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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA 80ª VARA DO

TRABALHO DA CIDADADE DE CUIABÁ/MT

Processo n°1000/2018

Reclamante: Joana Da Silva


Reclamado: Empresa Sociedade Empresária Tecelagem Fio De Ouro S.A

A empresa Tecelagem Fio de Ouro S.A, devidamente inscrita no CNPJ..., estabelecida


na rua..., n°..., bairro..., cidade de Cuiabá, estado MT, CEP..., por seu advogado que
esta subscreve..., com endereço profissional na rua..., n°..., bairro..., cidade...,
Estado..., CEP..., endereço eletrônico, para fins do art.77, V do CPC, perante Vossa
Excelência apresentar:

CONTESTAÇÃO:

Com base nos artigos 847 da CLT c/c o art. 300 do CPC, nos autos da Reclamação
Trabalhista proposta por Joana Da Silva, já qualificada nos autos, conforme fatos e
fundamentos a seguir expostos:
II - DA INÉPCIA DA INICIAL
Andes de entrar no mérito da causa, o reclamado informa que a petição inicial da
reclamante é inepta, pois a narração dos fatos não decorre logicamente a conclusão.
Assim, conforme dispõe os artigos 330, §1º, III c/c o artigo 337, IV ambos do
CPC/2015 a petição do reclamante deverá ser indeferida e o processo julgado extinto
sem resolução de mérito, na forma do art. 485, I do CPC/2015.
III – DAS PREJUDICIAS DE MÉRITO
1 - DA PRECRIÇÃO QUINQUENAL
A reclamante trabalhou para a Reclamada no período de 10/05/2008 a 29/09/2018,
tendo distribuído a presente ação em 15/10/2018. A Reclamada, arguiu nessa a
oportunidade a prescrição quinquenal prevista no art. 11 da CLT em relação a
qualquer direito anterior a 15/10/2013. Assim se algum valor for devido ao
Reclamante, o que aqui admite-se em observância ao princípio da eventualidade,
somente poderá ser deferido ao período posterior da data informada.
IV – MÉRITO
1 – BREVE SÍNTESE DOS FATOS
A Reclamante requereu da Reclamada o pagamento de indenização por dano moral,
alegando ser vítima de doença profissional, já que o mobiliário da empresa, segundo
diz, não respeitava as normas de ergonomia.
Afirma que, nos últimos dois anos, a sociedade empresária fornecia, a todos os
empregados, uma cesta básica mensal, suprimida a partir de 1º de agosto de 2018,
violando direito adquirido, pelo que requer o seu pagamento nos meses de agosto e
setembro de 2018.
Relata que, no ano de 2018, permanecia, duas vezes na semana, por mais uma hora
na sede da sociedade empresária para participar de um culto ecumênico,
caracterizando tempo à disposição do empregador, que deve ser remunerado como
hora extra, o que requereu.
A Reclamante juntou, com a petição inicial, os laudos de ressonância magnética da
coluna vertebral, com o diagnóstico de doença degenerativa, e a cópia do cartão do
plano odontológico, que lhe foi entregue pela empresa na admissão.
Juntou, ainda, a cópia da convenção coletiva, que vigorou de julho de 2016 a julho de
2018, na qual consta a obrigação de os empregadores fornecerem uma cesta básica
aos seus colaboradores a cada mês, e, como não foi entabulada nova convenção
desde então, advoga que a anterior se prorrogou automaticamente.
Por fim, juntou a circular da empresa que informava a todos os empregados que eles
poderiam participar de um culto na empresa, que ocorreria todos os dias ao fim do
expediente.
2 - DA INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS
Podemos identificar que a doença degenerativa não é considerada doença
profissional, nem ao menos doença do trabalho, conforme art. 20, § 1º, alínea a) da lei
nº8.213/91, não sendo devido o pagamento da indenização por dano moral.
3 - DO PLANO ODONTOLOGICO
O plano odontológico não se caracteriza salário, conforme expressa vedação legal, na
forma do art. 458, §2, inciso IV e §5, da CLT
4 – DA CESTA BÁSICA
Sobre a cesta básica extinta, podemos concluir que a norma coletiva juntada não
possui ultratividade, na forma do art. 614, §3, da CLT
5 - DA PRATICA RELIGIOSA DENTRO DA EMPRESA
A empresa convidou todos os empregados para participarem voluntariamente das
práticas religiosas que ocorreriam dentro da empresa e, não caracteriza, na forma do
art4º, § 2º, inciso I, da CLT.
6 - DA CARTA DE DEMISSÃO.
Não houve nenhum tipo de coação no pedido de demissão e o ônus de provar o
alegado vicio de consentimento pertence à autora, na forma do art. 818, inciso I, da
CLT e do art. 373, inciso I, do CPC. Alternativamente, será aceita a tese denegar a
prática de qualquer ato ilícito capaz de provocar danos, conforme art. 186e 927 CCB.
7 - DO ACUMULO DE FUNÇÃO.
Com relação ao pedido de acumulo de função, deve ser negado, pois a atividade
desempenhada era compatível com sua condição profissional, na forma do art.456, §ú,
da CLT.
8 - DA COMPENSAÇÃO E DEDUÇÃO FISCAL E PREVIDENCIÁRIA.
Caso ocorra a condenação, que sejam já pagos e devidamente compensados a títulos
fiscais e previdenciários na forma do art. 767 da CLT e sumulas 18 e 48 do TST.
9 - DOS REQUERIMENTOS FINAIS
Diante do exposto, aguarde-se o acolhimento das preliminares arguidas, ou no mérito
deve a reclamação trabalhista ser julgada improcedente, condenando a Reclamante
ao pagamento de custas processuais.
V - DAS PROVAS
Requer a produção de provas por todos os meios admitidos em direito, em especial o
depoimento pessoal da parte, testemunhal e documental suplementar, na forma do art.
369 do CPC.

Nestes termos,
Pede deferimento

Local/Data
Advogado/OAB-UF

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