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(10 linhas)
Processo nº.: 98.765
FLORICULTURA FLORES BELAS LTDA, sociedade empresária de direito privado, inscrita no CNPJ
xxx, com sede na Rua/Av xxx nº xxx, bairro xxx, na cidade de xxx, CEP xxx, endereço eletrônico
xxx, por intermédio de seu advogado subscritor desta, procuração anexa, vem, respeitosamente,
perante Vossa Excelência, com fundamento no art. 847, parágrafo único, da CLT c/c art. 335 e
Art. 343, ambos do CPC/15 apresenta
1. PRELIMINAR DE MÉRITO
1.1. DA INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA DA JUSTIÇA DO TRABALHO
A reclamante requer a aplicação da penalidade cominada no Art. 49 da CLT contra os sócios da
ré. Aduz que foi obrigada a assinar um documento autorizando a subtração mensal, contra a
sua vontade, para aderir ao desconto para plano de saúde.
Ocorre que, nos termos do Art. 114, IX, da CF/88, compete à Justiça do Trabalho processar e jul-
gar controvérsias decorrentes da relação de trabalho, não abrangendo penalidade criminal, sen-
do esta incompetente para tal. Ademais, segundo o Art. 337, II, do CPC/15, cabe ao réu, antes
de discutir o mérito alegar a incompetência absoluta e relativa.
Posto isto, o pedido de aplicação de penalidade criminal contra os sócios da ré não pode ser
pleiteado, em razão da incompetência absoluta da Justiça do Trabalho.
2. PREJUDICIAL DE MÉRITO
2.1. DA PRESCRIÇÃO QUINQUENAL
A reclamante laborou de 25.10.2012 à 29.12.2017 na reclamada e ajuizou a reclamação trabalhis-
ta em 27.02.2018.
Preceitua o Art. 7º, XXIX, da CF/88 e Art. 11, da CLT que a pretensão quanto a créditos trabalhis-
tas prescreve em cinco anos após a extinção do contrato de trabalho e a Súmula 308, I, do TST
dispõe que respeitado o biênio subsequente à cessação contratual, a prescrição quinquenal con-
ta-se da data do ajuizamento da reclamação trabalhista.
Sendo assim, suscita-se a prescrição em relação às pretensões anteriores a 27.02.2013, tendo em
vista que o ajuizamento da ação deu-se em 27.02.2018.
3. MÉRITO
3.1. DO PLANO DE SAÚDE
A Reclamante afirma que foi obrigada a aderir ao desconto para o plano de saúde, tendo assina-
do na admissão, contra a sua vontade, um documento autorizando a subtração mensal.
Ocorre que, no ato da admissão, a Reclamante assinou o documento autorizando o desconto de
plano de saúde (doc. Anexo).
Sustenta a OJ 160 da SBDI-1 que é inválida a presunção de vício de consentimento resultante do
fato de ter o empregado anuído expressamente com descontos salariais na oportunidade da ad-
missão. Vale ressaltar que é de se exigir demonstração concreta do vício de vontade.
Nesse diapasão, a Súmula 342 do TST dispõe que são válidos os descontos salariais efetuados
pelo empregador, com a autorização prévia e por escrito do empregado, para ser integrado em
planos de assistência médico-hospitalar, o que não afronta o disposto no Art. 462 da CLT, salvo
se ficar demonstrada a existência de coação ou de outro defeito que vicie o ato jurídico, não
sendo este o caso.
Ademais, o Art. 818, I da CLT e o Art. 373, I, do CPC/15 estabelecem que o ônus da prova incum-
be ao reclamante, quanto ao fato constitutivo de seu direito.
Sendo assim, o desconto a título de plano de saúde ocorreu dentro da legalidade, sem qualquer
vício de vontade em relação à assinatura, já que é válida a autorização de desconto feita no mo-
mento da admissão, cabendo a Reclamante o ônus de provar qualquer ilegalidade nesse senti-
do, não devendo prosperar a sua alegação.
4. DA RECONVENÇÃO
Conforme disposição expressa do Art. 343 do CPC/15, na contestação, é lícito ao Réu propor re-
convenção, para manifestar pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o funda-
mento da defesa, o que faz pelas razões de fato e de direito a seguir.
A Reclamante ao ser cientificada do aviso prévio teve uma reação violenta, gritando e dizendo-
se injustiçada, sendo necessário que a segurança a contivesse e acompanhasse até a porta de
saída. Quando deixava o prédio, a Reclamante correu e pegou uma pedra que arremessou vio-
lentamente contra o prédio da Reclamada, vindo a quebrar uma das vidraças. A empresa gastou
R$ 300,00 na recolocação do vidro danificado, conforme nota fiscal (doc. Anexo).
Conforme disposto no Art. 186 do CC/02, aquele que por ação, violar o direito e causar dano a
outrem, comete ato ilícito, já o Art. 927 do mesmo diploma legal, assegura que, aquele que, por
ato ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Sendo assim, requer o valor de R$ 300,00, relativo ao vidro quebrado pela Reclamante.
5. CONCLUSÃO
De acordo com os fatos e fundamentos acima apresentados, em sede de Contestação, requer a
Vossa Excelência:
1) O acolhimento da preliminar de incompetência absoluta da Justiça do Trabalho para aprecia-
ção e condenação criminal, conforme o Art. 337, II, do CPC/15 c/c Art. 114, IX, da CF/88;
2) O acolhimento da prejudicial de mérito, quanto à prescrição quinquenal das pretensões ante-
riores a 27.02.2013, data do ajuizamento da ação, nos termos da Súmula 308, I, do TST;
3) Por hipótese absurda, ultrapassada as preliminares avençadas, no mérito, requer que as pre-
tensões apresentados na exordial sejam julgadas totalmente improcedentes, com a consequente
condenação da Reclamante em custas processuais e demais cominações legais;
Em sede de RECONVENÇÃO, requer:
4) O recebimento das razões da reconvenção com seu devido processamento, de acordo com o
Art. 343, do CPC/15, e a procedência da reconvenção para receber o valor de R$ 300,00, relativo
ao vidro quebrado pela Autora, nos termos do Art. 186 e Art. 927, ambos do CC/02;
a) A intimação da Reclamante para apresentar resposta, nos termos do Art. 341, § 1º, do CPC/15;
b) Honorários de sucumbência na ação principal e na reconvenção, nos termos do Art. 791-A, §
5º da CLT;
5) Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direitos admitidos, em especial, a
testemunhal, documental e depoimento da reclamada, e o que mais for necessário à elucidação
dos fatos;