Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
BRASÃO DA PMPR
Brasão da Polícia Militar do Paraná, criado pelo decreto nº 15.719, de 23 de junho de 1969,
assinado pelo governador Paulo Pimentel. (publicado no Boletim do CG do dia 30 de junho de 1969)
Considerando que as mais tradicionais Corporações Policiais Militares do Brasil possuíam sua
insígnia oficial, resolveu o governador do Estado do Paraná estabelecer a seguinte insígnia, baseada
no emblema oficial do Estado; DECRETAR:
Art. 1º - Fica criado na Polícia Militar do Paraná uma insígnia oficial em forma de escudo
com ângulo lateral, sobre o fundo amarelo-ouro, tendo em sua parte superior como timbre, o falcão
Nhapecami, desenhado em cor preto, com as asas semi-abertas.
No contorno interior do escudo, as legendas em letras de forma, em cor verde garrafa - PA-
RANÁ – POLÍCIA MILITAR. Na parte central do escudo, uma paisagem típica do Paraná, con-
tendo no campo esquerdo, o símbolo dos três Planaltos, bem como das três raças que colonizaram o
Estado, em cor azul. No campo direito, um pinheiro cor verde, símbolo da terra das araucárias, ao
lado do sol em amarelo vivo, símbolo das Américas, no campo inferior em tons verdes claros e es-
curos, símbolo de riqueza vegetal do Estado.
Art. 2º - Este decreto entrará em vigor na data de sua publicação revogadas as disposições em
contrário.
INTRODUÇÃO
A POLÍCIA MILITAR foi criada pela Lei n. º 7, de 10 de agosto de 1854, sancionada pelo
Presidente ZACARIAS DE GÓES E VASCONCELLOS, exatamente 7 meses e 21 dias após o
desmembramento do PARANÁ da então Província de São Paulo.
Em sua gênese histórica se manifestaram duas fases típicas, que se traduzem pelo cumprimen-
to de missões nos diversos períodos de nossa formação: REPRESSIVA e PREVENTIVA.
Em 1865, com apenas 11 anos de existência, encontramo-la integrando com seus homens, o
Corpo de Voluntários da Pátria na Guerra do Paraguai.
Outras Revoluções se sucederam e inúmeros foram os combates: 1924, 1930, 1932; A Inten-
tona Comunista de 1935, a Revolução Democrática de 1964. Os conflitos internos: Imposto do
Vintém, a conflagração do sudoeste paranaense, a rebelião de Porecatu, etc. Em todas elas, nossos
soldados cobriram-se de glórias, mostrando a fibra de que eram possuidores.
Serenado a fase de lutas fratricidas que enlutaram o solo pátrio, pode, melhor, a Polícia Mili-
tar, dedicar-se à sua missão constitucional de mantenedora da ordem pública no Estado, auxiliando
o incremento do progresso em nossa terra, levando a segurança e a tranqüilidade às regiões mais
primitivas, participando ativamente na consolidação política do Paraná, tornando-se, em toda sua
plenitude GUARDIÃ DA LEI E DA ORDEM e garantia efetiva dos poderes constituídos.
Os primeiros tempos são os tempos de Martim Afonso, das Capitanias, dos governadores-
gerais, dos governos do norte e do sul.
1. ALMOTACÉ
Funções:
Fiscalizar o cumprimento das leis referentes à proteção de pessoas e bens dos órfãos, dos au-
sentes, dos pródigos e furiosos;
Velar contra o abuso de armas proibidas;
Zelar pela execução das leis contra vagabundos e jogadores;
Fiscalizar os viajantes, os pobres, os mendigos e os teatros.
2. COMPANHIAS DE ORDENANÇAS
5
“Cada localidade tinha um Capitão-mor nomeado pelo Governador da Capitania a quem ca-
bia fazer um minucioso levantamento de todos os moradores, detalhando-se as qualidades de
cada um, suas posses... Além do Capitão havia um Alferes, um Sargento, um Meirinho, um Es-
crivão e dez Cabos... A reunião de quatro Companhias de Ordenanças se denominou o Terço”.
No período colonial (1722), o atual Estado do Paraná, era 5ª Comarca da Capitania de São Pau-
lo. O policiamento, nesta Comarca (5ª), era feito pela companhia de Ordenanças - Corporação cria-
da nas cidades e vilas, sob as ordens de “capitão-mor”, cuja finalidade era: TER TODA GENTE EM
GRANDE QUIETAÇÃO E SOSSEGO”, não podia consentir “HOMIZIADOS” e nem “PESSOAS
INQUIETAS QUE CAUSASSEM PERTURBAÇÃO AOS MORADORES”.
Pelo Regimento e Forma baixados com a Portaria do Capitão-General da Capitania de São Pau-
lo, em 1722, além dos Capitães, compunham-se essas Companhias de Alferes, Sargentos, Cabos de
Esquadra e Soldados, estes em número de 25 em cada esquadra “devendo de Alferes para cima ser
homens dos principais da terra, de melhor consciência e os mais ricos”.
6
A nomeação para o posto de capitão-mor da Companhia era feita pelo Capitão-General da Ca-
pitania, por indicação das Câmaras das cidades e vilas de “três sujeitos dos mais nobres e ricos” do
lugar.
Pode-se, portanto, considerar como primeiro serviço de guerra em defesa do território esse das
Companhias que formaram os primeiros núcleos policiais do Paraná.
Decadência
Das Companhias de Ordenanças surgiram as Tropas Pagas, que eram já profissionais remune-
rados pelos serviços prestados.
3. COMPANHIAS DE DRAGÕES.
7
Tropas Pagas.
Assinale-se que, já na sua gênese, as Forças Públicas estruturavam-se como organização militar
e tinham uma dupla função:
Esse fato ocorreu em 1767, sendo considerado como o primeiro serviço de guerra em defesa do
Território Brasileiro, realizado por milícia paranaense.
8
Em verdade, as Tropas Pagas dos séculos XVII e VIII - as famosas Companhias de Dragões e os
Regimentos - são as raízes das atuais Polícias Militares de hoje, ou melhor, estas resultam da evolu-
ção, em linha direta, daquelas.
Missão:
Patrulhamento local, rondas, condução de presos e combate a desordens, sob as ordens do go-
vernador da Província.
Missão:
Convém esclarecer - já que sua origem militar esteve por tanto tempo relegada ao esquecimen-
to, ou causou dúvidas por puro desconhecimento, que o Alferes Joaquim José da Silva Xavier, o
“Tiradentes”, jamais pertenceu à Companhia dos Dragões. Estes pertenciam aos Reais Exércitos
Portugueses, destacados em MG a serviço do Governo da Capitania a partir de 1719, mas sem vín-
culo direto com a gente mineira.
(Institui o Dia das Polícias Civis e Militares, que será comemorado no dia 21 de Abril).
O Presidente da República,
Considerando que entre os grandes homens da história Pátria que mais se empenharam pela
manutenção da ordem interna, avulta a figura heróica do Alferes Joaquim José da Silva Xavier
(Tiradentes) o qual, anteriormente aos acontecimentos que foram base de nossa Independência,
prestara a Segurança Pública, quer na esfera militar, quer na vida civil patriótico serviços assinala-
dos em documentos do tempo e de indubitável autenticidade:
Decreta:
Art. Único – Fica instituído o Dia das polícias Civis e Militares que será comemorado todos
os anos a 21 de abril, data em que as referidas corporações em todo o país realizarão comemorações
cívicas que terão como patrono o grande vulto da Inconfidência Mineira.
1809 - criação da Divisão Militar da Guarda Real, atual PMRJ, tendo como finalidade prover
a segurança e tranqüilidade pública do RJ.
Período Imperial
A Carta de Lei de
10 de outubro de
1831 autorizou a
criação dos Corpos
Municipais, dando
origem a uma nova
força que foi deno-
minada de Corpos
de Guardas Munici-
pais Permanentes.
Finalidade:
O Território, em 1836, ainda era a 5ª Comarca da Província de São Paulo. Nesse tempo,
surgiu a necessidade de garantir e alargar as comunicações entre as Capitanias de São Paulo e de
São Pedro (RS).
No Paraná, foi criada uma Cia. de Guardas Municipais, que foi estacionada na Estrada da
Mata entre as duas Províncias, com destacamento em Palmas e Guarapuava.
Organização:
- Um Comandante, e
- 50 Praças.
Missão:
- 10 homens;
- 01 Capelão;
12
1844 – O efetivo do Corpo de Guardas Municipais, passou a ser empregado no serviço de poli-
ciamento, em qualquer ponta da Comarca.
Extinção:
A Companhia de Guardas Municipais Permanentes, foi extinta pela Lei Provincial n.º 3 de 17
de fevereiro de 1855, entretanto, o Destacamento de Palmas foi conservado, sendo por fim, extinto
pelo Ato n.º 56 de 07 de abril de 1855, do Presidente da Província do Paraná.
7. CORPOS POLICIAIS.
8. BRIGADAS POLICIAIS.
Em 1873, os Corpos Policiais foram transformados em Brigadas Policiais. Nesse tempo, a atu-
al PMPR, criada em 10 de agosto de 1854, denominava-se Companhia da Força Policial.
Período Republicano
9. FORÇAS PÚBLICAS.
Em 1891, as Brigadas Policiais passaram a denominar-se Forças Públicas. Nesse ano, a PMPR
passou a denominar-se Corpo Policial do Estado e em 1892, Regimento de Segurança do Paraná.
A PMPR, em 1918, passou a denominar-se Força Militar. Em 1932, Polícia Militar, em 1840,
Força Policial e em 1946, POLÍCIA MILITAR, até os nossos dias atuais.
Até 1853, o Paraná era a 5ª Comarca da Província de São Paulo. Vivia entregue ao abandono
e à inércia devido a grande distância que a separava metrópole paulista.
Defensores do Paraná
• Antônio Cândido da Cruz Machado, deputado mineiro que elaborou o projeto para o
desligamento da 5ª Comarca de São Paulo.
Movimento de Emancipação
• Paula Gomes – (Francisco de Paula e Silva Gomes), Paula Gomes, tropeiro famoso e há-
bil violinista, mandava imprimir folhetos e os distribuía por onde passava.
Muitas tentativas foram feitas, porém em 29 de agosto de 1853, o movimento separatista saiu-
se vitorioso, quando a Câmara de Deputados do Império, aprovou a Lei nº 704, assinada pelo Impe-
rador Dom Pedro II, criando a Província denominada de PARANÁ, desligando a então 5ª Comarca
da Província de São Paulo.
Curitiba em 1855
Foi seu decidido e ilustre colaborador nesta obra de reforma de costumes, o Sr. ANTONIO
MANOEL FERNANDES JUNIOR, nomeado Chefe de Polícia, por Carta Imperial de 20 de outu-
bro de 1.853, que por sua vez dividiu a Província em distritos, nomeando as respectivas autoridades
e criou a efêmera “GUARDA DE PEDESTRES”, para atender o policiamento de Curitiba, cujos
integrantes em número de nove, foram nomeados a partir de abril daquele ano.
As organizações policiais encarregadas da segurança não tinham força suficiente para implan-
tar a ordem e não podiam sofrear os impulsos criminosos dos bandos de foragidos que cometiam
assaltos e praticavam desordens desvairando a opinião pública.
Guarda Nacional – desorganizada e sem traquejo de armas, fornecia serviço de polícia e postal no in-
terior da Província.
Guarda Policial – pequena força de guarda policial, criada pelo Decreto n.º 7, de 25 de junho de
1834, por Resolução do Conselho Geral de São Paulo.
Exército Nacional – a Força de Primeira Linha do Exército também colaborava na manutenção da or-
dem pública.
Assim, a primeira lei que sancionou foi a de 28 de julho de 1854, que fixou a Vila de Curitiba
como capital da Província e, ainda nessa mesma legislatura, foram votados e sancionados mais de-
zenove projetos, entre eles a Lei n.º 7, de 10 de agosto de 1854, que autorizou a organização da
COMPANHIA DA FORÇA POLICIAL, a qual veio a ser, de fato e de direito, a primeira organi-
zação policial do Paraná:
Faço saber a todos os habitantes que a Assembléia Legislativa Provincial decretou e eu san-
cionei a lei seguinte:
Art. 1º - Fica o Governo autorizado a organizar uma Companhia de Força Policial com total
de sessenta e sete homens e soldo constante do Plano junto, assim como a depender o que for ne-
cessário para armamento, equipamento, expediente, luzes, aluguel de casas para quartéis da Com-
panhia e destacamentos.
constante do “Plano”, assim como a depender o que for necessário para armamento, equipamento,
expediente, luzes, aluguel de casas para quartéis da Companhia e destacamentos.
Plano
Quantos GRADUAÇÃO Vencimentos Vencimentos Vencimentos A-
Diários Mensais nuais
1 Capitão 60$000 730$000
1 Tenente 50$000 600$000
1 Alferes 40$000 480$000
1 1º Sargento 700 21$700 260$400
2 2º Sargento 640 39$630 476$160
1 Furriel 600 16$600 223$200
8 Cabos 560 38$880 1:666$560
2 Cornetas 560 34$700 416$640
50 Soldados 500 775$000 9:300$000
67 1:178$580 14:152$960
A organização da Cia. da Força Policial foi moldada no tipo militar, com instrução de caçado-
res. Subordinava-se diretamente ao Presidente da Província, única autoridade que a poderia empre-
gar na manutenção da ordem e no interesse da tranqüilidade pública, e que, tinha por dever atender
as requisições das autoridades policiais, para o fim de fazer efetivos as suas ordens. Sob a vigilância
dos policiais militares surgiram as primeiras fazendas; diante de sua proteção ergueram-se as pri-
meiras chaminés de nossas fábricas e se estenderam os trilhos das primeiras ferrovias rumo ao ser-
tão desconhecido; seus homens acompanharam os fundadores de numerosas cidades, assistindo o
seu crescimento e garantindo a segurança da população.
É frisante e sintomático o fato da Corporação ter conservado, sempre, o caráter militar, originá-
rio de sua criação. Não é correta a concepção de que se militarizou por influência da Revolução de
1964, como muitos apregoam.
Além de a sua criação ter sido alicerçada nas tradições seculares de “Assegurar a paz pública e
auxiliar a justiça”, competia-lhe, de acordo com a legislação vigente, a prisão de criminosos, o pa-
trulhamento e rondas nas cidades, vilas e freguesias, estradas, além de outras diligências.
Todos os destacamentos policiais do interior da província também ficaram a seu cargo, conso-
ante ao disposto no artigo 1º da Lei nº 7, de 10 de agosto de 1854, passando seus integrantes a reali-
zar, diuturnamente, o policiamento ostensivo e desempenhar, cumulativamente, atividades de polí-
cia judiciária.
E lá, naqueles longínquos lugares, onde a dinâmica vida moderna não levara ainda a estrada e o
conforto, já se achava o soldado de polícia. Muitas vezes, era o único representante do governo; era
o homem mais conhecido e respeitado do lugarejo; o representante da Lei e da Justiça; era a palavra
da ordem e da civilização que, embora de maneira tosca, se fazia entender.
Como vimos, desde aquela época, a Corporação tinha como exclusividade o exercício do poli-
ciamento ostensivo. Porém, hoje, como frutos de açodamentos, pretendem desviar essa missão
para outra organização que os policiais militares ajudaram a criar.
A Polícia se identificou pelo uniforme que usa. E exercia – como até hoje o faz, com mais efi-
ciência – a polícia preventiva em toda a sua plenitude, evitando, com a sua presença, a perpetração
do delito e guardando o emprego de medida repressiva para a última instância.
Como agentes da Lei, seus membros têm tombado no solo sem vida, numa demonstração ine-
quívoca que a missão policial-militar é árdua, complexa, dignificante e pode até mesmo custar o
sacrifício da própria vida.
Não se encontra no mapa do Estado um lugar onde não haja tombado, em holocausto ao dever,
o soldado de polícia, inscrevendo, a sangue vivo, a odisséia magnifica da dor e do sacrifício nessas
jornadas de todo o dia, obscura é verdade, mas de um profundo e belo sentido de defensor da vida e
dos bens da gente laboriosa, das cidades e dos sertões, constantemente ameaçados pelo flagelo do
banditismo.
O seu passado, cheio de tradições, está vinculado à própria história do Paraná. E esta ensina, e
confirma, que a Corporação sempre esteve presente e atuante nos momentos decisivos do nosso
Estado, em harmonia com as aspirações populares e as melhores recordações do povo paranaense.
18
Seu primeiro regulamento foi elaborado por uma comissão de oficiais do Exército e entrou
em vigor a partir do dia 05 de dezembro de 1854.
Citamos aqui alguns artigos desse regulamento, que julgamos de interesse histórico:
Art. 3º - O capitão comandante e os outros oficiais da Companhia serão de livre escolha e no-
meação do Presidente da Província, que igualmente os poderá demitir ou excluir do serviço, bem
como, as demais Praças, tendo para isso motivo justificado pela conveniência da boa marcha da
ordem e serviço da Companhia.
Art. 4º - Os oficiais inferiores serão nomeados, promovidos, demitidos ou rebaixados dos pos-
tos pelo comandante da Cia., dando de tudo, imediatamente, parte motivada ao presidente da Pro-
víncia.
Art. 5º - As praças de pré serão despedidas pelo comandante da Força, findo o tempo de alista-
mento, se assim o requererem ou continuarão a fazer parte dela, pelo tempo que de novo quiserem
alistar-se.
Art. 10º - O comandante satisfazerá a requisição das diferentes autoridades policiais e crimi-
nais, quando essas requisições limitarem a três ou quatro praças. Ao Chefe de Polícia satisfará a
requisição de qualquer número de praças dando logo parte ao presidente da Província, quando o
número delas exceder o terço da totalidade da Companhia.
Art. 20º - Todas as praças de pré pernoitarão no seu quartel, exceto, porém, as casadas e poucas
outras, as quais por sua conduta, poderá o comandante da Cia., sob a sua responsabilidade, consentir
que durmam em suas casas.
Art. 21º - O indivíduo que alistar-se na Companhia, prestará juramento aos Santos Evangelhos
de cumprir bem, pronta e fielmente as ordens superiores, concernente ao serviço, ser fiel ao governo
e ao sistema político adotado no Império.
O Art. 22º - trata do uniforme da Cia. e o 23º e seguintes, dos crimes, penas e processos.
O Art. 51º - dizia que o Comandante da Cia. podia, independente de processo, aplicar até 8 dias
de prisão com trabalho, dando parte ao presidente. Se a falta fosse em destacamento, o respectivo
comandante, sendo oficial, poderia aplicar 4 dias de prisão, comunicando ao comandante o delito,
podendo por o culpado em segurança.
No entanto, toda a vez que o castigo não excedesse de 2 meses de prisão com trabalho, o presi-
dente da Província poderia mandar aplicá-lo, conforme as circunstâncias do caso e provas que tives-
se do delito, com a diferença que, sendo até um mês, fá-lo-ia a seu arbítrio, e, sendo maior, em or-
dem motivada.
19
O Art. 52 - concluía expondo que “o arbítrio de que tratava o artigo anterior não compreendia a
faculdade de alguém aplicar o castigo da CHIBATA, que na Companhia era expressamente proibi-
do”.
3. Efetivo Inicial
Das 64 Praças: um 2º Sargento, dois Cabos e dez Soldados formariam uma Secção de Cava-
laria. Esta por sinal, só veio a ter uma pequena organização com um efetivo de 06 soldados e igual
número de cavalos em 1879. Mais tarde é denominado de Esquadrão de Cavalaria, atualmente, Re-
gimento de Polícia Montada, constituindo-se assim, organização PM mais antiga da Corporação
paranaense.
Nicolau José Lopes ingressou na Companhia da Força Policial, no dia 1º de outubro de 1854,
oriundo da extinta Guarda de Pedestres, tendo sido o primeiro cidadão provinciano a envergar a
farda de Policial-Militar.
Amâncio José da Luz, Francisco José Carvalho, Jacob Sttol, Francisco Luiz, Dioniso Lu-
iz, Joaquim Pereira de Souza, Júlio Pinto, Antônio Pedro, Joaquim Cândido, Manoel Gonçalves,
Leonardo José Marques, Manoel Rodrigues, João Taborda Ribas, Manoel Domingues, Antônio
Balbino, José Luiz Jesus, Américo Querino, Luiz Cândido Olegário Carvalho, Ricardo Pereira,
Bento Antônio Joaquim, Francisco Antônio de Oliveira, Francisco Geraldo da Conceição e José
Sebastião.
20
A fase organizacional foi árdua. Com um pouco mais de dois meses de existência, a milícia pa-
ranaense, contava com o efetivo de apenas dois oficiais e cinco praças.
No regulamento foi consignada expressamente a idéia de não poder ser indivíduo algum
constrangido a assentar praça na polícia.
Sobre a falta de indivíduos para preencher as vagas existentes o presidente Zacarias, em seu
Relatório de 1855, expunha, entre outras coisas que:
Os habitantes da província não tinham nenhuma inclinação ao serviço das armas e que era
provável que a confiança que inspirava o comandante da Cia., assim como oficiais e a cer-
teza da exclusão de castigos infames (era proibido o uso da chibata), fossem motivos para
que a Força Policial dentro de pouco tempo chegasse ao seu estado efetivo completo.
Além do pouco interesse dos paranaenses pela vida militar, outros fatos que, sem dúvida, im-
pedia o preenchimento do efetivo era o baixo soldo estipulado aos soldados – não condizente como
um bom chamariz para angariar voluntários, o presidente Zacarias fez ver essa situação e propôs
que fosse elevado a “dez tostões” diários o vencimento de cada soldado. (ver tabela na página 16).
Após algumas contestações, em vista dos pequenos recursos da província, o seu apelo foi aten-
dido e a Cia., logo ficou em condições de iniciar suas atividades; desempenhar cabal e fielmente as
missões que lhe foram confiadas.
Mas como era óbvia, com o emprego da tropa miliciana no policiamento, a outra organização
existente teriam que ser dissolvidas ou afastadas do serviço.
Ato nº 56, de 07 de abril de 1855 – considerando que nenhum serviço vinha prestando os
destacamentos dos Guardas Municipais Permanentes que o governo de São Paulo havia
estacionado nos campos de Palmas e na Estrada da Mata, revogou as ordens que autoriza-
vam a sua permanência naquelas regiões, deslocando para lá, homens da Cia. da Força
Policial do Paraná.
A conveniência dessa medida justifica-se não só pelo exame da estatística criminal de 1854,
onde figurou como autores ou provocadores dos principais crimes, soldados do Corpo da Guarnição
Fixa, como pelo estado satisfatório em que se acha atualmente a Cia. da Força Policial que, reunida
na Capital têm podido receber de sua digna comandante e distinta oficialidade, a subordinação e
instrução de que tanto carecia.
A Cia. da Força Policial, apesar de diminuta em número, tem prestado bons serviços à Po-
lícia da Província.
A Polícia Militar de hoje deixou as velhas lides militares que as situações da época exigiam.
Seus membros não renegam, mas glorificam os feitos bélicos de seus ancestrais e, a par da venera-
ção dos mortos queridos, lembram-se de que os tempos já são outros.
A partir de 1946, a Corporação entrou de fato na sua fase contemporânea. Com os termos da
Constituição Federal...
... Com a diversificação de idéias e a liberdade dos legisladores no estudo dos problemas do Es-
tado, com a evolução, ao lado do progresso, das questões de segurança, tornou-se uma organização
moderna e sedenta de aperfeiçoamento policial.
Obstáculos:
Efetivo da Companhia:
Inicialmente, a Cia., foi organizada com o ingresso dos remanescentes da Guarda de Pedestre
(abril de 1854) e da Guarda Policial (1834), que haviam sido extintas da Província do Paraná, pela
lei provincial.
Em janeiro de 1855, a Cia. contava com um efetivo de 36 homens e foi com esse que ela deu
início as suas atividades de mantenedora da ordem pública no Paraná.
23
Realizações:
- conseguiu uma enfermaria com 12 leitos anexa ao hospital do Corpo da Guarnição Fixa de
Curitiba e outra com 4 leitos no destacamento de Paranaguá.
- conseguiu o apoio do Dr. José Cândido da Silva Muricy, cirurgião do Exército (alferes).
- colaborou na confecção do 1º regulamento da Cia.
Em junho desse ano foi residir na Província de Minas Gerais, onde no mês de julho foi nomea-
do para exercer as funções de Ajudante-de-ordens do Presidente da Província de Minas Gerais, por
quatro anos e em 1870 era nomeado comandante da Polícia Militar de Minas Gerais.
Em 1882, era o encarregado do Depósito de Artigos Bélicos da Província de Minas Gerais. Fa-
leceu no dia 24 de março de 1883, quando ainda chefiava o Depósito de Artigos Bélicos. Tinha 74
anos de idade quando faleceu.
Realizações:
- conseguiu tornar sem efeito a lei nº 4, de 09 de abril de 1856, que autorizava a criação de
Companhias de Pedestres na Província.
- criou a Banda de Música da PMPR (Lei n.º 3, de 12 de março de 1857)
Depois de um ano e três meses no comando, foi exonerado no dia 14 de abril de 1857, retiran-
do-se para a Corte, indo servir na Província de Goiás e em 1865, foi nomeado no posto de Ten-Cel,
Comandante do Corpo de Guardas Nacionais da Província do Paraná.
Em junho de 1865, foi nomeado para servir nas forças em marcha e operações contra o Para-
guai. Em novembro desse ano foi reformado por sofrer de moléstia incurável que o tornou incapaz
de continuar no servi militar.
“... informo que o referido sgt se achava aqui destacado quando se insta-
lou esta província, sendo depois nomeado Tenente da Cia. da Força Poli-
cial e continuava ocupando este posto quando foi promovido a alferes do
Exército para a Província do Mato Grosso... não sei em virtude de que au-
torização foi ele empregado na Polícia por um de meus predecessores...”.
Na verdade a informação ao Ministério da Guerra já havia sido enviado anteriormente, mas fo-
ra parar na Província do PARÁ... Durante esse lapso de tempo, o 1º Sargento era promovido a alfe-
res do Exército, sendo designado para servir no Batalhão de Caçadores da Província do Mato Gros-
so.
Sobre o seu deslocamento para o Mato Grosso, o presidente Beaurepaire Rohan dirigiu ofício à
Tesouraria Provincial:
“O alferes levaria 162 dias para chegar ao seu destino, tendo em vista que
à distância entre Paranaguá e Mato Grosso era de 487 léguas (caminharia
três léguas por dia)”.
Era uma viagem no lombo de um animal, mas ele não iria fazê-la...
O padre Vicente Pires da Motta que havia assumido a presidência da Província do Paraná, e-
nérgico, insistiu junto ao Marques de Caxias que ele permanecesse nesta Província por ser um ofici-
al de sua inteira confiança.
Assim, pelo empenho do presidente Pires da Motta, o alferes Assumpção permaneceu na Pro-
víncia do Paraná e em 02 de abril de 1857, foi nomeado comandante da Companhia da Força Poli-
cial, comissionado no posto de Capitão.
- instalar a Cia. em dependência mais condigna, já que o quartel que ocupava era um “verdadei-
ro pardieiro”, sito no Largo da Ponte (atual Praça Zacarias).
“Curitiba não tinha prédios para tal fim, então o comandante cedeu um
barracão de tijolos de sua propriedade para alojar a tropa, onde ficou por
mais de 20 anos”.
O barracão onde a Cia. passou a utilizar era construído na esquina das Ruas Marechal Floriano
(antiga Rua do Ipiranga) e Rua Marechal Deodoro (antiga Rua do Comércio), onde está hoje o edi-
fício do banco do Estado do Rio Grande do Sul – Banrisul.
26
No dia 04 de julho de 1857, contratou o professor Bento Antônio de Menezes para organizar e
dirigir a Banda de Música, que se apresentou pela primeira vez no dia 7 de setembro de 1861.
Em 31 de março de 1873, foi graduado no posto de Major e em 13 de abril de 1878, foi promo-
vido ao posto de Tenente-Coronel.
O Ten-Cel Assumpção, foi o oficial que mais tempo permaneceu no comando da PMPR, fican-
do no cargo durante 24 anos consecutivos.
A falta de pessoal para os serviços, atraso no pagamento e a intromissão da autoridade civil nos
assuntos afetos à Corporação, levaram-no a protestar com veemência e, consequentemente, deixar o
comando da milícia paranaense, em fevereiro de 1881.
Nessa época a Companhia da Força Policial da Província do Paraná tinha apenas onze anos
de existência e contava com um efetivo de 71 homens.
Recrutamento
Esses foram os primeiros voluntários procedentes de Curitiba, porquanto os outros que vie-
ram fazer parte da Cia., só se alistaram a partir dos meses de fevereiro e março de 1865, como foi o
caso de mais 08 policiais-militares dos quais destacamos o nome do:
- soldado Vicente Nery Pereira, nascido em 1839, em Rancho Alto/MG, voluntário a partir
de 12 de abril de 1865.
28
No decorrer dos anos de 1868 a 1870, seguiram para a guerra, juntamente com pequenos
grupos isolados, mais 11 PM.
Assim, durante a Guerra do Paraguai, o número de voluntários oriundos das fileiras da Ci-
a., da Força Policial, totalizou 65 homens, sendo:
- oficiais.....................03
- Sargentos.................03
- Músicos...................04
- Corneteiros..............04
- Cabos e Soldados... 51
Total..........................65
No período da Guerra do Paraguai, a Companhia da Força Policial era comandada pelo ca-
pitão Manoel Eufrásio de Assumpção.
Mercê de longa e constante dedicação ao serviço, impôs-se a estima e conquistou, pela cor-
reção de sua atitude, a admiração e o respeito dos habitantes dos lugares onde serviu. Em 1865, o
Brasil entrou na guerra contra o Paraguai, o bravo soldado, correspondendo ao apelo patriótico,
apresentou-se como voluntário a 02 de abril daquele ano, para incorporar-se ao cargo de Voluntá-
rios da Pátria, organizado no Paraná. Durante os cinco anos da campanha, praticou serviços relevan-
tes e ações de bravura no campo de luta. Foi atacado de cólera marbus. Teve participação ativa e
brava em todas as grandes batalhas em que tomou parte sob as ordens de Osório, Caxias e Conde
d’Eu, entrando com as tropas vitoriosas em Assunção a 05 de janeiro de 1869. Como herói retornou
as fileiras da milícia paranaense em 17 de setembro de 1871, um ano após o término da guerra. Pela
brilhante façanha, a 10 de julho de 1875, recebeu a MEDALHA DA CAMPANHA GERAL DO
PARAGAUAI (mais alta condecoração do Império) criada pelo Imperador Dom Pedro II em 06 de
agosto de 1870, outorgada como recompensa pelos relevantes serviços prestados aos combatentes,
na Guerra do Paraguai.
30
O inesquecível miliciano não gozou desse benefício. Faleceu a 10 de maio de 1881, tendo o seu
funeral sido custeado pela própria Corporação que lhe tanto amou e a quem prestou incontestáveis e
reais serviços.
O Ten Fidêncio Lemos do Prado, levantou-a e a levou consigo. Seriam, talvez, 4 horas
da tarde.
Às 5 horas, encontraram três paraguaios: Romão Braga, Ocalino Banio e João Martins, que
faziam parte do piquete que acompanhara o ditador e tinham ficado refugiados nos arrebaldes da
cidade.
Estes ao serem inquiridos como foi que Solano Lopes obtivera aquela bandeira, os três a-
firmaram que quando haviam aprisionado o “Vapor Marquês de Olinda”, que levava a bordo o Cel.
32
Carneiro Campos, Governador da província de Mato Grosso, foram tiradas duas bandeiras do Va-
por.
Uma delas ficara no quartel de HUMAITÁ para servir de TAPETE, e a outra viera para o
palácio de Solano Lopes, na Capital, destinada a mesma serventia.
Seu desejo era que aquele Pavilhão lhe servisse de mortalha quando morresse. Um dia, in-
do ao Rio de Janeiro, assistir o Centenário, levara a bandeira para oferecê-la ao Conde d’Eu.
A CAUSA
33
Floriano chegara ao governo em momento crucial, o país estava entregue a inflação, a ati-
vidade econômica exigia créditos e o governo não tinha muitas alternativas, senão, continuar seu
programa de governo. No campo político, grande era as dificuldades. Floriano tinha adversários por
toda a parte. Focos de revoltas sucediam em várias partes do país, prisões arbitrárias aconteciam e a
imprensa atacava sem tréguas. Seu espírito então o fez enfrentar com mãos de ferro as rebeliões que
abalavam o governo.
A confusão no Rio Grande do Sul era intensa. Derrotado nas urnas, os partidários de Sil-
veira Martins resolveram então, conquistar o poder pela força e veio a guerra civil.
PICA-PAUS X MARAGATOS
Imigrando para a cidade de São José, no Uruguai, muitos participaram do Exército Liber-
tador liderado por Gumercindo Saraiva.
Os Maragatos usavam calças cheias de pregas e ajustadas nos joelhos, amavam o cavalo, a
tenda e a lança. Eram chamados também de federalistas ou revoltosos.
Cercada de montanhas, a pequena cidade parecia o local propício a não resistir mais de 48
horas de combates como calculava Gumercindo Saraiva. Sitiados os pica-paus somavam cerca de
900 homens mal adestrados. Na maioria civis voluntários e inferiorizados belicamente. Por outro
lado os Maragatos dispunham de um exército de mais de 3 mil homens bem preparados e colocados
em pontos estratégicos. A sorte estava lançada.
O CERCO
Na noite de 14 de janeiro de 1894, começa aquele que seria um dos maiores feitos cívico
militar do Brasil. O Cerco da Lapa.
Foi uma epopéia sem paralelos na história brasileira onde um punhado de homens na maio-
ria despreparados, enfrentando um exército de forças superior, mostraram aos seus inimigos toda a
sua coragem e bravura.
35
Lapa estava literalmente sitiada. Os tiros da artilharia pesada vinham de todos os lados e os
lugares mais visados, eram a praça, o cemitério e a casa que servia como hospital. Barricadas e trin-
cheiras eram construídas para fazer defesa às ações do inimigo. A cada dia de batalha, a pequena
cidade da Lapa se fragmentava a um amontoado de cadáveres e muitos feridos agonizavam a sua
própria sorte.
Na noite de 6 para 7 de fevereiro, os federalistas ocupavam as casas da Rua das Tropas e vin-
do pelos quintais chegaram até a Rua da Boa Vista. Pela manhã, nas janelas da casa de Francisco de
Paula, algumas dezenas de federalistas descarregavam seus fuzis sobre a Guarnição da trincheira da
Rua da Boa Vista, quase a queima roupa.
Entre eles, o Tenente José Amintas da Costa Barros, bravo comandante do Batalhão Floriano
Peixoto, ferindo o Coronel Cândido Dulcídio Pereira, ilustre comandante do Regimento de Segu-
rança do Paraná e o General Antônio Ernesto Gomes Carneiro, que na tentativa de salvar o Tenente
Henrique Santos, foi atingido por um projétil que lhe atravessou o estômago e o fígado.
Agonizando nos braços do amigo, o Dr. João Cândido Ferreira, lapeano que chefiava o corpo
médico da resistência, ainda encontrou forças para levantar o moral da tropa, enviando uma ordem:
O feito e a proeza dos bravos da Lapa trouxeram dias de luto, de dor e heroísmo, mistura-
dos com horas lentas de bravura e agonia. Momentos de esperança e desalentos.
As notícias da capitulação assinada no dia 11 de fevereiro de 1894, correu por todo o país
como um rastilho de pólvora e comoveram a todos. A resistência da Lapa constituiu-se como um
dos maiores feitos cívico militar na história do Brasil.
MOBILIZAÇÃO
DAS FORÇAS LEGAIS
DO PARANÁ
Quando Júlio de Castilhos assumiu o governo no Rio Grande do Sul com apoio do Mare-
chal Floriano Peixoto, as perseguições surgiram de todos os lados contra os federalistas, cujas idéias
era chegar até o Distrito Federal (Rio de Janeiro) e depor a República.
Incentivado pela revolta da Armada comandada pelo almirante Custódio José de Mello,
que também pretendia depor o Marechal Floriano e restaurar o regime constitucional, o Partido Fe-
deralista, contando com a ajuda de alguns caudilhos que chefiavam grupos irregulares, dentre os
quais destacamos Gumercindo Saraiva, Laurentino Pinto , Piragibe, Juca Tigre, Aparício Saraiva e
outros.
O governo federal tomou a decisão que o avanço dos federalistas deveria ser contido em
território paranaense, de modo que o governo federal pudesse se preparar convenientemente para a
defesa da República.
MOBILIZAÇÃO
DO REGIMENTO DE SEGURANÇA
DO PARANÁ
ÓRGÃO E F E T I V O
Oficiais Praças Observações
Estado Maior 06 - -
Estado Menor - 05 -
Esquadrão Cavalaria 03 65 68 cavalos
4 Cias de Infantaria 12 384 Efetivo global
TOTAL 21 454 -
DESENVOLVIMENTO
DAS
OPERAÇÕES
A Coluna Expedicionária do Paraná rumou para o campo de luta, seguindo pela Lapa e al-
cançando o Rio Negro. Depois, atravessou o Rio da Várzea. Em 11 de novembro de 1893, achava-
se em São Bento/SC, onde o general Argolo instalou um governo provisório, tomando posse do solo
onde pisava, em nome da República.
Então, chega à notícia de que os federalistas avançavam pela estrada da com cerca de três
mil homens. O general Argolo retrocede para guarnecer o Rio Negro, onde recebeu uma intimação
do general Piragibe, comandante do Exército Nacional Provisório (federalistas), para que se entre-
gasse com a sua coluna, dizendo que ela estava cercada por 1500 homens.
OS PRIMEIROS
COMBATES NO PARANÁ
No dia 19 de novembro, os federalistas tentaram tomar a passagem do Rio Negro, mas fo-
ram repelidos.
No Rio da Várzea encontraram a ponte destruída pelos revolucionários. A mesma foi re-
construída as pressas pelo engenheiro Hercílio Luz.
40
O capitão Rollemberg com seu piquete de cavalaria foi designado para permanecer na re-
taguarda para garantir o avanço da tropa. Novamente entra em ação com a tropa inimiga, conse-
guindo repeli-la, pondo-a em debandada. Sua tropa portou-se com heroísmo, calma e bravura.
COMBATE
NO
RIO DA VÁRZEA
Essa foi a primeira vitória das armas republicanas no solo paranaense e a bravura dos poli-
ciais-militares despertou a admiração de todos, sendo enaltecidos pelo coronel Carneiro.
O CERCO
Nos demais dias de janeiro, os federalistas bombardearam a cidade com seus canhões
krupp, de sol-a-sol, e à noite, com o intuito de levar ao cansaço as forças republicanas. A fadiga se
fazia sentir, algumas deserções na Guarda Nacional e nos Batalhões Patrióticos.
O ÚLTIMO COMBATE
No dia 7 de fevereiro de 1894, acontece o mais violento combate. Era madrugada, quando
se deu o primeiro estrondo. Foi o primeiro tiro, os canhões vomitaram seus projéteis pesados sobre
as trincheiras da defesa. Os tiros partiam do cemitério, do morro do monge e do alto da cruz.
Laurentino Pinto, Aparício Saraiva, Torquato Severo, Piragibe e outros comandavam o a-
taque dos maragatos. Avançavam pelos quintais das casas das Ruas das Tropas, Boa Vista e Alto da
Lapa. Era o ataque fulminante sobre as trincheiras da defesa.
O coronel Dulcídio foi atendo pelo Dr. João Cândido, depois conduzido a residência do co-
ronel Joaquim Lacerda. Antes de dar o último suspiro, dizia aos seus:
“É só tirar essa dor de minhas costas que eu não bato o rosquete.”
Mencionava também que, quando melhorasse iria para as trincheiras e que a canseira que
sentia era da cama, mas que havia de se levantar.
Às 10 horas do dia 8 de fevereiro de 1894, falecia o valoroso e destemido soldado, coman-
dante do Regimento de Segurança do Paraná. Nesse mesmo dia, o coronel Carneiro que fora ferido
quando tentava socorrer outro oficial, por uma bala que lhe atravessou o estômago e o fígado. Fale-
ceu no dia seguinte, quando amanhecia o dia.
O coronel Joaquim Lacerda assumiu o comando da defesa e o major Ignácio passou a lide-
rar o Regimento de Segurança do Paraná.
A CAPITULAÇÃO
Estando toda a tropa florianista cercada pelos três corpos de exército, cujas forças monta-
vam um efetivo superior a três mil homens, e considerando que:
- Não havia possibilidade dos sitiados tentarem qualquer retirada ou continuarem resistin-
do, por se lhes ter esgotado as munições, víveres e água;
- Não podiam tomar, por faltas de recursos, uma ofensiva;
- Estavam certos de que não poderiam contar com nenhum reforço;
43
- Cientes também que Paranaguá, Curitiba e outras cidades do Estado já estavam em poder
dos revoltosos, e que o governador e o general Pego Junior tinham se retirado precipita-
damente, o coronel Joaquim Lacerda reuniu os seus oficiais e com eles decidiu que seria
aceita a capitulação. A Ata de Capitulação foi assinada no 11 de fevereiro de 1894.
AS DEGOLAS
Como Fiscal do Regimento, foi nomeado o ex-alferes do Exército, Pedro Nolasco Alves
Ferreira, comissionado no posto de major.
O coronel José Luiz de Souza Pires, ao assumir o comando concitou energicamente que os
oficiais e praças do Regimento de Segurança deveriam aderir a revolução contra Marechal Floriano.
Os que se recusassem ou desertassem seriam fuzilados ou degolados.
44
O major Nolasco, que havia alegado doença foi demitido da função em 3 de abril, assu-
mindo em seu lugar o cidadão Manoel Pereira de Almeida, ex-tenente da PM.
Com a reorganização do Regimento, este foi transferido para um prédio localizado à Rua
Iguaçu, de propriedade de Júlio Gineste.
RETOMADA DO PODER
No mês de março de 1894, o governo central ordena o seguimento de tropa para operações
de guerra na fronteira do Paraná. Gumercindo Saraiva, amedrontado, recua. Sua única chance foi
voltar para o Rio Grande do Sul. Muitos federalistas se refugiaram no Uruguai e Argentina.
No dia 1º de maio de 1894, o 2º Batalhão, vindo de São Paulo chegava a Curitiba pondo
em fuga os rebeldes revolucionários que aqui ainda se encontravam. Incorporados a esse Batalhão,
vieram muitos policiais-militares do Regimento de Segurança do Paraná.
O major revolucionário Pedro Nolasco Alves Ferreira, então Fiscal do Regimento, também
foi preso e fuzilado sumariamente em Paranaguá, sob acusação de ter fornecido informações confi-
denciais e se apoderado de dinheiro.
O médico do Regimento, Dr. Gastão de Aragão de Mello, também foi fuzilado em Santa
Catarina.
O Regimento de Segurança do Paraná foi reorganizado. O major Ignácio Gomes da Costa,
promovido ao posto de coronel, passou a ser o seu comandante.
Mensagem
Na Segunda década do século XX, o Planalto de Santa Catarina foi palco da epopéia do
Contestado, considerada um dos maiores eventos já promovidos pelos oprimidos e marginalizados
do mundo.
O Contestado
Características do conflito
Essa atividade afastava a possibilidade de um acordo entre o Paraná e Santa Catarina, pois
ambos queriam ficar com a posse da região, onde se esperava um grande desenvolvimento.
Fanatismo
Também conhecido como “monge”, distinguia-se, contudo do seu antecessor por várias ca-
racterísticas, inclusive pela frouxidão de costumes.
José Maria tornara-se o novo messias, ao contrário do andarilho que procedera, inaugura
no Planalto catarinense o messianismo instalado no “quadro santo”, um acampamento de fanáticos,
misto de convento e de hospital. José Maria é o chefe místico que aglutina revoltosos armados.
A Luta no Paraná.
José Maria afirmava que nada tinha contra o governo do Paraná e que apenas fugia com
sua gente da perseguição do “coronel” Albuquerque. Rejeitou, entretanto, uma intimação que lhe foi
dirigida em 20 de outubro de 1912 pelo comandante do Regimento de Segurança do Paraná, coronel
João Gualberto, para que viesse ao acampamento da força estadual “explicar o motivo da reunião de
gente armada em torno de sua pessoa”, porém José Maria não reconheceu o valor do bilhete, porque
estava “escrito a lápis”.
Combate do Irani
Ao chegar nesta localidade, na manhã de 22 de outubro foi a pequena coluna atacada por
um elevado grupo de fanáticos, cercando-á, obrigaram seus componentes a uma reação heróica, na
qual valentemente tombaram o comandante e alguns de seus comandados, ficando outros feridos,
entre eles destacando-se o bravo Sarmento, que então tinha o posto de Alferes.
José Maria foi morto em combate pelo 2º Sargento Joaquim Virgílio da Rosa. Os jagun-
ços, superiores em número e usando facões, foices, machados e armas de fogo, repeliram a tropa
paranaense.
O coronel João Gualberto, “com os punhos cortados por vários golpes de facão, viu-se ro-
deado por um grupo de uma dúzia que discutiam se o matavam ou não. Surgiu então o assassino
José Fabrício das Neves que tomou a iniciativa, dando-lhe o golpe de misericórdia, produzindo
profundo ferimento frontal, provocando um movimento, instintivo do moribundo levantar os dois
braços para defender a cabeça escarnecida e descoberta. Seu corpo ficou irreconhecível”.
Cidade Santa
Após o combate do Irani, o grupo dispersou-se. Surgiu então a crença de que José Maria
não morrera, mas reapareceria numa “cidade santa”. Também os fanáticos mortos em combate
ressuscitariam. Criou-se mais uma entidade mitológica, o “exército encantado” ou “exército de
São Sebastião”.
50
Os caboclos, com a esperança sobrenatural num reino de paz, prosperidade e justiça, de-
fendiam a sua “monarquia”, termo que para eles tinhas significado diferente do usual, numa con-
cepção mais mística que política. Na República, os fanáticos viam apenas o regime em cujas leis se
apoiavam os “coronéis” e as companhias estrangeiras para lhes tomarem as terras. Praticavam entre
si um igualitarismo comunitário, onde tudo era dado e, se alguém vendia, era morto.
No dia 8 de março de 1914, ataque ao reduto de Caraguatá. Uma epidemia de tifo obrigou
os rebeldes a se retirarem e formar outros redutos; no vale do Timbó e na Serra do Tamanduá, ainda
em Santa Catarina.
Em agosto de 1914, um dos chefes dos “pelados” Manuel Alves de Assunção Rocha, lan-
çou um manifesto, no qual se proclamava “imperador constitucional da monarquia sul-
brasileira”.
O Ciclo do Banditismo.
Adeodato Alemaozinho
Em ataque a uma serraria da Lumber (Southern Brazil Lumber and Colonization Co., subsi-
diária da Brazil Railway), em 6 de setembro de 1915, empenham-se em combate com uma tropa do
16º batalhão de infantaria, 60 homens, vinda de Vila Timbó sob o comando do capitão João Teixeira
de Matos Costa, promovido a major post-mortem.
Cap.Matos Costa
52
Com a continuação das investidas dos sertanejos, novos redutos se formavam como pontos
de concentração e recrutamento: Piedade, Timbozinho, Taquarizal e Santa Maria, este último o
maior e bem mais defendido. No auge do movimento, os rebeldes ocupavam um território de cerca
de 28 mil quilômetros quadrados. Alonso chegou a tomar Papanduva e o “alemãozinho” ocupou
Itaiópolis e ameaçou Rio Negro. Nessa fase, eram respeitados os bens dos que aderiam ou simpati-
zavam com a causa; as propriedades dos que recusavam a aderir, pelo contrário, eram pilhadas e
incendiadas.
A tática adotada pelo general Setembrino foi de encerrar os fanáticos num quadrado, norte,
sul, leste e oeste, cercando a área que ocupavam.
O reduto tinhas um novo chefe, Adeodato, este, por sua vez, livrou-se de Aleixo que era
seu sócio, matando-o.
Últimos Redutos
O Acordo
A campanha do Contestado custou aos cofres públicos a quantia de 3 mil contos de réis,
quantia elevadíssima para a época. Encerrada a luta armada, o Presidente da República Venceslau
Brás, juntamente com os governadores de Santa Catarina e Paraná, Srs. Felipe Schmidt e Afonso
Camargo, em 20 de outubro de 1916, assinaram o acordo de limites, pondo um fim ao litígio territo-
rial.
Comando e Estado-Maior
Comandante - Major Benjamim Augusto Lage
55
2° Companhia
Comandante - Capitão José Agostinho da Silva
Subcmt - Tenente Floriano Barcellos Bica
Subalterno - Alferes Luiz Napoleão de Britto Abreu
3° Companhia
Comandante - Capitão Heitor de Alencar Guimarães
Major Benjamin Augusto Lage Subcmt - Tenente João Busse
Subalterno - Alferes Deocleciano Gomes de Miranda
Como fato curioso, destacamos que nessa área surgiram vários comentários contra as For-
ças de Primeira Linha, inclusive um anspeçada do Regimento de Segurança fez apreciações desairo-
sas sobre as operações do Exército no Contestado, declarando, perante um grupo de sargentos, que a
tropa federal havia sido abatida e que a mesma sorte estava reservada ao Batalhão Tático. Essas
declarações lhe valeram cinco dias de xadrez, a pão e água, e o rebaixamento definitivo da gra-
duação que ocupava.
4 – Revoluções:
Revolução de 1924
58
Bateu-se em Porto Feliz, Botucatú e Santo Anastácio, desempenhando com bravura todas
as missões que lhe foram atribuídas de modo a merecer vários elogios do General AZEVEDO DA
COSTA, comandante das forças em operações contra os rebeldes e das autoridades estaduais daque-
le Estado.
Mudando-se o teatro de operações, para o interior deste Estado, para ali foi encaminhado o
1º Batalhão que passou a fazer parte das forças comandadas pelo General CÂNDIDO MARIANO
DA SILVA RONDON, marchando para GUARAPUAVA, LARANJEIRAS, UNIÃO e CATAN-
DUVAS. Combateu em BELARMINO, FORMIGUINHAS, COLÔNIA PARAGUAIA e CA-
TANDUVAS, perdendo vários de seus componentes, mortos e feridos, entre eles o 2º Tenente JO-
AQUIM TABORDA RIBAS.
59
Guarapuava Guaíra
Revolução de 1930
A situação que reinava no país inteiro era de intranqüilidade, esperando-se a qualquer mo-
mento um movimento revolucionário. Podia ser no norte, em Minas Gerais ou no Rio Grande do
Sul.
60
Os ânimos estavam exaltados e sentia-se algo de inquietante, a nossa Força Policial manti-
nha-se dentro da mais sólida disciplina, fiel ao governo, obedecendo às leis emanadas pelo Poder
Público, esperando confiante que a situação melindrosa se resolvesse de forma satisfatória, com a
substituição da mais alta autoridade do País no dia 15 de novembro de 1930.
Diante de tão delicada situação, o Comandante resolveu deixar o cargo, e passou o coman-
do ao seu substituto imediato, retirando-se para a sua residência. A Força Policial, que até então se
achava fiel e pronta para defender as autoridades constituídas de nosso Estado, não vacilou diante
da situação imprevista, procurando seu Comandante, entrar em entendimento com as altas autorida-
des do Exército, do qual resolveu aderir o movimento revolucionário.
Em vista o alto conceito que gozava a nossa Força, mercê das nobres tradições de seu pas-
sado impoluto, foi recebida de braços abertos pelas tropas federais a sua adesão, leal e franca ao
movimento revolucionário.
Daí por diante os seus elementos se empenharam com amor e dedicação à nova causa, de-
sempenhando missões arriscadas e de responsabilidades, que lhe foram confiadas no decorrer da
luta em todas frentes.
61
Cmt da tropa
A nossa Força Policial, pôs ainda, a disposição de elementos civis, fardamento, munições
de que dispunha a fim de que os mesmos pudessem eficazmente se incorporar a fim de poderem ser
útil ao movimento. A Força empenhou-se em todas as frentes de combate, com entusiasmo e bravu-
ra, fazendo parte sempre da vanguarda, desde Sengés, Morungava e Capela do Ribeira, após a
rendição das tropas governistas a 24 do mesmo mês, regressaram para o sul 12.000 homens das
Forças Revolucionárias porém a nossa Corporação continuou como Força de vanguarda. Seguiu
62
para o Estado de São Paulo e depois para o Rio de Janeiro, por ser considerada de confiança, tendo
por este alto conceito, sido incorporado quando em São Paulo, ao 13º R/I de Ponta Grossa, como 3º
Batalhão, conservando-se nesta categoria, até o seu regresso do Rio de Janeiro, em 15 de novembro.
Nos seus peitos abrasados levavam a ordem de reconhecer a todo transe Itararé e a ocupar
a posição se possível, era escura à noite, mas os caminhos da honra conduzidos pela claridade dos
soldados guiados pela mais pura e mais luminosa das consciências. No dia seguinte às 08 horas,
chegava a ligação da Cavalaria, trazendo a notícia para ela tão honrosa, da ocupação de Sengés.
Este estupendo feito das armas representava uma excursão de trinta quilômetros adentro pela estra-
da de rodagem em terreno que só se podia encontrar inimigos. Sendo de notar que para a gloriosa
Cavalaria, era completamente desconhecido o terreno que pisava. (Sublime Exemplo. Marcha Heróica do
Livro de Silva Duarte).
Revolução de 1932
63
Esta Corporação destacou-se extraordinariamente nas missões pesadíssimas que lhe foram
confiadas no decorrer da luta recebendo das autoridades e governos federais e estaduais os mais
estrondosos elogios pela conduta que demonstrou, com admiráveis provas de disciplinas e lealdade
registrando neste acervo vários Oficiais feridos e algumas Praças mortas e feridas em combates em
que tomou parte.
O surto comunista que irrompeu nos últimos dias de novembro de 1935, em Natal e no Re-
cife, com as ramificações no Rio de Janeiro e outros Estados da Federação, foi sufocado graças à
pronta e enérgica ação do governo.
NATAL esteve em poder dos sectários russos, mas a pequena Força Pública Norte-
Riograndense, soube pagar com seu sangue a sua noção do sentimento do dever, e 50 homens, sitia-
dos dentro de seu quartel, provaram ao mundo e ao Brasil, o valor do soldado brasileiro. E caídos
estes, exangues de fadiga e já sem munição, o povo potiguar não esmoreceu e do centro do Estado
400 sertanejos, marchando sobre a cidade, cobriram de glória a fama nordestina, desbaratando os
criminosos.
64
Nas ruas de Recife, a tropa do Exército e da Brigada Militar do Estado, portaram-se com
heroísmo, combateram com denodo e asseguraram a vitória do governo, ou melhor, a vitória do
Brasil, que foi pronta e decisiva, fazendo imperar a ordem.
Aqui no Paraná, o Exército e a Polícia Militar coesos e prontos não consentiram sequer ti-
vesse a bandeira vermelha de Moscou a honra de se mostrar ao povo.
Graças a sua inquebrantável linha de energia, que é o apanágio da Polícia Militar, sempre
ciosa de sua alta missão de mantenedora da ordem e das instituições, ao lado do Exército, ao pri-
meiro grito de desordem, conseguiram fazer os masorqueiros e o crime hediondo, com que os ini-
migos da Pátria pretendiam ferir o coração do povo brasileiro, foi abatido e sufocado aqui no Paraná
logo no início, não tendo, por isso maiores conseqüências.
Recebeu a Corporação, pela sua maneira corretamente patriótica em sua definição, colo-
cando-se ao lado do Exército Nacional, na defesa dos nossos postulados cristãos e democráticos, as
mais sinceras felicitações das autoridades estaduais e federais.
Em março de 1965, a Polícia Militar destacava-se outra vez na repreensão contra os com-
ponentes do famigerado “Grupo dos Onze”, que tentava subverter o Sudoeste paranaense.
Nessa operação participou de maneira digna o então Subtenente PM Ricardo José Couti-
nho, denunciando às autoridades militares o bando de comunistas chefiados pelo ex-Cel Jefferson
Carlin Alencar Osório.
A carreira policial-militar do então sargento Sarmento, foi brilhante, com rápida ascensão
aos postos mais elevados.
Promoções:
1908 – alferes
1913 – Tenente (ato de bravura – Combate do Irani – ferimento)
1916 – 1º Tenente
1921 – Capitão (merecimento)
1925 – Major (ato de bravura)
1925 – Ten-Cel (relevantes serviços)
1926 – Coronel
Comandos
O coronel Sarmento foi instrutor de tiro, Comissário, Delegado de polícia e comandou di-
versas Unidades da Corporação. Foi Tesoureiro Geral do Conselho Econômico, Inspetor da Banda
de Música, Ajudante da Força Policial, Fiscal Administrativo do 1º Batalhão, Inspetor Geral da
Guarda Civil e Assistente Geral da Força, cargo equivalente hoje, ao Chefe do Estado-Maior da
PMPR.
Condecorações
LHA DE SERVIÇOS MILITARES, por ter tomado parte na Campanha do Contestado, outorgada
por decreto governamental em dezembro de 1915”.
Reforma e Falecimento
Reformado em 1926, o coronel Sarmento voltou à ativa em 1929 e no ano seguinte, 1930 o
Decreto de reversão às fileiras foi anulado, tendo sido definitivamente reformado no posto de coro-
nel. Quatro anos depois, no dia 21 de abril de 1934, data consagrada ao Patrono das polícias Milita-
res do Brasil, falecia o futuro Patrono da PMPR.
O Batismo de Fogo O coronel Sarmento, não somente participou da história, mas foi
parte integrante dela. E ele entrou para a história justamente na
sua primeira missão em campo de batalha, em 1912, na Campa-
nha do Contestado. O litígio envolveu o Paraná e Santa Catari-
na, por questões de fronteira. Após a decisão do Supremo Tri-
bunal Federal em favor do vizinho Estado, também, um bando
de jagunços chefiados pelo falso monge José Maria, levantou-se
em armas, sendo expulso daquele Estado e refugiando-se na ci-
dade de Palmas, onde era conhecido.
Instalados no lugarejo conhecido por Faxinal do Irani, considerado na época como uma fortale-
za natural de difícil acesso para qualquer incursão militar, os jagunços chefiados pelo falso monge
passaram a assaltar vilas, fazendas e povoados na região de Palmas. Por ordem do governo do Esta-
do do Paraná, o Regimento de Segurança foi mobilizado e a tropa partiu no dia 13 de outubro de
1912, sob o comando do coronel João Gualberto. O alferes Sarmento tinha sob sua responsabilidade
uma Seção de Cavalaria.
Na manhã do dia 22 de outubro a tropa travou combate com as tropas do falso monge, mas
os sessenta e quatro milicianos foram encurralados pelos 400 homens de José Maria, tendo que op-
tar por uma luta encarniçada para sobreviver, partindo no final para uma luta corpo-a-corpo. Foi
nesse cenário que o alferes Sarmento teve seu batismo de fogo.
68
A certa altura do combate, notando que o comandante João Gualberto estava na iminência
de sucumbir. O alferes Sarmento transformou sua espada numa espécie de clava para abrir caminho
por entre os jagunços e salvar o seu comandante. Nessa tentativa recebeu um profundo ferimento
de facão na face, na altura do olho direito. Apesar de gravemente ferido, Sarmento ainda reuniu
forças para incentivar seus companheiros a continuar a luta, caindo posteriormente desfalecido. Não
conseguiu salvar o comandante, mas cumpriu deu dever e teve essa satisfação ao saber da morte do
falso monge por um certeiro tiro de revólver desferido pelo 2º Sargento Joaquim Virgílio da rosa. O
alferes Sarmento foi tido como baixa no “Combate do Irani”, mas sobreviveu devido à assistência
que recebera de uma velha sertaneja e no dia 03 de novembro de 1912, retornou ao acampamento de
Palmas.
A Revolução de 1924
Combateu em Porto Feliz, Botucatá e Santo Anastácio, desempenhando com bravura todas
as missões que lhe foram atribuídas de modo a merecer vários elogios do General Azevedo Costa,
comandante das forças em operação contra os rebeldes e das autoridades. Combateu também em
Belarmino, Formiguinhas, Colônia Paraguaia e Catanduvas.
Para exaltar esse miliciano, cuja força espiritual inspira nobres propósitos e ações; para que
o conhecimento de sua comprovada bravura e abnegação mais se amplie e, assim, fecunde esperan
ças novas; para que, enfim as gerações de hoje e as que virão amanhã encontrem este que pela sua
vida tornou-se exemplo para outras vidas, o governador atendeu a sugestão apresentada pelo co-
mandante-Geral da PMPR, Antônio Michalizen – e assinou o Decreto instituindo o coronel Sarmen-
to como Patrono da PMPR:
“O governador do Estado do Paraná, usando de atribuições que lhe confere o Artigo 49, i-
tem XVI da Constituição Estadual”,
DECRETA:
Art. 1º - Fica declarado Patrono da Polícia Militar do Estado do Paraná, o coronel Joaquim
Antônio de Moraes Sarmento.
Desde a sua criação, em 10 de agosto de 1854, a Polícia Militar do Paraná, até os nossos
dias, já passou por nove quartéis, até se estabelecer em definitivo, no Quartel do Comando Geral,
localizado à Rua Marechal Floriano Peixoto, 1401, em CURITIBA, PR.
Poderia ter sido a própria residência do primeiro comandante, o primeiro quartel da Com-
panhia a Força Policial?
71
“O Capitão comandante da Cia., convida a todas as pessoas que quiserem engajar vo-
luntariamente para o serviço da Cia. hajão de comparecer na casa de sua residência
Rua Direita n. º 08 (atual 13 de Maio), a fim de proceder-se ao respectivo contac-
to”.(mantido a grafia da época)
Em 1860, o governo provincial adquiriu a referida casa “por três contos e quinhentos
mil réis”, a fim de transformá-la, provisoriamente, em mercado municipal, já que este vinha fun-
cionando precariamente no pátio da própria Igreja Matriz da cidade, hoje Catedral Metropolita-
na de Curitiba.
Nesse ano, CURITIBA era uma povoação pequena e insignificante. Como diziam os cro-
nistas da época “não passava de uma pugilo de casas, mal alinhadas, separadas uma das outras
por cercas de tábua e extensos muros de pedra e taipa”. As residências eram num total de 308,
estando 52 em construção. Três sobrados somente dominavam a casaria térrea da cidade.
2º Quartel da PMPR (Rua do Comércio/ Rua Ipiranga – atual Marechal Floriano com
Deodoro)
9º Quartel da PMPR
Apesar do grande esforço que fizeram para concretizar esse ideal, somente no ano seguinte
o Governador do Estado, Dr. Francisco Xavier Da Silva, doou um velho prédio que servisse de
Quartel, cuja mudança realizou-se no dia 01 de fevereiro de 1896.
75
O edifício, localizado no mesmo terreno, à rua Marechal Floriano Peixoto, 1401, onde hoje
se ergue o Quartel do Comando Geral, da PMPR, sofreu contínuas modificações e reformas em
sua estrutura, até chegar ao atual prédio de nossos dias.
AVIÃO “SARGENTO”
A idéia teve a melhor receptividade entre o povo e na imprensa e cresceu com excepcional
acolhida e entusiasmo dos Sargentos da Corporação.
77
Blasi,
Não estando ainda os Sargentos habilitados para pilotá-lo, foi contratado o piloto civil LU-
IZ BERMANN.
Assim, a aeronave “pioneira” no Paraná, voou pela primeira vez, no dia 17 de fevereiro
de 1918, no prado do GUABIROTUBA que, neste dia, estava superlotado pelos curitibanos, sem
faltar às autoridades civis e militares.
78
Foi ali que ele foi também batizado com o nome de “SARGENTO”, pela primeira dama
do Paraná - esposa do Presidente do Estado, como uma justa homenagem aos inferiores “que leva-
ram adiante a idéia aventada de aquisição da possante arma de guerra”, como comentavam os
jornais da época.
“Ë com a mais grata satisfação que dirijo aos inferiores os meus mais entu-
siásticos aplausos e os meus melhores agradecimentos pelo grandioso em-
preendimento que vem a realizar, concorrendo com o seu esforço e com a sua
dedicação, própria do patriotismo brasileiro, para o engrandecimento do Es-
tado, para o desenvolvimento da aviação no Brasil e, portanto para a defesa
Nacional pela nova arma de guerra”.
No entanto, com a criação da Escola Paranaense de Aviação, cujo fim principal era o de
ministrar o ensino da aviação militar e na qual foram matriculados, de preferência, Oficiais e Sar-
79
gentos da Polícia Militar, o Cmt Geral resolveu ceder à Escola o aeroplano “SARGENTO”, a fim
de que pudesse iniciar suas atividades.
Ao fazer essa cessão, disse o Cmt-Geral: “Esta cessão não é senão um complemento dos
patrióticos intuitos dos dignos inferiores do meu comando, que angariando o aeroplano para a
Força Militar, visou a aprendizagem de seus camaradas que irão em breve tempo prestar eficaz
concurso ao glorioso Exército Nacional, de quem somos auxiliar imediatos”.
Como poeta ele foi um sonhador. Como militar foi um herói. A aviação - sonho de Júlio
Verne concretizado por Santos Dumont - estava naquela época (1920-1921) ensaiando os primei-
ros passos e bolindo com o cérebro de muitos jovens entusiastas e corajosos.
Voar fora o sonho de Ícaro. Voar era agora o sonho de quase todo mundo.
João Busse não poderia ficar indiferente. Coragem ele a possuía de sobra. Arrojo, já o
havia demonstrado em várias campanhas. Força de vontade...Ha! Quem não teria vontade de vo-
ar?...Voar como pássaro...Dominar o céu e a terra...Elevar-se sobre as demais criaturas num apare-
lho construído pelo homem e, lá do alto apreciar a terra, desafiando os poderes físicos da lei da
gravidade?...
O tempo passado em estudos e experiências no vizinho Estado foi aproveitado em seus mí-
nimos instantes. Fruto devido unicamente ao seu esforço foi o êxito alcançado em seus exames
finais. Contudo não se contentou o Cap Busse com o BREVET de aviador. Quis mostrar ao povo
de sua terra que não fora em vão o seu esforço.
Desejava voltar a Curitiba, pilotando um avião e sobrevoar a cidade, para que todos pudes-
sem admirar o pássaro gigantesco controlado pelo homem.
O Cap Busse, após conquistar o BREVET de aviador, queria regressar pilotando ele pró-
prio um avião, desbravando os ares de São Paulo até Curitiba, a fim de evitar que essa honra, vies-
se futuramente a cair em outro que não um filho da terra dos pinheirais.
Constituiria essa excursão aérea uma homenagem aos dois Estado vizinhos. No entanto,
em virtude de ser o raio de ação de seu aparelho relativamente pequena, a travessia deveria ser e-
xecutada em três etapas: Itapetininga - Itararé - Curitiba.
81
Às nove horas e cinqüenta minutos, portanto, apenas decorridos do início da jornada quin-
ze minutos, à altura de Idaiatuba, a dois mil e duzentos metros de altitude, o motor começou a fa-
lhar, obrigando-o a uma aterrissagem forçada perto da cidade, depois de planar cerca de cinco mi-
nutos em demanda a um campo antecipadamente escolhido, na emergência. Reparado o motor,
alçou vôo, no dia seguinte, até Itapetininga, etapa prevista. Reiniciada a viagem alcançou Bury,
tendo já vencido 100 quilômetros. Descontrolou-se novamente o motor, devido um defeito na dis-
tribuição de óleo. Executou o pouso, glissando, tendo o aparelho, ao aterrar, ido de encontro a um
cupim.
O Presidente do Estado do Paraná tomou várias providências no sentido de ser prestado as-
sistência ao aviador que deveria ser transportado para Curitiba.
Às 9 horas e meia do dia 31 de maio de 1921, expirava o valoroso aeronauta, dando-se por
terminado o raid Campinas-Curitiba, iniciado com tanto sucesso.
O país inteiro cobriu-se de luto. A imprensa de todo o território pátrio, condoía pelo triste
desfecho da raid, publicava seguidos telegramas e noticiários do infausto acontecimento.
O seu enterramento no cemitério Municipal de nossa cidade (Curitiba), foi uma verdadeira
consagração. Para mais de quatro mil pessoas.
82
Ingressou no Exército como soldado. Sendo, 1877, reconhecido como soldado nobre, isto
é, CADETE, por ser filho de oficial de patente.
Depois de estudar em Belém do Pará, foi para o Rio de Janeiro como aluno da Escola Mili-
tar da Praia Vermelha, dali foi para Porto Alegre/RS. Em 1887, retornou à Corte no posto de Alfe-
res da arma de Cavalaria.
Comandante da PMPR
Em dezembro de 1891, a corporação passava por uma situação precária, presa aos moldes
de ação antiquados e já superada e, por conseguinte, ineficientes.
Com o apoio do Major Fiscal João Fernandes, o Coronel Dulcídio reestruturou a Policia
Militar, dando-lhe o nome de Regimento de Segurança do Paraná, através da lei do dia 5 de julho
de 1892:
A Policia Militar do Estado do Paraná foi impresso novas normas de ação, o regulamento
foi modificado, aparelhando-a de acordo com as exigências prementes da evolução e do progresso
do Estado e deu-lhe real significação de órgão permanente destinado a manter a ordem pública,
dando a paz e tranqüilidade dos cidadãos e garantindo a plena execução das leis, com organização
militar.
Revolução Federalista
Devido à situação em que se encontra o país, tendo em vista a iminência da Revolução que
organizava no Rio Grande do Sul, o Regimento de Segurança do Paraná, entrou em rigoroso regime
de prontidão. Assim que começou a revolta o Paraná mobilizou as suas Forças policiais e organizou
tropas civis para auxiliar na defesa das instituições do país.
O Dr. Vicente Machado criou um Batalhão Patriótico “23 de novembro”, composto por pa-
triotas e funcionários públicos estaduais. No dia 29 de setembro de 1853, o Batalhão Patriótico foi
aquartelada do junto ao Regimento de Segurança. Juntos, passaram a constituir uma “Brigada Pro-
visória”, sob o comando do Coronel Dulcídio.
No dia 23 de outubro essa brigada foi colocada a disposição do governo federal, passando
a fazer parte da Coluna Expedicionária do General Argolo, que, no dia 30 desse mês marchou com
destino a Santa Catarina, a fim de conter a marcha dos federalistas.
84
Passaram pelo Rio Negro, Rio Preto e chegaram a São Bento em território catarinense.
Juca Tigre avançava pela Estrada da Mata em direção ao Rio Negro. Isso colocava em sé-
rio perigo a coluna que para não ficar entre dois fogos retorna em direção a linha de Rio Negro.
A situação piorava tendo em vista que a tropa federalista era composta por 3 mil homens,
enquanto que a Coluna Expedicionária tentava conter o avanço com 400 homens.
Daí, a coluna retirou-se para a cidade da lapa e aí fixou o ponto de resistência, enquanto
aguardava reforços que chegavam a tempo.
O General Argolo foi substituído pelo Coronel Antônio Ernesto Gomes Carneiro, que ao
assumir o comando, mesmo diante das dificuldades, ordena a resistência a todo custo.
Raia o ano de 1894 e o cerco da Lapa se fecha cada vez mais. Avanços e recuos. Atos de
bravura sem contrapropostas de rendição são enviadas ao Coronel Carneiro, mas continua resistin-
do.
07 de fevereiro de 1894.
Foi o dia do grande ataque. O Coronel Carneiro recebera notícias através do Coronel Dul-
cídio de que a qualquer momento aconteceria o mais resoluto ataque por parte do inimigo com a
intenção de quebrar a resistência.
Alta madrugada do dia 7 de fevereiro, soou o primeiro tiro de canhão, outro... E mais ou-
tros partidos do cemitério do morro do monge e do alto da cruz. Era o ataque do dia 7 de fevereiro.
Lourentino Pinto, Aparício Saraiva, Torquato Severo, Piragibe e outros comandavam 3 mil
revolucionários que postados nos quintos das casas das ruas da tropa, Boa Vista e Alto da Lapa,
irromperam contra as trincheiras da defesa da Lapa.
Estava no final de sua observação e se preparava para a afastar-se daquele posto que se
tornava cada vez mais perigoso. Foi nessa ocasião ferido por uma bala, que atravessando o seu por-
ta-revólver e o talim foi alojar-se na sua bexiga, achatando-se contra o osso ilíaco.
Antes de dar o último suspiro, dizia aos que o cercavam: ”É só tirar essa dor de minhas
costas que eu não bato o rosquete”.
Dulcídio portou-se bravamente, lutando em todas as fases das operações, enaltecendo sem-
pre sua vida de soldado disciplinado e bravo, dignificando a corporação paranaense, que defendeu
com o sacrifício da própria vida.
Antes de falecer, havia sido promovido ao posto de Capitão do Exército, por ato de bravu-
ra.
Medalhas:
Criada em 06 de março de 1961, pela Lei nº 4.340, em ouro, prata e bronze, para premiar
os cadetes que concluem o Curso de Formação de Oficiais da Polícia e Bombeiros Militares, em 1º,
2º e 3º lugar, respectivamente.
86
Em 1893, tomou parte nas operações contra a revolta da Armada que havia aderido o mo-
vimento revolucionário federalista.
Em 1912, foi escolhido para prefeito de Curitiba, no entanto desistiu desse cargo para as-
sumir o Comando do Regimento de Segurança do Paraná.
Espero que num longo aprendizado junto ao insigne professor que tive
até aqui, permita-me, imitando seus dignificastes exemplos e inspiran-
do-me em seus princípios salutares, desempenhar de modo satisfatório,
embora modestamente, as funções que ora me acho investido.
Realizações:
Em 03 de setembro substituiu o uniforme brim cinzento em uso pelo de cor caqui em uso
até 1976.
A tropa era constituída de 158 homens com os quais chegou a 18 de outubro no lugar cha-
mado Belo Horizonte de Palmas onde acampou.
Dali enviou um piquete de cavalaria composto de 22 homens comandados pelo alferes Jo-
ão Busse, com destino ao Faxinal do Irani, a fim de estabelecer contato com os fanáticos de José
Maria.
No dia 19, resolveu seguir rumo ao Irani com o restante da tropa. Mas devido a interferên-
cia do Chefe de Polícia, marchou somente com 44 homens. No dia 20, alcançou a cavalaria e acam-
param no lugar conhecido como Caçadorzinho. Dali redigiu um ultimato ao monge:
Comunico-vos ainda, que além das forças minhas que vos sitiam por várias es-
tradas, outras expedições perseguem também, tornando-se dessa forma impos-
sível a vossa fuga ou resistência no território nacional.
Um vaqueiro do lugar levara esta mensagem a José Maria. Como a resposta do monge foi
negativa e não havendo alternativa, o coronel João Gualberto partiu com a tropa no dia 21 de outu-
bro, em seu encalço.
Na madrugada daquele dia, ao transpor um riacho, a única metralhadora que a tropa con-
duzia caiu na água, molhando todas as fitas de munição. Recolocaram no cargueiro e prosseguiram
viagem, sem levar em conta esse acidente, aparentemente sem importância, mas que iria se revelar
com toda a gravidade.
Homens caíam ao solo... O coronel João Gualberto continuava firme no seu posto de co-
mando, tentando pessoalmente colocar a metralhadora em funcionamento. Vendo que não consegui-
ria abandonou-a e empunhando um mosquetão disparava contra o bando. Sua espada estava no ca-
valo.
Seu pedido de socorro foi em vão, o Chefe de Polícia desprezou-os e a tropa miliciana ca-
iu nas mãos dos fanáticos, após heróica resistência.
O coronel João Gualberto junto a uma cerca, com as vestes rotas e ensangüentadas pelos
ferimentos recebidos, tendo o mosquetão na mão direita, defendia-se com o braço esquerdo, vendo
aproximar-se o momento épico para morrer pelo Paraná.
Perdia força com a perda de sangue, desceu a crista do morro em direção a barroca que e-
xistia atrás de uma palhoça, sempre se defendendo até que caiu:
“Com os punhos todos cortados por vários golpes de facão, viu-se rodeado de
fanáticos que discutiam se o matavam ou não. Surgiu então o assassino José
Fabrico das Neves que tomou a iniciativa dando-lhe o golpe de misericórdia,
produzindo profundo ferimento no frontal, provocando um movimento, instintivo
do maribondo levantar os dois braços para defender a cabeça encarnecida e
descoberta. Seu corpo ficou irreconhecível”.
O corpo do coronel João Gualberto foi reconhecido por sua esposa dona Leo-
nor, através de um anel que trazia consigo num dos dedos de uma das mãos.
Chegara o dia da inumação, 7 de novembro o cortejo agora vai pela Dr. Muricy, XV de
Novembro, 1º de Março e Praça Tiradentes onde o monsenhor Celso Itiberê da Cunha fez as exé-
quias do corpo presente.
João Gualberto tombou morto no Combate do Irani quando tinha 39 anos de idade.
Hoje, uma das mais belas avenidas da Capital do Estado do Paraná, ostenta o seu nome:
Avenida João Gualberto.
Foi criada em 24 de junho de 1968, pela Lei n.º 5.798, em ouro, prata e bronze, para pre-
miar os oficiais da Corporação que concluem o Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais da PMPR,
em 1º, 2º e 3º lugar, respectivamente.
Promoções:
- Dezessete dias após ter verificado praça, foi promovido à graduação de anspeçada.
Acesso ao Oficialato
92
Sua fé-de-ofício registra uma série de triunfos conquistados todos eles a golpe de energia e
perseverança.
Sua Morte
Entre tantas comissões que participou, em 1929 foi nomeado delegado de polícia em Bom
Retiro (Clevelândia) e em 1930 assumiu as delegacias de Rebouças e Irati.
Pereceu no cumprimento do dever, deixando para a geração futura um belo exemplo, digno
de imitação, pois a ordem, em defesa da qual perdeu a vida, continua a ser mantida a todo custo,
queiram ou não os transviados da lei.
Como justa homenagem ao inesquecível oficial, seu nome foi indicado como Patrono do
Quadro de Oficiais de Administração da PMPR, cujo ato foi oficializado através da Lei n.º 5.798, de
24 de junho de 1968.
Criada em 24 de junho de 1968, em ouro, prata e bronze, para premiar os alunos que con-
cluem o Curso de Oficiais de Administração da Polícia Militar, em 1º, 2º e 3º lugar, respectivamen-
te.
O Tenente Nicolau José Lopes, nasceu na Província de São Pedro, no Rio Grande do Sul
em 1835, na Vila de São Gabriel. Foi considerado o mais valente Oficial do seu tempo.
Entretanto, essa Guarda teve uma existência efêmera, pois assim que a Companhia da For-
ça Policial – atual PMPR, iniciou suas atividades, ela deixou de existir, tendo seus antigos membros
sido aproveitados, em sua maioria, na nova milícia paranaense.
Nicolau José Lopes ingressou na Corporação, no dia 1º de outubro de 1854, tendo sido o
primeiro cidadão provinciano a envergar a farda de Policial-Militar.
Como Soldado esteve destacado na zona litorânea, onde se destacou na captura de perigo-
sos assassinos e ladrões fugitivos de São Paulo, os quais aproveitando a situação oriunda da reor-
ganização da nova Província do Império, cometiam os mais sérios desatinos em quase toda a faixa
do litoral paranaense.
Promoções:
Guerra do Paraguai:
Quando eclodiu a guerra do Paraguai – 1865, foi promovido ao posto de tenente, sendo, no
dia 24 de abril desse ano, sido nomeado Recrutador da Comarca de Castro, onde angariou um
grande número de Voluntários da Pátria que vieram se incorporar ao primeiro batalhão que seguiu
para o campo de luta.
Em setembro do mesmo ano integrou a comissão encarregada de abrir os volumes que vie-
ram da Corte, com armamento e mais pertencentes destinados à Guerra do Paraguai.
Com a partida dos contingentes para a desforrar a honra do Brasil ultrajada pelo ditador
Solano Lopes, Paranaguá exigia uma forte força policial para a guarda da cadeia, alfândega e segu-
rança pública. Todavia, ali ficou o valente Tenente destacado com apenas 13 Praças, número redu-
zido a vista das necessidades do lugar, mas, mesmo assim, jamais deixou de periclitar a manuten-
ção da ordem.
94
Revolução Federalista
Na vila Rio Negro, o Cap Clementino Paraná, tomou parte no primeiro combate, contra as
tropas revolucionárias. Dois dias depois, no Rio da Várzea, cortou a retirada dos revoltosos, colo-
cando-os entre dois fogos, fez muitos prisioneiros, outros pereceram afogados.
Após ter a cidade capitulada, no dia 11 de fevereiro de 1894, o Cap Clementino Paraná,
conseguindo escapar; mais tarde apresentou-se ao comandante do Regimento e mesmo ainda não
estando completamente curado dos ferimentos, foi nomeado Chefe da Praça de Morretes.
O Cap Clementino Paraná, retornou as fileiras do Exército, passando a integrar o 39º Bata-
lhão de Infantaria. Em 1897, voltou ao campo de batalha, na Campanha de Canudos, contra os
fanáticos do Conselheiro, onde reafirmou suas belas e valorosas qualidades, sendo louvado pela
sua bravura, valor e abnegação, coragem e sangue frio.
Retornou a Curitiba, onde foi recebido como herói, recebeu flores e foi conduzido erguido
nos ombros pelas ruas, recebendo também a “MEDALHA AO MÉRITO”.
Em 1904, em conseqüência daquela ocorrência, foi servir no Estado do Mato Grosso, onde
passou a ser temido e respeitado pelos inimigos da tranqüilidade pública.
Em Cárceres, aprisionou os oficiais em suas casas. Irrompeu pelo Quartel, tomou a casa de
armas e assumiu o comando. Em seguida, colocou numa lancha e duas chatas parte do efetivo e
material bélico do Batalhão atacado, retornando a Cuiabá. Mais tarde foi Comandante da Polícia
Militar.
96
Faleceu em 1938, com 68 anos de idade, na cidade de Morretes. Seus restos mortais re-
pousam no Panteão dos Heróis na cidade da Lapa.
Quando era 1º Tenente, foi convidado pelo Governador do Paraná - Carlos Cavalcanti de
Albuquerque - e comissionado no posto de Major, organizar e comandar o Corpo de Bombeiros,
criado pela Lei n.º 1.133, de 23 de março de 1912. No dia 08 de outubro de 1912, instalou ofici-
almente o Corpo de Bombeiros, dando início as suas atividades em todo o Estado Paranaense.
Com a morte do Cel João Gualberto, nos campos do Irani, o Governador convocou-o para
ser o Comandante-Geral do Regimento de Segurança, comissionando-o no posto de Coronel.
Após três longos anos de lutas contra os fanáticos, a ordem foi restabelecida e o Cel Fabri-
ciano passou a dedicar-se à meta administrativa.
Em 1917, o antigo Regimento de Segurança, passou por uma organização que lhe deu mais
eficiência militar e policial. Mudou o nome para “FORÇA MILITAR DO ESTADO DO PARA-
NÁ”. Foi firmado um acordo entre a União e o Estado, considerando a Corporação, como “Força
Auxiliar e Reserva de Primeira Linha do Exército Brasileiro”.
Regresso ao Exército:
Era Major do Exército, quando assumiu o Comando da Força Militar do Paraná, em 1918.
Em 1911, foi para o Rio de Janeiro para adquirir materiais à Corporação e quando retorna-
va daquela cidade, em viagem para Santos, faleceu repentinamente a bordo do Vapor “JÚPITER”,
no dia 1º de maio de 1911.
Quando ingressou na Corporação, seu nome era João Rodrigues da Silva. No entanto, co-
mo havia outros policiais com o nome idênticos, passou a chamar-se JOÃO RODRIGUES DA
SILVA LAPA, dando-lhe dado a denominação do lugar onde nasceu (Lapa), confirmado por De-
creto Governamental, ficando conhecido como Coronel Lapa.
No seu comando foi adquirido o terreno onde hoje está instalado o Quartel do Comando
Geral.
Foi agraciado pelo Marechal Floriano Peixoto com as honras do posto de Alferes do Exér-
cito.
Uma de suas realizações foi à criação do Almanaque dos Oficiais.
Nasceu nos Estados Unidos da América em 1871. Veio para o Brasil ainda jovem, pas-
sando a residir no Paraná, onde exercia a profissão de barriqueiro, muito em voga na era do ouro e
erva-mate. Ingressou nas fileiras da Corporação em 1895. Sua ascenção na caserna foi rápida. Em
poucos anos era Sargento Ajudante e em 1898 era promovido a Alferes. Participou da Revolução
Federalista e da Campanha do Contestado. Faleceu em 1923, quando exercia o cargo de Delegado
de Polícia em Antonina, vítima de moléstia adquirida por ocasião da sua participação nos combates.
Passou a figurar no Livro de Registro, somente em 1908, e no decorrer dos anos o seu no-
me VICENZO, foi mudado para VICENTE. Nesse mesmo ano, foi elevado a Ensaiador, com as
honras do posto de Tenente. Em 1913, com 70 anos de idade, foi julgado incapaz para o serviço
ativo.
Em 1914, foi equiparado aos demais Oficiais em deveres e obrigações, passando a ocupar a
função de Inspetor da Banda de Música.
Serviços em Campanha:
2) Revolução de 1924: pelos extraordinários serviços prestados foi agraciado com a Meda-
lha Militar de Mérito.
3) Revolução de 1930: foi elogiado pelo modo brilhante com que se houve no desempe-
nho de suas funções militares, civil e artística. Estava incorporado ao Batalhão de “Voluntários do
Paraná”, quando acompanhou o estadista Dr. Getulio Vargas, até a Capital Federal.
Composições:
Promoções e Realizações:
No ano seguinte, considerando os reais serviços que vinha prestando em benefício da Ban-
da de Música, foi proposto ao posto de 1º Tenente, equiparando-o aos demais Oficiais.
Em 1928, por ter havido com toda a lealdade e disciplina, mereceu o posto de Capitão Re-
gente da Banda de Música.
Em 1936, foi elogiado pelo Interventor Federal do Paraná, Manoel Ribas e em 1940, orga-
nizou a Banda de Clarim do 5º Regimento de Cavalaria Divisionária.
Por iniciativa do Interventor do Paraná, em 1938, autorizou o seu seguimento para a Itália
a fim de divulgar a música brasileira na Europa.
Troxe muitas fotografias e recortes de jornais para provar o êxito de sua ida a Itália. Na-
quela época não se cogitava o rompimento das relações entre Brasil e Itália.
Incidente:
Dias após seu regresso, no recinto do Café Brasil , na Rua XV de Novembro, ocorreu um
incidente entre o Capitão Suriani e o 1º Tenente Carlos Pereira Filho. Por sua ida a Europa o Ma-
estro passou a ser acusado de facista.
O Maestro não esperava ser excluído, por isso ficou muito surpreso.
Com lágrimas nos olhos e acabrunhado pela iniquidade do fato, despediu-se dos músicos e
retirou-se para sua residência. Foi excluído sem nenhum direito de defesa e pecuniário.
Em 1944, baixou-se um Decreto, tornando sem efeito a sua exclusão das fileiras da Força
Policial do Estado. O erro foi reconhecido muito tarde, o Maestro já não existia mais. Está esque-
cido até hoje.
Guerra do Paraguai:
Reforma:
1877 - foi reformado por contar com 20 anos de bons serviços prestados a Corporação.
Continuou na função até a contratação de outro Maestro.
Era Capitão da Guarda Nacional e Alferes Mestre de Música do Corpo Policial da Provín-
cia do Paraná. Faleceu em 1902, com 72 anos de idade.
Foi o primeiro Oficial a assumir a chefia do Serviço de Saúde da Corporação. Foi exonera-
do em 1928 e faleceu em 1951 em Curitiba.
Nasceu no Rio Grande do Sul. Em 1866, era soldado do Exército e em 1867, obteve
baixa do serviço ativo por incapacidade física. Não desistiu. Mais tarde formou-se na Escola Mili-
tar da Praia Grande, onde, e m 1882, concluiu os Exames Práticos das Armas da Cavalaria e Infan-
taria.
Em 1891, foi designado como Fiscal do Corpo Militar do Estado, sendo então, comis-
sionado no posto de Major PM, deixando o cargo a pedido, em maio de 1892.
Em 1893, eclodiu a Revolução Federalista, no Rio Grande do Sul, atingiu Santa Catari-
na. O Paraná organizou suas forças para conter a marcha dos revoltosos e o Alferes Joaquim An-
tônio de Azevedo, incorporou-se a eles, lutando sem esmorecimento, até a vitória final, ao lado do
“Marechal de Ferro”.
105
Mais tarde voltou a sua lida na caserna e em 1897, foi promovido ao posto de Tenente.
Realizações:
Como recompensa aos leais serviços prestados ao Exército Nacional, durante mais de
20 anos, em 1902, recebeu a Medalha de Prata, outorgada pelo Presidente da República.
Missão:
- extinção de incêndios;
- evitar a propagação do fogo aos prédios vizinhos;
- promover a salvação física e material das vítimas.
106
Meios:
O serviço de Bombeiros era realizado por pessoas voluntárias e era feito de acordo com os
recursos disponíveis.
Extinção:
Primeira Fase:
O primeiro passo que se deu no Estado para o Serviço de Bombeiros na Capital, data da
Lei n.º 679, de 27 de outubro de 1882, onde se determinou que a Corporação policial tivesse instru-
ção de bombeiro e fosse provida do material necessário a essa atividade.
Na Lei Orçamentária para 1895, foi o Governo autorizado a criar uma Seção de Bombei-
ros, anexa ao Regimento de Segurança, provida do material respectivo.
Essa autorização foi renovada na Lei de 08 de março de 1906, fixando-se em 100 as Praças
da Seção, sob o comando de um Capitão, com 03 Oficiais subalternos e determinando-se que ela
auxiliasse o serviço de policiamento da Capital.
Ainda em 1908, na Lei n.º 752, de 21 de março, foi renovada a autorização, que foi tornada
de caráter permanente em 1909, na Lei n.º 854 de 23 de março.
Finalmente, a Lei n.º 1.133, de 23 de março de 1912, criou o Corpo De Bombeiros do Es-
tado, com vencimentos, direitos e deveres de seus elementos, iguais aos do Regimento de Seguran-
ça, tendo sido regulamentado pelo Decreto n.º 639, de 17 de junho do mesmo ano.
107
Segunda Fase:
Foi incorporado à Força Policial em virtude da disposição do Art. 7º da Lei n.º 1.761, de 17
de março de 1917, por Decreto n.º 473, de 09 de julho de 1917, com organização de Companhia de
Bombeiros e Pontoneiros.
Ainda em 1928, no Decreto n.º 666, de 21 de maio, tomou nova organização, com Estado
Maior, Estado Menor e duas Cias.
Incorporado à Força Policial, para fins militares em 02 de junho de 1931, passou dela a fa-
zer parte integrante, como Batalhão de Sapadores Bombeiros, com as partes administrativas e técni-
cas independente do Comando da Força Policial.
Desligado da Força por Decreto n.º 134, de 15 de janeiro de 1932, voltou à denominação
de Corpo de Bombeiros em Art. 2º do Decreto 452, de 24 de fevereiro do mesmo ano.
Em Decreto n.º 1505, de 25 de junho de 1932, embora com Comando isolado, passou a ju-
risdição do Comando da Força Policial, para ser empregado em serviço de guerra, do qual foi dis-
pensado em 18 de dezembro do ano seguinte, por terem cessado os motivos de sua utilização naque-
le serviço.
A partir de 1949, voltou a ser parte integrante da Polícia Militar, permanecendo até os dias
de hoje, de conformidade com a Constituição Estadual de 05 de outubro de 1989.
Missão:
Denominações:
Histórico
O Centro de Preparação Militar foi instalado pelo coronel Dagoberto Dulcídio Pereira,
em 1948, quando era comandante-Geral da PMPR.
O ESPADIM TIRADENTES
O Espadim Tiradentes, arma símbolo do Cadete da Polícia Militar do Estado do Paraná, rece-
beu este nome como uma homenagem perene que todas as milícias do Brasil prestam ao ilustre
JOAQUIM JOSÉ DA SILVA XAVIER, o Tiradentes, patrono de todas as Polícias Militares, pelos
grandes e relevantes trabalhos prestados a Nação, pois suas idéias de patriotismo, nacionalismo e
democracia sobrevivem em nossos dias.
Quando os exércitos passaram a ser munidos com armas de fogo, as espadas ficaram de uso
restrito aos comandantes como símbolo de suas responsabilidades na condução de suas tropas.
É na Rússia dos Czares que vamos encontrar a origem do Espadim, Alexandre III, Comandan-
te do Exército Russo, mandou que o armeiro fabricasse alguns ESPADINS, pequenas espadas de
aço decoradas em marfim e bronze.
Estes espadins representando o cerco vitorioso a Barna, traziam um punho encimado pe-
la figura da deusa mitológica Vitória, segurando grinalda com o monograma do Czar, os quais eram
distribuídos aos Príncipes do Império para que usassem até estarem aptos a exercer funções de co-
mando.
Com o casamento de Nicolau, filho de Alexandre III, com a Princesa Alex, neta da Rai-
nha Vitória da Inglaterra, o costume de usar o Espadim pelos jovens aristocráticos, filhos de nobres
nas escolas militares, foi introduzido na Europa, estendendo-se para todas as Academias Militares
mantendo-se esta nobre tradição até nossos dias, nesta cerimônia solene, quando as Academias re-
cebem novos Cadetes, que passarão a integrar a Polícia Militar.
8. POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO PARANÁ, que lhe foi conferido pelo De-
creto-Lei n.º 544, de 17 de dezembro de 1.946.
Exercício nº 01.
02. ( ) – No regime antigo, o almotacé exercia também a função de polícia da cidade, cabendo-lhe
vigiar a limpeza pública.
03. ( ) - Velar contra o abuso de armas proibidas e fiscalizar os viajantes, os pobres, os mendigos e
os teatros, eram também funções dos almotacés.
05. ( ) – O alferes, o sargento e o cabo de esquadra, eram escolhidos por eleição, do que se lavrava
assento nas Câmaras.
06. ( ) – As Companhias de Ordenanças tinham como finalidade: “ter toda a gente em grande quieta-
ção, não permitir homiziados e nem pessoas inquietas que causassem perturbação aos morado-
res”.
07. ( ) – A Nomeação para o posto de Capitão-mor era feita por indicação das Câmaras das vilas de;
“três sujeitos dos mais nobres e ricos do lugar”
111
08. ( ) – Francisco Xavier Pássaro, foi o primeiro Capitão-mór nomeado para a Vila de Curitiba, em
1721.
09. ( ) – A defesa da Província de Viamão/RS, em 1777, pode-se considerar como sendo o primeiro
serviço de guerra, em defesa do território brasileiro.
11. ( ) – Em decorrência da abdicação de Pedro I e com o propósito de fortalecer ainda mais a tran-
qüilidade pública e auxiliar a justiça, a Regência Trina sancionou a Lei de 10 de outubro de 1831,
criando na Corte o Corpo de Guardas Municipais Permanentes, a pé e a cavalo.
12. ( ) – No território paranaense, em 1836, foi estacionada na Estrada da Mata, uma Companhia de
Municipais Permanentes, com destacamento em Palmas e Guarapuava.
13. ( ) – Os Corpos de Guardas Municipais Permanentes tinham como missão “proteger os viajantes
contra agressões de indígenas e de outros quaisquer malfeitores”.
14. ( ) – Os Corpos de Guardas Municipais Permanentes, foram as Corporações que deram origem as
atuais Polícias Militares do Brasil.
15. ( ) – Pela Constituição Federal de 1934, as corporações passaram a denominar-se Polícia Militar.
17. ( ) – a atual PMPR, criada em 10 de agosto de 1854, com a denominação de Companhia da Força
Policial, em 1892, passou a denominar-se Regimento de Segurança do Paraná.
Exercício nº 02.
18. ( ) – A Constituição Imperial de 1824, não tratou claramente das corporações que ante-
cederam as Polícias Militares.
20. ( ) – A Constituição de 1934, foi a que trouxe referências mais clara às Polícias Militares.
22. ( ) – A Constituição de 1937, previa que a fixação do efetivo das Polícias Militares era de
competência dos governos estaduais.
24. ( ) – Na Constituição de 1988, a Polícia Militar foi inserida no capítulo da Segurança Pú-
blica
112
Exercício nº 03.
25. ( ) - Paula Gomes e Correia Júnior, foram os dois maiores propagadores pela libertação
do Paraná.
Exercício nº 04.
30. ( ) – A atual PMPR, foi criada pela Lei n.º 7, de 10 de agosto de 1854, sancionada pelo
Presidente da Província do Paraná, Zacarias de Góes e Vasconcellos.
31. ( ) – A primeira denominação da PMPR, foi Companhia da Força Policial.
32. ( ) – A Companhia da Força Policial, tinha um efetivo inicial previsto de 67 homens,
sendo três oficiais e 64 praças.
33. ( ) – A organização inicial da Companhia da Força Policial foi moldada no tipo militar,
com instrução de caçadores.
34. Dê o nome do primeiro comandante da atual PMPR.
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
42. ( ) – Manoel Eufrásio de Assumpção, foi o oficial que mais tempo permaneceu no co-
mando da PMPR, ocupando o cargo durante 24 anos consecutivos.
Exercício nº 05.
44. ( ) – Nestor Augusto Morocines Borba, foi o policial-militar ferido na Batalha do Tuiuti.
45. ( ) – A medalha da Campanha Geral do Paraguai, criada pelo Imperador Dom Pedro II,
era confeccionada com o bronze dos canhões apreendidos do inimigo.
46. ( ) – O alferes João José Pichet da PMPR, morto em combate na Guerra do Paraguai, está
sepultado no cemitério de Concórdia na Argentina.
47. ( ) – A bandeira Imperial apreendida do Vapor Marquês de Olinda e que servia de tapete
no gabinete do ditador paraguaio, foi resgatada por policias-militares do Paraná.
48. ( ) – A bandeira Imperial resgatada por policiais-militares na Guerra do Paraguai, encon-
tra-se hoje, no Museu Histórico Nacional do Rio de Janeiro.
49. ( ) – A epopéia do Cerco da Lapa durou 26 dias.
50. ( ) – Pica-paus, era a expressão usada pelos federalistas para identificar os republicanos.
51. ( ) – Maragatos, era assim identificados os revoltosos que aderiram a Revolução Federa-
lista em 1893, no Rio Grande do Sul.
52. ( ) – A Revolução Federalista, ou guerra civil de 1893, foi o combate entre Maragatos e
Pica-paus..
53. ( ) – Os federalistas eram comandados por Gumercindo Saraiva.
54. Nome do comandante do Regimento de Segurança morto no Combate do Cerco da Lapa.
_______________________________________________________________________
114
55. ( ) – No dia 11 de fevereiro de 1894, após esgotados os recursos da defesa, deu-se a capi-
tulação, perdendo-se a Praça legendária da cidade da Lapa.
56. ( ) – O primeiro combate no Paraná entre Maragatos e um piquete de cavalaria do Regi-
mento de Segurança do Paraná, deu-se na passagem do Rio Negro.
57. ( ) – O segundo combate entre Maragatos e policiais do Regimento de Segurança, deu-se
no Rio da Várzea contra as forças do general Piragibe, constituindo-se na primeira vi-
tória dos republicanos.
58. ( ) – A retomada da Estação da lapa foi comandada pelo capitão Clementino Paraná.
59. ( ) – O último combate do Cerco da Lapa ocorreu no dia 7 de fevereiro de 1894.
60. ( ) – Após o Paraná ter caído nas mãos dos federalistas, o Regimento de Segurança foi
reorganizado com o nome de Regimento Policial composto por maragatos.
61. ( ) – O comandante do Regimento Policial, foi o coronel federalista José Luiz de Souza
Pires.
62. ( ) – No Paraná, o DR. Vicente Machado criou o Batalhão Patriótico-23 de Novembro,
composto por civis e funcionários públicos estaduais.
63. ( ) – O comando da defesa da cidade da Lapa, foi o coronel Antônio Ernesto Gomes Car-
neiro do Exército brasileiro.
64. ( ) – A heróica resistência da cidade da Lapa, durante a Revolução Federalista, ficou his-
toricamente conhecida como o Cerco da Lapa.
65. ( ) – Contestado foi o nome dado a região disputada por Paraná e Santa Catarina por
questões de limites de terra.
66. ( ) – O problema do Contestado intensificou-se com a construção da estrada de ferro li-
gando São Paulo ao Rio Grande do Sul e a conseqüente invasão das terras de proprie-
tários já estabelecidos na região de Santa Catarina.
67. ( ) – José Maria era o falso monge que passou a liderar o caboclo sertanejo expulso de
suas terras na região de Santa Catarina.
68. Nome verdadeiro do falso monge José Maria.
________________________________________________________________________
69. ( ) – José Maria e seus seguidores formaram inicialmente o Arraial do Taquaruçu, pró-
ximo ao Município de Curitibanos, em Santa Catarina.
70. ( ) – O movimento dos caboclos em Taquaruçu, foi denunciado pelo coronel Francisco
Albuquerque, que dominava essa região.
71. ( ) – Após Ter resistido ao fogo de artilharia, em Taquaruçu, José Maria e seu bando fo-
ram se refugiar em Irani, na época território do Paraná.
72. ( ) – Na região dos Campos de Palmas, os jagunços chefiados por José Maria, bem apare-
lhados promoviam todo o tipo de desordens.
115
________________________________________________________________________
74. ( ) – José Maria foi morto no Combate do Irani, sendo abatido pelo 2º sargento Joaquim
Virgílio da Rosa.
75. ( ) – José. Fabrício das Neves, foi o jagunço que desferiu o golpe de misericórdia contra
o coronel João Gualberto, no Combate do Irani.
76. ( ) – “Cidade Santa” era assim denominado os redutos dos fanáticos do Contestado.
77. ( ) – A menina Teodora, neta do caboclo Euzébio Ferreira dos Santos, vira em sonhos o
monge José Maria, que em espírito comandava a luta dos caboclos do contestado.
78. ( ) – A Guerra do Contestado ficou conhecida também como a “Guerra dos Pelados”.
79. ( ) – A líder espiritual do reduto de Caraguatá, era a “virgem” Maria Rosa de 15 anos de
idade.
80. ( ) – Adeodato foi o último líder dos fanáticos do Contestado a ser preso e após sete anos
na prisão, ao tentar fugir foi morto.
81. ( ) – “Batalhão Tático”, foi a tropa organizada na Corporação do Paraná, sob o comando
do major Benjamin Augusto Lage, para atuar em conjunto com o Exército, no comba-
ter os fanáticos do Contestado na região conflitada.
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
87. ( ) – O Dia do Patrono das Polícias Militares do Brasil é comemorado todos os anos no
dia 21 de abril.
88. ( ) – O primeiro Quartel da PMPR, localizava-se no “Largo da Ponte”, atual Praça Zaca-
rias.
89. ( ) – O segundo Quartel da PMPR, na época, localizava-se nas esquinas das Rua do Co-
mércio com Rua do Ipiranga.
90. ( ) – Durante a ocupação do Paraná pelos federalistas em 1894, o Regimento de Seguran-
ça foi reorganizado com a denominação de Regimento Policial.
116
91. ( ) – A mudança da Polícia Militar para o prédio atual, na Rua Marechal Floriano Peixo-
to, deu-se no dia º de fevereiro de 1896.
92. ( ) – O primeiro Quartel do Corpo de Bombeiros da PMPR, localizava-se onde hoje se
encontra a Biblioteca Pública do Estado, na Rua Cândido Lopes, em Curitiba.
93. ( ) – O primeiro avião do Paraná, foi adquirido pelos sargentos da PMPR.
94. ( ) – O primeiro avião do Paraná denominou-se “Avião Sargento”, assim denominado pe-
lo então primeira dama do Estado.
95. ( ) – O primeiro paranaense a obter um “Brevet” de aviador, foi o capitão João Busse da
PMPR.
96. ( ) – O avião sargento voou pela primeira vez em Curitiba, no dia 17 de fevereiro de
1918, levantando vôo no prado do Guabirutuba.
97. ( ) – O três Planaltos no Brasão da PMPR representa também as três raças que coloniza-
ram o Estado do Paraná.
98. ( ) – A ave colocada na parte superior do Brasão da PMPR, é o falcão Nhapecami.
99. ( ) – A primeira denominação da atual PMPR, foi Companhia da Força Policial.
100. ( ) – Na época do Cerco da Lapa e Combate do Irani, a atual PMPR denominava-se Re-
gimento de Segurança do Paraná.
______________________________________________________________________
103. ( ) – A medalha “Coronel João Gualberto”, foi criada para premiar os oficiais que con-
cluem o Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais da PMPR, em 1º, 2º e 3º lugar, respec-
tivamente.
104. ( ) – A medalha “Coronel Dulcídio”, foi criada para premiar os cadetes que concluem o
Curso de Formação de Oficiais da PMPR, em 1º, 2º e 3º lugar, respectivamente.
105. Nome do Patrono do Curso de Oficiais de Administração da PMPR.
______________________________________________________________________
106. ( ) – A medalha “Tenente João Pinheiro”, foi criada para premiar os alunos que conclu-
em o Curso de Oficiais de Administração da PMPR, em 1º, 2º e 3º lugar, respectiva-
mente.
107. Nome do primeiro cidadão provinciano do Paraná a envergar a farda da PMPR.
______________________________________________________________________
117
108. ( ) – Nicolau José Lopes foi o primeiro policial-militar que, como praça, galgou o posto
de oficial na Corporação.
109. ( ) – O capitão Clementino Paraná, foi o oficial do Regimento de Segurança que co-
mandou uma fração de tropa e recuperou a estação da Lapa que estava em poder dos
revoltosos.
110. Nome do primeiro comandante do Corpo de Bombeiros da PMPR.
______________________________________________________________________
117. ( ) – O terreno onde atualmente está localizado o Quartel do Comando Geral, foi adqui-
rido no comando do coronel Ignácio Gomes da Costa.
118. ( ) – O Major Salvador João Fernandes, foi o primeiro Chefe do Estado Maior da PM-
PR..
119. ( ) – O coronel João Monteiro do Rosário, foi o primeiro oficial da PMPR a atingir, na
época, o posto de coronel na ativa.
120. ( ) – O tenente João König, nasceu nos Estados Unidos da América em 1871.
123. ( ) – O “Cântico de Natal”, canção oficial da PMPR, que, em 1980, foi oficializado pela
cidade da Lapa, como seu hino, é de autoria do capitão Romualdo Suriani, maestro da
Banda de Música da PMPR.
124. ( ) – Bento Antônio de Menezes, foi o primeiro maestro da Banda de Música da PMPR.
BIBLIOGRAFIA
Nota: Esta apostila só poderá ser reproduzida com o consentimento do autor, ao qual é re-
servado o direito de uso.