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ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS

Corrente tripartite X Corrente


quinária(CF + STF)
• A corrente quinária, adotada pelo STF,
reconhece a existência de 5 espécies
tributárias na CF/88 (arts. 145, 148 e 149 da
CF):
• a) impostos (arts. 153 a 156);
• b) taxas (art. 145, II, § 2o);
• c) contribuições de melhoria (art. 145, III);
• d) empréstimos compulsórios (art. 148);
• e) contribuições especiais (art. 149 + 195)
FATO GERADOR
• art. 4o do CTN: define o FATO GERADOR como
critério para distinguir as espécies tributárias,
sendo IRRELEVANTES a denominação legal e a
destinação do recurso arrecadado.
• (OBS: o critério do FG serve para distinguir
entre si impostos, taxas e contribuições de
melhoria. O art. 4o do CTN não se aplica a
empréstimos compulsórios e contribuições
especiais)
Atenção
• - no caso dos empréstimos compulsórios, o
elemento diferencial é o caráter restituível;
• - quanto às contribuições especiais, o critério
de diferenciação está na finalidade/destinação
CLASSIFICAÇÕES DOS TRIBUTOS
• 1) tributos vinculados e desvinculados:
• a) tributo vinculado é aquele cobrado pelo
Poder Público como remuneração a determina
atividade estatal relativa ao contribuinte
(taxas e contribuições de melhoria)... ou seja,
na HI de tributo vinculado sempre existe a
previsão de atividade estatal relativa ao
contribuinte;
• b) já tributo desvinculado é aquele exigido
pelo Poder Público sem qualquer atividade
estatal relativa ao contribuinte (imposto).
• 2)tributos diretos e indiretos:
• a) tributo direto é aquele pago e suportado
financeiramente pela mesma pessoa. Ex.:
IPVA;
• b) tributos indiretos são aqueles pagos por
uma pessoa (contribuinte de direito), mas
mediante repasse no valor da mercadoria, o
impacto financeiro do pagamento é deslocado
a terceiro(contribuinte de fato). Ex.: ICMS
• 3)tributos fiscais e extrafiscais:
• a) tributo fiscal é aquele cobrado com
finalidade exclusivamente arrecadatória. Ex.:
ICMS.
• b) tributo extrafiscal é aquele cobrado sem
finalidade arrecadatória, mas visando
objetivos sociais ou políticos. Ex.: ITR
progressivo para desestimular latifúndios
improdutivos.
IMPOSTOS (art. 16 do CTN)
• tributos desvinculados porque independem de
atividade estatal relativa ao contribuinte
• - competência: a CF/88 distribui os 13
impostos brasileiros de forma PRIVATIVA a U,
E, DF e M(cabendo à União instituir impostos
residuais: art. 154, I, da CF);
• - instituição: o veículo normativo para criação
de impostos é, em regra, a LO (admitindo MP
se o imposto for federal). Porém, os impostos
residuais e o IGF sujeitam-se à reserva de LC.
• - impostos reais e pessoais: impostos reais são
aqueles que recaem diretamente sobre o bem
(ex.: ITBI, IPTU, IPVA, ITCMD); já impostos
pessoais onerariam diretamente o
devedor(ex.: IR);
• - base de cálculo: a BC do imposto é sempre
um VALOR;
• - capacidade contributiva (art. 145, § 1o, da
CF).
Atenção
• - princípio da não-afetação (art. 167, IV, da CF): é
vedado vincular por lei a receita de impostos a órgão,
fundo ou despesa(segundo o STF, o princípio da
não-afetação é um desdobramento da Tripartição de
Poderes, e existe para garantir a independência do
Executivo frente o Legislativo). EXCEÇÕES:
• a) repartição constitucional de receitas;
• b) saúde;
• c) ensino;
• d) atividades da administração tributária;
• e) garantia de operações por antecipação de receita
o
TAXAS(arts. 145, II, e § 2 , da CF, 77 a
80 do CTN)
• são tributos vinculados cobrados pelo Poder
Público para remunerar serviço público
(atividade ampliativa) ou poder de polícia
(atividade limitativa):
• - as taxas são tributos remuneratórios,
retributivos, bilaterais, contraprestacionais,
vinculados e sinalagmáticos;
• - competência: comum ou concorrente entre
U, E, DF e M;
• - instituição: sempre criadas por LO (ou MP
federal) (OBS.: quando a CF fala simplesmente
em “lei” trata-se de LO; LC sempre deve ser
exigida explicitamente);
• - base de cálculo: como as taxas são tributos
remuneratórios, a BC delas deve ser CUSTO (da
atividade a ser remunerada). CUIDADO: será
inconstitucional a lei que defina VALOR como BC
de qualquer taxa, porque valor é BC própria de
imposto) (art. 145, § 2o, CF).

Atenção
• SV 29:É constitucional a adoção, no cálculo do
valor de taxa, de um ou mais elementos da
base de cálculo própria de determinado
imposto, desde que não haja integral
identidade entre uma base e outra.
Espécies de taxas
• A) De polícia: cobrada quando o Poder Público
realizada FISCALIZAÇÃO EFETIVA sobre o contribuinte.
Poder de polícia envolve atividades de limitação,
fiscalização, sanção e consentimento (alvará, licença e
autorização) sobre o particular. Ex.: licenciamento de
veículos, alvará de funcionamento de
estabelecimentos, fiscalização ambiental, certidões,
atestados;
• - contribuinte depende de autorização do PP (alvará,
licenciamento, certidões, fiscalização);
• - STF: basta um órgão estruturado e em
funcionamento;
• - TCFA (fiscalização e controle ambiental: STF diz que é
constitucional)
• B) De serviço: cobrada quando o Poder Público presta
serviço público ESPECÍFICO e DIVISÍVEL (“uti singuli”),
fruível individualmente pelo contribuinte. DICA: a
utilização pode ser EFETIVA ou POTENCIAL:
• - o art. 79 do CTN conceitua serviço público específico
e divisível;
• - fruição efetiva ou potencial (o serviço está a
disposição contribuinte) Ex.: assinatura de linha
telefônica;
• - Súmula 670 e SV 21: iluminação pública (o serviço de
iluminação pública – “uti universi”- não pode ser
remunerado mediante taxa);
CUIDADO
• - se o serviço público for indivisível (“uti universi”)
a taxa é inconstitucional. Ex.: iluminação pública,
limpeza e conservação de ruas;
• SV 19 (taxa do lixo): A taxa cobrada
exclusivamente em razão dos serviços públicos de
coleta, remoção e tratamento ou destinação de
lixo ou resíduos provenientes de imóveis não
viola o artigo 145, II, da Constituição Federal.
- Taxa de limpeza pública (ruas e logradouros) é
inconstitucional (STF).
Taxa x Tarifa ou Preço público
• - diferem de tarifa/preço público: taxa é
tributo cobrado quando o serviço público
específico e divisível é prestado diretamente
pelo Poder Público; já a tarifa/preço público
não é tributo, mas contraprestação paga ao
concessionário/permissionário quando o
serviço é de prestação indireta.
• C) CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA (arts. 145,
III, da CF, 80 e 81 do CTN, Decreto-lei 195/67):
é tributo vinculado, instituído pelo Poder
Público para fazer frente a “obra pública que
valoriza imóvel do contribuinte”:
• - Competência: é COMUM entre U, E, DF e M;
• - Instituição: sempre por LO (admite MP
federal);
• - hipóteses de criação (art. 2o do DL 195/67);
• - limites total (global) e individual:
total/global é o custo da obra; individual é a
valorização no imóvel do contribuinte;
• - art. 8o, § 2o, do DL 195/67 autoriza
proprietário a aumentar o aluguel em até 10%
do valor pago anualmente a título de CM;
• D) EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS(arts. 148
da CF e 15 do CTN): tributos restituíveis, de
competência exclusiva da União, por lei
complementar (vedada MP), nas hipóteses
estritas do art. 148 da CF:
• - competência: exclusiva da União;
• - instituição: exige lei complementar;
• - caráter restituível: significa que o recurso
ingressa no orçamento como entrada/receita
provisória pois o valor deverá ser integralmente
devolvido;
• - proibição do desvio de finalidade: por força do
parágrafo único do art. 148 da CF, o valor
arrecado só pode ser utilizado para a situação
que ensejou a cobrança;
• - Podem bitributar ou incidir em “bis in idem”:DL
2288/86 criou EC sobre combustíveis (mesmo FG
do ICMS).
• Hipóteses de criação (não são FGs) (art. 148 da
CF):
• calamidade pública(cobrança imediata);
• guerra externa ou sua iminência(cobrança
imediata);
• investimento público de relevante interesse
nacional (art. 148, II, da CF): normalmente uma
obra pública que exija recursos extraordinários.
Ex.: transposição do Rio São
Francisco(anterioridade).
• E) CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS(arts. 149 e 195
da CF):
• Conceito: contribuições são tributos
qualificados pela destinação/finalidade, desse
modo, o constituinte define a competência
para contribuições de maneira diferente:
estabelece a FINALIDADE do tributo (tributos
finalísticos) e a BASE DE CÁLCULO. Ex.: CSLL,
Cofins, PIS, Salário-educação.
• A) Contribuições sociais (art. 195 CF): são
tributos instituídos para custeio da Seguridade
Social (Previdência, Saúde e Assistência Social)...
lembrar que a Seguridade é custeada pelo
empregador, empregado, importador e
concursos de prognóstico (loterias). Ex.: CSLL,
Cofins, PIS;
• B)Competência residual (regras): Art. 195, § 4o,
da CF. Requisitos:
• 1) União;
• 2) Lei complementar;
• 3) Não podem ter FG ou BC de tributos já
previstos na CF/88 (no caso, contribuições já
previstas na CF/88);
• 4) não-cumulativas.
• - fontes de custeio: empregador, empregado,
importador e concursos de prognóstico (loterias)
• C) Cides(contribuições de intervenção no
domínio econômico) (art. 149 da CF): são
tributos federais instituídos por lei ordinária
para regulação de mercados relevantes (poder
de polícia sobre a economia). Ex.:
Cide/combustíveis, Cide/royalties
• D) Interesse das categorias profissionais ou
econômicas: são arrecadadas por meio de
parafiscalidade pelos Conselhos de Classe.
• E) Cosip (art. 149-A da CF): para custeio o
serviço público de iluminação (“uti universi”),
de competência dos M e DF, facultada a
arrecadação na fatura da energia residencial
(conta de luz);
• f) Contribuições gerais: como
salário-educação (art. 212, § 5o, CF + Lei
9424/96) e para Sistema “S” (art. 240 da CF);
• Competência: em regra, as contribuições são
federais (art. 149: compete EXCLUSIVAMENTE à
União instituir contribuições ... com exceções).
Não são federais:
• Cosip (art. 149-A) ou CIP: DF ou M;
• Contribuições cobradas pelos E, DF e M de seus
servidores para regime previdenciário próprio
(art. 149, § 1o, da CF).
• - Instituição: em regra, exige-se apenas LO (é
necessário LC somente para contribuições
residuais: 195, § 4o, da CF).
Atenção
• Não confundir contribuição sindical e
contribuição confederativa (art. 8o, IV, da CF)
que, por ser instituída pela Assembleia Geral
da categoria e não por lei, NÃO É TRIBUTO
(portanto, o pagamento desta é facultativo).
Lembrar que, com o advento da reforma
trabalhista, a contribuição sindical NÃO É
MAIS TRIBUTO!!!

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