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FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ UNIVERSIDADE

DE FORTALEZA - UNIFOR CENTRO DE


CIÊNCIAS JURÍDICAS – CCJ Curso de Direito
Disciplina: O Homem e a Sociedade

AV3

Aline Soares Machado (Matrícula:2211609)


Carlos Kauan Coelho Braz (Matrícula: 2211588)
Francisca Silvania Gomes Oliveira (Matrícula: 2211583)

Fortaleza - CE
Novembro, 2022
A DIFICULDADE DE INSERÇÃO DA PESSOA COM MOBILIDADE REDUZIDA NO
MERCADO DE TRABALHO.

INTRODUÇÃO
               O presente estudo aborda os principais meios que podem ser utilizados com o objetivo
de superar a exclusão social de determinada parcela da população, qual seja as pessoas com
mobilidade reduzida. Mais especificamente, as dificuldades e desafios encontrados na inclusão
de pessoas com deficiência física no mercado de trabalho, sobretudo os obstáculos encontrados
dentro e fora deste ambiente.

Sabe-se que a inserção da pessoa com deficiência no mercado de trabalho é direito


prevista no Estatuto da Pessoa com Deficiência, instituído pela Lei nº 13.146/2015. Além disso,
o Brasil é signatário da Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência
(PCD), promulgada através do Decreto nº 6.949/2009. Ambas com intuito de assegurar a tal
população seus direitos fundamentais. 

Entretanto, ainda são várias os obstáculos encontrados pelas pessoas com deficiência
para devido acesso ao emprego formal, que de acordo com o Conselho Nacional dos Direitos
das Pessoas com Deficiência, CONADE, encontra-se principalmente o preconceito por parte dos
colegas de trabalho, a necessária adaptação de ambientes de trabalho, como rampas e
alargamento de portas.

Logo, são objetivos deste trabalho avaliar a efetividade da Lei de cotas (lei 8.213\91) e
Lei da inserção no mercado de trabalho (lei 13.146\15) e apurar os problemas vivenciados por
PCDs com mobilidade reduzida, por meio de levantamentos de dados e pesquisas bibliográficas.
A pesquisa traz ainda a importância da análise de como as empresas cearenses têm lidado com a
inclusão das PCDs em cumprimento das referidas Leis.

METODOLOGIA
A metodologia terá como natureza a pesquisa exploratória e analítica quanto ao
ordenamento jurídico que assegure o acesso ao direito de inserção da Pessoa com Deficiência ao
Mercado de Trabalho, análise de artigos científicos publicados sobre o tema. Após a pesquisa e
coleta das informações necessárias, será apresentada uma análise do cenário legal.
AUTOR: Álvaro Dos Santos Maciel
Pesquisas recentes nos traz indicadores de inserção das pessoas com deficiência
apresentaram no mercado de trabalho. Em 2019, as taxas de participação (28,3%) e de
formalização (34,3%) muito menores do que as das pessoas sem tal condição (66,3% e 50,9%,
respectivamente), sendo a desocupação observada nesse contingente (10,3%) maior do que a
verificada entre as pessoas sem deficiência (9,0%) (IBGE, 2019).
Para MACIEL (2010), as pessoas com deficiência sempre foram percebidas como seres
estigmatizados e à margem dos grupos sociais. Entretanto, com o advento de medidas
governamentais de inclusão, por meio de pressão da sociedade civil, com foco na
solidariedade e acolhimento das PCDs, pode-se observar uma evolução na conquista de
espaço dessas pessoas.
A dignidade humana, o direito à igualdade de oportunidades e a justiça distributiva
devem ser pautas corriqueiras no enfrentamento das desigualdades sociais. MACIEL (2010)
nos traz que:

Na medida em que a dignidade da pessoa humana é elevada como fundamento


constitucional, surge o chamado “princípio do não-retrocesso social” também
denominado por alguns doutrinadores de “aplicação progressiva dos direitos
sociais”, que tem por objetivo a vedação da supressão ou da redução de direitos
fundamentais sociais, em níveis já alcançados e garantidos à sociedade.

Segundo MACIEL (2010), “para que a pessoa com deficiência possa requerer os
ditames da regra isonômica, deve estar capacitada para o desempenho da atividade
pretendida.” Para tanto, torná-los aptos ao mercado de trabalho deve ser uma tarefa inclusiva
de grande extensão nos âmbitos federal, estadual e municipal.
MACIEL (2010) sugere que, são de suma importância as práticas de responsabilidade
social por parte das empresas, pois favorecem a contratação e as relações inclusivas no
ambiente de trabalho. Entretanto, os números de inclusão da PCD ao mercado de trabalho,
apontam que apesar da Lei de Cotas ser o principal instrumento disponível às pessoas com
deficiência para assegurar um lugar no mercado de trabalho formal, ela nem sempre é
cumprida.

MACIEL, Álvaro dos Santos; A INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO


MERCADO DE TRABALHO. Dissertação de Mestrado - Universidade Estadual do Norte do
Paraná – UENP - Jacarezinho (PR), 2010.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Estudos e Pesquisas - Diretoria de


Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais. Informação Demográfica e
Socioeconômica,
n.47 - Pessoas com Deficiência e as Desigualdades Sociais no Brasil, 2019.
AUTOR: Romeu Sassaki

Mesmo após a lei 8213, a inserção no mercado de trabalho por pessoas


que possuem algum tipo de deficiência ainda é bastante restrita e cheia de dificuldades
e barreias. A inserção das pessoas com deficiência no mercado de trabalho é de
extrema importância, principalmente em relação aos desafios para a ocorrência da
mesma. Essas dificuldades são diversas, desde o tipo de deficiência, adaptação,
motivação, preconceito, qualificação, etc.
Segundo Romeu Kazumi Sassaki no livro "Inclusão: construindo uma
sociedade para todos", o autor comenta sobre as barreiras enfrentadas por pessoas que
necessitam de necessidades especiais, além dessas necessidades, eles também
necessitam de necessidades inerentes ao ser humano, que parecem ser direitos simples,
porém na prática, mostram-se diversas barreiras para que tais necessidades tornem-se
parte ativa na sociedade.
De acordo com Sassaki (1997), na verdade a sociedade que deve ser
modificada para incluir todas as pessoas. Ela precisa ser capaz de atender à qualquer
indivíduo. A inclusão social é uma atividade que contribui para a construção de uma
nova sociedade através de transformações, por exemplo, em órgãos, acessibilidade, entre
outros. Assim, estaremos criando oportunidades para todos.

Sassaki afirma que para um futuro breve todas as pessoas acreditarão na


inclusão social como o caminho certo para construir uma sociedade para todos, e que
todos lutassem por ela, pela diversidade humana, para que pudessem cumprir seus
deveres de cidadania e gozar dos direitos civis, políticos, econômicos, sociais, culturais
e de desenvolvimento.
Romeu Sassaki (1997) termina sua obra dizendo que “a inclusão é a
proposta adequada, e que se quisermos que a sociedade seja acessível para todos é
necessário que lutar por essa sociedade e realidade todos os dias”.

SASSAKI, Romeu Kazumi. Inclusão: construindo uma sociedade para todos. [S. l.:
s. n.], 1997.
AUTOR: Fernanda Menezes Leite

Desde 1991, sabemos que existe ordenamento jurídico com a lei de cotas para
regulamentação das empresas privadas.

São aplicáveis a essa Lei: pessoas com deficiência física, auditiva, visual, mental
ou múltipla, ainda que a deficiência não seja visível no trabalho. Para tanto, a condição
do profissional deve ser comprovada por meio de laudo médico. A Lei no8.213/91
estabelece que empresas que possuem acima de 100 funcionários, necessitam incluir
uma certa porcentagem de suas vagas de colaboradores para pessoas com Deficiências,
independentemente de qual for a sua deficiência. Mas que nesses locais, existem
dificuldades de acessibilidade, o capacitismo.

Que por muitas das vezes, os PCDs acabam não tendo acesso no mercado de
trabalho por conta de inúmeros fatores, alguns por falta de acesso até mesmo de chegar
a fazer a seleção para concorrer a vaga de emprego, pois existe um grande trajeto que
precisa ser percorrido e calculado.

No livro “Mercado de trabalho e pessoas com deficiência”, a autora Fernanda


Menezes leite, retrata buscar toda a dificuldade e explicar quais os desafios que essas
pessoas enfrentam, mas a autora foi além da teoria, fez uma pesquisa empírica com
abordagem qualitativa no município de Ribeirão Preto. Ao fim do livro, ela buscar
indicar medidas protetivas que devem e podem ser usadas para promover a inclusão das
pessoas com deficiência no mercado de trabalho.

LEITE, Fernanda Menezes. Inclusão da pessoa com deficiência no mercado de


trabalho: desafios à efetivação do direito fundamental ao trabalho. 2018. 157 f.
Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Direito de Ribeirão Preto, Universidade de São
Paulo, Ribeirão Preto, 2018
REFERENCIAS
MACIEL, Álvaro dos Santos; A INCLUSÃO DA PESSOA COM
DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO. Dissertação de Mestrado -
Universidade Estadual do Norte do Paraná – UENP - Jacarezinho (PR), 2010.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Estudos e Pesquisas - Diretoria de


Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais. Informação Demográfica e
Socioeconômica, n.47 - Pessoas com Deficiência e as Desigualdades Sociais no Brasil, 2019.

SASSAKI, Romeu Kazumi. Inclusão: construindo uma sociedade para todos. [S. l.:
s. n.], 1997.

LEITE, Fernanda Menezes. Inclusão da pessoa com deficiência no mercado de


trabalho: desafios à efetivação do direito fundamental ao trabalho. 2018. 157 f.
Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Direito de Ribeirão Preto, Universidade de São
Paulo, Ribeirão Preto, 2018

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