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CADERNO 8° PERÍODO

1° BIMESTRE
SUMÁRIO

DIREITO TRIBUTÁRIO ---------------------------------------------– 2 até 14

ÉTICA PROFISSIONAL --------------------------------------------– 15 até 26

DIREITO EMPRESARIAL ----------------------------------------– 27 até 44

DIREITO DO TRABALHO ---------------------------------------– 45 até 100


DIREITO TRIBUTÁRIO

AULA 01

- relação jurídica (jurídica por ser regulamentada pelo DIREITO)

- Relação entre: ESTADO (sentido amplo) e CONTRIBUINTE com deveres de: dar, fa-
zer ou não fazer

- Ambos tem direito e deveres recíprocos

- Direito tributário é um ramo do direito público que regulamenta a relação entre ES-
TADO e CONTRIBUINTE

- regulamenta os tributos

 Quais são os tributos


- Tributos CTN artigo 5° (Lei 5.172 de 1966) – Os tributos são impostos, taxas e
contribuições de melhorias (3 tributos)
- Teoria Tripartite do Tributos (até 1988 era 3 tributos)
- CF de 1988 pegou os 3 tributos do artigo 5° do CTN e trouxe mais 2 tributos:
1- empréstimo compulsório;
2 – contribuições especiais.
- trouxe 2 novos tributos: somando 5 tributos
- agora a teoria é Pentapartite (ou quinquipartite)
- lista final (CNT + CF):
1- Impostos
2 – Taxas
3 – Contribuições de melhorias
4 – Empréstimos compulsórios
5 – Contribuições especiais

I. Para onde vão os tributos


- os tributos vão para os Cofres do Estado
- o dinheiro ($$) representa uma receita (dinheiro que entra)
- receita Pública cuja objetivo é satisfazer as necessidades coletivas (das
pessoas)  antônimo: despesas públicas
- durante 1 ano a União arrecadas 4 trilhões de reais
- os tributos são: de Receitas públicas DERIVADAS
- o tributos será originário quando o Estado fizer dinheiro com o seu pró-
prio patrimônio (ex: aluguel da casa que está em domínio do município –
ex2: Petrobrás  originária – ex3: taxas que é pago ao Banco do Brasil)
- IPTU/IPTVA/Emissão de passaporte  são pagos com dinheiro alheio/
patrimônio de outro onde a União faz receita pública (originariamente o
carro não é do Estado)
II. O que é Tributo
- Qualquer tributo
- conceito: Artigo 3° CTN: Tributo é toda prestação pecuniária compul-
sório, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua
sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade ad-
ministrativa complementar vinculada.
- tributo é TODA prestação:
1 – pecuniária
- em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir
- o tributo tem que ser pago em dinheiro ($$)  NÃO PODE ser pago
com produto ou serviço, SALVO:
i. CTN artigo 156, XI  dação em pagamento em bens imóveis, na
forma e condições estabelecidas em lei
ii. Lei de execução Fiscal artigo 24  adjudicação em processo de exe-
cução fiscal (A fazenda Pública poderá adjudicar os bens penhorados)
- em moeda: em real OU cujo valor nela se possa exprimir  outro parâ-
metro para poder converter em real (ex: VRC no pagamento de taxas ju-
diciárias)

AULA 02

 Tributos
1- Impostos
2 – Taxas
3 – Contribuições de melhorias
4 – Empréstimos compulsórios
5 – Contribuições especiais

- conceito de tributo: código tributário nacional – artigo 3°. Tributo é toda pres-
tação pecuniária compulsório, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir,
que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante ati-
vidade administrativa complementar vinculada.

- toda prestação que não constitua sanção de ato ilícito


- tributo é prestação prevista em lei ou medida provisória (mesmo fora do artigo
a medida provisória tem validade, pois a medida provisória veio anos depois)
- a medida provisória tributária não pode penalizar/sancionar um ato ilegal
(sendo assim, não pode cobrar mais de alguém que faz ato ilícito, se ele cobrar
mais ele estaria sancionando, e não pode)
- a lei tributária não analisa a origem para cobrar o tributo
- não interessa a origem do ato
- multa NÃO É tributo
- PORÉM -- multa é aplicado no ilícito do “NÃO pagamento do tributo no dia
certo”
- multa ou imposto vão para os cofres da união
- atividade administrativa plenamente vinculada – tributo é uma prestação com-
pulsória  quem obrigada a pagar é a lei ou medida provisória
- Estado jamais pode abrir mão da receita publica (tributo)
- ato administrativo discricionário  a lei dá uma margem de escolha conforme
seja mais oportuno para ao sistema público (ex: X, Y e A) – mais conveniente e
interessante – tem liberdade
- ato administrativo vinculado  apenas pode fazer de uma maneira (ex: esse di-
nheiro será para fazer a rua X.) – não tem liberdade

 Competência tributária
- “criar”  tributos (impostos; taxas; contribuições de melhorias; empréstimos
compulsórios; contribuições especiais)
- lei ou medida provisória
- quem pode legislar no BR são: união – estados – municípios e distrito federal
(ENTES POLÍTICOS  entes políticos podem legislar)
- sempre que falar em competência  estará se referindo a CF
- competência tributária é a criação de tributos pelos entes políticos previstos na
CF
- competência  criar  tributos  u e m DF  CF (autorizar)
- criação dos tributos  é faculdade/facultativo
- quem cria é a Lei ou medida provisória
- quem autoriza a criação de tributos é a CF
- artigo 153 CF, VII – prevê impostos sobre grandes fortunas  mas não foi cri-
ado até hoje
- cada ente político pode criar os tributos específicos  competência tributária é
indelegável (intransferível)  jamais poderá passar o tributo para outro ente

AULA 03

- lei complementar 101/2000  artigo 11 §ú estabelece a obrigatoriedade de cri-


ação de tributos  STF declarou inconstitucional, pois a CF não obrigada a cria-
ção do imposto, é facultativo

 Capacidade tributária
- administrar  fiscalizar/gerenciar/cobrar  tributos
- geralmente quem tem a competência tem a capacidade
- ou seja, a união pode criar o imposto X e irá fiscalizar o mesmo| o Estado pode
criar o imposto Y e irá fiscalizar o mesmo| o Município pode criar o imposto A e
irá fiscalizar o mesmo| Distrito Federal pode criar o imposto B e irá fiscalizar o
mesmo
- PORÉM a capacidade poderá ser delegável/transferível
- somente pode transferir para outra pessoa jurídica de direito público  100%
dos casos para uma AUTARQUIA (artigo 7° CTN)
- Ex: IBAMA (autarquia) pede mais dinheiro para a União (a qual não tem), então
a UNIÃO cria (competência) um tributo para o IBAMA e transfere a capacidade
de administrar ao IBAMA (podendo administrar o tributo)

I. Classificação de competências
i. Privativa
1. União
- poder constituinte originário determinou que esses seriam
os impostos
- impostos da União  artigo 153 CF
- Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
I - importação de produtos estrangeiros;
II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou
nacionalizados;
III - renda e proventos de qualquer natureza;
IV - produtos industrializados;
V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a
títulos ou valores mobiliários;
VI - propriedade territorial rural;
VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar.

2. Estados e Distrito Federal


- CF determinou que fosse assim
- Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal ins-
tituir impostos sobre:
I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens
ou direitos; (ITCMD)
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre
prestações de serviços de transporte interestadual e inter-
municipal e de comunicação, ainda que as operações e as
prestações se iniciem no exterior;
III - propriedade de veículos automotores. (IPVA)

- Art. 147. Competem à União, em Território Federal, os


impostos estaduais e, se o Território não for dividido em
Municípios, cumulativamente, os impostos municipais; ao
Distrito Federal cabem os impostos municipais.
3. Municípios
- Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos so-
bre:
I - propriedade predial e territorial urbana; (IPTU)
II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato one-
roso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de
direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem
como cessão de direitos a sua aquisição;
III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no
art. 155, II, definidos em lei complementar

- DF é um estado hibrido (faz tudo que o Estado faz e tudo


que o Município faz)  podendo instituir os impostos do
Estado e do Município
- Art. 147. Competem à União, em Território Federal, os
impostos estaduais e, se o Território não for dividido em
Municípios, cumulativamente, os impostos municipais; ao
Distrito Federal cabem os impostos municipais.

AULA 04

ii. Comum/Concorrente
- aquela competência que pode ser da união, dos estados, dos mu-
nicípios ou do distrito federal
- podem criar taxas ou contribuições de melhoria
- artigo 145, II e III da CF
- as taxas e contribuições serão devidas E/OU pela união E/OU
pelos estados E/OU dos municípios E/OU do distrito federal, mas
cada qual realizando a sua respectiva atividade

iii. Cumulativa
- acumula – soma
1 - DF  pode instituir impostos do Estados (155) e Municípios
(147)
- se refere a impostos

2 – Territórios
- estão ligados a união, uma forma de descentralização geográfica
ou territorial da união
- atualmente não existem territórios no Brasil
- se o território for liso (sem municípios) os impostos serão de
forma cumulativa em favor da união (federal, estatudal, e munici-
pal)
- se o território for com municípios a união fica com os impostos
estaduais e federais

4 – Exclusiva
- serve apenas para os empréstimos compulsórios
- competência exclusiva da união
- artigo 148

5 – Extraordinária
- situação fora do comum
- extra = guerra externa  será tratada pela união
- pode estar acontecendo ou prestes a acontecer (iminente)
- a união poderá instituir um tributo extraordinário (fora do co-
mum)
- imposto
- imposto que não está previsto (que não é comum)
- imposto extraordinário de guerra
- artigo 154, II CF
- com o fim da guerra o imposto gradativamente será sessado/fi-
nalizado (em até 5 anos)
- [...] compreendidos ou não em sua competência tributária  co-
brará o imposto de guerra com base em seus próprios impostos do
artigo 153 – IIG – IRG – MAS poderá pegar qualquer outro im-
posto como base (sendo os estados ou municípios) o qual será
pago para união
- ex: pagará o IPVA para o Estado e + o IPVAG (de guerra) para
União
- esse imposto de guerra acaba um dia
- não é bis in idem  seria apenas se cobrar 2 vezes O MESMO
tributo

- bitributação (pagar 2 tributos)

Privativo:
União artigo 153.
Estados. artigo 155
Município artigo 156
DF artigos 155 + 147

6 – Residual
- artigo 154 I CF
- imposto (também se aplica a contribuições sociais, mas isso será
mais para frente tratado em aula)
- possibilidade da união instituir outros impostos além dos que
ela já tem
- competência residual se refere a criação de novos impostos
- pode instituir impostos não previstos no artigo 153
- precisa cumprir alguns requisitos:
i. Lei complementar
ii. Não cumulativos
iii. Não pode ter fato gerador e base de calculo igual
aos outro impostos

- novos impostos

AULA 05

 Princípios
- são considerados pelo STF  direito fundamental (direito mínimo/essen-
cial/necessário em favor do contribuinte)
- STF adota a tese ampliativa  os princípios tributários são considerados cláu-
sulas pétreas (emenda constitucional não pode extinguir do ordenamento jurí-
dico esses direitos)  estão nos artigos 150 e 151 da CF (além de ter outros es-
palhados pela CF, com eficácia em todos os dispositivos da CF)

I. Princípio da Legalidade
- artigo 150  os Entes políticos NÃO podem fazer
I- Exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça  exigir ou au-
mentar
- artigo 62 §2°  medida provisória  irá instituir ou majorar
- para criar ou aumentar tributos é necessário lei ou medida provisória,
ao passo que, para diminuir ou extinguir precisa de lei ou medida provi-
sória  sendo utilizada a mesma forma (lei  lei | medida provisória 
medida provisória)

i. Lei
Ordinária
- é a regra utilizar

Complementar
- somente utilizada em situações excepcionais

Delegada  não é utilizada no direito tributário

- artigo 146
- Cabe a lei complementar
I- dispor sobre o conflito de competência, em matéria tributária, entre a
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
- caso ocorra conflito é buscado auxilio em lei complementar

II- regular as limitações constitucionais ao poder de tributar


- caso precise regulamentar será feito via lei complementar

III- estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especi-


almente sobre:
a) Definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos
impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos
geradores, bases de cálculo e contribuintes
b) Obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários
c) Adequado tratamento tributário ao cooperativo praticado pelas socie-
dades cooperativas
d) Definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microem-
presas e para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes espe-
ciais ou simplificados no caso do imposto previsto no artigo 195, I e
§§ 12 e 13, da contribuição a que se refere o artigo 239

- não tem lei complementar para isso até o momento


- atos de disposições constitucionais transitórias (ADCT) – artigo 34
§4°  até que tenha as todas as leis complementares exigidas pelo
novo sistema tributário, a atual lei sobre norma geral será vista como
se fosse lei complementar
- nesse caso CNT Lei 5.172/1966  lei ordinária, vista como se
fosse lei complementar (meio de poder regulamentar as normas ge-
rais)

Funções da Lei complementar do artigo 146


Corrente minoritária:
Turma 1: incisos I + III
Turma 2: incisos II + III
- função dicotômica

Corrente majoritária:
- deve estabelecer os 3 incisos
- função tricotômica
- fundamentação do caput do artigo 146 “cabe a lei complementar”
 1 lei complementar que estabelece sobre tudo, pois tem função tri-
cotômica
- artigo 148
- instituição dos empréstimos compulsórios
- precisa de Lei complementar

- artigo 153, VIII


- impostos sobre grandes fortunas
- precisa de Lei complementar

- artigo 154, I
- novos impostos
- precisa de Lei complementar

ii. Alíquotas
- % (por cento)
- alguns tributos tem 2 alíquotas
- sendo uma mínima e outra máxima
- lei ou medida provisória que define os valores das alíquota
- em alguns casos as alíquotas podem ser alteradas por decreto
- mas esse decreto não poderá passar do mínimo e do máximo
- ex: mínimo 5% - máximo 20% (poderá andar dentro de 5 a 20%
- tem caráter de urgência e emergência econômica, então por isso
poderá ser por meio de decreto
I – imposto de importação
II- imposto de exportação
III- imposto sobre produtos industrializados
IV- imposto sobre operações financeira

- artigo 153, §1°


- impostos flexíveis  poderá ter alteração de alíquota por de-
creto
- o mesmo raciocínio é aplicado para CIDE combustíveis e ICMS
combustíveis

AULA 06

II. Principio da anterioridade


- artigo 150, III, b, c + §1°

LEI
- não pode criar lei tributária que pegue as pessoas de surpresa
- quando a lei é publicada sua eficácia somente poderá ser no ano se-
guinte
- também deverá ter a contagem de 90 dias (noventena)  90 dias da
data da publicação da lei
- a lei precisa da virada de ano e de 90 dias, caso chegue dia 1 do ano se-
guinte e não tenha os 90 dias não irá ter eficácia
- ex: publicação 08/03/22  90 dias 08/06/22  somente terá eficácia
01/01/23
- tem que ter virada + 90, sendo assim
- publicação 10/11/2022  90 dias em 10/02/2023  nesse dia terá efi-
cácia também (pois tem os 90 dias e mais a virada)

VIRADA DO 90 DIAS TRIBUTOS


ANO
1 COM COM TODOS (regra)
- Imposto De Importação (II)
- Imposto De E Exportação (IE)
2 SEM SEM - Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF)
- Imposto Extraordinário de Guerra (IEG)
- Empréstimo Compulsório (EC) do artigo 148, I
3 COM SEM - Imposto de Renda (IR)
- Base de Cálculo do IPTU e IPVA
4 SEM COM - Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)
- Contribuição Social (CS)
- CIDE – Combustíveis

1- Regra:
-todos os impostos tem esse regra
- artigo 150, III, b, c

2- Exceção:
- II – IE e IOF  não adianta esperar a virada do ano ou 90 dias para re-
solver o problema  no dia da publicação da lei ela já tem eficácia, pois
tem emergência econômica
- IEG  urgência na defesa da soberania nacional  não da pra esperar
para ter recursos para guerra  no dia em que é publicada tem eficácia
- EC  cabível quando houver uma despesa extraordinária (despesa não
prevista)  situação de urgência/emergência  não precisa da virada
nem dos 90 dias  pública e tem eficácia na hora
- artigo 150, §1°

3- Exceção:
- a lei poderá ser publicada em qualquer período do ano e terá validade
apenas na virada do ano
- atinge diretamente as pessoas naturais
- IR –
- alteração de base de calculo do IPTU e IPVA
4- Exceção:
- apenas precisa contar 90 dias
- não precisa da virada do ano

MEDIDA PROVISÓRIA
- medida provisória é publicada em casos de urgência
- só tem força de lei, mas não é lei
- válida por 60 dias, válida por mais 60 dias
- se o congresso não se manifestar ela perde sua eficácia
- se o Congresso Nacional se manifestar positivamente irá converter ela
em lei
- Artigo 62 §2° CF

VIRADA DO 90 DIAS TRIBUTOS


ANO
1 COM COM TODOS (regra)
- Imposto De Importação (II)
- Imposto De E Exportação (IE)
2 SEM SEM - Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF)
- Imposto Extraordinário de Guerra (IEG)

- medida provisória que se refere a impostos  um certo regime


- a contagem dos 90 dias somente irá ocorrer depois da MP ser conver-
tida em lei
- a conversão deverá ocorrer antes de virar o ano
- então poderá ter a MP em 2022, ser convertida em 2023 e somente ter
eficácia em 2024

- se for medida provisória que fala sobre taxas, contribuições de melho-


rias e Contribuições especiais  outro regime
- começa a contar desde a data da publicação da medida provisória
( não tem empréstimo compulsório pq precisa de lei complementar)

AULA 07

III. Principio da irretroatividade


- artigo 150, III, a CF
- leis criadas depois do FATO não podem retroagir e cobrar
- ex: FATO 1 (06/06/2022) – lei X em vigor
- lei nova ativa em 15/06/2025  não aplica ao FATO 1
- Lei tributária nova não retroage

IV. Princípio da isonomia


- artigo 150, II CF
- tratar os iguais como iguais e os desiguais na medida de sua desigual-
dade
- discriminação positiva (ex: aposentados; cardíacos graves, portadores
de HIV, etc  não pagam imposto de renda)
- ex: taxista no PR não paga IPVA
- proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou fun-
ção exercida

V. Principio da não limitação ao tráfego


- artigo 150, V F
- proibido ter limitação de tráfego de pessoas ou bens
- poderá ter pedágio (cuidado com valor); taxa de meio ambiente/preser-
vação

VI. Principio da não tributação em função de origem/destino


- artigo 152 CF
- é vedado aos Estatodos, Distrito Federal e Municípios estabelecer dife-
rença tributária em razão da procedência ou destino
- ex: cobrar mais tributos de mercadorias que vem do nordeste; ou produ-
tos que vão para o paraná

PROIBIÇÕES À UNIÃO (união não pode)


VII. Principio da uniformidade geográfica
- artigo 151, I CF
- não pode cobrar tributos de forma diferente
- a união deve tributar em todo território de forma igual
- ex: deve ser a mesma taxa de emissão de passaporte em todos os luga-
res
- não pode prejudicar outros Estados/cidades
- Exceção: visando o equilíbrio para o desenvolvimento poderá cobrar
diferente
- ex: zona franca de Manaus (livre tributação)  pois a união pela DCT
entendeu que a união precisa desenvolver melhor aquela região (Manaus
é pouco povoado)

VIII. Principio da não concessão de privilégios federais


- artigo 151, II CF
a) Título da divida pública
- comprar títulos do BR o Br usa como quiser e depois devolve,
mas o IR deve ser o mesmo em qualquer ente político (caso for
menor ninguém investiria nos outros)

b) Servidores Públicos
- servidor público tem em todos os entes políticos
- da mesma forma que tributar 1 servidor, deverá tributar os de-
mais
- não pode ter privilégio a titulo federal (ex: todos pagar 27% de
imposto e federal irá pagar 10%  NÃO PODE)

IX. Principio da não concessão de isenção


- artigo 151, III CF
- outro ente politico X não pode isentar imposto de ente político Y
- ex: Estado não pode isentar alguém de um imposto que o Município
criou
- somente pode isentar se o imposto foi seu próprio
- heterônoma  não pode conceder isenção de tributos diferentes dos
seus (somente de seus próprios tributos)
ÉTICA PROFISSIONAL

AULA 01

- Lei 8.906/94 (Estatuto da OAB)

- Novo Código de Ética e Disciplina da OAB – 2015

- Regulamento da OAB

- artigo 133 CF – O advogado é indispensável à administração da justiça [...]

- Juiz analisa o processo com base nos fatos e fundamentos jurídicos, e quem leva essas
informações até ele é o advogado

- é indispensável advogado em processo judicial

- agora é obrigatório advogado em processo administrativo

- para o advogado poder falar em nome de alguém precisa de um MANDATO (docu-


mentado por uma procuração)

1. Outorgante
- cliente

2. Outorgado
- advogado

- somente poderá realizar as ações se o outorgante lhe conceder PODERES

- deve passar poderes ao advogado porque existem ATOS PRIVATIVOS do advogado


(e porque ele é indispensável)

- Lei 8.906/94 – artigo 1°. São atividades PRIVATIVAS de advocacia:

I- A postulação a órgão do Poder Judiciário e aos Juizados Especiais

- quando o advogado for postular ele precisa de poderes

- poderes da clausula Ad Judicia  poderes para postular (poder geral  petici-


onar)  tudo fora disso é poder especial

- artigo 5° O advogado postula, em juízo ou fora dele fazendo prova do mandato


§2° A procuração para o foro em geral habilita o advogado para praticar todos
os atos judiciais, em qualquer juízo ou instância, salvo os que exijam poderes es-
peciais

- em caso da parte não estar próximo para assinar a procuração o advogado po-
derá peticionar urgência tendo 15 + 15 dias para apresentar a procuração
- artigo 5 §1° - O advogado, afirmando urgência, pode atuar sem procuração,
obrigando-se a apresenta-la no prazo de quinze dias, prorrogável por igual perí-
odo

- poderá romper a relação de cliente e advogado

- quando o encerramento parte do advogado  renúncia (NCED – artigo 16


renúncia SEM MOTIVO – a renúncia deve ser feita sem menção do motivo que
a determinou, fazendo cessar a responsabilidade profissional pelo acompanha-
mento da causa, uma vez decorrido o prazo previsto em lei)

- Regulamento da OAB artigo 6° O advogado deve notificar o cliente da renun-


cia do mandato preferencialmente mediante carta com aviso de recepção, comu-
nicando, após, o Juízo deverá notificar o cliente sobre a renúncia (preferenci-
almente por AR, mas pode ser por qualquer meio)

- renuncia do mandato (basta notificação para a parte, não precisa ser por AR,
não precisa expor o motivo) – caso o cliente não queira mais usa por analogia
essa versão do advogado

- artigo 5° §3° O advogado que renunciar ao mandato continuará, durante os dez


dias seguintes à notificação da renúncia, a representar o mandante, salvo se for
substituído antes do término desse prazo

- a parte terá 10 dias para procurar novo patrono (ficando o advogado ainda cui-
dando do processo)

- se a parte não arrumar advogado o réu poderá ser revel ou o autor poderá extin-
guir o processo por desistência

- se o advogado não fizer esses passos poderá acarretar prejuízos ao mesmo

 Quando o cliente encerra a relação  revogação – o cliente não precisa di-


zer a motivação pela revogação
- única regulamentação: NCED artigo 17 – A revogação do mandato judicial
por vontade do cliente não desobriga do pagamento de verbas honorárias
contratadas, assim como não retira o direito do advogado de receber o quanto
lhe seja devido em eventual verba honorária de sucumbência, calculada pro-
porcionalmente em face do serviço efetivamente prestado

II- atividades de consultoria, assessoria e direção jurídica;

- consultoria e assessoria  parecer – não existe conflito, tem apenas emissão de


parecer
- artigo 5° § 4°  As atividades de consultoria e assessoria jurídicas podem ser
exercidas de modo verbal ou por escrito, a critério do advogado e do cliente, e
independem de outorga de mandato ou de formalização por contrato de honorá-
rios  NÃO PRECISA DE MANDATO (não tem litigio)

- juizados especiais cíveis não precisam de advogado ( até 20 ou 60 SM não pre-


cisa de advogado – depende da competência)

- juizado especial criminal SEMPRE precisa de advogado

- Habeas Corpus não precisa ser necessariamente por advogado

- em ação trabalhista não precisa de advogado (independentemente do valor)

- Lei 8.906/94 -> artigo 1° §2° - os atos e contratos constitutivos de pessoas jurí-
dicas, sob pena de nulidade, só podem ser admitidos a registro, nos órgãos com-
petentes, quando visados por advogados

- advogado poderá ser privado ou público

- atividade do advogado é atividade de notória especialização (técnica e singular)


 advogado poderá ser contratado pelo Poder Público sem licitação  inexigi-
bilidade de licitação (Estatuto artigo 3° - A– os serviços profissionais de advo-
gado são, por sua natureza, técnicos e singulares, quando comprovada sua notó-
ria especialização, nos termos da lei -- §ú Considera-se notória especialização o
profissional ou a sociedade de advogados cujo conceito no campo de sua especi-
alidade, decorrente de desempenho anterior, estudos, experiências, publicações
organização, aparelhamento, equipe técnica ou de outros requisitos relacionados
com suas atividades, permita inferir que o seu trabalho é essencial e indiscutivel-
mente o mais adequado à plena satisfação do objeto do contrato)

AULA 02

 Mandato
- outorgante – outorgado
- por meio de procuração são concedidos os poderes
- clausula “ad judicia”  poder de peticionar  poder geral
- caso queira dar mais poderes tem que conceder os poderes especiais
- o advogado pode ou não continuar com o cliente (mais especificado na aula
acima)

- Novo código de ética e disciplina


- artigo 14 O advogado não deve aceitar procuração de quem já tenha patrono
constituído, sem prévio conhecimento deste, salvo por motivo plenamente justi-
ficável ou para adoção de medidas judiciais urgentes e inadiáveis  não pode
atravessar procurações (conduta antiética), somente nas exceções
- poderá atravessar caso será por motivo justificável ou medidas judicial urgente
e inadiável

- artigo 19 . Os advogados integrantes da mesma sociedade profissional, ou reu-


nidos em caráter permanente para cooperação recíproca, não podem representar,
em juízo ou fora dela, clientes com interesses opostos
- sociedade de advogados  empresa com advogados
- se tiver advogados em uma sociedade NÃO podem representar o mesmo cli-
ente em situações opostas
- tanto em juízo ou fora dele
- clientes opostos impedem o recebimento da procuração

- artigo 20 Sobrevindo conflitos de interesse entre seus constituintes e não con-


seguindo o advogado harmonizá-los, caber-lhe-á optar, com prudência e discri-
ção, por um dos mandatos, renunciando os demais, resguardando SEMPRE o si-
gilo profissional
- o advogado tem mais de 1 cliente simultaneamente
- ex: inventário – representa várias partes diferentes em um mesmo processo
- caso o advogado não consiga harmonizar entre as partes ele poderá ficar com
somente 1 cliente e renunciar os demais (desde que com justificativa)
- deve manter o sigilo dos clientes

- artigo 21 O advogado, ao postular em nome de terceiros, contra ex-cliente ou


ex-empregador, judicial ou extrajudicialmente, deve resguardar o sigilo profissi-
onal
- pode atuar contra ex-cliente ou ex- empregador
- deve manter o sigilo profissional contra o ex-cliente (não pode usar os conheci-
mentos que tem do réu para ajudar o seu cliente)

- artigo 25 é defeso (proibido) ao advogado funcionar no mesmo processo, si-


multaneamente, como patrono e preposto do empregador ou cliente
- preposto  representante da pessoa jurídica
- o advogado é antiético se eventualmente em um mesmo processo atuar como
advogado e preposto
- ou seja o advogado da empresa não pode ser advogado também do cliente no
mesmo processo

- artigo 23 é direito e dever do advogado assumir a defesa criminal, sem consi-


derar sua própria opinião sobre a culpa do acusado
§ú não há causa criminal indigna de defesa, cumprindo ao advogado agir, como
defensor, no sentido de que a todos seja concedido tratamento condizente com a
dignidade da pessoa humana, sob a égede das garantias constitucionais
- toda pessoa tem o direito de ser defendido e o advogado de defender quem qui-
ser

 Inscrição do advogado
- Estatuto da OAB
- artigo 8° Para inscrição como advogado é necessário:
I- capacidade civil  somente poderá o menos de 18 anos ser considerado capaz
civilmente se for emancipado
II- diploma ou certidão de graduação em direito (artigo 23- requisitos: tem que
estar junto a cópia autenticada do respectivo histórico escolar), obtido em insti-
tuição de ensino oficialmente autorizada e credenciada 
III- título de eleitor e quitação do serviço militar, se brasileiro  título de eleitor
(mesmo se tiver menos de 18 anos deverá fazer o titulo de eleitor, pois mesmo a
CF falando que não é obrigatório a lei pode obrigar para fins específicos) + qui-
tação do serviço militar (estrangeiro pode se inscrever como advogado mesmo
sem se naturalizar)
- diploma estrangeiro preciso passar pelo processo de “naturalização”  pro-
cesso de revalida (artigo 8° §2°)
IV – aprovação no exame da ordem
V- não exercer atividade incompatível com a advocacia
VI- idoneidade moral (não pode aquele que tem crime infamante  crime que
provoque para seu autor desonra, má fama  ex: falsificação; estelionato;tráfico
de drogas, etc..) ou se tiver sentença penal transitada em julgado – artigo 8° do
Estatuto
VII – prestar compromisso perante o conselho

AULA 03

- conselho federal  aquele que cuida de da OAB em geral (assuntos nacionais)

- conselho seccional  OAB Estado

- subseção  OAB municípios

- quando se indefere a inscrição de uma pessoa por ser uma pessoa inidônea, o conselho
seccional precisa que seja tomada a decisão por 2/3 do conselho (ex: Paraná 30 mem-
bros – precisa de 20 votos favoráveis)

- quórum para qualquer coisa é 2/3 e prazo sempre 15 dias

- caso tenha cometido crime infamante, mas tiver feito reabilitação poderá se inscrever
na OAB
 Estagiários
- o estagiário de fato de direito em escritório precisa pagar a OAB também
- artigo 9°  preencher os requisitos do I, III, V, VI, VII do artigo 8° (I- capaci-
dade civil III- título de eleitor e quitação do serviço militar, se brasileiro V- não
exercer atividade incompatível com a advocacia VI- idoneidade moral )
- a inscrição do estagiário deverá ser feita na respectiva seccional
- para fornecer estágios profissionais o escritório precisa cumprir os requisitos
que a OAB fornece
- o que o estagiário pode fazer (artigo 29 do Regulamento)
- durante pandemias ou outras situações excepcionais poderá fazer home office
- precisa colocar no contrato a situação do home office para não configurar em-
prego

 Inscrição do Advogado
- Regra: a inscrição na seccional principal será onde estiver o escritório profissi-
onal (pagará as anuidade de onde estiver o endereço o escritório) – artigo 10 es-
tatuto
- caso não tenha um endereço profissional será na seccional do domicilio
- no caso de alteração definitiva o advogado pode pedir a transferência da inscri-
ção
I. Inscrição suplementar
- precisará ter a inscrição em outra seccional caso esteja atuando (habitu-
almente) naquela região por mais (+) de 5 causas por ano (6 em diante)

AULA 04

 Licença e Cancelamento
I. Licença
- temporário
- requerimento
- atividade incompatível (temporária)
- doença mental curável

II. Cancelamento
- definitivo
- exclusão
- falecimento
- atividade incompatível (definitivo)
- perca de requisitos inscrição

- no caso de cancelamento, ao voltar não precisa fazer prova da OAB

- suspensão: por inadimplência é inconstitucional


-para receber pagamento, OAB deve executar

 Proibições
I. Total
- não pode advogar
- incompatibilidade
- artigo 28
- chefe do Poder Executivo, membros da mesa do Poder legislativo e
seus substitutos legais
- membros de órgãos do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos tri-
bunais e conselhos de contas , dos juizados especiais, na justiça de paz,
juízes classistas, bem como de todos os que exerçam função de julga-
mento em órgãos de deliberação coletiva da administração pública direta
e indireta
- incompatibilidade (são situações em que a pessoa não pode advogar em
hipótese alguma, nem em causa própria, quem ocupa cargo de direção na
mesa não pode advogar em hipótese alguma, mas se for um simples vere-
ador, deputado etc, ele pode advogado, somente não pode contra a admi-
nistração publica da fazenda e a quem faz o seu pagamento) e impedi-
mentos
- direção de órgãos da administração Pública Direta ou Indireta + conces-
sionárias de serviço público
- policial
- militares
- auditor fiscal
- direção e gerência de instituições financeiras (até privados)

i. Exceção
- policial e militar – advocacia em causa própria, para defesa e tu-
tela de direitos pessoais, mediante inscrição especial, vedada so-
ciedade de advogado vedado valor superior aos demais por anui-
dade

ii. Incompatibilidade
- permanece mesmo que ocupante de cargo deixa de exercê-lo
temporariamente

AGU  P F N
 P F ed
AGU

AULA 05

II. Parcial
- ainda pode advogar

A. Impedimentos
- proibição
- menos em algumas situações
- artigo 30, I do estatuto
- ex: servidor público pode advogar, porém só não pode advogar contra a
fazenda pública que o remunere
- SALVO se ele for professor do curso de direito
- ex: é professor da unicentro no curso de direito, poderá advogar contra
a unicentro (mesmo sendo ela que paga sua remuneração)
- não poderia se fosse professor em outro curso
- Vereados/deputado/senador  NÃO PODE advogar contra a adminis-
tração pública direta ou indireta, de qualquer ente politico

Administração pública
- direta: União – Estados – DF - Município
- indireta: autarquias; fundações públicas; empresa públicas; sociedade e
economia mista; agências; consórcio público  entidades com vidas
próprias

 Advogado empregado
- artigo 18 do estatuto
I. Geral
- o fato do advogado ser empregado não reduz ou exclui sua isenção ou
independência profissional (autonomia)
- advogado não está obrigado a tratar de assuntos pessoais do seu empre-
gador fora da relação de trabalho (fica a critério do advogado escolher se
atende ou não)

II. Jornada
- 8 horas diárias e 40 semanais
- não existe mais o TDE (tempo de dedicação exclusiva)
- artigo 20
- NÃO PODERÁ EXCEDER  caso ocorra (artigo 20, §2°) as horas de
serviço extra serão com adicional não inferior a 100% (mínimo é 100%)
- o advogado está em jornada de trabalho a partir do momento em que
está a disposição do empregador (horas in itineres)
- horário noturno vai das 20h de um dia até as 5h da manhã do outro dia
- artigo 18, §2°  poderão ser realizadas em regime presencial/não pre-
sencial ou misto
III. Regimes
- artigo 18, § 2° do Estatuto da OAB
- empregador escolhe se o trabalho do advogado empregado será presen-
cial – não presencial ou misto
- presencial  aquele que trabalha presencialmente
- Não presencial  aquele que trabalha em tele-trabalho
- mesmo que esporadicamente o empregado que está em regime não pre-
sencial apareça as vezes no trabalho NÃO SERÁ MISTO, continua
sendo não presencial
- Misto  aquele que trabalha tanto presencialmente quanto não presen-
cial

- §3°  poderá ser alterado o regime de trabalho de comum acordo entre


o empregador e empregado

IV. Honorários
i. Sucumbenciais
- honorário devidos pela parte que sucumbiu (perdeu)
- são fixados pelo juiz na sentença
- se o empregador do advogado for qualquer empresa  100%
dos honorário de sucumbência serão do advogado empregado
- artigo 21
- ex: o empregador é uma sociedade de advogados  honorários
serão divididos entre a sociedade de advogados e o advogado em-
pregado (com percentual a variar de acordo com o contrato de
trabalho estabelecido entre eles)

AULA 06

 Honorários
1. Geral
- sumula vinculante n° 47  honorário de advogado tem natureza ali-
mentar
- 1° consequência: impenhorabilidade dos honorários dos advogados
(pois são de natureza alimentar)
- STJ flexibilizou a regra  ocorreu de ter um honorário de 6 milhões e
a divida era de 800 mil  foi penhorado, pois era um valor exorbitante
- artigo 24 do Estatuto
- 3° consequência: recebe preferencialmente em precatórios

- os honorários podem ser executados nos próprios autos que definiram


esses honorários
- artigo 24 §4° do Estatuto  acordo feito com advogado da outra parte,
sem o seu procurador presente não é válido caso prejudique os honorá-
rios de seus próprio advogado (não é válido o acordo entre cliente e ad-
vogado alheio, mas se o advogado estiver junto, pode)

- em caso de substabelecimento COM reservas  o titular irá cobrar os


honorário e depois irá ver com o advogado substabelecido
- o substabelecido não poderá cobrar, somente se for junto com o advo-
gado titular

- caso ocorra substabelecimento COM reservas  e no meio tempo o ad-


vogado substabelecido faz um acordo entre ele e o cliente  o substabe-
lecido poderá cobrar essa parte desse contrato os honorários
- artigo 24 §1°

- substabelecimento SEM reservas  quem pode cobrar os honorários é


quem está no processo

2. Espécies de honorários
i. Por arbitramento
- quando não tem contrato e nem acordo  deverá entrar com
uma ação de cobrança para o juiz fixar os honorários
- 22 §2° do Estatuto
- juiz se vale dos critérios do CPC para ver os gastos, trabalhos,
etc que o advogado teve e fixar os honorários

ii. Contratuais
- quando as partes (cliente e advogado) acordam sobre como será
pago os honorários
- caso não seja pactuado como serão pagos, poderão ser pagos:
em 3 vezes  1/3 no inicio do processo – 1/3 na sentença e 1/3
ao final
- artigo 22, §4° o advogado pegará o contrato e juntará ao pro-
cesso, solicitando ao juiz a expedição de 2 alvarás – 1 para o cli-
ente e outros para os honorários do advogado
- artigo 12 do Novo código de ética e disciplina  o advogado
irá receber proporcionalmente (se ele recebeu tudo, ele deverá de-
volver uma parte, e se recebeu uma boa parte somente receberá o
resto que lhe é devido)

iii. Sucumbência
- honorários sucumbenciais
- aqueles fixados pelo juiz (quase que exclusivamente em proces-
sos cíveis)
- artigo 85 do CPC
- entre 10% e 20%

a. Advogado dativo
- artigo 22 §1° do Estatuto
- aquele que defende os interesses da pessoa que é juridicamente
necessitada
- quem nomeia é o juiz
- não necessariamente é pobre, mas precisa de assistência judiciá-
ria
- para essa nomeação de advogado dativo a defensoria pública
deve ser incapaz de atender ele
- quem paga os honorários do advogado dativo é o Estado/União,
conforme tabela a ser convencionada pela seccional da região

b. Advocacia pro bono


- Pro bono = para o bem do povo
- não é igual a advogado dativo
- advogado aparece de forma voluntária
- poderá advogar para uma associação sem fins lucrativos e
para os seus associados, desde que eles não tenham condições
financeiras de pagar um advogado
- e pode ser também para pessoais naturais sem condições
- é gratuita, voluntária e eventual
- poderá pagar honorários de sucumbência caso a outra parte
seja condenada
- novo código de ética e disciplina artigo 31

c. Quota litis - Ad exitum


- clausula que impede o advogado de ganhar mais que o cli-
ente
- quota litis: conta do honorários contratuais e sucumbências
 a soma não pode dar mais que a parte do seu cliente
- ex: valor: 100  50 para a parte e 50 para o advogado, mas
o advogado ganhou + 20 de sucumbência, ficando com 70 
NÃO PODE
- pode ser igual, mas não superior
- caso seja superior deverá alterar os honorários contratuais
(voltando uma parte para o cliente), pois os honorários de su-
cumbência foram fixados pelo juiz (não podem ser alterado)

- deverá ser pago vi pecúnia (dinheiro)


- o advogado receber bens é uma situação excepcional (artigo
50 §° do código de ética e disciplina)
- pode ser via pix, cartão de crédito/débito, cheque, nota pro-
missória (pode protestar), pode troca de serviço, depósito em
conta, transferência (artigo 52 e 53 do código de ética e disci-
plina)

- não pode por duplicata, letra de câmbio

d. Prazo de prescrição
- 5 anos
- este prazo é destinado ao advogado e ao cliente (via dupla)
- artigo 25
- Advogado  conta o prazo a partir do fim da relação entre
advogado e cliente
- conta a partir:
1- vencimento do contrato
2 – do transito em julgado da decisão que fixar os honorários
3 – da ultima ação do serviço extrajudicial
4 – desistência ou transação
5 – renuncia ou revogação do mandato

- Cliente  conta o prazo a partir do pagamento sem presta-


ção das contas
- artigo 25 – A
- caso o advogado não preste contas sobre o que foi gasto o
cliente tem 5 anos para cobrar a prestação de contas
DIREITO EMPRESARIAL II

AULA 1

- Ementa: Títulos de Crédito: conceito e teoria. Títulos de Crédito em espécie. Contratos


Mercantis. Falência: caracterização, declaração, recuperação e efeitos jurídicos.

TÍTULOS DE CRÉDITOS

 Período histórico
- surge por conta do período marítimo
a) 1° Período – Italiano
- 1650
- na época era problemático a conversão de moedas
- 1° intenção de título de crédito
- Cautio - banqueiro que ganhava dinheiro com a troca de moedas, pois
faria a conversão e ganharia comissão  CAMBIO  entregava para
um empregado ir trocar no outro pais (pois teria que realizar viagens)
- não existia um documento para denominar o cautio
- Littera Cambi  ideia de letra de cambio  sistema do qual o produto
seria vendido em outro local, mas o comprador teria alguém no país de
origem para pagar ao vendedor, assim ficaria na mesma moeda  littera
cambi era o documento para comprovar a obrigação de pagar

- criação dos títulos de créditos eram baseados na confiança e na boa -fé

b) 2° Período – Francês
- 1650 à 1848
- clausula à ordem  endosso  permite a livre circulação dos títulos de
crédito = transferência
- consolidou os títulos de créditos

- 3 itens fundamentais para o funcionamento dos títulos de crédito:


1 – transferência – circulação de valores;
2 – confiança/boa-fé
3 – Prazo

c) 3° Período – Alemão
- 1848 a 193
- Ordenação Geral  ordenação cambial
- primeiramente foi aplicado apenas na Alemanha depois os outros países
adotaram

d) 4° Período Uniforme
- Lei uniforme dos Cambiais
- Caráter cosmopolitismo
- Quase todos os países acabaram adotando (abrangência internacional)
- utilizada até hoje e não tem restrição
- intenção inicial dos títulos de crédito era realizar o cambio das moedas

 Características dos títulos de crédito


- Natureza comercial  surge com base no comércio (geralmente é criado
quando tem atividade empresarial)
- Documentos formais  depende de documentação (via de regra: quem emite o
título é o devedor – tem exceções)
- títulos de apresentação
- títulos de resgate  sempre quando o titulo é pago ele é recolhido pelo deve-
dor para tirar de circulação para não ser cobrado novamente

 Princípios dos títulos de créditos


A. Cartularidade
- só pode cobrar o titulo de crédito quem estiver com a cartula em mãos
- cartula = documento
- desmaterialização do título físico (cartão; pix etc)
- esse principio ainda é válido

B. Literalidade
- quer demonstrar que o que consta no título é o que vale
- não pode ter rasuras ou alterações no título (caso tenha o título perde a
validade)
- o que estiver determinado no título é o que vale

C. Autonomia
- circulação dos títulos ocorre de forma autônoma
- não importa o que aconteceu para trás, isso não tira a validade do título
(ex: o cheque foi passado como pagamento de um negócio  foi repas-
sado adiante para várias pessoas, e nesse meio tempo o negócio inicial
foi desfeito, mas o cheque continua sendo válido e poderá circular, inclu-
sive poderá ser executado se não pagar o valor do cheque)
- negócio que deu origem ao título, caso seja frustrado, e o título tenha
circulação  não perde a validade
- inopobilidade das exceções pessoais
- obstração

AULA 2

CLASSIFICAÇÃO DOS TÍTULOS DE CRÉDITO

a) Quanto à forma de circulação


- Título ao portador  a própria intenção da cartularidade, somente
quem está portando o título poderá realizar a cobrança  não é identifi-
cado quem tem o direito de cobrança  fica me aberto  corre de forma
mais fácil (ex: cheque NÃO nominal)  ex: menos o cheque até 100 re-
ais
- Título nominal  todos os demais são nominais  de forma obrigató-
ria deve identificar para quem está sendo emitido o titulo de crédito 
ex: cheque acima de 100 reais, nota promissória, letra de cambio, dupli-
cata)

- todos podem ser endossados (mas “ao portador” não precisa de en-
dosso, pois já não tem no nome)

b) Quanto ao modelo
- Livre  pode ser em qualquer tipo de papel  não tem padrão (ex: le-
tra de câmbio; nota promissória)
- Vinculado  deve obedecer o padrão para ter validade (ex: cheque e
duplicata)

c) Quanto à estrutura
- Ordem de pagamento  “determina que alguém pague por mim a di-
vida”  um terceiro paga a divida  ex: cheque – quem faz o paga-
mento é o banco  deve ter 3 pessoas envolvidas: 1- a que emite o titulo
– 2- a que recebe o titulo 3 – a que paga o título (ex: letra de cambio;
cheque e duplicata)
- Promessa de pagamento  promete diretamente o pagamento, não é
terceirizado o pagamento (ex: nota promissória)

d) Quanto à hipóteses emissão


- sacador que emite o titulo de crédito
- Título causal  depende de uma causa especifica para sua emissão 
ex: duplicata – somente poderá ser emitido por compra e venda mercantil
ou prestação de serviço
- Título abstrato  não dependem de causa especifica, pode ser por
qualquer ato  ex: nota promissória, cheque ou letra de câmbio

 Letra de Câmbio
- 1° título a surgir
- nominal – livre – ordem de pagamento - abstrato
- é um titulo de crédito que é uma ordem de pagamento, abstrato, de modelo li-
vre, nominal e com vencimento à vista ou à prazo

- CAI NA PROVA
- João (brasil - sacador) faz venda com Joaquim (Portugal – vendedor/tomador)
 João quer receber em euros e não em reais, então Joaquim pega uma letra
de câmbio que João tinha pendente com Fritz (Alemanha – sacado)  Joaquim
receberá de Fritz (com o aceite) para quitar sua venda com João (Fritz poderá
não aceitar pagar  então Joaquim volta a cobrar de João para ou receber em $$
ou indicar um novo sacado)
- é de modelo livre, mas tem que ter os requisitos essenciais

I. Requisitos formais
- identificação  colocar em letras em destaque o nome (LETRA DE
CÂMBIO)
- mandato puro e simples  título abstrato que poderá ser emitido em
qualquer hora, não precisa colocar o motivo ou por que foi realizado
- época do pagamento  como depende de outra pessoa realizar o paga-
mento deverá colocar um prazo futuro
- nome do tomador  além do nome do sacado e sacador
- data  o dia que está sendo emitido
- assinatura  do sacador
- local cidade em que se encontra

II. Pagamento
i. à vista ou à apresentação
- vencimento da letra de câmbio é quando ela é apresentada ao
próprio sacado (na hora que apresentar a letra de cambio já re-
cebe)
- pode cobrar até 1 ano da emissão
- ausência de qualquer informação sobre o pagamento presu-
misse que será à vista

ii. a certo termo da data


- coloca um prazo convencionado da data de emissão com venci-
mento futuro (ex: vencimento em 30/60/90 dias da data de emis-
são)

iii. a um certo termo da data ou com prazo da data


- é contado a partir da data do aceite (ex: 30/60/90 do aceite do
sacado para poder cobrar)

iv. pagável em dia determinado ou a dia certo


- estabelece uma data de calendário
- ex: emissão: 10/11/2022  prazo 10/08/2022 (pode pagar até
esse dia)
- pode pegar o aceite do pagamento antes de efetivamente receber
v. prazo de respiro
- ocorre quando uma letra da cambio à vista ou à apresentação é
cobrada, o sacado pede o prazo de respiro  prazo de 24horas
para pagar

III. Saque
- mero ato de emissão da letra de cambio e repasse/entrega para o benefi-
ciário

IV. Letra incompleta ou em branco


- caso seja entregue uma letra de câmbio sem estar completamente preen-
chida:
- se for preenchido de boa fé  tem validade
- se for preenchido de má-fé  inválido

AULA 03

- Clausulas Adicionais
- toda clausula escrita na letra de cambio é válida
- pode colocar todas, nenhuma ou somente algumas (ou uma), quem emite a le-
tra que escolhe
A. Cláusula não à ordem
- restringir a circulação (principio da cartularidade fica somente em mãos
de quem cobra)
- não permite endosso
- somente poderá realizar a cobrança direta com o sacado
- parte boa: evita que passe de mão em mãos e sabe sempre com quem
está o título de crédito

B. Cláusula de juros
- correção para caso seja cobrado depois do prazo
- índice de juros
- pode cobrar o juros da maneira que preferir

C. Cláusula de pagamento em moeda estrangeira


- dá a possibilidade de pagar em outra moeda
- ex: caso a letra de cambio já esteja convertida em R$ o pagador poderá
pagar em R$, Euros ou Dólares
- fica a critério do sacado escolher

D. Cláusula de proibição de aceite antes de determinada data


- essa clausula permite somente cobrar sacado em uma certa data
- evita que o sacado seja pego de surpresa
- da prazo para o sacador avisar o sacado que o tomador irá cobrar ele
- o sacado pode aceitar ou não pagar antes da data

E. Cláusula sem garantia


- permite excluir o sacador da obrigação de pagar caso o sacado não pa-
gue
- o tomador somente poderá cobrar do sacado

- Pluralidade de Exemplares
- caso o título seja perdido ou extraviado deverá comunicar o sacador e o sacado
- deverá ser feita uma nova emissão do título (é como se fosse uma 2° via)
- problema: se alguém achasse o título antes do sacador ser avisado e fosse co-
brar do sacado
- na emissão desse novo título poderá alterar a data de pagamento (o qual será
avisado ao sacado para ele ter ciência do qual título está valendo), mas em regra
coloca tudo igual ao primeiro título

I. Aceite
- o sacado que realiza o aceite
a) Natureza
- o aceite é de natureza facultativa
- o sacado não é obrigado a pagar, ele pode aceitar ou negar na
hora da apresentação da letra de cambio pelo tomador
- o aceite deverá ser escrito na letra de câmbio, com a data do
aceite e assinatura (assumiu o papel de devedor principal do ti-
tulo)
- não entrega o título para o sacado com apenas o aceite
- o tomador continua com o título, pois segue o principio da car-
tularidade (quem está com o titulo em mãos poderá cobrar)
- somente entrega ao sacado após receber o pagamento

b) Momento
- momento da apresentação ou caso tenha a clausula de proibição
de aceite antes de determinada data, será somente nesta data

c) Recusa do aceite
- não precisa transcrever a recusa no título
- limitado
- aceite diferenciado (deverá ser expresso na letra
de cambio com assinatura)
- o tomador preenche uma declaração de paga-
mento parcial para ficar com o sacado, como segu-
rança
- permite o sacado de pagar apenas uma parte da
letra de cambio (ex: valor da letra é 6000 mil, paga
apenas 3000 mil, e o tomador irá cobrar o restante
do sacador)

- modificado
- poderá modificar algo na letra, por exemplo a
moeda de pagamento , mas deverá conversar sobre
isso
- pode ou não aceitar essa modificação

d) Efeitos da não apresentação


- se não for apresentado no prazo, dentro de 1 ano prescreve
- a prescrição desobriga qualquer co-devedor de pagar

II. Endosso
- ato de circulação do titulo
- abre a circulação para mais pessoas
- para passar para outra pessoa o título ele deverá ser endossado

i. Modalidades
a) Endosso em branco
- mera assinatura do documento do tomador beneficiário com
data
- não consegue identificar os co-devedores apenas pela assinatura
(rubrica) então deverá procurar os co-devedores um por um para
identificar quem é
b) Endosso em preto
- assina, com nome completo, dados, data e endereço
- geralmente o mais usado, pois consegue identificar os co-deve-
dores anteriores sem precisar correr atrás como no endosso em
branco
- caso acabe o espaço para assinatura era colado uma folha em
branco para continuar com as identificações do endosso em preto

a. Endosso parcial
- não é permitido
- principio da literalidade  o valor é aquele do titulo, não pode
falar que apenas pagará uma parte caso o sacado não pague
- deve ser o valor cheio do título

b. Endosso impróprio
- não transfere o título de tomador
- procuração
- o tomador pode fazer uma procuração para outra pessoa ir reali-
zar a cobrança por ele
- não irá assumir o lugar de tomador, apenas realiza o ato de pe-
gar o dinheiro

- caução
- a letra de cambio poderá ser deixada como garantia em algum
empréstimo
- ela não será deixada a letra de cambio com a empresa
- caso eu não pague o empréstimo a empresa poderá cobrar do sa-
cado, depois do sacador e se não conseguir volta para quem usou
ele como garantia

AULA 04

 Nota Promissória
- relação entre sacador e tomador
- não existe uma terceira pessoa
- quem emite a nota promissória é o sacador
- na prática é o tomador, mas LEGALMENTE não é o certo
I. Requisitos
- todos são obrigatórios
a) Denominação
- identificar no papel o nome “nota promissória”

b) Promessa pura e simples


- promessa pura e simples de pagamento que o sacador realiza
para o tomador
- promessa de divida de pagamento futuro
- é colocado o valor na nota promissória

c) Tomador
- identifica o tomador

d) Assinatura
- deverá ter a assinatura do sacador, o qual se compromete em pa-
gar futuramente

e) Data
- data do dia que foi gerada a nota

f) Local
- local onde foi preenchida a nota promissória

II. Nota incompleta


- pode ocorrer um preenchimento posterior desde que seja realizado de
boa-fé
- se não tiver boa fé poderá ser anulada
- poderá ser preenchido depois a “data” e o “local”

III. Requisitos não essenciais


a) Época
- é válido mesmo sem data de pagamento

b) Lugar
- é possível colocar outro local, mas caso não seja colocado não
tem problema, ela será válida mesmo assim

IV. Prescrição
- prescreve em 3 anos

 Cheque
- é uma ordem de pagamento à vista
- LEGALMENTE não pode ser à prazo, mas ocorre na prática
- modelo vinculado
- relação entre: Correntista (sacador) assina cheque para o tomador beneficiário
 que cobrará do banco (sacado) que irá cobrar do sacador
- diferença com a letra de cambio  não ocorre conversão de moeda

I. Formalidades
- é modelo padronizado que vem pronto do banco
a) Expressão
- tem no cheque o tipo da conta
b) Ordem incondicionada
- não depende de causa para assinar o cheque, poderá ser preen-
chido por qualquer coisa
c) Instituição
d) Data
- tem que preencher a data de preenchimento do cheque

e) Local
- deverá colocar o local de onde foi preenchido o cheque (preen-
che no local onde o correntista estiver, mesmo que o domicílio
seja outro)

f) Assinatura
- deverá ter a assinatura do correntista

II. Cheque ao portador


- não precisa colocar quem será o tomador no cheque
- não precisa colocar nome até 100 reais, passou desse valor deverá ser
nominal
- na prática acontece do cheque passar sem o nome do tomador, e o pró-
prio tomador preenche o nome dele, mas não poderia

III. Cheque nominal


- será colocado o nome do tomador
- para o cheque circular, poderá ser realizado o endosso

IV. Cheque pré-datado


- costume do comércio, mas legalmente não existe
- realizar uma compra parcelada em cheques pré-datados
- entrega 3 cheques no valor de 300 reais com “vencimento” de 1 mês em
cada cheque

V. Cheque cruzado
a) Em branco
- cheque que tem que ser depositado

b) Em preto
- coloca onde o cheque tem que ser depositado
- restringe circulação

VI. Cheque visado


- trazer garantia a quem vai receber
- o banco dá o visto no cheque e bloqueia o valor do cheque até o prazo
de apresentação
- cheque emitido pelo correntista

VII. Cheque administrativo


- O banco vê se tem $ dinheiro na conta e retira o dinheiro e emite o che-
que do próprio banco

VIII. Prazo de apresentação


a) Mesma praça
- o lugar onde emite o cheque é o lugar onde tenho a conta
- prazo de 30 dias

b) Praça diferente
- lugar diferente de onde tem a conta
- prazo de 60 dias

IX. Prescrição
- 6 meses
+ 30 dias ou 60 dias

AULA 05

 Duplicata
- é uma ordem de pagamento
- título causal  precisa de um motivo para ser gerada
- somente ocorre quando tem relação entre empresários
- somente poderá ser gerada em 2 situações:
1- compra e venda mercantil ou
2 – prestação de serviço
- geralmente feito para ganhar tempo
- pode ser feita virtualmente (desde 2018)

I. Partes
i. Sacado
- aquele que compra ou faz o serviço

ii. Sacador
- vendedor
- emite a duplicata
- é o tomador beneficiário também (ele que realiza a cobrança)

iii. Aceitante (sacado)


- sacado que faz o aceite

II. Requisitos
- tem padrão para ser feita
i. Denominação
- duplicata

ii. Data
- deverá ter a data de emissão e a data de vencimento
- data de emissão  obrigatória
- a duplicata ou é à vista ou com data determinada

iii. N° de ordem
- deve ter o n° que é aquela duplicata
- ex: duplicata n° 001 – 050 – 100
- deve ter para identificar e ter controle das duplicatas
- livro de registro de duplicatas  livro obrigatório especial (ape-
nas tem as empresas que trabalham com duplicatas)

iv. Fatura
- nota fiscal para fazer conferência (CNPJ)

v. Partes
- identificar as partes de sacador e sacado
- tem local para assinar o aceite

vi. Valor
- tem valor para escrever
- em numerais e por extenso

vii. Local
- local onde foi feita a duplicata

III. Situação prática


- quando o sacador emite a duplicata ele tem o prazo de 30 dias para en-
viar para o sacado fazer o aceite (prazo de apresentação)
- sacado tem o prazo de 10 dias para fazer o aceite (obrigatório, pois é
um título causal que foi concretizado e foi emitida uma fatura)

IV. Aceite
i. Aceite Expresso
- aquele que assina no campo específico na duplicata e devolve a
duplicada para o sacador

- caso o pagamento seja feito na apresentação não precisa da assi-


natura, pois já se extingue na hora essa divida

ii. Aceite Presumido


- quando o sacado não devolve o título em 10 dias com a assina-
tura presume-se o aceite
- tendo em vista o aceite ser obrigatório
- principio da cartularidade: mesmo o sacador não possuir em
mãos a duplicata e passar os 10 dias, ele pode conferir pelo n° de
ordem o livro para ver se foi paga, quando que era e tudo mais 
podendo emitir uma 2° via = triplicata

V. Recusa
- somente com justificativa
- exceções para recusar a duplicata:
1- quando o produto vem avariado (danificado), podendo recusar o pro-
duto e recusar o pagamento da duplicata
- se a danificação ocorreu no transporte quem responde é a transporta-
dora (não pode recusa)
2- vícios sobre a qualidade (ex: não funciona) e quantidade do produto
(ex: pediu 10 produtos e veio 8)
3 – quando extrapola o prazo de entrega/concretização do serviço

VI. Prescrição
i. Sacado/avalista
- 3 anos
- avalista do sacado

ii. Endossantes/avalistas
- 1 ano
- avalista do endossante

VII. Duplicata Fria ou simulada


- artigo 172 CP  emissão dessa guias é crime
- quando emitida a fim de prejudicar o empresário

VIII. Triplicata
- quando é emitida nova via da duplicata
- podendo ser emitida em caso de extravio ou quando o sacado não de-
volve a duplicata dentro de 10 dias

CONTRATOS EMPRESARIAIS

 Princípios

I. Autonomia da vontade
- as partes devem efetivamente conversarem entre si para estabelecer a
redação do próprio contrato
- ex: objeto; forma de pagamento; cláusulas
- contrato de adesão (NÃO tem autonomia)
- dirigismo contratual (equilíbrio contratual)  vem para trazer equilí-
brio entre as partes do contrato (ex: quando uma parte está extremante
favorecida)

II. Relatividade
- o contrato estabelecido não gera efeito para terceiros e sim somente en-
tre as partes do contrato
- exceção: teoria da aparência  em algumas exceções gera efeitos para
terceiros (ex: empresa que tem frota de veículos; ocorre um acidente  o
seguro além de cobrir os estragos do contratante cobre o estrago de ter-
ceiros)

III. Força obrigatória


- o que foi estabelecido entre as partes no contrato deverá ser cumprido
- Exceção: teoria da imprevisão  se o contrato ficar extremamente
oneroso para uma dar partes por conta de algo imprevisível que ocorreu
– poderá ter uma repactuação
- acontecimento futuro que não tinha como prever

IV. Boa-fé
- um contrato gera direitos e deveres
- ocorre uma troca entre as empresas
- se um não fizer a sua parte o outro não pode cobrar
- ex: não paga e quer exigir o serviço (não pode)
- tem a boa-fé de que as partes vão cumprir seus deveres e obrigações

AULA 06

 Elementos Essenciais
I. Consentimento
- entre as partes (2 empresas)
- não necessariamente precisa da redação do contrato em conjunto

II. Objetivo
- bem, prestação de serviços

III. Preço
- acordado no contrato formas de pagamento

1. FOB
- Free on Board
- se houver dono
- cláusula que determina que as despesas oriundas do contrato são
por conta do comprador

2. CIF
- COST, INSAURE, AND FREIGHT
- o comprador não se incomoda com nada
- ex: frete grátis
 Cláusulas Especiais
a) Retrovenda
- tem direito à recomprar o imóvel em até 3 anos
- se não exercer: anulação

b) Venda a contento
- busca aprovação do comprador que “testa” o produto
i. Suspensiva
- celebra o contrato e deixa o produto para deixar, testar
- se gostar compra, se não gostar, devolve e não paga
- ex: colchão massageador

ii. Resolutiva
- compra o produto, paga e se não gostar o vendedor restitui o valor
- devolução e máquina sem dono: risco do comprador

c) Preempção ou preferência
- se não exercer: indenização
- tem a preferência na compra, antes de vender à outro
- bem móveis e imóveis
- Móveis = 180 dias
- Imóveis = 2 anos

d) Venda com reserva de domínio


- comprador tem posse do vem, não propriedade

e) Venda sobre documentos


- para empresas que trabalham com importação e exportação, geralmente
- não tem a tradição instantânea é futura

I. Contratos de Colaboração
- buscar parceiros empresariais para empresa atuar em outro lugar

a) Comissão mercantil
- continuidade
- parecido com sociedade em conta de participação
- um vende em outra região e ganha comissão

b) Representação comercial
- representante pode ser PF ou PJ
- anota pedidos
i. Pedidos
ii. Produtividade
- geralmente cumpre produtividade mínima prevista em contrato
iii. Instruções
- informações
- representante segue instruções da empresa

iv. Exclusividade
- geralmente é regional

v. Retribuição
- financeira sobre as vendas

AULA 07

II. Concessão Mercantil


- veículos
i. Marca
- utilização de forma gratuita da marca em caso de concessão de
veículos
- deverá somente comercializar veículos da marca que comprou
(0KM)
- carros semi-novo não tem restrição de marca, pois ele entra
como moeda

ii. Cota
- cota mínima de veículos para vender
- OBS: caso será aberta mais concessionárias em uma localidade
pequena pode ser que a cota mínima não seja atendida, então
sempre é controlado

iii. Área operacional


- a empresa mesmo define quantas concessionárias terá por ci-
dade
- o critério geralmente é por população ou n° de vendas

iv. Fidelidade
- quando tem a venda de veículos, de peças e manutenção com-
pleta

- pode existir:
- não ter mecânica ou peças na loja, somente venda
- ex: Jeep antes, somente tinha a venda e troca de óleo e outra
manutenção mais pesada teria que ir para outra cidade

III. Franquia
- tem 3 sub contratos
i. Engineering
- layout da empresa, deve seguir os padrões estabelecidos
- ex: cor da loja, tamanho, prateleiras, local onde ficará os produ-
tos
- tudo será padronizado
- é uma franquia, então deve seguir o padrão

ii. Management
- treinamento do pessoal
- treinamento padrão para atendimento, procedimento e fabrica-
ção

iii. Marketing
- já vem padrão para campanha publicitária
- vem da matriz a publicação de promoções, produtos e visual
novo
- caso queira realizar propagandas regionais tem que pedir autori-
zação

A. Taxas
- podem colocar cotas de produtos que devem vender
- a remuneração do franquiador por ocorrer: 1 – produtos fixo por pro-
duto 2 – comissão (o contrato determina como será feita a remuneração)

IV. Distribuição
- tem espaço físico
1. Espaço físico com coleta de pedidos
- realiza a distribuição ou entrega do produto além de fazer os pe-
didos de quem solicitar pessoalmente para eles

2. Espaço físico sem coleta de pedidos


- somente faz entrega

Ex: distribuidora de bebidas; eletrônicos; combustível

 Contratos Bancários
A. Típicos
- realizados em instituição bancária mesmo

I. Depósito bancário
- conta-corrente

a. Depósito à vista
- disponibilização do valor de forma imediata
- sem prejuízo ou cobrança
- restituição de forma imediata
- saque do valor no ato imediatamente

b. Depósito a pré-aviso
- saque de grandes valores, o quais deve avisar o banco para separar o
dinheiro
- ex: para sacar 5 mil deve avisar o banco e 1 dia depois irá sacar

c. Depósito a prazo fixo


- ex: poupança  em 30 dias é depositado o valor que rendeu

II. Mútuo bancário


- contrato de financiamento feito em instituição bancária

III. Desconto bancário


- títulos que o empresário tem e entrega para o banco para receber o valor
adiantado (mais baixo)
- ex: antecipar o crédito passado no cartão de crédito (repassa por um va-
lor mais baixo)
- banco pode exercer um direito de regresso

IV. Abertura de crédito


- limite do cheque especial
- empresário utiliza esse valor em caso de necessidade
- tem juros
DIREITO DO TRABALHO II

AULA 01

- Jus postulanti  na justiça do trabalho o empregado poderá ajuizar uma ação ele mesmo
(sem advogado)

AULA 02

TRABALHO ESCRAVO

- Não é apenas a ausência de liberdade que faz um trabalhador escravo, mas principal-
mente de dignidade.

- Todo ser humano nasce igual em direito à mesma dignidade.

- Sem ela, somos apenas instrumentos descartáveis de trabalho. (Nota Pela não limitação
do conceito de trabalho escravo)

- atinge principalmente a dignidade da pessoa humana

 Escravidão e Trabalho escravo


- Breve história da escravidão no mundo
- Egito: Prisioneiros de guerra ou pessoas livres vendidas. Eram obrigados a tra-
balhar em grandes obras.
- Grécia: Escravos eram propriedade do estado.
- Roma: Escravos trazidos dos povos dominados.
- Escravidão moderna: Baseada no preconceito racial e no comércio interconti-
nental de pessoas

I. Escravidão
- A escravidão é a prática social em que um ser humano assume direitos
de propriedade sobre outro designado por escravo, ao qual é imposta tal
condição por meio da força.
- direito de propriedade de um ser humano sobre o outro  escravidão
- Há milênios, em todos os cantos do mundo, a escravidão foi uma prática
comum, aceita por diversos povos e inclusive com anuência do Estado.
- Somente a partir do século XIX é que o comércio de pessoas passou a
ser criticado e combatido
i. Formas comuns de se tornar escravo ao longo da história
- Prisioneiro de guerra
- Contração de dívida, paga com trabalho (por um tempo determi-
nado ou pela vida toda)
- Crime, punido com a escravidão
- Se oferecer como escravo, em troca de alimento ou bens para a
salvação de sua família ou comunidade
- Pertencer a povos inimigos ou ser considerado culturalmente in-
ferior

II. Trabalho escravo no Brasil


- Iniciou por volta da década de 1530, quando as primeiras medidas efeti-
vas de colonização foram implantadas pelos portugueses.
- Essa escravização ocorreu, a princípio, com os nativos (índios), e, entre
os séculos XVI e XVII, foi sendo gradativamente substituída pela escravi-
zação dos africanos que chegavam no Brasil pelo tráfico negreiro.
- Os índios eram chamados de “negros da terra”, e eram até três vezes mais
baratos que um escravo africano.
- Ao longo dos 300 anos de existência do tráfico negreiro, cerca de 4,8
milhões de africanos foram trazidos para o Brasil, o que significa que
nosso país foi o que mais recebeu africanos para serem escravizados ao
longo de três séculos em todo o continente americano.
- O Brasil foi o último país do continente americano a abolir o trabalho
escravo.
- A escravidão no Brasil foi tão cruel e a quantidade de africanos que foram
trazidos durante três séculos foi tão grande que a imagem do trabalhador
escravo em nosso país associou-se com a cor de pele do africano.
- Um sintoma evidente do racismo que estava por trás da instituição da
escravidão em nosso país
- Lei Áurea, aprovada pelo Senado e assinada pela princesa Isabel, em 13
de maio de 1888
- O fim da escravidão no Brasil não foi um ato de bondade da monarquia
brasileira, mas foi uma conquista realizada por meio do engajamento po-
pular e da resistência dos escravos.
- Proibição do tráfico negreiro, que aconteceu por meio da Lei Eusébio de
Queirós, em 1850.
- Lei do Ventre Livre em 1871
- A década de 1880 registrou inúmeros casos de revoltas e fugas de escra-
vos

III. Trabalho em condições análogas à escravidão


- Trabalho escravo no Brasil Contemporâneo
- É uma situação em que o trabalhador não consegue se desligar do patrão
por fraude ou violência, quando é forçado a trabalhar contra sua vontade,
quando é submetido a condições desumanas de trabalho ou é obrigado a
trabalhar tanto e por tantas horas (trabalho penoso), acima dos limites do
próprio corpo.
- agora a legislação não permite que uma pessoa seja propriedade de outra
a) Onde pode ser encontrado
- Rural: aliciamento, migração, servidão por dívida
- urbano: indústria têxtil
- outras formas de trabalho degradante: aos migrantes e refugiados
(ex: refugiados que vieram para o Brasil por conflitos em seu país
e os empresários “contratam” eles para trabalho sem remuneração)

- Desde 1995, o governo brasileiro assumiu a existência do problema e


começou a agir
- O Brasil já serviu de exemplo, já fomos elogiados pela OIT e pela ONU
- Art. 243 da CF que prevê a expropriação de propriedades onde for en-
contrado trabalho escravo e sua destinação à reforma agrária ou ao uso
social urbano.
- Medidas de proteção às vítimas como o direito à percepção de três par-
celas de seguro-desemprego no valor de um salário mínimo cada

b) Números do trabalho análogo a escravidão no Brasil Contempo-


râneo
- 942 pessoas foram resgatadas de condição semelhante à de escra-
vidão no Brasil no ano de 2020.
- 1937 pessoas foram resgatadas de condição semelhante à de es-
cravidão no Brasil no ano de 2021
- 500 pessoas foram resgatadas de condição semelhante à de escra-
vidão no Brasil no ano de 2022
- Os dados, atualizados são do Observatório da Erradicação do Tra-
balho Escravo e do Tráfico de Pessoas, desenvolvido pelo Minis-
tério Público do Trabalho e pela Organização Internacional do Tra-
balho (OIT).

- 57666 trabalhadores em condições análogas à de escravo encon-


trados (de 1995 a 2021)
- 55303 pessoas em condição análoga à de escravo - resgates (de
1995 a 2021)
- 2.048 média de resgatados por ano (de 1995 a 2021)

- Em 2021, o Brasil bateu o recorde de 14,7% de desempregados,


que atingiu 14,8 milhões de pessoas, segundo o Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE).
- flexibilização na legislação trabalhista
- o aumento da fome
- A área do trabalho análogo à escravidão não tem um orçamento
próprio desde 2013 e isso sempre põe em risco a continuidade das
ações.
- O orçamento para fiscalizações não é protegido
https://www.youtube.com/watch?v=Q1T9qRb9B8E&t=42s
- muito difícil punir o contratante, pois geralmente quem contra-
tava era o GATO, que buscava as pessoas levava para as fazendas
e os trabalhadores não sabiam o nome do dono da fazenda e nem
onde ela fica

c) Aplicação da lei
- As Normas Internacionais do Trabalho assumem a forma de con-
venções e de recomendações.
- As convenções são tratados internacionais sujeitas a ratificação
por parte de cada um dos estados-membros (EM) da Organização.
- Uma vez ratificada, o EM deve rever as suas legislação e prática
nacionais à luz do texto da respetiva convenção assim como aceitar
um controle internacional da sua aplicação

i. Normas internacionais – OIT


- OIT adotou mais de 180 convenções e mais de 200 recomen-
dações sobre um vasto leque de matérias do mundo do trabalho.
140 EM ratificaram - BRASIL
- Convenção 29 da Organização Internacional do Trabalho
(OIT), ratificada pelo decreto legislativo 41.721/57 e demais
recomendações Consolidadas pelo Decreto 10.088/2019
- Além do controle regular, as organizações de empregadores e
de trabalhadores podem instaurar processos contenciosos, de-
signados «reclamações», contra um EM com fundamento na vi-
olação de uma convenção por este ratificada
- Em 2016, o Brasil foi condenado na Corte Internacional de Di-
reitos Humanos pelo caso Fazenda Brasil Verde. Localizada em
Sapucaia, no sul do Pará, a fazenda mantinha 128 pessoas em situ-
ação análogo à escravidão.
- Pela condenação, o Brasil teve que reabrir a investigação e o caso
ainda corre na Justiça.
- Entre 2008 e 2019, 20.174 trabalhadores foram resgatados, mas
somente se atribuiu a responsabilidade penal a 112 pessoas. A taxa
de condenação é de 4,2%, segundo estudo feito pela Clínica do
Trabalho Escravo da UFMG. "É um crime que ainda compensa.
As ações demoram muito tempo”, destaca Lívia Miraglia

ii. Constituição Federal


- Em 2014 a PEC 438 incorporou o trabalho escravo na Cons-
tituição, que já prevê o confisco de terras com plantações de
psicotrópicos.
- Além disso, a Constituição prevê que toda a propriedade deve
ter função social.
- Trabalho escravo é uma das maiores negações aos direitos
humanos, repudiado em todo o mundo.
- Portanto, quem usa trabalho escravo não está cumprindo a
função social de sua propriedade.
- Devido a um pedido de parlamentares ligados aos produtores
rurais, o texto da PEC incorporou os imóveis urbanos em 2004.
- propriedades urbanas e rurais podem ser expropriadas se fo-
rem encontrados trabalhos de escravidão

iii. Código Penal


- Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de escravo,
quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exaus-
tiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho,
quer restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão
de dívida contraída com o empregador ou preposto:
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da pena cor-
respondente à violência.
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem:
I – cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte do
trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho;
II – mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou se
apodera de documentos ou objetos pessoais do trabalhador,
com o fim de retê-lo no local de trabalho.
§ 2o A pena é aumentada de metade, se o crime é cometido:
I – contra criança ou adolescente;
II – por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou
origem.

- Crime em 4 situações:
1- cerceamento de liberdade de se desligar do serviço
2- servidão por dívida
3- condições degradantes de trabalho
4- jornada exaustiva

- O Art. 149 CP tutela não apenas a liberdade, mas sim a dig-


nidade da pessoa humana;

- Mas e se o trabalhador quiser se colocar na condição análoga


à escravidão?
- Segundo Damásio de Jesus “o consentimento do ofendido é
irrelevante, uma vez que a situação de liberdade do homem
constitui interesse preponderante do Estado".

- Cultura da região?
- O desrespeito à dignidade ou o cerceamento da liberdade não
podem ser encarados como manifestação cultural de um povo,
mas sim como a imposição histórica da vontade dos mais po-
derosos.
- não pode usar a cultura como justificativa

- O que fere a dignidade do trabalhador?


- sujeitá-lo a condições de alojamento, alimentação, trabalho,
saúde, segurança desumanas. Ou que o obriga a trabalhar tanto
e por tantas horas que o seu corpo não suporte e ele acabe mor-
rendo.

- O aliciamento é capitulado nos artigos 206 e 207 do CÓ-


DIGO PENAL.
- O primeiro reza: Recrutar trabalhadores, mediante fraude,
com o fim de levá-los para território estrangeiro. (trafico de
pessoas)
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.

- O segundo, por sua vez, determina: Aliciar trabalhadores,


com o fim de levá-los de uma para outra localidade do territó-
rio nacional:
Pena - detenção de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa
- 1° crime cometido pelo GATO é o aliciamento
- Crimes Contra a Organização do Trabalho, capitulados no
Título IV do CP.
- Neste Título temos o atentado contra a liberdade de trabalho
(art. 197);
- o atentado contra a liberdade de contrato de trabalho e boico-
tagem violenta (art. 198);  obrigados a concordarem ao pacto
de trabalho ou não conseguir se livrar do mesmo
- a frustração de direito assegurado por lei trabalhista (art. 203)

iv. Procedimento de Fiscalização


- O art. 626 da CLT reza que: Incumbe às autoridades com-
petentes do Ministério do Trabalho, ou aquelas que exerçam
funções delegadas, a fiscalização do fiel cumprimento das
normas de proteção ao trabalho.
- CLT autoriza a fiscalização da proteção nas normas de traba-
lho
- Os Auditores Fiscais do Ministério do Trabalho (Secretaria)
no exercício da competência que lhes atribui o Título VII da
CLT (arts. 626/634)
- apreendem trabalhadores sem registro na Carteira de Traba-
lho e Previdência Social (CTPS), no desempenho de atividades
consideradas degradantes, - lavram o Auto de Infração em obe-
diência à Portaria Interministerial MTPS/MMIRDH 4, de
11/5/16, que instituiu o "Cadastro de Empregadores que te-
nham submetido trabalhadores a condições análogas à de es-
cravo" , e nele incluem o nome do contratante e, eventual-
mente, de terceiros.
a. Procedimento
- instauram procedimento sumário, ouvem os trabalha-
dores, colhem provas, e decidem pela ocorrência de
Aliciamento, Tráfico de Pessoas e Trabalho Análogo
ao de Escravo, com violação dos dispositivos do Có-
digo Penal e da Convenção 29 da Organização Interna-
cional do Trabalho (OIT), ratificada pelo decreto legis-
lativo 41.721/57 e Consolidadas pelo Decreto
10.088/2019
- Quando há terceirização da mão de obra o Auto
de Infração responsabiliza o prestador e o tomador
de serviços.
- se o contratante contrata uma empresa terceirizada
que realiza trabalho escravo o contratante TAMBÉM
responde (pois ele deveria fiscalizar)
- Quando não há, são conhecidas situações nas quais,
dada a dificuldade de responsabilização pelo aliciador
e explorador do trabalho qualificado como análogo ao
de escravo, a fiscalização incrimina os fabricantes de
produtos comercializados.
- A portaria interministerial MTPS/MMIRDH 4/2016
instituiu, sem força de lei, a penalidade de "inclusão no
Cadastro de Empregadores acusados de terem subme-
tido trabalhadores a condições análogas à de escravo"
, e dispôs sobre as regras que lhes são aplicáveis (art.
1º).
- O Cadastro "será divulgado no sítio eletrônico do Mi-
nistério do Trabalho e Previdência Social (MTPS),
contendo a relação de pessoas físicas ou jurídicas autu-
adas em ação fiscal que tenha identificado trabalhado-
res submetidos à condições análogas à de escravo" .
- Prescreve o artigo 3º que "A inclusão do empregador
somente ocorrerá após a prolação de decisão adminis-
trativa irrecorrível de procedência do auto de infração
lavrado na ação fiscal em razão da constatação de ex-
ploração de trabalho em condições análogas à de es-
cravo".
- a apuração do crime de aliciamento dar-se-á medi-
ante ação penal pública incondicionada
- Feito o inquérito, apresentada a denúncia contra o au-
tor, e alguém que eventualmente concorreu para o
crime, se condenados poderão responder civilmente
por danos morais (CLT) ou patrimoniais, (186,187 e
927 do Código Civil.
- É da Justiça do Trabalho competência (absoluta)
para julgar ações de indenização por dano moral ou
patrimonial decorrentes das relações de trabalho em
casos de aliciamento, crime contra a organização do
trabalho, e de exploração de trabalho análogo ao es-
cravo, crime contra a pessoa (art.114 CF).
- trabalho análogo poderá ser julgado na esfera: Crimi-
nal, civil e trabalhista

v. Penalidades
- Aplicação de multas
- corte do crédito (banco públicos na hora de empréstimo)
- perda de clientes nos processos trabalhistas e criminais
- expropriação de terras

vi. Retrocesso legislativo


- na conceituação de trabalho escravo no Código Penal. O Pro-
jeto de Lei 3842/12, e retira da definição termos como “jornada
exaustiva” e “condições degradantes de trabalho” . Pela pro-
posta, o trabalho análogo à escravidão seria apenas aquele re-
alizado sob ameaça, coação ou violência, com restrição de lo-
comoção.  contramão da proteção laboral
- usar trabalho escravo ainda é um bom negócio para mui-
tos empresários porque barateia os custos com mão de
obra.

- A emenda alterou o artigo 243 da Constituição Federal, que


já previa o confisco em caso de cultivo ilegal de plantas psico-
trópicas, como maconha, acrescentando o trabalho escravo 
EVOLUÇÃO
- PEC 438 (vídeo propaganda: https://www.you-
tube.com/watch?v=QPPvgLkvvew)

AULA 03

TERCEIRIZAÇÃO

- terceirizar  transferir para outrem (terceiro) uma atividade, serviço, ônus que
lhe incumbe
- No âmbito do Direito do Trabalho terceirizar consiste na possibilidade de con-
tratar terceiro para a realização de atividades de uma empresa ou pessoa física.
Essa contratação pode compreender tanto a produção de bens, como de serviços.

-
- Devidos ao cenário das transformações que se têm operado no mundo do traba-
lho, sobretudo a partir da década de 1990, crescente a utilização de empresas ter-
ceiras.
- Flexibilização das relações de trabalho
- Não havia legislação específica sobre terceirização

256 – CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS – LEGALIDADE.


-Salvo nos casos de trabalho temporário e de serviços de vigilância, previstos nas
Leis ns. 6.019, de 3.1.74 e 7.102, de 20.6.83, é ilegal a contratação de trabalhado-
res por empresa interposta, formando-se o vínculo empregatício diretame te com
o tomador de serviços (BRASIL, 1986).

- O Enunciado 256 foi revisto: em 1993 e, depois, em 2000, quando aprovada a


redação da
Súmula 331- CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS – LEGALIDADE
– REVISÃO DO ENUNCIADO N.256.
I – A contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal, formando-se o
vínculo diretamente com o tomador dos serviços, salvo no caso de trabalho tem-
porário (Lei n. 6.019, de 3.1.74).
II – A contratação irregular de trabalhador, através de empresa interposta, nãogera
vínculo de emprego com os órgãos da Administração Pública Direta, Indireta ou
Fundacional (art. 37, II, da Constituição da República).
III – Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços de
vigilância (Lei n. 7.102, de 20.0.83), de conservação e limpeza, bem como a de
serviços especializados ligados à atividade-meio do tomador, desde que inexis-
tente a pessoalidade a subordinação direta.
IV – O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, im-
plica na responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços, quanto àquelas
obrigações, inclusive quanto aos órgãos da administração direta, das autarquias,
das fundações públicas, das empresas públicas e das sociedades de economia
mista, desde que hajam participado da relação processual e constem também do
título executivo judicial (artigo 71 da Lei n. 8.666/93) (BRASIL, 2000)
- a regra geral na redação original da sumula era pela proibição da terceirização

- CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. LEGALIDADE (nova reda-


ção do item IV e inseridos os itens V e VI à redação) - Res. 174/2011, DEJT
divulgado em 27, 30 e 31.05.2011
V - Os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta respondem
subsidiariamente, nas mesmas condições do item IV, caso evidenciada a sua con-
duta culposa no cumprimento das obrigações da Lei n.º 8.666, de 21.06.1993, es-
pecialmente na fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais
da prestadora de serviço como empregadora. A aludida responsabilidade não de-
corre de mero inadimplemento das obrigações trabalhistas assumidas pela em-
presa regularmente contratada.
VI – A responsabilidade subsidiária do tomador de serviços abrange todas as ver-
bas decorrentes da condenação referentes ao período da prestação laboral.

- A lei 13.429/17, criou regramento sistematizador do instituto da terceirização.


- Promoveu alterações aos dispositivos da lei 6.019/74, e as relações de trabalho
das empresas de prestação de serviços a terceiros.
- Sempre se entendeu por terceirização lícita aquela que ocorria na atividade-meio
da tomadora, como, por exemplo, a que se dava nas atividades de vigilância, con-
servação e limpeza e serviços especializados
- Já ilícita era a terceirização que ocorria na atividade-fim da tomadora (comando
- dependência, subordinação.)
- Mas isso mudou em 2017

- Maurício Godinho Delgado: "terceirização é o fenômeno pelo qual se dissocia a


relação econômica de trabalho da relação justrabalhista que lhe seria correspon-
dente, sendo que por tal fenômeno insere-se o trabalhador no processo produtivo
do tomador de serviços sem que se estendam a este os laços justrabalhista, que se
preservam fixados com a prestadora de serviços (entidade interveniente).

A. Reforma Trabalhista 13.467/17


- A licitude da terceirização é aquela na qual não há a pessoalidade e su-
bordinação direta dos empregados terceirizados para com os representan-
tes legais e/ou prepostos da contratante (item III da Súmula 331 do C.
TST)

B. Artigo 4° - A da Lei 6019/74


- Considera-se prestação de serviços a terceiros a transferência feita pela
contratante da execução de quaisquer de suas atividades, inclusive sua ati-
vidade principal, à pessoa jurídica de direito privado prestadora de servi-
ços que possua capacidade econômica compatível com a sua execução.
§ 1º A empresa prestadora de serviços contrata, remunera e dirige o traba-
lho realizado por seus trabalhadores, ou subcontrata outras empresas para
realização desses serviços.
§ Não se configura vínculo empregatício entre os trabalhadores, ou sócios
das empresas prestadoras de serviços, qualquer que seja o seu ramo, e a
empresa contratante.
- não gera vínculo empregatício dos trabalhadores com a empresa toma-
dora
- Contratante é a pessoa física ou jurídica que celebra contrato com em-
presa de prestação de serviços relacionados a quaisquer de suas atividades,
inclusive sua atividade principal.
§ 1 o É vedada à contratante a utilização dos trabalhadores em atividades
distintas daquelas que foram objeto do contrato com a empresa prestadora
de serviços.
§ 2 o Os serviços contratados poderão ser executados nas instalações físi-
cas da empresa contratante ou em outro local, de comum acordo entre as
partes.
§ 3 o É responsabilidade da contratante garantir as condições de segurança,
higiene e salubridade dos trabalhadores, quando o trabalho for realizado
em suas dependências ou local previamente convencionado em contrato.
(Responsabilidade Solidária):
§ 4 o A contratante poderá estender ao trabalhador da empresa de presta-
ção de serviços o mesmo atendimento médico, ambulatorial e de refeição
destinado aos seus empregados, existente nas dependências da contratante,
ou local por ela designado.
- § 5 o A empresa contratante é subsidiariamente responsável pelas obri-
gações trabalhistas referentes ao período em que ocorrer a prestação de
serviços, e o recolhimento das contribuições previdenciárias observará o
disposto no art. 31 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991.
- EXCEÇÃO: orientação Jurisprudêncial 191 – SDI – I – TST: “CON-
TRATO DE EMPREITADA. DONO DA OBRA DE CONSTRUÇÃO CI-
VIL. RESPONSABILIDADE.
Diante da inexistência de previsão legal específica, o contrato de emprei-
tada de construção civil entre o dono da obra e o empreiteiro não enseja
responsabilidade solidária ou subsidiária nas obrigações trabalhistas con-
traídas pelo empreiteiro, salvo sendo o dono da obra uma empresa cons-
trutora ou incorporadora.”

- Art. 5 o -C. Não pode figurar como contratada, nos termos do art. 4 o --
- A da Lei 6019/74, a pessoa jurídica cujos titulares ou sócios tenham, nos
últimos dezoito meses, prestado serviços à contratante na qualidade de em-
pregado ou trabalhador sem vínculo empregatício, exceto se os referidos
titulares ou sócios forem aposentados.
- Art. 5 o -D. O empregado que for demitido não poderá prestar serviços
para esta mesma empresa na qualidade de empregado de empresa presta-
dora de serviços antes do decurso de prazo de dezoito meses, contados a
partir da demissão do empregado
- Artigo 5° - B. O contrato de prestação de serviços conterá:
I - qualificação das partes;
II - especificação do serviço a ser prestado;
III - prazo para realização do serviço, quando for o caso
IV – valor

- artigo 19 – A da lei 6019/74


- O descumprimento do disposto nesta Lei sujeita a empresa infratora ao
pagamento de multa.

TRABALHO TEMPORÁRIO

- Lei 6019/74 Lei do Trabalho


- Temporário alterada pela lei 13.429/17 – Lei da terceirização
- Art. 2º Trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física contratada por
uma empresa de trabalho temporário que a coloca à disposição de uma empresa
tomadora de serviços, para atender à necessidade de substituição transitória de
pessoal permanente ou à demanda complementar de serviços
§ 1 o É proibida a contratação de trabalho temporário para a substituição de tra-
balhadores em greve, salvo nos casos previstos em lei.
§ 2 o Considera-se complementar a demanda de serviços que seja oriunda de fa-
tores imprevisíveis ou, quando decorrente de fatores previsíveis, tenha natureza
intermitente, periódica ou sazonal.
Art. 3º - É reconhecida a atividade da empresa de trabalho temporário que passa
a integrar o plano básico do enquadramento sindical a que se refere o art. 577, da

- Consolidação da Leis do Trabalho.


Art. 4 o Empresa de trabalho temporário é a pessoa jurídica, devidamente regis-
trada no Ministério do Trabalho, responsável pela colocação de trabalhadores à
disposição de outras empresas temporariamente
- Art. 9 o O contrato celebrado pela empresa de trabalho temporário e a tomadora
de serviços será por escrito, ficará à disposição da autoridade fiscalizadora no es-
tabelecimento da tomadora de serviços e conterá:
II - motivo justificador da demanda de trabalho temporário;
III - prazo da prestação de serviços;
IV - valor da prestação de serviços;
V - disposições sobre a segurança e a saúde do trabalhador, independentemente
do local de realização do trabalho.

- artigo 31 da Lei n° 8.212 de 24 de julho de 1991


- A empresa contratante de serviços executados mediante cessão de mão de obra,
inclusive em regime de trabalho temporário, deverá reter 11% (onze por cento) do
valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços e recolher, em nome
da empresa cedente da mão de obra, a importância retida até o dia 20 (vinte) do
mês subsequente ao da emissão da respectiva nota fiscal ou fatura, ou até o dia
útil imediatamente anterior se não houver expediente bancário naquele dia, obser-
vado o disposto no § 5 o do art. 33 desta Lei.

A. Decreto 10.060/2019
- decreto n° 10.060 de 14 de outubro de 2019
- regulamenta a lei 6019 de 3 de janeiro de 1974, que dispõe sobre o tra-
balho temporário
- Art. 2º Para fins do disposto neste Decreto, considera-se trabalho tempo-
rário aquele prestado por pessoa física contratada por uma empresa de tra-
balho temporário que a coloca à disposição de uma empresa tomadora de
serviços ou cliente, para atender à necessidade de substituição transitória
de pessoal permanente ou à demanda complementar de serviços.
Parágrafo único. O trabalho temporário não se confunde com a prestação
de serviços a terceiros, de que trata o art. 4º-A da Lei nº 6.019, de 1974.
-

AULA 04

DANO
 Dano patrimonial
- Patrimônio é o conjunto de relações jurídicas de natureza econômica, de
titularidade de uma pessoa física, jurídica ou formal.
- Dano patrimonial é a lesão decorrente de prejuízo financeiro causado a
bem jurídico que compõe o patrimônio de uma pessoa.
- é aquele tangível, corpóreo, aquele que pode ser tocado ou incorpóreo
(aquele abstrato; ex: registro da patente de uma empresa)

- Apurada e definida a responsabilidade civil, torna-se necessária a fixação


da indenização devida ao ofendido em relação ao dano causado, o que é
feito por meio da liquidação do dano, procedimento necessário para esta-
belecer o valor destinado a recompor o prejuízo causado ao patrimônio do
ofendido.
- A CLT não dispõe de um regramento geral para a reparação dos danos
patrimoniais decorrentes das relações de trabalho.
- Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusiva-
mente moral, comete ato ilícito.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-
lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou
social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.  ato que se inicia licito, mas
por se exceder o direito se torna ilícito (ex: escutar musica na casa e depois
aumenta a musica muito alto e fora de horário)
- O artigo 927 .“Aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem, fica
obrigado a repará-lo”.
- A obrigação de indenizar é daquele que provocou também por ato de
omissão o prejuízo.
- dano poderá ser da empresa com o empregado ou do empregado com a
empresa
-

I. Indenização
- Nos termos do art. 944, caput, CC, que consagra o princípio da
restitutio in integrum, a indenização mede-se pela extensão do
dano, de forma a que reparação possa dar-se de forma integral.
- Nas indenizações por danos patrimoniais, a extensão do dano visa
apurar valor pecuniário que possa substituir o dano causado ao
patrimônio, mediante o critério da equivalência, e sendo o bem
atingido fungível, outro bem de iguais características e valor pode
servir de recomposição do patrimônio atingido
- Se o devedor não puder cumprir a prestação na espécie ajustada,
substituir-se-á pelo seu valor, em moeda corrente (art. 947, CC).
- No Direito do Trabalho, a indenização de aviso prévio não con-
cedido ou do período estabilitário.

i. Indenização em valor pecuniário ($$$)


- artigos 402 e 403 CC
- dano emergente - de natureza positiva (o que efetivamente
se perde).
- é o prejuízo imediato, atual, correspondente à perda patri-
monial efetiva, envolvendo assim todas as despesas com-
provadas, necessárias à recomposição do patrimônio.
Ex: Carro batido
- lucro cessante - de natureza negativa (o que direta e ime-
diatamente se deixa de ganhar) em razão do evento danoso.
- é o prejuízo de efeito futuro direto e imediato previsível,
incidente sobre aquilo que patrimonialmente se deixa de
ganhar, auferir, lucrar.
Ex: recebimentos motorista deixa de ganhar

- Em se tratando de dano patrimonial, para a recomposição


do patrimônio não importa a gravidade da culpa.
- Quer se trate de dolo, negligência, imprudência ou impe-
rícia, o dano causado é o mesmo, importando apenas a ava-
liação do prejuízo.
- No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor inde-
nizará o ofendido das despesas do tratamento e dos lucros
cessantes até ao fim da convalescença, além de algum outro
prejuízo que o ofendido prove haver sofrido (art. 949, CC).
- o calculo é feito pela extensão do dano
ii. Indenização por danos patrimoniais nas relações de traba-
lho
- O artigo 462º da CLT somente autoriza o desconto de da-
nos causados pelo empregado, desde que isso tenha sido
estipulado no contrato de trabalho assinado pelo funcioná-
rio ou a comprovação de dolo do empregado.
- caso o empregado cometa um dano para ocorrer o des-
conto do salário deve: ter DOLO (queria fazer) e estar esti-
pulado em contrato
- só pode cobrar se tiver no contrato que QUALQUER dano
será cobrado
- O dolo do empregado, ou seja, o empregado tinha a von-
tade de causar o prejuízo, deve ser devidamente compro-
vado pela empresa com provas comprobatórias.
- Conforme artigo 82º da CLT, parágrafo único deve-se res-
peitar o limite de desconto no máximo em 70% do salário
a ser percebido pelo empregado no mês.
- o empregador pode pagar o salário inatura, desde que re-
ceba 30% em dinheiro
- Além disso, o contracheque ou o vale entregue ao funci-
onário deve dizer que o desconto se refere àquele dano.

- Artigo 114 da CF determina o que será julgado na justiça


do trabalho

 Dano Extrapatrimonial
- Antes da Reforma Trabalhista os Danos Morais no Trabalho eram fun-
damentados pelo Código Civil.
- Neste caso usávamos subsidiariamente o CC
- após a REFORMA/17 o dano extrapatrimonial nas relações de trabalho
passou a ser fundamentado pela CLT

I. TÍTULO II-A da CLT (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) -


DO DANO EXTRAPATRIMONIAL
- A CLT adota a denominação dano extrapatrimonial e não moral.
(Alemanha, Portugal, Itália)
- A utilização dessa expressão não é despropositada.
- Pretende o legislador ampliar a abrangência da lei para todo e
qualquer dano que não seja patrimonial.
- Aqui estão contidas as lesões: dano moral, dano estético, existen-
cial ou a perda de uma possibilidade7
- Art. 223-A. Aplicam-se à reparação de danos de natureza extra-
patrimonial decorrentes da relação de trabalho apenas os dispositi-
vos deste Título.
- A CLT chamou para si a regulamentação matéria. (sum 22 TST)
Meros transtornos não configuram abalo suficiente para enseja um
dano -
- Dignidade da Pessoa Humana
- CLT 223 – B Causa dano de natureza extrapatrimonial a ação ou
omissão que ofenda a esfera moral ou existencial da pessoa física
ou jurídica, as quais são as titulares exclusivas do direito à repara-
ção.
- a pessoa jurídica também pode sofrer dano (ex: difamação)
- a empresa ou a pessoa tem o direito de postular pedindo o direito
- PORÉM
- Sumula TST 227- Dano moral pessoa jurídica
- Há entendimentos que terceiros podem ser afetados pelo dano - -
Ex. família em que perde o mantenedor por (dano existencial) ex-
cesso de trabalho que causou acidente. (polemica, pois não seria
exclusivo, se estendendo a família)

i. Dano moral
- é a lesão a direitos de personalidade (dano moral em sen-
tido amplo) e também aquele que causa dor ou sofrimento
(dano moral em sentido estrito) chamado de pretium dolo-
ris.
- São exemplos clássicos de danos morais a morte de um
parente querido (dano moral indireto ou por ricochete) e a
inscrição indevida no cadastro de mal pagadores (dano
moral direto).
- dano direto  aquele que atinge diretamente o trabalha-
dor
- dano por ricochete  atingiu o trabalhador e atingiu ou-
tros (ex: a família, pois ele (a) era o provedor maior da
casa)
- a pode ajuizar a ação até 2 anos do encerramento do con-
trato e poderá cobrar os últimos 5 anos

- dano moral por:


I – AÇÃO
- Atitude do Empregador que fere a moral do trabalhador:
- Ex. Humilhação, práticas de racismo, bullyng, etc
- gerente  preposto  responde em nome da pessoa jurí-
dica, caso o gerente faça algo quem responde é a empresa
- a empresa poderá cobrar (ação de regresso) a gerente de-
pois de pagar a indenização
- empresa poderá demitir a gerente também (podendo des-
contar do acerto também)

II - OMISSÃO
- Ex: quando o empregados humilham outros e o emprega-
dor não toma nenhum atitude.
- Quando o empregado espalha inverdades que comprome-
tem o nome e o conceito da empresa.

ii. Dano existencial


- Alguns especialistas como a Flaviana Rampazzo afirmam
que ele ocorre em dois planos: o plano da vida e o plano do
projeto de vida. No primeiro, ele prejudica a capacidade do
indivíduo para manter a rotina e as relações sociais no pre-
sente; enquanto isso, no segundo, ele prejudica a capaci-
dade do indivíduo para concretizar suas expectativas de fu-
turo, seus sonhos, metas e objetivos.

- O empregado não tira férias, não folga nos sábados e do-


mingos, não faz os horário de intervalo intra e interjornada.
- submetido a um jornada maior do que a estipulada em
contrato
- Cobrança excessiva
- É privado da convivência com a família
- Surge no Direto Italiano
- O Brasil foi o primeiro país do mundo a colocar o DE no
texto da Lei - (Itália, Alemanha - decisões)
- Tem que comprovar  NECESSITA SER COMPRO-
VADO
- Ex. trabalhei no domingo e não fui ao batizado da
minha filha

- artigo 223 – C – empregados


- A honra, a imagem, a intimidade, a liberdade de ação, a
autoestima, a sexualidade, a saúde, o lazer e a integridade
física são os bens juridicamente tutelados inerentes à pes-
soa física.
- Doutrina diz que o Rol é taxativo dos direitos da persona-
lidade - Só vai existir o Dano Extrapatrimonial se ferir

- artigo 223 – D – empregador


- A imagem, a marca, o nome, o segredo empresarial e o
sigilo da correspondência são bens juridicamente tutelados
inerentes à pessoa jurídica
- Tem que ter o dolo

- artigo 223 – E
- São responsáveis pelo dano extrapatrimonial todos os que
tenham colaborado para a ofensa ao bem jurídico tutelado,
na proporção da ação ou da omissão.
- Responsabilidade solidária ou subsidiária

- artigo 223 – F
- A reparação por danos extrapatrimoniais pode ser pedida
cumulativamente com a indenização por danos materiais
decorrentes do mesmo ato lesivo.
§ 1 o Se houver cumulação de pedidos, o juízo, ao proferir
a decisão, discriminará os valores das indenizações a título
de danos patrimoniais e das reparações por danos de natu-
reza extrapatrimonial.
§ 2 o A composição das perdas e danos, assim compreen-
didos os lucros cessantes e os danos emergentes, não inter-
fere na avaliação dos danos extrapatrimoniais.

 Dano Estético
- O dano estético possui dupla dimensão, repercutindo tanto na esfera ín-
tima do lesionado quanto no âmbito externo a partir de deformidades em
sua compleição física, como por exemplo, a perda de um membro, alguma
doença degenerativa aparente, queimaduras, etc.
- Dependerá de prova pericial médica para sua constatação e aferição, cujo
ônus caberá ao reclamante.
- tem que ter dano estético e aparente

- artigo 223 – G
- Ao apreciar o pedido, o juízo considerará:
I - a natureza do bem jurídico tutelado;
II - a intensidade do sofrimento ou da humilhação;
III - a possibilidade de superação física ou psicológica;
IV - os reflexos pessoais e sociais da ação ou da omissão;
V - a extensão e a duração dos efeitos da ofensa;
VI - as condições em que ocorreu a ofensa ou o prejuízo moral;
VII - o grau de dolo ou culpa;
VIII - a ocorrência de retratação espontânea;
IX - o esforço efetivo para minimizar a ofensa;
X - o perdão, tácito ou expresso;
XI - a situação social e econômica das partes envolvidas;
XII - o grau de publicidade da ofensa.

§ 1º Se julgar procedente o pedido, o juízo fixará a indenização a ser paga,


a cada um dos ofendidos, em um dos seguintes parâmetros, vedada a acu-
mulação:
I - ofensa de natureza leve, até três vezes o último salário contratual do
ofendido;
II - ofensa de natureza média, até cinco vezes o último salário contratual
do ofendido;
III - ofensa de natureza grave, até vinte vezes o último salário contratual
do ofendido;
IV - ofensa de natureza gravíssima, até cinquenta vezes o último salário
contratual do ofendido.

- sempre o salário da vitima/ofendido


§ 2º Se o ofendido for pessoa jurídica, a indenização será fixada com ob-
servância dos mesmos parâmetros estabelecidos no § 1º deste artigo, mas
em relação ao salário contratual do ofensor.
§ 3º Na reincidência entre partes idênticas, o juízo poderá elevar ao dobro
o valor da indenização.’”
- é uma sugestão ao Magistrado  não uma obrigação (parâmetro apenas)

AULA 05

 Flexibilização e Desregulamentação das Leis Trabalhistas


- A Lei 13.467/2017
- Reforma trabalhista, entrou em vigor em 11/11/2017
- Trouxe diversas mudanças na Consolidação das Leis do Trabalho CLT, a refe-
rida lei alterou muitos dispositivos, com nova redação e novo sentido.
- negociado sobre o legislado: Os novos artigos 611-A e 611-B da CLT conside-
ram o empregado uma pessoa capaz de direitos e obrigações e não hipossuficiente,
em razão das alegações de indisponibilidade de direitos trabalhistas.  acordo
que for negociado por convenção coletiva de trabalho (sindicato do trabalhadores
x sindicato das empresas), acordo individual (empresa x empregado), acordo co-
letivo (entre empresa x sindicato dos trabalhadores)

I. Flexibilização X Desregulamentação
i. Flexibilização
- Oscar Ermida Uriarte:
- Em termos gerais e no âmbito do Direito do Trabalho, a
flexibilidade pode ser definida como eliminação, diminui-
ção, afrouxamento ou adaptação da proteção trabalhista
clássica, com a finalidade – real ou pretensa – de aumentar
o investimento, o emprego ou competitividade da empresa.
(2002, p. 09)
- diminuição da intervenção do Estado
- ocorreu a reforma para flexibilizar as contratações com a
justificativa de aumento de emprego
- Na flexibilização há uma diminuição da intervenção do
Estado, porém ela continua existindo para garantir os direi-
tos básicos e a dignidade do trabalhador.
- Seria possível negociar direitos trabalhistas com conces-
sões bilaterais.
- Acordos Individuais e Acordos e Convenções Coletivas.
- Na flexibilização, são alteradas as regras existentes, dimi-
nuindo a intervenção do Estado, porém garantindo um mí-
nimo indispensável de proteção.
- Ex: Banco de horas - artigo 59 da CLT
§ 6o É lícito o regime de compensação de jornada estabe-
lecido por acordo individual, tácito ou escrito, para a
compensação no mesmo mês.”
- Flexibilização, poderia ser definida como a possibilidade,
inserida na própria lei existente, de excetuar alguns direitos
trabalhistas, tornando-os maleáveis.
- Em vários artigos, dentre eles o art. 7o, o legislador elenca
direitos constitucionais dos trabalhadores e mostra a impor-
tância da valorização do trabalho.
- Diante de uma constituição protetiva e de difícil alteração
existe um claro limite constitucional à flexibilização, o que
ocorre são tentativas de flexibilizar normas infraconstituci-
onais como a CLT.
- Os direitos fundamentais dos trabalhadores (portanto, di-
reitos indisponíveis em caráter absoluto, insuscetíveis de
renúncia, mesmo em sede coletiva), são os seguintes:
- direitos da personalidade, liberdade ideológica, liberdade
de expressão e de informação, igualdade de oportunidades
e de tratamento, não discriminação, idade mínima de ad-
missão no emprego, salário mínimo, saúde e segurança do
trabalho, proteção contra a despedida injustificada, direito
ao repouso (intervalos, limitação da jornada, repouso se-
manal remunerado e férias), direito de sindicalização, di-
reito de representação dos trabalhadores e sindical na em-
presa, direito à negociação coletiva, direito à greve, direito
ao ambiente de trabalho saudável. (ROMITA, 2007, p.
409).
- No atual ordenamento jurídico brasileiro não há como
prevalecer um sistema trabalhista totalmente desregula-
mentado, visto que várias normas protetoras estão previstas
na Constituição Federal de 1988, bem como a natureza pro-
tecionista do Direito do Trabalho.
- Entretanto, mesmo tendo que obedecer a limites. (Limites
Constitucionais) é possível um sistema flexibilizado.

- A flexibilização dos direitos trabalhistas é fenômeno ca-


racterizado pelo Estado permitir que as normas trabalhistas
sejam modificadas para adequar às condições de trabalho
de determinada situação concreta mediante negociação co-
letiva.
- A flexibilização impulsionada pelo contexto pós-mo-
derno neoliberal e globalizatório, retira das leis trabalhistas
o caráter público e necessariamente cogente, para ser abri-
gadas ao arbítrio das partes.
- A flexibilização é apresentada como solução aos conflitos
e divergências entre o capital e os direitos trabalhistas.

- Principais limites à prática flexibilizante dos direitos tra-


balhistas:
a) a natureza constitucional dos direitos trabalhistas como
fundamentais e

b) os princípios do Direito do Trabalho, sobretudo aquele


principal que norteia os demais, o Princípio de Proteção ao
Hipossuficiente.

- Principais pontos de flexibilização da Reforma


i. a criação do contrato intermitente. (aquele que o
trabalhador fica a disposição da empresa, mas so-
mente receberá quando trabalhar)
ii. a introdução da ideia de negociado prevalecendo
sobre o legislado,
iii. a ampliação da jornada de trabalho parcial (30 h.
sem. S/horas extras; 26 h. sem ate 6 horas extras).
iv. a ampliação da terceirização para as atividades-fim
e não somente nas atividades-meio,
v. a regulamentação do teletrabalho - sem controle de
jornada
ii. Desregulamentação
- Desregulamentar significa desprover de normas heterô-
nomas as relações de trabalho. Na desregulamentação o Es-
tado deixa de intervir na área trabalhista, não havendo li-
mites na lei para questões trabalhistas, que ficam a cargo
da negociação individual ou coletiva. (2006 p. 26-27)
- Na desregulamentação há uma supressão na participação
do Estado nos direitos trabalhistas, a negociação seria indi-
vidual ou coletiva, mas sem qualquer regulamentação.
- ausência da intervenção do Estado
- Na desregulamentação a lei simplesmente deixa de existir
- Ex: Horas In Itinere (58, parágrafo 2o da CLT)
Ҥ 2o O tempo despendido pelo empregado desde a sua re-
sidência até a efetiva ocupação do posto de trabalho e para
o seu retorno, caminhando ou por qualquer meio de trans-
porte, inclusive o fornecido pelo empregador, não será
computado na jornada de trabalho, por não ser tempo à dis-
posição do empregador”.
- a “desregulamentação”, é uma uma segunda etapa do pro-
jeto neoliberal, pois a legislação trabalhista não sofre mais
maleabilidade e sim é descartada, em nome de formas auto
compositivas de solução de conflitos.
- "A desregulamentação apresenta-se como um desprestí-
gio ao Direito do Trabalho, segue apenas a tendência capi-
talista de acumulação de riquezas.
- Assim, reduzir-se-ia ao mínimo o valor da força de traba-
lho, o que se deve buscar é uma renovação do Direito do
trabalho para readequá-lo à atual conjuntura social, não seu
afastamento". (DELGADO,2006).

iii. Constituição Federal


- No Brasil a Constituição Federal de 1988 é considerada
rígida.
- tem natureza liberal com viés social
- Os direitos sociais, previstos na Constituição Federal de
1988, tem a finalidade de promover a igualdade social e
melhorar as condições do hipossuficiente.
- Assim, o trabalhador subordinado passa a ter a proteção
constitucional.
- a CF tutela sobre a proteção contra a desregulamentação
das leis do trabalho, pois segue o principio da proteção da
parte hipossuficiente
- FLEXIBILIZAÇÃO NA CF
- Art. 7o São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais,
além de outros que visem à melhoria de sua condição so-
cial:
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em con-
venção ou acordo coletivo;
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas
diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compen-
sação de horários e a redução da jornada, mediante acordo
ou convenção coletiva de trabalho;
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em
turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação co-
letiva;

II. Reforma Trabalhista


i. Negociado sob o legislado
- 1)Especifica pontos em que a negociação coletiva, se hou-
ver se sobrepõe a direitos previstos na CLT.
-Pacto quanto à jornada de trabalho, observados os limites
constitucionais.
- Banco de horas individual.
- Intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de 30
minutos para jornadas superiores há seis horas.
- Adesão ao Programa Seguro-Emprego.
- Plano de cargos, salários e funções.
- Representante dos trabalhadores no local de trabalho.
- Teletrabalho ou home office e trabalho intermitente.

- Especifica pontos em que a negociação coletiva, se hou-


ver se sobrepõe a direitos
- Remuneração por produtividade, incluídas as gorjetas e
remuneração por desempenho individual.
- Modalidade de registro de jornada de trabalho.
- Troca do dia de feriado.
- Identificação dos cargos que demandam a fixação da cota
de aprendiz.
- Enquadramento do grau de insalubridade
- Prorrogação de jornada em ambientes insalubres.
- Prêmios de incentivo em bens ou serviços
- Participação nos lucros ou resultados da empresa.

ii. Pontos positivos


1) Parcelamento das férias em até três vezes
2) Garantia de condições iguais para terceirizados.
3) Desburocratização para receber o seguro-desemprego e
sacar o FGTS
4) Permissão da rescisão do contrato de trabalho por co-
mum acordo.
5) Horário de almoço de 30 minutos (convenção ou acordo
coletivo para diminuir o horário de almoço em 30 minutos
e compensar em outro horário ou outro dia. Ex: almoça 30
minutos e sai antes ou compensa no sábado)  intrajor-
nada  agora tem natureza indenizatória e não remunera-
tória (não é hora extra)

iii. Pontos negativos


1) Autorização da dispensa coletiva sem intervenção sindi-
cal.
2) Restrição de acesso à Justiça gratuita. Honorários. (STF)
- 790-B
3) Horas extras sem pagamento em “home office” -A re-
forma, porém, exclui esse trabalhador do controle de jor-
nada.
4) Intervalo intrajornada - Indenização
5) Permissão para negociação coletiva de condições menos
benéficas ao trabalhador do que as previstas em lei
6) Quitação Anual - (Art. 507-B)
7) Tempo a disposição: Cursos, Higiene, Uniforme (§ 1o
do art. 58)
8) Horas In Itinere - Exclusão - (58. § 2o)
9) Banco de horas – Fim das horas extras.
10) O trabalhador autônomo que preste serviço continua-
mente e com exclusividade não é considerado como em-
pregado. (Art. 442-B)
11) Independente do tempo de serviço à rescisão não ne-
cessitara ser homologada no sindicato.
12) A mulher poderá trabalhar em atividade insalubre -
13) Art. 790-B. A responsabilidade pelo pagamento dos
honorários periciais é da parte sucumbente - (STF - Decla-
rou a Inconst.)

iv. Números da reforma


- Segundo a PNAD Contínua, que mede a taxa de desocu-
pação desde 2012, entre 2012 e 2015 o índice ficou abaixo
dos 10%, variando entre 6,9% e 9,1%.
- Em 2016, foi rompida a barreira dos 11% e, desde então,
o índice de desocupação nunca mais ficou abaixo disso.
- De acordo com os últimos dados disponíveis, a taxa de
desocupação no terceiro trimestre de 2021 ficou em 12,6%
- No fim de 2017 - havia no Brasil 46,3 milhões de empre-
gos formais no Brasil.
- Em 2019, dois anos depois da reforma a o estoque de em-
pregos formais fechou em 46,7 milhões.
- A promessa de 2 milhões de novas vagas não chegou nem
perto de se cumprir.  intenção não ocorreu

v. Opiniões sobre a flexibilização e desregulamentação


- "Diversamente, e desassociado do período de pandemia,
verifica-se que após o advento da reforma trabalhista foram
elevados os números de desemprego e potencializada a pre-
carização e a informalidade do trabalho. (Cíntia Fernandes)
- A reforma incentivou a informalidade e não significou um
aumento real de renda, nem para as empresas, nem para os
trabalhadores. Aumentou a informalidade e a falsa pejoti-
zação (Lariane Del Vecchio)
- A flexibilização não é capaz de estimular a economia,
essa sim, única responsável pela criação de novas vagas de
emprego. Apenas mudanças na lei não criam vagas de em-
prego (Karolen Gualda).
- Na esteira de mudanças das relações trabalhistas e da re-
volução digital, intensificada no período da pandemia, sur-
giu um novo fenômeno batizado como' uberização'.
- A aparência de autonomia em patente contradição com
uma realidade de subordinação e hipossuficiência.
- "A Organização Internacional do Trabalho (OIT), é enti-
dade que lidera em grande parte essa resistência normativa,
preconizando a inevitável ideia de se ampliar os direitos e
as garantias dos trabalhadores, não se podendo aceitar a sua
exclusão, redução ou mudança par pior, pois estaríamos di-
ante de um retrocesso social. (GARCIA, 2013, p. 42).
- Nas lições de Sérgio Pinto Martins, a moderação se con-
cretizaria no respeito a um patamar essencial de direitos a
partir da “[...] existência de uma norma legal mínima, es-
tabelecendo regras básicas, e o restante seria determinado
pelas convenções ou acordos coletivos.” (MARTINS,2009,
p. 29).

AULA 06

DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO

a) Conceito
- o conjunto de princípios, normas e instituições que regem a ati-
vidade da Justiça do Trabalho, com o objetivo de dar efetividade à
legislação trabalhista e social, assegurar o acesso do trabalhador à
Justiça e dirimir, com justiça, o conflito trabalhista. (Mauro Schi-
avi)
- é o instrumento que materializa a garantia do trabalhador para
adquirir o seu direito
- princípios  normas  instituições

a- o conjunto nos dá a ideia de um todo, composto de várias par-


tes, formando um sistema, cujo núcleo é constituído pelos prin-
cípios;
b- como ciência autônoma, o Direito Processual do Trabalho
apresenta seus princípios peculiares que lhe dão sentido e razão
de ser. Os princípios são as diretrizes básicas, positivadas,
ou não, que norteiam a aplicação do Direito Processual do Tra-
balho;
c- as normas são condutas processuais que dizem o que deve
ser e o que não deve ser positivado no sistema jurídico pela Lei,
pelo costume, pela jurisprudência ou pelos próprios princípios
(caráter normativo dos princípios);
d- as instituições são entidades reconhecidas pelo Direito encar-
regadas de aplicar e materializar o cumprimento do Direito
Processual do Trabalho. Constituem os órgãos que aplicam
o Direito do Trabalho, como os Tribunais e os Juízes do Tra-
balho;
e- o Direito Processual do Trabalho, como Direito Instrumental,
existe para dar efetividade ao Direito Material do Trabalho
e também para facilitar o acesso do trabalhador ao Judiciá-
rio.

b) Finalidade do direito processual do trabalho


- Tem por objetivo: solucionar, com justiça, o conflito trabalhista,
tanto o individual (empregado e empregador, ou prestador de ser-
viços e tomador) (EC 45/04), como o conflito coletivo (do grupo,
da categoria, e das classes profissional e econômica).
- Preocupação em propiciar ao trabalhador facilidade na defesa de
seus direitos, sem a burocracia da Justiça Comum e garantir direi-
tos fundamentais do empregador ou do tomador de serviços.
- Assim como o Direito do Trabalho visa à proteção do trabalhador
e à melhoria de sua condição social (art. 7o , caput, da CF), o -
Direito Processual do Trabalho tem sua razão de existência em pro-
piciar o acesso dos trabalhadores à Justiça, tendo em vista garantir
os valores sociais do trabalho, a composição justa do conflito tra-
balhista, bem como resguardar a dignidade da pessoa humana do
trabalhador.
- artigo 1° A República Federativa do Brasil, formada pela união
indissolúvel dos Estados e Município e do Distrito Federal, cons-
titui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamen-
tos:
III- a dignidade da pessoa humana
IV- os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa

c) Autonomia DPT
- Para verificar a autonomia de determinado ramo do direito, é ne-
cessário avaliar se tem:
i. princípios próprios
ii. uma legislação específica,
iii. um razoável número d estudos doutrinários
iv. um objeto de estudo próprio.

- O Direito Processual do Trabalho está próximo do Direito Pro-


cessual Civil e sofre os impactos dos Princípios Constitucionais do
Processo, MAS POSSUI princípios que lhe são peculiares que lhe
dão autonomia e o distinguem do Direito Processual Comum.
- O Brasil possui um ramo especializado do judiciário para
dirimir as lides trabalhistas Legislação própria que disciplina o
Processo do Trabalho (CLT, Lei n. 5.584/70 e Lei n. 7.701/88)
- um objeto próprio de estudo - Processo Trabalhista vasta biblio-
grafia sobre a matéria
- O Direito Processual do Trabalho é autônomo em face do Direito
Material do Trabalho e também do Direito Processual Civil - Não
temos um Código de Processo de Trabalho. (CLT)
- finalidade  instrumento e ferramenta

d) Natureza Jurídica
- Embora haja uma interferência clara de direito público no direito
do trabalho, a natureza jurídica do direito do trabalho ainda perma-
nece sendo de direito privado.
- A natureza jurídica do Direito Processual do Trabalho é do ramo
doDireito Público, por disciplinar uma função estatal – a jurisdição
(contempla regras e princípios de natureza obrigatória, cogente,
imperativa).
- direito material do trabalho é ramo do direito privado
- direito processual do trabalho é ramo do direito público (interesse
do Estado para que se entregue o melhor resultado)
e) Fontes do direito processual do trabalho
i. Materiais
- fato social
- São as fontes potenciais do processo trabalhista, e surgem
do próprio direito material do trabalho
- Acontecimentos sociais em sentido amplo, os fatores
econômicos, os traços culturais, as construções éticas e mo-
rais de uma sociedade, além das nuances políticas

ii. Formais
- lei, costume, jurisprudência, analogia, equidade, princí-
pios gerais do direito
- São o fenômeno de exteriorização final das normas jurí-
dicas, os mecanismos e modalidades mediante os quais o
Direito transparece e se manifesta
- Formais diretas, a lei em sentido genérico - CLT - CPC
- Formais indiretas, doutrina (fundamentos teóricos) e a
jurisprudência (decisões - precedentes
- Formais de explicitação, a analogia e a equidade (costu-
mes e princípios gerais de direito).

- O Juiz não está dispensado de julgar alegando lacuna ou


obscuridade

- Bezerra Leite, ainda delineia as seguintes classificações:


Primária/Imediata (Lei) e secundária/mediata (Costume,
jurisprudência e doutrina)

f) Princípios do processo do trabalho


- Princípios de um modo geral, podem estes ser conceituados como
a diretriz inicial, ponto de partida de algo. Um princípio, dentro
deste contexto, se consolida como o alicerce em que será constitu-
ída a estrutura subsequente, servindo ainda, de “inspiração” para
as normas jurídicas (Sergio Pinto Martins)
- São princípios processuais trabalhistas: oralidade, concentração
dos atos processuais, proteção ou tutela, informalidade, irrecorri-
bilidade das decisões interlocutórias, conciliação, majoração dos
poderes do juiz do trabalho na condução do processo e jus postu-
landi.

i. Oralidade
- tem o condão de simplificar o procedimento, dando uma
maior celeridade ao mesmo e efetividade da jurisdição, so-
lucionando conflitos e realizando a prestação jurisdicional
de maneira eficaz
- a pessoa poderá ir na vara do trabalho e ajuizar SEM ad-
vogado a reclamatória trabalhista
- Art. 840 CLT- A reclamação poderá ser escrita ou verbal.
§ 2o Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em
duas vias datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário,
observado, no que couber, o disposto no § 1o deste artigo.

ii. Concentração dos atos processuais


- Tem o objetivo de agrupar os atos de processo em eventos
únicos, acelerando sua tramitação. Como exemplo a audi-
ência, onde é possível a apresentação de defesa, manifesta-
ção da parte contrária, oitiva das testemunhas e da parte,
razões finais e até mesmo pronunciação da sentença.
- Audiência UNA - do Rito Sumaríssimo  todos os atos
do processo serão realizados nessa audiência (contestação;
conciliação; oitiva de partes e testemunhas; provas; alega-
ções e sentença)

Valor da Causa:
Rito ordinário + de 40 SM
Rito sumaríssimo de 2 a 40 SM
Rito sumário menos que 2 SM  não cabe recurso)

iii. Proteção/tutela
- visa reduzir desigualdades entre o trabalhador e o empre-
gador. O direito processual do trabalho confere maior pro-
teção ao empregado, visto que é a parte hipossuficiente da
relação de emprego.
- ex: Exigência de depósito recursal somente à emprega-
dora e a possibilidade de petição verbal.
Art. 844 da CLT, que prevê consequências diferentes em
caso de não comparecimento das partes na audiência, re-
sultando apenas no arquivamento da reclamação, em caso
de ausência do reclamante, enquanto a falta do reclamado
importa revelia.

iv. Informalidade
- Basta que a causa de pedir seja compreensiva e não im-
possibilite o direito de defesa. Não é exigido para a petição
inicial os rigorosos requisitos do processo comum, porém
é indispensável como requisito da inicial a existência de
pedido.
- Art. 840 CLT- A reclamação poderá ser escrita ou verbal.
§ 1o Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designa-
ção do juízo, a qualificação das partes, a breve exposição
dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser
certo, determinado e com indicação de seu valor, a data e a
assinatura do reclamante ou de seu representante

v. Irrecorribilidade das decisões interlocutórias


- Estabelece que, em regra, não cabe recurso imediato de
decisões de natureza interlocutória, as quais somente po-
dem ser atacadas por meio do recurso cabível da decisão
final.
- quando tiver decisões interlocutórias não será possível re-
correr na hora, tem que esperar no momento oportuno para
recorrer (ex: audiência)
- 799, §2° e 893 parágrafo §1º da CLT
Ex: Pedido de Desconsideração da Pessoa Jurídica
- Súmula 214 do TST - Exceções (não precisam se
preocupar com isto agora)

vi. Conciliação
- é basilar do direito processual do trabalho, a busca inces-
sante da conciliação é a mais adequada para a solução cé-
lere de conflitos.
- Em qualquer momento processual é possível fazer acordo.
Ex: Art. 764 CLT e Art. 846. CLT

vii. Majoração dos poderes do juiz


- O Juiz do Trabalho goza de amplos poderes, o que possi-
bilita determinar qualquer diligência processual para for-
mar seu convencimento em busca da verdade, observando
o caráter social da Justiça do Trabalho e o direito
processual trabalhista.
- Primazia da realidade
- Ex: apresentação de cartões de ponto, sob pena de aceita-
ção dos horários indicados na inicial

viii. Jus postulandi


- é a possibilidade de empregado e empregador atuarem no
processo sem a companhia de advogado.
- A parte pode acompanhar o processo até o final nas ins-
tâncias ordinárias. Caso tenha a necessidade de atuar em
instância extraordinária deverá constituir advogado
- instância ordinária pode peticionar sem advogado
- trabalhador pode apresentar sozinho recurso também
- somente não pode quando já inicia o processo na 2° ins-
tância (TRT)
- Art. 791 CLT- Os empregados e os empregadores pode-
rão reclamar pessoalmente perante a Justiça do Trabalho e
acompanhar as suas reclamações até o final.
- Súmula 425 TST. De acordo com a norma, o jus postu-
landi limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regi-
onais do Trabalho. Não pode ser aplicado em ação rescisó-
ria, ação cautelar, mandado de segurança e em recursos de
competência do Tribunal Superior do Trabalho.

g) Princípios Constitucionais do Processo


a) Inafastabilidade do controle judicial (art. 5°, XXXV, CF; art. 3°,
CPC) (STF Afastou a obrigatoriedade da Comissão Conciliação
Prévia)
b) Juiz natural (art. 5°, XXXVII e LIII, CF) - a juízo imparcial cuja
Assis Pinheiro, Hugo. Manual de Processo do Trabalho
c) Devido processo legal (art. 5°, LIV, CF) - a estrita observância
das regras e dos princípios processuais
d) Contraditório e ampla defesa (art. 5°, LV, CF) - contraditório
representa a ciência sobre as alegações da parte contrária e a ampla
defesa abrange autores e réus e permite que eles utilizem todos os
meios processuais assegurados pela lei para sustentarem suas teses.
e) Publicidade (art. 5°, LX, CF; - art. 770, CLT - Os atos proces-
suais serão públicos,
f) Vedação à prisão civil por dívida (art. 5°, LXVII, CF) -
g) Assistência jurídica integral (art. 5°, LXXIV, CF) - prestada
pelo Sindicato ou pela Defensoria Pública da União (Lei 5587/70)
h) Duração razoável do processo (art. 5°, LXXVIII, CF) - celeri-
dade processual,
i) Motivação das decisões (art. 93, IX, CF).

h) Hermenêutica do Direito Processual do Trabalho


- A hermenêutica é a ciência que trata da interpretação das normas,
sendo estudada em três diferentes vertentes:
i. Interpretação
- é o processo que conduz ao entendimento do sentido e do
alcance dos termos constantes das normas jurídicas.
- O processo interpretativo pode envolver as seguintes me-
todologias:

1) Gramatical ou literal
- por meio da aplicação de regras basilares da gra-
mática, o intérprete entende a norma como a ex-
pressão do sentido literal das palavras nela conti-
das.
- Ex: É vedado ao empregador efetuar anotações
desabonadoras à conduta do empregado em sua
Carteira de Trabalho e Previdência Social. (29, §4º)

2) Lógica
- é um processo mais complexo que o literal, pois
demanda a aplicação de raciocínio lógico e a com-
binação de expressões contidas em diferentes partes
da lei, buscando uma conclusão que atribua sentido
ao texto legal como um todo.
- Art. 62 - Não são abrangidos pelo regime previsto
neste capítulo: (Capítulo da duração do Trabalho).

3) Histórica
- exige que o intérprete busque os motivos que jus-
tificaram a edição da lei, vinculando a conclusão in-
terpretativa ao processo de formação da norma.
- Ex: exposição de motivos, mensagens, emendas,
as discussões parlamentares

4) Sistemática
- enquanto a interpretação lógica busca sentido den-
tro de um único texto legal, a sistemática avança
para a procura de coerência entre diferentes leis so-
bre a mesma matéria.
- Esta metodologia demanda conhecimento amplo
e tem como fundamento a ideia de que as normas
formam um conjunto que não permite contradições.
- Ex: Art. 855-A. Aplica-se ao processo do trabalho
o incidente de desconsideração da personalidade ju-
rídica previsto nos arts. 133 a 137 da Lei no 13.105,
de 16 de março de 2015 - Código de Processo Civil

5) Teleológica
- a interpretação da norma é realizada com foco nos
fins sociais que ela se propõe a concretizar. É a
busca da finalidade da norma - dos fins sociais e às
exigências do bem comum, resguardando e promo-
vendo a dignidade da pessoa humana e observando
a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade,
a publicidade e a eficiência. VONTADE DA
NORMA - Encontra previsão no art. 5° da Lei de
Introdução às Normas do Direito Brasileiro -
LINDB e no art. 8° do CPC.

6) Interpretação conforme a Constituição


- Diante de normas que admitam mais de uma in-
terpretação (plurissignificativas ou polissêmicas
(multiplicidade de significados de uma palavra.), o
intérprete deve dar preferência à interpretação que
esteja em consonância com a Constituição Federal.

ii. Integração
- A integração é o processo realizado pelo intérprete para
suprir lacunas existentes no ordenamento jurídico, nos ter-
mos do art. 4° da LINDB e do art. 140 do CPC.
- A aplicação subsidiária do Direito Processual Civil no Di-
reito Processual do Trabalho é objeto do art. 769 da CLT,
dispositivo que exige o preenchimento de 2 requisitos cu-
mulativos:
- A existência de lacuna na CLT.
- Art. 769. Nos casos omissos, o direito processual comum
será fonte subsidiária do direito processual do trabalho, ex-
ceto naquilo em que for incompatível com as normas deste
Título. (Exemplos: qualificação da petição inicial - 319
CPC)
- Art. 15 - CPC Na ausência de normas que regulem pro-
cessos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as dispo-
sições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e subsi-
diariamente.
- Art. 1° Aplica-se o Código de Processo Civil, subsidiária
e supletivamente, ao Processo do Trabalho, em caso de
omissão e desde que haja compatibilidade com as normas
e princípios do Direito Processual (da Instrução Normativa
39/2016 do TST).

iii. Aplicação ou eficácia Processual do Trabalho


- O ordenamento jurídico pátrio adota a teoria da eficácia
imediata da lei, a qual determina que a nova lei processual
produz efeitos imediatos nos processos em curso, conforme
disposto nos arts. 6° da LINDB, 14 do CPC e 912 da CLT.
- respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a
coisa julgada.
- A norma processual não retroagirá e será aplicável imedi-
atamente aos processos em curso,
- Caso seja promulgada uma lei processual no curso de um
processo, essa nova lei somente será aplicada aos atos pro-
cessuais praticados sob a sua vigência, sendo considerados
válidos os atos já realizados durante a vigência da lei ante-
rior.
- Ex: Processos que se iniciaram antes de 11/11/2017 -
Art. 855-A. Aplica-se ao processo do trabalho o incidente
de desconsideração da personalidade jurídica previsto nos
arts. 133 a 137 do CPC.

AULA 07

ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO

- As partes na Justiça do Trabalho são:

A. RECLAMANTE
- autor

B. RECLAMADA
- réu

 Órgãos da justiça do trabalho


- artigo 111 CF
I – o Tribunal Superior do Trabalho;
II – os Tribunais Regionais do Trabalho;
III – Juízes do Trabalho.

A. Tribunal Superior do Trabalho –TST


I. Composição:
- 27 ministros (35 a 65 anos) nomeados pelo Presidente da Repú-
blica e aprovados pelo Senado Federal por maioria absoluta (com
sabatina) – através de uma Lista (111 CF)

a) em que 1/5 são Advogados e membros do Ministério Público do


Trabalho (MPT) com mais de 10 anos carreira. (art. 94 CF)
b) os demais dentre juízes do Trabalho dos Tribunais Regionais do
Trabalho, oriundos da magistratura da carreira, indicados pelo pró-
prio Tribunal Superior.

II. Funciona junto ao TST


a) ENAMAT - a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento
de Magistrados do Trabalho, tem como função principal, regula-
mentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira.

b) o CSJT - Conselho Superior da Justiça do Trabalho, cabendo-


lhe exercer, na forma da lei, a supervisão administrativa, orçamen-
tária, financeira e patrimonial da Justiça do Trabalho de primeiro
e segundo graus, como órgão central do sistema, cujas decisões
terão efeito vinculante.

B. Tribunais Regionais do Trabalho – TRT’s


- artigo 115, CF
I. Composição
- No mínimo 7 juízes (30 a 65 anos) da mesma região (quando
possível) nomeados pelo Presidente da República sem sabatina -
através de uma Lista

a) em que 1/5 são Advogados e membros do Ministério Público do


Trabalho (MPT) com mais de 10 anos carreira.

b) os demais, mediante promoção de juízes do trabalho por anti-


guidade e merecimento, alternadamente.

- Podem constituir justiça itinerante e constituindo as Câmaras Re-


gionais para funcionar descentralizada.

 Juízes do Trabalho
- Art. 116 CF -" Nas Varas do Trabalho, a jurisdição será exercida por um juiz
singular".
- Com a promulgação da Emenda Constitucional 24/99, foi extinta a representação
classista da Justiça do Trabalho em todos os graus de jurisdição.
- Assim, ocorreu a substituição das antigas Juntas de Conciliação e Julgamento
pelas Varas do Trabalho.

 Três graus de jurisdição


- A jurisdição trabalhista é composta por
1°: Juízes do Trabalho;
2°: Tribunais Regionais do Trabalho;
3°: Tribunal Superior do Trabalho.
- Nas comarcas que não são abrangidas pela jurisdição de uma Vara do Trabalho,
é possível que juízes de direito (estaduais e federais) apreciem causas trabalhistas,
nos termos dos arts. 112, da CF, e 668 e 669, da CLT.
- STJ Sum 10, a partir do momento em que é instalada a Vara do Trabalho, encerra
a competência do juiz de direito em matéria trabalhista, ainda que o processo es-
teja em fase de execução.
- Em 2a Instância - as demandas são remetidas para os TRT's

AULA 08

JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA NA JUSTIÇA DO TRABALHO

- A Jurisdição pode ser definida como a função do Estado de, sempre que provocado, dar
solução impositiva e definitiva aos conflitos.

- jurisdição – solução

- é a função do Estado que sempre que provocado deve dar uma solução impositiva e
definitiva dos conflitos

- o Estado impõe uma decisão definitiva para resolver o conflito, após o transito em
julgado, trazendo uma segurança para as partes

i. Impositiva
- impõe a decisão

ii. Definitiva
- após o transito em julgado

I. Características
i. Inevitabilidade
- a partir do momento que o estado é provocado ele deverá
movimentar o processo
- a solução trazida pelo estado as partes devem obedecer
- provocação  resposta  solução

ii. Substutividade
- a decisão do estão susbtitui a vontade das partes
- dada a decisão as partes terão que acatar

iii. Definitividade
- faz partes da essência da jurisdição
- a decisão dada pelo estado é definitiva
- tem a segurança que aquele processo se encerrou e não
responderá mais sobre ele
- regra geral: definitividade da decisão
- exceção: ação rescisória

iv. Investidura
- utilizada igual os demais ramos do direito
- quando o poder judiciário escolhe determinados sujeitos,
invesntindo-os do poder jusrisdicional

v. Imparcialidade
- o direito busca a imparcialidade nos julgamentos
- ex: juiz suspeito  não pode julgar

vi. Unidade
- jurisdição  UNA  igual

II. Competência
- é a medida da jurisdição de cada órgão
i. Absoluta
- poderá ser reconhecida de ofício pelo juiz
- material: aquela competência em razão da matéria/as-
sunto
- ex: direito do processo do trabalho
- funcional: função do órgão julgador
- em razão da pessoa: em razão do cargo da pessoa
- ex: foro privilegiado

ii. Relativa
- juiz não pode declarar de ofício quem deverá alegar é re-
clamado
- territorial: os tribunais dividem a competência de julga-
mento de forma territorial
- ex: divisão de comarcas

III. Competência na Justiça do trabalho


i. Absoluta – matéria
- artigo 114 CF

ii. Relativa – regra


- artigo 651 CLT
- regra geral de competência  local da prestação de ser-
viço
- objetivo de facilitar o acesso do autor para procurar a jus-
tiça
- somente poderá ingressar com a ação no domicilio do réu
se o local de serviço for igual
- exceção: I - os empregados viajantes (podem optar pelo
lugar do serviço ou local do domicilio do réu)
II- empregado fica mudando de filiais
- § do 651 são as exceções

IV. Exceção de incompetência


- artigo 800 CLT
- assim que a reclamada receber a notificação terá 5 dias para apre-
sentar exceção de incompetência, a qual será apresentada de forma
autônoma para apresentar a incompetência do juízo
- após receber será suspensa a reclamatória trabalhista até que se
resolva a incompetência
- Protocolada a petição de exceção, o processo é suspenso e não se
realizará a audiência até a decisão da exceção.
- Os autos vão conclusos ao juiz, que determina a manifestação no
prazo comum de 5 para os litisconsortes.
- Se entender necessária a produção de prova oral, o juízo desig-
nará audiência.
- Decidida a exceção de incompetência territorial, o processo reto-
mará seu curso.
- Se o juiz acatar a Exceção - Remete os autos para a Vara do Tra-
balho competente
- Se o juiz não acatar - a decisão é de natureza interlocutória - Pode
recorrer? Ver art. 799, § 2º
- E se não for arguida a exceção de incompetência relativa (territo-
rial)? ocorre o fenômeno da prorrogação de competência - o juiz
que poderia ser declarado incompetente passa a ser competente.
- O juiz do trabalho somente deve declarar, de ofício, a incompe-
tência absoluta, NÃO a relativa (territorial).

- regra: protocolado em moji das cruzes – feita petição de incom-


petência – juiz aceita e remete para Osasco (que é no mesmo tribu-
nal do trabalho)  essa decisão interlocutória SOMENTE poderá
ser reclamada no final do processo, pois não tem recurso para de-
cisões interlocutórias

- exceção de incompetência  foi protocolado em Osasco – feita


petição de incompetência – juiz aceita e manda para Guarapu-
ava/PR  é recorrível de imediato, pois trocou de tribunal (por
meio de recurso ordinário

- caso será protocolado em tribunal errado e não foi arguido no


prazo de 5 dias (ocorreu a perempção do direito)
- competência relativa não pode ser reclamada de oficio, caso não
seja arguida ou foi perdido o prazo para tal ato  ocorre a prorro-
gação da competência (juiz incompetente se torna competente)

- se for incompetência absoluta juiz poderá declara de ofício


- se for incompetência relativa precisa da provocação das partes

- em caso de conexão e continência dos processos ocorre a prorro-


gação de competência também
- caso o juiz prevento (aquele que foi protocolado antes) não seja
o certo e ninguém reclame ele se tornará o juiz competente

- Ocorre a prorrogação legal de competência ou modificação de


competência:
a) conexão
- A conexão é caracterizada quando duas ou mais ações apresentam
a mesma causa de pedir ou o mesmo pedido.

b) continência (art. 54, CPC).


- ocorre quando duas ou mais ações contemplam as mesmas partes
e a mesma causa de pedir, mas o objeto de uma é mais abrangente
do que o das outras, havendo uma ação continente e uma ou mais
ações contidas (art. 56, CPC).
- O juiz competente para decidir os processos, o que é definido
pelo critério da prevenção. Art. 58 e 59 do CPC

 Competência da justiça do trabalho


a) Em razão do territorio (art. 651, da CLT)
- é determinada pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado,
prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local
ou no estrangeiro.

Decisões judiciais:
- Para a fixação da competência territorial devem prevalecer os critérios obje-
tivos estabelecidos no art. 651, caput e § 3°, da CLT, admitindo-se o ajuiza-
mento da reclamação trabalhista no domicílio do reclamante apenas se este
coincidir com o local da prestação dos serviços ou da contratação. (TST-1-
64.2014.5.14.0006, SBDI- II, rel. Min Douglas Alencar Rodrigues,
12.4.2016).

b) Em razão da Matéria (competência ABSOLUTA)


- sendo o tema mais importante para a Justiça do Trabalho, que é um ramo
especializado do Judiciário e sua existência está diretamente relacionada à sua
competência material.
- Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:
I – as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito
público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Es-
tados, do Distrito Federal e dos Municípios;

 Valor da Causa
- define o rito

A. Sumário
- Alçada exclusiva da vara, são os processos em que o valor da causa é
inferior ou igual a dois salários mínimos (art. 2°, §2°, Lei 5.584/70).

B. Sumaríssimo
- causas com valor acima de 2 salários mínimos e abaixo de 40 salários
mínimos (art. 852-A a 852-H da CLT).

C. Ordinário
- causas com valor acima de 40 salários mínimos.

- Todas as varas do trabalho têm a mesma competência para qualquer desses procedimen-
tos, sendo os processos distribuídos livremente entre elas.

AULA 9

JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIAS
- A Competência em razão da matéria

- É espécie de competência absoluta, sendo o tema mais importante para a Justiça do


Trabalho, que é um ramo especializado do Judiciário e sua existência está diretamente
relacionada à sua competência material que é o Direito do Trabalho.

 Ações oriundas da relação de trabalho


Art. 114 da CF Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:
I as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público
externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios;
- A expressão “relação de trabalho” representa um gênero que comporta várias
espécies, dentre elas a relação de emprego. É certo afirmar que toda relação de
emprego é uma relação de trabalho, mas nem toda relação de trabalho é uma re-
lação de emprego.
- Uma relação de trabalho pode ser definida como o vínculo jurídico pelo qual
uma pessoa física assume o compromisso de prestar serviços em favor de outrem
(pessoa física, jurídica ou ente despersonalizado).
- A expressão -relação de trabalho- contida no novo inciso I do artigo 114 da
Constituição Federal deve ser interpretada em sentido amplo para abranger os ser-
viços prestados de forma pessoal, onerosa, eventual ou permanente, subordinada
ou independente, a outra pessoa física ou jurídica,
- A abrangência da competência definida no inciso I do art. 114 da Constituição
Federal é objeto de constante discussão na jurisprudência e será abordada nos tó-
picos seguintes.

II as ações que envolvam exercício do direito de greve;


III as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e tra-
balhadores, e entre sindicatos e empregadores;
IV os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data , quando o ato questi-
onado envolver matéria sujeita à sua jurisdição;
V os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado
o disposto no art. 102, I, o;
VI as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação
de trabalho;
VII as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores
pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho;
VIII a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a , e
II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir;
IX outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei.

A. Empregados
- Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar as ações que envolvam
relações de emprego, assim consideradas as relações de trabalho caracte-
rizadas pela presença dos requisitos previstos nos artigos 2° e 3° da CLT.

Art. 2° Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que,


assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a
prestação pessoal de serviços.
Art. 3° Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de
natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante
salário.

- Portanto, tratando-se de ações oriundas de relações entre empregados e


empregadores, prevalece a competência da Justiça do Trabalho.

B. Trabalhadores autônomos
- A Justiça do Trabalho é competente para apreciar ações ajuizadas por
trabalhadores autônomos em face de seus tomadores de serviços, exceto
as demandas que envolvam a relação entre profissionais liberais e seus
clientes (relações de consumo).
- A relação de trabalho autônomo é definida pela ausência de subordinação
jurídica do prestador ao tomador dos serviços. Além disso, o trabalhador
autônomo assume o risco de sua atividade econômica, atuando por conta
própria, o que afasta a presença da alteridade, que é uma característica da
relação de emprego.
- Princípio da Alteridade previsto no artigo 2o da CLT , estabelece que os
riscos da atividade econômica não podem ser transferidos ao empregado
- Um exemplo de trabalho autônomo é aquele prestado pelo empreiteiro
pessoa física art. 652, III, da CLT.
Ex: Encanador, eletricista, jardineiro
- O conflito analisado de acordo com as regras de caráter civil (Consumi-
dor) são as que regulamentam a prestação dos serviços
Ex: defeito no serviço de encanamento.
- A Lei 13.352/2016 Salão Parceiro - Autônomos fazem parceria com pro-
prietário do salão. Competência da JT

C. Horários dos profissionais liberais


- A Justiça do Trabalho não é competente para apreciar ação de cobrança
de honorários de profissional liberal em face de seu cliente, na medida em
que a relação é de índole estritamente civil.
-Súmula 363, STJ. Compete à Justiça estadual processar e julgar a ação de
cobrança ajuizada por profissional liberal contra cliente.
- A Justiça do Trabalho não é competente - em relação à cobrança de co-
missões decorrentes de contrato de corretagem de imóveis.
- A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ação em que
advogados são empregados.

D. Representantes comerciais autônomos (pessoa física)


- As ações judiciais que envolvem a relação entre o representante comer-
cial autônomo pessoa física e o representado não são de competência da
Justiça do Trabalho. Fixou Tese 550 STF - Repercussão Geral que decla-
rou a competência da Justiça Comum.

E. Trabalhadores avulsos
- O trabalhador avulso é aquele que presta serviços a diversos tomadores
com intermediação obrigatória do sindicato (não portuários) ou do órgão
gestor de mão de obra (portuários).
- A competência da Justiça do Trabalho abrange as ações entre trabalha-
dores avulsos (portuários e não portuários) e a entidade intermediadora ou
o tomador de serviços, conforme disposto nos artigos 643, §3° e 652, V,
da CLT. Art. 643. §3°.

F. Trabalhadores eventuais
- O trabalhador eventual, que presta serviços sem a presença da habituali-
dade, também pode acionar a Justiça do Trabalho para receber os valores
que entende devidos pelo trabalho

G. Trabalhadores temporários
- Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar as demandas oriundas
da prestação de serviços por trabalhadores temporários, conforme disposto
no artigo 19 da Lei 6.019/74.

H. Empregados de cartórios extrajudiciais


- As ações movidas por empregados de cartórios extrajudiciais contra os
titulares das serventias devem ser apreciadas e julgadas pela Justiça do
Trabalho, nos termos do artigo 20 da Lei 8.935/94.

I. Fundo de garantia do tempo de serviço e seguro desemprego


- As ações judiciais que envolvem litígio de empregados e empregadores
acerca do FGTS são de competência da Justiça do
Trabalho
- a JT é competente para as ações em que o trabalhador pretende apenas o
levantamento do saldo existente na conta vinculada do FGTS, ainda que o
empregador não figure no polo passivo da demanda
- a JT é competente para julgar a lide entre empregado e empregador tendo
por objeto indenização pelo não fornecimento das guias do seguro-desem-
prego
J. Massa falida
- O Supremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal de Justiça entendem
que a execução de créditos trabalhistas contra a massa falida deve ocorrer
no juízo universal da falência, após a inscrição do crédito no quadro geral
de credores. Isso significa que o processo trabalhista tramita perante a Jus-
tiça do Trabalho até que ocorra o acertamento da conta, o que acontece,
normalmente, após o julgamento dos embargos à execução.
- A competência da Justiça do Trabalho abrange toda a etapa de conheci-
mento e parte da liquidação, mas não pode se estender para atos que en-
volvam a constrição e a alienação de bens, sendo essa competência apenas
do juízo falimentar, conforme previsto no art. 6°, §2°, Lei 11.101/05.

K. Empresa em recuperação judicial


- O deferimento do processamento da recuperação judicial suspende o
curso da execução trabalhista, conforme disposto no art. 6° da Lei
11.101/2005.
- Embora o §4° do 6o legal estabeleça que a suspensão não pode exceder
o prazo improrrogável de cento e oitenta dias, o Superior Tribunal de Jus-
tiça consolidou o entendimento de que o simples decurso desse prazo é
insuficiente para a retomada da execução.
- A recuperação judicial da empresa não impede o direcionamento da exe-
cução, pelo juízo trabalhista, em face dos sócios da empresa, por meio da
desconsideração da personalidade jurídica.

L. Transporte rodoviário de cargas


- A Lei 11.442/2007 dispõe sobre o transporte rodoviário de cargas por
conta de terceiros e prevê, em seu artigo 5°, que as relações decorrentes
do contrato de transporte de cargas são de natureza comercial, competindo
à Justiça Comum o julgamento de ações oriundas desse tipo de contrato.
- Art. 5°. As relações decorrentes do contrato de transporte de cargas de
que trata o art. 4° desta Lei são sempre de natureza comercial, não ense-
jando, em nenhuma hipótese, a caracterização de vínculo de emprego.
- Todas as ações envolvendo a incidência da Lei 11.442/07 devem ser
apreciadas pela Justiça Comum, ainda que o autor alegue a ocorrência de
fraude à legislação trabalhista e pretenda o reconhecimento do vínculo em-
pregatício.

M. Servidores da administração pública (regime estatutário e jurídico-adm)


- O artigo 114, inciso I, da Constituição Federal, dispõe que compete à
Justiça do Trabalho processar e julgar as ações oriundas da relação de tra-
balho, abrangidos os entes da administração pública direta e indireta da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
- Porém, nos autos da Ação Declaratória da Inconstitucionalidade 3.395-
6, o Supremo Tribunal Federal afastou, da abrangência da competência da
Justiça do Trabalho, as causas que envolvam relação estatutária ou jurí-
dico-administrativa.
- as ações em que são discutidos direitos de servidores estatutários (efeti-
vos ou ocupantes de cargos em comissão) devem ser propostas perante a
Justiça Comum, federal ou estadual.
- servidores contratados por prazo determinado, mediante regime jurídico-
administrativo, para atender necessidade temporária de excepcional inte-
resse público, nos termos do artigo 37, IX, da Constituição Federal (devem
ser propostas perante a Justiça Comum, federal ou estadual).

N. Empregados públicos celetistas


- Após a decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal nos autos da
Ação Declaratória de Inconstitucionalidade 3.395-6, permanece no âmbito
da competência da Justiça do Trabalho o julgamento de ações propostas
por empregados públicos contratados, sob o regime celetista, por qualquer
ente da administração pública direta ou indireta.

O. Estados Estrangeiros
- É considerada ato de gestão a contratação de trabalhadores no país em
que está situada a representação diplomática, não havendo imunidade, mas
submissão à jurisdição do Estado acreditado.
- Nesse sentido, a jurisprudência do STF e do TST é uníssona no sentido
de que as representações diplomáticas de Estados estrangeiros, situadas no
Brasil, estão submetidas à jurisdição nacional, quanto aos atos de contra-
tação de trabalhadores, sendo a Justiça do Trabalho competente para os
processos relativos a tais atos.

P. Meio ambiente do trabalho


- A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ações que
apresentem, como causa de pedir, matéria referente ao meio ambiente do
trabalho, conceito que pode ser compreendido como o conjunto das con-
dições de trabalho que se relacionam com a segurança, a higiene e a saúde
dos trabalhadores (artigos 7°, XXII e XXVIII, e 200, VIII, da CF; Súmula
736, STF).
- Art. 200 CF . Ao sistema único de saúde compete, além de outras atri-
buições, nos termos da lei: VIII – colaborar na proteção do meio ambiente,
nele compreendido o do trabalho.

Q. Ações possessórias
- Compete à Justiça do Trabalho apreciar e julgar ações possessórias vin-
culadas à relação de trabalho.
- Ex: as demandas decorrentes do exercício do direito de greve por traba-
lhadores da iniciativa privada.
- Em casos assim, pode ocorrer de o movimento grevista impedir o livre
acesso de trabalhadores e de clientes ao estabelecimento comercial do em-
pregador, conduzindo ao ajuizamento de ação com o objetivo de permitir
o exercício adequado do direito de posse.
- Nesse particular, a competência da Justiça do Trabalho foi confirmada
pelo STF na Súmula Vinculante 23.
- Súmula Vinculante 23. A Justiça do Trabalho é competente para proces-
sar e julgar ação possessória ajuizada em decorrência do exercício do di-
reito de greve pelos trabalhadores da iniciativa privada.

R. Proibição de publicação de anúncios discriminatórios


- O Tribunal Superior do Trabalho decidiu que não compete à Justiça do
Trabalho apreciar ação ajuizada com o objetivo de proibir a publicação,
por jornais de grande circulação, de anúncios de emprego com natureza
discriminatória, matéria que caracteriza relação de consumo.
- Ações contra sites de busca na internet
- Atualmente, é muito comum encontrar, em sites de busca na internet,
informações sobre partes, pedidos e decisões referentes a ações trabalhis-
tas.
- Caso algum interessado entenda que esta divulgação viola seus direitos
da personalidade, a ação de indenização por danos morais deve ser ajui-
zada na Justiça Comum, pois o TST compreende que não se trata de de-
manda inserida na competência da Justiça do Trabalho.

S. Ações que envolvam exercício do direito de greve


- Súmula 189, TST.
- A Justiça do Trabalho é competente para declarar a abusividade, ou não,
da greve.
- Esta competência abrange, também, o interdito proibitório, a reintegra-
ção de posse e a manutenção de posse relacionados ao exercício do direito
de greve, conforme entendimento consolidado na Súmula Vinculante 23
do STF.
- Por outro lado, não compete à Justiça do Trabalho apreciar questões de
natureza penal relacionadas ao movimento grevista.

T. Ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e tra-


balhadores, e entre sindicatos e empregadores
- artigo 114, III, CF - As ações sobre representação sindical, entre sindi-
catos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores;
- O inciso III do art. 114 da Constituição Federal representou uma efetiva
ampliação da competência da Justiça do Trabalho, pois as demandas nele
previstas eram de competência da Justiça Comum.
- Essa regra de competência envolve o critério material (ações sobre re-
presentação sindical) e o critério em razão das pessoas que figuram na lide
(entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e em-
pregadores).
- Ex: disputa entre sindicatos sobre representação sindical; ação anulatória
de eleição sindical; ação de cobrança de contribuição sindical ou de outras
receitas sindicais; ações entre sindicatos, entre sindicato e trabalhadores
ou entre sindicato e empregadores que tenham por objeto a controvérsia
sobre contribuição confederativa ou assistencial;
- ação de prestação de contas proposta por trabalhadores em face do sin-
dicato, representado pela respectiva diretoria; mandado de segurança con-
tra autoridade ministerial para se obter registro sindical ou impedir a con-
cessão a outra entidade.
- NÃO É competência da Justiça do Trabalho é afastada quando se trata
de sindicato que representa categoria profissional de servidores estatutá-
rios ou vinculados à Administração Pública por relação jurídico-adminis-
trativa.

É COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO


- ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos
órgãos de fiscalização das relações de trabalho;
- a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a , e II, e
seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir;
- outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei.
- Ex. Penalidades impostas pelos Fiscais do MTE - Penalidades impostas pelo
MPT

 Foro de Eleição
- Impossibilidade de foro de eleição
- O foro de eleição, previsto no art. 63 do CPC, é incompatível com o processo do
trabalho, uma vez que o trabalhador, sendo hipossuficiente, não possui liberdade
na estipulação do foro mediante negociação equilibrada com o empregador.
- Por isso, cláusulas que envolvam foro de eleição são consideradas nulas
- Segundo a jurisprudência do TST, a nulidade é caracterizada, inclusive, no caso
de cláusula de norma coletiva (acordo ou convenção coletiva de trabalho) que
preveja a possibilidade de foro de eleição.

AULA 10

Art. 114 da CF Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:

IV os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado


envolver matéria sujeita à sua jurisdição;
HABEAS CORPUS

- art. 5°, LXVIII, da CF – O habeas corpus é a medida cabível sempre que alguém sofrer
ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por
ilegalidade ou abuso de poder.

- Até a promulgação da EC 45/04 o STF sustentava que a Justiça do Trabalho não poderia
apreciar habeas corpus, porque não teria competência criminal - Quando um Juiz do Tra-
balho fosse autoridade coatora caberia ao TRF o exame da ação.

- ADI no 3684- da PGR o plenário do STF concedeu medida cautelar, pra afirmar que a
EC no 45 não atribuiu à Justiça do Trabalho competência para processar e julgar ações
penais.

- a hipótese mais frequente de utilização do habeas corpus na Justiça do Trabalho referia-


se à prisão civil do depositário infiel com base no Art. 652. do CC mas o ST alinhou-se
ao STF, não permitindo mais a prisão do depositário infiel.

- Falso testemunho - no caso de prisão decretada por juiz do trabalho, pelo fato de a tes-
temunha ter prestado declaração falsa - é crime - Não aprecia na JT

- Ato do empregador - possibilidade de impetração de habeas corpus, na Justiça do Tra-


balho, contra ato de empregador, no caso em que este restrinja a liberdade de locomoção
do funcionário, pelo não pagamento de dívidas (Natureza penal)

- O habeas corpus tem sido utilizado, para buscar a liberação da CNH e do passaporte de
sócios de empresas executadas, quando tais documentos são retidos com objetivo de for-
çar a quitação do débito exequendo (cabimento)

- Na JT a competência para julgamento do habeas corpus segue, em linhas gerais, o


mesmo procedimento da Justiça Comum.

- Compete ao Juiz do Trabalho julgar habeas corpus no qual a autoridade coatora seja
particular

- Se um juiz do trabalho figurar como autoridade coatora, cabe Ao Tribunal Regional do


Trabalho conhecer do habeas corpus.

- Na hipótese de a autoridade coatora ser Tribunal Regional do Trabalho, deve o habeas


corpus ser apreciado pelo TST.

- Finalmente, na eventualidade de o TST ser a autoridade coatora, o STF ficará encarre-


gado de julgar o HC (art. 102, I, “i”, da CF).

HABEAS DATA
- ação mandamental destinada à tutela dos direitos de cidadão a frente dos bancos de
dados, a fim de permitir o fornecimento das informações registradas, bem como sua reti-
ficação, em caso de não corresponder à verdade.

- O habeas data será de competência da Justiça do Trabalho quando houver necessidade


de obtenção ou retificação de dados em registro de caráter público que envolva relação
inserida na competência da JT.

- seja o empregado de empresa pública ou de empresa privada tem legitimação para im-
petrar habeas data contra seu empregador.

- Ex: Se um funcionário (CLTista) prestou serviços junto a uma repartição pública, ou


por empresa terceirizada e precisa, para contagem de tempo de serviço, da comprovação
do período laboral, e, mesmo requerendo, não o obtém junto ao órgão público.

MANDADO DE SEGURANÇA

Art. 5o, LXIX. conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo,
não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade
ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de
atribuições do Poder Público.

- Lei no 12.016/2009

- Por direito líquido e certo, a ampla maioria da doutrina entende que se trata daquele que
efetivamente pode ser comprovado imediatamente após a propositura do mandado de se-
gurança, não necessitando, por exemplo, ser comprovado em outro momento processual.

- O Mandado de segurança pode ser repressivo ou preventivo.


- O mandado repressivo constitui-se quando o ato ilícito já ocorreu, e a finalidade do
mandado é remediar um dano que já foi causado.

- Já o preventivo tem por finalidade prevenir determinadas ilegalidades que podem vir a
ocorrer, sendo que a partir do momento em que há sua comprovação, um pedido de limi-
nar pode ser deferido.

- Prazo delimitado de 120 dias a partir do momento em que o ofendido tem a ciência do
fato ilícito e afrontoso a seus direitos líquidos e certos.

 Hipóteses de cabimento
I. Frente a atos advindos da ações administrativas
- é de competência da própria justiça trabalhista o julgamento de
mandados de segurança que envolvam atos advindos do próprio
tribunal ou de seu presidente, através de seus atos no exercício de
suas funções administrativas.

II. Frente a atos que tenham sido executados na relação de emprego


entre o trabalhador e o empregador público nas situações legisladas
pelo direito público.

III. Empresas e empregadores da esfera privada


- Empregador pretenda discutir a validade do ato (penalidade) pra-
ticado pela autoridade administrativa integrante dos órgãos de fis-
calização das relações de trabalho (MPT ou MTE por exemplo).

IV. Frente a atos de cunho jurisdicional


- significa que o mandado pode ser encarado como um substituto
recursal, sendo que próprio tribunal em que se relaciona a autori-
dade acusada de violação de direito líquido e certo será o respon-
sável pelo julgamento do mandado de segurança. HIPÓTESES DE
CABIMENTO
- Princípio da Irrecorribilidade imediata das decisões interlocutó-
rias
Ex: Mandado de segurança contra determinação judicial de
emenda da petição inicial para juntar planilha contábil. Art. 840, §
1o da CLT.
- Art. 678 CLT - Aos Tribunais Regionais, quando divididos em
Turmas, compete:
I - ao Tribunal Pleno, especialmente:
b) processar e julgar originariamente
3) os mandados de segurança

 Competência para o julgamento dos mandados de segurança


a) Do TRT se a autoridade coatora for juiz do trabalho, servidores de cartórios de
juízos de direito em exercício de atividades jurisdicionais trabalhistas, Membros
do MPT ou desembargador do próprio TRT (Súmula 433 do STF);

b) Do TST – em se tratando de autoridades coatoras quais sejam o Presidente do


TST, Ministros do TST, servidores que atuem em atividades jurisdicionais do
TST.

- A teor da Súmula 425 do TST a petição inicial do mandado de segurança deve


ser obrigatoriamente subscrita por advogado, não se admitindo o jus postulandi
das próprias partes.
- Sentenças que deem ou neguem provimento ao mandado de segurança, podem
ser impugnadas por meio de: Recurso ordinário, no prazo de 8 dias.

 Procedimento do mandado de segurança


- O juiz, ao despachar a petição inicial, determinará:

a) notificação da autoridade coatora para que preste informações em 10 dias;

b) ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interes-


sada, enviando-lhe cópia da inicial sem documentos, para que, querendo, ingresse
no feito;

c) suspensão do ato que deu motivo ao pedido, quando houver fundamento rele-
vante e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da medida, caso seja final-
mente deferida, sendo facultado exigir do impetrante caução, fiança ou depósito,
com o objetivo de assegurar o ressarcimento à pessoa jurídica (art. 7o da Lei
12.016/2009).

 Homologação de acordo Extrajudicial


- Art. 652. Compete às Varas do Trabalho:

f) decidir quanto à homologação de acordo extrajudicial em matéria de competên-


cia da Justiça do Trabalho

- Procedimento de jurisdição voluntária;

Polêmico: viola princípios do direito material como irrenunciabilidade de direitos;


pedido não é apenas uma fraude construída pelas partes.

- Juízes com sensibilidade para analisar os acordos e avaliar a extensão de quita-


ção, pertinência ou não da homologação (S. 418 TST que constitui faculdade do
juiz).
- O novo mecanismo representa alternativa para as partes de modo a evitar maio-
res desgastes e litígios.
- Art. 855-B. O processo de homologação de acordo extrajudicial terá início por
petição conjunta, sendo obrigatória a representação das partes por advogado.
§ 1o As partes não poderão ser representadas por advogado comum.
§ 2o Faculta-se ao trabalhador ser assistido pelo advogado do sindicato de sua
categoria.

Art. 855-C. O disposto neste Capítulo não prejudica o prazo estabelecido no § 6o


do art. 477 desta Consolidação e não afasta a aplicação da multa prevista no § 8o
art. 477 desta Consolidação.

Art. 855-D. No prazo de quinze dias a contar da distribuição da petição, o juiz


analisará o acordo, designará audiência se entender necessário e proferirá sen-
tença.

Art. 855-E. A petição de homologação de acordo extrajudicial suspende o prazo


prescricional da ação quanto aos direitos nela especificados.
Parágrafo único. O prazo prescricional voltará a fluir no dia útil seguinte ao do
trânsito em julgado da decisão que negar a homologação do acordo.

Art. 855-B. O processo de homologação de acordo extrajudicial terá início por


petição conjunta, sendo obrigatória a representação das partes por advogado.
§ 1o As partes não poderão ser representadas por advogado comum.
§ 2o Faculta-se ao trabalhador ser assistido pelo advogado do sindicato de sua
categoria.

- Segundo preceitua o referido artigo, o advogado não pode ser o mesmo para
ambas as partes, persistindo os interesses contrapostos, mas que chegaram a um
consenso, assegurando a independência das partes na manifestação de vontade
que resultou no acordo a se realizar.

Art. 855-D. No prazo de quinze dias a contar da distribuição da petição, o juiz


analisará o acordo, designará audiência se entender necessário e proferirá sen-
tença.

- Quanto a audiência: “designará audiência se entender necessário”


- Os Juízes podem homologar o acordo sem a presença das partes;
- Em certas ocasiões podem exigir a presença das mesmas;
- Ainda, tem a prerrogativa de deixar de homologar o acordo extrajudicial.
- Nessa hipótese, o motivo deverá ser fundamentado em sentença, como por exem-
plo, se entender o Julgador que o ajuste visa fraudar direitos trabalhistas
Art. 855-E: A petição de homologação de acordo extrajudicial suspende o prazo
prescricional da ação quanto aos direitos nela especificados.
Parágrafo único. O prazo prescricional voltará a fluir no dia útil seguinte ao do
trânsito em julgado da decisão que negar a homologação do acordo.

- O prazo prescricional voltará a fluir no dia útil seguinte ao do trânsito em julgado


da decisão que negar a homologação do acordo.
- da decisão que homologar não cabe recurso salvo valores devidos a Previdência;
- da decisão que não homologar acordo cabe R.O.

AULA 11

MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO (MPT)

- O Ministério Público do Trabalho (MPT) é o ramo do MPU que tem com atribuição
fiscalizar o cumprimento da legislação trabalhista quando houver interesse público, pro-
curando regularizar e mediar as relações entre empregados e empregadores.

 Áreas de atuação
- Administração Pública
- Criança e Adolescente
- Fraudes Trabalhistas Meio Ambiente do Trabalho
- Liberdade Sindical Trabalho Escravo Trabalho Portuário e Aquaviário
- Promoção da Igualdade

 Cabe ao MPT
- promover a ação civil pública no âmbito da Justiça do Trabalho para defesa de
interesses coletivos, quando desrespeitados direitos sociais constitucionalmente
garantidos aos trabalhadores.
- manifestar-se em qualquer fase do processo trabalhista, quando entender exis-
tente interesse público que justifique.
- O MPT pode ser árbitro ou mediador em dissídios coletivos e pode fiscalizar o
direito de greve nas atividades essenciais.
- propor as ações necessárias à defesa dos direitos e interesses dos menores, inca-
pazes e índios decorrentes de relações de trabalho, além de recorrer das decisões
da Justiça do Trabalho tanto nos processos em que for parte como naqueles em
que oficie como fiscal da lei.
- Assim como os demais ramos do MP, o MPT exerce importante papel na reso-
lução administrativa (extrajudicial) de conflitos.
- A partir do recebimento de denúncias, representações, ou por iniciativa própria,
pode instaurar inquéritos civis e outros procedimentos administrativos, notificar
as partes envolvidas para que compareçam a audiências, forneçam documentos e
outras informações necessárias.

- LEGISLAÇÃO - Lei Complementar No 75/93 REGIMENTO INTERNO –


- Para cumprir suas atribuições o MPT dispõe de uma estrutura, que inclui diver-
sos órgãos responsáveis pelo desenvolvimento de atividades administrativas e
pela eficaz execução das funções fins: Procurador-Geral; Procuradorias Regio-
nais; Conselho Superior; Câmara de Coordenação e Revisão; Corregedoria Geral,
Ouvidoria e o Colégio de Procuradores.

 MPT nos Estados


- A Procuradoria-Geral do Trabalho - PGT tem sede em Brasília e nela atuam o
procurador-geral, o vice-procurador-geral, os subprocuradores-gerais e procura-
dores regionais eventualmente designados.
- O MPT ramifica-se em 24 Procuradorias Regionais (PRTs) que se subdividem
em Procuradorias do Trabalho nos Municípios (PTMs)
- As PTMs são subsedes das PRTs e foram criadas com o objetivo de interiorizar
as atividades do MPT em nível municipal ou intermunicipal.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO/PREVIDÊNCIA – MTE

- O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e o Ministério da Previdência SociaL


(MPS) foram unificados em 2021 em um único ministério denominado Ministério do
Trabalho e Previdência Social (MTPS). É um órgão do Poder Executivo federal que tem
como principais atribuições definir políticas sobre previdência, geração de emprego e
renda, fiscalização do trabalho, política salarial e segurança no trabalho.

- O MTPS é responsável por emitir a Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS),


que contém o registro dos vínculos empregatícios dos trabalhadores. Além disso, também
edita as Normas Regulamentadoras (NRs), Instruções Normativas (INs), resoluções, por-
tarias e outros normativos que devem ser observados nas relações empregatícias.

- É o Ministério do Trabalho e Previdência que mantém cadastro de sindicatos e elabora


dados estatísticos sobre emprego, evolução salarial, admissões, desligamentos e outras
informações do mercado de trabalho.

 Secretaria de Trabalho
- Alguns serviços oferecidos pelo portal do MPTS a empregadores e trabalhadores
são: emissão de carteira de trabalho digital, seguro desemprego, registro de pro-
fissionais, saque do abono salarial e registro de instrumento coletivo de trabalho,
dentre outros.
- Serviços: Realizar Denúncia Trabalhista "Canal de denúncia trabalhista; Denún-
cia trabalhista; Reclamação trabalhista Irregularidades trabalhistas."
- Trabalhador - Empregador e Sindicatos

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