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AUG∴ E RESP∴ LOJ∴ SIMB∴ JUSCELINO KUBITSCHEK DE OLIVEIRA Nº 2754

Federada ao G∴O∴B∴ e Jurisdicionada ao G∴O∴B∴AM∴ Fundada em 01 de janeiro de 1982 da E∴ V∴


CNPJ 10.868.281/0001-52
Templo provisório: Templo da UNIFICACAO MAÇONICA à Rua Ramos Ferreira nº 238 A – Aparecida
Or∴ de Manaus – AM – Brasil - Entidade de Utilidade Publica - Lei Municipal 1664 de 25 de Abril 2012

A Influência Maçônica na
Prôclamaçaô da Rêpu blica
Colaboração dos Iir∴ Azamor dos Santos Filho
Paulo Vinícius de Souza Amâncio

“A partir de hoje, 15 de novembro de 1889, o Brasil entra em nova fase, pois pode-
se considerar finda a Monarquia, passando a regime francamente democrático com todas
as consequências da Liberdade – Assim iniciava o editorial da Gazeta da Tarde, da edição
de 15 de novembro de 1889.”
A maçonaria brasileira nasceu com o Brasil, e esteve presente em todos os
principais acontecimentos históricos e que culminaram no País que hoje vivemos.
Diferente não poderia ser a sua participação na Proclamação da República.
O Império Brasileiro estava desgastado e vagarosamente ruía-se. Iniciou a sua
queda em 1870, após a Guerra do Paraguai, onde, mesmo o Brasil saindo vitorioso
daquela campanha, o Exército, seu principal agente, não foi devidamente valorizado,
causando sérios descontentamentos. A igreja, por sua vez queria a liberdade, pois,
encontrava-se submetida ao padroado Imperial.
Mas o fato principal, que fez com que o Império perdesse a sua sustentação, foram
as leis antiescravistas, defendidas fervorosamente nas Lojas Maçônicas Brasileiras. Leis
como a do Ventre Livre (1871), dos Sexagenários (1885) e finalmente a Lei Áurea (1888).
Atentos a todos estes fatos, a Maçonaria, através de várias Lojas como a Vigilância
e Fé, de São Borja – RS, Loja Independência e Regeneração III, ambas de Campinas –
SP, aprovaram um manifesto contrário ao advento do Terceiro Reinado e enviaram a todas
as Lojas Maçônicas do Brasil, para que tomassem conhecimento e que apoiassem esta
causa. Mais uma vez a Maçonaria estava à frente para liderar um Movimento Democrático.
Antes da Proclamação da República no Brasil e até mesmo antes da própria
Independência do País houveram quatro tentativas malogradas de movimentos
republicanos regionais que contaram com a presença e participação dos maçons
brasileiros.
A primeira tentativa foi o movimento apelidado nos manuais de história do Brasil de
Inconfidência Mineira.
O primeiro movimento de caráter autonomista surgido na cidade de Vila Rica, sede
da Capitania de Minas GERAIS, EM 1789, teve como decorrência o descontentamento
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gerado pelo abuso tributário com que o Reino Português, já em pleno processo de
decadência, explorava as riquezas minerais da rica Capitania.
Um grupo de intelectuais nessa Capitania acalentou os sonhos de autonomia
republicana mirando-se no exemplo da iniciante Revolução Francesa e, principalmente, da
Independência dos Estados Unidos da América do Norte. A vanguarda desse grupo era
liderada por uma elite intelectual dos estudantes mineiros que estudavam em
universidades europeias e tinham sido iniciados na Maçonaria Francesa por volta de 1776
e almejavam a libertação de sua terra natal.
A segunda tentativa foi a revolução pernambucana de 1817, um movimento
revolucionário, de tendências fortemente nacionalistas que visava implantar a República
na Província de Pernambuco, liderada pelo maçom Domingos José Martins.
O terceiro movimento foi a Confederação do Equador já com o Brasil independente
e lutando pela sua unificação. Na Província de Pernambuco, os remanescentes da
revolução de 1817, reagiram contra a prerrogativa do Imperador de escolher livremente o
presidente da Província. O líder dessa reação foi Joaquim do Amor Divino Rabelo e
Caneca, o popular frade carmelita – Frei Caneca – maçom, jornalista, propagandista dos
ideais republicanos, professor de filosofia, retórica e geometria.
O quarto e último movimento republicano regional, iniciado em 1835, com uma
revolução autonomista e federalista, teve como seu líder máximo o liberal maçom Bento
Gonçalves da Silva e auto intitulou-se República Piratini ou República Farroupilha.
Como causas do movimento podem ser citadas: o isolamento da Província,
descontentamento com o controle alfandegário, o dinheiro da província gaúcha pagava até
a dívida com os ingleses, moedas falsas complicavam a economia e o clima de tensão
reinante na fronteira.
Como antecedentes remotos e recentes da implantação da República no Brasil
podem ser citados os seguintes: I) O Conflito Maçônico e Político entre José Bonifácio de
Andrade e Silva, o Patriarca da Independência do Brasil e Joaquim Gonçalves Ledo, líder
maçônico do Rio de Janeiro; II) O Manifesto Republicano de 1870; III) A Convenção de Itu
de 1873; IV) A Questão Religiosa; V) A Abolição da Escravatura e VI) A Questão Militar.
Devido à inexistência de partidos políticos durante a Independência do Brasil, a
Maçonaria assumiu o papel de partido político na época da Independência. Naquele
momento histórico, os iniciados na Maçonaria juravam não só os preceitos ortodoxos
maçônicos como também o de lutar pela independência do País.
Assim, o conflito político e ideológico entre dois maçons brasileiros na época de
independência – José Bonifácio de Andrade e Silva, o Patriarca da Independência do
Brasil e Joaquim Gonçalves Ledo, o líder dos maçons radicais liberais no Rio de Janeiro –
assumiu também uma conotação entre as facções da Maçonaria que defendiam a
monarquia e a república.
A irrupção republicana veio à tona com o Manifesto Republicano em 1870, de
nítida inspiração maçônica, pois foi liderado pelo maçom Joaquim Saldanha da Gama,
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que, na época, era Grão Mestre de uma facção dissidente do Grande Oriente do Brasil, o
combativo Grande Oriente do Vale dos Beneditinos.
Diversos maçons assinam o Manifesto Republicano de 3 de dezembro de 1870,
tendo como seu redator o aguerrido maçom Quintino Bocaíuva que, mais tarde, em plena
República viria a ser Grão Mestre do Grande Oriente do Brasil.
Assim como na Revolução Francesa existiam maçons dos dois lados da contenda
– Monarquistas e Republicanos – na época do Manifesto Republicano pode-se afirmar que
também era um duelo entre maçons – também monarquistas e republicanos.
A Convenção de Itu precede as três crises que acabaram por abalar o Império: As
questões religiosa e militar e a abolição da escravatura.
Em 10 de novembro de 1871, 47 partidários da República Federativa reuniram – se
na cidade de Itu, sob a liderança do maçom João Tibiriçá Piratininga, criando um clube
republicano que servisse de núcleo com a finalidade de organizar o futuro Partido
Republicano. Como corolário desse movimento, à 18 de abril de 1873 na residência de
Carlos Vasconcelos de Almeida Prado realizou – se a primeira Convenção Republicana do
Brasil, que viria a ser conhecida como a Convenção de Itu. Participaram dessa Convenção
com expressiva liderança os seguintes maçons que viriam a ser a elite da futura república:
Américo Brasiliense de Almeida Melo, Francisco Rangel Pestana, Manoel Ferraz de
Campos Sales (futuro presidente da república), Américo de Campos, Bernadino de
Campos, Ubaldino do Amaral Fontoura, Francisco Glicério, Manoel de Morais Barros,
Venâncio Aires, Prudente de Morais Barros (futuro presidente do Brasil), etc.
O próximo fato histórico que antecedeu a República foi a Questão Religiosa, de
cunho eminentemente maçônico, pois envolveu um conflito entre a Igreja Católica e o
Império, através de seu conselho de ministros, majoritariamente maçons.
O conflito foi mais precisamente entre a elite intelectual da Igreja Católica e o
Império, pois a grande maioria do clero – o padroado – era de funcionários públicos, dado
que a Igreja Católica na época era ligada ao estado.
O grande evento que afastou a classe dos proprietários de terras do Império foi a
Abolição de Escravatura. O país, essencialmente agrário tinha na mão de obra escrava um
dos sustentáculos de sua economia.
A partir de meados do século XIX, a pressão externa, principalmente da Inglaterra
e da França, e crescente consciência antiabolucionista das classes médias urbanas, em
grande parte dos casos lideradas pela Maçonaria, forçaram o governo imperial a
incrementar mudanças no status escravocrata.
A pressão externa contou com a aprovação de Lei Aberdeen em 1845, de clara
inspiração liberal e maçônica, que determinava o apresamento de navios brasileiros que
transportassem escravos. A pressão externa culminou com a Lei Eusébio de Queirós,
também maçom e figura expressiva do R∴ E∴ A∴ A∴ que extinguia o tráfico de escravos.
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A pressão externa não se restringia ao Reino Unido. Em 1867, o Comitê Francês


de Emancipação, entidade maçônica organizada pelo Grande Oriente de França, solicitou
ao governo imperial, a libertação total dos escravos remanescentes.
A pressão interna da opinião pública das classes médias urbanas, representada
por uma ala do governo central do parlamento, dos quartéis, das letras e das ciências,
encontrou eco nas Lojas Maçônicas, unindo o grito abolucionista com a Campanha
Republicana. Como fatos maçônicos marcantes podem ser citados os seguintes: I) A Loja
Perseverança III em 7 de setembro de 1869 cria a Caixa de Emancipação para a
libertação de crianças do sexo feminino de 02 a 05 anos; e II) Projeto da Loja América da
Província de São Paulo (SP) apresentado por Rui Barbosa (futuro ministro das finanças do
governo republicano) em 4 de abril do 1870 ao Grande Oriente do Brasil dos Beneditinos
(dissidência do GOB) abrindo verba especial para o alforriamento de crianças, e
preceituando que só podem ser iniciados na Maçonaria o profano que declarasse livres
todas as crianças do sexo feminino. Quanto aos já iniciados deveriam assinar termo
comprometendo – se a liberar as crianças do sexo feminino, filhas de suas escravas.
Em 28 de setembro de 1871 foi aprovada pelo parlamento, a já citada Lei do
Ventre Livre do maçom Visconde do Rio Branco.
Em 28 de setembro de 1875 aprovou – se a Lei dos Sexagenários, de lavra
maçônica, libertando todos os escravos que estavam nessa faixa de idade ou acima.
Em 13 de maio de 1888 foi finalmente aprovada a Lei Áurea que libertava de vez
todos os escravos no Brasil. A força dos escravagistas, contudo, era tão grande que essa
Lei precipitou o fim do Império e a implantação da República.
Como último antecedente mediante a implantação da República, apresenta – se a
Questão Militar. Com a Guerra do Paraguai vencida pela Tríplice Aliança – Brasil,
Argentina e Uruguai – o Exército passou a ter um papel cada vez mais crescente nos
destinos políticos da nação. Os dois partidos políticos dominantes no Império – Liberal e
Conservados – Diante das suas rivalidades políticas sempre procuraram respaldo nas
Forças Armadas, principalmente no Exército. Tanto assim, que o Marechal Manoel Luiz de
Osório, Marquês do Erval, maçom iniciado na Província do Rio Grande do Sul, se tornou
prócer do partido liberal e o Duque de Caxias – Luiz Alves de Lima e Silva, futuro patrono
do Exército e Grão Mestre Honorário do Grande Oriente do Brasil – era líder político do
partido conservador chegando mesmo a ser Primeiro Ministro por esse partido. Com a
morte desses dois grandes chefes militares e políticos, os partidos dominantes trataram de
substituí-los. O partido liberal marchou para o General Correia da Câmara, Visconde de
Pelotas e senador pela Província do Rio Grande do Sul. Os conservadores buscaram
aliciar o General Deodoro da Fonseca, maçom que posteriormente ocupou o Grão
Mestrado do Grande Oriente do Brasil e proclamador da República no Brasil.
Com o crescimento do movimento, Deodoro assina conjuntamente do Pelotas um
manifesto intitulado “Ao Parlamento e à Nação”, redigido por Rui Barbosa, onde era
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exposto a perspectiva dos militares. A comoção crescia e em julho de 1887 era criado o
Clube Militar com Deodoro na presidência.
Se os altos chefes militares ainda mantinham um alto respeito pelo Imperador, o
mesmo não acontecia com os “jovens turcos” das escolas militares formados e doutrinados
por Benjamin Constant. O ponto de culminância da crise militar atingiu o seu ápice quando
os fazendeiros buscaram obter do governo o auxílio do exército na caça aos escravos
fugitivos. Através do Clube Militar, dirigido por Deodoro e Benjamin Constant, foi enviada
uma carta à Princesa Izabel onde se solicitava à Princesa Regente que o Exército fosse
dispensado de tal missão vergonhosa de Capitão do Mato. Essa atitude de coerência, pois
tanto o Exército quanto a Maçonaria estavam na vanguarda da luta abolucionista,
representava um duro golpe de oposição do regime imperial.
O Levante que levou à implantação da República foi o movimento preparado pelas
elites militares, republicanas e maçônicas e não teve o mínimo respaldo popular.
O Levante foi preparado em segredo para eclodir no dia 20 de novembro. A vida
corria tranquila entre a população enquanto as elites fervilhavam e conspiravam
abertamente. O movimento foi precipitado, pois nos dias 13 e 14 corria o boato que o
governo mandaria prender o General Deodoro. A movimentação das tropas começou
então na madrugada do dia 15.
Em reunião secreta realizada na casa de Benjamin Constant, uma espécie de
conclave maçom, decidiu – se a queda do Império. O único obstáculo, por incrível que
parece, era a afeição do velho general Deodoro ao Imperador.
Proclamada a República em 15 de novembro de 1889 pelo Marechal Deodoro, o
mesmo autonomeou – se chefe do governo provisório com ministério totalmente maçônico
e filiado ao Grande Oriente do Brasil. Eduardo Campos Sales na justiça, Wandenkolk na
marinha, Benjamin Constant na guerra (Exército), Rui Barbosa na fazenda (finanças),
Demétrio Ribeira na agricultura, Quintino Bocaiúva nos transportes e Aristides Lobo no
interior.
Faz-se necessário aqui uma justiça ao Imperador D. Pedro II, um homem culto,
ponderado, que contrariando a opinião pública, não lutou pelo trono, pois não queria ver
derramado o sangue de brasileiros, demonstrando um alto sentimento
altruísta, reconhecendo que para o Brasil este seria o seu novo e melhor destino.
E em resposta dada à mensagem ao Novo Governo diz:
“À vista da representação escrita que me foi entregue hoje, às 3 horas da tarde, resolvo,
cedendo ao império das circunstâncias, partir, com toda a minha família, para a Europa,
deixando esta Pátria, de nós tão estremecida, à qual me esforcei por dar constantes
testemunhos de entranho amor e dedicação, durante mais de meio século em que
desempenhei o cargo de chefe de Estado. Ausentando-me, pois, com todas as pessoas da
minha família, conservarei do Brasil a mais saudosa lembrança, fazendo os mais ardentes
votos por sua grandeza e prosperidade.” Rio de Janeiro, 16 de novembro de 1889 D.
Pedro de Alcântara
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Segue, para o exílio, o Imperador, e com ele, meio século de história do Brasil
imperial. Estava proclamada a República e voltavam as esperanças de se construir uma
nova nação, dentro dos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade.
Um mês e pouco depois da proclamação no dia 19 de dezembro, Deodoro foi
nomeado Grão Mestre do Grande Oriente do Brasil.
Já instalado o governo provisório já se podia divisar duas correntes republicanas: I)
Uma de inspiração liberal que acabou prevalecendo e II) Outra de inspiração comtiana que
preconizava uma ditadura sociocrática.
Um ano após a Proclamação, a 15 de novembro de 1890, instala – se a
Assembleia Constituinte que promulga a nova Constituição em 24 de fevereiro de 1891,
implantando o Presidencialismo e o Federalismo.
Em 26 de fevereiro, Deodoro é eleito para a Presidência da República. Para Vice-
Presidente, os jovens turcos positivistas conseguiram eleger Marechal Floriano Peixoto.
Ajudante General do Exército, uma espécie de chefe do estado maior, derrotando o
Almirante Wandenkolk, indicado pela coalisão liberal.
As crises sucedem – se nesse período, extremamente conturbado, ainda mais que
a Marinha se viu preterida por não eleger o Vice-Presidente na coalisão liberal majoritária.
Antes de completar 9 meses no governo, no dia 23 de novembro de 1891, o Marechal
Deodoro é obrigado a renunciar ao cargo para não provocar uma guerra civil. O Almirante
Custódio de Melo, chefe da armada, ameaçara se rebelar em relação ao golpe de Deodoro
que dissolvera a Câmara e Senado em 3 de novembro. Deodoro desgostoso, doente e
alquebrado, também renunciou ao Grão Mestrado do Grande Oriente do Brasil em 18 de
dezembro.
O poder passa, pois, nas mãos do Vice-Presidente Marechal Floriano Peixoto,
também maçom, que passará a história como o consolidador da República. Enfrentou, no
seu governo, a Revolta na Fortaleza de Santa Crus. O Manifesto dos 13 Generais, a
Revolução Federalista na Província do Rio Grande do Sul, A Segunda Revolta da Armada.
Floriano, no final do seu mandato, passará o poder para os presidentes civis, muitos deles
maçons, que completarão o ciclo conhecido como A República Velha que durará até 1930,
quando novo ciclo se abre na história do Brasil.
No dia 21 de novembro de 1889, o jornal República Brasileira, publicava o
seguinte trecho em seu editorial:
“Comecemos de pensar. Esta República que veio assim, no meio do delírio popular,
cercada pela bonança esperançosa da paz; esta República no século XIX que surgiu com
a precisão dos fenômenos elétricos, sem desorganizar a vida da família, a vida do
comércio e a vida da indústria; esta República americana que trouxe o símbolo da paz,
que fez-se entre o pasmo e o temor dos monarquistas e a admiração dos sensatos – esta
República é um compromisso de honra e um compromisso de sangue. (…)”
A exemplo de todos estes fatos devemos ter os mesmos atos de coragem que
tiveram os maçons que hoje fazem parte da história da Humanidade. Temos a obrigação
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de agir para que, no futuro, sejamos citados pelos maçons que nos sucederem, e que, da
mesma forma, os nossos nomes fiquem registrados, como cidadãos atuantes, na memória
histórica de cada rua, cada bairro, cada cidade, cada Estado, por toda a Nação.
E que estes maçons do futuro tenham em nós, como tivemos nos maçons do
passado, o exemplo motivador da defesa da cidadania como instrumento de busca de uma
sociedade mais igualitária, mais justa e fraterna, portanto mais feliz.
O mundo que desejamos para os nossos pósteros não será um mundo dominado
pelas epidemias, pelas máfias locais, pelos bandos armados, pela barbárie, pelo caos,
pela anarquia. O lema maçônico da Liberdade, da Igualdade e da Fraternidade, já teve
pela ideologia de mercado, a hipertrofia da Liberdade das suas distorções do capitalismo
espoliador; já teve também, pelas ideologias do comunismo, a hipertrofia da Igualdade
gerando despotismos execráveis. Falta testar o último pilar da tríade maçônica: a
Fraternidade. E neste momento a Maçonaria terá muito a dizer.
O grande desafio do século XXI será o de incorporar a esse liberalismo um cunho
social de democrático. A Maçonaria não é mais a força social e ideológica dominante como
foi no passado. Outros atores sociais e políticos adentraram a cena social.

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