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AO DOUTO JUÍZO DA 15ª VARA DO TRABALHO DE RECIFE/PE

Processo nº1234
TRANSPORTE RÁPIDO LTDA, inscrito no CNPJ sob o
nº, representado por seu sócio gerente, cuja sede se localiza em endereço completo, por meio de
seu advogado abaixo subscrito (procuração em anexo), nos autos da Reclamação Trabalhista
que lhe move Gilson Rios, já qualificado na inicial, vem, respeitosa e tempestivamente, perante
Vossa Excelência, apresentar sua resposta em forma de

CONTESTAÇÃO,
com base no artigo 847 da Consolidação das Leis do trabalho (CLT), combinado com o artigo
336 do Código de Processo Civil (CPC), pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.

PRELIMINAR

I. DA PRESCRIÇÃO PARCIAL
Quanto a questão da prejudicial da prescrição parcial, devem ser consideradas prescritas as
parcelas anteriores aos cinco anos do ajuizamento da ação, ou seja, anteriores a 20/04/2017,
observado o biênio subsequente à extinção do contrato de trabalho, de acordo com o art. 7º,
XXIX, da Constituição Federal (CF), aclarado pela Súmula 308, I, do Superior Tribunal do
Trabalho (TST).

MÉRITO

I. DO CONTRATO DE TRABALHO

Conforme narrado na inicial, Gilson Rios trabalhou por aproximadamente 12 anos, 8 meses e 2
dias para a Reclamada na função de auxiliar de serviços gerais, cumprindo a jornada de segunda
a sexta-feira das 05:00 às 15:00 horas, com intervalo de 02 (duas) horas para o almoço. Foi
dispensado sem justa causa no dia 15/01/2022, após cumprir aviso prévio.

II. DA REINTEGRAÇÃO
O empregado alega que apresentou candidatura ao cargo de dirigente sindical da sua categoria,
tendo informado o fato por e-mail ao seu empregador, o que lhe asseguraria a garantia de seu
emprego, pedindo assim a sua reintegração.
Ocorre que o Reclamante não se enquadra na situação prescrita no art. 543, §3º da CLT,
conforme alegado, pois o registro de sua candidatura ocorreu no curso do aviso prévio, que
ocorreu antes da data da apresentação da candidatura de dirigente sindical; o que significa que
não faz jus a estabilidade de acordo com o entendimento do Tribunal Superior do Trabalho em
sua Súmula 369, V.
Portanto, o Reclamante não faz jus à reintegração uma vez que, quando apresentou sua
candidatura do sindicato de sua categoria, já se encontrava no cumprimento do aviso prévio.

III. DO INTERVALO INTERJORNADA


O Reclamante trabalhava das 05 às 15 horas e alegou na inicial que o intervalo interjornada não
era observado, almejando a remuneração das respectivas horas extraordinárias que diz lhe serem
devidas.
Insta salientar que o intervalo da interjornada deve ser de um período mínimo de onze horas
consecutivas para descanso do trabalhador, conforme firmado no art. 66 da CLT. Entretanto, no
presente caso, havia um interregno de catorze horas entre as jornadas, o que não justificaria o
pagamento de horas extras, além de não estar em consonância com a Orientação Jurisprudencial
355 da Seção de Dissídios Individuais, Subseção I, do TST.
Portanto, diante disso, não há base para deferimento de pagamento de horas extraordinárias e de
seus reflexos.

VI. DA JORNADA DE TRABALHO/DAS HORAS


EXTRAS
A pretensão acerca de horas extras será indevida, afinal pode-se verificar que a jornada
cumprida não excede os limites legais previstos, seja o de 44 (quarenta e quatro) horas semais
ou o de 8 (oito) horas diárias, conforme previsto no art. 7º, XIII, da CF, e no art. 58, caput, da
CLT, assim como não está em desacordo com o intervalo intrajornada, que é de no mínimo 1
(uma) hora e, salvo acordo coletivo, no máximo 2 (duas) horas, de acordo com o disposto no art.
71, caput, da CLT.

IV. DOS PEDIDOS

De acordo com os fatos e fundamentos acima apresentados, requer a Vossa Excelência:


1. O acolhimento da prescrição parcial, considerando prescritas as parcelas anteriores a
20/04/2017, conforme o biênio subsequente à extinção do contrato de trabalho;
2. Que seja julgado improcedente o pedido de reintegração do Reclamante, uma vez que
não se enquadra nas hipóteses de estabilidade previstas;
3. Que seja acolhida a rejeição total do pedido do pagamento de horas extras decorrente do
intervalo interjornada, pois a jornada de trabalho do Reclamante respeitava o intervalo
mínimo de onze horas consecutivas previsto no art. 66 da CLT.
4. Requer a condenação do reclamante ao pagamento de custas processuais e honorários
advocatícios, no importe de 15% sobre o valor que resultar da liquidação, nos termos do
art. 791-A da CLT.
V. REQUERIMENTOS FINAIS
Diante do exposto, requer-se a produção de todos os meios de prova em direito admitidos,
em especial o depoimento pessoal do reclamante, sob a consequência de confissão.
Por fim, se requer o acolhimento da prejudicial para que seja determinada a extinção do
processo, com resolução do mérito, à luz do art. 487, II, do CPC além da improcedência
total dos pedidos do reclamante, condenando-o ao pagamento de custas processuais e
honorários advocatícios, no importe de 15%, nos termos do art. 791-A da CLT.

Nestes termos, pede deferimento.

Local e data

ADVOGADO
OAB nº

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