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Trabalho de debia .

Introduçao
O presente trabalho é apresentado na disciplina de educação popular e pedagogia
freiriana, do curso de licenciatura em pedagogia do centro de formação de
professores(CFP), da universidade federal de campina grande(UFCG), campus de
Cajazeiras-Paraiba, como requisito para avaliação e obtenção de nota na disciplina, sob
orientação da professora doutora Débia Suenia da Silva Sousa.
Esta pesquisa realizada na cidade de cajazeiras-paraiba, na escola Cecilia Estolano
Meireles, com a turma de educação de jovens e adultos(EJA), O tema abordado nesse
trabalho será a educação de jovens e adultos na escola Cecilia Estolano
Meireles(EMEIF), no ano de 2023,com o intuito de verificar se existe a presença da
educação popular e da pedagogia freiriana, nos processos de escolarização de jovens e
adultos.
Diante disso o objeto de estudo justifica-se pelo interesse de compreender o tipo de
educação presente na sala de aula da turma de EJA, e bem como também se a pratica
docente leva em consideração a educação popular e a pedagogia freiriana tendo como
perspectiva teórica a pedagogia freiriana, sendo esta vista como uma educação que vai
despertar a consciência critica dos educandos, a respeito das situações nos quais o
mesmo esteja inserido seja na esfera politica, econômica ou social. Ou seja sera um tipo
de educação que vai fazer como o educando seja livre para criticar as questões que
envolvem o contexto escolar, dessa forma o dialogo sera algo que vai estar presente
entre os educadores e os educandos.
Sendo assim, o objetivo dessa educação proposta por Paulo feire, é de formar cidadãos
que sejam capazes de questionar a respeito da sua realidade social, e bem como também
a partir disso, poder transforma-la. Assim o professor não vai levar em consideração
apenas, o conhecimento que ele vai mediar em sala de aula, mas como também o
conhecimento que o educando traz para a sala de aula, ou seja o conhecimento tanto do
professor quanto do aluno são valorizados.
A metodologia deste trabalho ancora-se na perspectiva teórica da educação popular e da
Pedagogia Freiriana , utilizou-se fontes históricas, documentais e audiovisuais. Assim
como também , tecemos considerações a respeitos dessa temática, ancorado na vida e
na obra do educador brasileiro e na historia da educação de jovens e adultos no brasil,
somando a isso argumentos sobre a uma pedagogia emacipatoria na educação de jovens
e adultos.
Logo, para que houvesse a compreensão da questão norteadora deste estudo, realizamos
a entrevista de forma presencial na escola onde funciona a turma de EJA, no período da
noite, esta entrevista foi realizada com a coordenadora da escola, o professor da turma e
dois alunos também pertencentes a turma .
2.2 Currículo formal na educação de jovens e adultos
O currículo é construído por conteúdos e práticas educativas pré-definidas,
planejamentos educacionais, ou seja tudo que é realizado no âmbito escolar. Entretanto
este currículo deveria ser elaborado com a participação ativa de toda comunidade
escolar, funcionários, pais, alunos e etc, e bem como também com os moradores da
comunidade.
Dessa maneira, a elaboração do currículo, deve ser necessário e de suma importância
levar em consideração, a prática educativa e a firme consciência de que mao se pode
mais forma cidadãos passivos. Porem este mesmo currículo deve ser elaborado de
acordo com a realidade social e as experiências de vida dos educandos, fazendo com
que os sujeitos possam ser donos da sua própria história, transformando a sua realidade
e bem como também no meio em que vivem. Desse modo é preciso desconstruir a ideia
de homogeneidade que imposta pela sociedade, enquanto principio norteador do
currículo.
Nesse contexto, podemos destacar Paulo freire que é um dos principais contribuientes
para educação de jovens e adultos (EJA),e sua proposta para essa educação, que é o
desafio de construir uma educação libertadora, visando educar sujeitos através da
realidade e dos contextos de vida dos educandos, colocando os mesmo no lugar de
sujeitos críticos e autônomos. Entretanto, para que isso realmente aconteça, o educador
precisa considerar, o universo do educando, reconhecendo a vida social e pessoal desse
individuo, por vezes marginalizados por uma sociedade ideologicamente capitalista.
Nesta perspectiva, no ano de 1995, surgiu a primeira versão da proposta curricular do
MEC, no qual recebeu diversas críticas e opiniões, naquela época. Essa proposta
curricular para o ( EJA) é um documento que subsidia a educação de jovens e adultos,
mostrando aos educadores e governantes como se deve lecionar em cada nível de
ensino. ou seja esse documento vai sugerir que as disciplinas devem se entrelaçar com a
realidade dos educandos” uma proposta curricular deve ser um subsídio para os
educadores desenvolverem planos de ensino adequados para os seus
contextos”(Brasil,2001,p.14).Desta forma, criando um currículo que seja adequado para
cada situação em que o (EJA)esteja envolvido, em razão de que os adultos e jovens só
vão se interessar por uma disciplina que estiver abordando uma parte da sua experiência
vivenciada, em outros lugares que não são espaços escolares, ou seja não adianta o
professor de Geografia por exemplo falar sobre a inflação, se o mesmo não demonstrar
a influência desse fenômeno na realidade do educando, assim como aborda o
documento:
É a partir do reconhecimento do valor de suas experiências de vida e visões de
mundo que cada jovem adulto pode se apropriar das aprendizagens escolares de modo
crítico e original e sempre na perspectiva de ampliar sua compreensão seus meios de
ação e interação no mundo ( Brasil, 2001).
Sendo assim, o jovem e o adulto sendo analfabetos, para conseguir viver em uma
sociedade, na qual está inserido, que é uma sociedade letrada é necessário que o sujeito
adquira certas habilidades para adequar os conhecimentos prévios aos conhecimentos
que o sujeito já possui sobre o seu cotidiano. Um exemplo disso é quando o sujeito
aprende a identificar os lugares através de alguns símbolos, que pode ser um número ou
uma cor. entretanto aprender isso não é suficiente, pois em uma sociedade letrada, a
todo momento dita novas regras, no contexto da escrita e no modo de vida. Dessa
maneira alfabetização vai abrir novos horizontes aos indivíduos, fazendo com que eles
reflitam sobre a sociedade que eles estão inseridos. Sendo assim podemos destacar o
Marco da ação de Belém que ressalta:
Alfabetização é um pilar indispensável que permite que os jovens e adultos
participem de oportunidades de aprendizagem em todas as fases do contínuum de
aprendizagem. O direito a alfabetização é a parte inerente direito a educação. É um pre-
requisito para o desenvolvimento do empoderamento pessoal, social, econômico e
político. A Alfabetização é um instrumento essencial de construção de capacidade nas
pessoas, para que possam enfrentar os desafios e as complexidades de vida, da cultura,
da economia e da sociedade.( UNESCO,2010,P.7)
Por isso, que para existir uma sociedade sem déficit em vários aspectos tais como a
política, economia e etc. é necessário que se tenha uma conscientização sobre a
importância da educação de seus jovens e adultos, assim enfatizar a educação ao longo
da vida com uma formação adequada aos educadores e gestores. Ou seja os
profissionais responsáveis pela educação de jovens e adultos precisam enxergar essas
pessoas não mais como crianças, mas como sujeitos portadores de conhecimentos
oriundos de experiências sociais. Dessa maneira o papel do educador será aprimorar
esses conhecimentos com uma dose de ação teórica, assim pode-se dizer que o currículo
é uma ligação da educação escolar e não escolar. Portanto, em relação a elaboração do
currículo, deve-se pesquisar o cotidiano do educando, e investigando a real necessidade
da sociedade que é favorecida pela escola e assim poder elaborar um currículo que
venha a suprir essas necessidades.
Ademais, podemos destacar ainda outro documento no qual é de grande importância
para o currículo para o (EJA). Esse documento se refere a matriz de referência ”(..) É o
referencial curricular do que será avaliado em cada disciplina e série, informando as
competências e habilidades esperadas dos alunos.”( Brasil,2008,p.17). Em relação às
disciplinas escolares, tais como português e matemática, as matrizes têm como
referência os PCNs e são construídas através da análise dos currículos das escolas
estaduais e de redes municipais .( BRASIL.2008). Assim sendo, devemos ressaltar que
não é avaliado todo o currículo, mas apenas os conteúdos das áreas de língua
portuguesa, leitura e escrita, e matemática . Entretanto essa proposta curricular e a
matriz de referência curricular são pouco conhecidas e utilizadas no campo do (EJA),
pois muitas vezes o conceito que se tem de currículo, neste campo se limita apenas à
utilização do livro didático, ou até mesmo atividades prontas. Contudo, se esses
documentos fossem realmente levados em consideração, na hora de elaborar o currículo
próprio e adequado para o (EJA), diminuiria os níveis de educação menosprezada, que é
oferecida, e assim haveria uma verificação das aprendizagens dos educandos.
Além disso, ao adentramos nas salas de aulas da educação de jovens e adultos, nos
deparamos com educadores sem nenhuma experiência, e bem como também se nenhum
habilidade para estar ocupando um cargo de um profissional. Ou seja não é realmente
qualificado o bastante para ocupar aquele cargo, fazendo com que ao invés de ser um
momento de aprendizado em sala de aula, para ambos se torna um momento de
desamino.
Sendo assim, a formação adequada para este educador deve ser aquela que além de
corresponder as necessidades do mesmo, mostre também a importância de ser um eterno
pesquisador, no qual vai dar ênfase à uma formação continuada, fazendo com que isso
se reflita significante na sua prática educativa, refazendo sua prática com o intuito de
melhorá-la cada vez mais. Dessa maneira, essa formação continuada tem que ocorrer em
uma espaço apropriado, com uma infraestrutura e materiais necessários, mas, não só
para aquele momento da formação, mas para ser utilizado também em sala de aula.
Assim sendo, ambiente apropriado para isso será a própria escola, porque se Essa
escola não tiver infraestrutura, também não terá formação continuada, assim haverá uma
grande defasagem em relação a aprendizagem tanto dos educadores como também dos
educandos.
2.4 comparação entre as respostas e o plano de aula do professor da educação de jovens
e adultos (EJA).
Inicialmente ao analisarmos o plano de aula do professor da educação de jovens e
adultos (EJA), percebe-se que não é levado em consideração a realidade dos educandos
e bem como também não é levado em consideração os princípios da educação popular e
pedagogia freiriana. Ademais como foi visto esses princípios só existem na teoria, mas
na prática isso não acontece realmente como deveria ser, conforme foi visto na
entrevista e no plano de aula, e bem como também foi constante que o professor da
educação de jovens e adultos(EJA), não tem uma formação adequada e não é habilitado
para ministrar aulas na turma de EJA, sendo podemos salientar que:
“ Essa realidade não muda radicalmente a quase total quase total ausência de
formação específica para atuar com jovens e adultos, que ainda é a marca dos cursos de
Licenciatura no pais”
A maioria dos profissionais que atuam na turma de (EJA) não tem uma formação
realmente voltada para trabalhar com esse público, pois na formação não foi ofertado
algo que seja voltado para esse tipo de formação. Sendo assim podemos destacar que
um dos aspectos relevantes do parecer CNE/CNB N° 11/2000, no qual destaca a
necessidade de formação dos professores para (EJA) :
“ com maior razão, pode-se dizer que o preparo de um docente voltado para
o( EJA), deve incluir, além das exigências formativas pautado e qualquer professor,
aquelas relativas à complexidade diferencial desta modalidade de ensino”
(Brasil,2000,p.59).”
Assim esse modo profissional de magistério deve estar preparado para interagir
empaticamente com esta parcela de estudantes e de estabelecer o diálogo. Desse modo
podemos salientar ainda que as propostas e as práticas curriculares dos professores da
educação de jovens e adultos, são inadequadas para os sujeitos, como foi visto no
plano de aula proposto pelo professor de (EJA), no qual era algo bem fragmentado e que
dificultava o diálogo, entre as experiências vividas pelos educandos e os conteúdos
escolares. Outro aspecto bastante relevante é que na maioria das vezes as propostas
curriculares como foi visto, no plano de aula do professor, são propostas que são feitas
não pensando em sujeitos como adultos, mais para crianças do ensino regular sendo
assim podemos salientar:
“ não importa a idade dos alunos, a organização dos conteúdos a serem
trabalhados e os modos privilegiados de abordagem dos mesmo seguem as propostas
desenvolvidas para crianças de ensino regular”
Assim, as propostas curriculares, são desenvolvidas sem levar em consideração a idade,
e a vivência social dos educandos, ou seja seguindo uma lógica infantil, como se fosse
para crianças que frequentam a escolas regular. Isso mostra que as propostas
curriculares para a educação de jovens e adultos, não segue os princípios da educação
popular e pedagogia freiriana. Sendo assim podemos perceber que na maioria das vezes
os professores da educação jovens e adultos, buscam sempre mediar os conteúdos
escolares para os educando, utilizando suas próprias perspectivas, ou seja fazendo com
que os educandos não compreendam nada , e assim não despertar o interesse deles para
participar da aula, de forma crítica. Dessa maneira, a organização do curriculo não leva
em consideração o diálogo proposto por Paulo freire, segundo ele o diálogo é o ponto
central da atividade de ensinar, na qual professor e aluno são seres atuantes, igualmente
importantes neste processo, ou seja é importante que tenha esse diálogo entre o
educador e o educando, por isso o diálogo deveria estar presente às propostas
curriculares

. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Proposta


curricular para a Educação de Jovens e Adultos: segundo segmento do Ensino
Fundamental – 5ª a 8ª séries. Brasília: MEC/SEF, 2002.

______. Proposta curricular para a Educação de Jovens e Adultos: Ciências


Naturais.v. 3. Brasília: MEC/SEF, 2001.

______. Proposta curricular 1º segmento da Educação de Jovens e Adultos. Brasília:


MEC/SEF, 2001.

______. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica. Brasília:


MEC/SEB/Dicei, 201

BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Parecer CNE/CEB nº 11/2000, de 10 de maio de 2000.


Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos. Brasília, CNE,
2000a. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/secad/arquivos/pdf/eja/legislacao/parecer_11_2000.pdf. Acesso em
22 jan. 2019

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