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AUGUSTA E RESPEITÁVEL LOJA

SIMBÓLICA

“TRABALHO EM PERFEITO SILÊNCIO”


nº. 2729

Peça de Arquitetura Grau 1

TRABALHO DE ARQUITETURA MAÇÔNICA


“Influência da Maçonaria nas Revoluções Brasileiras -
Inconfidência Mineira e Revolução Farroupilha”

Autor : Junior Miranda Lopes


Iniciado : 30.07.2016
Nome Histórico : CARLOS MAGNUM

Vilhena, 18 de julho de 2017


“Renovou Tiradentes a pratica que tivera com o Dr. Álvares Maciel na cidade do Rio de
janeiro e conseguiu ser, por intermédio da sua pessoa, iniciada nos mistérios da conjuração,
que desde muito tempo se tramava em Vila Rica”- História da Conjuração Mineira– Tomo
I, Joaquim Norberto.

INCONFIDÊNCIA MINEIRA

Consta do livro de Antônio Tenório de Albuquerque, publicado em 1955,


denominado A Maçonaria e a Grandeza do Brasil a tese de que Tiradentes foi maçom e muito
ativo, aglutinando em torno de si elementos que foram essenciais para a Conjuração Mineira
em 1789 em Minas Gerais em pleno ciclo do ouro, culminando com sua morte no cadafalso, no
Campo da Lampadosa no Rio de Janeiro em 21 de abril 1792.

No final do século XVIII, Brasil colônia da coroa Portuguesa e já sob o levante


de suas colônias, para estancar as contas da coroa foi instituído o imposto chamado do o Quinto.
Recebia este nome porque equivalia a quinta parte ou 20% de todo o ouro que os brasileiros
extraiam, principalmente das minas do território Mineiro, as mais produtoras. Além da cobrança
de impostos era proibido desenvolver qualquer tipo de industrialização, exercendo poder
coercitivo de tudo que era produzido no Brasil.

Na Europa, brasileiros jovens, estudavam nas universidades de Montpellier em


Paris, contagiados pelos ideais iluministas de liberdade, tomando conhecimento também das
notícias que chegavam da América do Norte, onde Maçom Benjamim Franklin, fora levar o
pedido de socorro dos maçons de sua pátria pelo movimento para a liberdade daquela nação do
jugo inglês. Estes jovens brasileiros então voltavam cheios de entusiasmo pela grandeza da terra
brasileira.

Vila Rica era sede do governo da capitania das Minas Gerais, havia uma roda de
homens cultos, participante de uma sociedade conhecida como Arcádia Literária, a qual
facilmente se tornaria o centro das ideias revolucionária trazidas da Europa por estes jovens
estudantes. Assim, foram fundadas Lojas Maçônicas sobretudo por iniciativa desses estudantes
brasileiros após seu retorno da Europa, empolgados pela ação humanitária e fraternal
desenvolvida pela Maçonaria na Europa.

Segundo fontes históricas José Alvares Maciel, maçom, iniciado na Europa foi
quem organizou sociedades em Minas, Rio de Janeiro e São Paulo com o objetivo de propagar
estas ideias de liberdade, preparando o ambiente para revolução. José Álvares Maciel não podia
dar às suas fundações o título de Lojas Maçônicas, por esta razão era conhecida como
Academias, Areópagos, Arcádia, etc.

As Academias funcionavam como Lojas Maçônicas e possivelmente em uma


delas Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes foi iniciado, sendo apadrinhado por José
Alvares Maciel que naquele momento faria se juntar aos inconfidentes.

O historiador Antônio Tenório D’Albuquerque, conhecido por ser um dos


primeiros a escrever sobre a história da maçonaria no Brasil cita o livro História da Conjuração
Mineira de Joaquim Norberto que Tiradentes ao se aproximar do coronel Paula de Andrade fez
os sinais que aprendera na iniciação com José Alvares Maciel, deu-lhe o toque maçônico e o
coronel lhe respondeu. Sim, nenhuma dúvida pode restar, de que as sociedades secretas das
quais participava Joaquim José da Silva Xavier, nada mais eram que a maçonaria. Portanto,
Tiradentes havia ingressado nos mistérios da maçonaria.

Tiradentes, participou de várias Lojas Maçônicas em Minas Gerais, com o apoio


resoluto da maioria das populações, que viam a maçonaria como defensora da Liberdade, da
dignidade, dos direitos do homem, um meio para reagir contra os desmandos dos prepotentes e
contra as arbitrariedades daqueles que desonravam o poder.

O movimento da Inconfidência Mineira foi sufocado pela delação de Joaquim


Silvério dos Reis, que em troca teve o perdão de suas dívidas com a Coroa Portuguesa.

REVOLUÇÃO FARROUPILHA

A Revolução Farroupilha representa um importante marco na história do Brasil,


ocorreu no estado do Rio Grande do Sul, entre 1835 e 1840, e foi a mais longa guerra interna
brasileira. As causas do conflito foram várias: política, tributárias, econômicas, militares e
sociais, mas foi essa última que conseguiu juntar diferentes seguimentos sociais no ideal comum
e revolucionário, unindo negros, índios e brancos

A economia do Rio Grande do Sul, na época era baseada na pecuária, tendo como
foco principal o charque. Os impostos cobrados pelo governo central dos produtos da pecuária
gaúcha eram exorbitantes, em contraposição às alíquotas mais baixas aplicadas ao charque
oriundo do Uruguai e da Argentina. A pecuária gaúcha tinha como foco econômico o
abastecimento interno, sendo que os impostos cobrados pela Coroa brasileiro e a desoneração
fiscal em face os produtos dos vizinhos argentinos e uruguaios causou forte descontentamentos
entre os estancieiros riograndense, dentre eles Bento Gonçalves que foi nomeado por D. Pedro
I como Coronel do Estado Maior, confiando-lhe o 4º Regimento de Cavalaria de Linha. Em
1830 Bento Gonçalves foi iniciado na Maçonaria.

Dentro do cenário liberal que fervilhava no Brasil várias tendências se


propagavam, algumas mais moderadas clamavam apenas contra as más administrações das
províncias, outras mais idealistas propagavam o fim da monarquia e a instituição da república
nos moldes americano e da Revolução Francesa. Outras mais extremas pregavam a separação
das províncias do governo central e constituição de novas repúblicas, dentre elas a província do
Rio Grande do Sul.

A fundação da primeira Loja Maçônica ocorreu no dia 23 de novembro de 1831,


em Porto Alegre, com o nome de Loja Philantropia & Liberdade, que deu origem a "Sociedade
Literária Correntino", embrião do Movimento Farroupilha. Bento Gonçalves da Silva foi o
primeiro Venerável Mestre dessa Loja Maçônica.

O planejamento estratégico e logístico das primeiras ações revolucionárias foi


desenvolvido entre colunas daquele templo Maçônico, que existe até hoje e está sediado em
Porto Alegre/RS, tendo ali sido firmado o Pacto Revolucionário Farroupilha em 18 de setembro
de 1835.
Cabe destacar a participação da Maçonaria neste conflito, dentre os quais:

• fuga de Bento Gonçalves da prisão, em Salvador, que teria sido planejada e


executada pela maçonaria;
• as gestões de Bento Gonçalves no sentido de fundar lojas maçônicas nas regiões
fronteiriças por onde passava com suas tropas;
• existência de termos maçônicos nos documentos dos revolucionários;
• inclusão de símbolos maçônicos no brasão das armas farroupilhas.

Mas é a existência de um determinado documento, em particular, que parece


comprovar consistentemente a presença da maçonaria naquele conflito, além de demonstrar a
importância de sua participação. Ata de Reunião da Loja Maçônica Philantropia e Liberdade,
datada de 18/09/1835, na transcrição ipsis literis:

“Aos dezoito dias do mês de setembro de 1835 E.'. V.'. e 5835 V.'. L.'., reunidos em sua sede, sito à
Rua da Igreja, nº 67, em lugar Claríssimo, Forte e Terrível aos tiranos, situado abaixo da abóbada
celeste do Zenith, aos 30º sul e 5º de latitude da América Brasileira, ao Vale de Porto Alegre, Província
de São Pedro do Rio Grande, nas dependências do Gabinete de Leituras onde funciona a Loja Maçônica
Philantropia e Liberdade, com o fim de, especificamente, traçarem as metas finais para o início do
movimento revolucionário com que seus integrantes pretendem resgatar os brios, os direitos e dignidade
do povo Riograndense. A sessão foi aberta pelo Ven. Mestre, Ir. Bento Gonçalves da Silva. Registre-se,
a bem da verdade, ainda as presenças dos IIr. José Mariano de Mattos, ex- Ven. José Gomes de
Vasconcellos Jardim, Pedro Boticário, Vicente da Fontoura, Paulino da Fontoura, Antônio de Souza
Neto e Domingos José de Almeida, o qual serviu como secretário e lavrou a presente ata. Logo de início,
o Ven. Mestre, depois de tecer breves considerações sobre os motivos da presente reunião, de caráter
extraordinário, informou a seus pares que o movimento estava prestes a ser desencadeado. A data
escolhida é o dia vinte de setembro do corrente, isto é, depois de amanhã. Nesta data, todos nós, em
nome do Rio Grande do Sul, nos levantaremos em luta contra o imperialismo que reina no país. Na
ocasião, ficou acertada a tomada da Capital da Província pelas tropas dos IIr.'. Vasconcellos Jardim e
Onofre Pires, que deverão se deslocar desde a localidade de Pedras Brancas, quando avisados. Tanto
Vasconcellos Jardim como Onofre Pires, ao serem informados, responderam que estariam a postos,
aguardando o momento para agirem. Também se fez ouvir o nobre Ir.'. Vicente da Fontoura, que sugeriu
o máximo cuidado, pois certamente, o Presidente Braga seria avisado do movimento. O Tronco de
Beneficência fez a sua circulação e rendeu a medalha cunhada de 421$000, contados pelo Ir.'. Tes.'.
Pedro Boticário. Por proposição do Ir.'. José Mariano de Mattos, o Tronco de Beneficência foi destinado
à compra de uma Carta da Alforria de um escravo de meia idade, no valor de 350$000, proposta aceita
por unanimidade. Foi realizada poderosa Cadeia de União, que pela justiça e grandeza da causa, pois
em nome do povo riograndense, lutariam pela Liberdade, Igualdade e Humanidade, pediam a força e
a proteção do G.'. A.'. D.'. U.'. para todos os IIr.'. e seus companheiros que iriam participar das
contendas. Já eram altas horas da madrugada quando os trabalhos foram encerrados, afirmando o
Ven.'. Mestre que todos deveriam confiar nas LL.'. do G.'. A.'. D.'. U.'. e, como ninguém mais quisesse
fazer uso da palavra, foram encerrados os trabalhos, do que eu, Domingos José de Almeida, Secretário,
tracei o presente Balaústre, a fim de que a história, através dos tempos, possa registrar que um grupo
de maçons, homens livres e de bons costumes, empenhou-se com o risco da própria vida, em restabelecer
o reconhecimento dos direitos desta abençoada terra, berço de grandes homens, localizada no extremo
sul de nossa querida Pátria. Oriente de Porto Alegre, aos dezoito dias do mês de setembro de 1835 da
E.'. V.'., 18º dia do sexto mês, Tirsi, da V.'. L.'. do ano de 5835. Ir Domingos José de Almeida - Secretário".
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

http://www.brasilmacom.com.br/a-maconaria-na-inconfidencia-mineira/

http://www.cljornal.com.br/reportagem-especial/maconaria-na-inconfidencia-mineira/

http://lmml.org.br/artigos/38-tiradentes-inconfidencia-mineira-e-maconaria/

http://espacodomacom.blogspot.com.br/2008/08/revoluo-farroupilha-e-maonaria.html

https://pt.wikipedia.org/wiki/Bento_Gon%C3%A7alves_da_Silva

http://www.canaleletronico.net/index.php?view=article&id=102

https://pt.scribd.com/document/185391609/A-MACONARIA-NA-REVOLUCAO-
FARROUPILHA

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