq e voltou somente


128 dias depois, dentro de um caixão. Foi executado por guerrilheiros, no Vale do Ribeira,
no desvario de mudar o regime pela força das armas. O nome Mendes Júnior é muito
conhecido, mas sua história, infelizmente, nem tanto.
Capturado pelos guerrilheiros, o Tenente herói, entregou-se em troca da vida de
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seus comandados após uma intensa troca de tiros entre os guerrilheiros e seu pelotão, devido
uma emboscada. Uma vez libertos, seus companheiros conseguiram retornar a salvo para a
base, dando oportonidade para o socorro dos feridos, enquanto o tenente Mendes Júnior seria
morto a golpes de coronhadas na cabeça, sem tiros, para não fazer barulho ou chamar a
atenção de alguém.

A REESTRUTURAÇÃO PÓS 1970


Em 1971, em resposta ao episódio que vitimou o Cap. Alberto Mendes Júnior, é criado
o COE (Comando de Operações Especiais) tendo por missão o combate à guerrilha rural, o
resgate de pessoas perdidas em zonas de difícil acesso, resgate de corpo sem locais ermos
etc.

OS GRANDES INCÊNDIOS - BOMBEIROS


Ao final da década de 1960, havia ocorrido o escorregamento das encostas da Serra do
Mar em Caraguatatuba, engolindo trechos da Rodovia dos Tamoios, que liga a região a
capital, despejando muita lama e cerca de 30 mil árvores sobre a planície onde fica a
cidade; vitimando fatalmente 436 (quatrocentas e trinta e seis) pessoas, fatos estes
decorrentes das fortes chuvas que assolaram aquela região.
Na década de 1970, alguns episódios vieram a questionar o sistema de defesa civil e
combate a incêndios em nosso estado.
Devido às essas catástrofes – são importados autobombas, autoescadas, auto
plataformas, veículos de comando e de apoio e todas as viaturas passam a contar com rádio,
além do aperfeiçoamento das exigências legais quanto aos aspectos de prevenção de
incêndios.
COLÉGIO E HOSPITAL DA PMESP
A construção do Colégio da Polícia Militar começou em 1977. Coronel Eugênio A.
Sarmento, Major Barbosa, Coronel Bruno Éboli Belo, Coronel Hermes Bittencourt Cruz e o
Professor Joel de Souza, estão entre as pessoas que ajudaram a torná-lo realidade. A ideia
de criar uma instituição de ensino nasceu para atender prioritariamente aos órfãos e
dependentes de policiais militares, porém em virtude do número de vagas oferecidas, passou
a atender os demais integrantes da sociedade.

A CONSTITUIÇÃO DE 1988
A constituição de 1988 acomodaria definitivamente as Polícias Militares com os
responsáveis pela polícia ostensiva e preservação da ordem pública, mantendo-as ainda como
“Força auxiliar e reserva do Exército”, subordinando-as aos seus respectivos governadores.

GATE COPOM RESGATE e INVESTIMENTOS TECNOLÓGICOS


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Instala-se o COPOM totalmente informatizado, cria-se o projeto do
Radiopatrulhamento padrão, cria-se o GATE e implanta-se o projeto RESGATE. Os
currículos escolares são aprimorados, para Alunos Oficiais, Sargentos, Cabos e Alunos
Soldados. O CAES ganha sede própria. Em 1984 são criados, nas antigas instalações do
Hospital da Força Pública o CSM/MSubs, (OPM extinta atualmente) e o hotel de trânsito
(cujas atividades também foram alteradas).

ANOS 1990: IMAGENS NEGATIVAS E NOVAS TENDÊNCIAS


INSTITUCIONAIS: EPISÓDIOS DO CARANDIRU E NAVAL
Em 2 de outubro de 1992, eclodia uma rebelião na antiga Casa de Detenção de São
Paulo (Carandiru) que acabou por resultar no saldo de 111 internos mortos. Tal fato trouxe
mudanças significativas nas técnicas de invasão, negociação, ocorrências envolvendo reféns,
tornando-se em estudo de caso para cursos de gerenciamento de crises em nossa Instituição
e coirmãs. Outro episódio que muito contribuiu negativamente para o relacionamento com a
mídia nos anos 90, sofrendo reflexos até os dias de hoje, foi o caso da Favela Naval.
Diante desses fatos, o Comando sentiu que era hora de redirecionar definitivamente
o foco para o cidadão. E assim aconteceu como veremos adiante.

O SÉCULO XXI E A DOUTRINA DE POLÍCIA COMUNITÁRIA: NOVOS RUMOS


Entre os anos de 1990 e a atualidade, vários foram os passos dados em direção à
modernização dos serviços e do atendimento aos clientes da Polícia Militar. Dentre eles,
citamos:
 A criação da Ouvidoria;
 Formalização de um cadastro odonto-legal pela CorregedoriaPM;
 Estágios de Policiais de outros países em nossa Instituição; Int ercâmbio de
Policiais nossos em coirmãs e no estrangeiro;
 Mudança de uniforme para tons mais suaves e próximos à população;
 Implantação da doutrina de Polícia Comunitária, reconquistando a confiança do
cidadão que vê nessa Força, o compromisso com a causa pública.

A ATUAÇÃO DA PMESP DURANTE A COPA FIFA 2014 E OS JOGOS


OLÍMPICOS RIO 2016
A operação COPA 2014, foi um dos marcos deste início de século. Distribuídos por
quarenta pontos específicos da capital paulista a partir do dia 20 de maio de 2014, o efetivo
responsabilizou-se pela segurança de hotéis, centros de treinamento, áreas de festas, estações
de trem e metrô, além de vias consideradas alvos potenciais durante o período de
desenvolvimento da copa do mundo.
 1º Batalhão Copa com 735 policiais militares teve por área, a Arena Corinthians;
 2º Batalhão Copa com 2.600 policiais teve por área a FIFAFANFEST, eventos
promocionais da Federação Internacional de Futebol no Vale do Anhangabaú,

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PublicViews e shows relacionados ao evento, organizados e promovidos pela
Prefeitura Municipal de SãoPaulo;
 3º Batalhão Copa com 930 policiais militares, teve por área os prédios e entorno
dos hotéis da família FIFA, além dos prédios e entorno das estações de trem e metrô
da cidade.
Da mesma forma, os Jogos Olímpicos RIO 2016, contou com a cooperação de nossa
Instituição no quesito Segurança Pública. Para a cidade maravilhosa foi enviado em 28 de julho
de 2016 um efetivo de 250 Policiais Militares da Escola Superior de Sargentos (ESSgt),
transformando-se em 1.000 homens e mulheres que para lá rumaram a fim de oferecer o know-
how adquirido durante o planejamento e execução das operações de policiamento durante a Copa
do mundo FIFA-2014.

MARCO HISTÓRICO 19 - 2020-2021 – ATUAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR NO


COMBATE À PANDEMIA DE COVID-19
A nova estrela acrescida como forma de reconhecimento a policiais militares que, em
sacrifício extremo faleceram em razão da COVID-19 adquirida no exercício da função durante o
período de declaração da pandemia Mundial que ensejou a suspensão de inúmeras atividade
públicas e privadas objetivando a redução de transmissão do vírus por meio do isolomento social.

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