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1.

4 Atuação do psicólogo escolar


no ensino médio

1.5 Atuação do psicólogo escolar


na formação de jovens adultos

1.6 Os desafios da educação no


ensino superior

1.7 A Psicologia Escolar


Contemporânea
A atuação do psicólogo escolar, de acordo com
Reger (1981), se dá, a princípio, de
acordo com um papel educador, e tem como
objetivo básico ajudar a aumentar a qualidade
ea
eficácia do processo educacional através de
conhecimentos psicológicos.
O psicólogo
colabora com a escola no planejamento de
programas educacionais para os alunos. Prette et al
(1996) considera também que o psicólogo contribui
para a criação de novos cenários e práticas
educativas, transformadoras da realidade social da
criança e do
jovem.
A atuação do psicólogo nesse ambiente passou a ter
um caráter essencialmente social,
visto que ele articula outras atividades da
instituição, como professor, coordenador,
administração, e também articula contextos extra-
escolares, o qual inclui a família, comunidade, entre
outros, o que resulta em uma produção educacional
coletiva.
Além dessas funções, os psicólogos escolares fazem
intervenções diretas junto aos alunos, em questões,
como orientação psicopedagógica, sexual, vocacional,
programas de desenvolvimento da criatividade, de
competências sociais, cognitivas, ecológicas.

Atua também junto à família orientando e promovendo


atitudes práticas para um maior envolvimento dos pais
frente ao desempenho escolar, físico, intelectual e
emocional dos seus filhos
Vale ressaltar que o psicólogo não deve ser considerado como
um “solucionador” de problemas, nem como um divulgador de
teorias e conhecimentos psicológicos e nem como alguém
onipotente.

Trata-se de um profissional que apresenta, como qualquer outro


ser, limites e especificidades, mas que tem como objetivo auxiliar
a escola a remover os obstáculos que se interpõem entre os
sujeitos e o conhecimento, favorecendo o processo de
humanização e de desenvolvimento do pensamento crítico
De acordo com esse contexto, Andaló (1984) defende
que a abordagem utilizada pelo psicólogo escolar deva
ser a de agente de mudanças, em que o psicólogo
atuaria como um elemento catalisador de reflexões, um
conscientizador dos papéis representados pelos vários
grupos que compõem a instituição.
Algumas práticas possíveis:
Rodas de conversa

socio afetivo

Orientação vocacional/ profissional

Adaptação curricular/ conteúdo

Jogos colaborativos
Educação de Jovens e
Adultos e Psicologia
A Educação de Jovens e Adultos (EJA) tem se
apresentado como um desafio e tem sido tema de uma
série de publicações no Brasil. Esses estudos versam
sobre a problematização dos índices de analfabetismo
e do fracasso escolar via mecanismos de exclusão da
escola
Na década de 1940, mais da metade da população
com 15 anos ou mais era analfabeta e, como o País
estava passando por um processo tardio de
industrialização e urbanização na época, era
importante a alfabetização de jovens e adultos
trabalhadores, uma vez que a educação era vista como
o caminho em direção ao desenvolvimento do País
Com o objetivo de erradicar o analfabetismo entre os
jovens e adultos, foram propostas as primeiras ações e
programas do governo federal (DI PIERRO; JOIA;
RIBEIRO, 2001):
Fundo Nacional do Ensino Primário (1942);
Serviço de Educação de Adultos (1947);
Campanha de Educação Rural (1952);
Campanha Nacional de Erradicação do Analfabetismo
(1958);
Programa Nacional de Alfabetização de Adultos (1964).
As ideias compunham a essência do pensamento de Paulo
Freire sobre a busca de uma pedagogia que dialogasse
com os educandos, procurando, por meio da educação,
conectar-se com sua cultura, seu jeito de ser, viver e
pensar o mundo e, por fim, emancipá-los. Entendia-se que,
a partir dessa mudança, poderia ser modificada também a
nação brasileira. Com base nas ideias de Paulo Freire, o
Ministério da Educação criou, em 1964, o Programa
Nacional de Alfabetização de Adultos
Porém, com a assunção dos governos militares em 1964,
Paulo Freire foi exilado. Durante o seu período de exílio, o
educador continuou a desenvolver suas estratégias
voltadas para a alfabetização de adultos, entre elas, o uso
das palavras geradoras. Bes (2017, p. 43) explica como
funcionava a técnica das palavras geradoras:
[...] partindo do conhecimento da experiência do educando
em sua vida social cotidiana, selecionavam-se palavras
que cercassem esse campo de vida bem particular e, a
partir daí, além de buscar uma alfabetização em si, eram
problematizadas de forma crítica a própria vida dos alunos,
visando modificar/ acrescentar outras possíveis ideias às
visões de mundo deles
O trabalho de Santos (2003), com base nas narrativas
dos alunos egressos de um programa de EJA, buscou
compreender as implicações que a vivência da
exclusão precoce da escola e a de uma experiência de
escolarização tardia produziram nas vidas de adultos
das camadas populares, além de obter elementos para
avaliar o papel da EJA como um mecanismo voltado à
atenuação das consequências da exclusão social e
promoção da cidadania.
Como um dos resultados, identificou que, quando se
consegue tornar a escola um lugar de acolhimento e
ampliação da aprendizagem, a EJA se constitui como
campo muito potente na ressignificação das
identidades dos estudantes
A EJA tem como proposta a garantia da educação em
um sentido amplo, com “um currículo onde conteúdos
procedimentais e atitudinais são tão ou mais
importantes que os conceituais”.

Visando adequar a modalidade de ensino à realidade


dos sujeitos da EJA, a Pesquisa como Princípio
Educativo prevê que o acesso ao conhecimento se dê
por meio de pesquisas realizadas pelos estudantes,
com temas do seu interesse, partindo do seu
conhecimento prévio
A formação reflexiva tem uma relação direta com uma
concepção do professor como sujeito e de sua
formação como necessidade de refletir sobre a prática
diária, visando identificar possibilidades de
aprimoramento profissiona
A LDB de 1996 foi alterada em 2018, por meio da Lei
nº. 13.632, de 6 de março de 2018, defi nindo em seu
art. 37 que: Art. 37 A EJA será destinada àqueles que
não tiveram acesso ou continuidade de estudos nos
ensinos fundamental e médio na idade própria e
constituirá instrumento para a educação e a
aprendizagem ao longo da vida (BRASIL, 2018a,
documento on-line).
Para que possamos conhecer melhor os objetivos da
EJA, precisamos analisar o Parecer do Conselho
Nacional de Educação/Câmara de Educação Básica
(CNE/CEB) nº. 11/2000, que versa sobre as Diretrizes
Curriculares Nacionais (DCNs) para a EJA. Esse
parecer esclarece que a EJA deve ser vista a partir das
seguintes funções (BRASIL, 2000):  reparadora; 
equalizadora;  qualificadora.
A função reparadora diz respeito à busca pela
escolarização não realizada na época mais apropriada
pelos adolescentes, jovens ou adultos, entendida como
essencial na atualidade para que se cumpram os
papéis sociais exigidos na contemporaneidade.
Nesse sentido, “[...] a Educação de Jovens e Adultos
(EJA) representa uma dívida social não reparada para
com os que não tiveram acesso a e nem domínio da
escrita e leitura como bens sociais, na escola ou fora
dela, e tenham sido a força de trabalho empregada na
constituição de riquezas e na elevação de obras
públicas”
A função reparadora busca reparar o direito à
educação escolar a todos, que, por inúmeros fatores
histórico-sociais, favoreceu alguns grupos elitizados
durante o percurso moderno de expansão da dimensão
escolar
A função equalizadora da EJA visa possibilitar a
reentrada de jovens e adultos que tiveram a
interrupção de seus estudos forçada por algum motivo,
“[...] seja pela repetência ou pela evasão, seja pelas
desiguais oportunidades de permanência ou outras
condições adversas, deve ser saudada como uma
reparação corretiva
Nesse cenário, podemos considerar donas de casa,
migrantes, aposentados, encarcerados e outros
sujeitos que, por motivos contingenciais, não tenham
tido condições de prosseguir com seus estudos,
situação que deve ser corrigida pela EJA.
A função qualificadora relaciona-se diretamente com
o princípio da educação ao longo da vida, sendo vista
como a função permanente e o próprio sentido da EJA
Essa visão atual de que devemos estudar de forma
permanente ao longo de nossas vidas — que vai ao
encontro das necessidades humanas de se manter em
busca de qualificação e de aprimoramento de
conhecimentos — permite que na EJA também se
encontrem alunos em busca desse aperfeiçoamento,
dessa realização pessoal em sua fase adulta.
Os desafios
da educação
no ensino
superior

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