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INSTITUTO MAGISTÉRIO EDUCACIONAL PEDAGOGIA DE PARAUAPEBAS -

IMEPP

MARILDA BONFIM COSTA FARIAS

ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO PARA ALUNOS SURDOS EM ENSINO


REGULAR

PARAUAPEBAS
2018
INSTITUTO MAGISTÉRIO EDUCACIONAL PEDAGOGIA DE PARAUAPEBAS -
IMEPP

MARILDA BONFIM COSTA FARIAS

ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO PARA ALUNOS SURDOS EM ENSINO


REGULAR

Trabalho de conclusão de curso, entregue ao Instituto


Magistério Educacional Pedagogia de Parauapebas
(IMEPP), como requisito para obtenção do grau de
Licenciatura Plena em Pedagogia.

Orientador:

Eixo temático: Educação inclusiva

PARAUAPEBAS
2018
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO PARA ALUNOS SURDOS EM ENSINO
REGULAR

FARIAS. Marilda Bonfim Costa1

RESUMO

Este artigo faz referência a alfabetização e letramento para alunos surdos em ensino
regular. O objetivo deste artigo é analisar como ocorre a aquisição da linguagem,
comunicação, compreensão e o aprendizado do aluno surdo no ensino regular,
através de instrumentos e metodologias utilizadas no processo de alfabetização e
letramento na educação inclusiva. Para isso, os procedimentos metodológicos
empregados nesse trabalho deu-se a partir de pesquisa bibliográfica com base em
artigos científicos, trabalhos acadêmicos, revistas e livros de diferentes autores que
discorrem sobre o tema como Brito, Ferreiro e Sancks. Conclui-se com esta
pesquisa, que é preciso modernizar, buscar novas metodologias, instrumentos e
táticas, além de aprimorar a funcionalidades dos que já estão em uso, para que o
processo dos crescimentos cognitivo e intelectual do aluno surdo possa ocorrer de
forma mais satisfatória para o seu crescimento como pessoa e cidadão inserido em
uma sociedade.

PALAVRAS-CHAVE: Alfabetização. Letramento. Educação inclusiva.

1. INTRODUÇÃO

1
Licenciada em pedagogia. Pós-graduanda em Inclusão social. E-mail: marildabonfimcostafd@gmail.com
A alfabetização e letramento de alunos surdos em ensino regular promove
mudanças na escola e na formação docente causando uma reestruturação que
beneficie a todos os alunos de forma que atenda às necessidades de aprendizagens
melhorando a qualidade do ensino, impulsionando e desafiando os professores a
desenvolver novas metodologias.

O objetivo deste artigo é analisar como ocorre a aquisição da linguagem,


comunicação, compreensão e o aprendizado do aluno surdo no ensino regular,
através de instrumentos e metodologias utilizadas no processo de alfabetização e
letramento na educação inclusiva.

Para tanto, é necessário percorrer sobre alguns caminhos para entender


melhor esse processo, iniciando de como é adquirido a alfabetização e o letramento
de alunos surdos na sala de aula regular, quais os instrumentos e metodologias
utilizadas pelos professores numa perspectiva inclusiva.

Os procedimentos metodológicos empregados nesse trabalho deu-se a partir


de pesquisa bibliográfica com base em artigos científicos, trabalhos acadêmicos, lei
e diretrizes básicas da educação nacional, revistas e livros de diferentes autores que
discorrem sobre o tema.

2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1. O processo de alfabetização e letramento do aluno surdo

Para Brito (2015), a obtenção da linguagem em alunos surdos acontece a


partir da habilidade e competência humana de definir, produzir e decodificar os
signos e por intermédio deles, os seus significados.

A alfabetização de alunos surdos acontece tanto em sua língua primária que é


a língua brasileira de sinais (LIBRAS), como na língua portuguesa que é a língua
com a qual ele vai utilizar para se comunicar com a sociedade, o letramento,
conforme Soares (1998), ocorre como a maneira em que o aluno surdo enxerga o
mundo, de maneira que suas diferenças sejam respeitadas e não tratadas como
inferiores.

O letramento não pode ser considerado um “instrumento” neutro a ser


usado nas práticas sociais quando exigido, mas é essencialmente um
conjunto de práticas socialmente construídas que envolvem a leitura e a
escrita, geradas por processos sociais mais amplos, e responsáveis por
reforçar ou questionar valores, tradições e formas de distribuição de poder
presentes nos contextos sociais.” (SOARES, 1998, p.75)

Neste sentido Soares (1998, p.86) descreve o letramento como sendo o


“estado ou condição de quem não só sabe ler e escrever, mas exerce as práticas
sociais da leitura e escrita, que circulam na sociedade em que vivem, conjugando-as
com as práticas sociais de interação oral”.

Nessa linha de pensamento Brito (2015), começa a perceber que a


alfabetização e letramento assumem uma postura de mesmo sentido, visto que a
alfabetização é a habilidade de decodificar e compreender a escrita e o letramento
promove o desenvolvimento dos processos mentais como o raciocínio, surgindo
assim o alfabetizar letrando, onde o aluno surdo começa a compreender os diversos
contextos nos quais as práticas sociais da língua escrita acontecem.

Brito (2015, p. 20) ainda ressalta que,

A alfabetização ocorre por meio de práticas sociais de leitura e de escrita,


ou seja, através de atividades de letramento, sendo realizada efetivamente,
por meio da aprendizagem das relações fonema/grafema. Nesse sentido os
professores necessitam estar capacitados para incluir estes alunos junto
aos ouvintes na sala de aula. Podemos dizer, que os alunos com
necessidades especiais auditivas possuem dificuldades assim como os
ouvintes, ou seja, a alfabetização é feita através da memorização, logo, a
professora mostra a figura e mostra o sinal, e dessa forma o aluno surdo vai
aprendendo memorizar o alfabeto e dessa forma eles vão aprendendo as
matérias escolares como os ouvintes (BRITO, 2015, P. 20).

A autora ainda destaca que processo de alfabetização e letramento de alunos


surdos é similar ao de alunos ouvintes, pois em ambos os alunos são alfabetizados
por meio de teorias e letrados a partir das experiências obtidas e que a diferença
dos alunos surdos refere-se à utilização de sinais para se comunicar.

Ferreiro (1990, p.31), afirma que “nenhuma pratica pedagógica é neutra.


Todas estão apoiadas em certo modo de conceber o processo de aprendizagem e o
objeto dessa aprendizagem” .

Para o Pacto Nacional de Alfabetização na Idade Certa (2012, p.28)


compreender as limitações dos alunos surdos na alfabetização passa também pela
apreensão da importância da audição para alfabetizar em uma língua oral auditiva,
onde a apropriação da escrita alfabética é um sistema notacional,

Portanto, os problemas tradicionais apontados como característicos da


pessoa surda são produzidos por condições sociais. Não há limitações
cognitivas ou afetivas inerentes à surdez, tudo depende das possibilidades
oferecidas pelo grupo social para seu desenvolvimento, em especial para a
consolidação da linguagem (apud GÖES, 1996, p.38).

Contudo, Pacto Nacional de Alfabetização na Idade Certa (2012) deixa bem


sucinto que é papel do professor criar condições que facilitem a aprendizagem do
aluno surdo,

Nesse sentido, é necessário criar condições para a aprendizagem, já que a


falta de linguagem comum é o que dificulta esse processo. Para isso, é
garantido a você, educador, o apoio das salas de Atendimento Educacional
Especializado (AEE), onde o plano de ação conjunta entre escola, família,
estudantes e parceiros deve buscar estratégias válidas para os casos que
se apresentam, partindo da avaliação das condições concretas dos
indivíduos. (PACTO NACIONAL DE ALFABETIZAÇÃO NA IDADE CERTA,
2012. p.28)

No que tange a lei, mediante o Pacto Nacional de Alfabetização na Idade


Certa (2012, p.30) o Decreto nº 5.626/05, ressalta que a pessoa surda tem direito ao
ensino da Libras e também da Língua Portuguesa como segunda língua, desde a
educação infantil,

No Art. 22, § 1o desse documento, por exemplo, são denominadas escolas


ou classes de educação bilíngue aquelas em que a Libras e a modalidade
escrita da Língua Portuguesa sejam línguas de instrução utilizadas no
desenvolvimento de todo o processo educativo. (PACTO NACIONAL DE
ALFABETIZAÇÃO NA IDADE CERTA. 2012. p. 30)

2.2. Principais instrumentos e metodologias para a alfabetização e


letramento do aluno surdo

Wathier e Freitas (2016), consideram alguns instrumentos como sendo


facilitadores para a alfabetização e letramento do aluno surdo, dentre eles estão a
LIBRAS, o oralismo, a comunicação total, o bilinguismo e a pedagogia surda.

Para os autores, a LIBRAS é um dos principais instrumentos para


alfabetização e letramento de alunos surdos. É utilizada desde a década de 90,
porém, só foi reconhecida como uma das línguas oficiais do Brasil em 2002, sendo
composta por todos os elementos que dizem respeito a língua oral, é considerada
um instrumento linguístico de grande poder de atuação e a segunda língua mais
utilizada no Brasil.

Wathier e Freitas (2016), ressaltam ainda que o uso da língua de sinais, é


considerado como um ato natural, pois surge de modo instintivo na interação entre
os indivíduos, possibilitando ao aluno surdo, manifestar diferentes conceitos, sejam
eles de cunho racional ou emocional.
Os autores destacam, que para se comunicar por meio da LIBRAS, há um
método que ensina os sinais a partir de combinações, movimentos, entre outros, que
são obtidas no momento da comunicação.

Outro instrumento reconhecido pelos autores Wathier e Freitas (2016), é o


oralismo, seu objetivo é desenvolver a fala do aluno surdo, pois a fala é considerada
indispensável para a comunicação e desenvolvimento dos alunos com surdez.

Para Goldfeld (1997), o oralismo enquadra-se no modelo clínico, valorizando


a importância da integração dos surdos na comunidade de ouvintes. Para isto
ocorrer o aluno precisa aprender a falar por intermédio de reabilitação da fala em
direção à normalidade estabelecida pela sociedade.

Quando se observou que o oralismo não atingiu seu objetivo de forma


satisfatória, pois os surdos ainda se comunicavam por intermédio da língua de
sinais, surgiu então o método denominado de comunicação total. Para Wathier e
Freitas (2016), ao usar a comunicação total, as pessoas surdas poderiam utilizar-se
de qualquer estratégia que lhe permitisse se comunicar com as pessoas, seja por
“língua de sinais, gestos, mímicas, leitura labial, entre outros recursos que
colaborasse com o desenvolvimento da língua oral” (SCHELP, 2008).

Outra metodologia de comunicação utilizada na alfabetização e letramento de


alunos surdos, de acordo com Wathier e Freitas (2016), é o bilinguismo. Seu objetivo
é o uso da LIBRAS e da língua portuguesa escrita dentro do ambiente escolar.
Lacerda (1998), defende o bilinguismo como sendo a mistura entre as línguas e que
o conhecimento é adquirido por meio do visual, estratégia utilizada na comunicação
total.

Por fim, Wathier e Freitas (2016), ponderam sobre a metodologia denominada


de pedagogia surda, que surgiu na necessidade de mostrar um novo caminho para a
alfabetização e letramento do surdo.

2.3. Alfabetização de alunos surdos na perspectiva inclusiva

Santos, Silva e Silva (2016), relatam que ultimamente uma nova perspectiva
de interação vem se desenvolvendo entre os alunos, promovendo uma educação
inclusiva entre os mesmos, conforme Beyer (2008, p. 73) expõe:
A educação inclusiva caracteriza-se como um novo princípio educacional,
cujo conceito fundamental defende a heterogeneidade na classe escolar,
como situação provocadora de interações entre crianças com situações
pessoais as mais diversas. Além dessa interação, muito importante para o
fomento das aprendizagens recíprocas, propõe-se e busca-se uma
pedagogia que dilate frente às diferenças dos alunos (BEYER, 2008, p. 73).

Para Santos, Silva e Silva (2016), um ambiente escolar que proporciona a


inclusão é aquele que estimula a afetividade entre os alunos surdos e ouvintes e o
maior desafio é facilitar e possibilitar a aprendizagem de todos os alunos respeitando
suas diferenças.

Franco (1999, apud MRECH, 1999, p.2) alega que o processo educativo na
escola inclusiva é crido como um “processo social, onde todas as crianças com
necessidades especiais e de distúrbios da aprendizagem têm o direito a colonização
o mais próximo possível do normal”. Santos, Silva e Silva (2016), ressaltam “que as
escolas são iguais para todos, e todos são especiais, necessitando de estratégias,
metodologias e valorização de suas capacidades de acordo com suas
particularidades”.

Nesse contexto, observamos que a maioria das escolas não atendem as


necessidades educacionais dos alunos, em especial os deficientes auditivos, uma
vez que, uma das principais dificuldades no processo de alfabetização dos alunos
surdos, refere-se à apropriação do sistema de escrita alfabética (SEA). A
apropriação da escrita está ligada ao som das palavras, o que torna a alfabetização
e letramento do aluno surdo um processo árduo devido as suas próprias limitações.
Cabe ressaltar, que o professor deve estar preparado para aplicar novas
metodologias de ensino para oferecer uma educação que satisfaça as necessidades
do educando perante a sociedade.

Para Santos, Silva e Silva (2016), o professor é o agente facilitador que irá
mediar os conhecimentos em sua turma, adquirindo novas metodologias numa
perspectiva inclusiva, sem que haja exclusão no decorrer do processo educacional,
visto que na alfabetização há trocas de experiências e aprendizados entre os alunos
e que a participação de alunos ouvintes na apropriação do SEA de alunos surdos,
contribui pedagogicamente e promove a real inclusão tornando as aprendizagens
mais favorável para toda a turma.
Segundo Fernandes (2003, p.20),

Pela mediação de leitores experientes, a criança ouvinte estabelece


relações significativas entre oralidade e representação escrita das palavras.
Assim, torna-se capaz de evocar o som e o significado de palavras e
sentenças ao perceber visualmente a escrita (FERNANDES, 2003, p. 20).

Diante do exposto, para Fernandes (2003, p. 20), a alfabetização de alunos


surdos se dá através do visual valendo-se do uso da LIBRAS como o principal
instrumento para se trabalhar com esses alunos para que a apropriação do sistema
alfabético aconteça de forma satisfatória.

Em alguns casos, a alfabetização em alunos surdos é um processo intenso


pois ocorre das escolas não estarem preparada em relação as suas estruturas
físicas e pedagógicas pela falta de matérias adequados e de profissionais
qualificados para se trabalhar com esses educandos na sala de aula regular. Paula
(2007, p.11), enfatiza que “não se pode aceitar que uma criança com deficiência seja
simplesmente colocada no mesmo espaço que as demais, sem que a escola se
preocupe em atender suas necessidades educacionais especiais”.

Para Paula (2007), um dos maiores entraves encontrados na alfabetização de


alunos surdos está na desqualificação e desconhecimento da LIBRAS por parte dos
profissionais, tornando este processo precário e sem um bom desenvolvimento das
aprendizagens. Vale salientar, que é de suma importância que o educador tenha
domínio da LIBRAS para que o aluno não se sinta desamparado nessa etapa de
aprendizagem e que a aquisição da língua de sinais nos alunos surdos deve vim
antes mesmo do processo de alfabetização, pois, desta forma, os alunos
apresentariam menos dificuldades em aprender e se apropriar do sistema de escrita
alfabética.

Quadros e Schmiedt (2006, p.23) abordam que,

(...) A criança surda é colocada em contato com a escrita do português para


ser alfabetizadas em português seguindo os mesmos passos e materiais
utilizados nas escolas com as crianças falantes de português. Várias
tentativas de alfabetizar a criança surda por meio do português já foram
realizadas, desde a utilização de métodos artificiais de estruturação de
linguagem até o uso do português sinalizado.

Quadros, (2007, p.143), fala que ‘‘os surdos têm o direito de ser alfabetizados
com a libras, sua primeira língua e o português como segunda língua, para ter a
possibilidade de se interagir com os ouvintes e toda a sociedade.”
Santos, Silva e Silva (2016), consideram que esta é uma tarefa de extrema
complexidade e que traz um grande desafio para os educadores por se tratar de
uma temática que deve ser discutida perante os governantes do país para que esses
alunos fortaleçam seus direitos enquanto cidadãos.

Deste modo “incluir os alunos surdos nas salas de aula com outros alunos
ditos normais requer repensar em um projeto político pedagógico adaptado e
apropriado a suas necessidades, a sua situação linguística, social e cultural”
(SANTOS, SILVA E SILVA, 2016). Nessa acepção Sancks (2002, p. 56) retrata a
educação bilíngue como a garantia da presença da LIBRAS no contexto
educacional,

[...] é apenas por meio da língua que entramos plenamente em nosso


estado e cultural humanos [...] e sem ela os indivíduos não são desprovidos
de mente, mas os alcances dos seus pensamentos estão restritos,
permanecendo num mundo imediato e pequeno. (SANCKS, 2002, p.56).

Santos, Silva e Silva (2016) concluem que a língua é essencial, “o aluno


surdo é usuário de uma língua que nenhum outro aluno ou professor conhece, e
assim as relações mais aprofundadas são impossíveis”. Mediante as adversidades
encontradas pelos alunos surdos em relação a linguagem, observa-se que os
mesmos estão apercebidos e com a escolarização defasada.

No artigo 22 do decreto nº 5.626 de 22 de dezembro de 2005 que dispõe


sobre a LIBRAS, diz que as instituições federais de ensino responsáveis pela
educação básica devem garantir a inclusão de alunos surdos ou com deficiência
auditiva, por meio da organização de:

I – Escolas e classes de educação bilíngue, abertas a alunos surdos e


ouvintes, com professores bilíngues, na educação infantil e nos anos iniciais
de ensino fundamental;
II – Escolas bilíngues ou escolas comuns da rede regular de ensino, abertas
a alunos surdos e ouvintes, para os anos finais do ensino fundamental,
ensino médio, ou educação profissional, com docentes das diferentes áreas
do conhecimento, cientes da singularidade linguística dos alunos surdos,
bem como com a presença de tradutores e interpretes de Libras-Língua
Portuguesa.

Portanto escolas ou classes de educação bilíngue são “aquelas em que a


Libras e a modalidade escrita da Língua Portuguesa sejam línguas de instrução
utilizadas no desenvolvimento de todo o processo educativo”. (art. 22, § 1º).
3. METODOLOGIA

O presente artigo é produto de uma pesquisa exploratória, de natureza


qualitativa, sendo caracterizada como uma pesquisa bibliográfica afim de entender
melhor a natureza desse tema. Portanto, a metodologia empregada para a
realização desse trabalho é a pesquisa bibliográfica com base em artigos científicos,
trabalhos acadêmicos, revistas e livros de diferentes autores como Brito, Ferreiro e
Sancks que discorrem sobre o tema.

Segundo Marconi e Lakatos (1992), a pesquisa bibliográfica é o levantamento


de toda a bibliografia já publicada, em forma de livros, revistas, publicações avulsas
e imprensa escrita e tem por finalidade fazer com que o pesquisador entre em
contato com todo o material escrito sobre algum tema, ajudando-o na análise de
suas pesquisas ou na manipulação de suas informações.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao pensar sobre os conceitos de alfabetização e letramento para alunos


surdos em sala de ensino regular, podemos compreender que são utilizados
instrumentos e metodologias específicas que auxiliam nessa formação assim como,
um ambiente escolar adequado e a preocupação com os padrões sociais e
ideológicos para que esse processo aconteça. Desta forma, o aluno surdo adquire
mais autonomia em relação a sua visão de mundo que vai além do que se aprende
na escola através da alfabetização proposta na sala de aula de ensino regular.

Os instrumentos e metodologias utilizadas com os alunos surdos objetivam


proporcionar o desenvolvimento de suas habilidades, como a educação bilíngue e o
uso da LIBRAS, que são as alternativas educacionais mais orientadas para se
alfabetizar um aluno surdo, além da LIBRAS se a primeira língua oficial a ser
compreendida pelos mesmos, este artigo ainda apresenta outros instrumentos como
a pedagogia surda, o oralismo e a comunicação total

Conclui-se com esta pesquisa, que é preciso modernizar, buscar novas


metodologias, instrumentos e táticas, além de aprimorar a funcionalidades dos que
já estão em uso, para que o processo dos crescimentos cognitivo e intelectual do
aluno surdo possa ocorrer de forma mais satisfatória para o seu crescimento como
pessoa e cidadão inserido em uma sociedade.

Para tanto, é de forte expressão o envolvimento dos professores, escolas,


famílias ou comunidade, tais como a utilização de materiais concretos onde os
mesmos necessitam de uma renovação ou reapropriação pois são os mesmos
instrumentos de 20 anos atrás e isso é outro fator que irá ajudar a adequar a
formação do ser surdo para com a expectativa e o desejo que o mesmo anseia e
merece.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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