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Educação de Jovens e
Adultos e Psicologia
A Educação de Jovens e Adultos (EJA) tem se
apresentado como um desafio e tem sido tema de uma
série de publicações no Brasil. Esses estudos versam
sobre a problematização dos índices de analfabetismo
e do fracasso escolar via mecanismos de exclusão da
escola
Na década de 1940, mais da metade da população
com 15 anos ou mais era analfabeta e, como o País
estava passando por um processo tardio de
industrialização e urbanização na época, era
importante a alfabetização de jovens e adultos
trabalhadores, uma vez que a educação era vista como
o caminho em direção ao desenvolvimento do País
Com o objetivo de erradicar o analfabetismo entre os
jovens e adultos, foram propostas as primeiras ações e
programas do governo federal (DI PIERRO; JOIA;
RIBEIRO, 2001):
Fundo Nacional do Ensino Primário (1942);
Serviço de Educação de Adultos (1947);
Campanha de Educação Rural (1952);
Campanha Nacional de Erradicação do Analfabetismo
(1958);
Programa Nacional de Alfabetização de Adultos (1964).
As ideias compunham a essência do pensamento de Paulo
Freire sobre a busca de uma pedagogia que dialogasse
com os educandos, procurando, por meio da educação,
conectar-se com sua cultura, seu jeito de ser, viver e
pensar o mundo e, por fim, emancipá-los. Entendia-se que,
a partir dessa mudança, poderia ser modificada também a
nação brasileira. Com base nas ideias de Paulo Freire, o
Ministério da Educação criou, em 1964, o Programa
Nacional de Alfabetização de Adultos
Porém, com a assunção dos governos militares em 1964,
Paulo Freire foi exilado. Durante o seu período de exílio, o
educador continuou a desenvolver suas estratégias
voltadas para a alfabetização de adultos, entre elas, o uso
das palavras geradoras. Bes (2017, p. 43) explica como
funcionava a técnica das palavras geradoras:
[...] partindo do conhecimento da experiência do educando
em sua vida social cotidiana, selecionavam-se palavras
que cercassem esse campo de vida bem particular e, a
partir daí, além de buscar uma alfabetização em si, eram
problematizadas de forma crítica a própria vida dos alunos,
visando modificar/ acrescentar outras possíveis ideias às
visões de mundo deles
O trabalho de Santos (2003), com base nas narrativas
dos alunos egressos de um programa de EJA, buscou
compreender as implicações que a vivência da
exclusão precoce da escola e a de uma experiência de
escolarização tardia produziram nas vidas de adultos
das camadas populares, além de obter elementos para
avaliar o papel da EJA como um mecanismo voltado à
atenuação das consequências da exclusão social e
promoção da cidadania.
Como um dos resultados, identificou que, quando se
consegue tornar a escola um lugar de acolhimento e
ampliação da aprendizagem, a EJA se constitui como
campo muito potente na ressignificação das
identidades dos estudantes
A EJA tem como proposta a garantia da educação em
um sentido amplo, com “um currículo onde conteúdos
procedimentais e atitudinais são tão ou mais
importantes que os conceituais”.