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QUEDA DO IMPÉRIO

(1850/1889)

Professor Dr.
Gilmar Soares Furtado
QUEDA DO IMPÉRIO

A QUESTÃO ABOLICIONISTA OU ESCRAVOCRATA (1850)


 A população escrava no Brasil, majoritariamente masculina para atender às
expectativas dos produtores rurais, era foco de preocupação social dos
abolicionistas;
 Em 1831, ainda no Período Regencial, foi promulgada uma lei conhecida
como LEI FEIJÓ: Ela já tinha proibido a importação de escravos no Brasil,
sob pressão da Inglaterra;
 Na América, o fim da escravidão nos Estados Unidos, na década de 1860,
tornara o Brasil a única grande nação escravista no continente, além de
Cuba;
 Abolicionistas, republicanos e liberais combatiam o “infame comércio”
através da imprensa com destaque para os Jornais e as Sociedades
Abolicionistas:  Jornal o Abolicionista (Antônio Frederico de Castro Alves),
Jornal Gazeta da Tarde (José Carlos do Patrocínio), Jornal Homem de
Cor ou O Mulato (Francisco de Paula Brito), Sociedade Brasileira Contra
a Escravidão (Diplomata Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo),
Sociedade Brasileira Contra a Escravidão, a Sociedade Abolicionista e
a Sociedade Central de Imigração (André Pinto Rebouças);
 Em setembro de 1850, foi aprovada a LEI EUZÉBIO DE QUEIRÓS:
Determinou a proibição do tráfico negreiro, e sua aplicação efetiva fez
com que o tráfico de escravos de fato acabasse no Brasil;
 Em setembro de 1871, foi aprovada a LEI DO VENTRE LIVRE OU RIO
BRANCO: A lei garantia que as crianças nascidas a partir daquela data
ficariam sob responsabilidade dos senhores de suas mães até
completarem oito anos de idade. Após essa data, tinham duas opções.
Ou recebiam indenizações por parte do Estado ou poderiam utilizar os
serviços do menor até seus vinte e um anos;
 Em 1880, o deputado Joaquim Nabuco apresentara na Câmara um
anteprojeto prevendo a abolição gradual da escravidão com
indenizações, além de benefícios para os libertos, tal como ensino
primário;
 Em setembro de 1885, foi aprovada a LEI DOS SEXAGENÁRIOS OU
SARAIVA - COTEGIPE: A lei só foi aprovada quando os senadores José
Antônio Saraiva e o Barão de Cotegipe propuseram uma emenda que
aumentou o tempo de serviço para indenizar o proprietário. Garantia
liberdade aos escravos com 60 anos de idade ou mais, cabendo aos seus
proprietários o pagamento de indenização. A indenização deveria ser paga pelo
liberto, sendo obrigado a prestar serviços ao seu ex-senhor por mais três anos ou
até completar 65 anos de idade;
 Em 1887, os oficiais do Exército
reunidos no Clube Militar, negaram-
se a continuar a exercer funções de
“Capitães do Mato” (capturar
escravos foragidos);
 Em 13 maio de 1888, foi aprovada
pela Princesa Isabel a LEI ÁUREA:
A lei tinha apenas dois artigos:
 “A Princesa Imperial Regente, em
nome de Sua Majestade o
Imperador, o Senhor D. Pedro II, faz
saber a todos os súditos do Império
que a Assembleia Geral decretou e
ela sancionou a lei seguinte:
 Art. 1°: É declarada extincta desde
a data desta lei a escravidão no
Brasil;
 Art. 2°: Revogam-se as disposições
em contrário.”
QUESTÃO RELIGIOSA ou QUESTÃO EPÍSCOPO-MAÇÔNICA (1864)

 O Papa Pio IX, publica em 1864 a Bula Papal Syllabus Errorum (Sílabo dos
Erros de Nossa Época), que proibia a participação dos padres na Maçonaria e
casamentos com maçons;
 Na Constituição de 1824 estava inserido o Padroado (União da Igreja com o
Estado) e o Beneplácito (Direito do Imperador de escolher os nomes dos altos
cargos da Igreja católica);
 O próprio Imperador D. Pedro II determinou o NÃO cumprimento da Bula
Papal;
 Os Bispos de Olinda Dom Vital e do Pará Dom Antônio de Macedo, acataram
as ordens do Papa que sobrepunham às Leis Civis Brasileiras, exigindo que as
Irmandades religiosas eliminassem do seu seio os numerosos Maçons católicos
que a compunham;
 As Irmandades reagiram e recorreram à Justiça, tendo tido ganho de causa;
 Os Bispos não acataram a decisão da Justiça, D. Pedro II mandou julgar e
condenar os Bispos a quatro anos de prisão, com trabalho forçado;
 Ocorre o rompimento do Império Brasileiro com o Papado;
 Um ano e pouco depois o Duque de Caxias (Maçom) anistiou os Bispos; mas
a relação com a Igreja católica ficara estremecidas
QUESTÃO MILITAR
 
 A Questão Militar foi uma sucessão de conflitos entre 1883 e 1887, suscitados pelos embates entre oficiais
do Exército Brasileiro e a Monarquia, conduzindo a uma grave crise política que culminou com o
fortalecimento da campanha republicana;
 Desde o fim da Guerra do Paraguai ((1864 - 1870), os militares passaram a ter uma maior visibilidade no
cenário político nacional;
 De uma simples e mal organizada instituição, o Exército passou a atrair os olhos de vários jovens
provenientes de classes sociais menos abastadas;
 Apesar da vitória em terras estrangeiras, o exército era composto também por soldados negros libertos, com
problemas nos salários (soldos) e na própria carreira militar, provocando um descontentamento geral;
 Do ponto de vista ideológico, vários militares já se mostravam simpatizantes ao Positivismo (Segundo essa
escola de pensamento, uma República forte, centralizada e orientada por princípios racionais);
 No ano de 1883, os familiares dos militares mortos ou mutilados deveriam receber assistência custeada pelo
Império esse clima de oposição se tornou mais grave quando um grupo de oficiais atacou o governo por
causa de um projeto de revisão da aposentadoria dos militares (Montepio dos Militares);
 O governo imperial vetou que os membros do Exército utilizassem dos meios de comunicação para atacar
as instituições ou autoridades do Império;
 Em resposta ao imperador, o Tenente Coronel Sena Madureira publicou um texto no qual saudava um
jangadeiro cearense (Francisco José do Nascimento, o Chico da Matilde – Dragão do Mar) que se
recusou a transportar escravos para um navio negreiro, em resposta, o governo impôs a transferência de
Sena Madureira da capital para o Rio Grande do Sul;
 No ano de 1886, o Coronel Cunha Matos redigiu um texto no qual realizou uma série de críticas
contra Alfredo Chaves, então ministro da Guerra, foi advertido e punido com uma detenção provisória;
 Em Porto Alegre, oficiais do exército com a autorização do vice-presidente provincial, Marechal
Manuel Deodoro da Fonseca – fez um novo protesto em que questionava a lei que proibia o direito de
resposta dos militares através dos meios de comunicação;
 Em outubro de 1886, a sucessão dos acontecimentos envolvendo o Coronel Sena Madureira, o
Coronel Cunha Matos e a polêmica veiculada pela imprensa, culminaram com a manifestação dos
alunos da Escola Militar da Praia Vermelha, no Rio de Janeiro. Indignados, os cientistas, apelido
que lhes era atribuído devido à sua formação, declararam o seu apoio ao então General Deodoro da
Fonseca;
 Em 1887 foi fundado o Clube Militar para amparar os militares do exército;
 Em 1889, Deodoro da Fonseca se envolveu em reuniões com várias figuras defensoras do regime
republicano. Entre elas destacamos: Cunha Matos, Sena Madureira, Benjamin Constant, José
Simeão, Rui Barbosa e Quintino Bocaiuva;
 Em 1889, foi nomeado o Visconde de Ouro Preto ao cargo de Presidente do Gabinete imperial
(Primeiro Ministro) fez com que corressem novos boatos sobre a situação dos militares. Em suma,
desconfiava-se que Ouro Preto pretendia dissolver o Exército e fortalecer a Marinha e a Guarda
Nacional.
 Em 1889, convencidos, militares e republicanos arquitetaram um golpe para o dia 20 de novembro de
1889;
 Contudo, boatos de que o plano teria
sido descoberto antecipou a ação dos
conspiradores;
 Dessa forma, entre os dias 14 e 15 de
novembro, um grupo de militares
liderado pelo Marechal Deodoro
derrubou o visconde de Ouro Preto
e, logo em seguida, impôs o golpe a
Dom Pedro II;
 No dia seguinte, no Paço da Cidade,
Dom Pedro II foi notificado de que a
monarquia já não era a forma de
governo em vigor no Brasil;
 Como Ouro Preto, o Imperador
também estava deposto e intimado a
deixar o país em 24 horas, a bordo de
um navio, com destino a Portugal.
VOCÊ É UM VENCENDOR

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