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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA 80ª VARA DO

TRABALHO DA CIDADE DE CUIABÁ/MT

Processo nº 1000/2018

Nos autos da reclamação trabalhista movida por Joana da Silva contra a Tecelagem Fio de Ouro
S.A., vem a requerida, com fundamento no art. 841e 847 da CLT c/c art. 5º, LV, da CF/88, e por
meio de seu advogado, apresentar:

CONTESTAÇÃO TRABALHISTA

I – DA INÉPCIA DA INICIAL

Inicialmente, o reclamado informa que a petição inicial da reclamante é inepta, pois a narração
dos fatos não decorre logicamente a conclusão quando se trata do pedido de adicional de
periculosidade Assim, conforme dispõe os artigos 330, §1º, III c/c o artigo 337, IV ambos do
CPC/2015 a petição do reclamante deverá ser indeferida e o processo julgado extintos em resolução
de mérito, na forma do art. 485, I do CPC/2015.

II – DAS PREJUDICIAS DE MÉRITO

1 – DA PRESCRIÇÃO QUINQUENAL

A reclamante trabalhou para a Reclamada no período de 10/05/2008 a 29/09/2018, tendo


distribuído a presente ação em 15/10/2018. A Reclamada, arguiu nessa a oportunidade a prescrição
quinquenal prevista no art. 11 da CLT em relação a qualquer direito anterior a 15/10/2013. Assim se
algum valor for devido ao Reclamante, o que aqui admite-se em observância ao princípio da
eventualidade, somente poderá ser deferido ao período posterior da data informada.

III – MÉRITO

1 – BREVE SÍNTESE DOS FATOS

A Reclamante requereu da Reclamada o pagamento de indenização por dano moral, alegando ser
vítima de doença profissional, já que o mobiliário da empresa, segundo diz, não respeitava as
normas de ergonomia.
Afirma que, nos últimos dois anos, a sociedade empresária fornecia, a todos os empregados, uma
cesta básica mensal, suprimida a partir de 1º de agosto de 2018, violando direito adquirido, pelo que
requer o seu pagamento nos meses de agosto e setembro de 2018.

Relata que, no ano de 2018, permanecia, duas vezes na semana, por mais uma hora na sede da
sociedade empresária para participar de um culto ecumênico, caracterizando tempo à disposição do
empregador, que deve ser remunerado como hora extra, o que requereu.

A Reclamante juntou, com a petição inicial, os laudos de ressonância magnética da coluna


vertebral, com o diagnóstico de doença degenerativa, e a cópia do cartão do plano odontológico,
que lhe foi entregue pela empresa na admissão.

Juntou, ainda, a cópia da convenção coletiva, que vigorou de julho de 2016 a julho de 2018, na
qual consta a obrigação de os empregadores fornecerem uma cesta básica aos seus colaboradores a
cada mês, e, como não foi entabulada nova convenção desde então, advoga que a anterior se
prorrogou automaticamente.

Por fim, juntou a circular da empresa que informava a todos os empregados que eles poderiam
participar de um culto na empresa, que ocorreria todos os dias ao fim do expediente.

2 – DA INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS

Podemos identificar que a doença degenerativa não é considerada doença profissional, nem ao
menos doença do trabalho, conforme art. 20, § 1º, alínea a) da lei nº8.213/91, não sendo devido o
pagamento da indenização por dano moral.

3 – DO PLANO ODONTOLÓGICO

O plano odontológico não se caracteriza salário, conforme expressa vedação legal, na forma do
art. 458, §2, inciso IV e §5, da CLT

4 – DA CESTA BÁSICA

Sobre a cesta básica extinta, podemos concluir que a norma coletiva juntada não possui
ultratividade, na forma do art. 614, §3, da CLT

5 – DA PRATICA RELIGIOSA DENTRO DA EMPRESA

A empresa convidou todos os empregados para participarem voluntariamente das práticas


religiosas que ocorreriam dentro da empresa e, não caracteriza, na forma do art4º, § 2º, inciso I, da
CLT.

6 – DA CARTA DE DEMISSÃO.

Não houve nenhum tipo de coação no pedido de demissão e o ônus de provar o alegado vicio de
consentimento pertence à autora, na forma do art. 818, inciso I, da CLT e do art. 373, inciso I, do
CPC. Alternativamente, será aceita a tese denegar a prática de qualquer ato ilícito capaz de provocar
danos, conforme art. 186e 927 CCB.
7 – DO ACUMULO DE FUNÇÃO.

Com relação ao pedido de acumulo de função, deve ser negado, pois a atividade desempenhada
era compatível com sua condição profissional, na forma do art.456, §ú, da CLT.

8 – DA COMPENSAÇÃO E DEDUÇÃO FISCAL E PREVIDENCIÁRIA.

Caso ocorra a condenação, que sejam já pagos e devidamente compensados a títulos fiscais e
previdenciários na forma do art. 767 da CLT e súmulas 18 e 48 do TST.

9 – DOS REQUERIMENTOS FINAIS

Diante do exposto, aguarde-se o acolhimento das preliminares arguidas, ou no mérito deve a


reclamação trabalhista ser julgada improcedente, condenando a Reclamante ao pagamento de custas
processuais.

IV – DAS PROVAS

Requer a produção de provas por todos os meios admitidos em direito, em especial o depoimento
pessoal da parte, testemunhal e documental suplementar, na forma do art. 369 do CPC.

Nestes termos,
Pede deferimento.

Cuiabá/MT,
Data…

Advogado …,
OAB...

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