Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
UBERABA
2020
FACULDADE FUTURA
UBERABA
2021
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: REFLEXÕES SOBRE O PAPEL DO
DOCENTE.
RESUMO- O objetivo deste trabalho é colocar suas próprias ideias e relevância na discussão
sobre a educação de jovens e adultos, pois esta é uma forma de educação muito importante para
o Brasil, e ainda há um grande número de pessoas que não podem receber a educação básica.
Dentro desta temática, é necessário enfatizar o papel dos professores que trabalham com este
público, visando desenvolver uma educação de qualidade de forma direta e decisiva no processo
de cultivo do conhecimento dos alunos. Este artigo tem como objetivo promover a trajetória de
construção e disseminação do conhecimento, propondo pontos de esclarecimento sobre a
educação em EJA, fortalecendo o pensamento sobre o papel do professor que atua na educação
de jovens e adultos e elencando os pontos relevantes da linguagem. A abordagem adotada no
cenário de alfabetização desse novo público permite que eles participem de um método de ensino
crítico libertador e baseado no diálogo.
Palavras-chave: Educação de jovens e adultos, Docentes, Reflexões
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO..........................................................................................5
2. DESENVOLVIMENTO..............................................................................8
3. RELATO DE ESTUDO............................................................................12
4. CONCLUSÃO..........................................................................................14
5. REFERÊNCIAS.......................................................................................15
5
1. INTRODUÇÃO
Os dias atuais apresentam para os professores uma jornada de trabalho de três turnos,
vivenciando “o aviltamento de seu trabalho seja no que diz respeito à remuneração, seja naquilo
que se refere às condições de trabalho, marcada pela necessidade de alargamento cada vez
maior da jornada, pela terceirização ou precarização [...]” (RUMMERT, 2006 p. 128), pois, o
professor pertence à classe trabalhadora e, como tal, uma vítima do sistema-capital,
necessitando de uma formação integral e relacionada à sua práxis. Diante de tais perspectivas,
muitas têm sido as questões, entre elas: como tem sido a formação do professor que atua na
Educação de Jovens e Adultos (EJA)? Quem são os alunos da EJA? Quais as expectativas
contemporâneas para a EJA? Como os sujeitos se percebem no processo? A formação de
professores de EJA ainda se dá de forma generalizada, baseada em princípios da educação
básica regular, muitos cursos de formação de professores têm sido realizados totalmente à
distância, em condições precárias. É possível inferir que há certa proposição para tal, pois não é
possível discutir com a TV e não havendo discussão, consequentemente, não há elevação da
consciência ingênua para a crítica. Assim, profissionais formados sem possibilidade de exercício
crítico, retornam à escola para reproduzir a ideologia dominante.
Portanto, é necessário uma compreensão do que é a educação popular (Freire, 1996),
para que haja comprometimento com o processo de transformação da sociedade, com a quebra
de paradigmas impositivos e o ensinar aos jovens e adultos, muitas vezes marginalizados,
apresentando conteúdos significativos e que busquem a emancipação das classes menos
favorecidas.
7
Para Moreira (1992), os professores devem ser formados para atuarem como intelectuais
transformadores, sendo necessário que compreendam as relações de poder estabelecidas pelos
dominantes e busquem em conjunto com as classes subalternas a superação dos preconceitos
e predisposições que estão enraizados ao longo dos tempos. 1744 Para que este processo
ocorra, torna-se necessário que o professor ressignifique a sua prática pedagógica, identificando
e compartilhando experiências para a construção de seres críticos, atuando como mediador de
conhecimentos no processo de humanização.
No caso específico da EJA, todos os aspectos já mencionados devem ser acrescidos de
preconceitos, descasos e estereótipos que contribuem para uma formação ainda mais precária.
Diante do exposto, este trabalho pretendeu aprofundar estudos a respeito da EJA, considerando
a trajetória dessa modalidade na história da educação brasileira e os parâmetros postos pelo
mundo neoliberal para os sujeitos envolvidos. A opção metodológica pautou-se pelos
pressupostos da abordagem qualitativa, visto que permite ao investigador uma compreensão
ampla do seu objeto de investigação. Richardson (1999), apresenta que ”[...] a abordagem
qualitativa de um problema, além de ser uma opção do investigador, justifica-se, sobretudo, por
ser uma forma adequada para entender a natureza de um fenômeno social”(p.79).
8
2. DESENVOLVIMENTO
Durante muito tempo, portanto, as escolas noturnas eram a única forma de educação de
adultos praticada no país. Paiva, em seu livro Educação Popular e educação de adultos (1983),
faz um paralelo entre as finalidades e objetivos da educação de jovens e adultos e as
preocupações sociais e políticas da sociedade da época do Brasil Colônia, ao afirmar que “a
educação popular colonial é praticamente inexistente, excetuando a ação dos jesuítas e outros
religiosos nos primeiros momentos, quase nenhuma atenção é dada ao problema [...]” (PAIVA,
2003, p. 63)
Assim, a educação para todos desde os primórdios de nossa história política se reveste
de grande descaso político. É importante ressaltar que a educação de jovens e adultos era
carregada de um princípio missionário e caridoso, atender aos considerados “desvalidos”. O
letramento destas pessoas era um ato de caridade das pessoas letradas às pessoas perigosas
e degeneradas. “Era preciso ‘iluminar’ as mentes que viviam nas trevas da ignorância para que
houvesse progresso” (STEPHANOU; BASTOS, 2005, p. 261).
Entendia-se que o analfabeto era um peso e o culpado pelo não desenvolvimento do
país. Os processos de alfabetização em momentos da história política brasileira sempre
estiveram vinculados a interesses de governos em eliminar o analfabetismo com vista a
aumentar também o quantitativo de eleitores.
O educador Paulo Freire traz grandes contribuições para esse debate com introdução de
sua pedagogia chamando a atenção para que o desenvolvimento educativo deva acontecer
contextualizado às necessidades das pessoas educadas, “com” elas e não “para” elas. Percebe-
se nas ideias de Freire a implantação de uma pedagogia dialógica e contextualizada,
provocando no educando a reflexão sobre o seu papel social, sua capacidade de mudar a si e
mudar a realidade social, que lhe imputam a miséria, e a exclusão de usufruto dos bens sociais
como saúde e educação numa sociedade letrada.
A sociedade brasileira ao longo de sua história é marcada pelas desigualdades sociais
que foram constituídas pelas relações estabelecidas entre educação escolar e estrutura social.
No cenário da educação brasileira encontramos diversas reformas educacionais, buscando
assim, quitar uma dívida secular com os excluídos.
9
educação de jovens e adultos será destinada aqueles que não tiveram acesso ou oportunidades
de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria. (BRASIL, 1996, p 42).
Contribuindo com esta colocação Silva, Queiroz, Monteiro, vem acrescentar o seguinte:
A educação de jovens e adultos (EJA) apresenta-se como uma modalidade de ensino que foi
criada pela grande necessidade de oferecer uma chance a mais de vida de pessoas que por
algum motivo não tiveram acesso ao estudo. (2015, p. 2).
Sendo assim faz-se necessário que seja pensado no perfil do profissional docente capaz
de atuar de forma eficaz para com essa modalidade. Uma vez que pensar nos alfabetizandos
desta modalidade de ensino segundo Arroyo (2001, p. 15), é “falar, sobretudo do jovem, adulto,
trabalhador, pobre, negro, oprimido e excluído ”.
3. RELATO DE ESTUDO
4. CONCLUSÃO
Diante desta pesquisa percebe-se que, não se pode mais ver o ensino voltado para a
EJA como um procedimento em que o professor deposita e o aluno recebe, justamente o que
Freire já dizia ser uma educação bancaria, mas que esse processo na busca e construção de
novos conhecimentos se dá através de variados meios, nesse caminho um dos pilares
relevantes apontados por Paulo Freire é o dialogo entre professor-aluno e vice versa, pois,
ambos aprendem numa troca mutua de conhecimento. Entretanto nota-se que só assim eles
se tornarão agentes transformadores em diferentes contextos . Portanto, permitir aos sujeitos
agir no mundo, dominar a cultura letrada e desempenhar conscientemente o seu papel de
cidadão na sociedade é muito mais do que transmitir conhecimento, é agir como intelectual
capaz de provocar mudanças.
A escola, diante desta perspectiva, teria um novo perfil, pois estaria comprometida de
fato com os sujeitos envolvidos no processo de ensino aprendizagem, indo de encontro aos
saberes das diferentes culturas existentes na sociedade. Finalizando, o estudo permitiu
destacar a importância da formação e do aperfeiçoamento dos sujeitos professores, por meio
de grupo de estudos, pois são discutidos temas referentes ao cotidiano escolar que se
constituem meio de socialização de experiências de sala de aula, contribuindo para uma
melhor compreensão das diferenças sociais dos sujeitos alunos, bem como dos caminhos
mais apropriados para a intervenção na EJA.
17
5. REFERÊNCIAS
SANTOS, Aguinacira Ciebre dos. Ser Educador na EJA: mais que um mediador no
processo de superação e desafios de aprendizagem. Revista Eventos Pedagógicos,
Mato Grosso, v.3, n. especial, p. 268 – 275, Abril. 2012.