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Pílulas de Direito Tributário

1) Competência tributária

1.1) Conceito: aptidão para criar, em abstrato, tributos.

1.2) Instrumento: se dá por meio da lei. Não por meio da CF. Em


regra, por LO. Apenas 4 tributos são criados por LC
(empréstimos compulsórios, IGF, impostos residuais da União
e contribuições de seguridade social residuais).

1.3) Legitimados: entes federados: U, E, DF e M.

1.4) Impostos de competência estadual:

Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir


impostos sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3,
de 1993)

I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou


direitos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre


prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e
de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem
no exterior; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de
1993)

III - propriedade de veículos automotores.

1.5) Impostos de competência municipal:

Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:

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drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
I - propriedade predial e territorial urbana;

II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso,


de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos
reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de
direitos a sua aquisição;

III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art.


155, II, definidos em lei complementar.

 Atenção: O DF tem a chamada competência cumulativa ou


múltipla, podendo criar tantos impostos municipais,
quanto os estaduais.

1.6) Impostos de competência da União:

Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:

I - importação de produtos estrangeiros;

II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou


nacionalizados;

III - renda e proventos de qualquer natureza;

IV - produtos industrializados;

V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos


ou valores mobiliários;

VI - propriedade territorial rural;

VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar.

Art. 154. A União poderá instituir:

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I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo
anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato
gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta
Constituição; -> impostos inominados ou residuais.

II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos


extraordinários, compreendidos ou não em sua competência
tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as
causas de sua criação.

2) Espécies tributárias: impostos, taxas, contribuições de melhoria,


empréstimos compulsórios (só União pode instituir) e contribuições
especiais.
2.1) Teoria adotada pelo STF: quintopartida ou pentapartite.

2.2) Impostos:

- Não-vinculação: Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação


tem por fato gerador uma situação independente de qualquer
atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.

2.3) Taxas:

- Vinculação: em razão do exercício do poder de polícia ou


pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos
e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;

- Serviço uti-singuli:

Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77


consideram-se:

I - utilizados pelo contribuinte:

a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título;

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b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória,
sejam postos à sua disposição mediante atividade administrativa em
efetivo funcionamento;

II - específicos, quando possam ser destacados em unidades


autônomas de intervenção, de utilidade, ou de necessidades
públicas;

III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente,


por parte de cada um dos seus usuários.

 Súmula vinculante 41-STF: O serviço de iluminação


pública não pode ser remunerado mediante taxa. ->
justamente por ser uti universi.

 O STF também declarou inconstitucional a taxa de limpeza


pública, a de segurança pública, e a de combate a
incêndios

 ATENÇÃO: O STF DECLAROU CONSTITUCIONAL A TAXA


DE COLETA DOMICILIAR DE LIXO.

SÚMULA VINCULANTE Nº. 19


A TAXA COBRADA EXCLUSIVAMENTE EM RAZAO DOS
SERVIÇOS PÚBLICOS DE COLETA, REMOÇAO E
TRATAMENTO OU DESTINAÇAO DE LIXO OU RESÍDUOS
PROVENIENTES DE IMÓVEIS, NAO VIOLA O
ARTIGO 145, II, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL .

Taxa de expediente. (...) Inconstitucionalidade. A emissão de guia de


recolhimento de tributos é de interesse exclusivo da administração,
sendo mero instrumento de arrecadação, não envolvendo a
prestação de um serviço público ao contribuinte. Possui repercussão
geral a questão constitucional suscitada no apelo extremo. Ratifica-
se, no caso, a jurisprudência da Corte consolidada no sentido de ser
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inconstitucional a instituição e a cobrança de taxas por emissão ou
remessa de carnês/guias de recolhimento de tributos.

[RE 789.218 RG, rel. min. Dias Toffoli, j. 17-4-2014, P, DJE de 1º-8-
2014, Tema 721.]

2.4) Contribuições de melhoria:


- Vinculação: decorrente de obras públicas.

2.5) Empréstimos compulsórios:


- Qualificação pelo resultado ou pela destinação

Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir


empréstimos compulsórios:

I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de


calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência;

II - no caso de investimento público de caráter urgente e de


relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III,
"b".

Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de


empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou
sua instituição.

2.6) Contribuições especiais:


- Qualificação pelo resultado ou pela destinação

Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições


sociais (PODEM SER GERAIS – SÓ DA UNIÃO; E DE
SEGURIDADE SOCIAL – SÓ DA UNIÃO SE FOR PRA SAÚDE E
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PRA ASSISTÊNCIA SOCIAL; E DA U, E, DF E M, SE FOR PRA
PREVIDÊNCIA SOCIAL) , de intervenção no domínio econômico –
CIDE - (SÓ DA UNIÃO) e de interesse das categorias profissionais
ou econômicas (SÓ DA UNIÃO), como instrumento de sua atuação
nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150,
I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às
contribuições a que alude o dispositivo.

§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão


contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em
benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40, cuja
alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares
de cargos efetivos da União. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 41, 19.12.2003)

Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir


contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço
de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e
III. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 39, de 2002).

 A contribuição para o custeio dos serviços de saúde, de caráter


facultativo, deve incidir sobre a remuneração de apenas um
dos cargos acumulados pelo servidor público. (ARE
1091727 AgR, Relator(a): Min. ALEXANDRE DE MORAES,
Primeira Turma, julgado em 22/06/2018, PROCESSO
ELETRÔNICO DJe-153 DIVULG 31-07-2018 PUBLIC 01-08-
2018)

3) Tributo

Art. 146. Cabe à lei complementar:

III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária,


especialmente sobre:

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a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em
relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos
respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes;

O CTN é uma LO, mas foi recepcionado como LC. Assim o CTN
define tributo:

Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em


moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua
sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante
atividade administrativa plenamente vinculada.

 Não constitua sanção: sanção em matéria tributária é a multa.

 Princípio do non olet: a expressão que quer dizer o dinheiro


não tem cheiro consiste em princípio de Direito Tributário.
Significa que embora o tributo só decorra de atividade lícita,
não quer dizer que atividade tida por ilícita não possa ser
tributada. Barreirinhas (2006:30) exemplifica a hipótese do
traficante que pratica atividade ilícita e com ela aufira renda,
e, portanto está obrigado por lei a declarar a renda e pagar
Imposto de Renda.

Art. 118. A definição legal do fato gerador é interpretada


abstraindo-se:

I - da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos


contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da
natureza do seu objeto ou dos seus efeitos;

4) Princípios tributários:

MITIGAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PRINCÍPIO DA


LEGALIDADE TRIBUTÁRIA

1. II, IE, IOF, IPI -> impostos extrafiscais: principal função é


modular comportamentos.
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2. ICMS- combustíveis monofásico (“reduzida ou restabelecida”)
-> convênio entre estados e DF.

3. CIDE- combustíveis monofásico (“reduzida ou restabelecida”)


-> ato do poder executivo.

MITIGAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PRINCÍPIO DA


ANTERIORIDADE COMUM (ANUAL)

1. II, IE, IOF, IPI;

2. ICMS - combustíveis monofásico;

3. CIDE - combustíveis;

4. Empréstimo compulsório no caso de guerra ou calamidade


pública;

5. Imposto extraordinário;

6. Contribuições especiais da seguridade social

MITIGAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PRINCÍPIO DA


ANTERIORIDADE MÍNIMA (NONAGESIMAL)

1. II, IE, IOF, IR;

2. Empréstimo compulsório no caso de guerra ou calamidade


pública;

3. Impostos extraordinários;

4. Fixação da base de cálculo (valor venal) do IPVA e IPTU;

 A atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo


(valor venal do imóvel) trata-se de exceção à legalidade.
Contudo, conforme prescreve a súmula 160 STJ "é defeso, ao
município, atualizar o IPTU, mediante decreto, em percentual
superior ao índice oficial de correção monetária".

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Explique-se melhor. O art. 97, § 2º do CNT ensina que "Não
constitui majoração de tributo, ..., a atualização do valor
monetário da respectiva base de cálculo", ou seja, aceitada a
recíproca como verdadeira, aumento superior à atualização do
valor monetário da respectiva base de cálculo constitui
majoração de tributo. Ainda segundo o CTN, da redação do art.
97, I, somente a lei pode estabelecer a majoração de
tributos(Há ressalvas, mas o IPTU não está incluso nelas).
Logo, a alteração do IPTU superior à atualização do valor
monetário da base de cálculo constitui majoração,
necessitando de lei em sentido estrito.

4.1) Legalidade:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao


contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e
aos Municípios:

I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;

 Medida provisória: medida provisória que implique instituição


ou majoração de impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I,
II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro
seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia
daquele em que foi editada. -> QUANDO A CF EXIGIR LC,
NÃO CABERÁ MP.

Art. 146. Cabe à lei complementar:

- Conflitos de competência

- Limitações constitucionais

- Normas gerais

- Prevenção de desiquilíbrio de concorrência

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I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária,
entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;

II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;

III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária,


especialmente sobre:

a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação


aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos
fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes;

b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência


tributários;

c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado


pelas sociedades cooperativas.

d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as


microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive
regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no
art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e
da contribuição a que se refere o art. 239. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso III, d,


também poderá instituir um regime único de arrecadação dos
impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios, observado que: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

I - será opcional para o contribuinte; (Incluído pela Emenda


Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

II - poderão ser estabelecidas condições de enquadramento


diferenciadas por Estado; (Incluído pela Emenda Constitucional nº
42, de 19.12.2003)

III - o recolhimento será unificado e centralizado e a distribuição


da parcela de recursos pertencentes aos respectivos entes federados
será imediata, vedada qualquer retenção ou
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condicionamento; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de
19.12.2003)

IV - a arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser


compartilhadas pelos entes federados, adotado cadastro nacional
único de contribuintes. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42,
de 19.12.2003)

Art. 146-A. Lei complementar poderá estabelecer critérios


especiais de tributação, com o objetivo de prevenir desequilíbrios da
concorrência, sem prejuízo da competência de a União, por lei,
estabelecer normas de igual objetivo.

PRINCÍPIO DA LEGALIDADE [DIREITO TRIBUTÁRIO


ESQUEMATIZADO]
Com base no princípio da legalidade tributária, é proibido exigir ou
aumentar tributo sem que lei o estabeleça.
A Lei tributária deve servir de parâmetro para criar, extinguir, majorar
ou reduzir tributos. Assim, a lei tributária deve estabelecer todos os
elementos configuradores da relação obrigacional tributária, como
por exemplo:
 O quanto se deve pagar;
 Quem deverá proceder ao pagamento;
 A quem se deve pagar;
 Porque se deve pagar
 O ônus imposto para quem não pagar etc.
Veja o que a Constituição Federal diz sobre o princípio da legalidade
no direito tributário:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao
contribuinte, é vedado à
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I – exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça.

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Há exceções ao princípio da legalidade, ou seja, em certas situações
e obedecidos os limites legais, alguns tributos NÃO se sujeitam
plenamente ao princípio da legalidade, como por exemplo, no caso
dos tributos extrafiscais.
Não seria justo que os tributos extrafiscais que têm por objetivo
desestimular alguma conduta se submetem ao princípio da
legalidade ou então suas finalidade não serão atingidas
imediatamente.
Assim, são exceções ao princípio da legalidade: II, IE, IPI, IOF, CIDE-
combustível e ICMS monofásico incidente sobre combustíveis
(quanto à alteração das alíquotas).

PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE [DIREITO TRIBUTÁRIO


ESQUEMATIZADO]
Uma coisa é importante saber, o princípio da irretroatividade no
direito tributário visa a segurança jurídica.
Dessa forma, o princípio da irretroatividade proíbe que lei que institui
ou majora tributos possa alcançar fatos geradores anteriores à sua
eficácia.
O princípio está previsto também no art. 5º, XXXVI, CR, de uma
forma genérica. Veja o que a Constituição Federal diz:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao
contribuinte, é vedado à
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
[ …] III – cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da
vigência da lei que os houver instituído ou aumentado.
Lei que cria ou majora tributos é diferente de lei mais benéfica quando
se trata de infrações.

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Assim, o princípio da irretroatividade não comporta exceções. A
previsão do artigo 106 do Código Tributário Nacional trata apenas de
casos em que a lei tributária interpretativa ou mais benéfica em
matéria de infrações pode retroagir.

PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE [DIREITO TRIBUTÁRIO


ESQUEMATIZADO]
O princípio da anterioridade também visa a segurança jurídica e se
baseia na cláusula de não surpresa.
Trata-se de uma garantia individual do contribuinte e tem a ver com
período de tempo que deve intermediar a data da lei instituidora ou
majoradora do tributo e a data de sua cobrança.
O princípio da anterioridade se refere ao momento em que a lei
tributária terá eficácia, diferente da irretroatividade que trabalha o
critério da vigência.
O princípio da anterioridade tributária determina que lei que crie ou
aumente tributo seja anterior ao exercício financeiro em que o tributo
será cobrado.
Além disso, deve ser observada uma antecedência mínima de 90
dias entre a data da publicação que o instituiu ou aumentou aquele
tributo e a data que aquela determinação começa a aplicar-se. Veja
o que a Constituição Federal diz sobre o princípio da anterioridade:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal
e aos Municípios:
[ …]
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a
lei que os instituiu ou aumentou;
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido
publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o
disposto na alínea b.
Assim, há uma subdivisão deste princípio, temos portanto, a
anterioridade anual e anterioridade nonagesimal.

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 Anterioridade Anual – É a vedação da cobrança de tributos no
mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os
instituiu ou majorou.
 Anterioridade Nonagesimal ou Noventena – É a vedação da
cobrança de tributos antes de decorridos 90 dia da data em que a lei
que instituiu ou majorou o tributo foi publicada.
Há exceções ao princípio constitucional tributário da anterioridade e
estão previstas no artigo 150, §1º, CR/88.
Em relação à anterioridade anual, são exceções: II, IE, IPE, IOF,
Imposto extraordinário de guerra e empréstimo compulsório no caso
de guerra e calamidade pública.
Já a exceção à anterioridade nonagesimal comporta os seguintes
tributos: II, IE, IR, IOF, Imposto extraordinário de guerra e
empréstimo compulsório no caso de guerra e calamidade pública.

PRINCÍPIO DA ISONOMIA [DIREITO TRIBUTÁRIO


ESQUEMATIZADO]
O princípio da Isonomia no Direito Tributário determina que toda e
qualquer pessoa que se encaixe na hipótese legalmente descrita na
lei que institui o tributo ficará sujeita ao mandamento legal.
Vale lembrar que o princípio da isonomia não proíbe o tratamento
diferenciado, mas refrisa apenas que esse tratamento deve observar
um valor constitucional.
Veja o que diz a Constituição Federal sobre o princípio da isonomia:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal
e aos Municípios:
II – instituir tratamento desigual entre contribuintes que se
encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção
em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida,
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independentemente da denominação jurídica dos rendimentos,
títulos ou direitos;
Assim, é um princípio destinado especialmente ao legislador, quando
da criação ou modificação de algum lei tributária. Ou seja, o Poder
Judiciário não pode fazer uso deste princípio e passar a tributar uma
situação não descrita em lei.

PRINCÍPIO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA [DIREITO


TRIBUTÁRIO ESQUEMATIZADO]
O princípio da capacidade contributiva no direito tributário traz a ideia
constitucional de que cada contribuinte deve pagar os tributos
adequados à sua capacidade econômica.
Assim, deve-se sempre observar a progressividade, seletividade,
proporcionalidade e outros meios a fim de garantir que o princípio da
capacidade contributiva seja aplicado da forma correta.
O princípio da capacidade contributiva se aplica a todos os tributos,
pois decorre da interpretação e aplicação dos direitos fundamentais,
portanto, deve adequar a estrutura de cada espécie tributária.
Veja o que diz a Constituição Federal sobre o princípio da capacidade
contributiva no direito tributário:
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
poderão instituir os seguintes tributos:
1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e
serão graduados segundo a capacidade econômica do
contribuinte, facultado à administração tributária,
especialmente para conferir efetividade a esses objetivos,
identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da
lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do
contribuinte.
Segundo decisões recentes do Supremo Tribunal Federal, o princípio
da capacidade contributiva recai tanto sobre os impostos reais (recai
sobre um objeto, exemplo: IPVA – carro) quanto aos impostos

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pessoais (recai sobre o sujeito do tributo, exemplo: Imposto de Renda
– trabalhador).

PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO DO TRIBUTO CONFISCATÓRIO


O princípio da vedação do tributo confiscatório proíbe o Fisco
arrecadar tributos com fins confiscatórios, ou seja, que o Fisco tome
os bens de alguém em proveito do Estado.
A Constituição Federal impede que, com o pretexto de cobrar tributo,
o Estado se aposse de bens de uma determinada pessoa. Veja o que
o texto constitucional diz sobre o princípio da vedação de tributo
confiscatório:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal
e aos Municípios:
IV – utilizar tributo com efeito de confisco;

Para saber se o tributo é confiscatório, deve-se verificar:


 A totalidade da carga tributária em um determinado momento,
levando em consideração a União, Estados e Municípios;
 A capacidade contributiva do sujeito passivo da relação tributária e,
 A proporcionalidade da tributação em relação a essa capacidade
contributiva.
"Conforme orientação fixada pelo Supremo Tribunal Federal, o
princípio da vedação ao efeito de confisco aplica-se às multas". (RE
523.471, Rel. Min. Joaquim Barbosa)

Limite para multas punitivas: 100% sobre o valor do tributo


(AgRg no RExt 833.106/GO)

Multas moratórias: os Tribunais oscilam entre 20-30%, mas 20%


tem prevalecido (Agravo Regimental em Agravo de Instrumento
727.872/RS)

Vedações de sanções políticas:

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Súmula 70 – "É inadmissível a interdição de estabelecimento
como meio coercitivo para cobrança de tributo". Julgados: RMS 9698,
de 11.07.62 (DJ de 29.11.62); e RE 39.933, de 09.01.61.

Súmula 323- "É inadmissível a apreensão de mercadorias


como meio coercitivo para pagamento detributos". Julgado: RE
39.933, de 09.01.61

Súmula 547- "Não é lícito à autoridade proibir que o


contribuinte em débito adquira estampilhas, despache mercadorias
nas alfândegas e exerça suas atividades profissionais". Julgados:
RE60.664, de 14.02.68 (RTJ, 45/629); RE65.047, de 14.02.68 (DJ de
28.06.68); RE 63.045, de 11.12.67 (RTJ, 44/422); e RE 64.054, de
05.03.68 (RTJ, 44/776).

ATENÇÃO: O STF ESTABELECEU QUE O PROTESTO DE


CERTIDÃO DE DÍVIDA ATIVA NÃO CONSTITUI SANÇÃO
POLÍTICA, POIS NÃO RESTRINGE DE MODO
DESPROPORCIONAL DIREITOS FUNDAMENTAIS.

PRINCÍPIO DA LIBERDADE DE TRÁFEGO [DIREITO


TRIBUTÁRIO ESQUEMATIZADO]
O princípio da liberdade de tráfego no direito tributário determina que
a lei tributária não pode limitar o tráfego entre estados e entre
municípios de pessoas ou bens.
Veja o que a Constituição Federal diz sobre o princípio da liberdade
de tráfego:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal
e aos Municípios:
V – estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por
meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a

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cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo
Poder Público;

Perceba que no próprio inciso o constituinte já faz ressalva quanto a


cobrança de pedágio pela utilização das vias conservadas pelo Poder
Público. Dessa forma, a cobrança de pedágios, embora onere o
tráfego, é lícito.

PRINCÍPIO DA NEUTRALIDADE [DIREITO TRIBUTÁRIO


ESQUEMATIZADO]
O princípio da neutralidade tributária orienta que a tributação não
deve causar distorções no setor econômico (local de onde a receita
tributária é extraída). Veja o que a Constituição Federal diz:
Art. 146-A. Lei complementar poderá estabelecer critérios
especiais de tributação, com o objetivo de prevenir
desequilíbrios da concorrência, sem prejuízo da competência de
a União, por lei, estabelecer normas de igual objetivo.

A regra é de neutralidade, a exceção só pode surgir para evitar o


desequilíbrio econômico. Porém, o princípio da neutralidade não é
regulamentado.

PRINCÍPIO DA UNIFORMIDADE GEOGRÁFICA [DIREITO


TRIBUTÁRIO ESQUEMATIZADO]
A Constituição Federal exige que a União institua tributos com
alíquotas uniformes em toda a extensão territorial do Brasil. Esse é o
princípio da uniformidade geográfica.
É uma representação do princípio da igualdade no direito tributário e
tem como fundamento o Pacto Federativo. O princípio da
uniformidade geográfica aplica-se apenas a UNIÃO!
Veja o que diz a Constituição Federal sobre o princípio da
uniformidade geográfica:
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Art. 151. É vedado à União:
I – instituir tributo que não seja uniforme em todo o território
nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a
Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de
outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a
promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico
entre as diferentes regiões do País.

Porém, há uma exceção!


A CF também permite a concessão de benefícios visando o
desenvolvimento de regiões mais atrasadas. Ou seja, pode haver
tributos com alíquotas diferenciadas, desde que cumpra o objetivo de
incentivo fiscal para regiões menos desenvolvidas do país.
Tais incentivos devem ocorrer dentro de uma política de fomento, não
sendo necessário quando não houver concretas desigualdades
regionais.

PRINCÍPIO DA TRANSPARÊNCIA DOS IMPOSTOS


O princípio da transparência dos impostos está diretamente ligado a
um princípio básico das relações de consumo, que é a
informação. Veja:
Art. 150
§ 5º A lei determinará medidas para que os consumidores sejam
esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre
mercadorias e serviços.
Dessa forma, o contribuinte também deve ser informado de todos os
tributos e gravames fiscais embutidos no preço quando adquirir bens
ou serviços.

PRINCÍPIO DA NÃO DIFERENCIAÇÃO TRIBUTÁRIA


O princípio da Não Diferenciação Tributária proíbe aos Estados,
Municípios e Distrito Federal estabelecer diferença tributária entre
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bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua
procedência/origem ou destino.
A finalidade, obviamente, é evitar a guerra fiscal. Veja o que a
Constituição Federal diz sobre o princípio da não vedação tributária:
Art. 153 É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e
serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou
destino.

Importante: a União (e apenas ela) pode fazer diferenciação tributária


para diminuir desigualdades sociais e econômicas, conforme visto
anteriormente na exceção ao princípio da uniformidade geográfica.
Estados, Municípios e Distrito Federal não podem estabelecer
diferenciação tributária, ainda que haja desigualdades sociais e
econômicas.

5) Imunidade tributária

5.1) Conceito: hipótese de não incidência tributária


constitucionalmente qualificada. Na realidade, trata-se de hipótese
de incompetência tributária prevista na CF, visto que não poderá
sequer haver criação de tributo.

5.2) Diferença com isenção: hipótese prevista NA LEI, e não na CF.


É uma situação de não incidência tributária LEGALMENTE
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qualificada. Aqui, haverá competência tributária, ela apenas não
poderá ser exercida, por força de disposição legal.

Imunidade tributária: Imunidade é uma proteção que


a Constituição Federal confere aos contribuintes. É uma hipótese de
não incidência tributária constitucionalmente qualificada. Nas
palavras de Roque A. Carrazza, a imunidade é uma incompetência
tributária. As imunidades previstas no artigo 150 da Constituição
Federal só existem para impostos, mas não podemos esquecer que
existem imunidades espalhadas na Constituição em relação às
taxas e contribuições especiais.

Obs.: A imunidade só atinge a obrigação principal, permanecendo


assim as obrigações acessória.

Isenção tributária: Para alguns autores, é uma hipótese de não-


incidência legalmente qualificada. Para outros se trata de uma
exclusão do crédito tributário, pois embora tenha acontecido o fato
gerador do tributo (haja incidência), o ente tributante está impedido
de constituir e cobrar o crédito tributário.

Diferenças:

 Para que desapareça uma imunidade, é preciso alterar


a Constituição, já para que desapareça uma isenção, basta que
a lei seja revogada.
 Só há que se falar em isenção se houve o exercício da
competência tributária.
 A imunidade atua no plano da definição da competência
tributária, tem previsão constitucional.
 A isenção atua no plano do exercício da competência tributária,
é definida por lei infraconstitucional e é uma hipótese de
exclusão do crédito tributário.

As imunidades podem ser divididas em:

I) Imunidades genéricas: são aquelas previstas pelo texto


constitucional para atingir inúmeros tributos ao mesmo tempo
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II) Imunidades específicas: são aquelas previstas pela CF apenas
para determinado tributo, de maneira pontual e específica

Exemplos de iminidade genérica:

Imunidade Genérica Recíproca.

Imunidade Genérica de Templos

Imunidade Genérica de Partidos Políticos e suas Fundações,


Entidades Sindicais de Trabalhadores, Instituições de Assistência
Social e de Educação

Imunidade Genérica de Livros, Jornais, periódicos e o papel


destinado à sua impressão

Imunidade Genérica de fonogramas e videofonogramas musicais


produzidos no Brasil

Exemplos de imunidade especÃfica:

Imunidade de contribuições especiais do Art. 149, § 2, inciso I:

Imunidade de IPI Art. 153, § 3º, inciso III:

Imunidade de ITR Art. 153, § 4º, inciso II

Imunidade de ICMS Art. 155, § 2º, inciso X, da CF

Imunidade de ITBI Art. 156, § 2º, inciso I

Imunidade de contribuições especiais sociais para custeio da


seguridade social Art.195, § 7º, da CF:

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Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e
aos Municípios:

VI - instituir impostos sobre: (Vide Emenda Constitucional nº 3,


de 1993)

a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; -> Imunidade


recíproca.

§ 2º - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às


fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se
refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas
finalidades essenciais ou às delas decorrentes. -> imunidade
recíproca extensiva.

Art. 173, § 2º As empresas públicas e as sociedades de economia


mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do
setor privado.

 Se as empresas estatais prestarem serviço público típico, em


regime de monopólio e sem concorrência com o setor privado,
ou, ainda que sem monopólio, mas de maneira gratuita, como
a EBCT e a INFRAERO, terão imunidade tributária.

 Incide o IPTU sobre imóvel pertencente à pessoa jurídica de


direito público, quando cedido à pessoa jurídica de direito
privado devedora do tributo.

b) templos de qualquer culto;

§ 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c",


compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços,
relacionados com as finalidades essenciais das entidades
nelas mencionadas. -> STF deu interpretação extensiva,
aplicando a imunidade inclusive a imóveis locados, ou a
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imóveis comerciais, ou a lotes vazios, desde que os recursos
auferidos com estes imóveis sejam empregados nas
finalidades essenciais.

Súmula vinculante 52-STF: Ainda quando alugado a terceiros,


permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das
entidades referidas pelo art. 150, VI, c, da CF, desde que o valor
dos aluguéis seja aplicado nas atividades para as quais tais
entidades foram constituídas. -> aplica-se também aos templos
de culto e entidades religiosas em geral, e até mesmo para
cemitérios geridos por essas entidades (por exemplo na venda
de jazigos).
STF. Plenário. Aprovada em 17/06/2015.

ATENÇÃO: A MAÇONARIA E SEUS IMÓVEIS NÃO GOZAM DE


IMUNIDADE.

c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive


suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das
instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos,
atendidos os requisitos da lei;

d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.

-> Súmula nº. 657 do STF: “A imunidade prevista no artigo 150, VI,
“d”, da CF abrange os filmes e papéis fotográficos necessários à
publicação de jornais e periódicos”.

-> COMPONENTES ELETRÔNICOS QUE ACOMPANHAM LIVRO


E IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. A imunidade tributária constante do
art. 150, VI, “d”, da Constituição Federal (CF), aplica-se ao livro
eletrônico (“e-book”), inclusive aos suportes exclusivamente
utilizados para fixá-lo.

-> ATENÇÃO: A IMUNIDADE NÃO SE APLICA PARA O


MAQUINÁRIO DESTINADO À PRODUÇÃO OU IMPRESSÃO DOS
LIVROS, JORNAIS E PERIÓDICOS.
Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil
contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou
obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os
suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na
etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a
laser. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 75, de 15.10.2013)

§ 3º - As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não


se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com
exploração de atividades econômicas regidas pelas normas
aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja
contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário,
nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto
relativamente ao bem imóvel.

6) Obrigação tributária

6.1) Cronologia: hipótese de incidência (prevista na lei) -> FG


(subsunção) -> obrigação tributária -> crédito tributário (surge com o
lançamento tributário).
Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
6.2) Espécies de obrigação tributária:

Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória.

§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato


gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade
pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente. -
> exige necessariamente lei.

§ 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem


por objeto as prestações, positivas ou negativas (fazer ou não fazer),
nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos
tributos.-> Art. 96. A expressão "legislação tributária" compreende as
leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as
normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre
tributos e relações jurídicas a eles pertinentes.

 Em Direito Tributário, é plenamente possível existir uma


obrigação acessória sem obrigação principal.

§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua


inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente à
penalidade pecuniária.-> converte-se em multa.

Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que


disponha sobre:

I - suspensão ou exclusão do crédito tributário;

II - outorga de isenção;

III - dispensa do cumprimento de obrigações tributárias


acessórias.

Art. 112. A lei tributária que define infrações, ou lhe comina


penalidades, interpreta-se da maneira mais favorável ao acusado,
em caso de dúvida quanto:

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
I - à capitulação legal do fato;

II - à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à


natureza ou extensão dos seus efeitos;

III - à autoria, imputabilidade, ou punibilidade;

IV - à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação.

7) Sujeito passivo

Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa


obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária.

Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se:

I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a


situação que constitua o respectivo fato gerador; -> sujeito passivo
direto é quem realiza o fato gerador.

II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte,


sua obrigação decorra de disposição expressa de lei.-> sujeito
passivo indireto é quem não realiza o fato gerador.

Art. 122. Sujeito passivo da obrigação acessória é a pessoa


obrigada às prestações que constituam o seu objeto.

Art. 123. Salvo disposições de lei em contrário, as convenções


particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos,
não podem ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição
legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes.

Art. 126. A capacidade tributária passiva independe:

I - da capacidade civil das pessoas naturais; -> menor pode ser


contribuinte.

II - de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem


privação ou limitação do exercício de atividades civis, comerciais ou
profissionais, ou da administração direta de seus bens ou negócios;
Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
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-> pessoas interditadas, ou que eventualmente estejam com sua
licença profissional suspensa ou cassada, se exercerem, ainda que
de forma ilegal, suas atividades profissionais, deverão pagar os
tributos respectivos.

III - de estar a pessoa jurídica regularmente constituída,


bastando que configure uma unidade econômica ou profissional. ->
sociedades de fato e irregulares devem pagar tributos.

8) Crédito tributário

-> Suspensão: MORDER LIMPAR

-> Exclusão: ANIS -> anistia e isenção.

Disposições Gerais

Art. 139. O crédito tributário decorre da obrigação principal e


tem a mesma natureza desta.

Art. 140. As circunstâncias que modificam o crédito tributário,


sua extensão ou seus efeitos, ou as garantias ou os privilégios a ele
atribuídos, ou que excluem sua exigibilidade não afetam a obrigação
tributária que lhe deu origem.

CAPÍTULO II

Constituição de Crédito Tributário

SEÇÃO I

Lançamento

-> segundo o STF, o lançamento é indispensável para


configuração dos crimes previstos no art. 1º, I, da Lei 8.137/90,

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sendo imprescindível sua ocorrência para início da ação penal,
MAS NÃO PARA INÍICIO DAS INVESTIGAÇÕES.

-> segundo o STJ, o MP não precisa anexar à denúncia cópia


integral do procedimento administrativo de lançamento, sendo
suficiente as peças mais importantes, que demonstrem a
ocorrência do LT.

-> Por fim, os Tribunais Superiores dizem que o crime de


descaminho é formal, não exigindo o lançamento tributário para
configuração.

Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa


constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o
procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato
gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria
tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito
passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. ->
o LT tem natureza jurídica dúplice ou mista: a) declaratória,
porque declara a ocorrência da obrigação tributária já nascida. b)
constitutiva, porque constitui o crédito tributário.

Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é


vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional.

Art. 143. Salvo disposição de lei em contrário, quando o valor


tributário esteja expresso em moeda estrangeira, no lançamento far-
se-á sua conversão em moeda nacional ao câmbio do dia da
ocorrência do fato gerador da obrigação.

Art. 144. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato


gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que
posteriormente modificada ou revogada.

§ 1º Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente


à ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha instituído novos
critérios de apuração ou processos de fiscalização, ampliado os
poderes de investigação das autoridades administrativas, ou
outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios, exceto, neste
último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade tributária a
terceiros.
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§ 2º O disposto neste artigo não se aplica aos impostos
lançados por períodos certos de tempo, desde que a respectiva lei
fixe expressamente a data em que o fato gerador se considera
ocorrido.

Art. 145. O lançamento regularmente notificado ao sujeito


passivo só pode ser alterado em virtude de:

I - impugnação do sujeito passivo;

II - recurso de ofício;

III - iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos casos


previstos no artigo 149.

Art. 146. A modificação introduzida, de ofício ou em


conseqüência de decisão administrativa ou judicial, nos critérios
jurídicos adotados pela autoridade administrativa no exercício do
lançamento somente pode ser efetivada, em relação a um mesmo
sujeito passivo, quanto a fato gerador ocorrido posteriormente à sua
introdução.

Modalidades de Lançamento

Art. 147. O lançamento é efetuado com base na declaração do


sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na forma da
legislação tributária, presta à autoridade administrativa informações
sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação. ->
Lançamento Misto ou por Declaração

§ 1º A retificação da declaração por iniciativa do próprio


declarante, quando vise a reduzir ou a excluir tributo, só é admissível
mediante comprovação do erro em que se funde, e antes de
notificado o lançamento.

§ 2º Os erros contidos na declaração e apuráveis pelo seu


exame serão retificados de ofício pela autoridade administrativa a
que competir a revisão daquela.

Art. 148. Quando o cálculo do tributo tenha por base, ou tome


em consideração, o valor ou o preço de bens, direitos, serviços ou
atos jurídicos, a autoridade lançadora, mediante processo regular,
arbitrará aquele valor ou preço, sempre que sejam omissos ou não
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drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
mereçam fé as declarações ou os esclarecimentos prestados, ou os
documentos expedidos pelo sujeito passivo ou pelo terceiro
legalmente obrigado, ressalvada, em caso de contestação, avaliação
contraditória, administrativa ou judicial.

Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela


autoridade administrativa nos seguintes casos: -> Lançamento de
Ofício

I - quando a lei assim o determine;

II - quando a declaração não seja prestada, por quem de direito,


no prazo e na forma da legislação tributária;

III - quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha


prestado declaração nos termos do inciso anterior, deixe de atender,
no prazo e na forma da legislação tributária, a pedido de
esclarecimento formulado pela autoridade administrativa, recuse-se
a prestá-lo ou não o preste satisfatoriamente, a juízo daquela
autoridade;

IV - quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a


qualquer elemento definido na legislação tributária como sendo de
declaração obrigatória;

V - quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da


pessoa legalmente obrigada, no exercício da atividade a que se
refere o artigo seguinte;

VI - quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo,


ou de terceiro legalmente obrigado, que dê lugar à aplicação de
penalidade pecuniária;

VII - quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em


benefício daquele, agiu com dolo, fraude ou simulação;

VIII - quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não


provado por ocasião do lançamento anterior;

IX - quando se comprove que, no lançamento anterior, ocorreu


fraude ou falta funcional da autoridade que o efetuou, ou omissão,
pela mesma autoridade, de ato ou formalidade especial.

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drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
Parágrafo único. A revisão do lançamento só pode ser iniciada
enquanto não extinto o direito da Fazenda Pública.

Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos


tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de
antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade
administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autoridade,
tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado,
expressamente a homologa. -> Lançamento por Homologação

§ 1º O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste


artigo extingue o crédito, sob condição resolutória da ulterior
homologação ao lançamento.

§ 2º Não influem sobre a obrigação tributária quaisquer atos


anteriores à homologação, praticados pelo sujeito passivo ou por
terceiro, visando à extinção total ou parcial do crédito.

§ 3º Os atos a que se refere o parágrafo anterior serão, porém,


considerados na apuração do saldo porventura devido e, sendo o
caso, na imposição de penalidade, ou sua graduação.

§ 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco


anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo
sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se
homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo
se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação.

CAPÍTULO III

Suspensão do Crédito Tributário

SEÇÃO I

Disposições Gerais

Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário: ->


MORDER LIMPAR

I - moratória;

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
II - o depósito do seu montante integral; -> súmula 112 do STJ:
o depósito somente suspende a exigibilidade do crédito tributário se
for integral e em dinheiro.

-> Súmula Vinculante 28: É inconstitucional a exigência de


depósito prévio como requisito de admissibilidade de ação
judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade do crédito
tributário. -> ou seja, para se ingressar com a ação, não se exige
depósito, sendo exigido somente para a suspensão do CT.

III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis


reguladoras do processo tributário administrativo; -> Súmula
Vinculante nº. 21: é inconstitucional a exigência de depósito ou
arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade
de recurso administrativo.

- Súmula 373 do STJ: É ilegítima a exigência de depósito prévio para


admissibilidade de recurso administrativo.

IV - a concessão de medida liminar em mandado de segurança.

V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em


outras espécies de ação judicial; (Incluído pela Lcp nº 104, de
2001)

VI – o parcelamento. (Incluído pela Lcp nº 104, de


2001)

Parágrafo único. O disposto neste artigo não dispensa o


cumprimento das obrigações assessórios dependentes da obrigação
principal cujo crédito seja suspenso, ou dela conseqüentes.

§ 1o Salvo disposição de lei em contrário, o parcelamento do


crédito tributário não exclui a incidência de juros e
multas. (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001)

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
CAPÍTULO IV

Extinção do Crédito Tributário

RESUMO

Modalidades Extintivas do Crédito Tributário:

1) Diretas (independem de Lei);

a) Pagamento;

b) Homologação do pagamento antecipado;

c) Decadência;

d) Prescrição.

2) Indiretas (dependem de Lei Autorizativa):

a) Compensação (Súmula 212 e 213 do STJ) (ver sempre art. 170-


A do CTN);

Súmula 212 STJ: A compensação de créditos tributários não pode


ser deferida em ação cautelar ou por medida liminar cautelar ou
antecipatória.

Súmula 213 STJ: O mandado de segurança constitui ação adequada


para a declaração do direito à compensação tributária.

b) Transação;

c) Remissão (perdão da dívida – liberação graciosa de uma dívida


pelo credor);

d) Dação em pagamento em bens imóveis.


Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
3) Processuais (pressupões um litígio administrativo ou
judicial):

a) Conversão depósito em renda (sujeito passivo perde a Lide –


c/c com item 2.a);

b) Consignação em pagamento;

c) Decisão administrativa irrecorrível

d) Decisão judicial passada em julgado (Súmula 239 STF).

Súmula 239: Decisão que declara indevida a cobrança do imposto


em determinado exercício não faz coisa julgada em relação aos
posteriores.

OBS I: no direito privado, o pagamento de cláusula penal substitui a


obrigação descumprida (art. 410 do CC); no direito tributário não: no
caso de cometimento de infrações, o valor destas soma-se ao do
tributo, não sendo possível que o pagamento deste seja substituído
pelo daquelas (art. 157 do CTN).

OBS II: O pagamento em atraso acarreta como conseqüência a


mora: juros de mora; penalidades; medidas de garantia previstas em
lei (art. 161 do CTN), salvo na pendência de CONSULTA formulada
pelo devedor dentro do prazo legal para o pagamento do crédito.

É inconstitucional a norma que disciplina juros moratórios aplicáveis


a condenações da Fazenda Pública, ao fazer incidir sobre débitos
oriundos de relação jurídico-tributária o índice de remuneração da
caderneta de poupança, pois se devem observar os mesmos juros
de mora pelos quais a Fazenda Pública remunera seu crédito.

OBS III: a consulta não suspende a exigibilidade do crédito, mas


impede a fluência de juros mora e aplicação da multa mora enquanto
pendente a solução (art. 162 p. 2°).

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
OBS IV: ver a ordem na imputação de pagamento (art. 163 do CTN).

OBS V: Transação – para créditos tributários contestados


administrativa ou judicialmente, no qual sujeitos ativos e passivos,
por meio de lei autorizativa, abrem mão de parte de seus direitos.

OBS VI: não pode o magistrado de ofício pronunciar a remissão,


analisando isoladamente o valor cobrado em uma execução fiscal,
sem questionar a Fazenda sobre a existência de outros débitos que
somados impediriam o contribuinte de gozar do benefício.

SEÇÃO I

Modalidades de Extinção

Art. 156. Extinguem o crédito tributário:

I - o pagamento;

II - a compensação;

III - a transação;

IV - remissão;

V - a prescrição e a decadência; -> devem ser regulamentadas


por LC.

VI - a conversão de depósito em renda;

VII - o pagamento antecipado e a homologação do lançamento


nos termos do disposto no artigo 150 e seus §§ 1º e 4º;

VIII - a consignação em pagamento, nos termos do disposto no


§ 2º do artigo 164;

Material doado por @rmayermeleo (1 lugar na prova oral Promotor MPMG 2020) e disponibilizado no
drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.
IX - a decisão administrativa irreformável, assim entendida a
definitiva na órbita administrativa, que não mais possa ser objeto de
ação anulatória;

X - a decisão judicial passada em julgado.

XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e


condições estabelecidas em lei. (Incluído pela Lcp nº 104, de
10.1.2001) (Vide Lei nº 13.259, de 2016)

Parágrafo único. A lei disporá quanto aos efeitos da extinção


total ou parcial do crédito sobre a ulterior verificação da irregularidade
da sua constituição, observado o disposto nos artigos 144 e 149.

SEÇÃO II

Pagamento

Art. 157. A imposição de penalidade não ilide o pagamento


integral do crédito tributário.

Art. 158. O pagamento de um crédito não importa em presunção


de pagamento:

I - quando parcial, das prestações em que se decomponha;

II - quando total, de outros créditos referentes ao mesmo ou a


outros tributos.

Art. 159. Quando a legislação tributária não dispuser a respeito,


o pagamento é efetuado na repartição competente do domicílio do
sujeito passivo.

Art. 160. Quando a legislação tributária não fixar o tempo do


pagamento, o vencimento do crédito ocorre trinta dias depois da data
em que se considera o sujeito passivo notificado do lançamento.

Parágrafo único. A legislação tributária pode conceder desconto


pela antecipação do pagamento, nas condições que estabeleça.

Art. 161. O crédito não integralmente pago no vencimento é


acrescido de juros de mora, seja qual for o motivo determinante da
falta, sem prejuízo da imposição das penalidades cabíveis e da

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aplicação de quaisquer medidas de garantia previstas nesta Lei ou
em lei tributária.

§ 1º Se a lei não dispuser de modo diverso, os juros de mora são


calculados à taxa de um por cento ao mês.

§ 2º O disposto neste artigo não se aplica na pendência de


consulta formulada pelo devedor dentro do prazo legal para
pagamento do crédito.

Art. 163. Existindo simultaneamente dois ou mais débitos


vencidos do mesmo sujeito passivo para com a mesma pessoa
jurídica de direito público, relativos ao mesmo ou a diferentes tributos
ou provenientes de penalidade pecuniária ou juros de mora, a
autoridade administrativa competente para receber o pagamento
determinará a respectiva imputação, obedecidas as seguintes regras,
na ordem em que enumeradas:

I - em primeiro lugar, aos débitos por obrigação própria, e em


segundo lugar aos decorrentes de responsabilidade tributária;

II - primeiramente, às contribuições de melhoria, depois às taxas


e por fim aos impostos; -> CONTA IMPOSTO.

III - na ordem crescente dos prazos de prescrição;

IV - na ordem decrescente dos montantes.

SEÇÃO III

Pagamento Indevido

Art. 165. O sujeito passivo tem direito, independentemente de


prévio protesto, à restituição total ou parcial do tributo, seja qual for a
modalidade do seu pagamento, ressalvado o disposto no § 4º do
artigo 162, nos seguintes casos:

I - cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou


maior que o devido em face da legislação tributária aplicável, ou da
natureza ou circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente
ocorrido;

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II - erro na edificação do sujeito passivo, na determinação da
alíquota aplicável, no cálculo do montante do débito ou na elaboração
ou conferência de qualquer documento relativo ao pagamento;

III - reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão


condenatória.

Art. 166. A restituição de tributos que comportem, por sua


natureza, transferência do respectivo encargo financeiro somente
será feita a quem prove haver assumido o referido encargo, ou, no
caso de tê-lo transferido a terceiro, estar por este expressamente
autorizado a recebê-la.

Art. 167. A restituição total ou parcial do tributo dá lugar à


restituição, na mesma proporção, dos juros de mora e das
penalidades pecuniárias, salvo as referentes a infrações de caráter
formal não prejudicadas pela causa da restituição.

Parágrafo único. A restituição vence juros não capitalizáveis, a


partir do trânsito em julgado da decisão definitiva que a determinar.

Art. 168. O direito de pleitear a restituição extingue-se com o


decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contados:

I - nas hipótese dos incisos I e II do artigo 165, da data da


extinção do crédito tributário; (Vide art 3 da LCp nº 118, de
2005)

II - na hipótese do inciso III do artigo 165, da data em que se


tornar definitiva a decisão administrativa ou passar em julgado a
decisão judicial que tenha reformado, anulado, revogado ou
rescindido a decisão condenatória.

Art. 169. Prescreve em dois anos a ação anulatória da decisão


administrativa que denegar a restituição.

Parágrafo único. O prazo de prescrição é interrompido pelo


início da ação judicial, recomeçando o seu curso, por metade, a partir
da data da intimação validamente feita ao representante judicial da
Fazenda Pública interessada.

SEÇÃO IV

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Demais Modalidades de Extinção

Art. 172. A lei pode autorizar a autoridade administrativa a


conceder, por despacho fundamentado, remissão total ou parcial do
crédito tributário, atendendo:

I - à situação econômica do sujeito passivo;

II - ao erro ou ignorância excusáveis do sujeito passivo, quanto


a matéria de fato;

III - à diminuta importância do crédito tributário;

IV - a considerações de eqüidade, em relação com as


características pessoais ou materiais do caso;

V - a condições peculiares a determinada região do território da


entidade tributante.

Parágrafo único. O despacho referido neste artigo não gera


direito adquirido, aplicando-se, quando cabível, o disposto no artigo
155.

- Decadência = perda do direito material de lançamento.

CTN, Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito


tributário extingue-se após 5 (cinco) anos, contados:

- Prescrição = perda do direito de ação de cobrar o tributo.

CTN, Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário


prescreve em cinco anos, contados da data da sua constituição
definitiva.

Súmula 622-STJ: A notificação do auto de infração faz


cessar a contagem da decadência para a constituição do crédito
tributário; exaurida a instância administrativa com o decurso do
prazo para a impugnação ou com a notificação de seu
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julgamento definitivo e esgotado o prazo concedido pela
Administração para o pagamento voluntário, inicia-se o prazo
prescricional para a cobrança judicial.

Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito


tributário extingue-se após 5 (cinco) anos, contados: -> Alexandre
Mazza (MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Tributário. 4 ed. São
Paulo: Saraiva, 2018) elucida que a "decadência tributária é a perda
do direito de constituir o crédito tributário que ocorre se o Fisco não
exercê-lo dentro do prazo legal."

I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o


lançamento poderia ter sido efetuado;

II - da data em que se tornar definitiva a decisão que houver


anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado.

Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extingue-


se definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da
data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário
pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória
indispensável ao lançamento.

Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve


em cinco anos, contados da data da sua constituição definitiva.

Parágrafo único. A prescrição se interrompe:

I – pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução


fiscal; (Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005)

II - pelo protesto judicial;

III - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;

IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que


importe em reconhecimento do débito pelo devedor.

CAPÍTULO V

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Exclusão de Crédito Tributário

RESUMO

Anistia é o perdão relativo a penalidades pecuniárias.

Isenção é relativa aos tributos em si.

Exclusão do Crédito Tributário (art. 175):

Excluir é impedir que o crédito se constitua, ou seja, ocorre a


exclusão antes que ele se constitua.

1) Isenção;

2) Anistia.

OBS I: a exclusão do crédito tributário não dispensa o cumprimento


da obrigação acessórias dependentes da obrigação principal cujo
crédito seja excluído, ou dela conseqüente (art. 175 do CTN).

OBS II: a lei exige para exclusão do crédito tributário lei especifica,
porém esta deve ter a mesma hierarquia da lei instituidora do
crédito tributário. Ex: empréstimos compulsórios; Lei Complementar,
então, para sua exclusão, necessita de outra Lei Complementar.

OBS III: proibida isenções heterogêneas, ou seja, da União isentar


tributos de competências estaduais ou municipais.

OBS IV: isenção é a dispensa do pagamento do tributo devido,


não sendo causa de não incidência tributária, pois, mesmo com a
isenção, os fatores geradores continuam a correr gerando as
perspectivas obrigações tributários, sendo apenas excluída a etapa
do lançamento e, por consequente, a constituição do crédito.

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Imunidades x Isenções:

Imunidades estão previstas no texto constitucional, já isenções


são instituídas mediante Leis Específicas.

SEÇÃO I

Disposições Gerais

Art. 175. Excluem o crédito tributário:

I - a isenção;

II - a anistia.

Parágrafo único. A exclusão do crédito tributário não dispensa o


cumprimento das obrigações acessórias dependentes da obrigação
principal cujo crédito seja excluído, ou dela conseqüente.

SEÇÃO II

Isenção

Art. 176. A isenção, ainda quando prevista em contrato, é


sempre decorrente de lei que especifique as condições e requisitos
exigidos para a sua concessão, os tributos a que se aplica e, sendo
caso, o prazo de sua duração.

Parágrafo único. A isenção pode ser restrita a determinada


região do território da entidade tributante, em função de condições a
ela peculiares.

Art. 177. Salvo disposição de lei em contrário, a isenção não é


extensiva:

I - às taxas e às contribuições de melhoria; -> CONTA

II - aos tributos instituídos posteriormente à sua concessão.


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Art. 178 - A isenção, salvo se concedida por prazo certo e em
função de determinadas condições, pode ser revogada ou modificada
por lei, a qualquer tempo, observado o disposto no inciso III do art.
104. (Redação dada pela Lei Complementar nº 24, de 1975)

Art. 179. A isenção, quando não concedida em caráter geral, é


efetivada, em cada caso, por despacho da autoridade administrativa,
em requerimento com o qual o interessado faça prova do
preenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos
previstos em lei ou contrato para sua concessão.

§ 1º Tratando-se de tributo lançado por período certo de tempo,


o despacho referido neste artigo será renovado antes da expiração
de cada período, cessando automaticamente os seus efeitos a partir
do primeiro dia do período para o qual o interessado deixar de
promover a continuidade do reconhecimento da isenção.

§ 2º O despacho referido neste artigo não gera direito adquirido,


aplicando-se, quando cabível, o disposto no artigo 155.

SEÇÃO III

Anistia

Art. 180. A anistia abrange exclusivamente as infrações


cometidas anteriormente à vigência da lei que a concede, não se
aplicando:

I - aos atos qualificados em lei como crimes ou contravenções e


aos que, mesmo sem essa qualificação, sejam praticados com dolo,
fraude ou simulação pelo sujeito passivo ou por terceiro em benefício
daquele;

II - salvo disposição em contrário, às infrações resultantes de


conluio entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas.

Art. 181. A anistia pode ser concedida:

I - em caráter geral;

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II - limitadamente:

a) às infrações da legislação relativa a determinado tributo;

b) às infrações punidas com penalidades pecuniárias até


determinado montante, conjugadas ou não com penalidades de outra
natureza;

c) a determinada região do território da entidade tributante, em


função de condições a ela peculiares;

d) sob condição do pagamento de tributo no prazo fixado pela lei


que a conceder, ou cuja fixação seja atribuída pela mesma lei à
autoridade administrativa.

Art. 182. A anistia, quando não concedida em caráter geral, é


efetivada, em cada caso, por despacho da autoridade administrativa,
em requerimento com a qual o interessado faça prova do
preenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos
previstos em lei para sua concessão.

Parágrafo único. O despacho referido neste artigo não gera


direito adquirido, aplicando-se, quando cabível, o disposto no artigo
155.

CAPÍTULO VI

Garantias e Privilégios do Crédito Tributário

SEÇÃO I

Disposições Gerais

Art. 183. A enumeração das garantias atribuídas neste Capítulo


ao crédito tributário não exclui outras que sejam expressamente

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previstas em lei, em função da natureza ou das características do
tributo a que se refiram.

Parágrafo único. A natureza das garantias atribuídas ao crédito


tributário não altera a natureza deste nem a da obrigação tributária a
que corresponda.

Art. 184. Sem prejuízo dos privilégios especiais sobre


determinados bens, que sejam previstos em lei, responde pelo
pagamento do crédito tributário a totalidade dos bens e das rendas,
de qualquer origem ou natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou
sua massa falida, inclusive os gravados por ônus real ou cláusula de
inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual for a data da
constituição do ônus ou da cláusula, excetuados unicamente os bens
e rendas que a lei declare absolutamente impenhoráveis.

Art. 185. Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de


bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para
com a Fazenda Pública, por crédito tributário regularmente inscrito
como dívida ativa. (Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005)

Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica na


hipótese de terem sido reservados, pelo devedor, bens ou rendas
suficientes ao total pagamento da dívida inscrita. (Redação
dada pela Lcp nº 118, de 2005)

Art. 185-A. Na hipótese de o devedor tributário, devidamente


citado, não pagar nem apresentar bens à penhora no prazo legal e
não forem encontrados bens penhoráveis, o juiz determinará a
indisponibilidade de seus bens e direitos, comunicando a decisão,
preferencialmente por meio eletrônico, aos órgãos e entidades que
promovem registros de transferência de bens, especialmente ao
registro público de imóveis e às autoridades supervisoras do
mercado bancário e do mercado de capitais, a fim de que, no âmbito
de suas atribuições, façam cumprir a ordem judicial. (Incluído
pela Lcp nº 118, de 2005)

§ 1o A indisponibilidade de que trata o caput deste artigo limitar-


se-á ao valor total exigível, devendo o juiz determinar o imediato
levantamento da indisponibilidade dos bens ou valores que
excederem esse limite. (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)

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§ 2o Os órgãos e entidades aos quais se fizer a comunicação de
que trata o caput deste artigo enviarão imediatamente ao juízo a
relação discriminada dos bens e direitos cuja indisponibilidade
houverem promovido. (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)

9) Responsabilidade tributária: art. 128. Sem prejuízo do disposto


neste capítulo, a lei pode atribuir de modo expresso a
responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada
ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a
responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter
supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação. ->
responsabilidade tributária por transferência, derivada ou de segundo
grau. Pode ser: por sucessão, por responsabilidade de terceiros
e por infrações.

Responsabilidade dos Sucessores

Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato


gerador seja a propriedade, o domínio útil ou a posse de bens
imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de serviços
referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, subrogam-se
na pessoa dos respectivos adquirentes, salvo quando conste do título
a prova de sua quitação.

Parágrafo único. No caso de arrematação em hasta pública, a


sub-rogação ocorre sobre o respectivo preço.

Art. 131. São pessoalmente responsáveis:

I - o adquirente ou remitente, pelos tributos relativos aos bens


adquiridos ou remidos; (Redação dada pelo Decreto Lei nº 28,
de 1966)

II - o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos tributos


devidos pelo de cujus até a data da partilha ou adjudicação, limitada
esta responsabilidade ao montante do quinhão do legado ou da
meação;
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III - o espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da
abertura da sucessão.

Art. 132. A pessoa jurídica de direito privado que resultar de


fusão, transformação ou incorporação de outra ou em outra é
responsável pelos tributos devidos até à data do ato pelas pessoas
jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou
incorporadas.

Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se aos casos de


extinção de pessoas jurídicas de direito privado, quando a exploração
da respectiva atividade seja continuada por qualquer sócio
remanescente, ou seu espólio, sob a mesma ou outra razão social,
ou sob firma individual.

Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir


de outra, por qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento
comercial, industrial ou profissional, e continuar a respectiva
exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome
individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo ou
estabelecimento adquirido, devidos até à data do ato: -> Súmula
554-STJ: Na hipótese de sucessão empresarial, a
responsabilidade da sucessora abrange não apenas os tributos
devidos pela sucedida, mas também as multas moratórias ou
punitivas referentes a fatos geradores ocorridos até a data da
sucessão.

I - integralmente, se o alienante cessar a exploração do


comércio, indústria ou atividade;

II - subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na


exploração ou iniciar dentro de seis meses a contar da data da
alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio,
indústria ou profissão.

§ 1o O disposto no caput deste artigo não se aplica na hipótese


de alienação judicial: (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)

I – em processo de falência; (Incluído pela Lcp nº 118,


de 2005)
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II – de filial ou unidade produtiva isolada, em processo de
recuperação judicial. (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)

§ 2o Não se aplica o disposto no § 1o deste artigo quando o


adquirente for: (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)

I – sócio da sociedade falida ou em recuperação judicial, ou


sociedade controlada pelo devedor falido ou em recuperação
judicial; (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)

II – parente, em linha reta ou colateral até o 4o (quarto) grau,


consangüíneo ou afim, do devedor falido ou em recuperação judicial
ou de qualquer de seus sócios; ou (Incluído pela Lcp nº 118,
de 2005)

III – identificado como agente do falido ou do devedor em


recuperação judicial com o objetivo de fraudar a sucessão
tributária. (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)

§ 3o Em processo da falência, o produto da alienação judicial de


empresa, filial ou unidade produtiva isolada permanecerá em conta
de depósito à disposição do juízo de falência pelo prazo de 1 (um)
ano, contado da data de alienação, somente podendo ser utilizado
para o pagamento de créditos extraconcursais ou de créditos que
preferem ao tributário. (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)

Responsabilidade de Terceiros

Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência do


cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte, respondem
solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas
omissões de que forem responsáveis: -> expressão errada, pois, na
verdade, trata-se de responsabilidade subsidiária. Inclusive é neste
sentido a jurisprudência do STJ.

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I - os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores;

II - os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus


tutelados ou curatelados;

III - os administradores de bens de terceiros, pelos tributos


devidos por estes;

IV - o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio;

V - o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa


falida ou pelo concordatário;

VI - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício,


pelos tributos devidos sobre os atos praticados por eles, ou perante
eles, em razão do seu ofício;

VII - os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas.

Parágrafo único. O disposto neste artigo só se aplica, em matéria


de penalidades, às de caráter moratório.

Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos


correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos
praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social
ou estatutos: -> além do ato fraudulento, para que o sócio responda
por débitos tributários da empresa, deve ter poder de decisão ou de
gestão.

- Súmula 430-STJ: O inadimplemento da obrigação tributária


pela sociedade não gera, por si só, a responsabilidade solidária
do sócio-gerente. -> pois deve ser provada a prátiva de ato
ilícito.

- Súmula 435-STJ: Presume-se dissolvida irregularmente a


empresa que deixar de funcionar no seu domicílio fiscal, sem
comunicação aos órgãos competentes, legitimando o
redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente.

I - as pessoas referidas no artigo anterior;

II - os mandatários, prepostos e empregados;


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III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas
jurídicas de direito privado.

Responsabilidade por Infrações

Art. 136. Salvo disposição de lei em contrário, a


responsabilidade por infrações da legislação tributária independe da
intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e
extensão dos efeitos do ato. -> responsabilidade objetiva.

Art. 112. A lei tributária que define infrações, ou lhe comina


penalidades, interpreta-se da maneira mais favorável ao acusado,
em caso de dúvida quanto:

I - à capitulação legal do fato;

II - à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à


natureza ou extensão dos seus efeitos;

III - à autoria, imputabilidade, ou punibilidade;

IV - à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação.

Art. 137. A responsabilidade é pessoal ao agente:

I - quanto às infrações conceituadas por lei como crimes ou


contravenções, salvo quando praticadas no exercício regular de
administração, mandato, função, cargo ou emprego, ou no
cumprimento de ordem expressa emitida por quem de direito;

II - quanto às infrações em cuja definição o dolo específico do


agente seja elementar;

III - quanto às infrações que decorram direta e exclusivamente


de dolo específico:

a) das pessoas referidas no artigo 134, contra aquelas por quem


respondem;

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b) dos mandatários, prepostos ou empregados, contra seus
mandantes, preponentes ou empregadores;

c) dos diretores, gerentes ou representantes de pessoas


jurídicas de direito privado, contra estas.

Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia


espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento
do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância
arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do
tributo dependa de apuração. -> denúncia ou confissão espontânea.
Acarreta exclusão da multa tributária, mas não dos juros e da
correção monetária. O pagamento deve ser integral e à vista, pois o
parcelamento não acarreta exclusão da multa.

Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia


apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo
ou medida de fiscalização, relacionados com a infração.

Art. 155, - A, § 1o Salvo disposição de lei em contrário, o


parcelamento do crédito tributário não exclui a incidência de juros e
multas.

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drive da @conquistando.atoga. Venda proibida.

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